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publicadores

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Sobre a necessidade de se fazer este Encontro de publicadores e divulgação da pesquisa sobre o cenário da publicação independente na América Latina

interlocutoresTenda de Livros Edições Aurora Zerocentos Publicações

relatoriasNathanael AraujoJulia Moraes (foto)Rafael Moralez (foto)Vânia Medeiros (desenho)

sobre _9

junto a _53

Perspectivas de circulação (caminhos concretos e utopias)

interlocutoresFeira BaronesaMueve Pão de Forma

relatoriasAmelia SantanaCarolina SinhoreliPaola FabresMelina Resende (foto)Vânia Medeiros (desenho)

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à maneira de

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Publicações de artista e pesquisa

interlocutoresAna Luiza FonsecaJosé de Souza Muniz Jr.Paulo SilveiraRegina Melim

relatoriasMarcio Sno Walter CostaJulia Moraes (foto)Rafael Moralez (foto) Vânia Medeiros (desenho)

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sobre

A presente publicação é resultado do que se chamou de Projeto Publicadores. Idealizado por Tenda de Livros – que convidou Edições Aurora e Zerocentos Publicações para caminhar junto – o projeto surgiu de um desejo de promover um encontro entre edi-tores, artistas, pesquisadores, quem produz, edita e circula arte impressa em diferentes países latino-ame-ricanos e regiões do Brasil, para tratar sobre os temas que tangem à edição independente e que, muitas vezes, não são discutidos por falta de ocasião. Por isso, aproveitou-se a presença de diferentes publica-dores em São Paulo por conta da Feira Tijuana para realizar o encontro, que ocorreu no dia 2 de setembro (um dia antes da feira) na Oficina Cultural Oswald de Andrade, instituição que, desde o início, demonstrou interesse e abertura para acolher o projeto. Foram realizadas três mesas, com a presença de catorze interlocutores, nove relatores e muitos participantes.

Antes de o encontro acontecer, quando iniciamos o projeto e levantamos nossos anseios, questionamos o quanto sabíamos sobre aqueles que faziam o uni-verso da publicação independente. Surgiu a ideia de realizar uma pesquisa que mapeasse um pouco esse cenário de publicadores que vem se fortalecendo na última década na América Latina.

Assim, foi formulado um questionário, em espa-nhol e em português, proposto por nós, publicadores, e cujo foco era atingir outros publicadores (artis-tas, editores e pesquisadores em arte impressa). As perguntas partiam de uma identificação e perfil do publicador, indo para sua atuação, a sustentabilidade de seu trabalho, junto da circulação e distribuição. Também foram realizados um trecho voltado para pesquisadores e um campo aberto para reflexão.

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Todas essas questões tinham como fundo um desejo de conhecer melhor esse cenário (em números e formas de existir) e contribuir para possíveis estratégias e novas práticas de circu-lação e formação de público.

Soltamos a pesquisa na internet, que ficou disponível nos meses de julho e agosto, e alcançou 310 publicadores, que pacientemente responderam às inúmeras perguntas. Parte do resultado foi discutida em uma das mesas no encontro, e para este livro geramos gráficos e reflexões sobre a pesquisa.

Da difícil responsabilidade de oferecer um livro para publicadores, podemos dizer que foi uma imensa alegria trabalhar com inquietações, desejos e conflitos de uma cena diversa, cres-cente, generosa e fundamental para nossa época, e esperamos ter feito jus à tarefa. Boa leitura. Edições são bem-vindas.

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A primeira mesa do dia, intitulada “Sobre a necessidade de se fazer este Encontro de Publi-cadores e divulgação da pesquisa sobre o cenário da publicação independente na América Latina”, teve como interlocutores os três organizadores do encontro. Ali, foi debatido o sentido de se reu-nir naquele dia para discutir publicação indepen-dente e também compartilhar alguns resultados da pesquisa, questionando o público presente sobre seu resultado.

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(2/9/2016. Encontro de publicadores)

plataformas políticas e novas formações de público:reflexão, proposição e crítica. contraesfera pública:sustentação de ações políticas, horizontais e na rua. feminismos e combate ao racismo:transformação e fim de espaços de privilégios. empatia:realização conflitiva, pública e afetiva.   resistência:produção, edição e circulação de publicações. contramercado:a publicação é uso, não é fetiche.

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Um encontro de publicadores para publicadores. Ou talvez publicadores que querem conhecer outros publicadores. O que são publicadores? São os pu-blicadores um grupo que se identifica? E os artistas, também o são? O que é entender-se como grupo? O que é entender-se como grupo em 2016?

São questões gigantes, mas que emergem a cada momento. Neste ano creio que todos se questionaram em como agir frente a uma realidade política-institu-cional achatadora, perigosa e apocalíptica. Vou sozi-nho, vou com partido, vou com os próximos, quem é o outro, quem são os meus, somos iguais? Operamos da mesma forma? Como entendemos as estruturas que nos oprimem?

Num sentido mais micro, foi um pouco esse o tom da pesquisa e do Encontro de Publicadores. Ao mesmo tempo em que parecemos nos reconhecer como classe pelo simples ato de publicar de forma independente – e isso é notável quando 310 pessoas respondem uma pesquisa para publicadores pelo fato de se entende-rem como um –, existe muito dissenso. E isso não é negativo. Foi interessante ver que muito se discutiu sobre o sistema da publicação e pouco sobre a prática da publicação. Não estava muito em questão formalis-mos, experimentações e processos, mas sim lugares de poder, lugares de privilégio, exclusão e dificuldade.

Foi um embate importante. Ficou claro que todos estamos fragilizados, desesperados, mas tentando dialogar. Ficou claro também que há muita força, que se movem em sentidos diversos. Temos que estar atentos ao tempo e ao movimento das coisas. Que venham os próximos encontros.

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Uma reunião de publicadoras para publicadoras. Ou talvez publicadoras que querem conhecer outras publicadoras. O que são publicadoras? São as pu-blicadoras uma coletividade que se identifica? E as artistas, também o são? O que é entender-se como coletividade? O que é entender-se como coletividade em 2016?

São questões gigantes, que emergem a toa hora. Neste ano creio que todas se questionaram em como agir frente a uma realidade política-institucional achatadora, perigosa e apocalíptica. Vou sozinha, vou com partido, vou com as próximas, quem é a outra, quem são as minhas, somos iguais? Operamos da mesma forma? Como entendemos as estruturas que nos oprimem?

Numa perspectiva mais micro, foi um pouco essa a particularidade da pesquisa e da Reunião de Publi-cadoras. Ao mesmo tempo em que parecemos nos reconhecer como classe pelo simples ato de publicar de forma independente – e isso é notável quando 310 pessoas respondem uma pesquisa para publicadoras pelo fato de se entenderem como uma –, existe muita discordância. E isso não é ruim. Foi interessante ver que muito se discutiu sobre a sistemática da publi-cação e pouco sobre a prática da publicação. Não estava muito em questão a forma, a experimentação e a fatura, mas sim esferas de poder, exclusividade, seleção e dificuldade.

Criou-se uma adversidade importante. Ficou claro que todas estamos fragilizadas, desesperadas, mas tentando dialogar. Ficou claro também que há muita força, que se move em direções diversas. Temos que estar atentas à temporalidade e à movimentação das coisas. Que venham as próximas reuniões.

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Em contraste com nossa forma ocidental ritualizada de contar o tempo, janeiro expressa o início daquilo que ainda não começou. Se nosso modelo crono-lógico aponta para este como o primeiro mês do ano, já diz o ditado há muito difundido que “o ano realmente só principia após o carnaval”. Mas janeiro comporta gestações, e o Projeto Publicadores insere-se nesse âmbito. Ao longo do ano de 2016, três etapas conformaram o que fora gestado em ideias no último verão: uma Pesquisa, desenvolvida com o propó-sito de mapear o cenário contemporâneo de arte

impressa e sua disseminação pela América Latina por meio de seus produtores; um Encontro, cujas personagens foram alguns destes produtores; e uma Publicação, des-dobramento das etapas anteriores da qual faz parte este relato.

O palco do Encontro foram as dependências da Oficina Cultural Oswald de Andrade, localizada na rua Três Rios, no bairro do

Bom Retiro, em São Paulo. Durante todo o dia 2 de setembro, vislumbrou-se uma inversão onde o foco não se concentrou nas artes gráficas, mas na busca de diálogo com quem a produz. Nomes e endereços eletrônicos foram ganhando contor-nos em uma ten-tativa de burlar o pretensamente sabido. O desejo de conhecer mais e melhor a si e aos

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outros abriu espaço para a percep-ção de corpos, cores, sexos, gêneros, lugares, idades, cheiros e vozes que, pela presença ou pela ausência, foram compondo um cenário.

Principiando por elementos contidos na Pesquisa, tópicos como identidade de gênero, orientação sexual e raça/etnia abriram franco

território já na primeira mesa do evento para uma reflexão política sobre o fazer artístico, devolvendo-o à sua dimensão social, portanto, contextual ou histo-ricamente localizado. É neste intento que a ausência de uma maior pluralidade de pessoas implicou o embate das razões desta lacuna, visível não apenas durante a primeira mesa e em todo o Encontro, como também nas feiras e even-tos nos quais os produ-tores de arte presentes se encontram inseridos. Tais elementos, ao terem sua relevância questionada, reafirmaram o embaraço de pensá-las.

Os dados da Pesquisa e o debate por ela proporcionado, nesta ótica, regis-traram e explicitaram de modo salutar as dificulda-des de entendimento das manifestações artísticas como fruto de experiências sociais atravessadas por marcas. Não à toa esta tópica reverberou ao longo

de todo o dia. “Trabalhar com o conflito e com a diversida-de”, elementos assinalados pelas organizadoras do Projeto logo na abertura, aponta para o reconhecimento da necessi-dade do embate e do contraste bem como para a ausência da própria “diversidade” como

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artifício subsumido em prol das obras de arte.

As “diferenças” não eliminam o medo de fabricação das desigualda-des. Ao permanecerem apagadas, as reforçam justamente por mas-cará-las. Assumi-las como cons-tituintes das trajetórias pessoais situadas daqueles que participam deste universo é refletir sobre como (por que, por quem, por quais mecanismos) processos de diferen-ciação ocorrem. Dadas em termos relacionais, tais

problematizações podem ajudar a pensarmo-nos enquanto um grupo, foco da mesa e do próprio Projeto Publica-dores, desnudan-do as posições de inúmeros sujeitos

e reverberando as muitas subjetividades encobertas pelos meandros das produções simbólicas.

Mas fazê-lo requer comprometimento, gosto pelo risco e audácia.

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A pesquisa em publicações é ampla: pode ser prática, para realizar uma feira, ou vinculada ao mundo acadêmico. Na academia, ela pode ser uma atividade que olha para o mercado editorial ou para as publicações independentes; pode tam-bém ser uma prática da arte contemporânea, que ultrapassa as fronteiras acadêmicas para circular em feiras e exposições. Esses foram os temas da segunda mesa, “Publicações de artista e pesquisa”, que teve a presença de pesquisadores pertencen-tes a diversas gerações e com diferentes atuações.

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“O formato de feira é um tanto simbólico, porque

eu acho que é uma grande exposição. O Tijuana tem

uma pesquisa constante em torno da América Latina.”

Ana Luiza Fonseca

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Queridxs Publicadores,

A tarde de conversas que vocês proporcionaram e que antecedeu a 11ª Feira Tijuana despertou muitos sentimentos, inquietações, surpresas. Para mim, foi um dos debates mais interessantes (e intensos!) de que já participei.

Não bastassem as emoções ao vivo, o cuidado de vocês em documentar essa tarde é, na minha opinião, de um profissionalismo ímpar.

No entanto, o pedido de relatos me pegou num momento atípico. Há um ano, eu fiz uma curva brus-ca, e esse é justo o momento de engatar outra marcha e aumentar a velocidade em uma nova direção. Confesso que ideias de depoimentos e formas de fa-zê-lo não faltaram, e sinto muito não ter apresentado nenhuma delas até agora.

Na verdade, nenhuma dessas ideias foi completa-mente satisfatória, tamanha a intensidade das sensa-ções que eu gostaria de relatar. E minha autocrítica e falta de tempo se aliaram contra qualquer avanço.

Pensei em desistir. O prazo passou. E aqui estou eu, num domingo à noite, escrevendo no formato ao qual recorro quando preciso me expressar com naturalidade: uma carta.

Perdoem-me a demora de resposta e, por fim, a falta de entrega de um texto.

Eu não sei como resolver esse enigma. Saí da mesa de conversa com mais dúvidas do que certezas.

Naquela tarde, fui surpreendida com uma ima-gem do Tijuana que jamais imaginei que pudesse existir. Se isso é bom ou ruim? Não sei. Produtivo, sem dúvida. Mas aí está a dúvida, que ainda estou digerindo.

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Ainda é cedo para relatar qualquer coisa. Já no cronograma, é tarde para entregar um texto. Mais um desencontro!

Meu relato agora é esta carta, e, se quiserem, po-dem publicá-la.

Sinceramente, eu preferia que minha contribuição fosse um enorme ponto de interrogação, corpo 500, fonte Helvetica, centralizado em uma página, que envio em anexo.

Feedbacks são bem-vindos, ainda mais de vocês.

Espero poder contribuir mais nas próximas vezes. Admiro demais o trabalho que vocês estão fazendo.

Beijos, boa semana!

Com carinho,

Ana

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"Não há um consenso sobre o que são

os publicadores independentes. Não é

um grupo homogêneo, ele engloba um

conjunto de práticas editoriais. Indepen-

dente é uma palavra vaga, polissêmica,

por isso eu falo de Girafas e Bonsais.

Girafa é aquele editor com a cabeça no

alto e pés no chão, empreendedor, está

consolidado editorialmente e é filiado

da Libre: está na livraria, na Amazon etc.

Já o editor Bonsai é o pequeno, não pre-

tende crescer e trabalha muito, não vive

disso, é o editor que está nas feiras."

José de Souza Muniz Júnior

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Tem um chavão que diz o seguinte: o verbo editar vem do latim editoris, que significa “aquele que gera, que produz”, e guarda relação direta com o verbo edere, que pode significar, entre outras coisas, “parir”.

Que isto seja repetido infinitamente nos manuais e nos cursos de editoração, deve ser porque a etimo-logia serve como luva às metáforas, sobretudo as cafonas. Mas, mesmo destas, algo se aproveita.

Quando saí do Encontro de Publicadores, fiquei pensando, entre outras coisas, no tempo de gestação das coisas, das pessoas e dos livros.

Porque há livros que rastejam pelo mundo como larvas, destinados a durar quase nada, mas que dei-xam lá sua marca, ainda que imperceptível a olho nu. E há livros que são como elefantes, que vivem décadas, ocupam espaços e incomodam muita gente. Cada qual tem um habitat e um modo de vida pró-prio. Cada qual, na origem, demanda uma gestação singular.

(Outra analogia muito gostosa é essa aí, que com-para os livros aos seres da natureza, a diversidade cultural à biodiversidade. Pensar a cultura como ecossistema; assumir-se guardião de sua riqueza; contrapor a monótona plantação de eucaliptos à densa e inesperada floresta tropical, e os extensos campos de soja aos sabores da agricultura familiar. A gente nunca quis só comida...)

Mas eu fiquei pensando também na entrega indi-vidual de cada paridora de publicações, na agrura da espera, na dedicação, na consciência dos limites, na doideira que é ter trigêmeos, no trabalho de parto, na dor e na delícia.

Fiquei pensando nessa gente maluca que sai por aí colocando filhos de papel no mundo; e nessa

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esperança maluca que depositamos em cada um deles; e nessa vontade de sair adotando, apadrinhan-do, brincando com eles; e também nessa vontade estranha que uns têm de sair parindo mais e mais, e outros não.

Fiquei pensando na decisão soberana de parir ou não parir. No gesto de resistência que é, em tempos tão estranhos como estes em que vivemos, ter de fazer esta escolha.

No fim, acho que fico com essa: a gestação de um livro menos como gestão e mais como gesto. Um gesto torto que a gente agarra no ar, guarda e cuida.

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Impressões numa hora dessas?

De minha parte, totalmente mergulhado na inter-secção entra a arte e a pesquisa, tenho muito boas percepções sobre o Encontro de Publicadores, em São Paulo. Aconteceu numa bonita sexta-feira, 2 de setembro de 2016. Portanto, escrevo um pouco tarde, final de outubro, quase dois meses depois. Gostaria de fazer um relato mais crítico, já que tenho claras na memória as emoções sentidas, mas infelizmente não pude estar presente nas primeiras discussões, pois cheguei a São Paulo no mesmo dia, no final da manhã. Ainda foi possível almoçar com algumas amigas, trocar ideias. À tarde, acompanhei as con-versas, atentamente, curioso sobre que dificuldades e situações seriam postas em discussão. Participei da mesa sobre relações com a investigação acadêmica, assunto que toca diretamente meus afetos e convic-ções. Não tenho certeza que tenha sido um tema uni-versal. Talvez a pesquisa tivesse um interesse menor do público, se comparada a outras questões. É compreensível (embora não desejável).

Se o debate não era novo, parecia novo, com cara de primeira vez. Talvez a maioria dos presen-tes até já tivesse participado de atividades críticas como essa, um encontro organizado com método e propósito, mas, de fato, parecia uma primeira vez. Acho que a intuição era o conselheiro dominante nas decisões e relatos de produção e venda, o que para o campo artístico não causaria surpresa. Além da identificação desses primeiros passos gerenciais, vi, consternado, que muitos de nós, muitos, pros-seguíamos aparvalhados com o sumidouro político em andamento no país. Em muitos momentos, perdíamos o foco nos nossos temas específicos, o que não poderia acontecer. Ficava difícil buscar

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uma objetividade que pudesse dar conta do gerenciamento dos problemas de... gerenciamento. Empreendedorismo é necessário para quem produz, editora, publi-ca, estoca, divulga, comercializa, faz circular sua produção. Enfim, é disso que se trata, mesmo que o empreendedorismo reivindicado se proponha a ser alternativo e independente, se é que isto existe. Disposição e iniciativa precisam de ânimo, motivo pelo qual a troca solidária de informações se reveste numa meta imediata. Que informações? Financeiras, comer-ciais, logísticas, trabalhistas, teóri-cas, artísticas, estéticas, éticas... e o que mais for necessário.

A pergunta prossegue: com tan-to espaço livre e recursos multi-mídia na rede, por que tanta gente se mantém interessada na publi-cação impressa? Dúvida saborosa, sobretudo para quem gosta do papel. O que está acontecendo justifica reflexões e, mais do que antes, demanda cooperação entre aqueles que compartilham ideais parecidos. O Encontro de Publi-cadores terá sido um sucesso se houver um novo no futuro, talvez em setembro de 2017, um ano após o que acabou de ocorrer. Se não houver outro, este terá sido um caso isolado, um evento falho, talvez uma frustração.

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"Minha pesquisa de mestrado foi

realizada a partir da relação confli-

tuosa que os artistas tinham com o

formato livro, ora aceitando o livro

como uma possibilidade comuni-

cacional, estratégica, ou relacional,

ora atacando esse livro (destruindo

ou negando). No doutorado, numa

aproximação com a estética e a re-

tórica, estudei a obra de arte a partir

de um ponto de vista narrativo"

Paulo Silveira

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"A parentesis se confunde com

uma prática artística e curato-

rial minha. Me interessa fazer

livros/impressos. A parentesis

é um encontro bastante pro-

dutivo. Na universidade há um

formato de apresentar a pes-

quisa muito rígido. A parentesis

é uma maneira de realizar outra

prática, de extrapolar as pare-

des da sala de aula."

Regina Melim

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AdvertênciaPese ao fato da semelhança sonora, entre AI5 (1968) e Hay 5 (2016) não há coincidência, mas combate e repúdio. Dada a situação atu-al, não mais de golpe militar, mas político e jurídico, a presente edição propõe uma revisão de sete projetos artísticos, editoriais e curatoriais criados entre 1968 a 2002, todos com a clara noção de que o lugar da transformação artística é, também, o da trans-formação política. Entre conversas, textos, proposições fictícias, tradução, transcrição e reprodução, esta Hay propõe a retomada de aspectos políticos, estéticos e críticos do I Ciclo de Debates da Cultura Brasileira, do espaço Capacete Entretenimentos e das re-vistas Arte em São Paulo, Gávea, item, Número e Recibo. A questão fundamental para todos esses projetos é a criação de outros meios de circulação da arte, dos artistas, da crítica e da história da arte – daqui e de lá. Ainda que possa parecer ambíguo, é preciso con-siderar que são muitos os fatores que limitam a continuidade de projetos autônomos como os citados acima, mas é também por seu caráter efêmero que é possível travar batalhas importantes: dizer coisas até então pouco ditas, não ditas ou “malditas”.

Em 1981, Luiz Paulo Baravelli comprou uma pequena impressora offset. Em 1985, Carlos Zílio se apropriou da identidade gráfica da revista October. Em 1995, Ricardo Basbaum escreve Escultura Carioca / Debate. No início de 2000, Afonso Luz, Carla Zaccagnini, Cauê Alves, Daniela Labra, Fernanda Pita, Fernando Oliva, Guy Amado, João Bandeira, José Augusto Ri-beiro, José Bento, Juliana Monachesi, Paulo Martins Werneck, Taisa Palhares, Tatiana Blass, Tatiana Ferraz e Thaís Rivitti, cruzando funções “da zaga à ponta es-querda”, discutem como buscar lugares para mostrar suas pesquisas e colocar em prática suas experiências em arte. Em 2002, Traplev inicia um projeto de uma publicação experimental para circular projetos e dis-persar ideias relacionadas às práticas de artistas. Nas-ciam, respectivamente, as revistas Arte em São Paulo, Gávea, item, Número e Recibo. Movidas pelo desejo de “criar e reforçar os canais de manifestação e debate”,

*Esta é a reprodução do editorial da HAY 5, revista produzida na disciplina Outros Espaços da Arte, mi- nistrada por Regina Melim, no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianó-polis, no primeiro semestre de 2016. O cartaz espero tua (re) volta integra a série escritório, do artista Leto William

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“desarticular a tradição dominante na História da Arte Brasileira que era baseada em uma visão centrada no levantamento e sistematização de informações empíri-cas”, “construir um espaço de intervenção”, “pensar a circulação e quais eram os (novos) lugares, os (novos) agentes, os (novos) públicos”, “provocar, criar e questionar o circuito”, essas revistas reforçaram os próprios espaços de manifes-tação e debate no país. Nas suas páginas, jo-vens artistas e pesquisadores independentes afiaram os seus instrumentos e desafiaram os esquemas conceituais vigentes. Destas, apenas Recibo continua.

Em 1998 Helmut Batista cria o Espaço P, hoje Capacete Entretenimentos, “a vida pós-apocalíptica, pós-antropocena, depois do fim da eletricidade, da internet, da água”. Para o Capacete interessa o percur-so como estratégia para criar realidades diferentes, ou modificar as já existentes. Define seu modo de operação com o slogan: “o agenciamento é seu próprio conteúdo”. Como lugar de encontro – não hierárquico e coletivo – o Capacete funde espaços e tempos. O lastro é parte de sua ideologia, de suas estratégias de produção de conhecimento por vias empíricas. Para Helmut, ou para o Capacete, não há distinção entre a vida de cada dia e os programas culturais por eles desenvolvidos: domingo com crianças; jantares; palestras; residências; exposições; publicações; escolas; grupos de estudos, isso porque o Capacete “parte do princípio de que os momentos mais importantes acontecem nos entre-espaços e entre- -tempos e de formas flutuantes e instáveis e, portanto, de forma imprevisível e incontrolável”.

Exatamente três décadas antes, em 1968, irrompiam no Brasil, após um golpe de estado, os anos mais duros da ditadura militar e, paradoxalmente, um dos mais experimentais da produção cultural brasileira.

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Vivia-se em estado latente de “apocalipopótese”! No Rio de Janeiro – palco da vanguarda brasileira, segundo Frederico Morais –, entre o desbunde e a militância, uma série de programas e intervenções artísticas passaram a ocupar os espaços públicos da cidade no período. Principalmente, de 1969, com o Arte no Aterro, a 1971, com os Domingos da Criação, o que se viu foi uma estridente “força-tarefa” por parte de artistas e profissionais da cultura, primeiro, e dos cidadãos-públicos-participantes, por conse-guinte, em discutir e reinventar o sentido de arte e de espaço público. Mas se os primeiros anos de chum-bo, como ficou conhecido o período mais repressivo da ditadura militar (1968-74), produziram respostas críticas que foram definitivas para a história da arte brasileira, e que alimentam o nosso imaginário até hoje, os anos finais, que precederam a chamada ‘Distensão’, foram de total apatia, ou de um longo e insuportável “silêncio coletivo”.

Durante oito semanas, toda segunda-feira, entre os dias 7 de abril e 26 de maio de 1975, o Teatro Casa Grande do Rio realizou o I Ciclo de Debates da Cultura Brasileira. Com o intuito de sair do estado de letargia e debater sobre a situação e as problemáticas da cultura

no Brasil naquele momento, o encontro reuniu mais de trinta convidados – entre artistas, músicos, escritores, jornalistas, diretores de teatro, atores, etc. – e cerca de 1400 pessoas por sessão. A iniciativa, que acabou se espalhando por várias cidades do país, e sobre a qual pouco se sabe, embo-ra tenha sido sediada num teatro, era “a própria negação do espetáculo”. O que ali estava presente eram apenas “duas velhas

e surradas atrações - as palavras e as ideias”. E uma pergunta que permeava todas as sessões e que não conseguia silenciar: “O que fazer?”. Um ano depois, em 1976, quando as conversas do Ciclo deram origem a uma publicação, a resposta veio à tona: fazer.

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Juntamente ao material aqui reunido: conversas, fragmentos, textos etc., outro enredo se desenrola. Recentemente, 2013, ano do Amarildo, uma emis-sora revelou sua participação no golpe de 1964. Coincidências à parte, nesse mesmo ano o povo foi para a rua (abaixo a rede globo!). No Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, um ano depois do golpe de 1964, acontecia Opinião 65. Confirmava-se o refrão, “o morro não tem vez”. Parangolé, Hélio Oiticica e passistas da Mangueira, (fora daqui!). Impossível lembrar-se do MAM-RJ de fora, o outro MAM, sem mencionar Frederico Morais e os Domingos (1971). A cidade a cantar: “incorporo a revolta” – parangolé. Em São José dos Campos/SP, 2012, moradores da ocupação Pinheirinho para defender seus corpos e suas residências improvisam armaduras: tambor de plásti-co como escudo, pedaços de tubos como caneleiras e capacetes de motociclistas como elmo. Também em 2013, nossa tão incor-ruptível, imparcial e ultimamente elogiada Polícia Federal e Justiça Federal (braço forte do poder da propriedade, dos “donos da terra”) assassinou a tiros o índio terena Osiel em uma desocupação da fazenda Buriti (leia-se Terra Indígena Buriti) em Sidrolân-dia no Mato Grosso do Sul. Por tudo isso, diria Millôr Fernandes, “o mundo nunca foi tão pouco violento; a gente é que nunca foi tão bem informado”. Enfim, no mundo do espetáculo, no qual áudios vazados estão em voga, “a ausência de imagens lhe incomoda?”.

Em 2015 temos mais três episódios: o rompimento no dia 05 de novembro da barragem de rejeitos da mineradora Samarco localizada no município de Mariana em Minas Gerais; o início da ocupação das escolas estaduais em São Paulo no dia 10 de no-vembro pelos estudantes da rede de ensino público em protesto ao projeto de reestruturação do ensino

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público estadual que previa o fechamento de escolas estaduais; a abertura, no dia 02 de dezembro, de pro-cesso de afastamento da presidenta Dilma Rousseff autorizado pelo então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (canalha). O primeiro episódio é o resultado do descaso dos seres viventes (espécie humana) com o meio ambiente. Em todos os pontos cardeais a pedra de torque da humanidade continua sendo o desenvolvimentismo. O segun-do episódio um alento, uma fagulha de resistência provocada pelos corpos em ação de desobediência. O terceiro episódio, o pedido de impeachment (leia-se golpe), está mais próximo do desastre. #ForaTemer (golpista), “escândalos por toda parte”. Uma vez mais a ideia não é outra, qual seja: indicar, “criar e reforçar os canais de manifestação e debate”, extra-polando jargões, da arte na arte, da vida na vida, da arte na vida, da vida na arte e além. Para os dias do presente, reiteramos: espero tua (re) volta.

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Pesquisar publicadores independentes no Brasil ain-da é para poucos, principalmente porque há poucos candidatos enveredando nessa missão. A princípio, parece um trabalho simples, mas, em campo, a coisa pega. Isso porque os personagens estão vivos. E lidar com pessoas vivas não é fácil. Ainda mais quando muitas interrogações se fazem presentes. É preciso de alguém com coragem, disposição e muita paciência.

Quando estava pesquisando e produzindo o docu-mentário Fanzineiros do século passado, quase desisti por conta do assédio de pessoas que queriam, de

alguma forma, palpitar: “deveria falar sobre tal assunto”, “deveria entrevistar fulano, cicrano e beltrano” e, ainda, “você deveria me entrevistar”. Difícil. Ainda mais pelo fato de ter sido uma pesquisa independente e sem patro-cínio: era câmera debaixo do braço e gravando! Foram 82 entrevistas, horas decupando e editando, escolhendo trilha

sonora... Muita gente reclamou que não tinha isso, faltou aquilo. Até aí, tudo bem. O fato é que ninguém ousou fazer algo para complementar ou contestar o que foi feito. Paciência.

Esse documentário surgiu no meio das pesquisas que eu fazia para o livro O universo paralelo dos zines, que foi feito de forma também autônoma: vasculhei a internet, aprendi inglês para adquirir dezenas de livros importados (o que abriu muito meu campo de visão e um rombo no orçamento) e a vivência de mais de vinte anos com zines. Foram várias escritas

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e reescritas. Encerrei o texto no final de 2013 e só lancei o livro dois anos depois, com verba de uma rescisão. Obviamente muita coisa mudou nesse ínterim, mas se eu revisasse uma vez mais, teria que mexer em muitas coisas. Ficou como estava. Até que reclamaram menos dessa vez.

Em um meio que está em constante formação e transformação, cada dia surgem mais ques-tões e conclusões no estudo sobre publicadores e publicações independentes. É quase um labi-rinto no qual o pesquisador sempre encontrará caminhos diferentes, pode voltar ao início, ficar preso em um canto, andar em círculos.

Talvez precise de alguém que pesquise os pesquisadores. O que deve ser um desafio bem maior: imagina pesquisar gente viva que pesquisa gente viva... Não, não será fácil.

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Hoje decidi visitar uma exposição. Avisaram-me que seria bem diferente, então, saio de casa levando igual dose de curiosidade e ceticismo. Escutar Paulinho da Viola no metrô vai me ajudar a abrir a cabeça; melhor salvar para escutar off-line, não vai ter sinal.

Chegando ao prédio ninguém me cobra entrada nem pede para deixar a mochila no guarda-volumes. Pego um folheto e começo a passear pelas salas. Tem muita gente, mas não tem linhas nem fios de contenção. Nenhum alarme apita se me aproximo das obras, nem tenho que encarar o olhar severo de algum vigia.

Com grande surpresa, não encontro apenas obras, mas também os artistas interagindo com os visitan-tes. Eles contam anedotas, compartilham dores e felicidades que todo processo criativo tem, mas que normalmente ficam escondidos e calados por detrás da obra, quase como se estivessem materializando-se assim de repente.

O barulho é burburinho vivo de ideias sendo troca-das, do nascimento de amizades e talvez amores. Os rebanhos de visitantes correm soltos pelos pastos de papel. Livres do silêncio austero, das audioguias e do medo de não entender o que se supõe que deveria ser entendido. Todo mundo deixa suas digitais sobre as obras que estão aí justamente para isso. Folheadas por entusiastas, analisadas por outros artistas e pesqui-sadas por investigadores, que, por algumas horas, se livram da solidão das bibliotecas e escrevem anota-ções para teses enquanto marcam brejas para depois.

Somos todos cachorros felizes que cheiram papel e traseiros, pulam, vagam, descobrem. Poucos notam que sim, não é um cubo branco, mas o cubo está cheio de brancos. Muitos estão mais ocupados olhando

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tamanho abanar de rabos que não reparam que tem pouca cauda preta. Acaso todos os cachorros são iguais mas os cachorros brancos são mais iguais que os outros? Quem e por que ficou para fora?

Pela primeira vez posso levar para casa as obras de que mais gostei. Obras que outros amigos também podem ter e que sobrevivem às montagens e des-montagens ditadas pelos inexoráveis calendários dos museus e das galerias.

Amor, hoje fui ver uma exposição!

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Para fechar o encontro, propusemos um tema muito discutido atualmente: as feiras. Convidamos diferentes organizadores de feiras para trazerem suas experiências e refletir sobre os formatos de circulação de publicações, possibilidades de sus-tentabilidade, modelos de gestão e curadoria.

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Feira de roupasFeira de roupas de invernoFeira de roupas de verãoFeira de cursos e profissõesFeira de artesanatoFeira de oportunidadesFeira de turismoFeira de arte impressaFeira de noivasFeira de energiaFeira de arte indígena Feira de fotografiaFeira de negóciosFeira de arte contemporâneaFeira de legumes, frutas e verdurasFeira de carrosFeira de modaFeira de móveisFeira de franquiasFeira de arte autoralFeira do mundo animalFeira do camarãoFeira de bijuteriasFeira da gestanteFeira de caféFeira de nutriçãoFeira de carnesFeira de cabelosFeira de tubosFeira de máquinasFeira de chocolatesFeira de orgânicosFeira de piscinasFeira de spas

Para ler em voz alta dentro de uma feira

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Feira de músicaFeira literáriaFeira de produtos cristãosFeira de meiasFeira de publicações de artistaFeira de gastronomiaFeira de imóveisFeira anarquistaFeira de natalFeira de páscoaFeira LGBTFeira de cervejasFeira de tecnologiaFeira de floresFeira da belezaFeira de jogosFeira de instrumentosFeira de calçadosFeira da saúdeFeira de quadrinhosFeira de docesFeira de decoraçãoFeira agropecuáriaFeira do poetaFeira de vinhosFeira de artes marciaisFeira de brinquedosFeira do mármoreFeira de livrosFeira eróticaFeira de feiras

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tora CREAR MÁS ESPACIOS DE POSIBILIDAD

ACTIVISMO CREATIVO // CIRCUITOS ALTERNATIVOS // ENSAYAR

NUEVAS PRÁCTICAS

PROVOCAR IMAGINARIOS MÚLTIPLES // ABRIR EN VEZ DE CERRAR

GENERAR UNA MAYOR VISIBILIDAD DE MINORÍAS SOCIALES

¿ES EL PROCESO CURATORIAL REDUCTOR Y EXCLUYENTE? BUSCAR UNA MAYOR TRANSPARENCIA Y DINÁMICAS QUE PROPICEN LA INCLUSIÓN

IN-DIS-PEN-SA-BE: CONSTRUIR PARCERÍAS Y REDES TODOS INTERDEPENDEMOS

¿PUEDEN LOS PROYECTOS RESPONDER A LOS INTERESES DE LA POBLACIÓN? // ¿EXISTE UNA POBLACIÓN EN GENERAL?

¿CÓMO CONSTRUIR PLATAFORMAS DE DIÁLOGO HORIZONTAL?

¿CÓMO SALIR DE LOS ESPACIOS CONSAGRADOS DEL ARTE? // ¿CÓMO CONSTRUIR NUEVAS FORMAS DE HACER POLÍTICA DESDE EL ARTE Y LA CULTURA?

¿PARA QUIÉN PRODUCIMOS Y DESDE DÓNDE?

“El artista no es un tipo determinado de persona, cada persona es un tipo determinado de artista”. A.K. Coomaraswamy

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Pão de Forma é um projeto e uma de suas manifestações é a feira. Tem também a Fatia, a Margarina... enfim, várias ações. A Fatia é um verdadeiro diálogo de quem está publicando e fazendo. Ela é mensal. Margarina é um ciclo de conversas ao vivo e um ciclo de entrevistas via Skype com fazedores de arte impressa.

Em uma feira Pão de Forma, ocupamos uma casa em Botafogo que não estava sendo usada havia um bom tempo, e que tinha uma piscina no meio. Essa piscina foi a possibilidade de uma desconstrução de uma geografia do que a gente geralmente imagina quando pensa em feira. Achamos (A Bolha + Comuna) que era uma boa oportunidade. A esperança era que não tivéssemos prejuízo.

As feiras não solucionam, não estão aí para solucionar problemas de distribuição dos editores, estão para fortificar o diálogo entre os fazedores, catalisar outras movimentações. E essas movimentações não são de mercados tradicionais. Temos que começar a pensar ao contrário, não habitar o mercado existente, descontruir, pensar constantemente... Não formar um novo mercado, mas dialogar continuamente uma forma de trabalharmos juntos. Não existe uma questão de competição. As feiras não são centros de poder, e a parceria qualitativa é uma das suas funções. Sabemos a luta que é. Precisamos humanizar.

Este é um ano de questionamento, e decidimos não fazer a feira, a Pão de Forma existe conforme a necessidade. A feira tem um processo de escolha sim, não aceita todas as inscrições mas possibilita

Transcrição de parte da fala da interlocutora no dia do encontro.

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o acesso de muita gente. O nosso papel é abrir espaço. É uma movimentação de resistência. É extraordinário. Existe uma série de possibilidades que a gente ainda nem pensou. Quando uma pessoa não é chamada para uma feira, não deve se preocupar, nem tomar isso como uma rejeição do trabalho que vem desenvolvendo. Há uma série de movimentações acontecendo em todos os estados do Brasil. Temos que abrir espaço constantemente.

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Sobre las perspectivas de circulación

Cuando llegué a la Oficina Cultural Oswald de Andra-de acababa de bajarme del avión. Había pronunciado mis primeras palabras en “portuñol” cuando me encontré con el inicio de la charla Perspectivas de circu-lación (caminos concretos y utopías) y pude rápidamente conectar con la pasión de las distintas propuestas.

Allí estaban los representantes de Feira Baronesa (Curitiba, Brasil), Feira Tijuana (São Paulo, Brasil), Mueve (Ciudad de México, México) y Feira Pão de Forma (Rio de Janeiro, Brasil). Conocí la propues-ta de Mueve, un proyecto itinerante, alternativo, independiente y rebelde de circulación de libros de artista en México. Con una especie de carretilla viajan por distintas ciudades del país y se instalan en azoteas, restaurantes y otros espacios, mostrando libros de artistas independientes y generando un diálogo alrededor de los mismos. La carretilla, pensé, es como un libro de artista, un espacio de conexión, de creación de vínculos. Una propuesta vital de construcción de comunidad que necesitamos con urgencia en toda Latinoamérica.

Luego escuché las experiencias de las ferias brasi-leras en Curitiba, São Paulo y Rio de Janeiro. Pude entender que estas ferias, que nacieron también como plataformas alternativas de circulación, se encuentran ahora en un proceso de transformación. Están creciendo y descentralizándose, y se vuelve un reto mantenerlas año a año cuando aumenta el público y la producción, y no necesariamente los presupuestos (si es que los hubiese). Están en un punto de inflexión donde el enfoque en la formación y mantenimiento de públicos y el trabajar a través de redes adquiere mucha relevancia. Este es un trabajo de todos y no solo de los gestores de ferias, pienso.

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No cualquiera puede crear y manejar una feria de libro de artista. Hay que tener una sensibilidad especial no solo para crear y gestionar sino también para conectar.

Otro de los retos planteados en la charla fue la necesidad de democratización y de transparencia de estas ferias. ¿Es la curaduría antidemocrática? ¿La curaduría convierte a una feria en una galería? En términos generales cada feria tiene su propio espíritu y, por ende, busca visibilizar proyectos que estén alineados con ese espíritu; cada feria tiene una capacidad, y eso también genera la necesidad de una curaduría. Por ello, el que haya curaduría no debería desmerecer la razón de ser de la feria ni su independencia, por el contrario, tiene que ver con un enfoque y una consistencia. Pero si surgen estas pre-guntas, es señal de que hay artistas o proyectos que se están sintiendo al margen. Y es crucial tomar nota de esto y buscar los mecanismos para una comunica-ción abierta y clara con estos actores sobre los pro-cesos y criterios de selección. Finalmente, mientras no se pierda de vista el espíritu y la razón de ser de las ferias, seguirán siendo una fuente invaluable para este sector editorial.

Me llevo de esta experiencia la necesidad de una búsqueda de conexión y movilización. Desde la expe-riencia local y comunitaria de Mueve que recorre las calles promoviendo el libro de artista, hasta las ferias y cada uno de los que actuamos en ellas y en este sec-tor por amor y pasión por los libros de artista.

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Os livros são apenas uma performance teatral que você

pode levar para o banheiro com você. Não há nenhum lugar

em que você não possa ler um livro.— Lawrence Weiner

As situações são tão múltiplas, ainda assim, parece impossível que todos os encontros não desviem para um relato pessoal, além da (ou bem junto à) situação atual de pesquisadora. Estou voltando para Porto Alegre, depois de sair da Flamboiã II, em Floria-nópolis, onde fui encontrar amigos que fiz em São Paulo (em duas outras feiras ou em um programa de encontros sobre publicação), e de carona com outros amigos que lá expuseram. Dolorida por carregar tapumes quando ajudava a fechar a feira, mas com algumas certezas de que duvidava.

Mais uma vez, tinha presenciado um movimen-to intenso de gente que está apostando muito seu tempo, acreditando e segurando peso, nesses breves, porém bastante intensos, espaços de encontro que têm sido as feiras de publicação. São recorrentes os relatos dos participantes sobre a criação de novas amizades, parcerias, publicações amigas, parcerias publicadas, novas feiras, feiras fantasmas.

Seja de Recife, da Cidade do México, da Colôm-bia, ou meus amigos da faculdade em Porto Alegre mesmo. Por um prédio gigante de uma arquitetura singular em um bairro pacato ou residencial ou mis-to ou tradicional, seja coreano ou seja judeu, ou uma casa com uma piscina no meio, um museu com ofi-cinas de gravura, máquinas antigas de trabalho e um teatro, um museu chamado de palácio ou um centro cultural chamado de Casa do Povo, ou mesmo um carrinho que estabelece uma condição móvel para o lugar. São circuitos de conflitos e congregações: o

Você aqui, de novo. Que bom.

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que parece muito feito para estar disperso se mostra cada vez mais baseado no contato.

Seja nas condições de aperto ou na festa que se faz durante e depois, novos afetos sempre são mencio-nados. Fala-se muito sobre a utopia. Talvez um pou-co pareça, talvez esteja um pouco mais próximo do real. Ouve um dizer: não faço mais isso sem dinhei-ro. Outro: fui para trabalhar e me diverti muito. Ou escuta o Itamar: viver somente de amor é tão lindo quanto precário.

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Utopia quase impressa

“O ato de publicar é um ato de resistência.” Foi uma das primeiras frases que eu escutei quando começou o encontro. Acho que todo mundo concordava com essa ideia. Ou, pelo menos, queria concordar. O elo que ligava quem estava ali era essa vontade de resis-tir. Era, também, o interesse pelo impresso indepen-dente e por esse formato de criação simbólica, mas, principalmente, era a crença na publicação como um canal político de comunicação. Como ativar esse canal? Não bastava o juízo de consciência social na página impressa. Não se tratava apenas de defender uma pauta progressista ou uma linha ideológica coerente na eleição de conteúdo. Todo o pensamen-to embutido, todo o encadeamento metodológico, toda a criação e produção que fazia parte da prática editorial haveriam de estar de acordo com premissas da resistência. Foi um pouco sobre isso que se deteve o debate. Isso, e tudo o que isso implica. Como publicar? Como encarar a experiência da publica-ção a partir de um ângulo que repense não apenas o discurso, mas o próprio laboratório? Como apagar a hierarquia e organizar processos de forma plana, horizontal – e não reproduzir padrões normativos, ainda que nós mesmos façamos parte deles? Quería- mos ressoar esse valor e lograr o trânsito dessa voz coletiva. Sobreviver à opressão mercadológica, à frie-za coorporativa, à ditadura institucional. Queríamos solucionar a insuficiência orçamentária e desenhar caminhos concretos de circulação a partir de utopias que eram por nós compartilhadas. Queríamos nos sentir mais independentes do que de fato éramos, e saber o que fazer com a autonomia que nos resta-va. Que independência era essa? Poderíamos nós promover espaços livres de ideias itinerantes? Vasos

Pa

ola

Fa

bre

s >

re

lato

ra

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comunicantes que tentam – pelo menos tentam – aproximar o que é segregado? A publicação pode ser um decreto. Um decreto de ocupação pública. Querí-amos isso. Estávamos ali para articular essa ocupa-ção e repensar as regras, propor outras manobras; mas reconhecíamos nossa miudeza. Éramos ingênu-os porque queríamos vencer sem nem querer entrar no jogo. Sair da fronteira, acessar o bairro, a rua, o banco. Sair do contorno urbano e chegar aonde ninguém lembra de ir. O que a gente queria mesmo era um outro jogo. Mas idealizar faz parte e pode ser o primeiro passo. Foi uma tarde de idealização, como todas as que enfrentamos. Foi uma tarde de exercitar o esforço de conciliar nossas próprias quimeras com o impasse que nos atravessa todo dia.

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encontro de publicadores 2.9.2016 Oficina Cultural Oswald de Andrade pré-projeto Tenda de Livrosorganização Tenda de Livros, Edições Aurora e Zerocentos Publicaçõesprodução Julia Moraes e Marcelo Helenofacilitadores Fernanda Grigolin, Júlia Ayerbe, Laura Daviña, Luana Minari e Sebastião Oliveira Netointerlocutores Ana Luiza Fonseca, Edições Aurora, Feira Baronesa, Feira Tijuana, Mueve, José de Souza Muniz Júnior, Paulo Silveira, Pão de Forma, Regina Melim, Tenda de Livros e Zerocentos Publicaçõesfoto e som Julia Moraes

entre, à maneira de, junto a publicadores organização Fernanda Grigolin e Júlia Ayerbeedição Júlia Ayerbemetodologia e transcrição Fernanda Grigolin projeto gráfico Laura Daviñarelatoria texto Amelia Santana, Carolina Sinhoreli, Marcio Sno, Nathanael Araújo, Paola Fabres e Walter Costarelatoria visual Melina Resende, Rafael Moralez e Vânia Medeirosrelatoria on-line Heloisa Angeli, Jéssica Andrade, Joyce Melguiso Toth, Marina Feldhues e Silvana Beraldo [www.projetopublicadores.wordpress.com]suporte relatoria Arte Contexto revisão Rodrigo Jorge e Ieda Lebensztayndesenhos Vânia Medeiros; trechos selecionados com textos de Fernanda Grigolinpp. 14-15, 58-59, 67fotografias Julia Moraes pp. 21-23, 40-42, 45, 76-77; Melina Resende pp. 72-73, 77; Rafael Moralez pp. 24-25, 50-51, 76-77encadernação e sobrecapa Zerocentos Publicações impressão Edições Aurora / Publication Studio São Pauloassistente Marina Marchesan

pesquisa publicadores

elaboração de questionário Tenda de Livros, Edições Aurora e Zerocentos Publicaçõestradução Júlia Ayerbeanálise Fernanda Grigolin e Júlia Ayerbe

isbn 978-85-5688-005-5

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realizaçãoapoio

Entre, à maneira de, junto a publicadores é resultado do Projeto Publicadores, uma ini-ciativa da Tenda de Livros, Edições Aurora e Zerocentos Publicações, e realizado graças ao apoio da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Gostaríamos de agradecer primeiramente à Oficina Cultural Oswald de Andrade, especialmente a Michelle Gonçalves, Nina Knutson e Marcelo Heleno de Oliveira, por todo o suporte, a abertura e o apoio. Aos interlocutores, relatores e participantes do Encontro de Publicadores pelo empenho e presença. Aos 310 publicadoras e publicadores espalhados pelo mundo que responderam nosso questionário; a Laerte Andrade pelo suporte técnico na realização dos gráficos.

Leia mais em: www.projetopublicadores.wordpress.com

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Este livro foi composto em Stanley e impresso em risografia pela Edição Aurora / Publication Studio São Paulo sobre papel alta alvura 75g/m2. A sobrecapa foi reali-zada em serigrafia sobre papel alta alvura 120 g/m2. São Paulo, dezembro de 2016.

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ArgentinaArgentina ArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentina ArgentinaArgentina Argentina ArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaArgentinaBrasil BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasil

BrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilBrasilColômbiaColômbiaColômbiaColômbiaColômbia

EspanhaEspanha EUA MéxicoMéxicoMéxicoMéxicoMéxicoMéxicoMéxicoMéxico MéxicoMéxicoMéxico MéxicoMéxicoMéxicoMéxicoMéxicoParaguaiPeruPeruPeruPortugalPortugalUruguaiVenezuelaVenezuela

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Esta pesquisa foi uma realização autônoma de Tenda de Livros, Edições Aurora e Zerocentos Publicações, e sua principal motivação foi conhecer o cenário dos publicadores independentes da América Latina, desde o seu perfil, até como distribuem, como sustentam sua produção, o que pesquisam etc.

A formulação do questionário foi um processo experimental em grupo e de não especialistas. Após muitas discussões, fechamos um longo questionário e fizemos uma chamada online por um mês, divulgan-do por nossas redes. Recebemos 310 participações, entre elas, 46 de outros países da América Latina.

Olhando para os resultados percebemos o quanto é importante trocar e dialogar entre quem produz, edita e circula arte impressa. O retorno foi enrique-cedor e gratificante e temos certeza que é o começo de algo. Entendemos também que houve falhas, e que apesar de uma grande quantidade de respostas, não conseguimos abraçar completamente a diversidade. Quais seriam as soluções para atingir um panorama mais diverso? Questões como essa são, no fim, o intuito deste impresso, que oferece gráficos e uma pequena análise. Não fomos em direção a verda-des ou explicações, mas na abertura de problemas, tentando no fim nos conhecer melhor e criar novas possibilidades de conexão.

pesquisa

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identificação

A pesquisa iniciou com questões so-bre o que seriam os dados pessoais dx publicadorx. Decidimos incluir, além de questões comuns como nome, local e idade, perguntas sobre gênero, questões étnico-raciais e de orientação sexual e afetiva. Essa de-cisão foi tomada por entender que, em um mapeamento, seja ele qual for, é importante entender o lugar de fala de cada entrevistadx, principal-mente num contexto latino-ameri-cano, onde há, de forma evidente, desigualdades sociais e segregações relacionadas a questões étnico-ra-ciais, de gênero e orientação sexual.

A inclusão dessas questões na pes-quisa gerou desacordos entre os que responderam. Muitos se pronuncia-ram surpresos com as perguntas e questionaram sua pertinência, como no caso da questão sobre orientação sexual: “No aplica; privado; achei curiosa, a pergunta realmente im-porta??; isso interfere na atividade profissional?; isso muda a qualidade da minha publicação????; não te interessa prefiro não responder.” No caso de etnia, uma pessoa ques-tiona: “Por que seu interesse nessa pergunta????”

O que podemos inferir é que, para certo grupo, a orientação sexual é tema de âmbito privado que não deve ser conectado à prática da pu-blicação. Questionar se isso altera a qualidade da publicação ou se inter-fere na atividade profissional mostra que esse tipo de questão precisa ser

melhor trabalhado numa pesquisa, e que, mesmo que a intenção seja entender se um circuito, como o de publicações, é diverso, ficou claro que parte desse circuito acha que isso deve ser considerado.

Com relação a Estados e regiões, percebemos no Brasil que a concen-tração de publicadores está em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catari-na e Pernambuco. Em sétimo lugar, vêm empatados Paraná e Brasília. Apesar da regionalização, São Paulo contou com 140 respostas, o que já são 54%. É importante salientar que esse resultado fala sobre uma con-centração na região Sul e Sudeste já conhecida, mas não quer dizer que exista uma falta de publicadores em outras regiões do Brasil. A pesquisa foi organizada por publicadores pertencentes a essas regiões e talvez não tenhamos conseguido chegar a um público que resida em outras áreas do país.

Com relação aos publicadores internacionais, foi interessante notar que, mesmo o foco sendo para pu-blicadores latino-americanos, houve respostas da Espanha, de Portugal e dos Estados Unidos. Não sabemos se são cidadãos latino-americanos que vivem em outros países ou não.

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1.identificação

idade

estado deorigem

país deorigem

gêneromasculino

(45%)

feminino(51%)

etnia/raçabrancx(68%)

outros (7%)

outros (4%)

orientação sexualheterossexual

(70%)

homossexual (14%)

bissexual (12%)

20-30 30-40 40-50 50-60 60-70 70-80

120

100

80

60

40

20

0

negrx (5%)

oriental (3%)

pardx (14%)

indígena (1%)

outros (9%)

1.6%0.6%

0.8%

1.1%

2.7%

0.4%

1.6%

1.6%3.9%

0.4%

0.4%

0.4% 0.4% 0.4%

6.2%

5.2%

0.6%

0.6%

1.0%

6.8%

82.6%

54.9%2.7%

9.4%3.9%

8.6%

0.3%

0.3%

0.3%

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perfil

Ainda em relação a gênero, etnia e orientação sexual, repetimos essas questões para entender o perfil da editora ou coletivo. Questão: “Caso você represente um coletivo ou editora, informe o número e etnia dos integrantes mulheres; homens; transgêneros”, sendo elxs classifica-dxs como “brancx, negrx, pardx, indí-genx, migrantes”. Como podemos ver no gráfico, a maioria que respondeu é artista, mulher, branca e atua sozinha.

Vimos, ao contrário das respostas negativas, que esses questionamen-tos são importantes para outrxs publicadores:

Hola, respecto a la encuesta me pa-

recio bastante sorprendente de que

exista y las preguntas realizadas,

creo que pone en evidencia proble-

maticas muy claras y falencias que

personalmente me gustaria ir revir-

tiendo (ejemplo de ello es que de

mas de 10 publicaciones realizadas

2 son mujeres, 10 son hombres, 0

trans). Tambien respecto a la diver-

sidad racial, quizas es buenos aires

no hay tanta como en ciudades de

Brasil, pero tambien creo que es in-

teresante el planteo de la encuesta.

atuação

Condizente com o perfil, as produ-ções da maioria dos publicadores são “publicações de artista” e o eixo

temático, “artes visuais”. Chama a atenção que a porcentagem de cine-ma seja a mais baixa. É interessante ver que existem publicadores que produzem 20 a 30 ou mais por ano, um número muito elevado, tendo em vista a sustentabilidade dos editores independentes.

sustentabilidade

Não foi um espanto perceber que a grande maioria dos publicadores viabilizam financeiramente suas publicações, e que em “outros meios de viabilização” os editais aparecem, junto de trabalho em rede, como o maior fomentador. Além disso, é mui-to interessante ver que a maioria dos publicadores possuem seus próprios meios de produção, algo que, sem dúvida, torna mais viável economica-mente a publicação.

No momento estou me debaten-

do com algumas questões: quão

democráticos somos em nosso

dia a dia, quão democráticos

são os editais e leis de fomento

para artistas que estão iniciando

sua carreira e como fazer para

quebrar a barreira entre a falsa

ideia de democratização da nos-

sa sociedade e um contexto mais

humano e decente.

Há um dado interessante no cruza-mento das respostas de “você se dedi-ca integralmente às suas publicações”

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categoria das publicações

número de publicações

em média por ano

2.perfil

3.atuação

editorx(35%)

artista(47%)

sozinhx(53%)

editorx(27%)

coletivo (20%)

homens mulheres transgênero

400

300

200

100

0

indígenas

migrantes

negrxs

pardxs

branxs

transgênero

mulheres

homens

branxs pardxs negrxs migrantes indígenas

500

400

300

200

100

0

0 50 100 150

outros

quadrinhos

cartaz

fotolivro

fanzine

livro

publicação de de artista

1 a 5(76%) 10 a 20 (7%)

até 10 (14%)

20 a 30 ou mais (3%)

pesquisadorx 6%

perfil dos integrantes de coletivo ou editora (por gênero) perfil dos integrantes de coletivo ou editora (por raça/ etnia)

outros (12%)

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eixos temáticos

Porcentagem de publicações viabilizada financeiramente por conta própria

outros meios de viabilização

sustentabilidade

0 50 100 150 200

outrosteatro

cinemaarquit. e urbanismo

artes do corpociências sociais

políticacrítica e hist. da arte

ativismopoesiadesign

literaturapoéticas visuais

fotografiaartes visuais

70% a 100%

(64%)

50% a 70% (11%)

30% a 50% (7%)

10% a 30% (5%)

menos de 10% (12%)

0 20 40 60 80 100

outros

políticas públicas

leis de incentivo

patrocício informal

trabalho em rede

edital

meios de produção

você possui meios próprios de

produção?

sustentação

você pensa em estratégias de

sustentação (para além da venda) a longo prazo para

sua editora?

não /tercerização

(36%)

outros (14%)

sim /impressão (7%)

sim /encadernação (11%)

sim /total

(32%)

não

(44%)

sim

(56%)

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e “você consegue se sustentar com seu trabalho de publicador”. Se na primeira questão aproximadamente 30% diz que sim, na segunda, menos de 30% se sustenta com o seu traba-lho como publicador. Provavelmente existe uma porcentagem de pessoas que não precisam se sustentar e se dedicam integralmente à edição.

La gestión de una publicación

o de un proyecto independiente

vinculado a las artes plásticas y

visuales, requiere una formación

en aspectos relativos a la gestión

cultural. El desconocimiento de

factores relativos a la administra-

ción, dificultan que los artistas

puedan sostener o llevar a cabo

sus proyectos. Es necesario crear

espacios colaborativos para

capacitar a los miembros del

sector. Las academias y univer-

sidades muchas veces descartan

este aspecto, sin embargo cuando

los artistas se encaminan al

desarrollo de proyectos deben

aprender empiricamente a través

de la aplicación a convocatorias.

Esta formación no debe ser empí-

rica, ya que es necesario para el

desarrollo profesional. El campo

editorial es una de las ramas a

las cuales los artistas se vincu-

lan. Este espacio debe ofrecer

herramientas para el sustento y

desarrollo de proyectos.

Uma questão que acredito ser

necessária à reflexão é a questão

dos custos para se publicar

atualmente. Sempre me posicio-

nei como defensor da prática do

fanzine, não apenas como uma

plataforma de publicações, mas

principalmente como um meio de

comunicação direto e acessível.

Esse tema dos custos para se pu-

blicar, para além do âmbito dos

incentivos públicos e das plata-

formas colaborativas, acredito eu,

deve ser mais trabalhado pelos

artistas e publicadores.

Ainda sobre sustentabilidade, pedi-mos para os publicadores citarem estratégias de sustentação ao longo prazo. Entre elas, foram citadas:

Tenho tentado articular uma

rede de produtores indepen-

dentes que trabalham de forma

colaborativa, de modo a tornar

os custos de produção mais

justos para todos os envolvidos.

Tenho pesquisado estratégias

de circulação no norte/nordeste

e conexões na América Latina

que podem ser potencialmente

parceiras na criação/distribui-

ção dos trabalhos, insumos e

matérias-primas, bem como

parques gráficos subutilizados

(nas gráficas antigas do centro de

Recife) que podem oferecer bons

serviços a custos menos exorbi-

tantes. Tenho investigado modos

de circulação/distribuição que

saiam do circuito das livrarias

que cobram metade do preço do

livro para divulgação. Tenho in-

vestido na criação de um mailing

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de interessados em publicações

e na circulação/ideias por meio

de cursos.

CC Catalogo busca generar víncu-

los con agentes creativos, artistas,

curadores y personajes inmer-

sos dentro del ámbito artístico

y cultural contemporáneo ya

sea a través de listas de lectura

comisionadas, sedes en México y

al exterior, o como embajadores y

patrocinadores. CC también bus-

ca generar el catálogo online más

extensivo sobre publicaciones,

editoriales y librerías indepen-

dientes por tanto, el proyecto

se encuentra abierto a todo tipo

de participación e invitación a

promover espacios de reflexión,

diálogo y colaboración.

Outros publicadores acham urgente a criação de acervos especializa-dos e com visibilidade em Centros Culturais e livrarias. Um editor cita isso como uma estratégia que deve ser de cunho nacional. Outro cita a iniciativa inglesa Banner Repeater: “eles ocuparam uma sala em uma estação de metrô e articulam ações para aproximar o público de livros de artista e publicadores indepen-dentes. É uma sala de leitura que recebe diversas atividades”. Uma ar-tista acha que uma saída interessante seria a criação de cooperativas entre publicadores para pleitear espaços coletivos em grandes livrarias.

Circulação e

distribuição

A grande maioria distribui sua produção em feiras. Porém, quando vemos a pergunta “de quantas feiras de publicação participa por ano”, percebemos que existe uma por-centagem alta que não participa de nenhuma. Quando nos deparamos com esse dado, inferimos que era por falta de interesse dx publicadxr, porém, quando isso foi colocado no Encontro de Publicadores, notamos que essa porcentagem corresponde a pessoas que são excluídas nos pro-cessos curatoriais das feiras. Isso nos leva a perceber que as feiras existen-tes não dão mais conta, ou que são muito fechadas a novos participantes. De qualquer forma, uma das conclu-sões do Encontro de Publicadores foi sobre a importância da criação dos próprios meios de distribuição.

Acho que as feiras abriram espa-

ço para as publicações e há um

público cada vez maior e mais

atento a elas. Participei desde

a primeira Tijuana e de lá para

cá muitas mudanças ocorre-

ram. Com um número também

maior de pessoas que procuram

mostrar seus trabalhos nas feiras,

naturalmente as publicações

tendem a ampliar seu espaço, a se

firmar no mercado. Em termos de

circulação, falta a absorção das

publicações em espaços culturais

e também em bibliotecas.

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trabalho

você se dedica integralmente às suas publicações?

locais

onde seu trabalho mais circula?

distribuição

você procura criar seus próprios meios de distribuição?

articulação

sua rede de articulação vai além do seu círculo de amigos/parceiros?

feiras

de quantas feiras de publicação participa por ano em média?

você consegue se sustentar com seu trabalho de publicador?

5.circulação e distribuição

0 50 100 150 200

outros

espaço próprio

biblioteca

livraria

festival

museus/centros

culturais

universidade

espaço público

acervos especializados

coleções particulares

feira de publicação

5+(22%)

0(20%)

1(14%)

2(18%)

3(18%)

4(8%)

não

(81%)

não

(95%)

sim

(19%)

sim (5%)

não

(26%)

não

(24%)

sim

(74%)

sim

(76%)

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estratégias

quais tipos de estratégias você acha que seriam interessantes para um trabalho nacional?

formação de público

você vê relação entre o ato de publicar e a formação de público?

você acha importante uma articulação internacional?

cite algumas estratégias usadas para a formação de público

0 50 100 150 200

outros

espaço receptor1

bibliotecas públicas2

campanha coletiva3

plataforma virtual

encontros periódicos de publicadores

1. Com publicações da região, independente do gosto ou da moda2. Organizada por publicadores3. Promovida de forma colaborativa (entre vários publicadores)

0 50 100 150 200

outros

propostas para além das feiras

palestras / bate-papos

mídias sociais

internet

feiras

debates

cursos/oficinas fora do circuitocursos/oficinas

espaços de arteações na rua/

efêmeras

política

você vê o ato de publicar como uma atuação política?

além da publicação em si, você atua politicamente em algum âmbito?

não (3%)

não (2%)

sim

(97%)

sim

(98%)

não (9%)

não (48%)

sim

(91%)sim

(52%)

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Mas temos acompanhado a

formação de acervos no Brasil.

São esses acervos que garantirão

a circulação. Talvez o mais difícil

ainda seja a garantia de sustenta-

bilidade daqueles que fazem das

publicações independentes sua

atividade principal...

A criação dos próprios meios de distribuição também se relaciona com as estratégias de sustentabilida-de para além das vendas. Há muitas ações de cooperação e articulação sendo desenhadas. Alguns acham que a autonomia gráfica é uma ação, outros acreditam importante ter sua própria loja ou espaço de venda. Há um aumento de projetos de circu-lações realizados por editores ou grupo de editores. Práticas e inicia-tivas na rua como Mueve e Tenda de Livros são comuns e almejadas.

Estoy tomando un poco de la idea

de Damián Ortega y su proyec-

to editorial alias y creando un

carrito de zines con el que pueda

pasear en la mi universidad y así

expander un poco el conocimien-

to a la comunidad vivan los fans!

vivan los zines! saludos!

Creo que en el caso peruano, a

diferencia de Chile, Argentina

y Colombia donde las ferias

de fanzines y publicaciones

independientes suelen ser más

grandes, al igual que en Brasil,

acá aún falta mucho por hacer.

Las ferias acá aún son chicas y/o

medianas, y el público en general

aún no conoce mucho sobre

fanzines ni publicaciones inde-

pendientes, y eso origina que las

instituciones públicas y privadas

no apuesten por apoyar propues-

tas independientes fuera de los

circuitos libreros tradicionales.

Y eso limita mucho el campo de

acción, ya que hacen falta locales

de difusión y aptos para eventos

como ferias, festivales y talleres.

Tal vez el tema de los locales

para eventos es un punto que ha

faltado en esta encuesta.

Sobre a criação de articulação, a grande maioria acredita ser impor-tante uma articulação internacional, e o contexto latino-americano é mui-to citado, há muito desejo de uma aliança entre o continente. Essas são algumas ideias:

En estos últimos años, con el

completo auge del internet, los

lazos de editores fanzineros en la

latinoamerica se han hecho más

estrechos. Es momento de que la

virtualidad pase a un lado y se

convierta en un encuentro más

real, en donde los fanzines puedan

traspasar fronteras junto a sus

editores de manera más activa.

Participei de um primeiro seminá-

rio internacional organizado por

Amir Brito pela ufmg em 2009.

Estes seminários deveriam ocorrer

anualmente, numa associação

organizada e que circulasse, cada

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ano, em uma diferente capital

do Brasil, como forma de descen-

tralizar, seguida de publicação

das palestras, atividades e mesas

redondas! Forma de catalogar

a produção e pensamento sobre

este campo poético!

Plataformas web que contengan

las publicaciones por región.

Eventos anuales- semestrales que

posibiliten el acceso al material

impresio y el vinculo directo en-

tre publicadores independientes

y oficiales.

Creo que es fundamental que

creemos una red de publicadores

latinoamericanos. Y que involu-

cremos a los gobiernos en políti-

cas de distribución y circulación

entre los países.

Fiquei refletindo que a iniciativa

de propor este questionário é um

passo fundamental para que os

editores independentes comecem

a se movimentar para construir

um fórum de trocas de experi-

ências, de conhecimento e de

proposições para ações coletivas

que envolvam a forma de pensar

e operar, tanto os projetos edi-

toriais quanto os canais de dis-

tribuição e venda. Para pensar

em questões básicas: uso de equi-

pamentos e compartilhamento

de saberes e espaços físicos que

mostrem e vendam as publica-

ções, promovam lançamentos

e abriguem oficinas e cursos.

Por enquanto é isso! Agradeço a

oportunidade de participar.

Pienso que una red de circula-

ción, intercambio y colaboración

entre artistas, investigadores y

publicadores de América Latina

debería existir, además de cons-

truir puentes empaticos entre la

ferias ya existentes como la de

Paraguay, Argentina, Brasil y

México por citar algunas, y que

entren en contacto a través una

especie de Bienal de América La-

tina de Arte Impresa que muestre

un panorama diverso e incluyen-

te en cada edición.

Um anuário das publicações

é uma ferramenta útil para as

instituições interessadas em ad-

quirir livros e zines. Pode ser em

formato eletrônico mesmo.

La mejor divulgación es hacer

ferias, exposiciones, simposios

y hacer una red de colaboración

con las personas que se dedican a

lo mismo en otros países.

A formação de redes de publi-

cadores é algo que nos interessa

muita, pela sua potência de pro-

porcionar uma cadeia colabora-

tiva cada vez maior de ações que

atuem num âmbito independente

e autogestionário.

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0 20 40 60 80

pesquisador independente

espaços independentes

universidade pública

grupo informal de pesquisa

grupo de pesquisa de instituição

instituição pública de arte

universidade particular

instituição privada de arte

6.pesquisa

Caso pesquisador, de qual(is) dos seguintes lugares:

em quais lugares você divulga sua pesquisa

0 50 100 150 200

sites e blogs

disciplinas/oficinas

feiras de publicação

congressos acadêmicos

eventos

revistas especializadas

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O ato de publicar

e a formação de

público

Existe uma forte conexão entre o ato de publicar e a formação de público, e a feira é citada como o principal mecanismo para isso. Isso se mos-trou uma preocupação por parte dos entrevistados, que questionam o que é produzido e como é consumido:

Meu campo não é o da circula-

ção, nem da sustentabilidade. Da

formação de público, sim. E, mais

ainda, ou totalmente, da produ-

ção artística. Só posso responder

neste campo. Gosto e acho funda-

mental o atual excesso de feiras e

publicadores. Para mim, quanto

mais melhor. Sempre melhor.

Porém, acho que falta coragem

experimental no que tenho visto.

Coragem de se perguntar “por que

estou publicando isto já que o que

estou publicando é quase igual a

tudo o que se está publicando?”

Acredito que exista uma banali-

zação do que é se publicar. O que

por um lado é bom, muita gente

produzindo muita coisa. Mas

produz-se sem critério algum.

Acredito que falta algum tipo

de amadurecimento desse meio,

ainda estamos vivendo um boom

onde o que importa é fazer qual-

quer coisa, porém quantidade

não resulta necessariamente em

qualidade. Precisamos debater e

consolidar o meio independente

de publicação. Essa pesquisa

colabora nesse sentido. Parabéns

pela iniciativa.

Acredito que se faz necessá-

rio nesse momento o debate e

aproximação cada vez maior dos

publicadores interessados na

pesquisa, pois faltam reflexão e

conhecimento histórico de mui-

tos atores da área.

Como editora tengo la preocupa-

ción por el espacio de formación

de público, algo que se encuentra

conjugado con mi experiencia

como lectora: a veces la pro-

pia preocupación por editar y

publicar pone en un segundo

plano el momento de la lectura,

la comunicación entre autoras/

es, entre lectoras/es y editoras/es,

etc. Creo que siempre he aspirado

a madurar una conversación

como público y con el público de

las publicaciones independientes,

y el eso resulte una tarea siempre

postergada me resulta un tanto

frustrante. La participación en

ferias me resultó muy motivadora

y creo que sí tiene que ver con

la construcción de un público

para las ediciones, pero esa

acepción de “público” tiene que

ver con personas que llegan a la

feria, reconocen el espacio, o el

trabajo colectivo, e interactúan

con las publicaciones; pero no

tanto con interlocutoras/es que

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tomen la palabra en respuesta a

lo publicado. Es decir, también es

necesario pensar en un encuentro

con las/os lectoras/es luego de

que conozcan los objetos que en-

contraron alguna vez en la feria.

Es lo más difícil, el reencuentro,

la discusión madura de ideas que

se publicaron tiempo atrás... Fue

el punto de la encuesta que más

me dejó pensando.

Acho que é muito, muito impor-

tante falarmos de formação de

público - seja através das pró-

prias feiras, ou ainda através de

premiações, vídeos que apresen-

tem o processo e as editoras, ou

oficinas práticas que mostrem as

técnicas, enfim, tudo o que sirva

para ampliar a informação que o

leitor - ou potencial leitor - tenha

sobre o objeto livro e seus saté-

lites. Uma boa referência neste

aspecto é o que a Lote 42 tem

feito através de seus 1242 canais:

banca, prêmio, feira, vídeos, site,

tinta fresca etc etc etc. Acho que

com mais uns 3 desses esta ques-

tão estaria resolvida =)

Sinto que a cultura de impressos

é pouco valorizada, tanto como

arte como também no sentido

de mídia. É uma luta, tem tudo

a ver com formação de público e

com formação de quem produz

também. Algumxs artistas da mi-

nha cidade, no que reparei, não

refletem profundamente sobre o

que fazem, mesmo que produzam

zines, posters ou afins, não veem

isso como mídia. Sei lá, comecei a

organizar uma feira de publica-

ções independentes aqui, com o

objetivo de refletir sobre isso e

unir o pessoal que produz, mas é

foda engajar as pessoas. E sobre o

público, o impresso é consumido

mais como objeto do que como

mídia (no que eu percebo), é visto

mais como algo bonitinho para

deixar guardado do que como

um veículo de informação (não

que ser algo bonitinho seja um

problema, mas acho que falta ver

de outra forma também).

Sin un diálogo real con los

espacios de recepción de las

publicaciones, nos enfrentamos a

una práctica fetichista destinada

a contar sus días de existencia. Es

en los diálogos y en la conforma-

ción de espacios de resistencia

discursiva; en el enriquecimiento

de la vida en dónde las publica-

ciones tienen un sentido más allá

de su carácter de mercancías.

Infelizmente, o meio das publica-

ções independentes ainda é sele-

cionado e introspectivo. É preciso

penetrar mais em espaços públi-

cos diversos e menos em galerias

e espaços culturais privados.

Também se faz necessário dar

mais oportunidades a diferentes

classes sociais e faixas etárias. Só

assim, será possível sustentar o

futuro das publicações.

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O futuro das publicações será o

que nós fizermos dela. No caso

do recibo, em seu 19º número

beirando 15 anos de projetos

editoriais, nós chegamos em

um limite justamente pensando

nesses paradigmas não só do

século xxi, mas do conteúdo e

da forma mesmo, o que pode ser

imprescindível ainda hoje em

termos de publicação de arte e

projetos editoriais específicos?

Ainda tenho intenção de dar con-

tinuidade aos recibos, mas estou

estudando quais formas ainda

explorar que tentem fugir um

pouco dos códigos estabelecidos

no campo editorial de arte etc.

Apesar de ser impossível fugir

dos códigos, acho que ainda dá

pra explorar no século xxi alguns

gatilhos implantados no início do

século xx com as referências dos

autores russos como El Lissitzky,

Moholy-Nagy, entre outros.

O ato de publicar e

atuação política

Sim, o ato de publicar é uma atua-ção política para a maioria. Muitos destacam que as publicações in-dependentes garantem a liberdade de discurso, sem necessidade de passar por aval de ninguém. Alguns vinculam a atuação política pelo simples fato de publicarem, outros pelo conteúdo da publicação em si.

Persistir na produção de algo que

está à margem do sistema de arte

mainstrean é um ato político.

Investir no múltiplo de grande

tiragem é um ato político.

Publicar (autopublicar, publica-

ção independente, pequena escala,

etc) é criar ativamente e de manei-

ra orgânica um tipo de mundo: de

relações, de cidade, de visão.

Publicar es un acto político por

definición. Es aportar a la cons-

trucción y difusión del pensa-

miento y la cultura de un época y

una región.

O ato de publicar, de maneira ge-

ral, seja publicações de artista ou

publicações de cunho anarquista,

de cultura de resistência, etc.,

dão visibilidade e trazem à tona

outras questões e visualidades

que, em geral, em espaços mais

tradicionais ou estabelecidos,

não são vistas/lidas/publicadas/

discutidas. Vejo assim a política

nesse ato quando essas publica-

ções não estão à serviço de uma

lógica já estabelecida de consu-

mo, de propaganda, de lucro, mas

buscam abrir um espaço com

muitas outras possibilidades para

quem publica e para quem lê/

vê/compra/xeroca/troca que não

existem no mainstream por não

serem vendáveis ou não servirem

à propósitos mais empresariais,

entre outras razões.

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Al autopublicarse y autogestio-

narse de manera sustentable,

demuestra que no necesita de los

canales y medios tradicionales

para poder existir, tanto él/ella

como artista así como sus pu-

blicaciones. Esa es también una

actitud política, porque marca y

descubre nuevos caminos para

hacer las cosas.

Publicar é criar sua própria plata-

forma de debate e exercitar o fa-

zer político, reafirmar identidades

individuais e valores democráti-

cos como a liberdade de expressão

e a autonomia discursiva, abrir

canais de diálogo com o outro,

abrir-se também ao outro, e ab-

dicar de controle ao lançar ideias

para além do próprio quintal,

para germinarem indepentemente

da nossa atuação.

Lo personal es político: au-

topublicando y autoeditando

nuestros propios libros nos

alejamos del sistema económico

que no nos permite crecer. Así,

estamos manifestando nuestra

postura de existir al margen

de las instituciones privadas

o gubernamentales, y seguir

sobreviviendo.

Hacemos afiches de xilografía

para marchas como fue la del

día de la mujer, junto con el

movimiento Vivas nos que-

remos. Hacemos talleres de

grabado gratuitos para carceles,

barrios carenciados o escuelas

publicas que no tienen mucho

presupuesto para invertir en

educación artística. Hicimos

murales trabajando en conjunto

con la gente. Uno fue hecho con

pintura sintética en el Penal Nro

48 de Jose León Suarez, otro fue

armado con grabados pegados

en la pared en el edificio de la

Residencia Cambridge.

Trabalho dentro de uma coopera-

tiva de catadores. Procuro levar

esses catadores para eventos,

feiras, oficinas e palestras em

instituições que nos convidam.

Dessa forma, estabelecemos o

contato e trocas entre pessoas

de segmentos diferentes. Esses

contatos e conversas permitem

que se reavalie os preconceitos

para com os catadores (pessoas

vagabundas, burras, incapazes,

mal educadas, agressivas etc).

Desenvolvo projetos em favelas,

que têm como resultado livros

que tratam de reivindicações dos

moradores. Estes projetos têm

inserção no circuito da arte, com

a presença dos participantes, pro-

movendo, mais uma vez, o conta-

to deles com outros segmentos e a

entrada deles nesses espaços.

O mais efetivo para mim são

os projetos educativos de que

faço parte. Para mim a forma

que mais funciona, na atuação

política, é quando me coloco em

contato com pessoas que não

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conheço, de outros contextos,

em diálogos múltiplos sobre a

cidade, sobre processos pessoais.

O corpo a corpo e as construções

coletivas desse trabalho me

deixam mais próxima de algumas

ideias que acredito, mas que ten-

dem a parecer muito utópicas.

Pesquisa

A grande maioria dos pesquisadores (quase metade) que respondeu o questionário é independente. É mui-to interessante notar essa falta de vínculo institucional para a pesqui-sa, e isso se vê na prática quando a maioria responde que suas publica-ções se dão em sites e em blogs.

Referências

Pedimos aos entrevistados que mencionassem suas referências e reunimos aqui por ordem alfabética.

pesquisas e livros

A fotografia no livro de artista em três ações: produzir editar circular Fernanda Grigolin

A página violada > Paulo Silveira Ainda: o livro como performance

Amir Brito CadôrA nova arte de fazer livros

Ulises Carrion

Anuário da Ugra Press Artecorreo: artistas invisibles en la red

postal > Graciela Gutiérrez Marx Behind the Zines: Self Publishing

Culture > Robert Klanten, Adeline Mollard, Matthias Hubner

Editoras independentes > Revista Usina

El arte postal en Argentina Fernando Garcia Delgado, Juan Carlos Romero

Entre ser um e ser mil: o objeto livro e suas poéticas > Edith Derdyk

Estratégias expansivas: publicações de artistas e seus espaços moventes Michel Zózimo

Experiências de artistas: aproximações entre a fotografia e o livro Fernanda Grigolin

Fanzine punk como mídia alternativa Regina Rossetti

Fanzines e posicionamentos discursi-vos: entre o antigo e o moderno Celina Rodrigues Muniz

Fotolivros Latino-Americanos Horacio Fernández

Girafas e bonsais: editores “indepen-dentes” no Brasil e Argentina José de Souza Muniz Júnior

Hay em português > Regina MelimIndie Publishing: A Pocket Guide

to Publishing Your Own Content Ellen Lupton

Jornal de Borda > Tenda de LivrosLa revista ensamblada, una respuesta

más > Antonio GómezLiteratura expandida: arquivo e cita-

ção na obra de Dominique Gonza-lez-Foerster > Ana Pato

Livro de artista como lugar tátil Márcia Sousa

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Livro de artista e ambiente acadêmico: relações sistêmicas e estéticas na universidade > Paulo Silveira

Livro de artista: ao alcance das mãos Ludmila Britto

Mallarmé, Magritte, Broodthaers: jogos entre palavra imagem e objeto Bernadette Panek

Miguel Rio Branco: imaterialidades do objeto, materialidades da imagem Mariano Klautau Filho

Notes from Underground Stephen Duncomb

O livro de artista e a enciclopédia visual Amir Brito Cadôr

O livro como forma de arte Julio Plaza

O rebuliço apaixonante dos zines Henrique Magalhães

O universo paralelo dos zines Marcio Sno

Otra forma de circulación del arte im-preso > Cristina Arraga, Alejandra Bocquel, Norberto José Martinez

Panorama do setor editorial brasileiro Felipe Lindoso

Perspectivas do livro de artista (seminariolivrodeartista.word-press.com)

Poetas de rua: outro eixo em circulação das artes > Maria Candida Vargas Frederico

Primeros encuentros de tarjetas artísticas de intercambio - ATC’s en Argentina > Cristina Arraga, Alejandra Bocquel, Norberto José Martinez

Publishing as Artistic Practice Annette Gilbert

Retratos da leitura no Brasil Pró-livro

Revista Livro > Núcleo de Estudos do Livro e da Edição

Sobre empreendedores e sonhadores: coletivos editoriais no século XXI Anderson da Mata

Tortografia > Eliana Borges e Ricardo Corona

Tramas comunicacionais e procedimen-tos de criação: por uma gramática do livro de artista > Galciani Neves

Tres ensayos sobre Arte Correo John Jr. Held

instituições e pessoas citadas

Acervo Associação Cultural Video-brasil (São Paulo)Acervo de livro de artistas da Uni-versidade Federal de Minas GeraisAcervo de Paulo Bruscky sobre Fluxus (Recife)Aeromoto (Cidade do México)Alex SweetmanAlias (Damian Ortega)Amir Brito Cadôr Ana Longoni Andrew Roth Anne MoeglinAnne Rorimer Armazém (Florianópolis)Arraia PajeurbeArtistas postais e os artistas dos anos 60 e 70Bacanas Books (Fábio Moraes)Banca Tatuí (São Paulo)Banca Tijuana (São Paulo)Banner Repeater (Londres)Cabinet du Livre d’Artiste (Rennes)Carolina Sinhoreli Casa da Imagem (São Paulo)

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Casa Plana (São Paulo)Cedinci (Buenos Aires) Circulação Gráfica (São Paulo)Clemente Padin Cristina Freire Daniela Bracchi Edições Aurora (São Paulo)Edith DerdikEditora Senac (São Paulo)Editores Artesanais Brasileiros Ellen Lupton Encontros Gráfico no Estudio Ipoju-ca (São Paulo)Espaço SAO (Walter Costa) Fabio Morais Faculdade de Arte de LisboaFaculdade de Belas Artes da Uni-versidade do PortoFeira Independente Publique-se (Recife)Feira Miolos (São Paulo)Feira Tijuana (São Paulo)Felipe EhrenbergFernanda Grigolin Fundação Joaquim Nabuco (Recife)Galciani NevesGeisler Luisa Germano Celant Gerry BadgerGéza Perneczky Glória Ferreira Grafatório (Londrina) Grupo de Estudos de Livro de Artista da Casa Contemporânea (São Paulo)Guilherme Cunha LimaGwen AllenHélio Fervenza Horácio FernandezImprensa Feminista Pós-1974João Cabral de Melo Neto

Johanna DruckerJorge BucksdrickerJornadas Internacionais de HQ da Universidade de São Paulo Juan Carlos Romero Juliana Crispe Júlio Plaza Leszek Brogowski Letícia LampertLivraria Madalena (São Paulo)Lucy Lippard Luise WeissMarca de Fantasia (João Pessoa)Marcio Sno Maria do Carmo de Freitas VenerosoMariano KlatauMarie Boivent Martha HellionMartin Parr Mascate Barraco/Estúdio (Porto Alegre) Michel ZózimoMuseu de Arte Contemporânea da Universidade de São PauloPaola Fabres Patrizia Di BelloPaulo Bruscky Paulo Silveira Philip AaronsPlataforma par(ent)esis (Florianó-polis)Projecto Multiplo (São Paulo)Projeto Lastro Proyecto Culturas Interiores (Cór-doba)Rafaela Jemmene Raquel Stolf Regina Melim Rrreplica (Cidade do México)Smithsonian Library (Washington)Sofia Gonçalves

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Stephen Perkins Textando (Fabio Morais) The New York Public LibraryThomas DuganTramaUlises CarrionUniversidade do Porto Universidade Federal de Minas GeraisVittore Baronni Walter Zanini

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p r o j e t o p u b l i c a d o r e s.w o r d p r e s s .c o m

Este volume é parte do livro Entre, à maneira de, junto a publicadores, resultante do Projeto Publicadores, uma iniciativa da Tenda de Livros, Edições Aurora e Zerocentos Publicações.