Eb Superinteressante 254a Julho 2008 Especial Livros Sagrados
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EOITORA ., Abril~u.,,!ador. V I C I ' O I i C I V J T A
( ) 9 I Y / · j S g O l
P td id en :t ll e S di to r- ~ H ob e r t o 0 i v 1 1 ; 1 )
"0(0-P",'10.0'. E.","I iVo: jairo M r n dC O\ L e n l
c " " " , , " " Ed;",~' R Q l . \ ( > ( I { , Ci~;1iI (IlresiliCl1l~ ,'fh~m~.,SOlllO<'Drriil (V!~·Pltsidfn~}'luse ! \ oI IMO GUZ lO
D ' " , ' o , dDA<~n.'u..~ Frm~"dDal~la0 ' '' ' '0 , " G . , . , neP o .rl~dod~' T I m i s C h o o o S o a r e s
oh.o'G."'~. ""bl;cl<l,';.o¥J~""':\oglrio G a b r i e l ( 'o m p r l d oDI",to.'~< R).Io Adm l i \I S o " ,( 80 : Olm f i i MI~IIQ
D lr e\ ", ," d BM 'd l. D lg JI »I ; 1,, -l i IonahmnlD 1 , " '' ' ' d O """ 'o jom •• to. C o . , . . , I . , Au ro Lu is d ~ l a s ;
01",,,,,. s " p . , j" , • • d.nIOlII.~~ n.~,,"11Prn:!tom i : : ! { r Nijdcro: I ln : n d l l f tu - : ;u f { r
l J i . l : j , l j J i I J~~Ie;Si :~G' I\ 'T tt 'm .ln oqtof 'd tA rt "; /iU1 .JD( li ), 'r ol~"", ,, ro fdlb) l de.j... og~fl< l l l ;:-t.uV tria A, 'MTI 'M"lO M LeitOt; r\l.h'iu.J ~1i!r1'dtcl[,(1, ( Jlf (l\ ~ Coo~d.l'I~tI't;"..,
AdmilJl1w.1U. . r . ·Gl}tW G .d Ii tC -~ ~' <: 'I m Ht ?t di ~d "I ~! ~ \""';0 ,~ j .A. I l1hi : l~ ~ UD l G , l j . . . . . . . , { t d '! ; li O l l c . ., 1 > I . _ . . . . cn ..I I tO (~1 P. . . Io"',~:I;;r.. . {" , I>IO)CI ' ·
U N I II ~'d, lla a.lu {d .. r . J . • Ud' T ,," 'r .. l l<¥l" ' ! l o . . . R o d" " , ' -' 10 < $0 R " l' .f f i. .. . \'dg
\MIVW .sup-Of i I ' l Ul i'Oi J , ( ) IUO. fO m ,1)f
Aj>o;o ! < I1 , o j l. ~ 8 1 . Il"'&'" ( , , 1 1 1 \ _ ( 1. , ,, ,1 1 " "1 " 0 . ~ _ ,~ ._l;l.~' Po"", G " ,. 1 1 0 & .". .
PVBUUilAOIl~DI~M ...~r"'q.JIII~r..III'.I.\1.IsIo"Or;ir.~i\~ •. . . . . ." " " " ' _ d I \ H . . . . . " , ' . . . . ." " " r ~ • ..".wpw)_...Cu>-._p.dI>( l~ r ~f n li l ~ ("'lilK C : i l 1 i w k I "PWIl;lb_,OrJnl r r r . w l l ,~ ! n m , ; 1 f f l i \ E ! r w r d ' o I ; ~lJnit~~ " 'W t 1 \ w i f l u . . " i .
NII~1~1~i\J*tdI\~hll~~ ~~'itI~~~r,wr.:.llu,llllllil",t~II'II~ ~i'il,"U.~Il~,W.:JI~III'itffllll~tl Fll tB llCI)AO(RE61 00A I . : O i tO fO f l:J~ l ~1 G l t '; 1 nl o! ( J 6L ICIOADE R l qpE ,JAN Ime : Dire-toi: 11.mlt ) .nl it l~ro
'~Ir~ P CI J~ UQ O A Oe N Ll CL lO J OV r; ;M ; ~~nlt l : l'!!tlUn~~~hl l l i II, E~l:lc"';vos de. tleg.!):(~,=
- . l \ . b . n '\lJltntn ' \IM~ UtJtr~!LCtI!!1t1lllldl ~njll IIIf.'lIirmg~, Clllnin Curly.I~o &lulll'OOlllwl [1It1~
~ I\'I~ ~;U:li \bl.ua.. Cii!'rwtliD d.V~n!i:'s?'~u Prld., ~1·~ &:itilt...Cooroe~!;iltodrlOafS1~~.Alca. ~n1.NG-.fcmOJl.Ao\O<:Wrffltecre~,",Itt:dflg:V.~~"""" .. "' __ """"-I\ __ ll"'~ __ 6000_
1", ,~~'WcaM,A~ ,~AtWIs t .U .: : F''''da,\t..b~"'~fttqn\os:C~~
p.Ml$:tM:: Cidrl~ I~ W6Jii."s.m ..,I IIPta h trt4g.iii,t,.. r l l l i . l . . J» r . . . uGeI I 'OIW i dll'
~1I~AVU~\f1Ei*1iI ~ltlt""'d: ..G"-u~A~llAm'O'd:)brnot~Utnll.lhll ll9Urlar"bdlJ \~PtAU~IAMIlNn') . CONll tOU.f OPt:R.A~tGerenle:..\bd!t
\ '~ I( "' ;" ( onsu ttor . ~ to1"~rCl , H I W ~ I ":~I 'I "o«"n4» 'I ;~ li I) \ ' W u n AS,SlN/llTUA_AS:.
1)Jl~UM,&-AU!f\If~lo@'~m"I"'(Of!,oQ~t:I!I=~II"S ~~~~~
d i > . . . '.....t_LO""(""""""""~joloY.~
Tao pr6xim os e
tao mis te r iosos
Li vr os s a gr -a dO . Ssa'O.COisas m isteriosa s por .! la t -reza. Sua propria definicao ja oferece alguns
en i gmas . se co ns id era ssem o s sa gra dos a pena s
a qneles q ue se d iz gua rda rern a pa la vra de D eus,
nenhum livre budista ou nao f s ta enrrazia nas pagirras
deste especial. Se levarmos a palavra "livre" ao pe da
letra, -tam· o u eo f a la r la r ne s da rica mi to log ia d0S or ixa - s .
Mas, apesar de ela nunea ter side eranserita, estd a c eorganizada em capitulos. Intrigante, nao? E pes isso
que"jna bora de escolher 08 assuntos que aberdarfamesaqui.optamos pela deflnicao mais ampla do terrae. Sdl
assirn poderfamos'tratar de escrituras de ffiigi.6es del
munde inteiro e-de outras que nao podem ser conside-
rados canenes religiosos, como as transerir;:oes des
d is clyu lo s d e osho, 0 I ivro-guja de s . € i~ n t ol 0 .g i s ra s QU
o s t ex to s reve lados par E -Tsno secu le 2.0 . E 1':0\!losesses
assuntos guardam misrerios que merecem aten~iio,
Conforme voce ler este especial, provavetrnente vai
ach ar qu e conh ece m u lto pou co sobre o s liv ro s sagrados
e os misterios por ti·as de-suss paginas, Apesar de serem
alguns dos texros maio; imporrantes da hisreria da
hurnanidade, ces turnamos dar p ol tc a ~m . p( !) rt an cia ,a
eles, N as pro xirn as pa gipa s, ; V 'o ce t en1 : a opor tuM . id a cl e
de coahecer lU:Q pOUG0 mais sob~~ 0 rema. E dessobrir
'eomo ele pode ser interessante, mesmo para querrfnao
segue' nenhurna r eUg i ao . Boris caminhos.
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Os majores , misterios d os
tIVRO S SAGRADO S~l I N T R O D U < ;A O ~
U rn m apa d os livros sagradosVe_jgonde foram escritosos UVTO.'i,das _ -
1· .~ d h ' , . 6e .igioes e.on e se passarn suas _rstonas ..
Traduzindo a p alavra d e DeusEntenda por que e ta Q complicado Q
trabalho de rraduzir sexrosreligiosos , : , 8
A criacao do mundoTodas as religioes ternsua versao para a-origem
d 0 U 11iverso. P o]' qu e isso e tiio im p. ( '! twnt ,e pjirp:,eJa s?: " 1 0
~ H IN D uts M O I~
Um ltvro aberto
[20'1: que os Vedas sao a chave da diversidadeI
e da unidade das varias correntds do hindufsmo :.. __ . . 1 4.y
Divisao ancestra l
*lR E L IG IO E S C H IN E S A S ~
A f e que m ove a Ch in aSalba Como ursa mistura de confucionismc, taoisrnd
e hud i s tnOcda forma a espiritualidade dos.chineses , 20
~ JU DA 1S MO f*
o que a cabala pode f a z e r p or v oce?A corrente mlstica do judafsmo usa' nunrere] o.gia . _
pa ra d ecif ra r a ,.1i:lrtl e m b1l< sE :C !e um a : vidE - rrrelh or, . _ " 26
Milagres naturals
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~ C R IS fIA N IS M O l iE
A historia secreta d o cris t ianismoDepois de seculos escondidos, as evangelhos
ap6crifos ajudam a contara historia cia religiao 34
o outr o J es usCenheca as lendas sobre 0perlodo da vida
de Jesus que nao apareceno Novo Te- '! tam,ento 40
~ IS LA M IS M O ~
V€fSOS ant i -sa tanicosOs rnuculmanos rambern tern seu Diabo,
E seus cantos de exorcisrno nas palavras do Alcoriio : 42
~ R E L IG IO E S A F R IC A N A S ~
o l ivro nao escritoComo a crenca nos orixas se organizou e atravessou
'0 Atlantica, mesmo sern ter um registro escrito. .. 46
il a N ov as TEM PO S ! I f :
asbastidores do L ivro dos E sp ir itas
EIll plena revelw;:ao industrial, urn professor
de eiencias investiga mensagens do alem 52
O s p ro feta s da AmericaOs detalhes da revelal?ao do Livro de M6"man ,
(mica rexto sagrade eseritono continence. .. " 5 6
o guru dos n ovos tem posQuem £0i o llder espiritual indiana que
prodnziu rnals de 600 livros COP] seus ensinamentos 58
opoder da m en teUrn autor de fic<;ao, cientifica escreve a Dian.e t ica ,
urn l i V ' l " 0 de auto-ajuda, e funda a eientologaa , 62
Sag rado s extr ate rre stre sETeses'ta0 enU'e·u6s, mas querem ajurlai.
E Q que diaem.as seitas que cultuam QS ETs ~ ,,64
Cronolog ia dos l ivros
Uma finha do tempo dos livros sagrados ' " ,. ..66
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~ INTRODU<;AO ~
Referencias
@ > B U D I S M O
1 r C R I S T I A N I S M O,
. . . E S P IR I T IS M O
~ H I N D U I S M O
C~S L A M I S M O
(IU D A f S M O
~ M O R M O N S
~ R E L I G I O E S
A F R I C A N A S
~ T A o I s M O
~O L l V R O D O N O V O M U N D O
a p r o f e ta J o s e p h Smith r e c e b e ua s p la c a s d e DUro q u e o r i g i n a r a mo livto d e Mo rmon na s col in a s
d e ( u m o r a M , n a c id a d e d e P a lm i r a ,
e s t a d n d e N o v a Y o r k . P e r s e g u i d o s
p u r o u tr n s r e li g io s o s , u s m 6 rm o n s
b u s c a r a m refugi 0 n o oeste, e
Sf a ss e n t a ra m e m S a l t L a k e C it y .
Umma p ados liv r o ssagrados
A influencia cia l i teratura
religiosa esta em todos
o s ca n tos dom u ndo . Aqu i ,v oce con fe re o nd e su as h is to ria s
se pa ssa rn au foram escrita s ,
' Ie xt o T ia go jokura • U U S l i r a . ; : a o Bru n o A lg a rv e
(om-mprli i ini , '~<; pela
, F ra n ~ a ,
n n d e 111 p","'n~' m a is a f u n d o
a s m ensagens recsbi das na s m esa s
g i r a n t e s q u e fazi~m s uc e s so n a
r idade . .1 < \ , p u h l i d o u a l' e d i ~ a ode 0 L iv ro d D S E s q f ri tD s ,
KAMERICA
-- t -
d e q u e 05 e s t r a v u s
a f r i c a n o s t r o u x e r a m p a r a aA m e r i c a e a r e g ia 'o l o r u -~ iI ,
n a a t u al f r n n t e t r a d a N ig e r i a r e m
- 0 B e h i n . S e g u n d 0 a c u lt u ra d e ss e
povo, 0, mundo fo i r rl ad on a
c i d a d e d e I l e I f e ' , n a N i g e ' r i i l ,
O R I S T I A N I S M O • J • 1 5 lA M I5 M O • H I N D U f s M O • B U G I S M O
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( j b ' R ~ 6 I S T R O A N t E S TR A L ~
0 5 textos v e d i c o s , 05 'm .is a h U g o 's :. ' . ~ 'd o h i n d u i s m o , f o r a m e s t r i t o s _ _ ,
n s r e g i a o ~ e P u n j a b , c o n s i d e r a a a . _ , ~
bet '~o da r e l i g ia o h in d _ u . G r a n d e s
a ~ t i e 5 dn s t ex to s e p ic o s , c o m o, Q l j e I T o l sd o M a h a b h a r ( 1 t q , t a m b e - m -
.ff s e p a s s a m n o l o c al , a tu a l" - 1 'r o n 1 e i r a e n t r e I n d i a e P a q u i s t i i o .
u .uea o.eav ir t u d e d o T a o e s t a v a m n il c a b e ~ ad e l a e -t se , f t l 6 s o f o d e t u o y a n g ,
s u i d a C h i n a . Q u a n d o 0 p e n s o . d o r
d e i x e u a r e g i a o , u r n g u a r d a e m
E h u n g - n an S h a n p e d i u que e te
defxassesuas l t c t i e s por esrnto.
A s sim n a s c e u 0 U vro d o T ao .
u t a m a n a s c e u
e m L u m n i e V i V E U a t e o s 2 9 a n o sn o r as te le , 0 r ei n a o 0 d e i x a v a sairt e m e n d o u m a p r o fe d a: s e u f i l h o
s e r i a u r n g r a n d e If d e r esptritual,M a s 5 i d d h a r t a t u g i u e a fi n g i u 0
n ir v an a e m B o d h G .a y a , n a I n d ia ,
t u m a n d e - s e 0 p r i m e i r a B u d a .
e n m ,J e s u s n as c e u e m B e l e m , ac a m i n h o d o c e n s o d e Q u i r i r l o .
M a s a M e s s i a s c r i s t a o p a s s o u
a i n f a n c i a n a c i d a d e d e N a z a r e ,r e gi a o d a G a l i 1 f i a , o n d e v iv ia mM a r i a e .J o s e . 5 6 a o s . 3 0 a n o s J e su sSf e s t a b e i e c l ! r i a e m l e t u s al e m .
2~__-~\~-::?"'1:'iiai~~fa1~~es~ta({(entr.adan a a n t i q a M e s o p o ta r n ia , a t u a lr e gi a o d e Ir a e l r a q u e . ~ eg u n d oo ~ene5e ,0 J a r d im d o E d e l lestava e n t r e as r io s T i g r e
e [ u f r a t e s e , m a ts a o n o r t e ,D m o n t e A r a r a t , o n d e , [ < ! r c ad e N o e e n ca lh o u a p e s B d M v io .
I1
s a g r a d a
p a r a 3 r e l i g i 5 e s q u e s u r g i r a m
d a a l i a n ~ a d e D e u s c o m A b r a a o .
E l a t o i endereto d o p F i m e i r oT e m p lo d e S a l a t n a o , d o s j u d e u s :l o c a l d a c r u d f j c a ~ a o d e J 8SUS Ip a r a c r i s t a o ~ ; e d a a s ~ e n s a 0de M a o m e , m a i o r pmfeta ' d o i s la .
rerar, 05 m u ~ u l m a n e sv o l t a m - s s p - a r a M e :c a , o n d e
M a o m e n a s c e u e r e e e b e ua s r e v e la ~ O e 5 'd Q a n jo G a b r i e l ,
q u e d e ra m o r ig e m i)0A l c o r i i o .
P e rs e gu i d o e m s u a c id a d e n a t a l,o p r o f e t s s e g u in p a r a M e d in a ,d eo n d e o r g a n i z a r i a a r e co n q u i s t a ,
I R A : e n b : e 1600 a . G e 1 2 0 0 a . c . , : a a n u g a
P e r s ' a v i u naseere Z o r o a s t n s m o , p f i m e j r a
f e l i g i a o m o M t e r S f < ! d e quesetemnetieta.
A p e n a s u m q u a r t o do A v e s t a , u b ~ ' c o " T 1
s e u s e o s ln a tn e n t o s , ~ h e 'g o ) j , a o s n u s s o s
tempos. A l i f a m p e m foi'estnto, e m I B n ;
o Kitab- i -Aqcfas ( U b i v r o m a i s s a g r a d o " ) ,
d a religiao B a M 'I . u f I " ! a q i s S i d e l 1 c i a d 9 isla.
J A P A O : o X i n t o i s m o e u m a t r a d j~ ao o r a l
t e l i g io s a , m a s g a n h o u \ f e r s o e s e s c r i t a s ,
c n r n o 0 K o j i k i ( 7 1 2 . d . C . ) , c o m m i t e s s a b r e
a h i s t o r i a j a p o n e s a e a n riq em d o u n i v e r s o .
J a m a i c a : 0 m o v im e n t o r a s t a t e r n u r n t e x t o
s a g t a d o , 0 K e b ra N e g a s t. T r a d u z -id o p a ra
o a r a b e p e r t o d e 1 2 2 .5 d . c. , r e l a t a a v i d a d o
p rim e ir o r e i E l l o p e , h e rt l e ir o d o r e i S alo m a a.
i N D I A : n a r e g i a a d o P u n ja b ,o nd e n a se e u
° h i n d u i s m o , t a m b e m f l o r e s c e u °j a i n is m o , t e l I g ii i o u rm tIlrctJ d e 4 ,2 .
m i l h f i e s d e s e u utd e re s , c t J jo p r i n ( j ~ a J
t e x t o s a g r a d o e ° T a t t v a r t ha 5 u tr a .
N o m e s m o p a i s , n a s e e u 0S ik h is m o , c u jo
l i v r o . s a g r a d o , o G _ u rn 6 r a n th S a hib , s e r f a
o rg a n iz a d o e m u m a c o n f e r e n e i a e m tBn
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~ INTRODU<;AO ~
Traduzindoa palavra de Deus
-<~. : 0 :{>-
A traducao d as e scritu ra s sa gra da s e u rn desa f io tao g ra nde que m e recia
u m a a ju da d iv ine , 0 que fa zer quando nao se pode conta r CGm ela7T ex to A rt ur f on se ca I l lu s tr a ca o Ev and ro Berte!
8T
raduzir e uma arte improvavel, cos- Vilson Scholz, professor de teologia e consul-
.
tumam dizer os tradutores, Afinal e tor de tradncao da Sociedade Bfblica do Bra-
muito diffcil haver uma correspon-siL Alern disso, 0 tradutor preeisa estar aten-
dencia absoluta entre 0 que o.escri- toa descobertas arqueologicas que trazem ator qais dizere 0 novo texto, Se j,i ediflcil Iuz novos significados de palavras bfblieas.
assim nas lfnguas modernas, imagine comas "Ha 50 ou 100 anos, a lista de palavras que
livros sagrados, como a Biblia e 0 Alcutao, s6 existiam na Biblia era grande. A arqueo-
escritos ha dezenas de seculos em dialetos que logia fez essa Iista diminuir muito."
nao sao mais usados hoje em dia. Depois, e precise quebrar a cabeca para
Livre mais traduzido no mundo, com vet- enrender 0 significado daspalavras no con-
sees .integrais em mais de 300 lfnguas, a texto. ·"0 Nove Testamento tern cerca de
Biblia. foi escrita em 3 idiomas, 0 Antigo 540.0 palavras, E cada uma tern em-media
Testamento, incluindo a TOTa , tern originals 4 ou 5 significados", 'diz Scholz. A s vezes aem hebraico e aramaico, provavelmente simples .f~1ta.de uma virgula '- que 11aO
a lingu a falada por. JeSll, S. 0 Novo Tes-*xistia nas linguasd. os originals - co.m-tamento e quase todo escrito num plica tudo, Como nao da para rirar a
grego arcaico que precisa ser tradu- diivida com oaucor, 0 tradutor preci-
zido mesmo para as gregos de hoje. sa intuir 0 significado das palavras , G >
J a o (\lcorao e todo ern arabe, s o ,que que Ihs c ia mat gem para .influerioiar 0
ern 4 dialetos diferentes, exatarnente como texto sagrado. A palavra malakoi, pof exam-
foi revelado < I Maorne, plo, ja virou tanto "masturbador" quanta
Dutro problema que os tradutores enfren- "homossexual" (ve ja a o la do ).
tam e a escolha dos textos em .que.se basear, Afinal, e precise escolher 111U tipo de por-
Os 66livros que formam a l1iblta, por exem- tugues para 0 texto final, "Atraducao depen-
plo, nao tern mais origin;ai~ disponfveis, e os de tambem d e quem vai ler", diz colingti ista
tradutores precisam se basear em c ap ia s - -a s e tradurer Nestor Dockhom, que prepara
vezes em.copias de capias. Para evitar erros, tradw;:6es do EvangeLhQ de ~uca s em :3 vc_u;:ian-
o tradutor compara varias copias antigas e tes poptlla'res~ urbana, urbana daperiferia
usa !iVres·que discutem 0 significado das erural. Perfeccicnisrno? Nem tanto. "Na
palavres bfblicas. "E,preciso usar vasta' lite- bora d o e traduzir a palavra sagtada, todo
ratura de irrterpretaeac.das palavras':a£irrna cuidado e pouco"; <'lizDockhorn. ®
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nECADOS DA U NGU A Ita.A s v ers oe s d as e scritu ra s s ag ra da s e sta o re ple ta s d e im p erf eico es po r ca us a d as d if icu ld ad es
im p o sta s p elo s originals e os id iom a s em que loram escritos Con fi ra a lg u ns e xemp lo s.
D E C E P ~ A O N O A R A is o
I') A 1 l ' lO c i i o , J iv ( o s a g r a d o d o s m u £ u l m . m o s ,
tambeirl f e l n seus p robl emas d e : t f a d l l ~ a n .
S e g u n d o E f : r f i s to p h l L t x l! n i l e r g , p s e l l d o n R n Q
de u r n e s p e G i a li s a il ! l e m i I o em !!studes.arabes,·
a u t c r d o . li v r o T h eSy ro -A ta m a ir R {) afli ng
O f th e K ora n ( ssm t rad ll~ae p a r a ] ) p o r t llY u e s ) ,
0 5 t a x :t ll S o r i g in a i s d ' l tAlcorao n a o f o r a m
escr; itO! ia [enas em dia lef l ls : a tab l !s m a s
t a m h s m nurn d i a l e t o sfrto-aramaicu f a l a u o
e m M e ca n o s e c u lo 7 . . 0 e s t u d o d e L u x e n b e r g
traz IfnfdeIalhe aterrador para o s terroristas
s u h : i i i a s . . .5esua i n t g r p : r e t a ~ o es ti 'ler cnrreta ,
05 mu ,u 1m a na s q ue morrem e m nume-da f en a o e l im n t r a r ia m m i i l h e r e s v i I g e t l S n o p a r a i s o ,
e s ir n U l r 8 S . - S e g u n d . o 0 pesquisadur, a p a l a v r a
usaila JlO arigiina!, hud , s i ~ n : i t i c a "U\las
br a fleas' n o d i l i l e t o . shio-aramaico.
A t r a d l l~ a 6 1 i f e r a l , n o entantc. tomece 0 n o m eIbode d e Alaz! ! ] , 0 o e m o l) i o " . E l a n a G q u e r
d i!e r q ue 0 a n i m a l p er te nce ira cotsa-ruun,
mas :q u e r e p resenta s u a in f1 u e n c f a sabre
o s · h o m e n s , s u a p a r t e m ; a l i g n a . f o r a d o
c e n t e x r o , ile X T Jr E $ Sa 0 p o d e _ n a d a r a e n t e n d e r
q u e u rn b o d ,! ! d o d e m o n i o l i l l r o u o sh o m e n s d o s
p ec adn s d os .h eh rau s - 0; q u e , n a o e v e r d a d I!.
Para evitar 0 ma l -e nt en dl dn , o s t ra du to re s
p r e f e n r a m 0 t e rm o b o d e e ~ j i f a t 6 r i n,
A P A l.A V R A D O ' p R E C O N C E lT O
Um b O ! l 1 l e x e m p f o de c o m o f ip~ i ies de
n a d u ~ a o t l o d e m c a u s a r p o l e I l ] i c a e a ~uestao
d a llomossexuali'aade. lm v a r i c s t r e c h a s
d ' i l Blbna , p a l a v r a s q u e p o rl e m s ig l1 i f i c a r
" p e d e r a s t a " , "ma s u rb ad or " o u " e s t u p r a d o r "
v i r a r a m s im p le 5 m e n t e ') ~ ~ o m o s s e x u a r " -
rlei~ndo e v i d e n t s 9 preconceito d Q t r a d u t o r ,
A p a l a n a . m a · / a k o i . p u r e x : e m p l o , j a v ir o u
t a n t o " m o l e " q u a n t o " p e r v e r t i d o " . " e f e b o "
.n u "h sm o ss en ia l". [a aa rraduter eseelhe
a q u e Pt~f~F I ! o u 'a ch a m a i s ceneta.
l IT fR AL , M A S A M S 1 G UO
E m Lev f t i co , ( ) 1 3G l l v r o d a Iora, I ! s ta a b i s t e r ia
d o bod-e e x p ia t 6 . t to , q u e e .sactifi [ a d o p a r a
q u e 0 p n v n d e M01~e~p a g u e s e u s p e e a d o s ,
9
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A criacao do m undo-< ~I : 0 :~>-
Todos os liv ros sa g ra dos te rn um a respos ta sobre
a n a tu re za e a origem do U niverso . Por q ue isso
e ta o importante para a s r elig io e s?T O O o T arso A ra ujo
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N0 comeco, era 0 Dada. Entao al- grandes OUpequenas, novas O U anrigas, codas
guem resolveu conrar a origem as religioes rerao respostas para isso", diz 0
de tudo. E assim nasceu a tenta- teologo da PUC-SP, Rafael Rodrigues, espe-
trva do bornem de explicar a ori- cialista no Antigo Testamento, que comeca
gem do Universe. As civilizacoes mais com a narrativa do Livre do Genes e .
anrigas ja tinham esse questao existen-*a falta de referencias, os homens
cial, E as religioes, preocupadas em . costurnam usar COHlO materia-prima
dar respostas a seus fieis, nao pode- dos mites 0 mundo real para responder
riarn deixar de formular suas respostas. essas perguntas transeendentais, Par
"Como surgiu tude? Como e a origem do isso, a cosmologia de cads grupo social
planeta, das coisas, do hornem? Essas sao as e urn reflexo da cultura e do memento his-
prlmeiras perguntas que 0 homern faz a si t6rico de quem a inventa, "Os mires colocam
rnesmo, Sejam incligenilS,african as, orienrais, 0 que e mais Irnportante na culrura local com
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~ INTRODUC;AO f i E
uma importancfa.propercional nOS mitos de
criacao", diz Rodrigues. Logo a sol e a agua,
essencials para a producao agricola e a So-
brevivencia, sernpre ocuparam lugar de des-
taque na mitologia das civilizacdes antigas.
Muiras historias sabre a origem do mundo
comecam contando como esses reeursos {o-
ram criados au controlados pelo homem,
o m ito do Genese
na sce com o um a critic a
a o sis tem a produ tivo . Eu rn te xto a n titrib uta ris ta .
sores babilonios, para quem Marduk, 0 Sol,
era 0 dells supremo e criador de todas as
coisas, inclusive da luz.
Ainda contando a tragedia dos povos de
Israel e Juda, os capftulos 2 e 3·do Gene s e
mosrram 0 que acontece quando urn cam-
pones perde aquilo que e rnaisprimordialpara sua sobrevivencia: a horta, "0 sentido
da palavra que traduzimos parajardim, em
hebraico, e horta", diz Rodrigues. Ao ser
expulso do Eden e perde-la, Adao camera
"0 pao com 0 suor do rosto" e Eva senrira
aurnentar "as dores do. parte" porque, emvez de teI fillies de 7 em 7 anos, como era
9 habito, tera de engravidar mais vezes
para o casal ter rnaisfflhos e mao-de-obra,
Trabalharido para cs babilonios, eles preci-
savam produzir mais para pagar irnpostos.
"0 rnito nasee como uma crlrica ao sistema
produtivo da epoca. E urn texto antitributa-
rista", afirma Rodrigues.
Segundo a rnitologia ioruba, no infcio des
tempos havia dois rnundos: Oru111,espa~o
sagrado dos orixas, e Aiye, que, seria dos
fiomens. feito apenas de caos e agua. Por
ordem de Olorurn, 0 deus supremo" o orixa
Odudua veio a Terra trazendo uma cabaca
com ingredientes especiais, entre eles a ter-
ra escura que jcgaria sabre 0 oceano para
garantir morada e sustento aos homens,
Para a tradieao religiosa chinesa, 0 caos ini-
cial era COlnO urn ovo no qual entraram em
equilfbrio os principios opostos, yin e yang.
Desse equilfbrio nasceu Pangu, glgantede
eujo eorpo se formou a agua, a terra e oSol.
A s vezes os mites de criacao sao verda-
deiros tratados politicos de suaepoca. "s6
compreendemos 0 10 capitulo do Gene s e se
entendernos a catastrofe dos povos Cjue 0
escreveram", diz Rodrigues. A cosmologia
judaico-crista foi escrita par povos dos an-
tigos territories de Israel e Juda, Ievados aforca para a Babilonia, onde pagavam tri-
bums. "Quando clizem que 'antes a terra
estava vazia e sern forma', eles nao se refe-
rein ao planeta, mas ao territorio del es, gue
ficou devastado e abandonado apes a inva-
saodos povos assirios." A ordern de criaCfao
das coisas no rnito 'e uma.provocacjio aq
poder local. A primerra [rase c lop Gene se diz
§'lJeDeus fez a luz. 56 no 40 ilia Ele criaria
oSo~J contrariando a cosm01ogia des Q,pr€s -
A V ERSAO D E QUEM LEA'cosmolcgfa das religioes geralmente e
elaborada a partir de mites rnais antigos.Ab se aproptiar deles, elas 5e alimentam do
mite e-ao mesrno tempo 0 fortalecem, Afi-
na1, elas transformarn as Iendas em alge
mais que a realidade: a verdade de Deus, E
e nesse processo de assimtlacao que geral-
mente os mites sao organizados em Iivros.
sagrados, quando tambem enrram emjogo
as interpretacoes e tradicoes orals e escritas
que vao orientar sua leitura pelos fieis,
Os mitos do Gene s e , por exemplo, foram
escritos entre os seculos 8 e 5 a.C., mas a
organizacao deles nurna T o n i s o comecariano seculo 2 a.C, Nessa 'epoca, e provavel que
o texto tenha sofrido mudaricas e adapta-
~6es, segundo os ideais do judaismo nascen-
te·. A propria escolha dos textos tarnbem
obedece os criterios da religiao que 0 orga-
niza, COlTliO' aconteceria cOU) o N o vo T es ta .-
mento, no inlciodo cristianismo,
M e s m o fora d o s 1 ( \f r0S S a g r a d o s, as : t rad i -
g O , e s e interptetac;oes dos mites de criac;ao
fundamentam valores, regras morals e de
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eornporramento para seus seguidores. "Ha criacao e desrruicao do Universe: Brahma
texros rabfrucos que interp ret am cada linha cria, Vishnu preserve e.Shiva 0 destr6i para
do Gen e s e para mostrar que a rnulher nao que 0 ciclo recomece. Para criar 0 mundo e
pode dar testemunho em publico. Porque, os hurnanos, Brahma fez dais deuses de si:
quando ela tomou alguma decisao, levou 0 Gayatri e Purusha, 0 hornem cosmico de
hornern ao erro e ao pecado. A partir dai onde foram feitas todas as coisas. Mas, en-
aparece toda a quesrfio da sujeicao da mu- quanto alguns homens nasceramda boca de
lher" , diz Rodrigues. As tradicoes cons- . Purusha, e se tornaram sacerdetes, ou-truldas < ? p~rtir do te~tO as . v:z.es se
*ros nascerarn d o s _ pe s, e =t~tnaTam
tornam rnais fortes no rmagmano do os escravos da sociedade indiana.
que os originais. Quando lembramos . 0 exemplo da sociedade hindu ede Adao e Eva no paraiso, e comum apenas mais urn exernplo de como os
pensarmos.na ma9a, como retratado na mitos sabre a criacao do Universe fazern
imagern da pagina anterior. Apesar de a pa - bern mais que resolver quest6es exisrenciais
lavra mat;a nao aparecer no texto do Gen e s e . ao esta belecer relacoes de poder e deralhar
A ccsmelogia do hlnduisrno tambem ex- codigos de conduta. 0 que fez deles ferra-
plica, alem da origem do rnundo, sua orga- meritas Importantes para a ceesao social.
oizaqa0 social. Segundo 0S Vedas, 3 divin- como parte indispensavel cia cultura e da
dades sao responsaveis pelos ciclos de idenridade de urn POVQ. ®
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~ H IN DutSMO ~
U rn l ivre abertoEntenda po t que o s Vedas , escrituras sa gra da s m a is antigas
da h is to ria , sa o ao m e sm o tem po o rig em cia un idade
e cia diversidade da s m u ltipla s co rren te s do h indu ism cTex to And re Santoro e Andre Victor Sartorellr
Hcerca de 3 500 anos, as comu- deus com cabeca de elefante, que teria
nidades na regiao do vale do In- passado as palavras para 0 papel. Lendas
do, atualno~te da India, c.omet;a- a parte, os historiadores estimam que os 4
ram a orgaruzar um dos sistemas Vedas - RigVeda, Yajurveda, Samaveda e
religiesos mais antigos de que ternos noticia: Atkarvaveda - teriam sido compilados en-
a .hindrrismo, Suas crencas forarn transmiti- tre 1500 e 900 a.C. Mas, seja qual for sua
das oralmerrte de geracao em geraeao por origem, e nostextos vedicos que estao os
muitos seculos a te serern transcritas nos Ve- principals €onceitQs e simbolos do hin-
m.as,conrpilacaodehinos e preces considera- duismo, os deuses, lend as e ensinamentos
da Garno0 primeiro livro sagrado da hisroria. que dao forma e unidade a religiao.
oconteudo dessa literatura sagrada, com- "A esseneia da tradicao dos Veda s
e0
posta de 4 volumes de texto em versos, ex- respeito aos ancestrais e a vinculaeao aos
plica ao mesmo tempo a unidade e a va- deuses", afirma CarlosEduardo Barbosa.
riedade das multiplas correntes do ._,:... "Essas condicoes pautaram 'e pautam
hin~U.Ismo. Grac;~s.a alguns .de seus 00 todas as correntes do hindufsmo. Pal'ensinarnentos ma r s Import antes, esse isso, esses livros s a o aceitos como tex-
conjunto de livros e sagrado para mais tos sagrados por todos as seguidores
de 1 bilhao de pessoas que seguem seitas de todas as correntes", afitma 0 cientista
tao dlferentes a ponto de serem monotefstas, da rciigiao Joachim Andrade, autor de uma
politefstas on panteistas - e ainda assim in- tese de doutorado sabre a cultura hindu.
regrarern a mesma religiao, Os Veda s forarn cruciais no periodo inicial
Os historiadores acreditam que a primei- do hinduismo, porque ajudaram a aglutinar
ra versao dos Ved.as em papelseja do seou- varias crencas pre-historicas em um mesmo102 a.C.~quando 0 povo hindu desenvolveu sistema religiose. Mais.tarde, 110 seculo 9,
urn sistema de escrita. Segundo a lenda, a religiao passou por urn processo orga-
eles teriatn-sido organizados pOT Vyasa, nizado de unificacao, e os textos vedicos
um sabio que seria a encarnacao de Vishnu, foram igualmente importantes para garan-
deus que em todas os cielos de, e:riayao e .tir a reuniao de varias crencas diferentes
d es o'u !c;a o d o Universe elabora asescritu - em urn meSIDO' sistema religiose. Na epoca,
ras e m 4livrQs, para garantir q4e os dtn- por influencia de urn sacerdote hindu
tiC08 se I?rbpagQem e se eternizem, 0 ch amad e Adi Shankara, varias correnres.do
mesrno Vyasa seria re sponsave l per outros hinduismo que nao acretlitavam nos,anti:g<;)s
textes sagrados do hindufsmo, como 0 textos.sagrados reconduziram os 4livros ao
Mahabhuram, ditado _porele a Ganesh, 0 seu espaco privilegiadc nos riurais. ~ te
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~ HINDutSMO ~
E n t re h in d u fs t a s ,v a r a s s a o t r a r a d a s
c o m o S llc e rd o f e s
N o o n d e n t e , 0 c u l t o a s V a m e : - : t i i j o c o m e V i i i
d e s p H n c i p a - is s i m b o l o s d o h i n c y i s m o . E , d e f a t o ,
o a n i m a l t e m u m s t a t u s t f i f e r e n c i a d p n a m a i a r i a
d a s c o r r e n t e s . c ia r e , l i g ia o H i n d l j . f / o . o r i g e md a s s a a d o r a ~ a o r e m o n t a a e p e r l ' o d o e r n g ll e a s ,
V e d a s t o r a m c o m p o s t o s , a J J la t t i r d e 1 .5 0 0 a X .
" l h n a d a s e x p J i c a ~ j j e s e 0 f ' a t o d e o s h a b i t a n t ~ s
d a a n t i g a i n d i a s e r e m p a s t o r e s n o m ~ d e s ,
q u e d e l J e n d i a m d o g a d o p a r a a s o b r e u M n G i a
e , p e r r a n t o , p re ct s a v am p r o t e g e r s e u s
r e b a n h o s " , diz 0 espeEialisla f a r lo s t id u a rd o
B a r b o s a . : t I . i n d a a s s im , n O 'e n t a n t o , 05 a n i m a i s
e 'r a m s a n i f l c ~ d e s e m H t u a i s - m a sa s v ac a s
l e it e j r . a s e -r a m p o up a d a s . E s se s slv o - c o n d u to
d a s fem~as e e ita d o e m a l g u m a s p a s , s a g e n s
d o I 1 r o p r i o . R i g v e d a , d p M a h a b h a r q t r r e d e u r ni m p ' o f t i \ l n t e € O d f g o d e c o h d u . t a d o s h in d u s , 0
N I : a n L ! ; ' - , s m i r t i( t a m b e ]J 1 .C 'o o n e o fd o c o m o A s L e is
d e M a n u ) , e ~ c r - j t u a p a l ' t i r d e 2 0 0 a . C . . C o m 0
~el l1po,as v a c a s f o ra m g a n l i a n d o im p o t t a n ci a
e ~ c a d a ! l e i m a i s , p as s a r a m a s e r assedadas
a s p ri n o p , a is ; d i l l i n d a d e s d o h i n d u f s m o . H o j e ,
e m a l g u m a s s e il a s , a a g - f e s s a o c o n t r a 0 a n i m a l
e q u i v .a le a u m a te n ta ~ o c o n t r a u m s a c e r d o t e .
~ D IV INASTETAS ~Na h istone do culto ao gada. bois podiam ser sacri f tcados Vaca s le it ei ra s, no lo .
porque seu eonteudo era aberto 0suficiente incorporam urn conceito filos6fico que estapara cada grupo tirar dele sua propria .in- na origem de todo 0 sistema de crencas.hi n-
terpreracao e multiplicar ainda mais as dufsta e permanece vivo na maioria das cor-
correnres hinduistas. renres existentes boje em dia: 0monismo.
~ "Segundo essa filosofia, somes todos
A M U LTIPL ICA< ;AO D E CREN< ;AS ~ partes de um a coisa 56 , que e um a es-
"OsVedas , sio textosrituaHstic~s,e MO pe~ie de inteligencia ~ivina", diz 0hi~-uma enciclopedia de procedirnenros toriador Edgardi Ferreira Neto, da Uni-
r elig io so s" , d iz C a rl os Eduarde Barbosa , versidade do r;star le d o R io d e Ja neiro ,
e spe cia lis t3 e m cu ltu ra hIndu e p ro f e sso» d o Esse pri'u ,c ipi0 d e t0lell'an~ia a cutresInstitute de CuItu ra Hindu Naradeva Shdl., credos pl'eS~Iilte nos Vedas gistinlro e a re-em Sao Paulo. Alem disso, todos os textca ligi'iiohindu demuitas ourras, ern que a fe
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alheja nao e vista com bons olhos,e per-
mite urna corrvivencia pacffica entre as
co rren tes q ue naseem d e c a da l nt er pr et ac a e
diferente que ele permite, Carlos Eduardo
Barbosa, que ja fO l a india varias vezes, da
urn exemplo cia unidade que existe entre
os hindus, apesar cia diversidade de cren-
9as. "Nasruas, em todos os cantos, voce
encentra devotos do deus Ganesh, par ex-
emplo, convivendo em harmonia com de-
votes de-Shivs . Pessoas que eultuarn divin-
dadesdiferentes se respeitam mutuarnente,
pois tedos se recenhecem como hindusautenticos, apesar das di fe rencas ."
E aqui vale dar urna ideia do que e avariedade de crencas do hindufsrno. Em
relacao aos cultos, existem 4 principais:
vaishnavas, shaivas, shaktas e smartas.
EIltte9,l~tras particularidades, cada uma
I!)&HC5ntra seus rituais de de:vo<;Eto em
d u s e s especfficos - noshaivismo, poi
exernplo, a divindade mais respeitada eShiva. Outre tipo de classificacao leva em
conta a filosofia de vida e a interpretacao
dos textos sagrados, Nesse campo hapelo me:n .o~ 6 e s co la s p ri n c; :j pa i S -: sankhya ,yoga, Jiyaya , va ish esh ik a, purva rnirna:q.l:-
sa _.vedanta _.todas tern, igualmente, su'}s
respecnvas subdivisoes, "Trata-se de uma
religiao que incorpora a sabedoria de
varies rnestres, e gue, par isso, able es-
pac;o para Iniimeras interpretacoes", afir-
rna Joachim Andrade.A variedade e tao grande que segui-
dores de crencas monoteistas, politeistas
ou parrtefstas - que acreditarn em urn
deus universa l , em varies au na presencedeles e m foda s as caisas - tomam banho
juntos no mesmo rio Ganges, todos de-
baixo do grande guarda-chuva hindufsta,
Os shaivistas adorarn Shiva, mas recon-
heeema ~x:istencia de Ol I t rOS deuses, logo,
s a Q jDcil i teistas . O sva isbnava s g13ud,igls.s a p
d ev oro s ex clu siv es d e K ris hn a, e s ao C011,-
siderados m:Qno-t~istas. Ja os vedantas
a cred ita rn €}_ 1!leredo a tJRiverso e a.reali-
dade ~a0expressees d~ Brahma, priacfpio
infinito, sern passado nem futuro, e se
encaixarn na categoria dos panteistas.
Apesar das diferencas fundamentals, essas
correntes tern pelo menos uma coisa em
cornum: "Tod as as correntes aceitam os
Vedas como escrituras sagradas", diz C81'-
lo s E d u ard o Barbosa,
Para rnuitos, a descentrallzacao da
doutrina e a grande responsavel pela sua
riqueza. Mas diante de tanta diversidade If
na tu ra l qu e surjam correntes q ue se distan-
clam e, em algunscasos, acabam se trans-
fo rmand t r em:r~ligiQes Independentes , T I0
case do budismo e dojainismo, que surgi-
ram do seio do 'h indu isrno an tigo e re iinem
seguidores ate 11Oje .0 budismo surgiu por
volta do seculo 6 a.C., por causa do des-
contentarnento dea1guns sabios e sacerdo-
tes com 0S ritnais.esacriftcios difundidos
Q,QsVedq:s, e:ntremutps ca ra cterf sn ca s d es
te no s h in du s. C} j_~ in i smo , q u e s e o rg a ri iz oua partir do secule 7 a.c., tern com o ba se
dourrinaria 0 principle da nao-violencia
contra rodos osseresvivos como forma de
alcancar a elevacao espiritual, Outra cor-
0,prin ctpio d e
tolerancia dos Vedas
distingue 0 h i ndu t smo
de outras religioes
rente que ganhou contornos de religiao
independente foi 0 s ik hism o , q ue surg iu no
seculo 15 e defende a impossibilidade de
enca rna cao e represen tacao de D eu s, entreoutros principios. De uma forma ou de
outra, todas beberam da rne sma fonte an-
cestral.rantes de assumirem sua 'propria
identidade. Segnindo seus carninhos como
retigj ,oes indepeadenres, ela s ta m bem
p re se ry ar am o id ea J "d e t o le r a. n ci a e u lr iv ado
nas cjVtli,za<;0€S do vale do Indo, Nurna
r~egiao em que tantas religioes nasceram,
i s so .p rovave lm e r it e foi um a eond ictie fun -
damental p ar a s u a e xi St@ 'n c: ia .0
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A origem do s is tema de ca s ta s da Ind ia . q ue con tinu a em vigor apesar da
proibicao do governo , rem e te aos an tigos texto s sag rados do hinduisrnoTex to A nd re S an to ro e A nd re V ic to r Sa rt or el li • I lu s tr acao Evandro Berrol
Div i sao ancestral
Varias so cied ad es .e onte m pora ne as < ;6 es b ud is ta s sabre 0 l ivse-arbfs r io , que at~cern seus mecanisrnos de divisao hoje criticarn explicieamenre a divisao dos
d a p op ula ca o, S e gu nd o. diferenres h indus em castas, O s brahmius r rararam de
criterios, de maneira rnais au me- Instituir o·sistema definitivarnente. no livro
nos in fo rma l , com au sem aval do Estado. Manu Stnriii, tambern conhecido como As
Urn dos mais ansigos.e misteriosos.de todos Le is de M iln U. Escrito a. partir de 200 a.C;
e1e$ e 'o complexo sistema decas tas .dsdndia , ele ,denne objerivamente.as eascas e as : atri-
~l~e existeM. pelo meno s dois.milenios: Sua bu i< ; :6esdos integrantes de cada um a .
@ t ig ! i ! i: n se perd e n a hist6ria, 111as a s prirneiras N o S t ' i lt im bs .2 m il anos, 0 sistema tornou-
re ferencia s a ele esdio nos Vedas, rextos sa- se cada vez mats rfgido e cornplexo. No.5
g ra de s m a is a ntig os d o h in du fs m o . Nos I iv ros , u ltim os secu lo s , po r exernplo , a atribuic;ae
existem 4 cas tas originais, que passaram pQ r de casta passou a ser hereditaria - alguem
v a ri as t ra n s fo nnacoe s e se desdobrararn B : ! 1 1 que na see ern U FI1,acas ta inferior tern querrn iltipla s ca te go rie s a o I on go d o te m p o. "f);@- conv iyer co rn a s ina du ra n te toda a vida,je existern milhares de castas no pais", • eJl'1-Duit0S casus . E, para se_adaptar a sa firm a C arlo s E du ard o Barbosa, espe- \ 5 0 ~ r nu d an ca s s oc ia ls 0mirne ro de casras
crallsta em hindulsmo do Institute e.StlbeaSras se rnultiplicou aos.milha-
Narayana, em Sao Paulo. J:€S. Uma das novas subcastas e adosA referenc. ia . ;na , is an tiga ao sistema dali t s , eons lderada U rn segmenre it par-
de castasesra num hino do R i g v e d a s o b r ~ o. te O ll uma subcasta 111fel'iQren-H-e es s bu -
sacriffclo do dells Purusha, de cujo corpo dras. Trabalhadores cia industria de como,
teriam se orlginado as casras nasquals ainda scm-terra, varredores de rua, arnistas de
se divide a sociedade indiana. D e sua boca, rua e mendigos cosrurnam pertencer a essa
nasceramos
brahmins. De seus braces, vie- categoria,E m algum a s
regioesda
India,
ram os l,shatriyas. De suaspernas, surginlm eles sao proibidos de ter qualquer contate
05 vaisbyas. E : de seus pes , os shudrf~s Cveja Com membros de ourras castas.
aQ i a d o ) , 0 Bhago ) l a d Gita, fragmento mais Apesar da aparente crueldade, 0 sistema
famoso do epico Mahabha r a t a , que pp@va- e eonsiderado pot 11'I1.1i'1:05 hindus como 0
velrnente corneceu a se r escrito p or v pI ta 9 . 0 unico ml! i 'd de i n , s e r . c ; : a d , e pan ic ipa< ; a o s o ci a l.
ane 500 a.C. , tambem se refers exp!idtamen. "Para n o s , ocidentais, 'p~n.'ece algoinjusto,
t e a s eastas e t r a z 1 i ~ o e s s o s r e c _ o m Q _ s . . ~ .< z € \ j n . - preconceiniosn, mas nao e sssa a . 1Jisao da. . .
BOlitar de aCQlido com sua categoria social. maioria dos indian-oil', afitma B a rb os a. "M u i -
a Bp . aga . v ad~ i t a l al fas , e cons iderado por' tosse es fo . t : '<;_ama rm s e m anter ~m sua s cas-
muir9s estudiosos do'hindutsmo como uraa tase-reeliaar-deferma cHgnaa ~tla ativldade,
r e. a f; a o d e s sacerdotes (brq .hmins ) ~s @Fega - po r raais s imples que e la seja." 0
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~ CADA UM NA SUA ~o h indu tsm o tern 4 ca sta s principa ls e um a ca tego ria independen te pa ra a s "scm -ca s ta " .
A t u a lmen t e 0 s i s t ema e bern m a is co m plexo e tern m i lh ares d e ca teg oria s d iferentes.
A c a s t a bra/ lmin e a m a ts a lt a e n t r e 0 .5 h in d u s E r e u n e
H d e r e s r e l i g io s o s , p r o f e s s o r e s e l n t e le c t u a is . F o r a m
o s i n te gr a n t e s d e ss a c a s t a q u e n r q an iz a r a m a m a t e r i a
d a s - t e x t o s s a q r a d n s d o h in d u is m o , S ,u a o r i g e m s a o
o s vaishyas, a r t e s a o s q u e v iv ia m n a s c o m u n i d a d e s
h il i d t i s a n r e s tr a is e t e r i a m a p r e n d i d o a r e a li z e r
r it u a l s e c an n c o s e m h o m e n a g em a o s d e u se s .
A p 1e , b e , q u e n i l o t i n h a a c e s s n a s d e c t s b e s
politicos, n a o p a r t i c ip a v a da s g u e r t a s e n a ot i n h a p e r m i s s a o p a r a s e i n t r o m e t e r e m a s s u n t o s
r e li g io s o s - e m b o ra p u d e s s e p a r t i c ip a r d e r i t u a i s e
a p r e n d e r a s e s c r t t u r a s , e m alguns ( a 5 0 5 ' - t o r m a v a
a 3 " ( a s 1 a , ~ t r e o s h i r f d u s . A t ll a lm e n t e , e la a b r iQ " a '
c o m e r c ia n t e s , a r t e s r o s 'e e a m p o n e s e s .
0 5 g u e r r e i r o s e p o l i t ic o s f o r m a m a 2 ' c as ta e n t r e 05
h in d u s . E le s t 'e m a c e ss n a o s e n s i n am e n t o s r e l i g i o s o s ,
m a s n a o p o d e m passe-las a d ia n t e - t a r e f a q u e r e b e
a o s brahmins. O s ksh/WiY~ t a m b e m t e r i a m
o r; g e m n as c o m u n i da d e s d e artesaus, a l im d e
e s t a h e l e c s r u i n g r u p o p a r a ' p r o t e g e r ' G S h a b i t a n t e s
d e i n v a s f i e s , b a s t a n t e f r e q U e n t e s n a a n t i q a r n d i a .
S H U D R A
A c as ta m a t s b a ix ad e sc r it a n o s t e x t o s sa g r a d 05 e a
d o s a n tig o s estravos, h o j e owpada p e l o s i n d ia n n s q u e
r e a l i z a m t ra h a l h u s m a n u a ls p o u t n v a l o r i . l a d o s . C b m d
s a o o s m a i s d i s ~ r i m i n a d o s , t a m b e m s a o , o s q u e m a is
l u ta m , p ar a a s s e q u r a r a ig u a l d a d e d e d i r e i l o s n a r n d ia .
Atea independenda d o p a I s , e m 194~, o s s h « d r a s n a o
t inham acesso a v a r i o s s e t v i ~ o s e e m p r eg o s p u 6 1 ic o s ,
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~ R E L IG IO E S C H IN E 'S A S f*
A fe ueh inaove aNo pals. rna is populoso do m undo, 3 doutnnas se influenciam para
form a r um a religiao que so existe l a - e explica 0 jeito c h i n e s de serIexte J o s H r W 1 O s C O Botelho
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"T odo chines e taolsta em casa, con-fncionista na rua e budistana ho-
rada motte". Para rnuitos estudio-
50S, esse ditado chines resume acomplexa espirrtualidade da nasao mais
antiga do rnundo, Em seus S mil anos de
historia, a Chinateve a alma moldada pelos
Iivros dessas 3 doutrinas, surgidas ha mais
de 20 seculos, Por 1SS0, apesar do vertigi-
noso crescimento economico que moderni-
za a pais a toque de caixa, quem quiser
entender a China de hoje precisa voltar a
olhar J:'>axaa passada distante. Enquanto
arranha-ceus e caateiros de obras mudam
a face das milenares metropoles chinesas,
Confucio, Tao e Buda ainda explicam mui-
to sobre -os chineses e sua relacao com 0
mundo. Em vez de se excluirern, essas dou-
trinas se misturam como ingredientes de
uma poderosa salada espiritual- a chama-
da "religiao tradicional chinesa", que inclui
de filosofia e regras de etiqueta a magias,
talismas e reencarnacao. Nas proximas
paginas, voce vai entender como se forrnou
essa tdade sagrada, cujas origens se per-
dem ITalenda e cujos ensinamentos regem
a vida demais de 1 bilhao de pessoas.
Num pais em que sabedoria conta mais
que santidade, nenhum sabio desfruta de
tanto prestigio quanta Kung-Fu-Izu - 0 "Ve-
neravel Mestre Kung", tamhem conhecido
] 'lor seu n om e Latinizado, Confucio, Nascido
no.seculo 5 a.C. - uma epoca de guerras,
fome e miseria -, Confticio estava rnais inte-
ressado em reformar 0 rnundo dos hornens
c 1 0 que em desvendar os misterios do Univer-
so. E buscou 0 antidote para os problemas
sociais em classicos da civilizacao chines a:
ae longo da vida, ele compilou, editou e C0-menton urn conjunto de obras hoje conheci-
das como Cu is sic os C o n fu cia n os ( le ia m a is na
pdgina24). Nos seculos seguintes, discipules
e seguidores reuniram os ensinamentos do
mestre nos Ana l ec ta s e transformaramo con-
fucionismo ua ideologia oficial do imperio.
A filosofia de Confucio se baseia no con-
ceite de ten, termo que pode ser traduzido
por "benevolencia" ou "humanismo". Para
ele, urn sabio deve medir suas ac;6eii tendo
em vista 0 bern da humanidade -tanto as
geracoes presentes quanta as futures, Esseapelo ao altrufsrno universal se resume na
maxima cunhada pelo mestre 400 anos antes
de Jesus Cristo: "Nfio facas aos Olmos 0 que
nao desejes que te facam", Outre conceito
essencialdo confucionismo e 0 ii, que podeser traduzido como "ordenamento social".
Confiicio acreditava que 56 poderia haver
harmonia. entre os homens se cada individuo
seguisse a risca as normas de sua soeiedade
- incluindo respeito a hierarquia e etiquera,
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~ R E L I G IO E S C H IN E S A S 8f
22
"Socialmente-- ou seja, 'na rua' - o chines
moderno ainda e profundamente confucia-
no", diz 0 sin6logo Andre Bueno, do Depar-
tamento de Hist6ria e Filosofia da Faculdade
Estadual de Uniao de Vitoria, Parana, 0
apreco pelas regras de etiqueta pode parecer
estranhoaos olhos de outros povos - urn
tipo de cheque cultural que ocorre com fre-
quencia entre empresarios ocidentais que
van fazernegncios na China. Urn exernplo
bematual da obsessao confuciana por esses
protocolos: entre os chineses, cartoes comer-
ciais devem ser apresentados com os bracesestendidos, uma suave reverencia com a
cabeca e a palma das maos voltadas para 0
interlocutor, Quem entrega sen cartao com
.displicencia se arrisca a arruinar transacoes
milionarias, Exagero? Nao, confucionismo.
Apesar de sua influencia sabre a espiri-
tualidade chinesa, a confucionismo esta
mais para filosofia etica do que religiao,
Confucio nada disse sobre vida ap6s a mor-
te, e h : : l . quem diga que era ateu. Para Kung-
Fu-Tzu, 0 sabio deveria fazer a bern pelo
bern, sem esperar recompensas divinas. 0que soou muito estranho para os rnissiona-
rios cristaos que chegaram a China a partir
do seculo 15 e passaram a descrever a con-
fucionismo como "religiao oficial" do pals,
E verdade que 0 cetico e pragrnatico mestre
Kung pregava 0 respeito aos citltos tradicio-
nais como forma de coesao social. Mas foi
nas outras duas faces da triade, 0taofsmo
e 0 budismo, que a alma chinesa saciou seu
apetite pela transcendencia,
MANANCIA L D E SU P ER ST I< ;O E SPara alguns, estudiosos, 0 taoisrno e a 1ri.ga
mais forte do temple espiritual chines, e sua
influencia sobre pr.aiiCas tipicas da culrura
chinesa, como 0 feng shui e 0 tai chi chuan,
sao provas disso. A palavra Tao - "caminho"
ou "curse" ern mandarim - indica.a forca
primordial que mantem 0 Universe em equi-
librio, Nao e uma divtndade antrepomorfa,
a rneneira judaico-crista, mas uma espesie
de energia impessoal que se move por trois
rilerudo que existe. Segundo 0 raolsmo, 0
fluxo do Tao € r eg id o p ela tr an si ca o entre yin
e yang, os pares de opostos que formam 0
cosmos: macho e femea, luz e sombra, quen-
te e frio etc, Essas ideias sao antigas cornoa
China e remetem aos xamas da Pre-Historia
- mas 0primeiro a elabora-las em forma de
filosofia foi Lao-tse. Embora nao sesaiba ae
certo se ele viveu uma gera¢o antes ou 100
anos depois de Confucio, todas as referencias
concordam que ele foi 0 autor do primeiro
canone do taoismo, a :rao T e C h in g Oll "Chis-
sico do Caminho e da Virtude",Se 0 ideal de Confiicio era refermar a
sociedade, 0 de Lao-tse era harmonizar 0 ser
humane com 0 Cosmos. "0 homem segue a
Terra, a Terra segue 0 Ceu, 0 Ceu segue 0
Tao, e a Tao segue a si mesmo" -e urn dosversos mais farnosos de sua fascinantee
obscura obra. Mais individualista que Con-
fiieio.Lao-tse pregava. urna vida Simples, em
comunhao com as energias da natureza e
longe-das turbulencias dapolfnca. Essa bus-
ca. de equilfbrio entre 0 indivlduo e 0Uni-
verso e 0que rege, ainda hoje, a disposicaodas mobflias segundo 0 feng shui, os rnovi-
mentos do tai chi chuan e os exercicios de
disciplina das artes marcia is chines as.
"Ate 0 seculo 14 ,0 taoismo era uma filoso-
fia de vida, principalmente. Depois , tornou
ares de religiao", explica 0 sin61ogo Bueno.
Em sua vertente mfstica, 0 taofsmo se apro-
xima do animismo - a ideia de que todas as
Lao-tse pregava
uma vida simples,em com unh ao com
a s energias d a n atu re za .
coisas, incluindo pedras e plantas, sao dota-
da s de "espf.rito" e "poder". D a l a mul t idao de
feiricos, encantamenros e simp-arias que 0
raoismo assimilou com Q tempo. Na.Idade
Media, o s s ae erd ote s ta ois ta s nao se lim ita -
yam a rnedi tar: IPraticavam a alquimia, bus"
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A pr~ticad o t a i c h i c h u a nb u s c a 0 e q u i l i b r io c am . an a t u r e z a p r e q a d u p e l o I s o ;
cavam a imortalidade em elixires magicos e ta Gautama (0 Buda) viveu na epoca de Con-
diziam ter superpoderes, como 0 de voar fucio e Lao-tse - mas fol so por volta do se-pelos ceus a noire, Ao lade da vertente fllo- culo 1 a.C. que obras budistas chegaram it
sofica, muitas supersticoes do panreao ta015- China, com viajantes que cruzavam 0Hima-
ta continuam vivas a te hoje. Umexemplo: laia, Entre os conceiros budistas que "co-
quando urn chines tern problemas do- ~ Iaram'vna China esta 0 "nirvana", es-
mesticos, costuma por.a culpa na pre- • tado de elevacao espirirual em que
senea de genies rnal-humorados em sua todo sofrimento desaparece, e 0 "sa-
casa, O'jeito e contra tar os services de msara", ,que pode ser entendido como
algum sacerdote'raofsta especializado ern reencarnacao. Durante seculos, monges
exoreismos - cujos rituais se parecem COm as chineses traduziram obras em linguas india-
da umbanda brasileira, com direito a banhos nas ecompuseram sells proprios rratados em
de sal grosse e golpes de folha de arruda nos mandarim - 0 resultado disso tUGO e a cole-
exorcizados. "Mesmopara quem vern de urn <;aoconhecida como G ra n de T e so llro d as E s-pills como 0 Brasil, a quarnidade de crencas crituras, cornpilado .no seeulo 10.
e superstiqoes populates q_ueexistern na Chi- 0 budismo original se dividia em duas
na e enorme", diz a antropologa especialista escolas: 0Theravada, mais cetico e.filosofico,
em China Rosana Pinheiro Machado, da Uni- e 0Mahayana, uma especie de caldeirao de
versidade Federal do Rio Grande do Sul. creneas qne aceita a existencia de deuses,
espfritos e criaturas f an tasncas , como demo-
nios e serpentes falantes. Poi esta versao que
fez.sucesso no pais de Connicio, dando ori-
gem a duas formas de budismo tfplcas da
China. Umae 0 chlp'l, ou zen, que misturou
CIen¥8s budistas a pnlticas de medita<;a0 do
A SAL VAc;AO D A ALMAM as C0ID todos seus feiticos e medlracoes 0
t a o f smd nada diz sobre .a vida apos a morte.
E e af que enrra 0budismo, fundado tarnbern
porvolta do seculo 5 a.C., na India. Siddhar-
23
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~ G ENEALO G IA D AS:ESCRITU RAS CHINESAS ~As r elig io es c hin es a s te rn v a rie s c an on es r elig io so s, o s ching, em m a nda rim . M a s seu con teudonao e considerado a pa lavra de D eus. e slm 0 repo sit6 no d e m i len io s d e sa be do ria h um a n aCon ftr a a hlstcria d os prin cipa ls liv ro s q ue d era m fo rm a e sen tid o a e spi ri tu a l id ade ch in e s e.
~ REL IG IO ES CHINESAS ~
I C H I N 6 ( [U C A D E J O O O A , ~ . )
C o n s i d B l ' i l d o 0 1 iv r t ; l1 1 1 a isa r n t i g o d a C h i n a , f o i , e sE n t o
p o r F u I f ! > ! ' , i m p e r a d o r l e g e n d a r i o q u e \\il l ' li m d r a g a o
e m e r g i r d a s a g u a s c o m .5 1 m b o lo s g r m m e f r i { Q s .
g ra v a d o s n a s c o st a s : 0564 ~ e x a g r a m a s - d o 1[/ling.M a i s t a r d e , s a l l io s ' i l s c r e v e r a m i n t e l ' J l r e t a ~ o 8 S p a r a
o s s i n a i s , f o r m a n d o 0 l i v r i l l C l l m g . N e s s a - o b f f i ,s u r g i u 0c o n c e i t o d e y i n ' ~ y a n g , b a s e d e t o d e
o p e n s a m e n t n ( h in e s . O s h e x a g r a m a s s a o u s a d o s
a t e h o je p 'a r a a d iV i n h a ~ o e s n a 'h i n a e n a (oreia.
T AO T E C H IN G ( C E R f A D E 5 0 0 A . t . )
M u it a s le n d a s e n v o lv e m la o - t s l l - s u p o s t t r a u t o r
d o m a i e r c l a s s i c o d o t a n is m o . • 5 e g u i l d u 3 t r l a i s
f cl l n e sa , . 0 s a b i o t e t i a a b s n d . o n a d 0 a C h in a p a r a
v i v e r cemaerefhtta e m t e r r a s o d d e n t a is . i : a lt t e r i a
e s c i t o 0 T a a T e C h in g a p e d id o d e u r n g u a r i l : a ' d a
f r o n te ir a , q u a n d o d e i x a v a s u a p ro v in c i a , A o b r a
t a l a d a r e l a ~ i r o e n t r e 0 s e r h u m an e e 0 1 1 1 0 - - fOf@p ri l T lo rd ia l q u e m o v e 0 C o s m o s . P a r a h is to r ia d o re s ,
o T d O I e C h i n a f o i e s c ti t o p e rd lv e rs a s p e ss a a s
entre 05 s e c u l o s 4 e 3 a . C . .
o c o n ju n to { li f o b r a ,q ~ e s e n tiu l i e b a s e
a e d u c a ~ o t I l i n ' e s a
d u r a n t e m i l e n i o s .
A . o b r i l t e m n I l t o t a l
1 . B livros.·Os5prind:p,~is,
m c l u e m , a l e m d o , I @ l i il l g - ,
o C b u C f iin g ( , ' C l a s s l c o
d a . H i s to f i i ') , 0 C b i C f j i n g
( " e l ; i s 5 t c o ; d a ~ o : e s i a ' ( ' ) e - o 5h i
[ h i n y ( , ' C J a s s i ( o i l a Muska") .
A NA LE (IT O S (5 00 A zbOU·. )
A p o s a m o t t e d e C o n f U c i o , s e u s s e g u i d o r e s
a c r e sc e n 1 :! m u lt ao c ah l ln e o 5 .A r ra le c t0 5 - c ' o l e g i a '
d e : 1 :I i. il o g 0 9 e d i to s d i lr n e S h 'e , c o m p U a d o s p a r
seas d i s C i p u l o 5 e m 2 l C a p i t i J l o s .
o T R I P I T A K A ( I O O A.t-JS id d h a r t a 6 a u ta m a , 0B u d a , e la ti o r o u s u a d o u tr in a
e n t r e o s s e cu i o s ~ e 5 a ,C _ - lni$ r ia 'o d e i ) (o l l
n e n h u m a p a la v r a p a r e s c r i r o ; Selts e n . ! i i r i a m e n t o s
f o r a m m e m o rf z a d o s p o r u r n a s s i s t e n t e e e m
s e g f iid a p re S f!N a d o s p e l a t r a1 ! i~ ~ o o r a l e r i t r E
m l f u g e s . b u d i s t a s . N o s e ~ u lo 1 ~ L , m a n g e s
d o S r i L a n ka u s t r an s c e g e ra r t l, d a n d a o r ig e tr l~ o
J r i p i t a k a ( " O s m ~ 5 f e s t o s U " e m P i n t ) . A o h r a t r a t a
d e < l u e s t o e s - t e o l d g j £ a f i , s ' e f m o e s d o B u d a s o b r e
- a m o r a l'e (J d e s t in o e r e . ~ ta s d e " d j s c f p l i n a p a r a
o s m o n g e s . ,0 t e x , t o . : e 0 r n n a n e d o T e r a ic id a ,
VllrsBO m a is t r u lic f o n a l f f i lo s 6 fi c a d o b u d is m o .
S U T R A S M A H A Y A N A S ( 100 A .LA I O U )
{ l u t i ' s v e 1 t e n t e - b u d i s ~ a , 0M a h a y a n a , surgiu p o r
v o lt a d o s e cu lo 1 a ; £ . M a i s m f s t i c i I : q 1 . ! 0 T e r a v a d a ,
e ' f o n t e p r i n E i p a ld o b u d is m o (h i n e s / e l a m d u t
a c r .e .h ~ e m s e r e s f u n ta st i t o s ~DroG d e " m o n i G S ,
f a l l t a s m a s e , s e r p e r f t e s g ig a n t e s ; S e u ~ · t e X t ll s
S d g r a d o s s a o o s ' r s u t r a s M a h a ' )J a n a s 'J , 119[ ,o t05
h O 'i n i ct 'o t ia e r a c r i s ta , f io f C li o m a s ; l l l s c l i t o .
G R A N D E T E S O U R . - O DAS lS t:R lmRAS (983)
N o S ft u lo 1 a .c . o s t e x t o s b u d is t a s c o m e ~ a ra ma s e r l e v a d o s a C h i l l a p o r Y i a j a n f e s q u e c m z a v a m
o H i m a la i i \, c a il e ia - d e m o fl t a n h a s q ue s e p a ra
o p a l s ' d i l I n a i a . N o s s e £ u l o s segliintes, o s e l e s
f o r : a m - t r a d u l i d o s p a r a o m an d a r im , a a n d o o ri g e m
. a f O lm a s d e b u d is m o t ip iG a s . d iI 'C n fn a , " c o I f l o o c h a n
( a u ~ e n ) e a v e r f e n t e € O i lh e r it [a c e m o " t e t ra p u r a " ,
Em 9 8 3 , asesdituras e c h i n e s foram r e u n i d a s
n o G r a n d e T e so u to t i ns fS ( f it i J tds , q u e i , n t . e q r a
m a l s d e 2 ' 1 1 1 i 1 t e x t o s i n d i v i d u a i 5 e · f a m b e r i l
i n f iu e m ; i o l lO b u d is m o It O j a p a o : e n 0 ' 1 i b e t e .
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taofsmo, A outra e 0 "terra pura", ramo maispopular, que venera diversos espfritos ilumi-
nados em vez de um unico Buda,
E assim deciframos a ultima parte do
enigmatico proverbio citado l e i no inlcio.
Pais e na hora da morte que 0 pragrnatico
chines renuncia a s preecupacoes desse mun-
do e chama menges budistas para recitarem
O S sutras - textos sagrados que garantem
sorte na proximaencarnacao. "0 racio-
cinio e simples: se corremos 0 risco de-
reencarnar, entao Ii! melhor chamar
um especialista", resume 0 sinologoBueno. Mais chines, impossfvel.
A trtade espiritual passaria por luaus
bocados a partir de 1949, quando 0 pais foi
dominado pela ditadura comunista de Mao
Tse-tung. POT sua enfase na reflexao indivi-
dual, 0 confuclonisme virou ideologia.vbur-
guesa". Enquanto i550, as praticas budistas e
taoistas eram descartadas como "supersticoes
aborninaveis", Os livros foram proibides e
muitos queimados. Mas a repressao mal
afrouxou, na decada de 1980; e a borbulhan-
te religiosidade chinesa voltou a rona, com
resultados muitas vezes.ironicos, Eo caso dodestino postumo de Mao Tse-tung, Alguns
anos ap6s sua morte, a ditador ateu pas sou a
ser venerado como espirito do panteao taofs-
ta ..Hoje.quase todos as taxis de Pequim tern
um ·amuleto no retrovisor, onde se v e a foto-grafia de Mao cercada de franjas e sininhos
- uma sirnpatia contraacidente de transite.
Assirn como sua efigie, a ideologia de
Mao tambern foi vir ada pelo avesso par
seus sucessores. Quando abriu a eco-
nomia chines a, por volta de 1988, a
reformista Deng Xiaoping justificousua traicao.ao marxismo.corn uma
tirada "tjpicameute chinesa: IINao im-
porta se 0 gato ~.pret9 au branco. Importa
que cace ratos". Nos anos seguintes, a onl-
voro qra~ao chines, que ja tinha digerido a
doutrina de Marx; fez 0mesmo com a capi-
talismo - transformando essas duas ideolo-
gias ocidentais em alga, dig-amos, bern chi-
nes. 0 que nao e de estranhar no pals de
Coufiicio, que tam bern cunhou outra maxi-
ma farnosa: "Devemos copiar 0 que adrni-
ramos.para depois supera-lo". 0
25
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~ JUDMSMO B E
R a b f n o s f ~ I € 1 T I
c o n t a s p a r a
d e ti f r a r a T o n i .
- < } . : _ 1 3 ) : 1 = = = = ~T radk ao m istica rnan tida em segrede por seculos, a ca ba la pe rrn ite
in te rp re ta r s ig n if ic a do s ocultos na s h is to ria s da T a r a , liv ro sag rado dos
ju deus . C orne esses ensinamentos podem nos lever a u rna Vidame l ho r ?
T ex to E du ard o S zk Ja rz
OFormato da Tord. livro sagrado saga. do pava de Israel pelo deserro em
d.0 judalsrno, impressiona: dais busca da 'Terra prorn.etida. Mas a riquesa
grandes rolqs de pergam~- dos pergaminhos vai muito alem, Segun-
riho escritoa.a mao com*o a cabala, tIadiC;,ao rnistiea judaica,
tinta ,~special, presos a carreteis de as 304 805 letras hebraicas da Tara
madeira e envoltos potum pano her- tarnbem contem signif,icados ocultes
dado e ornamentcs de prata. Seu -sabre Deus e as-leis G O Universe. Ao
conteudo, revelada per Deus a Moi s e s usarern chaves nuniericas e rr!:edit.a~oes
no monte Sinai, inclui os 5 primeiros livros para desvendar esses misterios, as cabalis-
da Bibiia ~ narra desde a Cri ar;.aoate at'8.S
tiram 1i~6.esdas historias narradasne
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texto. E voce niio precisaser rabino au
mesmo judeu para ter aoesso a esses ensi-namentos e usa-los para viver rnelhor,
o segredo da cabala e relacionar pala-
vras e mimeros da Totti de urna rnaneina
especlfica. E sua origem esta no Sejer letsi-
A letra s cia T O f a
con te rn s ign if ic ados
ocu lto s sobre D eu s
e a s le is do Universo.
rd , ouLivro da Criadio, obra miruiscula que
.ninguem sabe ao cerro quando e por quem
foi escrita. 0 fato e que ela introduz a ideia
de que Deus criou 0 Universe usando as 22
letras do alfabeto hebraico. "0 Genese ja
dizia que 0 verba divino foi 0 instrurnento
da Criac;ao: Deus disse 'Haja luz', e houve
luz. A novidade do Sefer Ietsira e especularem deralhes como Deus combinou essas
letras", diz 0pesquisador Daniel C. Matt
no livre 0 Essencialda,Cuoaia. 0 livre tam-
hem apresenta a ideia'das s~fitot, plural de
sefird, que pode significar "reino", "esfera"
au "conragern", conformea traducao. Re-
presentadas pelos mirneros de 1 a 10, elas
stio consideradas outre Instrurnento da
criacae do Universe. 0 livre so nao expli-
cava como usar rudo 15S0 para revelar as
significados ocultos da Tore:
A ERA DE O URO D A CABALAAte que llosecuio 13 0 espanhol Moises de
Leon publicou 0 Sefer SaZohar, Livro do
Esplendor , com as regras que consolidaram
o que hoje se conhece COUlD cabala. Ele
eonectou carla sefiri: aum modo que Deus
tern de : atuar, bern como a urn personagem
bfblico. "Asefir« de Chessed, 'por exemplo,
esra ligada ao amore a Abraao. Quandoos
cabalrstas H~emAlJraab na Tota, leern t am :bern esse aseed!o misericordioso de Deus
aruande IlO munde", diz Leonardo Alanati,
e ta CO J :l .g l 'e g a~ aoIsraelita M ine ir a ,
Alern de usar essas associacoes entre as-
pectos de Deus e passagens da narrativa, oscabalistas interpretam a Tor t i utilizando a
g . u i m a t r i ( J . , numeroiogia judaica. 0 principio
e que cada urna das 22 Ietras do alfabeto
hebraico.rdo alef ao tav, POSSU] urn valor
numerico, "As primeiras 9 letras estaoasso-
ciadas a s unidades (1, 2, 3, ..., 9); a s 9 1 ! ' ! r n . - a s
seguintes estao associadas a s dezenas (10,
20, 30, "J 90); e as ultimas 4 estao associa-
das i1-scentenas (100, 200, 300, 400)", diz 0
pesquisador David Zumerkorn no livro Os
Segredos da Guimiuria. Fazendo a s contas(veja aboixo), surgem os significados oculros
que expandem os ensinamentos do livre
sagrado, "Aparentemente, as historias da
To r d nao t~n1 rela~ao com a vida diana ..Mas
a cabala mostra que, por tras delas, ha ensi-
namentos 'profundos sobre como Iidar com
.nosso sernelhante e encarar as situacoes",
diz Samuel Lemle professor do Kabbalah
Centre (Centro de Cabala) no Brasil.
' 1 . ' 1
~ A NUM ERO LO G IA t ; { 4 < . .
A rnaternatica da novos sentidos a T o r a
f l i r l v am , a 5 f o tm a s d e i I l t e r . p r e t a r , a T a r a u s a n d o
a ' , m , l I n e r O l o g i C ) j U l f a k a _ Um a d e l a s e reladonar
, Q u a s p : a l a v . t a : s ' c o r n o m e sm a v a l n r n um e r ic o n u
dais v e r s i m l \ l s cnde essas p a l a v r a s - a p a r e c e m .
POf. exem~lor o valor. dasletras d a palavra
a m a le k f r ff e c t e n f e ·a o a n lig .o p o vo a .m a le k )
f o _ m e s l) 1 o d a ~ a la v ra safek ( " i f l i v ' i d a " O il
" i n c e r - t e z a " J . ~~raosrabal i s t as , i s s o . s i g n i f i c a
q u e a o r d em b , fb U ~ a d B m a ta r a m a l e k n a o
s e r e f ~ r e a a p o v u e m s i, m as it d u v i d ae i: I i n c e r t e ' l . < I . q U B s x t s t e m d e i l t r o d e 1 1 6 5 .
- p $ A ' )I"~'" A m a l e J ( .• Q Safel(
': 1 ,A y tn ; • • •• • : : 10h i M em •. , .40 D S a l1 1 e c h . .• .. • u.. 60
~ l a m e r f = r-» ., : ._ , •• 3 0 c > r e i • .. .• .• »..... 8 0
t » U f ;.100 r K u f • • • • • •• • . •• • • • lO O
240 240
y~~~m a l e k = ~ '} S a f e k
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~ JU DA fSM O ~
Lemle menciona 0 mandarnento bfblico
"Nao mataras"; lembrando que na Tora ha
uma passagem onde Deusordena aos isra-eliras matar 0povo de amalek. Uma baita
contradtcdo, cerro? A n~o serque se usemas centas d~ Zohar para ver que as letras
hebraic as da palavra amalek tern 0 mesmo
valor numerico que a palavra safek, que
significa "duvida" au "incerteza". "Acabala
usa a numerologia para entender que matar
Amalek nao e marar urn povo, mas a duvi-
da e a incerteza dentro de n65", diz Lemle.
", f \ guerra nap econtra 0 inimigo la fora,
m a s contra urn oponente interne, -u m lade
negativo da nossa natureza: pensamentos
<10 tipo 'nao vou conseguir' e '1550 nao vai
dar cerro', Eles sabotam a nossa vida."
Segundo 0 professor, cabalistas milena-
res usavamessa sabedoria para se tnrna-
rem pessoas melhores e crescer espiritual-
mente. Assim como cahalistas fnodefnos,
eles queriam nao apenas conipreender mais
sobre Deus mas tambem obter licfies de
vida e aeonselhar as pessoas. E, ao contra-rio do que muitos pensam, 0 rnisticismo
judaico nunca foi lim oraculo capaz de
descobrir coisas sobre 0 passado au o fu-
turo. De vez em quando alguem ate arrisca
esse carninho - pot exemplo, tentando
prever a chegada do Messias, mas-sernpre
da.errado. orabino Alanat'i lembra.que a
cabala tambern.nao tern nada a ver com
amuletos, " N a Idade Media, muita gente
escrevia formulas com permutacoes das
te tra s d os names de Deus a r r as da rnezuza
(caixinha colocada no batente da porta nascasas judaicas)", diz ele.
U M A TRA DI< ;A O SECRETAPor essas e outras, durante muiro tempo nao
foi facil ter acesso a cabala. Os candidates
lii ,nbam que ser h om e ns judeus de mais de
40 anos - e se os rrrais qualificadosespiri-
e ua lm e nte e:ra m a-ceitbs. "Os ia]jjnds temiam
que as t~Cnicascaissem nas ma~ s de quemnao tinha a preparacao necessaria. Emqua-
se todas as re:1igj.Bes,as i l luuina<; :6es_misciqls
..i'§';l A A R V O R E D A V ID A ~A estrutura do Unlve rso , segundo a cabala.
•
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dos leigos sernpre foram Fontes de risco e
heresias", diz 0 historiador Gershom Scho-
lem no livro As Gmndes C o r re n te s d a M is tic a
Judaica. A te hoje, judeus ortodoxos restrin-
gem 0 ensino da cabala. Mas algumas cor-
rentes mais progressistas discord am. "Nao
e que os cabalistas antigos quisessem ocultar
a cabala. E que nan tinharnos a linguagem
acessivel para cornpartilhar esses conheci-
mentes. Mas os avances da nossa era ja nos
permitem entende-los", diz Lern le .
situacao, Voce aprende a parar, pensar e
bus car a melhor forma de agir em cada
memento", diz Lemle. Segundo ele, isso
pode ser aplicado em situacoes tao corri-
queiras como lima conversa entre irmaos
au uma briga entre marido e mulber. "Os
o estudo da cabalalevou secu los pa ra sa ir
cia o bscu rid ad e, m esm o
en tre os judeu sPO PU LAR IZ A< ;AO D O ESTU D OAssim 0 estudo da cabala levou seculos
para sail da obscuridade total, mesmo en- cabalistas milenares tarnbem eram proati-
tre os judeus, ate a relativa popularidade vas. Abraao ensinava a s pessoas que existia
atingida nos anos 90, quando 0 Kabbalah urn unico Criador e que havia urna lei de
Centre, nos EUA, abriu as portas da cabala causa e efeito. Ou seja, ensinava uma forma
para leigos de qualquer religiao. Madonna, de encarar a vida", afirrna.
uma de suas frequentadoras, gar ante que Na busca por essa nova atitude, os alu-
tern atrafdo boas vibracoes desde que co- nos aprendem a usar ferramentas caballs-
rnec;ou a fazer 0 curso. Os ortodoxos criti- ticas. As mais simples sao feitas de cornbi-
earn a iniciativa (que inclusive foi rotulada nacoes de letras que nao tern neuhum
de cabala" pop" au "light"), mas 0 Kabba lah significado em hebraico; sao sirnplesmente
Centre garante que 0 conhecimento e 0 chaves, como ABD, que funcionam como
rnesrno e ate os livros de seus alunos*ma especie de .mantra para medlta.-sao exatamente os mesmos que ser- \ao. "0 Zohar explica que as olhos
vern de fonte para as judeus. sao as janelas cia alma. Passar os
Segundo Lemle, a prirneira coisa . olhos todo dia por essas sequencias
que 0 estudo da cabaJa proporciona e de lerras 110S ajuda nessa mudanca
uma nova atitude diante da vida. "Do rnes- espiritual. 0 processo de visualizacao ali-
1110 jeito que exisrem leis [(sieas, como a lei menta nossa alma para que possamos ser
cia gravidade, a cabala diz que existem Ieis proativos", diz 0 professor.
espiriruais que regem este rnundo, E nos Claro que ninguern vai frequentar algu-
ensina a conviver 'com elas em harmonia", mas aulas e mudar sua vida de repente.
afirma. POl' exernplo: a cabala diz que nab "Uma pessoa precisa esrudar qsica qwilltica
existe 0 acaso, e sim a lei de causa e efeito. por mu itos anos para entende-la profunda-
Tudo 0que acontece, oa nossa vida fomos mente, mas comeca aprendendo a conrar de
n6s que criarnos de algurna forma. Assirn, 1 a 10. No curse, e a mesma coisa , 0 alum)
o ensinamento mais importante para quem corneca contando ate lO'~ diz ele, acre seen-
comeca a estudar no Kabbalah Centre e tando que mesmo 0 conhecimento limitado
deixar de ter urn comportamento reativo e das primeiras aulas do curse ja possibilita
passar a ser proativo. Ou seja, deixar de ser aos alunos tirar algum proveito orr pratica,
o efeiro de dererminadas situacces e se como controlar melhor as ernocees no dia-
tamar a causa delas. <'I.-dia."Mas nada vai funcionar se nao tiver-
"Sendo proativo, voce deixa 0 papel de mos a verdadelra fnten~ao de. aprender e
vftlma, que uunca tem controle sobre a nos tornarmos pessoas rnelheres:" ®
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ta J U D A 1 S M O ~
Milagres naturais-<). : . 1 3 1 : ' C > - -
O S m ila gres d o Exodo sem pre a tra ira m 0 in tere ss e d a ciencia
E ela tem h ipoteses pa ra explica r ca da u rn delesT exte T la go jok ura • nustra~o Sattu
Aorigem do povo de Israel em!
descnta noExodo, 20livro da To-
ni, 0 texto sagrado dos judeus,
Segundo a historia, os descen-
dentes de Abraao viviam como escravos do
fara6 egfpcio, rrabalhando na construcao de
obras no delta do Nilo. A te que Moises rnatou
urn egfpcio e decidiu fugir, Em sua fuga, re-
cebeu uma mensagem de Deus para que Ii-
bertasse seu povo e 0 conduzisse , a TerraPrometida. Apesar da resistencia do farao,
ele e seu povo empreendem a jornada de 40
anos, marcada por dlversos milagres, Mi l h a -
res de anos depois, 0ffsico Colin Humplrreys,
da Universidade de Cambridge, analisou esses
fenornenos ,epropos explica~oesnatura is
para eles no livro Os M il ag re s do Exodo . E:m
vez de desacreditar os rnilagres, elas os refor-
caram, ao mostrarem como cada coisa aeon-
teceu na hora e lugar certos para os judeus.
A q ui, v oce vera a s hipoteses de Humph rey s
para alguns e ve nto s d es sa hisroria. ®
~0chamado (E xodo3 :2e3 ) ~Ali 0 An)o do Sen nor lh e apareeeu num e cham a de fogo lllle sala do rnelo de ulna sar~a, Molses
v lu q ue . ernbora a su r< ;a e sdvesse em chamaa n !u era consumlda pelo fogo . "Que lmpresslonentef",
pcnson, "Por que a sa r~a n aos e qu etm a? Vou w r 1550 d e per te ,"
1 I I@ l I t 1 1
H a d u a s h ip o t e s e s n a tu ra is
p a r a 0 f o g o q u e n a o c o n s u m i a
a s a r ~ a , a r b u s t o c o m u m n o E g it b .
A p n m e i r a d iz q ue f e n d a s n o s o lo
I l b e r a v a m ga s n a t u r a l, a b u n d a n t I '
n a r e g l a o , p a r a a superffcie, 0 c a l o ri n t e n S Q permitirta a c o m b u s t a o
d o g a s a o r e d o r d o s rb u s r o , q u e
a pe na s p are da qu eirn at A o u t r a
h i p n t e s e e s e m e lh a n t e : a d j f e r . e n ~ a
e q u e iI ,f on fe do f o g o s e n a u m a
c h a ro in e v u lc iJ n ic a , o c o r r @ n c i a
c O Q 1 u m e m lu g a re 5 l i ln ~ e ja h o u v e
v u lc o e s e m a t iv id a de . ls so ta m b e m
e x p } i c a r ia a f e r t i l i d a d e d o s o l o
n a q u e l a a r e a , 0 q u e t e r t a
a t r a f d o 0 r e b a n n o d e M o is e s.
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~ A s 10 Praga s do Egito (Bxodo 7 .2 e 4) ~
Voce t a l a l a tude 0 que eu lh e ordenar, e 0 s eu ir ,m i io Arac d lra s o f a r / J . 6 qu e debe o s i sr a el lt a s satrdo pal l ;" , el e nae OS'cuv l r a , E ' n t a , . o p ore la m ln h a m ~ t;)sabre Q ~git0 e com pcde ro s os
a to s d ej ul zo tlr ar ei 0 0 E g it e QS r neusexe r c i te s , 0 rneu p O V O ; os i s raeh tas,
lO iM O R T E 0 '0 5 P R 1 M O G E N IT O S. . f T ra d i t i o n 'a h n e n t e , p r im o g e n f l o s t e r n
f o p tiv i 1 ~ g 1 0 d e s e a 1 lm e l i t a r q u a n d o n a o
~ h o i a l i m e n t o p a r a t n d o s. M a s 0 b e n e f l t i o
l , se i n v e r t e a o e e m e r e m o s c e t e a t s
~ [ O n t a r n i n a d o s p e 1 a s f e z e s d e g af ah h o t o s .
T9 ~ ~ .~ .~ .~ w A .Q ~. { I s 3 d i a s d e m u r i d a o e r n m a r ~ o m i a m
c o n s e q l i e n ci a d ~ u m a . d e n s a t e m p e s t a d e
d e a r e ia , q u e t r a n ca f i a o s e g i p d o s e m r a s a ,
o f e n o m e n o , c o n h e c i d o tOmb khamsin,
e c o m u m a le h o je n e s s a epota d o a n e ,
1 2!N llO E M S A tm lI n ~ A P O S M O R T O Se [ 0 r io H i lo t e .r f a f ic a d o v e r m e lh o !lra~as a
1 p ro l i f e r a ~a o d e a lg as Y e r m e l H i ls " ~ r o d u t o r a s
!d etex in as qu em ata m n s p e 1 x e s ' e a f u g e n t a m) sapos er~~ . Ao; fug irpa r a ss p a r t e s l 1 J a j s s e o a ~ ;
J e le s i n v ad e m - a c i d a d e e m o r re m d e s i d r at a d u s ,
6
9[i!
7 8!C H U VA D E P E D R A S E G A f A N H O T OS fe - A c l l u v a d e p e d 'r as s e n a : ' ~ i i v e r ~ a i i e : " "id e g r a n iz o , q u e f e r e h o m e n s e a n im a l s e d e s t r 6 i
la s p l a n t a ~ i i e s . 05010 ! im i d Q a t r a i g a f a n h o t o s -
! d o - d e s e r t o , q u e d e p o s i t a m s e u s O V O S e , a t e
i ~ ~ ~~~ :.~ . ~~~~~~ . ~ . , ~~e a liment e,
Ij.I
o
...._!_.
. . . . . . . . ; .. . , \ . . . . . " . e ~
~ . .. .: : . ' , ' I ~ . - :. . " . ._ , t , . • 4 I - i
,;_ ,;_.' .....9.".- c '* ~
l · . .,
'J
3 e 4 J.~.~M~~J11.MQ~q~!J9,H.'.d.g~.~?iC o m iIm o r t e d e s a p a s e r a s , p re d a d 0 r e s
n a t u r a is d o s i n s - e ta s, m o s q u U o s ,c o m o
o C u l i r o id e s rani thorax e mos[as-de-est~bul0
c o r l f O a S t o m o x ys ( a lc i t ra n s r n u J t i p l i [ a m ~ 5 ~descQntrol adamente en tr e o u t u b r o e n o v e m 6 r o .
. 5 i) M O~ T E D O G A DO E C H A G A I N A S P E SS OA S
-e ls ·m o s ca s- d e -e s t ai b u l o C i! r re g a m v f r 4 s f at al s
1 p ar a v ar a s e ( a V a l o s , q u e come~i lm a m o rr e r p a r
t e a u s a ~ o s Ml tames . E a I n fe s t a ~ o d e CuliGoides
j c au sam a s d oe nta s d e pe le n o s egll1d05,
1 0 c e m ir i o e g r av e e n tr e cn o v e m b r o e j a n e ir o .
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J U D A 1 SM O 9 i :
~ Ven to a favor (Exoda 14:21 e 32) ~b :t l~b Mo jl '; ;i&se s t e n d e u a m30 s Q h r e 0 rollj', c o S e n n o r a J b s t Q \ l 'O 'rn ar c o tQ roQ lI e m t e r r a seea,
com lIn ~ forte,ventQ Qriental que:sOPf9U t o d a a q u ~ J nm ~ j t c . j} S a g U i i , v t e d iV il1! ir am, e C! lSS J a e l i 1 a s
d t r a v a9 ~ n r~ r n p e l o m e i O d o m a r e m t e J . ' r a - s c " l l , t e ~ 1 d k ) l Im a [ )l ; J r- e t j e~ N ' l g l 1 a ' a - d l t e i( a e o u t r a l 1 e s q u e r d a .
~ A lim en to que ca i do ceu (Exodo 1 6 :1 4 . 1 5 e 3 0 ) ~D epo ts q ue 0 o rv alh o s eco u f lo co s f in os sem e lh an tes a ge ad a es tev am s O Q r e a s u p e r i 1 c l e d o desertc
(. •. D t ss e-l h es Mo i s~ s: "E ste _ '"0 pa o que 0 S en ho r lh es deu para com er. ( .., ) 0 pOV0 de Israel charnou demana a q v « ie p a ' ( ; 'O s israelitas come ram r na n adu ra n te ti D a no s a te c h eg arem a s frorueiras de Canaa.
or
l l I@litilA r l l o r e s d o g § . n e ro d o s
t a r n a r i s c o s , q u e a i n d a h o j e
o co rr e m n a r e g . ia o d a A r a . b i a
S a u d i t a , p r o d u z e m u m a s e iv a
d a c e q U E ! s e rv e d e a l t m e n t n
p a r a a l g u n s tipos d e tnsetes,
o p a D q y e os judeus c h a m a m
d e m an a s eria m go tfc ulas ~ e
5 e c r ~ ~ a o p r o d u z ig a s p e r insetns
q u e 58 a l im e n t a r n d a s e iV 3 , .
q ue E ;:H 'J n c o m a p 'e q u e n e s
t l Q G 0 5 . c r i 5 t 'i ll lt a a o ~ s , s e r n e l h a n t e s
a o s a e s _ c r it e s n o E : x o e t o .R i ca e m c a r b m r t t a to s ,. a s e l v E -
d o s t a m a r i S C D s - f a z f a - d o m a n a
u m a f o n t ): _ d e e n e r q ia e s- se n c i . 1 1
p a r a u m a m r l l t i d a o q u e
r a r n i n h a v a a t a E " n o t t e J1(j
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~ 0 outro endereco do Sina i (E xo dbB :21 ) ~Duran te 0 di a 0 Senh or la adian te deles , Duma co lu na d e 'n uv ero ,
pa ra gu ia -los no cam lnh o, e de.noite , num a coluna d~ {ega.
para llum ina -los , e a ssim podta rn cam inh ar de dia.e1!:lenaite.
U I I 4 1u t i lP a r a H u m p h re ~ s , 0 r e l a t a s c h r e
a s c o l u n a s d e r iu ve m e fb ,g o
q u e n rie n ta r n a c :a m i n n a d a
d o p o v e j u d e u e . a E l e s c r i ~ a o d o
m e n t e e r n q u e M O l s e s s o b e p a r ae n c o n t r a r D e u s e r e _ c . e p e r @5D~L
M a n d a m e n t o s t l 0 r e q i s t r o m a isa n t i g o d e u m v u l c a o e m eJup~ao.
E m b o r a a ~ r a d i~ a ' Q r e c o f1 h e ~ a
Q m o n te J e b e l M u s a " r ra regiaa
d o S i n a i I com 0 a q l l e Le~ciad b
n o f X Q d O - , a s s a r a c t e r i s t i . m , c l . e
v u l c a b - Inenstetrte e m qualquer
m o n t e ( ; t a rnn lo d o ~ i n a t -
5 ug e xe m .q u~ Q m o n te c j~ a .d Q ·
l i l a : B ' f b l i a s e j a 0 i B e t l r , . . s i f u a d o
n u m a r e g i a o dii'tit'abia S a t J d i t a
qU B ja teveatividadesvulcantcas.
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Em 1945, urn pastor encontrou urn compoem a B tb 1 ia _ mas. vaiios-texto:s, cada
jarro de ceramioa nurna gruta qual escrito pelas diferentes seiras existentes,proxima a sua aldeia no E gito : A o que registravam seus proprios valores e cren-
a bri-lo , a ch o u whips l ivros e S C J : i - '< ;a sso bre a .o rig em d o rn un do e da.v ida, sobre
tos em idiom as que ele DaO cornpreendia. Deus e. o-messias, Ehavia rnuitas divergen-
Algumas. folhas amareladas .serviram ali- etas. as docetas, par exernplo, negavam a
mentararno fornoa lenha de sua easa, As realidade mate r i a l de Cristo. Consideravam
res tantes cairam nas rnaos de um religiose que Jesus possuia um corpo etereo e que,local, circulararn no mercado de antig.ui- par isso, nao nasceu nem foi morto na cruz
dades e forarn resgatadas por urn funcio- e rnuito menos ressuscitou. Os ebionitas, par
nario ,do zoverna egfpcio. Mais tarde, sua vez, defendiarn que Jesus tinha nascido
descobriu -se Clue a "lenha" era urn te - " de forma up-rural e s o depois de batizade
souro d.eval ,or , i~C,a ,'Ict~1avel: a COle,; : , a o
1 ( ' , 'e que
? ,'
eus deC,idill,a~ota- ! ,9 ' Jf t a s o f it as,d e N ag Ham m a d I, 13 .livros corn 1 600 acreditavarn que C aU TI era 0 represen-
i3n6s e hist6rias que a lgreja tentou' • tante espirltual rnais elevado, Para.eles ,
abafar durante todo esse tempo. Mas a rnorte de Jesus foi Lim crime do Uni-
nao conseguiu, Depois de sobreviver ao verso, mas, urn evento necessaria para a
tempo e Ii censura religiosa, 0 achado tor- salvacao cia 'humantdade.
neu-se 0maior e mais importanre.acervo Urn dos grupos maisinfluentes do cristia-
El.eeva~gelhps a po crif os , lite ra tu ra q ue tem n i smo primitive fo i 0 des gn6St: l80S, que ado -
ajudado a elucidar varies rnistertcs sobre 1! i~I .Wtmum a vida ascetics, negavarn.a materia
as origens do cristiauismo. e acrediravam que.o conhecimento eta acarfanho para 'a salvar;ao. A l g uma s faC:~0es
rambeni.defendiam que Deus possufa t im.
principia rnasculino e outro feminino, De
Jato, as rnulheres desses gnIpos atuavam
como mestras; lideres e profetisas ~ uma idela
ainda hoje revolucionaria para a Igteja,
E havia tambem o-chamado cristianismu
apestolico, baseado nas narratives dos pri-
TESO U RO D O S PR IM E IRO S CR IsrA os
A maioria dos escritos de Nag Harnmadi fof
produzida entre os.seculos 1,:f.;: seus auto-
res fQ_ziampane das primeiras comunidades
cIis,tas. Nesse acervo, e possrvel conhecerlivros que ficaramde fora do NovO,Tes tamen-
to,COJIlOevarigelbosde Tome e Tiago, 0 in-
teressantedesses re l 'aros ,€ 'q t l€ destcam bas-
ranredoque aparece naBtblia. Neles, Jesus
tern urn ladohurnano, Mada l e n a e uma gran-de lider, Deus e UlU principia maseulinoe
femwiQo ... Diferencaspclemicas que deixam
clare 'por que C iS apocrifes sernpre foram lima
pedra no sapato da Igrej a, , "Ele~ representa-yam ourro cristianismo, riao.oficial, margi-
nat isado" ; explica 0 pad re e te61ogo Lu:igf
Schiavo; professor do Departamento de Ci-
enuias cia R.eligiaQ da Universidade Catoliea
de Golas . "Eles tem grande.valo» hisrerico e. .. . ~
reUgi9soporque 1i1('{,Str:am 110vas;irrterpteta-
r ;6ell . i IAPJ9Te. :a . f jgUi:a.de Jesus naorigem dO ,
eristianisfuo", enf '3t iz<J . ' :o especiali:s:ra.
Naq\lel:a epoca nao havia umeanone--
nome,dado·ail)' (Cbnjtlnto ofrcial de livros que
f r e e h o s d e s e v a n g 'e l h o s i le
N a g R a m m a d l, q u e r e v e l a r a m
m t 5 . f E r i o ~ d a a r 1 g ~ m d o G r i s ( 1 3 n i s m o .
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meiros discipulos de Jesus. Eles contavam seculo 2, quando alguns bispos decidiram
que 0 messias havia morrido na cruz para organizar as Escriruras, "Eles precisavam
salvar a humanidade e aos seguidores cabia adotar urn canon definitive para que a reli-
a mtssao de espalhar sua mensagern pelo giaQ pudesse se expandlr", explica a fret
mun . dO . Essa tradicao cornecou a set 1 ( . Jacir , Mas para. isso nao adiantava tra-
registrada por volta dos anos 30 e 40 duzir os texros para varias linguas e
do seculo 1, em livros como os evan- divulga-los entre varios poves, Era pre-
gelhos de Marcos, Mateus, Lucas e ciso aparar as diferencas e chegar a
Jcao. Esses textos eram lidos par rnuitos uma especie de "versao ofidal". Na hora
g rupos, qu e a s consideravarn o s re la to s r na is de s ele cio na r o s I iv ro s, 0 espfrito dernocra-
antlges e precisos da vida de Cristo. tico que pennitiu a existencia das diferentes
A babel de cristianisrnos resistiu a te 0 versoes deu Iugar a s disputas de poder .
~ CRISTIANISM O ~
.05 t ra ~ o s f e r n i i n o sd o a p d st n lo s e m b a r b a
s e r ia m d e M a r ia t t l a d a le n a ?
I : D I
~ M AGDALA. A FAVORITA D E JESUS ~Ap oc rif os r ev el am q u e M a ri a d es pe rt av a 0 c lcme d os a pO s to lo s e q ue Jesu s a be ija va na bo ca .
M a ri a M a d al e n a - o u M i r i a m d e M a gd al a , t o m o
e s t a n o h e b r a i c o - a p a r e ce n o s a p 6 c r i f o s E O t l ) O
u m a m u 1 H e ~ s ab i a e r e sp e it a d a PO l J e s u s . E la
a c o m p a n h a 0 m e s t r e e m . su a s p r e g a ~D e s e o a ju d a
II 1 i d e r a r o s p r im e i r o s c r i s ta o s . 0 E v d n g e l/ io d e
Fil ipe, d o s e c u J o 2 , c o n ta q u e e l a e r a a s e g u i d o r a
p r e f e t i d a d e C r i s t o , 0 q u e d e s p e r t o u a c l u m e
d O S o u t r o s , a p o 5 t o l d s . " P o r q u e a a m a s m a i s q u e
a t o n e s n o s ? " I p e rg u n t < iv a m e l e s a o S e n h o r . U m a
p a s s a g e m q u e a i l i l f a . e n f u r e c e m u i t o s Ilristaos d iz
q u e " o S e n h o r a m ay a M a r ia m a i s d o q u e a t o d o s
65 d i s c i p u l o s e a b e i j a v a r r e q i i e n t e m e n t e n a b o c a " .
A l i d e r a n ~ . a d e , M a d a l e n a t a m b e m e m e n c i o n a d a
n o e v a n g e lh o a p 6 c r i f o q u e l e v a s e l'J n o m e ,
t a m b e m d o . s e c u l o 2 . N u m a p as s a q e r n , P e ~ r o
q u e s t i o n a : · "D e i ie m c is m u d a r n o ss o s habifos a
e s ~ u f a u m o s t o d o s e s s a m u lh e r 1 " ( ) t e x t n r e v e ta
q u ~ e ,a p e sa r d e s p r e co n c e it o s" e la c o n s e gu e s e
iriiRor. E u m a · i m a g e m distimle d a m u lh e r f m p u r a
e . p eG a d o l'a q u e a t r a 'd i~ ao d a I g r e j a e n f a t i z o u
d u r a n t e s e c u l o s . f m 1 . 9 6 9 , '0 l l a tk a l 1 0 r e e n n h e ce u
q u e h o u v e u m a (O n f U S 3 o 1 1 a i n t e rp r e t a! i 3 o
da s E s c r iM a s ( e la t e r i a sido'tonfundida e e m a
p e e a d e r a q u e u n g e o s p e ! > d e J e s u s no fvaagelho
d e - L u c a s } e r e ti r o o a d e m i n i j n a ~ a o d e p r o s ti t u te
q u e , d u r a n t e s e c u l o s p - e s D u s a b r e M a r i a M a d a le n a.
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PO R U MA VERSAO O FICIALAs igrejas rnaiores e mais influentes tenta-
ram impor seus textos, 0 que as menores
nao aceiravam. Ravia debates e acusacoes
mutuas de heresia entre elas. A peleja con-
tinuou ate 0 seculo 4, quando rudo indica-
va que 0 cristianismo apost61ico iria preva-
Iecer sobre os outros eristianismos. Sells 4
evangelhos ja erarn populares naquela epo-
ca e, desde 0 seculo 2, eram elogiados pelos
pensadores da Igreja, Mas faltava tornar
esses livros oficiais,
A s ig reja s m a io re s
ten tavam im por
seus textos. 0 que a s
m enores nao a ceita vam .
Foi quando 0 imperador de Roma, Cons-
tantino, entrou em ceria e Interveio no im-
passe. Na epoca, com 0 imperio em crise,
ele precisava de uma bandeira para justifi-car a expansao e corrvencer ourros povos a
aceitarern seu domlnio. E a solucdo estava
numa allanca com os crisraos, que par sua
vez desejavam espalhar a mensa gem de
Jesus mundo afora, "Constantino percebeu
que erauma grande oportunidade e decidiu
fazer do cristianisrno a religiao oficial do
imperio", explica 0 frei Jacir,
Os cristaos deixararn de ser perseguidos
em 313'e apenas 12 anos depois seus bispos
foram convocados para 0Condlio de Niceia,
primeiro passe dado para a criacfio do Novo
Testamento. Na reuniao, os evangelhos deMarcos, Lucas, Mateus e Joao forarn escolhi-
dos para narrar a biografia de Jesus par um a
cazao simples: expressavam a visao dorni-
nante na Igreja. E todos os demais foram
considerados ap6crifos, falsos e perigosos
para 0esrabelecimento do novo livre,
Come\011, entao, a perseguicao a todos
que ousa;vam diseordar da recem-forrnulada _
Rscritura sagrads, OS'gndsticos, doceras,
eblonitas e ofitas foram acusados de heresia.
~ A RED ENy\O D E JU D AS ~Judas teria entregue Jesus a seu pedtdo
A ~ is t 6 r i a d o d js . c i p u l o q u e t r a i u s e u m e s t r e
p o r ~ o r n c e d a s d e p ra t a e u m a d a s m a i s
c o n h e c i d a s d o c r i s t i a n i s m o . S e g u n d o 0
E va n g e lh o d e J u da s - u m m a n u s c r it o c o p t a
( f f n g u a f a l a d a p e l o s a n t i g o s e g i p ci o s ) e s e n to
e n t r e 0 5 s e w to s 3 e '* - 0 a p 6 s t o l ' 0 p e d e t e r
s i d o c o n d e n a d o in j u s t a m e n t e p e la h i s t6 r ia .
N o t e x t o , d e s c o b e r t o n 05 a n o s 7 0 , n o [ g i t o ,
o p e r s o n a g e m m a i s a m a d o d o c r l s t i a m s m o
a p a r e c e c o m o 0 d i s o i p u l o m a i s p r o x i m o
e q u e r i d o d e J e su s . E le d e n u n c i a 0 m e s t r e
a s a ~ t o r i d a d e s r e m a n a s a p e d id n d o p r o p r i oM e s s ia s , n um p la n o q u e s e r i a e s s e n c ia l e m
SlJB m t s s a o d e s a lv a r a h u r n a n i d a d e . " N e s s e
c o n te x t e , a f i g u r a d e J u d a s r e p r e s e n ta 0 i d e a l
d o d l S c i p u lo q u e , r e c e b i d a a llU 1 1 1 il 1 a ~ a o ,
e u m p r e a v o n t a . d e d e D e u s , m e sm o q u e e l a
t e n h a a v e r e n m a e n t r e g a d e J e s u s a m o r t e " ,
d iz 0 t e 6 J o g o L u ig i S c h ia v o . N a v e r s s o d o N o v o
T e s t a m e n t o , J u d a s e n t e r c a - s e , a r r e p e n o id o .
N O te x t o , a p o c r if o e d jf e r e n te . A o c om p r e e n d e r
a i . lT lp a rt a n cia d e s ua m i s sa o , J u d a s t e r i a
s e r e tl r a d o p a r a m e d f t a r n o d e se r t o .
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~ CRISTIANISM O ~
Os que insistiam em desrespeitar 0 canon
erarn punidos com a excomunhao ou a mer-
t e o Dezenas de livros - au c:entenas, J a queninguem sabe ao cerro quantos eram - to-
ram destruidos au queimados. FQi nessa
epoca que alguem decidiu esconder 13 vo-
lumes numa gruta, na aldeia de Nag Ham-
madi, no alto Egit0.- talvez urn oristao per-
seguido ou urn mange do Mosteiro de Sao
Pacomio, que ficava ali perto. Eram evart-
gelhos, cartas e atos dos apestoles escritos
O s a p6 crifo sS aO
d ocum en to s essen cia is
para . com preender a
histone do cr is t ian ism o
~ A INFANCIA D E CR1STO ~E va ng elh os rn os tra m la do h om a n o e d iv in o.
em copra, lingua falada pelos crista os do
Egito. 0 tesouro 56 fO I descoberto 1 6 s ec ul os
depois, por aquele pastor que apresentamos
hI. no corneco, e hoje esta no Museu Copta
do Cairo, a disposicao do publ: ico.
A l it e r a t u r a apocrifa c o n t a v i i r ia s h j s t6 r ia s
s o b r e a g l i l v i d e z d e M a r i a e 05 p r i m e l r o s
a n u s d e v id a d e J e s u s . E u m a t e n t a t i v .a d e
p r e e n c h e r a l a c u n a d a Bfbl ia, q u e faz u m a
u n i c a r e f e r e n d a a i n f in c ia ,d o M e s s ia s ,
q u a n d o elevis ita 0 T e m p l o d e J e r u s a l e m ,
a o s 12 3nOS . 0 fv an g elh o d o P s eu do ~M a re U 5,
d o s e cu lo 3 , c o n t a q u e 0m e n i n o f az ia m i la g t e s
a i n d a n a b a n ig a d a m a e e q u e , d e s d e t : t i a n ~ ,
u sa v a s e u s p o d e r e s p a r a r u r a r ' d o e n t e s e
r e s s u s d t a r o s m o r t o s . M a s , q u a n d O " i r r i t a d o ,
e le s e c o m p o r t a v a c o m o u m a c r i a n ~ a m im a d a
e v in g a ti v a . C e r t o d i a , u r n m e n in o 0 d e r r u b o u
n o c h a o . J e s u s e n ta o o r d e n o u : " ( a i a m o t t a ! " ;
e (I a m i g o m o r r e u . D e p o i s , a r r e p e n d id o ,
o f e z r e s s u s c i t a r , U m d e s e u s p as s a t e m p o sp r e f e r i d o s s e r i a c r i a r s e r e s d e b a r r o e l h e s
d a r v i d a 'o m u m s n p r n , E s s a f a c e ta d e J e s u s
p (l d e a ss u s t a r q u em I e o s a p o c r if o s . . M a s ,
p a r a t e 6 1 0 g o J a d r d e f r e it a s , . e la d e v i l s e r
c o m p r e e n d i d a n o c o n t e x t o e m q u e 0 I i v r o f o i
esento, " A i n t e n ~ a o e m o s t r a r q u e J e s u s t e m
u r n l a d o h u m a n o e o u t r o d iv i n o , 0 gU t! e u m
r e f l e x o d e u m a e p o c a e m q u e a I g r e ja d is w t i a
q u a l e ra a n a t u r e z a d o fi lho d e ( T e u s : '
O L E G A D OAlem desses, muitos outros apocrifos foram
excluidos daBiblia. Eo caso dosManU5c"i~
to s do Mar Morto, descobertos em 1947, que
apresentarn copias de Iivros do Antigo Tes-
tamento, deixadas pela seira judalca des
esserrios, E do Evangelho Segundo Judas,
descoberro na decada de 1970, que coma
uma historia diferente sobre 0discipulo que
traiu Jesus. No total, sao mais de 1@0livros
de valor inquestionavel para es estudiosos
das Escriruras, "Sao docurnentos essenciaispara compreender a historia do crisdanismo
DO 1" e 20 seculos", afirma 0 teologo Paulo
Nogueira, professor da Universidade Mete-
disra de Sao Paulo.
Os apocrifos revelarn que 0 N ovo T esta -
mento nao nasceu prouts e aeabado e que
as textos que servem de base para a arual
doutrina crista passaF~m par urn complica-
do processo de "edi<;ao". Tambem deixam
clare que, ao contrario do que se imaginava,
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d o s a n u s 6 0 ~ 7 0 d o s e r u l e 1 ,m e s m a e R o c a
d o s e v a n q e l h o s. q u e e n tr a r a m p a r a 0 e a n o n e
s o b a j u s t i f ie a t i l J a d e s e r e m o s r e la te s m a i s
a n t i q o s d o m e s s i a s , O ~ p e s q u is a d o r e s c h a m a m
e s se a p o e r i f o d e QUin to Ev~nge lho e s u sp e i t am
q u e e le s e ja 0f a m o s o Fon te Q , e se t t o n u n c a
a c h a d o q u e t e r t a s i d o a b a s e d e 3 d o s 4
e v a n u ~ l h o s c a n 6 n i t o s . S e t s s o f u r v e r d a d e ,
n s t e Xt05 b i b I i c o s s a 0 a d a p t a ~ii 5 d e ss e a p o c r i f q ,
{ f o n o d e s v e rd a d e ir u s e n s i n a m e n t a s d e { r i s t o .
~ 0 QU INTO EVANG ELHO ~I·l lstorladores acreditam qu e E van ge lho de T om e s eja in s pira ca o d e 3 d os c an on ic os .
o fv an ge lh o S eg un do T om e , d o a p o s t o lQ q u e
p r e c i s a v a 'verpara ( f e r " , I i: 0 m a i s p o l e m i ' c o
d o a e e p /o d e N a g H a m m a d i . 0 m a n u s c r i t o c o n t e m
1 1 4 p a r i b o l~ e f r a s e s a t r i b u i d a s a J e s u s ,
A s d t a ~ f i e s s ao s e m e l h a n t e s a s d a Bib l i a , m a s
rs fl etem a p e n s a m e n t o gnost ico. N e l e , J e s u s
a p a r e ce c o m o u rn m e st r e m a t s m i s t i c e , q u e
o r i e n t a o s t 1 i s d p u lo s a r e c o n h e c e r s u a i d e ~ t id a d e
d iv i n a e a b u s e a r D e u s e m q u a l q u e r : l u g a r . E l e '
f o i e x c l u i d o , a p e s a r d e t e r s i d o e s c r r t e p o r v o l t a
o cristianismo praticado hoje nao era 0 iini- E verdade que esse textos, nm itas vezes
eo nos primeiros seculos, Existiam varies coloridos,e aberrantes, costumam chocar 0cristianismos, eada urn com sua propria leiter de prime ira viagem, "Mas alguns tam-
interpretacao da vida de Jesus e seus en- bern podem cornplernenrar a nossa fe",
sinamentos, Quem I e os escritos deixa- 1 r adianta Jacir, Uma prova de que eles
dos por esses grupos pode conhecer uaosao a,Penas urna "arneaca" aos c a -outros pontos de vista sobre lima his- nones da Igreja Cat:6Jica estao 11a reli-
toria contada M. mais de 2 mil anos, giosidade popular e na arte sacra, que
No entanto, e necessario afrouxar 0 buscaram inspiradib nas historias apocri-
julgamento antes de merguThar na Ieitura. fas. Afamosa historia dos 3 reis magos que
"De~emos compreender esses livros de mo- levaram presentee ae men ina Jesus e rudo
do ecumenico e rentando dialogar com os que inspira as presepios natalinos, par
cristianismos de origem", sugere 0 frel Jacir, exemplo, v e r n dos evangelhos ap6crifos. 0
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~ CRIST lAN ISMO ~
o outro Jesus- c ~ . : 0 :.(,._
A Btbli« nao d iz pa r onde andou 0 f ilho de M aria dos 13 ao s
29 anos de idade L enda s e h is to ries cu ltiva da s na o ra llda de
e rra nscrita s pa ra liv ro s a ntig os tern a res postaT exto M ich elle V cro nes e • lIustra~ao Sat tu
Um homern sabio anda pelo mun- critos para anunciar uma rnensagem religio-
d~ curando doentes e fazendo sa" justifica 0 teologo Pedro Lima Vasconce-
rnilagres enquanro prega urna los da PUC de Sao Paulo. Essa lacuna no
mensagern de paz e arnor ao enranto, deu margeru a varias especulacoes,
proximo, Parece.fatniliar? Born, voce nao e como a de que Jesus passou 17 anos peregri-
o unico que se lembrou de Jesus. Mas essa nando pelo rnundo, No roteiro, ceria visitado
rambem e a historia de Yus Asaf, curandei- a India, ° Tibete, a China, a Pers ia (atual Ira)
TO misterioso que visitou a Caxemira no e pafses vizmhos. Alguns defendem que ele
seculo 1.E rambern a lenda de Issa, andari- chegou ate mesmo ao Japao e a Inglaterra,Tho que esrudou anos com sa bios na india e Em cada Iugar, 0M es s ia s teriaconvivido com
no Tibete em busca da iluminacao. Ou de reis, sabios e homens santos de antigas tra-
Apolonio e de um certo budista. Todos Sa0 dic;oes, sempre em busca dos fundamenros e
personagens que viveram no Oriente Medio Iic;oes de outras religioes e povos.
na epoca de Cristo e rem biografias repletas G pesquisador russo Ni cl10J as .Notov ich,
de feitos esperaculares e mensagens de S8- autor do livro A Vida Desconhecida de Jesus,
bedoria ..5.a o tanras sernelhancas que ~ fo i urn dos PdnC.ipal..S defensores d.essah a quem acredite rratar-se todos da . I teoria, Noseculo 19iele apresenroumesma pessoa. 0 que responderia run ' rnanuscritos antigos que narravarn a
dos grandes misterios do crlstianis- vida de lssa, hornem santo que, "ao
mo, a chamada vida secreta de Jesus. ~ completer 14 anos, deixou a casa dos
Sim, h a algo oculro na biografia do pais, em Jerusalem, e parriu com urn
Messias. Ninguern sabe oude ele esteve e 0 grupo de mercadores", Notovich dizia ter
que fez des 13 aos 29 auos. 0 Novo Testa- encontrado os documentos num mosteiromenta s6 menciona seu nascirnento -e urna ribetano e defendia que aquele homern era
aparicao aos 12 anos, quando ele discute Jesus. Na opiniao dos estudiosos da Biblia
teologia com sabios do Templo de Jerusalem. .esse tipo de assoeiacao njio faz sentido e
"D e po is d isso , h oi u rn sa lta no tempo, e Cris- deve ser encarada com rnuita cautela. "As
to reaparece ia com 30 anos sendo batizado religioes da india diferem muito das que
por J011o, antes de cornecar sua pregacao", surgiram no Oriente Media., Logo, !1~io[em
conta 0 teologo Joel Ant6-nio Ferreira, pro- fundamen 0 relacienar Jesus a essas len-
fessor da Universidade Cat6lica de Goias, das", diz Vasconcelos. De fa to, nao existem
A au send a de dados nao surpreende os provas concretas da vida de Jesus, mulre
estudlosos da B{blia. "as evangelhos nao fern menos de rodas essas hrsterlas. Mas taro-
uma preocupacao historioa, pois forarn es- bern llao existern provas em contrario. 0
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I :', -~ ~ ~-=-'-'T ~.~.- ~. _
, . ~- 4~NO-:L~ASTROiDO:'MESSlAS~C onh eca a lgu ns dos h om e ns cu ja ldentida de se con fu nde com a de Jesu s.
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~ ISLAM lSMO f*
Versos anti-satanicosNem so de preces vive 0 Alaxso, li vr e sag rado d o isla .
O s seu s verslcu los ja foram usados p a t - a exorcjzar demon io s
e ou tros en tes m a lignos . C onh eca a hisroria dos exorcis tas de Ala.T exto A lv aro O ppe rm a nn • 11ustra~aoD i e g e l S 1 J l 1 c h c S
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or AIa_ , s a ia deste corp a e r.fiio re- Tudo 0 mais sernpre rnereceu reserva, OU
tome, a ele jarnais I" a te dessonfianca - e nisso , claro, se incluern
A f rase foi dita em torn imperio" os cases de possuidos. "Nao exists urna
so.,Era noite. Noaposento de entra- posicao oficial sobre 0 excreismo na lei ca -
da de umacasa de chao batido .e paredesde 1'l-6ru.caslamica", diz Bilal Philips. 0 sstra-
barro coz-ido, urn sujeitose debatia, gemtae nho e que oprimeiroexorcista da historia
gritava. Suas feit;:5es estavam crispadas, A muculmana pode ter side justamente Mao-
sua volta, muculrnanos rezavam, Os mais m e, como dernonstra 0 historiador Abdel-
velhos, de olhos semicerrados. Os mais jo- mumin Aya - emE l Secre te de M uh l!lm m ad: La
ovens) terneroses, nao conseguiam parar de Expe.r iencia Chamanica d el P rd fe ~ a d elJ sla m
fitare corpo do homemao chao, com olhos ("OSegredo de Maome: A Experiencia Xa-
arregaladosrera urn pO'$seSSQ,Os presentes milnita de Profeta do Isla"),livro de 2007.
entoavam, come numa ladainha monocordia, Na bibgtafia do profeta, as curas de posses-
os versiculos da $uratQ: cl- Baq a ra - "0 capi- sao podem ser contadasas dezenas, inclu-
tulo da Vaca" - 0 2 Q e rnai slongo capitu- sive umaque envolve a proprio Maome,
1 0 do A l c o . r a o . , _ , . O . I . i V .ro. sag.r a dO . dO.iSliL.~* eOfeiti~a.do pO.r urn inimigo. A y a tam-Au centro, lim homern de barb a bern . bem.ressalta que oprimeiro manual de
afeitada empu nhava a livre sagrado. exorcismo do isla foi ... 0Al~orao,
Seu nome era Mohamed TaherAbdul Quando foi revel ado - segundo a
Muhsin, Sua profissao, exorcista, crenca islarniea, por meio de a pa nco es d o"Em nome de AIa.~0 clemente e misericor- anjo Gabriel a Maorne, n6 seculo 7 - Q A I"
dioso,saia,desrecorpo!", i5!itou de novo. Ao c on l o logo charnou a atencao dos crentes
ouvir novarnente 0 nome de Ala, 0 possesso por urn detalhe, Parecia haver, por tras do
estrerneceu, Fez-se silencio, eo hom:em no set! sentidoliteral, urn significado cifradochao abriu os olhos, Com voz gurural, dissEl: e oculto, Misticos muculmanos ternaram
"Per Ala - ,~u prometo sair deste homern e esse suposto poder como a presence diseta
nunca mais vel tar". De siibito, as £ei~6e~ do de Deus no livra. P0r [sse, os versfculoa da
possuftlo serenaram e ele recuperou a luci-
-dez, Estava curado da posses-sao, obra de urn
espfrito maligne, conhecido na tradieao is -
l&m i ea . co m o jm n . " Alla h u Akbar!", gritaram
em tome - Um - l l exclamacso de Iouvora
Deus. Abdu l Muhsin beijou 0A1cordo, depo-
slteu-osobre uma almofada e ajudou 0 1 1 0 -
m em recern -cura do a se levan ta r.
Essa cena oeorreu Rum subtirbio da cida-
de-do Cairo, no Egito, em 1988. Ela consta
d o li vre Th e Exorcist Tradition in I s laam (,'A
Tradiga0do'E-;wrcismo 00 Isla", de 1997),
do {llltmp61og0 jamaicano - convertido IUU-
< ;1J1mno - A bu A m ina B jia l Ph ilips ...0 exo r-
cismo e urn dos capitulos menes conhecidos,
e nrais p,olemi.cos; da rel ig iab mur, ;uh:hana.
Entre IslaniicQs,; a pratica sernpre foivistacom reticencia, pOls para.o crente deilsii
religiae 0 aut~ntko milagre do isla e 0Ako-
T'ae;C'omsua beleza p.GeticB e p;H)'fU1!ldidade.- . ' - - - . - ~ .
Os maisjovens nao
consegu ia rn pa ra r defitar a co rpo do h om e rna o ch ao : e ra LIm pos ses so
obra teriarn poder decura-r enfeemidades
ou expulsar demonios. E mais, o profeta os
recomendava para 0S rna-is variados preble-
mas, do mau-olhado a picada de escorpiao.
Amuletosde pliotegao erarn confsccionados
com a inscr i~ao: de v:ers iculos do livro sa-
grade em pedacos de tecido. "0 efeito do
mau -o l h a do e real", c liz ia M a em j § .
O leitorde hoje poti-e sQ[:rirc H a n t e dessesrela.(os.N!:o entanto, essa atituae € pra IS.de
cornpreensfvel qua~ldQ eon tex tua l iz ames 0
surgimento ,d0 Akop1( lo e doislji, Bruxos e
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44C l l a l T l ~ - l o - d e " ~ r l n c i p e d a s t r e , l 1 a s " , " m a l t l i t r I ! I
e 't!n h o s o " , e n I t e 0 I I t r o . s i n s u l t e 5, nil 0- ee x c l u s i v i d a d e l 5 i b n C i ! . E s s e s . I ! o o t r o 5 a l l j e t i ' l o s
s a o u s a d a s n o A l " G o r a o 'p a r a d e f i h ir S a t a , o u '
S h a ft a n , n o i d i o m a j r . a b e , p a l a v r a - - q u e - s i g n i f i c a
"0 a d v e r s a r io " . A d v e is if r i o d a h u - m a n i d a d e ,
o b v i a m e i l t e . A s s f m c O J n O n o ( r i s t i a- n is m Q ,
a f ig u r a d o D i a b o e s t i p r . e s e n t e n l f i s J i i .
T a o p _ re s e n t e , a l i a s , ' q u e d t v e r s o s 1 l 1 1 s t i C o s ,
c o m o I b n A t t a U a h e S H it iH f a h iM 's ( t o : S £ f l f l o
lO j g a r a n t t i a m q u e " q u e m 'n a o _ ac r e d i t a n o :
D 1 a b o n a o m e d i t a e m D e u s " , ~ h l$ to 'r i a : d 'e '
S a t a n a s - e d e s c r i t a n o A l c o r i i o ' e ; s ~g u 'e d e p e rt o
a n a r r a t i v a d o l i v r o db G e n e s e " n a , B l b U u .
Q u a r rd i l D e u s . cr io u A d a o , f e it o d e argila,
o rd e n o u q u e 05 a n j o s e _ g i l h i o s , f e _ it o s d e lUI
e d e f o g o , r e s p e c t i l ta m i m t e , c s e .i n c li n a s s e f n
diante-d.ele. D i ve r sG s s e ~e(usa I I I a f a z e ' - I n
i!n r a m a m a l d i ~ o a C f _ o sp o r A l a . U r n d e s s e s s e r i aI b f is , q u e e - c h a ' 1 1 l a d o ti e b U c i f e t , n a B f I J I i a ,
C f i e f i l d . e u m a l e g l a o l l e s e r e s - t r h a - t e r : i a i s , e l e
a f a s t o u - s e d e D e u s a m a l d l , o a n l l o Ada~ c o m l t
c a n s t a d o s c a p it u 1 6S 4 e ~ 4 , d o A f c o m a : " J u m
q u e m e a p o d e r a r e i d e - u m a - p a r t e d m r t e u ~
s e r v o s {Ol i h a m e n ' § ! J . E o s aes'Iiarei [ o m . t a 1 s a s
p r o m e s s a s " . C o m o b o r n V i t a o , .Ib1is a s s L i m i i J '
n u t r a i d e l lt id a d e . N a g c ia o - S h a i f a n . E l l I m
e s s e n e m a p a ss e e ~ h is t6 rt a . A Mssa_hist6ria.
supersticoes faziam
parte do cotidiano de Meta
[lOS tempos de Maome, Para con-
quistar adeptos, a nova religiao teve de
dar uma respostaas quest6es de ordem
-: sobren atura I- como as enfeiticarnentos - e
traduzir as velhas crencas pagas na forma
islamica, Para essa tarefa, Maome se valeu
do Aicoriio, chamado por ele de "refugio dos
crentes". E verdade que 0Alcoriio nao dedi-
cou nenhum capitulo especialmente ao exor-
cisrno, tratando-o de modo oblfquo. Mas os
rnuculmanos aprenderam os trechos alco-
ranicos certos para cada tipo deexorcismo
com 0 profera, que as tinha aprendido QOT
Inspiracao do arcanjo Gabriel, ou diretamen-
te de Deus, segundo a tradicao islamica.
D EM O NIO S E ]INNS: O S P O SS ES SO R E SAs possessoes, dizia 0profeta, podiam ser
obra de duas classes de esptritos: demonios
ou j i nns . A descricao que 0 Alcoriio dava pa-
ra: as dernonios era a mesma da Bibt ia: eram
anjos, criaturas feitas de luz, que teriam
decaido pela soberba, quando se recusaram
a se prostrar diante de Adao, a primeiro ho-
memo 0 chefe dos dem6nios era Satanas.ou
Shaitan. J a as j inns (palavra que no Ociden-
te foi traduzida por "genio", como na lenda
de Ali Baba) seriam, segundo a eosmologia
islamica, habit antes de urn mundo interrne-
diario, entre a material dos huma:nos e 0
imaterial dos anjos e dernonios, Alguns ge -
nics seriarn bonzinhos; outros, malvados.
Mas ambos teriarn ac::esso,sern escalas.ao
mundo humane, nos ajudando au atazanan-
do, de acordo com a sua predisposicao. Eles
tambern conseguiriarn tamar formas eorpo-
reas, ou controlar objetosinanimados, cau-
sando, porexernplo, Lncendios aoderrubar
Ia.mpadas a oleo. Segl!ll'ldo 6 exorcista Abdul
Muhsin, no d~@imento-ao auter Bilal Philips,
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as mulheres seriam mais afetadas do que oshornens por posses sao de jinns. Os genies -
nada bobos - apreciariarn a sua beleza e
manteriarn, inclusive, relacoes sexuais com
elas. Nos casas de possessao demoniaca, 0
profeta recornendava a leitura do versfculo
82 do capitulo 17 do Iivro sagrado, riro e
queda para afugentar demonios, relata phi-
lips. Porern, em casos de demonios e genies
renirentes, que se recusam a deixar 0 corpo,
a espancarnento do possesso era recornen-
dado, segundo Ibn Qayirn al-Jawziya, Ele
conta que seu mestre, Ibn Taymiya, partiu
para a agressao fisicafrenre ao descaso .de
um genic aos versos do Alcordo . Com urna
vara, bateu no pesco<;o do possesso ate seu
brace ficar cansado. Par fim, 0 genic, rnoido
de tanta pancada, concordou em ir ernbora.
Quando 0 possuido voltou a si, ficou espan- Falaq ("A Alvorada") eAn-Nass ("Os Huma-
tado com as vergoes: nao sentira as golpes. nos") - que encerrarn 0 Alcorao . Maorne
Em arabe, varias palavras sao usadas pediu ao sen gem-o, Ali, que fosse ate 0
como sinonirno de "exorcismo", A principal poco e encontrasse os cachos. Depois, pe-
delas e mqaa. Literalrnente, "a CUIa de urn diu-lhe que desatasse os nos, urn a om com
feitico". Segundo Abdul Muhsin, os sinais a concomitante recitacao das duas suratas,
de possessao mais comuns sao 0desconfor- lsso libertou 0 profeta do encantaruento.
to, a habito do possesso de se levantar e Com 0 tempo, os capltulos virararn uma das
sentar repetidas vezes 1 0 ' falar de maneira principals armas dos exorclstas.
incongruente ou IncompreensiveL Varias Hoje em dia 0 exorcisrno e visto comeeti-acoes hurnanas facilitarn 0 trabalho dos cisrno nos meios islamicos, principalmente
espiritos malevolos, como andar nu pe- ~ no ambiente cosmopol ita das grandes
la casa, nao fazer a oracao matinal, * metr6poles, como Darnasco ou Argel,
~ntl:ar no toalete.-local predileto dos . "Deve ser.reconhecido que em rnuiros
jinns mal-intencionados - sem pedir casos a on gem desses problemas e pu-protecao a Deus, jogar agua quente ou rarnente bio16gica", diz 0 psiquiatra Ali
urinar inadvertidamente num genic (0 que Muhammad Mutaawi, da Universldade doo irrita profunda me nte) e freq uentar locals Cairo. Aquilo que ja foi categorizade de pos-
de seu agrado, como 0 cume das rnontanhas sessao e hoje diagnosticado como doencas
1 0 ' aterros de lixo. Nao se deve bobear com mentais pela ciencia modern a, como.neuro-
eles, Para com bater genies e dernonios, 0 se, esquizofrenia ou outras sfndromes psiqui-
exorcists deve preencher 3 requ isitos: 1) cas. Porem, como mostra 0 aurar Bilal Philips,
Utilizar apenas palavras do pr6prioAlcori io . a rnistica do Alcor-ao esta longe de morrer,
2) Recita-las de forma inteligfvel em arabe. em pleno seculo 21. Enquanro 0mundo ain-
3) Ter ciencia de que e DeLISquem expulsa da tiver rendas dos milagre.s, se ouvira, no
os enres malignos, e 113.0 0 exorcista, meio da nolte, recitais alcoranicos como a
o case de possessio mais comum no isHi dos cornpanheiros db exoucista Abdul Muh-
e 0 de genios que agem a mando de urn sin) engalfinhados na luta contra os seres do
feiticeiro. E 0 equivalente muculmano do alern, Acredire-se.neles ou n3 .0 . €I
vodu haitiano, Urn caso nororio, diz a autordeEI Secreta deMuhammad. foi 0 do propria
profeta, enfeiticado por urn mago da cidade
de Medina. Abruxaria foi feita a partir de
cachos de cabelo de Maome, arnarrados em
nos e jogados num poco abandonado. Com
a feitico, 0 profeta passou a sofrer lapses
de memoria. No entanto, 0 anjo Gabriel
'revelou 0 sortilegio ao profeta e aproveitou
para lhe passar duas suratas curtas - A I-
Varias acoes human a sfacilitam 0 traba I ho
dos e sptrito s malevoloscom o andar nu pela casa
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R E L I G I O E S AFRICANAS' f*
~ A TRAVESSIA D O S O RIXAs ~o tr af ic o d e e sc ra vo s e ntr e as secu los 16 e 19 f oi determlnante pa ra a d if usa o d as re l lg ioesd e o rig em a fr ica n a. P a ra as extla do s, ela s era m seu ca nta ta co m 0 d iv in o e a te rra n ata l.
l C A R I B E N f { A S~ N a s c o lo n i a s e s p a n h o la s d e C u b a
~ e n o H a i~ 0 s i l 1 c r e t i s m o o r i g i n O I J
~a s a n t e r i a e 0 v o d u n ("i~5pill to",~ n o i d io m a f o n ). N a c r e n ~ a h a i t i a n a ,1 bo ne c os s a o mensaqeirosentre1 h o m e n s e d e us e s. M a s o s a l f f i i e f e si s ao inven~o d e f ilmes amer i tanos .
o
O R I G E M• P a v o s a f r i ( f 3 n 0 5 d e In a ls d e I P O O
e t n l a s c o m f :e )a ~ i i e s d e a li a n ~ae ! l u 'e r r a f u n d e m i l i v in d a d e sde di fereh tes f l l ! l i o e s . Dessesm e s r n o s l u g a t. e s s a i t ia m 0 5eseaves l e v a d o s . p a r a a A m e r i c a ,
Y . . ~ .M ~ . P .1 t "0
N o R io d e J a n e i r n , 0 c o n t a t o c o m
·0 e s p i f 1 t i ~ m o f O J l. 1 l o ua u m b a nd a ,
n a d e c a d a d e 1 9 2 0 . N a n o ~ a f e 1 i9 ! i iQ ,'g u i~ " e 5 p i r it i l a i .: ;jn ~ Q r p o r a d o sn o terreiro, e c n m 0 p r e t o . v e l h o
e n c a l l o c l o , t a z e m a G o m u n i c a ~ ~ oe n t r e . o s d e v o te s e o s o o x a s .
p . . I A ~ . f . Q " I J A . rA p a r t i r ~Q s e t u l o 1 9 , ,t1~vi(l.5
n e g r e ir o s f i l . e r a m c e r r a
d e J S m ll v il g ~ l1 s iiA m e t ic a .A b o ~ d o , S I ! ( L u i r a r r i p a r a
o c o n , i n e n t e 1 ~ ,5 (1 1 i l1 1 i i ;e s
d e a f r ic a i1 9 S , p f i n c ip i ll m e n t fd o s - p b v o s i o r l l b a a : banta.
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poemas cantados. Cadaconjunte de poemas, permitem fazer as previsfies, Os jejes jogam
os versfculos de I f a (ou hans de Ifri), e co- as Re~as,- que, alem dos biizios, podem ser
nhecido como odu e descreve a vida e'as nozes de deride - para a frente. Os nagos,
atd1::iaiqoes de orixas e rseus mhos. Tais para tras. Os odus, os versfculos do livro, sao
lendas e deuses sao compartilhados por relacionados a vida de quem faz a consulta
d iferentes povos africanos, inclusive inirni- se revelam na posicao em que eles caem. "No
gos, 0 reino Abomei, CIanacao jeje, que jogo de buzios, a combinacao cle3 odus
eomercializou hornens e mulheres iorubas sintetiza a vida da pessoa, dando enfase 1 . 1 . 0
comportugueses rnercadores de eseravos, passado, presente au futuro", diz Portugal
reverenciavam as inquices, deuses serne- Filho.Aqui, os pais-de-sante preservaram
lhantes, com nomes diferentes, "As.divin- apenas 0nome dos odus os orixas protago-
dades africanas representant manifestacoes nistas de cada historia, as previsoes e os ebos
da natureza, com nomes diferentes de acor- (Ob oferendas). "Os pais e maes-de-santodo com a regiao. 0 iorubaXan,go pode seT brasileiros.simplificaram a leitura dos odus,
Dvodum B a d e ou 0 inquice Zaze ..E o r a tornando rapida e simples a formacao
'pod.e ser Q.vod.u m .Sobo o.~~ inquice ~.. .'." .' dO.S sacerdotes", ~if:Regi~al?o Pra!1d~,Barnburucema", diz 0 sociologo Ar- autorde Mrto lo g r.a d os Orixas. NaAfn-
mando. Vallado, da USP. '. ea e em Cuba os babala6s- conhecidos
Em praticarnente todos os.lugares .- . como pais do segredo - ainda m e m o -
para onde vieram escravos negros, a rizarn meticulosamente cada historia.
misrura desses ritos e divindades.mistura -. Os rites-de possessao sao 0.OUJroelemen-
rarn-se com caracterfsticas regionais e to- to rirual transrnitido com 0 "livro", C0111
maram divers as formas. A'partir do ~ecul!'l algumas mudancas em eada ri to. No can-
19, surgirarn crencas.corno o.xange, em domble, os OX i x < } . s "pegarn a cabega"tie:umPernambuco, o~tt:~.mbor-de-mina, no Mara- filho-de-santo - como se diz no terreiro
nhao, eo. batuque, no Rio Grande do SuI. quando eles incorporam em urn d¢ ,y6 tO: corn
No intcio do seculo 20; 0 candombleseen- 0 dam ci a rnediunidade -, dancam aa sorn
controu 'GOm0 espiritisme frances, no Rio.
de Janeiro, e fez nascer a umbanda, Em
Cuba.alemda sanreria, onde as vestimentas
des orixas lembrani'traies ciganos e de co-
lonizadores espanhois, h a 0 palo monte eo'
palo rnayombe, faunas d.e culto aos egun-
guus (espfriros.ancestraisjde origem banto.
As creucas se desdobraram no Brasil, em
Cuba, no' Haih e em Trinidad e Tobago, maso transede pessessac das divindades e a f eno Jog!,>da adivinhacao permanecerarn co-
mo pontocomura dos ritos em cada local.
Segundo a mitologia, Wi seria dono de
todos os porquesdos acontecimentos na
vida do ser humano-'e saberia como identi-
ficar e solucionar 0s.problemas decada urn
deles, E'contam.os africarros que Ifa teria
deixado 0 dom do oraculo a todos os povos
por onde pas.sou~mudando apenas. amanei-
f , , ! , de cada.naifaomaniptilar osamuletos que
C ad a co nju nto
de poem a s descreve
a v ida e a s a tribu icoes
de orixas e seus f i lhos .
de batuques e canticos, com movimentos
que sinalizam suas qualidades, lama, por
exemplo, e a deus a dos ventes t! da s ternpes-
tades e tern pnder sobre Q m u n : d o d o s v iv o s
'e dos.rnorros. Quandqjncorperada, en rpur=
fa 0 ar com asmaos como quem quer eSPaI~-
t a r os eguns ou controlar os ventos, Nessa
vertente, QS orixas nao conversam com seus
devotes, ao tomddodQs VOdUDS do.tambor-
de-milia, que se expressam verbaimente-e
eomem cit;) l iamque.te, S'~rvido00 terreiro. Na
t1mb~l;1da,-os: o$.:as :;i,m ch . . gam a Terra.
49
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~ R E L I G I O E S AFR lCANA S' ~
Quem tornaoCOl'PO
.dos filhos-de-santosao odus em suas libretas (eadernetas),,<inota-<;6es pessoais com rnitos, interpretacoes e
prescJiq6es de saeriffcios. Os primeiros es-
cf'itos desse eipo tambem-sao do seculo 19;
e apareceram em pesquisas do padre Baudin,
de 1884, e do corone! Ellis, de 1894, rnissio-
narios europeus que levaram.a escrita a
Afr~ca ~cid~ntaJ,dando infcio a,:sco-
lari zacao do's negros e a formasao da
primeira gramatica iantha, com Usta's
de verbose substantives, 0 mais anti-
go registro brasileiro com divinizacoes
de antigos babalaos foi 0 do baiano AgenorMiranda Rocha, 0me sire Agenor, datado de
1928. 0 curioso e que, ao mesmo tempo que
guardarn informacoes para a posteridade,
quando essas coisas v a G para 0 papel, muitas
outras se perdem. "Toda a literatura sagrada
guiasespirituais, como as ancesrrais pretos-
velhos, caboclos e criancas, que visitamos
humanos para levar seus pedidos e agrade-
cimentos-aos deuses e para trazer do mundo
divino as bencaos e as alertas,
A FALA QU E M UD A E RENO VAMesilla com 0 desenvolvimento da
escrita nas civilizacaos africanas e 0
contato C O l " F J . a 1ingua de outras cultu-
ras, as religioes africanas continuararn
sem livre. Ate hojeso existern irnimeros li-
vros etnograficos - surgidos a partir do se-
culo 19 - e registros nas cadernetas dos sa-
cerdotes - que acabam servindo como
consulta para os seguidores, Em Cuba, os
babalaos cultivararn 0 habito de registrar os
~ O P A NA vida e os poderes dos orixa s, de u ses da relig ia o io ruba , sa o con t
O X A I A
E h a m a d a d e G r a n d e Orixa,e a c r l a d o r d o h n m e m ,
s en h or d o p ril 1d~i o d a
Vida , da - r.e5~ira~iioe do
a r. C .a st i g a d . o p ar E x .u p o r
n a o l h e s f e r e r e r u m a
ofe~enda, D . .e b e u r :n l li tl J
e; M bado, nao p o d e ~riar
o m u n d o . R e s t o u a e l e
e r i a r o s h u m a n o s . A i r id i f ,
e m b r i a Q a d o , m o l l e lo u
s e r e s d f s t i n t o s , d a n d n
o r i g e m a d i ' l e ~ i d a d e .
E X U
M e n s a g e i r o e n t r eo r i x a s - e h u m a n o s, f o ·t
i i 1 c u m b i d o de r e c e b e r
n u m a e n t ( l i i i l h ad a '
as p r e s e o t~ 5 d a s v 1 's i t a s
d e D ~ a la , e n q Q a l l t o l i i e
( r f a v a iI h e m e m , P li t isso,
el~.nai: l 'e~e~uta p e d j t l o 5
s e m , a t g o e m t r o ~ a . T e m
p ~ T S ,o n a 1 i d a d e v i n g a ti v a ,
Q u e 0 fe z s e f < 1 ~ 5 0 C i a u o
a n d e m f i n i o t ri sta o por
r r ! i 5 s t o n a n 0 5 ' e l J r o p ~ 1 l 5 .
X A t f G O
G o v e m a d o r d a j u s ti ~ ,f a i u rn d o s p r tm e l rn s
r e t s d i! c id a d E : d e O i o ,
q u e d om in o u p o r m u l t o
t e m p n d i v e r sa s c iI la d e s
ie r u b a n a s , G e r a l m e ] l t e ,
q u e m D tm n rpu ra u sa
u m a c o m a , d e m Q n s f i' a l) ~
s e u n o ~ r e p o st n . E o
p a t r u n u d a s r e li g ii i e s d
o r ix as n o B r a s i l e m a r i d o
de lansa, Dba e f lxum ,
d e u s a s d e n o s atricanes.
O G U M
O e u s d a gllerrH d o se am in h c s , d a t - e c n o l o g i a
edas ap.ortunidide .
de realila~iin pessual ,
D o n o J l o s e gr a~ o n o l f cr ja ,
q u ;e e n a tn~trUl11entflS
m a i s resisfe n t e 5 p ara a
a g rj c u lt u r a ~ ~ Ia n ~ a s p a l a
l ia ~ a d o ( .e s e _ g u e r re i ro s .
A l e m d a e n x .a d a ,~ 5 e U
~ in l b o l o ~ -e -a ~ s l 1 a d M U e 0,
fe l s e r J 1 g a d . o a o s c a t 6 li c o s
s a n t o A n t o n t o e s ao J o rg e .
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Em Cuba . os babalaoscultivaramo habito
de registrar os mitesem suas cadernetas.
essencial do oraculo, no Brasil. "Como a rni-
tologia ioruba e muito rica em simbolos e
signos, teria gerado lima maleabilidade de
rites", diz 0 sociologo Vallado. EmMitologia
dos Orixiis, Reginaldo Prandi compilou 301
mhos afrieanos e afro-americanos, Em cada
urn os orixas se multiplicam em varies, crian-
do uma diversidade de devocoes, cada qual
com urn repertorio espedfico de rites, cantos,
dancas, paramentos, c o re s , p re f er en c fa s ali-
rnentares, cujo sentido pode ser encontrado
nos rnitos. Essa flexibilidade que a tracti!;ao
oral viabiliza e admite , no entanto, e justa-mente a fonte da riqueza e ciaresistencia m a srellgioes de origem african a, J55.0 e a f e dosvelhos negros nos orixas e suas historias,passadas adiante de pal para filho-de-santo,
de sacerdote para disclpulo. 0
tern que ser mernorizada, E",quando se usa
a escrita, perde-se arnemoria do que rrao
esta registrado", diz Reginaldo Prandi.
Com II tempo, tanto a falta de uma versao
eserita como a transcricac de alguns mitos
para 0 papel rnudoua forma da tradicf io , Ao
longo do tempo, 0 jogo de adivinhacao Iirni-
rou-se a lin segredo de iniciacao na religiao
- a leitura dos biizios para quem ingressa no
terreiro, J a es mites se difundiram mais como
manifsstacao popular do que como parte
DOSORIXA s ~v ers tc ulo s d e Ifa. Su a o rigem h um ana os fa z Im perf eitos , com dese jos e defeitos .
o x 6 s S ID . r i x a d a s f l o r e st a s , d e
onde 51' r e t i r a 0 s u s f e n t o .N a A f r i c a , t e r i a s i d o r e i
d e K e t u ; wj" P Q P U r a ~ a o
f o i a e s t r u i d a p e l n s
i n im i g - o s j ej es . P a r i s so ,
~ o b r ~v iv e u a p e n as n e
B r a s - H , o n c i e " f ~ a d r o e j r o
des ke tus . l nca rp c rado ,
s e -g !l 1 a a r c jJ ,~ f le c h a e
[[a!l I lS c om o s e e s tiv e s ss
ca~ando : Em a lgun s m i to s
I < t m b e m e f r m a o d .e O g u m ,
I E M A N J AS e n h e r a ~ a s a q u a s ,
tern 0HI ll a 11gadoaor inN i g e r , n a M r ic < \, o n d e
t a m n e m e c e ' l e b r a d a entre
as d iVindad~ f e m i h i n a s
p r i r l l o r d i a i s , d o n a s
d o c o n h e c i m e n t o e , d o
f e - i t i ~ o . E m a e d 0 5 o r i : { a s
p or que 'a ju do ll a c n ar
~ p O vQ a r a T e t r -a : E r rr <i u a
f e s t a , a ia 2 d e fevertijro,
devOtos o f e rece rn f lo res
e p r e se n t e e a e m a r ,
O M U L US e n h o r d .a p e s ~ e ~
ranheeederdeseus5 e gr e d o s e -c u ra s . P o r
ter n u , o r : p o a s r n a rta s d av a r i o l a , u m a d e s d o e n ga s
a q l, !e os e s C r a V 0 5 f(fram
expns tc s, t ern s i n c r e l i 5 m o
c o m sa o l a za ro , c u ]o
c o r p o t a m b e m e c o b e r t o
de c h a ga s . N o s r tt o s ,
5 a ' b o d ~ 0 x a x - a r a , { e i x e
~epalha c o m c a b a q a s
q u e ~ u a r d am r e m i! o i0 5 .
D i r f g e Q V I' n t o e a s
tempestades e e t a m b e md e u sa c ia s e n s u a li d a d e
f _ e m ; n i n a . 5~u n o m e q u e r
d i z e r 'im a e nove z e ze s" e ,
segundo 0 m i t o , prectsou
f~ler u m a o f e r e !l d a 'p a ra
c o n s e g u i r t e r a ~role.Ma e b a t a l h a d o r a , vendia
. d e n d e - p a r ~ s u s t e n t a r 0 -5
f i l h o s. D u t r a I e n d a d iz q u e
t e r t a s i d o u m a p ri n lle S q n a
d da d e d e I r a , e m 1 4 5 0 <1 . (
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~ E S P I R I T I S M O B E
sa Osstidores d e
Livro dos Espiritos- < } . : ( ; ) : ·c~
S aiba com o u rn pro fesso r de cien cia s inV e stig ou a s m en sa ge ns
dos e sptritos pa ra fundar um a relig ia o na Paris do secu lo 19..Text o A r tu r Fonseca. I lu s tr a coe s RS2
Na sala principal de uma. rnansao
em Paris, urn grupo de senhores
elegantes observa e):IIsilencio a
garota de14 anos. Julie Baudin
esta sentada em frente a uma mesa redon-
da e segura um estranho 0bjeto - uma
eestacorn urn lapis encaixado na borda,
que risca letras em espiral. Cadapalavra eanalisada asentarnente por urn dos.homens.
A gMota parece nae saber por ql1e os adul-
tos olham para ela tao concentrados - vol-
ta e meia la rie faz algum eomentario
engracado. Suas rnaos, porem, desenharn
no papel frases que em pOlleos rneses Irao
fundar urna religiso: 0 espjritisnro.
Publicado pela prim,eira vez em 1857, .0
Livre dos Espirltos foi organizado em cerca
de 20 meses' pelo profe ssor frances Alla n
Kardec, quecoordenou longas reunioes earn
mediuns.fazendo l?erguntas a elese colhen-
do respostas que aereditava vir dos espiritos,
Des varies medians que conrribufram para
o livre, 3 garot_a:s se destacam. Julie e Ca-
roline Ba\idi~nd,e J: 5 e 18 amos, e Ruth, Ja-
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K a r d e c f e z 0 lia»i la s E sp it it a5 ( o m
a a ju d a d a s m e d iu n s
J ul ie e ( ar ol in e
phet, de 20,. Organizando as respostas para
501 perguntas sabre 0 Universe, Kardec
criou a doutrina e visao de mundo ·do espi-
r:itismo, fazendo dele muito mais que uma
'diversao da burguesia parisiense,
Na epoca, os fenomenos mediiinicos ser-
viam como passatempo .nos saloes de Paris,
que cornecava a ganhar ares cosmopolitas. A
partir de 1850, a cidade passou por uma
grande reforrna. Ruelas rnedievais e
casebres deram Ingar a avenidas largas
e.bulevares que convergiam no Areo
do Triunfo, sfmbolo da forca da moder-
nidade e da nova burguesia france sa.
Com novos parques; a cidade se preparava
para virar 0 seculo como a Cidade das Luzes.
Era tempo de revolucso industrial e desco-
bertas clentificas, que tornavam 0 hornem
capaz de explicar e interferir nos fenornenos
ao sell ream, Ou ern quase todos,
Pe n que no meio 'de toda-essa modernida-
de, as mesas girantes eram uma-febre que'
assclava a Paris de 195;0. Eram comuns as
reunifies em saloes culturais au rnansoes de
senhoras da sociedade, nos quais as pessoas
iarn para girar mesas apenas com 0 poder
da concentracao, "Toda a Europa tern 0 es-
pinto voltado para uma experiencia q_ue
consiste em fazer girar uma mesa", afirmou
a jornal L'nIus trat iol1 do dia 14de maio de
1853. "Ide por.aqui, ide por ali, nos grandes
saloes, nas mais humildes mansardas,
, no atelier do pintor - e vereis pessoas
••• gravernente assentadas e m torno de
•• urna mesa vazia, que elas conternplam
• a sernelhanca daqueles crentes que
passam a vida a olhar sells umbigos.' Nas
reunioes, havia poetas, intelectuais e nobres.
o poeta Victor Hugo era freqiienrador assf-
duo das reunioes e chegou a escrever que
"negar a atencao a 'que tern direito 0 espiri-
tisrnoe desviar a atencao da verdade",
"Numa noite de maio de l8SS) a reuniao
das mesas girantes aconteceu na casa de
uma senhora chamada Plainemaison .. lima
das pessoas que c0mpa. t€Ceu a reuniao foi
53
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~ E S P I R I T I S M O ~
Hippolyte V~OI1Deaizard Rivail, urn.profes:..
SOI" de ciencias de SO arras. Mais tarde, ele
COIl,t3rj3como a visita 0 deixou irnpressio-
nado. A $ mesas, segundo ele, nao ~6 giravam.
c omo batiam no chao e se mov i am "em con,
d i< ;6 es Rue nao de lxam m a r gem a qua lq uer
dtivida"; A reuniao na casa da sra. Plaine-
rnaison deixou Rivail aturdido, "Entrevi
n a qu e la s a pa re nr es furilidades, no passa tern-
po q ue fa zia m d aq ue le s f en6menos , qua lquer
coisa de serio, como que a revelacao de um a
nova lei, que tome! a mim investigar a fun-
do", e scre ve ria o professor, anos depots .
CO M E< ;AM AS SESSO ES
Rivail passou meses observando 0 fenome-
no naquela e em outras casas da cidade,
com o a dos Boudin, que tin ha rn d ua s filhas
que acreditavam ser rnediuns .O maisestar-
recedor era que as mesas pareciarn nao so
radar COmO tam bern falar, Isso rnesmo:
pareciarn indicar letras com pancadas
no ch ao e , quando interrogadas, mo-
v i am - s e para a direita ou esquerda,
tentando comunicar "sim" ou "nao".
"S e as pessoas viarn a f !momeno como
um a diversao, Rivail ia a s reunioes de me s a s
g ira nees co m o u rn cien tis ta , F azia pergl,lIltas
seria s e a no ta va a s respo sta s que obt inha" ,
diz 0medium e jornalista Jorge Rizzini. Em
abril de 1856 , . 11 rneses depots da primeira
visira a 1 . 1mB . daquelas reuni6es, a mensagern
da mesa perturbou ainda rnais aquele pro-
fessor de ciencias. Um espfrito teria escolhi-
do Rivail para reunir e pebhcar os ensina-
men ro s queele obtinha nas mesas ..Rivailnao acreditou e pediu que 0 espfrito repe-
tisse a mensagem. "Confirmo 0 que foi dito,
m a s recom e ndo d iscrica o , se quiser se sair
bern. 'Iomara mais tarde conhecimento, de
coisas que agora 0surpreendem", foi a men-
sa gem q ue e le recebeu como resposta,
Assim 0 trabaiho comecou. Tedas as ter-
cas-feiras, Rivail freqiientavaaeasa da se-
nhora Boudin. Julte/a moea de 14 anos; e
sua irma Caroline, de 16, psicografaram
quase todas ·a~questQes do Livro 4QsEsp i ri to s .
Como a idemidade das duas foi maHt i c l a em
seg red o po r rn uito s a no s, sa be-se po uco sa bre
elas, 0 que se sabee que Julie era uma m e "< i liu mp as slv a, in co ns cie nte d b q ue esc rev ia ,
someme achava divertido a s pes soas lhe
darem tanta impottancia, As r eun ioes , dir.i-
gidas pelos pais delas, nao eram secretas,
mas resrritas a poucos convidados, Para es-
crever as mensagens, Julie e Car-oline usava:m
u ln a ce sta -d e-b ico , f eita de v im e , com 15 a
20 centfmetros.de diametro eumaespecie
de bico co m um lapis naponta, "P0ndo 0
m ed ium os dedo s na borda da ces ta , 0 apa -re lh o todo se ag ita e o lapis com eca a escre-
ver", conrou Kardec em () tivro dos Mediuns,
Com o tempo, as garotas passararn a usar a
psicografia direta, mesmo metodo usado
mais tarde pelo brasileiro Chico Xavier,
Diante delas, Rivail fazia perguntas que
nos , mortals, sempre quisemos f a zer a quem
passa pela rnorte e volta para contar. A
1 1 ,4:1pergunta do L iv re d o e E s pfr .it os , por
••• example, e"Poderiamos dizer que
•• Deus e infinite?" Ea resposta: "Defi-
• n (9aO in co m ple ta , P obre za d a lin gu a-
gem des homens, insuficiente para de-
finir coisas acima de sua Imeligencial'. A
I SOn e "A alma, a pos a m o rte , conserve . S U < ' l
individualidade? Sim, nunca a perde. 0 que
seria ela se naoa ,cons ervas se?"
As respostas que Caroline e Julie psico-
grafavam eram revisras.unalisadas emuitas
vezes comparadas a outras mensagens ..Na
Riva il I a zia pe rgun ta sque mor t a l s semprequ iseram [azer a quem
passa pela m orte
fase de revisao, a medium que rnais cOllEri,
buill foi Ruth Japhet, tuna mediu m sonam-
hula que tinha mars d e 50 cadernos Gam
mensagens que psicografava a noire. Para.RiVi!JI, a xev j sao era necess~·ria, primeino,
pOl' eausa da difieuldade em, se entender a
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que os espiritos diziam, Segundo, porque,
para ele, as espiritos nao eram donos de
toda a sabedoria do Universe, "Umdos pri-
meiros resultados das minhas observacoes
'f6i que os espftitos, nao sendo.senao asal-
mas dos hornens, nao tinham nem .a sobe-
rana.sabedoria nem a soberana ciencia; que
seu saber era limitado ao grau deadianta-
rnentoe que a opiniao deles paD tinha senao
o valer de uma opiaiao pessoal", escreveu
ele em 0 Iiivro dos Mediuns . Par isso, Kardec
afirrnava que muitas rnensagens de entida-
des eram ignaradas, au par terem gracejosofensivos ou por nao faze rem sentido. Tam-
bern por e ss e m o ti ve , quanta mais med iun s
participassem da composicao do livro, me-
lhor. Segundo de, mais de 10 deles contri-
bufram na 1· edicao da obra.
Quando Rivail acabou de editar as per-
guntas..surgiu umproblerna: qual seria 0
tltulo e quem deveria assinar a obra? Como
nao se eonsiderava autor, e sim urn organi-
zador, deu 0nome 6:pvio: o L iv re d o s E s piri-
tos. 'Mas.alguem precisava assina-lo. "Rivail
consultou as espiritos e uma entidade deu a
o s u ce s s o d a s m e s a s
g jr a n te s n o s s a li i e s d e
Pans a t r a r r a m K a r de c
ele '0 nome .de Allan Kardec, porque esse
tinha side o nome que ele teve numa vidapassada; como u rn sacerdote druids." Assirn
surgiu 0 nome do pai do espiritismo,
Em 18 de abril de 1857, os primeiros
exemplares sairiarn da Tipografia de Beaq,
ern Saint-Gerrnain-en-Laye, cidade vizinha
a Paris. 0 livro rapidamente correu 0 mun-
do e criou polernica, provo cando protesros
de padres e cientistas ceticos, mas atraindo
a atencao de outros mediuns, que entraram
em contato com Kardec. 0 pai do espiritis-
rna viu que seu trabalho ainda nao estavaterminado. Eram tantas novas tevela!i0eS
que eledecidiu revisal" mais umavez e es-
tender 0 Iivro. A 2"eai~a0, definitiva, con-
tern 1 Ol9 perguntas, A ultima delas e "(;Ireino do bern podera, urn dia realizar-se na
Terra?" Parte da resposta e : '''0 bern reinarana Terra quando.entre QS esptritos que vern
habita-la, os bons predominarem sobre os
mans; enrao .eles fal'ao-t'eipa,r na Terra G
amor e a justica, que.sjio a fonte do bern e
da felicidade". Estava criado 0 liVTO e, (tern
,ele~urna nova relig'iaErpara as homens. ®
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Os profetasdaAmer ica
~ M O R M O N S ~
Conh eca a h ist6 ria por tra s do unlco livre sa grado escnto na America
E a o rigem d a s polern icas hgadas a r e l i g i a o f un da da pelo Livro de M rn n.
Texto Nina \veingri l l
Um anjo aparece para voce e diz
que sua rnissao e contar a todos
que Cristo instituiu uma reli-
giao verdadeira, e ela nao enenhuma das que voce conhece. Foi 0 que
aconteceu com Joseph Smith em 1823,
quando 0 adolescence de 14 anos rezava
numa floresta arras de casa, ria cidade de
Palmira, Nova York. 0 anjo era M oroni , e
sua rnensagem 0 ponte de partida para aelaboracao do Livre de Mo rm o n , unica - . . - - -scritura sagrada feita na America.
Segundo 0 anjo, apos a ressurrei-
r ; a o , Cristo atravessou 0 oceano rumo
a Amer i ca . Aqui, ele viveu entre po-
vas judeus que teriam ernigrado para 0
continente a partir de 600 a.C. Durante 40
dias, Ele operou milagres, curou doencas e
transrnitiu aos natives valores cristaos. Urn
dos proferas que acompanhou 0 Messias
durante esse penodo foi M 6rm on - outro
anjo, pai de M o roni - , que regisrrou a pas-sagem do Messias em placas de ouro,
Smith foi guiado pelo anjo ate as placas e
recebeu a missao de traduzi-las. Com a ajuda
de pedras magic as, que colocava no chapeu
ao trabalhar, 0 jovem levou 10 anos para
decifrar 0 rnanuscrito e publicar a primeira
versa o d o U vro d e M o rm o n , escritura que ate
hoje guia a rg~eja de Jesus Cristo dos Santos
dos Ultirncs. Dias, Os seguidores da nova
religiao, conhecidos por mo rmon s au santos,
acreditarn que sua "Biblia" seja 0 livre se-
guinte ao N o vo T e st am e n to . " O s r no rr no n s se
afirrnam como as donos da verdadeira pala-
vra de Jesus Cristo", diz John Gordon Melton,
professor de Estudos Rel igiosos da Culture
Americana da Universidade de Indiana.
Urn deralhe crucial cia devocao ao Livre
d e M o rm o n e a crenca de que apenas seus
seguidores serao salvos no JU 1Z QFlnal. Gra-cas a essa conviccao, as fieis cia nova
religiao foram perseguidos por gru-
pos evangelicos que proliferavarn na
mesma epoca e viam naquela fe urna
afronta a sua propria. Para fugir da
violsncia, Joseph Smith retirou-se de.
Nova York em busca da terra prornetida ou
"Nova Jerusalem", e rurnou para oeste.
P OUGAM IA EM NOVA JERUSALEMEm Illinois, Smith acompanhado de profe-
tas, inclusive dojovem Bringham Young, queviria a sucede-Io, fundou uma legUio chama-
da de Nauvoo. La, a reltgiac tornou urna
dimensfio barulhenta. Primeiro porque Sm i -
th instituiu a poligamia como regra em sua
comunidade. A ordem teria side dada a ele
por Deus - segundo a religiao, as revelacees
sa o feitas sempre aos profetas da dourrina,
que podem mudar mandamentos e leis den-
tro da.Igreje a qualquer memento.
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A nova, regra criou dissidencias, Revolta-
dos eles buscararn apoio do governado r , que
tinha uma rixa pessoal com 0 profeta, Smi-
th era urn homem charrnoso e carisrnatico,
com pianos de se candidatar a presidencia
dos Estados Unidos. Era melhor conte-loantes que sua carreira decolasse, e ele foi
parar no xadrez, junto com seu rrrnao. Tres
dias depots, em 27 de junho de 1844, os dois
foram mortos a tires dentro da cadeia.
A essa altu ra, a Igrej a ja tinha bases bern
esrabelecidas e Young assurniu a Iideranca
mormon. A .tragedia, porem, confirmara a
necessidade de os fieis se mudarem para urna
area isolada. Disperses em cidades do Mis-
souri, Illinois e Iowa, os convertidos fieuni-
ram rurno a Utah, estado praricarnenre alheio
ao comando dos EUA. L a , construfrarn urn
temple, onde hoje esta Salt Lake City.
A t e hoje, a cidade e a sede da religiao e
base de treinamento dos rnissionanos, res-
ponsaveis por levar a palavra do Livrode
M6rmon a todos os cantos do mundo. Urn
sistema que s o tern dado certo. Hoje existern
12, milhoes de morrnons e eles continuam
crescendo. " 1 3 possfvel que daqui a 40 anoso mundo tenha cerca de 50 milhdes deles",
afirma Rodney Stark, professor desociologia
da Urrixersidade de Baylor; 110 Texas. ®
A h lm d a p o l e m tc a d a p o l 1 g a m i a , q u e l e v o u 0
f u n d a d o r d a r e l f g f a o it m o r t e e f o i e x t i n t a e n t t e
o s r n o rm o n s em 1 8 · 9 0 , n u tr a s r e q r a s d a r e l i g i a oc a U S ilm - o u c a us a V i \m - c o n tr o v e r s ia s , c o m o
a p r o j b i~ a o d a - e n t r a d a d e n e q r u s n o s t e m p lo s .
E - s s a f o i e x t i n t a e m 1 9 7 8 , l I O r o r d e m d e u m a
t e v e l a t a o , e f e ; a u m e n t a r a s .c o nv e rs d e s e m
p a i s e s d e grande p o p i j l a ~ a o n e ·g r a , c o m o
o B r a s i l . 0 i n c e n t i v .o a n s e x o a p a s
o { as ' a m e n t 01
c o m f i n s n ~ p " r o d u t i V " o s ,
e m a i s u m ' f ,a t 6 r lm p o r ta n t e p a r a
o c r e sc im e n t o d o n u m m e r u de M is .
I A n a ta li d a d e e n t r e us m o r m o n s
a m e r i c a n o s e 5 0 % m a i e r que a
m e d i a d o . r e s i o d a p o p u la ~ a o .E , q u a n m i n a is t 1 l h o s ; 1 n a i s f ie is
n o f u t u r o . A b u s ca p o r n o v o s
s e g u id o r e s v a i a t e 0 a l i l m . " T o d a s
a s p e s s e a s t e J T I 0 d i r e l f o d e e s c o lh e r
t a l e r p a r t e ' d a Igrll:ja", d i t N e i G i m i a ,
do l ) e p _ i i l t a l T l e n t o de A ' s s u n t o 5 P u M ic o s
d a s e d e d a Igrffja n o B r a s il . P o r l s so , r e r t a
, d e 200 milhoesde p e s s o a s m e r t a s j~f o r a m
l i a t i z a d ( l s , p a r a q u e p s s s a m o p t a r p e la
c o h v e r s a o n a - ' l O r a d o J u i z o f i n a l . E n t r e e l 'e s ,
e - s t a o B u l l a , tOd05 o s p a p a s e E l v i s P r e s le y .
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~ NOVaS TEMPOS f*
o gurudosn ovas tem pos
- -c ,~ . : 18 : .(>-
Conheca O sh a. a ind iana funclador de urn mov imen t o
e sp iritu a l com todas as caracteristicas de UIDa nova re lig ia o ~
inclu siv e u m a obra escrita com m ais de 600 vo lumes .Text)\ ' Bia ;nca Nunes
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No fim dos anos 50, urn professor orientals, que segundo ele nao surtern efeitode filosofia chamava a rencao na no homem moderno e num mundo extrema-
Universidade de Jabalpur, na mente consumista e dinamico, Seria precise
India. As aulas do barbudo de algo rnais agressivo para nos tirar do estado
gorro e oculos escuros, sempre loradas, "vicioso" em que estamos. Para isso, Osha
eram as (micas em que homens e J:11'llheres desenvolveu tecnicas, como a meditacao
podiarn sentar-se juntos e debater livremen- dinarnica, e reformulou outras, "0 objetivo
te - apenas mais UJDadas controversias do e a libertacao do ser humano por praticas
homem que se: definiu como "urn mistico diversas das quais Osha se apropriou, de
espiritualrnenteincorreto". Chandra Mohan tradicoes religiosas como 0 zen-budismo, 0
Jain, Oll sirnplesmente Osho, causava pole- tantrisrno e 0 sufismo'', diz Usarski.
mica principalrnente com seus ataques as Segundo a aurobiografia de Osho, suareligioes tradicionais. Pregando a busca da trajetoria espiritual cornecou de maneira
liberdade atraves da meditacao, ele conquis- semelhante a de antigos profetas, aos 21
tou uma ge.ra~ao de pes.seas que bus-® anos, com lima revelacao, Ete ton.ta quecava a espiritualidade sem ter de se numa noire de marco de 1953 foi acor-
comprometer com antigas crencas, ....... dado por uma energia forte em seu
Mas 0 nrovimento que ele criou assu- quarto, correu para 0 jardim onde
miu todos os contornos de uma nova meditava e viu tudo iluminado, Ficou3
religia«, como a busca pelo divino,.seguido- horas ernesuado contemplative - "chapa-
res, rituals, dourrinas e ate mesmoescritu- dao", como definiu-e 7 dias sem falar.
ras - mais de 600 Iivros qne S 3 _ O best sellers "Dias sepassavarn e eu nao sentia fame, nao
internacionais, traduzidos em 5S idiomas. sentia sede, Desde aquela noite, nunca mais
"Nao existe homem mais cabeca-duraque estive 'em meu corpo." A luz trouxe a per-
o papa, o-Polaco", disse sebre Joao Paulo 20- cepcao. de que nao ha nad a a ser obtido, pois
durante umaentrevista de 1985, publicada a ser hurrrano ja e perfeito.em 6 volumes no livre O- ( rl ti m o T e s tam e n t o .
o Polaco, como sempl'e chamava 0 entao
chefe da rgreja Catolica, era um dos alvos
favor iuos de Osho: "0 mundo es ta superpo-
voado e ele continua pregando contra 0 con-
tro1e de' natalidade, a pilula e o aborto", Seus
liv):,os, editados a partir de palestras e entre-
vistas, oferecem novas interpretacoes de 11-
vros sagrados, lideres religiosos e sistemasJ;)0Htico,S. 0 cbjetivo era discutir a . importan-
cia cia Iiberdade, do auto conhecimento eda
r.e]ac;ao do homern com ele rnesmo e com 0
planeta -a busca por urn novohomern,
"A abordagern, de Osho traz elementos
religiosos, especialmente no.sentido de que
o ser humane tern a capacidade de se ilu~ni-
uar e po de desenvolver seu potencial ineren-
te" explic'rO professerdejeclogia da PUC-SP
Prank Vsa1iS~t?si>e p,otencial seria desen-
v01vtd~p;el'3 meditaga'%- mas nao coni os
metoMs desenv0Iv::ici0s ba sec;ulos pelos
D A FtLO SO FIA A RELIGIAO
Formado em filosofia, Osho passou a dar
aulas e a reunir nas universidades seuspri-
meiros dlsclpules. A quaritidade de pessoas
que ° buscavam era tao grande que em 1962
ele abriu urn centro de meditacao e comec;ot1
a fazer inumeras viagens para palestras ao
redorda india. Em 1964, suas palavras fo-ram publicadas.pela primeira vez em Iivro,
sob a titulo 0 C am i n h a P e rfe it o. Foi a primei-
ra das rnuiras obras 'que fizeram 0 sueesso
do movimento. Dois anos depois, Osha aban-
donaria 'sua atividade academica para dedi-
car-se ~xclusiv<ilJlente.a voca9ao de guru e
passou a organizar acampamentos de medi-
tac;ao na_zona rura] do pais.
Nos .anos 70, Osho ja tinha uma pequena
giultidao de seguidores e 0 P119\7inie~lIJQ eo-
m e co u a -g an ha r a s feit5es de uma religHio.
Em 1970, num cam_PQde meeitag8.o. ele fez
5 .9
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~ NOVOS TEMPOS ~
a iniciacao formal do primeiro de seus dis-
dpulos - ou neosanias, Em 1971, ele mesmo
mudaria seu nome para Bhagwan Shree
Rajneesh=- ou "Rajneesh, 0 senhor abenco-
ado", em sanscrito - deixando clara sua Ii -
gacao divina, a s neosanias adotaram rituais
como vestir roupas vermelho-alaranjadas,
urn colar de 109 contas e urn medalhao com
a imagem do lider. Alern disso, cada novo
discipulo era rebatizado pelo mestre para
caracterizar a adesao. Afinal, Osha e seus
seguidores mudaram-se para uma comuni-
dade no parque Koregaon, em Puna, India,
que se tornou urn resort de meditacao, Se-
gundo Usarski, mais urna caracterfsrica de
urn movimento religiose. "Religices inte-
gram socialmente, ja que mernbros de lima
comunidade religiosa compartilham a mes-
rna cosmovisao, tern valores comuns e pra-
ticam sua fe em grupo."
Em Puna, Osha aplicava rnetodos tera-
peuticos em workshops e dava palestras
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diariarnente. De rnanha, .comentava as en- foram hipotecados para comprarrnosmate-sinamentos de tradicoes religiosas, como 0 rial de construcao." Seu liberalismo em re-
bud i smo , 0 sufisrno e 0 cristianismo. A tarde, l aC ;ao ao sexo (vejaao Zado) tambem criou
respondia perguntas sobre temas.como.amor, repiidio. Ainda havia uma agravante: "N6s
chime e rneditacao, Num mes, falava em andavamos de vermelho. E naquela ~p0ca
hindi, no outro, ern ingles, Cada serie de 10 verrnelho era coisa de cornunista", diz Raci-
elias foi publicada em forma de livro, com- Iy. Rajneeshpuram comecou a sofrer hoi-
pondo mais de 240 obras em 7 anos. Na® cotes da comunidade local. Alvaeas
e.poca, Osho ja tinha cerca de 400 li - foram negados e 0 vista d.e residente
vros publicados, somando urn volume .",... de Osho foi negado. Em 1985, aeusado
de texto maior que a da Btblia au do de violara lei de imigracao, passou 6
Alcarao . Em 1976, 0 compJexo de Puna elias preso e fQ i Iibertado sob fianca de
ganhou urn ediffcio dedicado exclusivamen- US$ 400 mil e a promessa de deixar 0 pais.
te a producao editorial do guru. Os livros Pessoalrnente, a temporada americana
levavam a palavra de Osho para 0 mundo foi ruim para Osho, que em seguida teve
inteiro e atraiam cada vez mais genrepara visto negado em 21 paises e foi obrigado a
conhecer de perto seu movimento. No fim voltar a India. A perseguicao, no entante,
dos anos 70, 0 centro recebia cerca de 100 teve muita repercussao na midia. 0que, de
mil pessoas por ano. E cad a vez mais ociden- forma contemporanea, teve urn efeitoseme-
tais eram conquistados peJa ideia de rerum- lhante a s perseguicfies sofridas por wrofetas
ciar as repress6es impostas par religioes, da Antiguidade, como.Moises, Jesus e Mao-
educacao, governos e outras tradicoes, sem me, ajudando a fortalecer a adesao dos fieis
ter de abrir mao do mundo material. ao rnovimento e a populariza-lo entre os
dernais. Antes de morrer, em ·1990,0 gurumudaria de nome uma u l t ima vez, para 0
definitive Osho - sinonimo de "oceanico'',
Alias, a placa sobre suas cinzas diz que ele
"nunca nasceu, nunca morreu. Apenas 11a-
bitou este planeta Terra entre 1931 e 1990".
Sua palavra, Gam certeza, esta bastante viva.
Segundo Klaus Steege, presidente da Osho
International em Nova York, ainda h < l pales-
A CO NQU ISTA D A AM ERICAo interesse de estrangeiros fez 0 movimen-
to buscar uma base fora da india e em 1981
Osho e seus seguidores mais proximos mu-
daram-se para urn terrene 150 vezes rnaior
que 0 Parque do Ibirapuera, no deserto de
Oregon, FlOS EUA, dando urn passe impor-
tantepara inrernacionalizar 0 movimento.
"Querfarnos construir um lugar para viver-
mos 0 novo homem. Urn centro terapeutico,
urn resort, uma comunidade, urn clube de
meditacao enorme", conta A. Racily, brasi-leira membra da Osho International, que
morou com 0 guru em Rajneeshpuram, co-
mo foi chamada a . comunidade,
Por nao condenar a riqueza, 0 rnovirnen-
t ( , ) atraiu a atenr;:ao de rnilionarios. E come-
cararn as polemicas que marcariam aquela
ternporada, Osha fieou famoso por sua cole-
- ; 0 3 0 de 93 Rolls-Royces. Segundo.Racily, os
earrcs foram doados pot discipulos ricos
P<! I a ajud a t a construira cid ade . "S em bens,
nao PQd i amos pega r emprestimss, Os carros
No f im dos anos 70,
o cen tro de medi tacaode O sh o recebia 100 m il
pesso a s po r a no .
tra~'nao rraduzidas do, hindi para 0 ingles,
- 0 que sigriifica gut? mais 1 i \1 1 : 0 5 S e r aQ pu-
blicados. E como era de esperar de urn guru
moderno, os liV[0S nao sao mais 0 principal
"tefCulo da palavra de Osho. "0 grande pro-
jete agora sao osdvds com tecnicas de ID'e-
ditacao e os livros ccm cds.' ®
~ -,
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~ NOVOS TEMPOS f M
o poder da m en te- c ~ . : 0 :.()-
. I C~encia,p:i~ologia e ~i ta~~s d~ ficcao cientlf ica s~o os .lq gre dle nte s ba sICO Sd e Dianetic»; l ivre fundador da cientologia ,
Text o N i na Weingrill• I lu s tr a cao L i li an Laszlo
oce ja deve ter ouvido falar da 0 livre logo entrou na lista de best sellers
cientologia, religiao de Tom Crui- do jornal The New York Times e aeumula 20se, John Travolta e outras cele- mllhoes de capias vendidas desde 0 l anca-
bridades de Hollywood. Nascida menta. Famose, Hubbard cornecou uma
em 1954, nos EUA, ela.promete acabar com luta contra.a psicologia eo uso de remedies
as problemas do mundo ajudando as pesso- para doencas mentais que, na sua opirriao,
as a se Iivrarem. de seus traumas. A doutri- eram psicossornaticas. AAssociacao Ameri-
na tern influencias de outras religioes, como cana de Psicologia reagin afirmando que 0
o hind uismo e 0 budismo, e de ciencias livro nfto tinha fundamento cientffico, ° quehumanas, comoa psicologia . .M<:lS 0 livro derrubou as vendas. Hubbard realizou mais
que fundou toda essa historia foi uma obra urn ajuste de trajetoria, e fez. da Dianetica 0
de auto-ajuda chamada Dianetica - A Cien - livro-guia da cientologia, religiao.da qual
dj1Moderna da Saude Mental. seria profeta e fundador."
o misto de filosofia com psicologia nas- Em 1954 ele comecou a peregrinar parceu dacabeca de Lafayette Ronald Hubbard, universidades ecentros comunitarios, mi-
urn escritor de ficcao com centenas.de !ivros nistrando palestras sobre a nova doutrina e
publicados nos an os 30 e 40. Apesar de ser reunindo seus primeiros seguidores. 0 rno-
um autor razoavelmente conhecido, espe- vimento logo abriria igrejas na Inglaterra,
cialmente por seus tttulos de fic<;ao cienti- Australiae naNova Zelandia - alem dos
fica, 'Hubbard nao tinha retorno financeiro EUA. Para os seguidores se tornarem "lim-
com. seus livros, que custa.vam-apena. s+ pos'', devem seguir as tera.pias, ate.,hojealguns centavos. Entao, depois de 0principal ritual da cientologia, que as
servir como ofieial da Marinha arne- oferece na forma de cursos pagos. E
ricana na 2" Guerra Mundial, ele de- bern pagos: custam entre US~ 750 e
cidiu esereverum livre diferente de US$ 8 mil, Dependendo dos problemas
tudo que tmha feiro ate ° momenta, que tern, 0 fiel pode dernorar para chegar itDianetica chega as livrariasem 1950 com ilumlnacao, ou nao alcanca-la nunca.
a teoria central de que a fonte das doencas Aqueles que chegarern Ia, todos os segre-
mentais e ffsicas sao cicatrizes chamadas de dos da Igreja serao revelados - inclusive sua
"engramas". Elas se fixam no subconsciente teoria da criacao do homem, "Hubbard
das pessoas, a ('mente reativa", e viram obs- achou que seria.irnportante ter uma historia
taeulos para uma vida plena. Para se livrar de come tudo comecon, assim como aCOD-
desses traumas e aproveitar ],00% da sua tece em outras religi5es", afrrma Stephen
capacidade, as pessoas devem passar por Kent, professgrd~so~iologia da Universida-
audicees, especi"e de terapia regressiva, para de, de Alberta, nn Canada. A stmsa<;:ao de
se tornarem "limpas" - seres llnrainados. que a'lg~ na v:idaesta errado e precisa ser
v
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consertado e 0 que move toda religiao, e na
de Hubbard isso nao poderia faltar,
Durante decadas, 0mito da cria<;ao foi
rnantido em segredo, sendo revel ado apenas
aos fieis rnais graduados, S6 que alguns deles
resolveram falar, eo mite se tornou publico
em 1995. Hi 75 rnilhoes de anos, varies
planetas 56 reuniram numa "confederacao
das galaxies", governada por urn lider do mal
chamado Xenu. Como as planetas estavam
com problemas de snperpopulacao.Xenu
mandou bilhoes de seus habitantes para aTerra, onde foram mortos com bombas de
hidrogenio, Seus espiritos - charnados de
"thetans" - continuaram por aqui, reencar-
nando justarnente em nos , seres humanos.
A c ien to lo g ia p rom e te
as pessoas rem over
bloq ueios e rea lizer u rn
potencia l desconhccido
Ahisteria incrivel, digna da carreira de
ficcao cientifica de Hubbard, n,ao atrapa-
1ho11a difusao da religiao, que desde 0prin-
cipia busoou HSs entre as celebridades, gIJ-e
a colocam nas manchetes dos tabloides.
Dina de suas estrategias pioneiras de 'pro-
rnocao fbi 0 Projeto Celebridade, lancado
em 1~55 para estirnular a adesao de farno-
sos do cinema) do esporte e da politica .com
descontos no prer;o clos cursos, Urna vez
cooptadas, as celebridades tornavam-sedivulgadores espontaneos da Igreja, como
e Tgr t. l Cruise: hoje em dia.
A tatica tern dado bastante certo, ajulgar
pelo rneie milhso de adeptos que a religiao
conrabfliza e m 156 pafses, inclusive a Brasil,
Mas, para Kent, esse nao e 0principal apelo \
da mligiao. ''A formula do slices so deles.ea
ageq,u'ar;aoa necessidadede cada u r n . Acien-
nQ10gia promete a s pesseas remover seus
bloqueios e realizar urn p0tehcial queelas
, l ! J . a o oonhecem. S e isso funeiona por causa da
religiao au nao e urn longo debate"; diz.0
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~ NOVOS TEMPOS ~
Sagradosextraterrestres
N ova s crenca s e escrltu ra s re lig io sa s su rg ira m no secu lo 20.
Em a lg um a s d ela s, o s a njos tra dicio na lm en tc associados
a revelacao fo r am subsriru idos por ex tr a te rr e st re s .Text o M i che ll e V e ron es e
"p arai 0 mais breve posstvel com as tauro, extraterrestre preocupado com 0
experiencias belicas ou ireis pre;- destinoda humanidade, Em sua "revels-
J senciar terdveis. sofr irne ntos", 0 ; ; : 3 0 " , e'le pede queo-jcvern divulgue suas
~ anuucia urn ser alto, loiro e_ rnensagens de paz e amor pela terra,
vestido com urn uniforme de astro- 9 Oencontl'O parece obra de ficcao
naut.a. ~.mensagem e transmitida ao ~~ cienrifica, mas esta no livre OJovem
brasileiro Paulo Fernandes, uma das q ue se Encon t rava com Extraierres tres ,
pessoas que dizern ter recebido a pa- de 1972. Antes dele, pelo menos 011-lavra do comandante Ashtar Sheran, tras duas pessoas, urn Ingles e um ale-
extraterrestre da constelacao de Alfa Cen- mao, publicaram livres sobre urn contato
sagrado com 0 Comanclante Ashtar, como
e conhecido, e suas recomendacoes para a
salvacao, E ainda existem dezenas de ou-
tras obrassobre centaros sagrados entre
hurnanos e habitantes de outros mundos,
Esses livros s a o a base de nevas religioes
em que ETs sao objeto de culto,
Os seguidores dessas correntes acredi-
tam que habitantes de outros planetas sao
os criadores da rac;:ahumana ou espiritosmais'evolufdosencarregados de nos orien-
tar espiritualmente - crenca sugerida in -
clusive p clo Liv ro iio s E s p( rito s, publicado
por Allan Kardec ainda no seculo 19. Des-
de entao, esses seres visitam a Tetra e se
comunicam corn algun-s PQUCOS escolhidos
para proteger e ajudar a :"lUmali1idflde,rnais
ou menos como anjos e deuses de outras
reHgiOes. A rnaioria, das pessoas que encon-
tram esses p t " m J ) .tas f U l 'l . . c l a seitas.
5/17/2018 Eb Superinteressante 254a Julho 2008 Especial Livros Sagrados - slidepdf.com
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Esse tipo de crenya cornecou a surgir no
fim da dec ada de 1940, com 0mundo mer-
gulhado Bas paranoias da Guerra Fria e na
con ida espacial. Naquela epoca surgiram
os primeiros relates de ovnis, logo associa-
dosa discos voadores pilotados pOI' extra-
terrestres, E nesse clima que surgem os"contatados": hornens e mulheres que re-
cebern revelacces deETs e sao encarrega-
dos de divulgar sua palavra, Tal como Bu-
da, Moises e Jesus, os contatados virararn
os profetas da era espacial, com crencas
semelhantes a s de outras reljgioes, A dife-
renca e que suas figuras ,sagradas s · a o ver-
des ou .usam roupas de astronauta,
I-foje basta navegar na Internetpara
eneentrar centenas de cultos a extraterres-
tres espalhados pelo mundo. E verdade Que
essa mistura de religiaill e ufologia airidacausa estranheza, especialments depots
que os integrantes de um desses gTUpOS, 0
Heaven's Gate, cometeram suicidio coletivo
noestado arriericano da California, nos
aH'qs 90. Mas para o cientista da religiao
AlblMto MOT e ira, da Universidade Federal
de Juiz de Fora, esses grupos fazern suces-
so por causa.de uma necessidade bem ter-
rena. {'As,pessoas l@m necessidade de en-
cantameuto .eJascini9 'para viver, E algumas
buscam Isse alem de-horizonte." 0
M O V I M f N T O R A E L I A N O8edfa~o n o Eanadt e ss e g ro up o a t r a i
s i ~ p a l i z a n t e s no I l l - u n d o i n t e i r o e o m . a i d e i a
d e q u e 05 s e re s h um a n o s t o r a m e r la d e s p o r
m a n i p J t l a ~ a o g e n e t ' i c ~ a - i l l l a g em e 5 ~ _ m e l n a n ~ a
de s ewhim ( " i l q i J e l e s qu e v i e r ~ m d o cau",
e r n h e b r -a ie o ) . 0 .5 r a e l i a n a s consideramo
e x -j o r n a l i s t a l r a n . ~ @ 5 R a ~ s e u l Idsr e p r e t e t aO····..··..····..·hO: --., - ~••• .,._~••.•••••
e , a g l l a r d a m o r e to r n a t l o s E J s , p r e v i s t o p a r a
O S S "c . o n to r m e d jz o , l i v rQ A me l l sogem
T ransm i t/ do pe lo~ f x t(Q te f (f s t re s .
~ FE N O OUTRO MUNDO ~Ve ja a lg um a s l l v r o s q ue cu ltu am E T s .
1))2 A S H T A R ' S H E R A N
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~ EPfLO G O 9i
Cron olog ia dos livrosA qu i estao o rga n iza dos os principais liv ro s s ag ra do s cira do s n as re po rta ge ns ,segundo a epoca em q ue su rg ira rn , de a co rdo com os estud io sos da a r e a .
tE l HINDUS lie
G URU G RANT SAHm
S i k h i s m a
1469 a 1708
G RAND E TESO URO
DAS ESCRI TURAS
B u d ; s m 0 c h i n e s
9 8 3
B u d i s m o t e r a v a d a50 0 a 10 0 a . c .
TA1TVARTHA SUTRA
l a i n i s m o
200 a . I.
C o n f u c i o n i s m o5 0 0 a 2 0 0 a .c .
I u d a i s m n
5 0 0 a .c .
~ ABRA ANICO S [! E
· 1 0 . 0 . 0 . C o n f u r . i o n i s m o
5 5 1 a 4 7 9 a . c .
2 0 . 0 . 0 .
S U T R A S M A H A Y A N A S
L lVRO D E M ORM ON
Mormons1830
1 5 0 . 0 .
1000.
Cristianismo
50 a 40 0
l s l a m i s m o
6 1 0 a 6 3 3
NOVO TES fAMENTO
5 0 . 0
B u d i s m o mahayana
1 0 0 a . c .
o
Hinduismo
8 00 a 50 0 a .c.