Desafios do Desenvolvimento: (Trans)Formação Docente e Trabalho de Ensino

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DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO: (TRANS)FORMAÇÃO DOCENTE E TRABALHO DE ENSINO

Anderson Carnin (UNISINOS/Capes)

Ana Maria de Mattos Guimarães (UNISINOS/Capes-Observatório da Educação)

Assumindo a noção de ensino como trabalho, a proposta de comunicação apresentada visa a discutir a questão da transposição didática como elemento integrante da formação continuada e do agir docente de professores de língua materna. Partindo de uma compreensão cooperativa de formação continuada, na qual (co)constrói-se uma forma de agir docente como uma ponte entre dois mundos: o acadêmico e o da práxis, tem-se uma cultura de trabalho em que o professor realmente tem espaço para desenvolver sua formação. Nesse espaço, acreditamos, é que o professor pode encontrar um campo fértil para a materialização das autoprescrições que ele constrói em seu trabalho – ou seja, de como ele vai transformar suas vontades, seus anseios, em um trabalho que será didática e interacionalmente concretizado em sala de aula. Dizendo de outro modo: a formação continuada, enquanto elemento integrante do trabalho docente, no que tange ao âmbito das prescrições, do que é dito ao professor sobre o que deve ser feito, é elemento basilar, na contemporaneidade, do trabalho concretizado do professor. Nesse trabalho é que a didática e as práticas de ensino também merecem um espaço de reflexão e de destaque. A prática de elaboração de materiais didáticos e as possibilidades que esse trabalho permite quando posto em ação em sala de aula são, em muitos casos, “novidades” apresentadas aos professores em formação continuada. A pesquisa em desenvolvimento e que sustenta este trabalho pretende apresentar alguns elementos iniciais que dão conta dessa realidade. Assim, e para que se possa pensar no papel da/e na conjuntura de fatores que entram em jogo na proposta de formação continuada cooperativa, e compreendê-los, atribuindo-lhes um valor que alcance os espaços e formas do agir docente acompanhados em nossa pesquisa, entendo que observar essa formação requer uma perspectiva teórico-metodológica que dê conta não apenas de aspectos linguísticos, mas também de diferentes dimensões que estão envolvidas no contexto citado. Para isso é que valemo-nos de uma proposta de ciência do humano, de um interacionismo sociodiscursivo como perspectiva teórica e metodológica de base, pois nela as dimensões, psicológicas, didáticas e até mesmo sociológicas podem ser consideradas, descritas e analisadas. Nesse sentido, a comunicação pretende discutir, também, o alargamento da noção de trabalho prescrito, de forma a incluir atividades em cursos de formação continuada que podem ser internalizadas pelo professor e relacionadas ao desenvolvimento da profissionalidade docente. Palavras-chave: trabalho docente; formação continuada de professores; transposição didática; ensino de português.