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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional

Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

VERANI MARIA FUSINATO COSTENARO

MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO

UNIDADE DIDÁTICA

MEDIANEIRA

2010

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

PROFESSOR ORIENTADOR IES: Inácio Brandl Neto

PROFESSORA PDE: Verani Maria Fusinato Costenaro

ÁREA PDE: Educação Física

NRE: Foz do Iguaçu

IES VINCULADA: UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual João Manoel Mondrone

PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos do Ensino Fundamental

UNIDADE DIDÁTICA: PEDAGOGIA COOPERATIVA COMO POSSIBILIDADE DE

MUDANÇA QUALITATIVA PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE O

ESPORTE

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UMA PEQUENA INTRODUÇÃO

Vivemos numa sociedade onde os valores como individualidade e

competitividade estão em alta. Isso reflete na escola, através de comportamentos e

atitudes violentas, como rivalidade, exclusão e com pouca solidariedade. Neste

sentido, nossa prática pedagógica deve ser repensada, pois durante os anos em

que os alunos passam pela escola, ensinamos a eles valores, atitudes e outras

ações educativas que afetarão sua vida na sociedade.

Dentro do contexto escolar a Educação Física está passando por

transformações, tentando reforçar sua identidade. A mesma está experimentando

deixar de lado ou diminuindo o modelo da prática esportiva e na aptidão física, já

que se esta prática pedagógica se concentra na competição e no desempenho do

aluno, tentando assim passar para uma proposta mais crítica, onde o objeto de

estudo é a Cultura Corporal.

Pensando em criar momentos para o desenvolvimento físico, moral e

intelectual do aluno, pretendemos melhorar nossa prática pedagógica, usando

exemplos de atividades cooperativas e sugestões de atividades dos alunos para

transformar a realidade excludente em aulas de Educação Física, num ambiente

alegre, inclusivo, agradável de estar e participar, de aprender e dessa forma o aluno,

aqui em questão, poderá tornar-se um indivíduo crítico, com consciência social,

solidário, cooperativo e democrático.

Através desta Unidade Didática iremos incluir os princípios da Pedagogia

Cooperativa, segundo Brotto (2001), para mostrar que através das aulas de

Educação Física tem alternativas de trabalhar o conteúdo Esportes com atividades

dos Jogos Cooperativos, proporcionando oportunidades que não devem se limitar

somente ao esporte pelo esporte, atrelado a competição.

Segundo Orlick (1989), estamos ensinando e divulgando mais os jogos

competitivos do que os cooperativos, pois não ensinamos ao aluno a amar o

aprendizado e sim a tirar notas altas; e na Educação Física, ensinamos os alunos a

vencer, e não a amarem o jogo.

Apoiados nos fundamentos da Pedagogia Cooperativa vamos mostrar que

podemos jogar de forma interessante, inclusiva e desafiadora, podendo ainda ter

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outra visão e outros objetivos a respeito do jogo, fazendo com que todos se sintam

responsáveis em contribuir com o desenvolvimento do jogo, e sentindo-se então

parte do grupo.

Há uma expectativa dos docentes em relação aos Jogos Cooperativos por ser

uma proposta nova e também por ser um trabalho de inclusão. Esta proposta foi

para despertar nos alunos o prazer nos jogos, visto que estes exigem mudanças

nas aulas de Educação Física, e este trabalho visa produzir um material de apoio

privilegiando os esportes como Basquetebol, Futsal, Handebol e Voleibol que são

conteúdos da grade curricular.

Dar um novo significado às aulas de Educação Física, é um exercício que

requer amplas possibilidades de intervenção, para isso o professor deverá estar

integrado a sua turma de alunos, conhecê-los e fazer com que eles se conheçam

para que tenham um bom relacionamento, principalmente que se aceitem como

indivíduos, com suas diferenças, dificuldades de convivência.

Um exercício para que o professor conheça sua turma, a fim de iniciar com

atividades de Jogos Cooperativos é a atividade em grupo, mesclando sempre que

possível com atividades esportivas mencionadas no final deste trabalho.

IDENTIDADE DO GRUPO

Material necessário: papel e caneta

Objetivo: reconhecimento dos iguais. Sintonia do grupo.

Cada aluno responde as seguintes perguntas em uma folha de papel,

individualmente.

1. Se eu pudesse se vitorioso em algum esporte, qual escolheria?

2. Se eu tivesse que viver em alguma estação (primavera, verão, outono e inverno)

qual seria?

3. Se eu pudesse mandar o meu professor (a) para algum lugar, para onde seria:

a) SPA b) Curso de atualizações c) Viagem para o Nordeste

4. Se eu pudesse ser um instrumento, qual seria?

5. Se eu pudesse vencer um desafio atual, qual seria?

6. Se eu pudesse curar uma doença, qual seria?

7. Se eu pudesse eliminar um preconceito, qual seria?

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8. Pelo que estou encantado (a) atualmente?

9. O que eu quero e preciso resolver?

10. Qual é a minha expectativa em relação às atividades cooperativas nas aulas de

Educação Física?

Depois de respondidas as questões, cada aluno vai conferir com os colegas a

quantidade de respostas iguais.

Para encerrar a atividade, os alunos poderão ler suas respostas para o

grande grupo e assim compartilharão sensações e idéias entre si. Com certeza

terão surpresas, pois os Jogos Cooperativos são jogos de compartilhar, unir

pessoas, despertar coragem para assumir fraquezas.

Orlick (1978) nos mostra uma reflexão dos estudos dos Jogos Cooperativos:

Jogos de aceitação devem substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades, estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios problemas psicossociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor. (ORLICK, 1978, p. 104).

A aplicação dos Jogos Cooperativos nas escolas ainda é receosa, por falta de

conhecimento apesar de vários trabalhos já existentes nesta área.

Brotto (2001), quando analisa os Jogos Cooperativos, não tem a intenção de

colocar um contra o outro, segundo ele, esse jogo...

(...) visa primeiramente, ampliar nossa percepção sobre as dimensões que o Jogo e o Esporte nos oferecem como campo de vivência humana. E, em segundo lugar, pretende indicar que nos Jogos e Esportes, bem como, na Vida, existem alternativas para jogar além das formas de competição, usualmente sugeridas como única ou a melhor maneira de jogar e viver. (BROTTO, 2001, p. 56-7).

A proposta agora é ensinar e também refletir sobre o que se entende sobre

cooperação e competição, com base no que o autor anteriormente nos sugere.

Cooperação: é um processo onde os objetivos são comuns, as ações são

compartilhadas e os resultados são benéficos para todos.

Competição: é um processo onde os objetivos são mutuamente exclusivos, as

ações são individualistas e somente alguns se beneficiam dos resultados. (Brotto,

2001, p. 21).

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Quais as atividades mais presentes hoje nas aulas de Educação Física?

A cooperação e a competição são processos sociais do mesmo jogo, sendo a

cooperação um processo no qual os objetivos almejados são comuns, e na

competição os objetivos são exclusivos, acarretando ações individualistas.

Entender as diferenças entre competição e cooperação, se tornará melhor

compreendida na prática pelos alunos, a partir de atividades como as relacionadas

abaixo.

ATIVIDADE 1: Conquistando territórios

JOGO (1) – COOPERATIVO: A quadra deverá ser dividida em quatro partes, sendo

que as crianças também serão divididas em quatro grupos, e cada grupo ocupando

um espaço. Iniciar a atividade com duas bolas, para posteriormente acrescentar

mais uma, aumentando assim o grau de dificuldade e atenção dos alunos. O

objetivo é de queimar o adversário, de qualquer um dos grupos, sem ultrapassar

seu território, de maneira a conquistar mais jogadores para o seu time, e tentar

conquistar o espaço do país vizinho, caso todos fossem queimados. O desafio

lançado foi que cada aluno deveria procurar não ser queimado, mas caso isso

acontecesse, este passaria a pertencer àquele país, procurando ajudá-lo. No

término do jogo, não houve vencedores, pois todos terminaram em um grande

grupo em virtude da conquista dos espaços.

JOGO (2) - COMPETITIVO: O processo é semelhante ao jogo um, porém com a

regra modificada, ou seja, os alunos que foram queimados saíam do jogo e não

podiam voltar mais até o término deste, no qual o grupo com maior número de

participantes e com maiores espaços conquistados será o vencedor.

ATIVIDADE 2 – Dança dos bambolês

JOGO (1) - COOPERATIVO: Ao som de uma música, as crianças devem correr pela

linha da quadra de voleibol, sendo que os bambolês estão espalhados pelo meio. O

desafio é que ao cessar a música, os alunos correm para os bambolês, podendo

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ficar mais do que um aluno dentro. O objetivo é ver quantos alunos caberiam no

menor número de bambolês, chegando a 1 ou 2 arcos. A vitória foi de toda a classe.

JOGO (2) - COMPETITIVO: Utilização semelhante do jogo um, porém as regras

modificadas, de maneira a obter um caráter competitivo. Dessa maneira os que não

conseguiam entrar no arco, saíam da atividade, até ficar um vencedor.

No final da aula devemos avaliar as atividades propostas com as questões

como:

Qual jogo lhe deu mais satisfação?

O que você mudaria no jogo? Colocaria ou tiraria o quê?

Em sua opinião, a aula de Educação Física hoje se encaixa em qual das

atividades que praticamos?

O esporte na escola deve incluir uma reflexão crítica nas aulas, para que o

aluno tenha discernimento das suas atitudes voltadas para cooperação e

colaboração, e assim integrando todos através da reinvenção e recriação de

maneiras criativas que tragam divertimento, prazer e inclusão. Pretendemos

trabalhar com jogos adaptados, resgatando o prazer de realizar movimentos com o

objetivo de sociabilização dos alunos para que os mesmos possam modificar as

regras dos jogos transformando-os em mais cooperativos.

Brotto nos orienta que: Para que isso aconteça vamos entender, refletir e

colocar em prática algumas das características da consciência da Cooperação

aplicada ao esporte, onde incentiva a inclusão de todos e oferece muitas

possibilidades de participação segundo Brotto (2001, p. 81):

Responsabilizar-se por si mesmo e pelo bem estar dos outros;

Respeitar e recriar coletivamente as regras;

Descobrir e valorizar diferentes formas de vencer;

Explorar e dar valor as diferentes formas de vencer;

Aprender “COM” o perder e o ganhar;

Eleger objetivos individuais apropriados e comuns ao grupo;

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Saber equilibrar a ansiedade;

Dar oportunidade a todos os participantes a serem líderes;

Nos momentos de conflitos saber superar;

Possibilitar aos alunos que se vejam como seres humanos valiosos, tanto na vitória

como na derrota;

Tentar controlar a competição que está inserida no ser humana incentivando a

integração das pessoas aos valores adequados ao jogo.

JOGAR COOPERATIVAMENTE JOGOS COMPETITIVOS

No contexto “Esporte”, como poderemos adaptar novas regras e mudanças

para estimular os alunos a participarem das atividades propostas nas aulas de

Educação Física?

Ainda segundo Brotto (2001), podemos encontrar muita resistência nos

educandos para incluir mudanças na cultura esportiva, tarefa delicada e faz-se

necessário nesse momento abordar sobre as quatro categorias dos Jogos

Cooperativos:

JOGOS COOPERATIVOS SEM PERDEDORES

JOGOS DE RESULTADO COLETIVO

JOGOS DE INVERSÃO

JOGOS SEMI-COOPERATIVOS

Nos esportes, Brotto (2001) nos sugere iniciar com os Jogos semi-

cooperativos para uma melhor aceitação, que é o que estamos pretendendo com

este estudo incentivando o desenvolvimento da Pedagogia Cooperativa nos

Esportes. Inicialmente, o professor faz uma pergunta aos alunos para que os

mesmos façam uma reflexão:

Vocês já jogaram qualquer um dos esportes nas formas apresentadas abaixo?

Para que esta questão seja respondida devemos apresentar aos alunos a estrutura

dos jogos semi-cooperativos:

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ESTRUTURA DOS JOGOS SEMI-COOPERATIVOS

TODOS JOGAM: Todos que querem jogar recebem o mesmo tempo de jogo.

Times pequenos facilitam a participação de todos;

TODOS TOCAM/TODOS PASSAM: A bola deve ser passada por entre todos os

jogadores do time, para que o ponto seja validado;

TODOS MARCAM PONTO: Para que um time vença é preciso que todos os

jogadores tenham feito pelo menos 01 ponto durante o jogo.

TODAS AS POSIÇÕES: Todos os jogadores passam pelas diferentes posições no

jogo até mesmo de técnico, torcedor, dirigente etc.

PASSE MISTO: A bola deve ser passada, alternadamente, entre meninos e

meninas;

RESULTADO MISTO: Os pontos são convertidos, ora por uma menina, ora por

um menino.

Depois de explicado, discutido e exemplificadas as formas de jogos semi-

cooperativos, proporemos atividades práticas nos esportes que estimulem

adequadamente o envolvimento dos alunos, tendo em vista que isso possa ser mais

uma possibilidade de aprendizagem e convivência entre todos.

MOMENTO DE EXPERIMENTAR PARA PODER REFLETIR

VOLEIBOL SEMI-COOPERATIVO

1 - Jogo do “Todos Tocam”

Neste jogo, as regras comuns e os objetivos do voleibol tradicional são quase

totalmente quebradas. Aqui, como o nome já diz, o objetivo é fazer com que TODOS

os componentes do time participem do jogo. Além disso, é valorizada a estratégia

dos times para cumprir o objetivo.

1. Faz ponto a equipe que passar a bola para o lado oposto por cima da rede,

utilizando um toque válido de voleibol.

2. Para passar a bola para o outro lado, todos os membros da equipe devem ter

tocado pelo menos uma vez na bola (sempre com toques válidos de voleibol).

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3. A equipe que vence o rally (ou seja, a equipe que marcaria ponto se o jogo fosse

de voleibol tradicional) recomeça com a bola, ou seja, tem a oportunidade de

executar sua estratégia e sair marcando um ponto.

Normalmente, a estratégia utilizada pelos grupos é colocar o mais habilidoso no

centro, para distribuir as bolas para os demais, que tornam a tocar devolvendo-a

para esse elemento mais habilidoso. O jogador com menos recursos técnicos fica

em uma posição que facilita a sua ação e, com a prática (tocando mais vezes na

bola), a tendência é que aumente sua habilidade nos movimentos relativos ao

voleibol. Esse fator diferencia muito o voleibol tradicional, pois, no jogo tradicional, o

menos habilidoso tem sua tarefa dificultada, já que o objetivo é derrubar a bola e,

portanto, dificultar a ação do jogador adversário. O companheiro do jogador menos

habilidoso, por sua vez, dificulta sua participação, porque, sendo menos habilidoso,

não recebe muitas bolas, e assim, não pratica o suficiente para se tornar mais

habilidoso. Nesse voleibol modificado, ocorre o contrário, pois além da posição

melhor, a bola lhe é jogada de modo a facilitar a sua ação sempre, pois é

necessário que todos toquem na bola. E ainda temos um fator muito importante para

as aulas de Educação Física ou para atividades reunindo um grande número de

participantes: muitos alunos podem jogar ao mesmo tempo (na verdade quanto mais

gente melhor), ao passo que, no voleibol tradicional, enquanto 12 pessoas jogam,

as outras ficam de fora do jogo, excluídas. Essa modificação acaba com isso, pois

todos jogam ao mesmo tempo. Temos nesse jogo, portanto, uma maior inclusão do

que no jogo tradicional, uma participação muito maior, já que o objetivo é facilitar

para o outro ao invés de dificultar, eliminando, assim, o tempo gasto com a busca da

bola, e uma mudança no objetivo do jogo, que passa a ser o de ajudar, ao invés de

vencer. Além desses componentes motores e afetivo-sociais, temos a solução de

situações-problemas e elaboração de estratégias como pontos altos da atividade.

Com o decorrer do jogo, outras modificações podem ser propostas, como:

- limite de toques por jogador (1 2 ou 3 no máximo);

- proibição de cortadas;

- a bola recomeça com quem perdeu o rally.

E outras que o professor julgar adequadas para que os objetivos sejam atingidos.

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II - Jogo dos “Adversários Companheiros”

O objetivo nesta modificação de regra é aumentar o grau de cooperação entre os

jogadores dois lados da rede, já que na modificação anterior (Voleibol Semi-

Cooperativo), apesar de todos tocarem na bola e facilitarem esse toque entre os

membros do time, o objetivo era dificultar a ação dos adversários, pois, se vencer o

rally, a equipe tem a vantagem de iniciar com a bola. A facilitação aos menos

habilidosos, a cooperação, a inclusão e a resolução de situações-problema, nessa

modificação, atinge um valor maior que no jogo do TODOS TOCAM.

As modificações são:

1. São duas equipes: A equipe A e a equipe B.

2. Inicia-se o jogo com uma equipe (por exemplo, a equipe A) dentro da quadra,

dividida como quiser nos dois lados da rede de vôlei. Enquanto isso, a equipe (B)

fica fora da quadra, aguardando sua vez.

3. Um dos dois lados da rede inicia a jogada: todos os jogadores desse lado devem

tocar pelo menos uma vez na bola antes de tocá-la para o outro lado. Quando a

bola passa de um lado para o outro, a equipe inteira marca 1 ponto (lembrando que

a equipe está divida nos dois lados da rede).

4. Quando a bola cai, a equipe A sai da quadra (dos dois lados) e a equipe B entra

para fazer a mesma coisa.

Notamos que, nessa modificação de regras, além da facilidade aos menos

habilidosos, ela acontece também para o “adversário” do outro lado da rede, pois

esse, sendo o mesmo time, irá jogar a bola “na mão” do suposto adversário,

fazendo com que a quantidade de prática seja grande, junto com a aprendizagem

motora. A mudança de paradigma do voleibol também é enorme, pois, ao invés dos

jogadores objetivarem a derrubada da bola, dificultando a ação do outro, o objetivo

passa a ser a manutenção da bola e o mais tempo no ar, facilitando a ação do outro.

Após a prática desses dois exemplos de Jogos semi-cooperativos, devemos

sentar com os alunos para uma reflexão, que será instigada com algumas questões:

O QUE É COOPERAÇÃO PARA VOCÊ?

O QUE VOCÊ SENTE QUANDO PERDE?

O QUE VOCÊ SENTE QUANDO GANHA?

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Outro exemplo de Jogo Semi-Cooperativo, com mudança de regras,

poderemos aplicar no Basquete, para que também se faça uma reflexão:

BASQUETE AMIGÃO

O Basquete Amigão é uma forma gradual de resgate do “espírito” de cooperação

nos esportes.

Começa-se pela formação das equipes, por exemplo:

- Aqueles que nasceram em dia par, formam o time “impar”.

- Quem nasceu em dia impar, forma o time “par”.

Desenvolvimento:

1. Deixa-se que o grupo pratique o jogo convencional durante algum tempo. Depois,

abre-se um espaço para recriação:

2. Para fortalecer a Cooperação Intergrupal podem-se adotar algumas

alternativas, tais como:

2.1 “todos jogam”: todos recebem o mesmo tempo de jogo.

2.2 “todos tocam/todos passam”: a bola deve ser passada por entre todos os

jogadores do time antes de poder ser arremessada à cesta.

2.3 “todos fazem cestas”: para que um time vença é preciso que todos os jogadores

tenham feito pelo menos uma cesta durante o jogo.

2.4 “todas as posições”: todos os jogadores passam pelas diferentes posições do

jogo (armador, pivô, etc.).

2.5 “passe misto”: a bola deve ser passada, alternadamente, entre homens e

mulheres.

2.6 “resultado misto”: as cestas são convertidas, ora por menina, ora por menino.

Reflexão: Quais os tópicos e o que foi importante para cada participante?

EXEMPLOS DE FORMAÇÃO DE GRUPOS

Podemos usar diferentes maneiras de compor as equipes estimulando novos

agrupamentos, quebrando inibições e formação pré-definidas, diminuindo o

desconforto de ser sempre o último a ser escolhido e ainda, promover o

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conhecimento de aspectos pessoais que fortaleçam a intimidade e criação irrestrita

de vínculos entre os participantes.

Usando critérios adequados para a formação das equipes, quebraremos as

formações de grupos dos mais fortes contra os mais fracos, ou de somente os

mesmos que escolhem os companheiros, ou ainda os que sempre começam o jogo,

a mudança gerará um ambiente de aceitação, integração, e não exclusão e

constrangimento.

Citaremos alguns desses critérios baseado em Brotto (2001, p. 88):

MÊS DE NASCIMENTO: grupo 1º trimestre; grupo 2º trimestre; grupo 3º trimestre;

grupo 4º trimestre;

DIA DE NASCIMENTO: grupo 1ª quinzena, grupo 2ª quinzena;

SIGNOS: signos do elemento AR, do elemento ÁGUA, FOGO e TERRA,

INICIAL DO NOME: grupos de A-H, I-O, P-Z, ou de acordo com o número de

letras do primeiro nome;

CORES DE ROUPA: claro e escuro;

PREFERÊNCIAS: quem prefere café com leite, de um lado; do outro quem prefere

suco de laranja, quem prefere férias no campo e férias na praia; etc.

Ainda segundo Brotto (2001, p. 26) “Competição e Cooperação são processos

sociais e valores presentes no Jogo, no Esporte e na Vida”.

O quadro abaixo mostra a comparação das situações desenvolvidas nas

atividades cooperativas e competitivas, segundo Deutsch (1949, apud Rodrigues,

1972), modificado por Brotto em 1997.

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Nas aulas de Educação Física, poderemos utilizar a dinâmica cooperação-

competição, já que o que as separa são diferentes visões de um mesmo fenômeno.

Nas situações coletivas, após vivenciar, perceber e reconhecer diferenças entre as

duas os alunos têm condições de refletir, conseguindo assim superar dificuldades

com condições de solucionar conflitos.

JOGOS PARA INTRODUZIR A COOPERAÇÃO

MOMENTO DE REFLEXÃO DO PROFESSOR

Neste momento faz-se necessário descobrir:

O que quero desenvolver em meus alunos? Que valores? Que ações?

Quais são os valores essenciais dos meus alunos e o que os está motivando?

Qual o objetivo das atividades?

O que pretendo atingir/fazer depois das aulas de Educação Física, com os novos

conhecimentos de Jogos cooperativos?

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Algumas dicas para a aplicação das atividades práticas:

Chame os alunos pelo nome;

As atividades práticas tenha-a sempre escrita, e compartilhe-a com os alunos

interessados;

Sempre reserve um tempinho para as reflexões;

Importante ter sempre outras atividades preparadas para emergências;

“Feedback” ao final de cada atividade de um retorno sobre as expectativas, se o

objetivo proposto foi atingido ou não;

Evitar resolver a atividade para o aluno;

Encorajar o aluno a tomar decisões, a buscar soluções.

Sugerimos agora algumas atividades de Jogos Cooperativas para serem

desenvolvidas no decorrer das aulas de Educação Física. O propósito não é o de

fazer uma coletânea com jogos inéditos, e sim introduzir jogos de quebra gelo, de

socialização e de integração, lembrando ainda que, estas atividades deverão ser

mescladas com atividades de cunho esportivo cooperativo anunciadas no final deste

trabalho.

Os jogos Cooperativos auxiliam a convivência entre seus participantes.

Segundo Soler (2003, p.61), “os jogos cooperativos são flexíveis, e podemos jogar

livremente, sem o medo de sermos arrancados do jogo. E aí, quando sentimos que

fazemos parte de uma grande e verdadeira equipe, deixamos fluir nosso poder de

criação, liberdade e cooperação”.

JOGO DE APRESENTAÇÃO

Material necessário: nenhum

Objetivo: apresentar e integrar o grupo de maneira descontraída. Proporcionar um

ambiente agradável.

1) Cada aluno se apresenta com o seu nome e uma característica que comece Com

a mesma inicial do nome: Por exemplo: Maria-maravilhosa, João-jóia, etc. OU...

2) Cada aluno fala o seu nome e uma coisa que gosta muito de fazer. OU...

3) Cada aluno fala o seu nome e o que tem para oferecer ao grupo; Ou...

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4) Cada aluno fala o seu nome e uma coisa que mais gosta de comer, etc.

DINÂMICA DOS CRACHÁS

Material Necessário: Papel, Caneta e barbante.

Objetivo: Facilitar o conhecimento do nome de todos os participantes.

• O facilitador anteriormente escreveu o nome de todos os integrantes do grupo em

cada crachá

• Então na hora da atividade entrega qualquer crachá para cada um (desde que não

seja o próprio)

• Desafio: Cada um deve encontrar o seu crachá e, paralelamente a isso encontrar o

dono do crachá que recebeu.

• Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.

OBS: Esse jogo é mais utilizado para grupo de jovens que não se conhecem.

JOGO DOS IGUAIS

Material necessário: Fita crepe

Objetivo: Reconhecer as pessoas. Proporcionar um ambiente seguro onde os

alunos possam se identificar.

- O professor divide o espaço com uma fita crepe no chão.

- Fará algumas perguntas, e quem respondeu SIM, passa para o lado oposto,

utilizando a fita crepe como referência. Os demais permanecem no local.

Sugestões de perguntas:

Quem tem irmãos

namorado (a)

avôs vivos

prima

experiência no esporte

sabe andar a cavalo

joga voleibol

gosta das aulas de Educação Física

tem mais de 1.70 cm de altura

Outros assuntos.

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Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.

Obs. Esse jogo é muito importante na identidade do grupo. Os integrantes se

sentem iguais, e encontram seus iguais, e se descobrem.

JOGO DOS AUTÓGRAFOS

Material Necessário: Papel e Caneta;

Objetivo: Demonstrar como a cooperação gera resultados mais significativos, do

que os esforços individuais e isolados.

Desafio: Obter o maior número possível de autógrafos em uma folha, em um tempo

determinado (sugestão 1 minuto).

Regra: Todos os autógrafos deverão ser legíveis.

Folhas e canetas espalhadas no centro do grupo.

Ao sinal, todos terão um minuto para coletar os autógrafos.

Com o término do tempo, o professor reúne o grupo e pergunta quantos autógrafos

cada um conseguiu, e abre um espaço para que falem como foi, o que sentiram e

como conseguiram os autógrafos.

Diante da pessoa que conseguiu o maior número de autógrafos (por exemplo, 12), o

professor pergunta se o grupo deseja ter uma nova chance, dessa vez de uma

forma um pouco mais cooperativa. E deixa o grupo conversar.

Depois de alguns minutos de conversa, o professor sinaliza o começo de um novo

tempo (igual ao anterior).

Com o término do tempo, o professor reúne novamente o grupo e pergunta quantos

autógrafos conseguiram, e abre um espaço para conversa.

Obs. Normalmente depois da conversa o grupo resolve utilizar somente uma folha

onde todos assinam, e conseguem juntos um número mais expressivo.

De acordo com o resultado, o jogo é encerrado com a satisfação de todos. Mas, se

o professor sentir necessidade de dar mais uma oportunidade, isso é possível e

recomendado.

Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.

A pegadinha é que ao ouvir a primeira instrução, o grupo não dá conta que podem

utilizar uma folha somente, e então cada um pensa somente em si, pega uma folha

individualmente e sai correndo em busca da vitória solitária.

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A Tarefa do Jogo é fazer com que o grupo perceba que juntos e organizados

conseguem muito mais autógrafos, do que cada um por si.

Após as tentativas do grupo, cabe ao professor, valorizar a questão da cooperação

e sinalizar o quanto estamos “pré-parados” pela sociedade competitiva, a sair

tentando ganhar de todo mundo.

JOGO DA LUZ E SOMBRA

Material Necessário: Música

Objetivo: crescimento da cooperação. Início de uma nova caminhada juntos.

Respeitar limites, aceitar o outro, viver através da perspectiva do “outro”.

Formam-se duplas;

Coloca-se música agitada;

Uma pessoa da dupla faz um gesto e a outra copia virada de frente (nariz com

nariz), como se estivesse refletindo a imagem de espelho.

Depois de alguns minutos, formar grupos de quatro, até que todos estejam divididos

em dois grandes grupos onde um faz e outro copia, e vice versa.

Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.

Importante: Conforme o número de integrantes for aumentando em cada grupo,

existirá um pequeno caos, para que definam entre si, quem fará o gesto “oficial”

para que primeiramente todos desse mesmo grupo reproduzam, e então os que

fazem o papel de espelho, copiem. Nessa hora é importante que o professor não

interfira, para que seja possível a percepção de papéis, lideranças, rótulos etc.

OBS: Esse jogo pode durar o tempo que for necessário. É interessante que todos

passem pelos dois papéis.

OUTRA POSSIBILIDADE do mesmo jogo:

Fazer duplas;

Um faz e o outro copia;

Juntar com outras duas pessoas e somente uma continua fazendo e os demais

copiando;

Juntar com mais 4 pessoas e 1 faz e os outros copiam; até que todos estejam

juntos, imitando o líder.

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OBS: O professor pode sugerir que o líder seja trocado de tempos em tempos, para

que todos possam fazer esse papel.

RUA E AVENIDA (PEGA-PEGA HUMANO)

Material Necessário: Nenhum

Objetivo: Trabalhar reflexo, atenção, concentração e rapidez. Criação de

estratégia, enfrentamento de novas situações, empenho e perseverança.

Escolher duas pessoas (uma pra ser o “pegador” e a outra o “pegado”) as outras

são os obstáculos.

Formar várias fileiras horizontais e verticais com as pessoas “obstáculos” com

braços esticados como “Jesus”.

Inicia-se um “pega pega” por entre as pessoas “obstáculos”, de forma que os

mesmos não podem ser encostados.

O pegador tem o poder de mudar a posição das pessoas “obstáculos” falando RUA

ou AVENIDA. Quando o pegador disser RUA, todos os obstáculos se viram

automaticamente para a direita, mantendo os braços esticados e, desta forma irão

fazer a fileira na vertical. Isso irá dificultar o pega-pega!

Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.

CAIU NA REDE, É AMIGO.

Material: Nenhum.

Disposição: Todos a vontade destaca-se um para começar, sendo o “pegador”.

Desenvolvimento: Dado o sinal de início, o jogador sorteado para começar o jogo

corre em perseguição a todos os outros. O que for apanhado deverá dar-lhe a mão

e, assim, unidos, partirão a conquista de outro.

Os novos amigos incorporar-se-ão ao grupo dos perseguidores, unindo as mãos em

fileira, que será a rede. Correrão assim em perseguição aos que estiverem

dispersos.

Os fugitivos tentarão escapar. O jogo termina quando se formar uma grande rede

com todos os jogadores.

Objetivos:

- incentivar o trabalho em equipe.

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- desenvolver hábitos e habilidades de trabalho em grupo.

- desenvolver habilidades motoras, tais como, andar, correr e desviar.

Reflexão: Você contribui na atividade?

O CORREDOR DO AFETO

Objetivo Didático: promover a mobilização de emoção, valores e conceitos,

despertar o espírito de unidade e respeito com relação às diferentes opiniões.

Valores Trabalhados: Valor absoluto: verdade. Valor relativo: liderança.

Consciência de interdependência, pois tudo está em rede, em processo de

transformação - fazemos parte do mesmo “time”.

Desenvolvimento:

1. Formar duas colunas de alunos, deixando espaço para passagem de uma

pessoa.

2. Pensar em uma palavra de generosidade e amor, que você gostaria dar de

presente a um amigo.

3. Uma pessoa passa lentamente pelo corredor recebendo de cada amigo toque de

carinho pelas mãos e uma palavra de encorajamento, a mesma será pronunciada

aos outros, todos passam pelo corredor.

4. Reunir num grande grupo fazendo o compartilhar e o fechamento da dinâmica.

Reflexão: Reflita sobre a nossa contribuição para a melhoria da sociedade. Como

está nossa tolerância e o nosso contentamento. Reflita sobre a exatidão e o poder

de síntese.

PUNHO FECHADO

Objetivo do jogo: Abrir a mão uns dos outros.

Propósito: Mesmo que o nome deste soe meio violento, não se assustem porque

não é esta idéia. O "punho fechado" é um jogo participativo e serve para uma rica

reflexão sobre como encararmos os problemas que surgem.

Recursos: Nenhum

Número de participantes: Não há limite de pessoas para este jogo. O importante é

que o número seja par.

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Duração: Para instrução e execução do jogo no máximo 5 minutos. Para o debate

que segue mínimo de 20 minutos.

Descrição: O professor sugere a formação de duplas, e explica que cada

participante vai estender um punho a seu parceiro. Com a outra mão vai tentar abrir

o punho do companheiro (mantendo sua mão fechada). Assim, no mesmo

momento, cada qual tentará abrir o punho do outro enquanto mantém sua mão

fechada. Obviamente se quer fazer tudo isso sem derramar sangue e sem quebrar

os ossos. O professor faz um sinal para que os participantes comecem. Ele pára o

jogo depois de um instante (dura apenas 30 segundos) e pede às duplas que

reflitam sobre as seguintes perguntas:

Em que pensaram quando o jogo foi explicado?

O que sentiram no início do jogo?

Quem conseguiu abrir o punho do outro, como?

O que chamou sua atenção durante o jogo?

Depois de jogar, podemos refletir individualmente e logo conversar. Depois de vários

minutos de diálogo, o professor convida para compartilhar a conversa entre todos.

Ele anota algumas frases importantes.

1- Buscar mais de uma alternativa: Em muitas situações que se apresentam,

vemos uma única maneira de chegar a uma solução. E ficamos batendo e batendo

(tratando de abrir com força), sem perguntar como poderíamos fazê-lo de outra

forma.

2- "Eu mudo o outro, mas a mim ninguém vai mudar": Se relacionarmos o jogo

com o desafio de "abrir a mente do outro", enfrentamos, muitas vezes, situações

com uma atitude fechada. Queremos conseguir que o outro se abra, mas não

estamos dispostos a nos abrir. Isso se percebe nas seguintes situações: professor,

aluno, pai-filho, líder comunitário-povo, etc. Quando falamos sobre o jogo com um

grupo de professores, esses disseram que, muitas vezes, entramos na aula com o

punho fechado, isto é, dispostos a ensinar e não aprender, a falar e não a escutar.

Nem sempre a forma esperada é a que nos permite chegar a uma solução.

Ás vezes vemos um problema e, em seguida, pensamos que sabemos como

resolvê-lo. "Nesse punho fechado será precisa dar duro..." Entretanto, temos que

estar dispostos a buscar outra possibilidade, estar abertos a opções que nos

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apresentam. Isto é, temos que ser flexíveis, para nos dar conta de que pode haver

outra maneira de conseguir o objetivo.

3- Temos que estar dispostos a trocar de estratégia: Ás vezes, isso significa

recomeçar. Conversando sobre o jogo com agentes de um centro comunitário, viu-

se que o grupo tem que estar aberto a recomeçar, a experimentar outras

estratégias, para sempre seguir adiante.

TOQUES

Objetivo: criar um mundo interior feito de imagens positivas e harmonizar as

relações internas e externas.

Promover a fraternidade e a livre expressão da amorosidade, companheirismo e

unidade.

Valores trabalhados: Valor absoluto: paz. Valor relativo: tranqüilidade e auto-estima

elevada.

Desenvolvimento:

1. Andar livremente.

2. Ao sinal do professor, formar grupos de dois e tocar nas partes do corpo do

colega correspondendo ao sinal oral do professor.

3. Continuar andando livremente.

4. O professor varia as partes do corpo e assim sucessivamente.

Reflexão: Reunir num grande grupo fazendo o fechamento da dinâmica. O que

vocês perceberam no exercício?

As atividades acima tiveram como referencial: CADERNO DE JOGOS COOPERATIVOS. Disponível em:

www.aracati,org.br/portal/pdfs/02_Jovens%20em%20Acao/jogos_cooperativos_02.pdf. Acesso em 01de julho

de 2010. Descritos por Juliana Assef Pierotti.

Após essa introdução aos jogos cooperativos, vamos elaborar e difundir

nossa prática para os esporte, utilizando todo o potencial a que estes jogos da

Pedagogia Cooperativa nos levam, promovendo assim valores que alicercem

formas de jogar mais solidária.

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O filme “A corrente do Bem” de Mimi Leder, é um exemplo fiel do que é

COOPERAÇÃO.

Titulo: A corrente do bem

Direção: Mimi Leder;

Duração: (115:00 minutos);

Local da publicação: EUA;

Ano: 2000;

Disponível em: http://payitforward.com

Sinopse: Eugene Simonet (Kevin Spacey) um professor de Estudos Sociais, faz um

desafio a seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar

o mundo. Trevor Mckinney (Haley Joel Osment), um de seus alunos é incentivado

pelo desafio do Professor, cria um novo jogo, chamado: “pay it forward”, em que

cada favor que recebe você retribui as três outras pessoas, surpreendentemente, a

idéia funcionou, ajudando o próprio Eugene a se desvencilhar dos segredos do

passado e também a mãe de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo

sentido em sua vida.

COMENTÁRIOS: O filme nos reporta aos valores que a escola não deve abrir mão

de trabalhar, discutir, a busca da educação humanística que deve nortear a prática

no cotidiano educacional para que juntos (professores e alunos) possamos vencer a

insensibilidade e a desumanização que ronda a sociedade. Tenho plena certeza que

é através da Educação que poderemos fazer um mundo melhor.

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EXEMPLOS DE JOGOS COOPERATIVOS APLICADOS NOS ESPORTES

Segundo as Diretrizes Curriculares (2010) “Garantir aos alunos o direito de

acesso e de reflexão sobre práticas esportivas, além de adaptá-las à realidade

escolar, devem ser ações cotidianas na rede pública de ensino”. (DCE, 2010, p. 63)

Ainda nos reportando as Diretrizes Curriculares (2010) os professores de

Educação Física ao trabalharem o Conteúdo Estruturante esporte, não poderão

esquecer os determinantes histórico-sociais que o constituíram. Porém o esporte

poderá ser adaptado, recriado, conforme a realidade onde está inserido.

Aos alunos inseridos no conjunto de atividades reais de cooperação, devemos

promover um momento de reflexão, ora pessoal, ora em grupo, para que os

envolvidos (todos) na prática esportiva vejam a cooperação que acabaram de fazer

e que busquem valorizar a mesma não só na escola, no espaço de jogo, na sala de

aula, mas além, na vida.

BASQUETEBOL

Este esporte valoriza muito as habilidades de cada aluno, acontecendo assim

naturalmente à exclusão, e hoje não podemos mais ensinar o basquete somente a

um grupo reduzido de alunos, ou para os mais altos. Podemos e devemos então

recriá-lo de forma mais cooperativa, sem perder de vista toda a fundamentação e

habilidades necessárias para ensiná-lo.

BOLA AO ARCO

Material: bolas e arcos (um para cada dupla).

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: Formar duplas, um com o arco e o outro com a bola.

Desenvolvimento: Ao sinal do professor, as duplas terão que se deslocar pelo

espaço destinado ao jogo. O objetivo é conseguir jogar a bola dentro do arco seguro

pelo parceiro. Depois de algum tempo inverte-se os papéis.

Objetivo: Estimular a cooperação, desenvolver habilidades motoras, tais como:

andar, correr, lançar, etc. e exercitar a coordenação óculo-manual.

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BOLA AO CAPITÃO

Material: bolas e arcos.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: Formação de duas equipes, com o mesmo número de participantes.

Desenvolvimento: Colocar um arco em cada lado da quadra ou pátio e cada

equipe escolhe um de seus integrantes para ficar dentro dos arcos. Numa distância

de três metros distante do arco desenha-se uma linha onde não poderão passar

nem a defesa nem o ataque. O objetivo de cada equipe será conseguir passar a

bola três vezes entre si e arremessar a bola para o seu capitão dentro do arco. Este

deverá pegar a bola sem deixar cair e nem poderá sair do arco.

Objetivo: Estimular a cooperação, desenvolver habilidades motoras, tais como:

andar, correr, lançar, etc. e aprimorar o trabalho em grupo.

ARCO GOL

Material: Dois bambolês ou bolas

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: Dois grupos com o mesmo número de participante. Traçar duas linhas

paralelas, distantes vinte metros uma da outra.

Desenvolvimento: Um participante de cada grupo receberá um bambolê, que

deverá ficar em cima da cabeça, movimentando-se lateralmente sobre a linha de

fundo do outro grupo. O professor entregará a bola a um dos grupos, este deverá

trocar passes, no mínimo três, com o objetivo de passar a bola por dentro do

bambolê que o participante do seu grupo está segurando. Enquanto que o outro

grupo tentará impedi-los. Toda vez que um dos grupos conseguir passar a bola por

dentro do bambolê deverão ser trocados os dois participantes que seguram os

bambolês, e ou também quem acertou.

Objetivo: Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, lançar e

desviar, desinibir e reforçar a idéia de grupo e discutir valores.

BOLA SALVA

Material: Várias bolas de basquete.

Espaço necessário: quadra

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Disposição: Dispostos pelo espaço destinado ao jogo.

Desenvolvimento: O jogo é um pega-pega onde quem está de posse da bola de

basquete não pode ser pego, estão o grupo que foge troca passes tentando passar

a bola para quem está prestes a ser pego. O professor vai colocando mais bolas

durante o decorrer do jogo, facilitando a vida de que foge.

Objetivo: Estimular a cooperação, desenvolver habilidades motoras, tais como:

andar, correr, lançar, passar e receber etc. aprimorar o trabalho em grupo.

CESTAS MÓVEIS

Material: bola de basquete e dois arcos.

Espaço necessário: quadra.

Disposição: Dois grupos com o mesmo número de participante para cada lado da

quadra, e em cada time um participante segurando um arco que poderá se

movimentar por toda a quadra.

Desenvolvimento: O objetivo de cada equipe será trocar passes e tentar fazer a

bola passar por dentro do arco.

Objetivo: Estimular a cooperação, desenvolver habilidades motoras, tais como:

andar, correr, lançar, etc. aprimorar o trabalho em grupo.

BASQUETE CADEIRA

Material: Uma bola de basquete e duas cadeiras.

Espaço necessário: quadra.

Disposição: Dois grupos com o mesmo número de participante para cada lado da

quadra. Entre os participantes de cada equipe escolhe-se um aluno que ficará em

cima da cadeira, embaixo da cesta de basquete (dentro da área de handebol).

Desenvolvimento: Cada time deverá passar a bola uns para os outros até lançá-la

para seu jogador que está em cima da cadeira, esse sem ser incomodado deverá

arremessar na cesta. Utilizamos a área de handebol para proteger quem está em

cima da cadeira. O ataque e a defesa não podem invadir essa área. Podemos aos

poucos ir incorporando os fundamentos e regras do basquete normal, e também

mais jogadores em cima de cadeiras dentro da área.

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Objetivo: Estimular a cooperação, desenvolver habilidades motoras, tais como:

andar, correr, lançar, etc. aprimorar o trabalho em grupo.

Os jogos acima citado tiveram como referencial o Livro Esporte Cooperativo (Uma Proposta para além das

quadras, campos e pátios) de Reinaldo SOLER (2009).

FUTSAL

Podemos afirmar que este esporte é uma das práticas mais utilizadas nas

aulas de Educação Física, e que muitas vezes o professor não assume o

compromisso de ensinar, e deixa o jogo pelo jogo. Não devemos desprezar seu

valor enquanto conteúdo, mas não deixar de criar uma nova forma de apresentar

esse conteúdo, fazendo com que todos possam jogar, principalmente sem a

discriminação de sexo.

Vamos agora mostrar algumas alternativas cooperativas modificando somente

algumas regras com o foco direcionado para a cooperação.

ACERTA PÉ

Organização: Dois grupos em forma de círculo, sendo um interno de mãos dadas e

de costas voltadas para o centro, e outro externo sem dar as mãos, afastados por

volta de três metros do interno, de frente para este.

Execução: Com uma bola (ou mais) os do grupo externo tentam acertar os pés dos

que estão no círculo interno (que saltarão). Quem for atingido passará a fazer parte

do grupo externo. A brincadeira termina quando todos os participantes do grupo

interno forem atingidos.

Sugere-se também, quando sobrar dois ou um no círculo interno, se faça à

brincadeira do “bobinho”, e quem errar deverá fazer parte do grupo interno (sem dar

as mãos) até formar novamente um grupo com quase metade dos participantes.

Começa-se novamente a atividade.

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FUTPAR 1

Desenvolvimento:

1. É um jogo de futsal normal. Porém, cada equipe é formada por duplas (ou trios)

que devem permanecer de mãos dadas.

2. Joga-se sem goleiros e ampliam-se ao máximo as dimensões do campo (ou

quadra).

3. Dependendo o número de participantes usa-se mais de uma bola,

simultaneamente. A cada gol estimula-se novas parcerias, o que propicia um

constante desafio de “boa convivência”.

4. Propõem-se a “inversão do goleador”. Desta forma, a dupla que faz o gol, marca

ponto para sua equipe, mas, em seguida, muda de lado, indo para o outro time. Ao

final do jogo, todos terão jogado com todos, ora na equipe “A”, ora na equipe “B”.

Reflexão: Quais os tópicos e o que foi importante para você?

FUTPAR 2:

Material: Uma grande bola colorida.

Disposição: Dois grupos formados com os participantes de mãos dadas, só os

goleiros sem par.

Desenvolvimento: Os pares não podem soltar as mãos, o restante das regras

permanecem iguais.

Variações:

Todos do mesmo grupo devem tocar na bola antes de fazer o gol.

A dupla que marcar o gol passa para o outro grupo.

Um dos participantes da dupla, de olhos fechado sendo guiado pelo outro.

Objetivos:

adquirir hábitos saudáveis de relações inter-pessoais.

incentivar o espírito de grupo.

desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, girar, flexionar e saltar.

FUTEBOLÃO

Material: uma bola gigante.

Disposição: grupo dividido em duas equipes.

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Desenvolvimento: o jogo é igual de futsal, somente jogado com uma bola maior,

onde a participação de todos do time é essencial para marcar o gol, e que se este

acontecer o professor deve propor para que o aluno que fez o gol, passe para o

outro time, assim a cada gol as equipes vão sendo trocadas.

HANDEBOL

A ideia é fazer com que os alunos tomem gosto pelo handebol, já que ele é

ainda pouco trabalho nas aulas de Educação Física. Com exemplos fáceis e

divertidos poderemos inserir adaptações cooperativas para esse esporte.

TAPA-CONE

Material: cones e bolas de borracha.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: o grupo deve ser dividido em dois times:

1- defensores dos cones.

2- atacantes dos cones

Desenvolvimento: O professor divide a quadra ou pátio com uma linha central, de

um lado ficam os cones com os seus respectivos defensores e do outro os

atacantes de cones com bolas de borracha nas mãos. O objetivo de quem tem as

bolas é tentar derrubar os cones, e quem defende deve evitar que o cone seja

atingido, e pegando a bola tentar queimar algum atacante. Se conseguir o atacante

passa a ser o defensor de cone. O jogo continua até que os atacantes consigam

derrubar todos os cones ou até que os defensores queimem toso os atacantes.

Objetivos: Estimular a cooperação, reforçar o trabalho em equipe, desenvolver

habilidades motoras, tais como: lançar, defender, passar e receber.

JOGO DOS DEZ PASSES

Material: bolas de borracha.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: o grupo deve ser dividido em duas equipes com aproximadamente 20

integrantes. Uma equipe de cada lado da quadra, como se fosse jogar basquete.

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Desenvolvimento: O objetivo de cada equipe é atingir a marca de dez passes

consecutivos, sem que a outra equipe tome a bola, ou que a mesma caia no chão. A

cada dez passes é ponto para a equipe que conseguiu a proeza. O professor a cada

ponto passa um integrante para a equipe contraria. Outra alteração que pode ser

proposta é quando o jogo ficar fácil para as duas equipes sugerir que só se use a

mão direita, por exemplo.

Objetivos: Estimular a cooperação, reforçar o trabalho em equipe, desenvolver

habilidades motoras, tais como: lançar, rebater, passar e receber.

ABELHA RAINHA

Material: bola de borracha.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: o grupo deve ser dividido em duas equipes, e marcar no chão uma

linha no centro para dividir o espaço em dois, cada equipe fica de um lado. Cada

equipe deve também escolher uma pessoa par ser a abelha rainha, não deixando

que a outra equipe perceba quem e o escolhido.

Desenvolvimento: O jogo é uma transformação da queimada tradicional. Cada

equipe tenta queimar os componentes da outra equipe, quem conseguir queimar a

abelha rainha da outra equipe vence, A cooperação está presente em cada equipe,

pois os participantes tentam proteger suas rainhas sem que a outra equipe perceba

quem é.

Objetivos: Estimular a cooperação, reforçar o trabalho em equipe, desenvolver

habilidades motoras, tais como: lançar, rebater, passar e receber.

GUARDA DA TORRE

Material: uma garrafa plástica, e várias bolas de borracha.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: Em círculo, e dentro deste uma garrafa representando a torre sendo

defendida por um jogador escolhido para começar o jogo.

Desenvolvimento: os jogadores passando a bola uns para os outros tentarão

derrubar a torre. Conseguindo, quem acertou troca de lugar com o defensor, e o

jogo recomeça.

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Observação: propor formas diferenciadas de passe: exemplo: com as duas mãos,

com uma mão, passe picado, acima da cabeça, etc.

Variação: colocar duas ou mais bolas no jogo, isto o tornará mais dinâmico.

Podemos também colocar mais de uma pessoa defendendo a torre.

Objetivos: Incentivar o espírito de equipe; desenvolver habilidades, tais como:

atenção e observação; desenvolver habilidades motoras, tais como: lançar, rebater,

bater.

Atividades cooperativas tiradas do Livro Esporte Cooperativo (Uma Proposta para além das quadras, campos e

pátios) de Reinaldo Soler (2009).

VOLEIBOL

Este esporte também pode ser considerado o preferido dos alunos, pois o

mesmo valoriza sempre os mais fortes, hábeis e altos. Vamos dar uma visão

cooperativa, que favoreça a construção de novas habilidades necessárias para o

desenvolvimento do jogo, em que os jogadores estão o tempo todo ajudando uns

aos outros.

BEXIGAS AO AR

Material: bexigas.

Espaço necessário: sala ampla; pátio ou quadra.

Disposição: grupos de 6 participantes.

Desenvolvimento: manter no ar a bexiga, utilizando partes do corpo, tais como:

mãos; pés; ombros; cabeças; etc. O objetivo do grupo será manter a bexiga o maior

tempo possível sem cair. Depois de algum tempo juntar os grupos até formar um só.

Objetivos: Estimular a cooperação; aprimorar o trabalho em grupo; integrar-se ao

meio social.

MANTER O GLOBO VOANDO

Material: uma grande bola leve.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: livremente no espaço destinado ao jogo.

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Desenvolvimento: o professor lança a bola no ar. O objetivo do grupo será impedir

que ela toque o chão. A pessoa que tocar na bola terá que sentar no chão não

podendo mais tocá-la.

O objetivo comum será fazer com que todas as pessoas sentem antes da bola tocar

o chão.

Objetivos: Estimular a cooperação; reforçar o trabalho em equipe; discutir valores.

VOLEIBOL CEGO

Material: um grande plástico preto (para cobrir a rede de voleibol) e bolas grandes e

leves.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: o professor divide o grupo na quadra de voleibol e coloca o grande

plástico na rede fazendo com que nenhum time enxergue o outro lado da quadra.

Desenvolvimento: o jogo transcorre normalmente, e o objetivo é não deixar a bola

cair, e sempre é uma surpresa, pois não enxergamos o outro lado da quadra.

Objetivos: Estimular a cooperação; desenvolver as habilidades necessárias para se

jogar voleibol; descontrair o grupo.

VOLEIBOL VIVO

Material: elástico ou corda grande e uma grande bola leve.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: todos livremente no espaço destinado ao jogo.

Desenvolvimento: o professor explica que dois participantes irão iniciar o jogo

segurando cada um em uma extremidade do elástico ou corda, e os demais se

dividirão um time de cada lado do elástico. Com o jogo iniciado a rede começa a se

movimentar por todo o espaço e os times devem continuar jogando. O objetivo não

é ver quem marca mais pontos, mas continuar a jogar sem parar e sem deixar a

bola cair no chão.

Objetivos: Estimular a cooperação; reforçar o trabalho em equipe; exercitar

habilidades motoras necessárias para o jogo de voleibol.

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VOLEI-BOLÃO

Material: uma grande bola.

Espaço necessário: quadra de voleibol.

Disposição: o grupo dividido em dois, cada um de um lado da quadra.

Desenvolvimento: a cooperação é muito exigida, pois a bola é muito grande e

necessita de grande esforço do grupo para conseguir passá-la para o outro lado. O

professor dever dar algumas idéias para o grupo que joga; como por exemplo:

- o grupo que passar a bola para o outro lado vai para o fundo da quadra, dando

chance para que todos toquem na bola;

- passa por baixo da rede e se junta à outra equipe;

- só poderá passar para o outro lado quando todos do grupo tiveram tocado na bola.

Objetivos: Estimular a cooperação; reforçar o trabalho em equipe; aprimorar força e

agilidade.

VOLEI-UNIDO

Material: uma grande bola de plástico.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: o professor divide o grupo em duas equipes, que ficam cada uma em

um lado da quadra de vôlei. Os jogadores terão que dar as mãos, e só poderão

tocar a bola com o resto de seus corpos; exemplo: cabeça, cotovelos, pernas, pés,

etc.

Desenvolvimento: o objetivo é passar a bola para o outro lado da rede. As duas

equipes podem tentar bater recordes de permanência da bola no ar, sem cair no

chão.

Objetivos: Estimular a cooperação; reforçar o trabalho em equipe; descontrair o

grupo.

VOLENÇOL

Material: uma bola e dois lençóis.

Espaço necessário: quadra ou pátio.

Disposição: dividido em dois grupos, cada grupo com um lençol.

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Desenvolvimento: colocamos as duas equipes com lençóis em cada lado da

quadra de voleibol, e propomos metas comuns. Por exemplo: manter a bola o maior

tempo possível no ar. O grupo que lançar a bola para o outro lado troca de lado com

a outra equipe, passando por baixo da rede. Podemos utilizar também duas bolas

simultaneamente.

Objetivos: reforçar o trabalho em equipe; integrar-se ao meio social; discutir

valores.

Estas proposta cooperativas de Voleibol foram encontradas no Livro Esporte Cooperativo (Uma Proposta para

além das quadras, campos e pátios) de Reinaldo SOLER (2009).

VOLEIBOL COOPERATIVO

São quatro alternativas para o tradicional jogo de voleibol. A idéia é minimizar a

competição e colocar mais ênfase na participação de todos, é necessário: uma

quadra e uma bola de voleibol.

JOGANDO...

1. Toda vez que alguém passa a bola por cima da rede, essa pessoa tem que

passar por baixo da rede e se juntar à outra equipe. Nessa versão, há troca

constante de equipes.

2. As duas equipes tentam manter o jogo longo, fazendo pontos coletivamente. Em

partidas sucessivas tentam melhorar esse resultado.

3. Depois de sacar, o jogador junta-se à outra equipe. Isto é, quando termina o jogo,

todos terão jogado nas duas equipes.

4. Antes de devolver a bola, todos os integrantes de uma equipe têm que tocá-la.

Isto é, em vez da regra de três toques, cada membro da equipe tem que tocar na

bola antes de passá-la sobre a rede.

ATENÇÃO: São quatro versões de jogo. O professor pode sugerir uma das versões

e, depois de algum tempo, propor outra.

VOLEIBOL GIGANTE COOPERATIVO

Organização: Igual ao voleibol gigante.

Execução: No momento do rodízio, o participante que estiver saindo pela posição

nove (09) de uma equipe, deve entrar na posição um (01) da outra equipe. Para o

rodízio dar certo e não acumular participantes esperando numa equipe e faltar em

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outra (caso uma equipe faça muitos pontos seguidos), sugere-se que as duas

equipes façam rodízio cada vez que for ponto (tanto de uma equipe como da outra).

Fonte: BROWN, Guilhermo. Jogos cooperativos: Teoria e Prática. 2ª edição. São Leopoldo, RS: Sinodal,

1994.Tradução: Rui Bender.

Este trabalho, desenvolvido no projeto PDE, visa colaborar com os colegas

Professores de Educação Física que como eu sentem a necessidade de mudanças,

pois não satisfeitos com o andamento das aulas procuram novos caminhos voltados

para tornar as aulas mais dinâmicas, mais participativas e prazerosas.

Acredito que o esporte praticado na escola auxiliará o desenvolvimento do

aluno quando for de forma cooperativa, visto que o mesmo visa à participação de

todos e não somente dos mais habilidosos, por isso exemplos de jogos cooperativos

aplicados aos esportes.

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REFERÊNCIAS

BROTTO, F.O. Jogos cooperativos: se o importante e competir, o fundamental é

cooperar! 3. ed. rev. Santos, SP: Projeto Cooperação, 2001.

_____. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência.

2.ed. Santos: Projeto Cooperação, 2002.

BROWN, G. Jogos cooperativos: Teoria e Prática. 2ª edição. São Leopoldo, RS:

Sinodal, 1994. Tradução: Rui Bender.

CADERNO DE JOGOS COOPERATIVOS. Disponível em:

wwwwww..aarraaccaattii..oorrgg..bbrr//ppoorrttaall//ppddffss//0022__JJoovveennss%%2200%%2200AAccaaoo//jjooggooss__ccooooppeerraattiivvooss__0022..ppddff..

AAcceessssoo em 01 de julho de 2010. Descritos por Juliana Assef Pierotti.

ORLICK, T. Vencendo a competição. Tradução de Fernando J.G. Martins. São

Paulo: Círculo do Livro 1989.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de

Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino

Médio. Curitiba: SEED, 2008.

SOLER, R. Educação física: uma abordagem cooperativa. Rio de Janeiro: Sprint,

2003.

_______. Esporte Cooperativo: uma proposta para além das quadras, campos e

pátios / Reinaldo Soler. - Rio de Janeiro : Sprint, 2009.