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CONCEITOS PRINCIPAIS Psicologia Social I – 2014 Profª Cristina Pinho 1

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CONCEITOS PRINCIPAIS

Psicologia Social I – 2014Profª Cristina Pinho

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CONCEITOS PRINCIPAIS

• Materialismo histórico dialético• Classes sociais–Consciência de classe

• Linguagem • Alienação• Ideologia

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MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO

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Materialismo histórico-dialético

• Para Marx, o mundo dos homens nem é pura ideia nem é só matéria, mas sim uma síntese de ideia e matéria que apenas poderia existir a partir da transformação da realidade (portanto, é material) conforme um projeto previamente ideado na consciência (portanto, possui um momento ideal).

• O materialismo histórico-dialético, portanto, é a superação histórica tanto do idealismo quanto do materialismo mecanicista.

• Ele possibilita compreender a base material das ideias e, ao mesmo tempo, a força material das ideias na reprodução social.

Lessa & Tonet, 2011, p.41; 43)

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CLASSES SOCIAIS

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CLASSES SOCIAIS

• As críticas que fizeram a Marx, em relação à conceituação de classes sociais, são fruto da não compreensão de sua proposta e/ou de recortes sem sentido/desarticulados de seu pensamento.

• É importante saber que as classes NÃO ‘têm sua origem nas diversas formas de renda’

• ‘a estrutura de classes é muito mais complexa do que as relações essenciais entre as classes da sociedade’.

Santos 1982, p.16-17

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CLASSES SOCIAIS

• O conceito de classes aparece como resultado da análise das forças produtivas (nível tecnológico dos meios de produção e organização da força de trabalho) e das relações de produção (relações que os homens estabelecem entre si no processo da produção social)(.

Santos, 1982, p. 19

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CLASSES SOCIAIS

• Estes modos possíveis de relação são essencialmente contraditórios quando as relações de produção se constituem em base da propriedade privada.

• Este caráter contraditório define as leis gerais do funcionamento e desenvolvimento dos modos de produção classistas.

• As classes sociais são uma expressão fundamental dessas relações antagônicas.

(Santos, 1982, p.19)

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CONSCIÊNCIA DE CLASSE

• O conceito não corresponde à ideia vulgar da consciência que têm os indivíduos de sua condição de classe.

• Por consciência de classe se entende a expressão sistemática dos interesses das classes sociais.– Os interesses são opostos e interdependentes– O conflito e as contradições dos interesses provocam

uma dinâmica da sociedade: uma luta de classes

(Santos, 1982, p.20; 36; 47)

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LINGUAGEM

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LINGUAGEM

• A ‘influência histórica-social se faz sentir, primordialmente, pela aquisição da linguagem.

• As palavras, através dos significados atribuídos por um grupo social, por uma cultura, determinam uma visão de mundo, um sistema de valores e, conseqüentemente, ações, sentimentos e emoções decorrentes.

Lane, 2009, p.9

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LINGUAGEM

• Da mesma forma como [os seres humanos] criaram instrumentos necessários para uma prática de sobrevivência, desenvolveram a linguagem como forma de generalizar e transmitir esta prática.

• O trabalho cooperativo, planejado, que submete a natureza ao homem, só foi possível através do desenvolvimento da linguagem pelos grupos sociais humanos.

Lane, 2009, p.25

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LINGUAGEM

• Na medida em que as relações entre os homens vão se tornando mais complexas, em decorrência de uma complexidade maior na divisão de trabalho, onde o produto pode ser acumulado (pois a sobrevivência está garantida), surgindo a propriedade privada, a linguagem também se torna mais complexa;

• ela deixa de atuar apenas num nível prático-sensorial para ir se tornando também genérica, abstrata, atendendo às novas atividades engendradas social e historicamente: artes, religião, modas, tecnologias, educação, formas de lazer, etc

Lane, 2009, p.26

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LINGUAGEM

• A origem social da linguagem [mostra que] a linguagem surge para transmitir ao outro o resultado, os detalhes de uma atividade ou da relação entre uma ação e uma conseqüência.

• A aquisição da linguagem é condição essencial para superar o aqui e agora: planejando, prevendo, lembrando, simbolizando, idealizando

Lane, 2009, p.27

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LINGUAGEM

• É na distinção entre palavra e objeto que podemos detectar como a linguagem muitas vezes se torna uma arma de dominação.– A palavra se torna poderosa quando alguma

"autoridade" social impõe um significado único e inquestionável, que determina uma ação automática. Ex.: hipnose, a lavagem cerebral, o comando militar.

Lane, 2009, p.29

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LINGUAGEM

• A contra-arma do poder da palavra se encontra na própria natureza do significado: é ampliá-lo, é questioná-lo, é pensar sobre ele e não, simplesmente, agir em resposta a uma palavra.

• Entre a palavra e a ação deverá sempre existir o pensamento para não sermos dominados por aqueles que detêm o poder da palavra.

Lane, 2009, p.32

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AGIR – PENSAR – FALAR

São ações INDISSOCIÁVEIS

Toda vez que houver uma ‘quebra’ em quaisquer desses processos,

surge a ALIENAÇÃO DA REALIDADE

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ALIENAÇÃO

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Os fundamentos sociais da alienação

• É na distância entre intenção e gesto que encontramos a possibilidade de surgir a alienação.

• A alienação já estava presente na comunidade primitiva (ao depositar nas forças sobrenaturais – espíritos, deuses – a capacidade de fazer a história), mas será com o surgimento das sociedades de classe, com a divisão social do trabalho, que se manifesta na sua forma mais plena.

Lessa & Tonet, 2011, p. 90

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Os fundamentos sociais da alienação

• Nas sociedades de classe, as alienações ganham uma nova qualidade ao brotarem da propriedade privada.

• A exploração do homem pelo homem ganha, aos poucos, um caráter de naturalidade, embora seja social.

Lessa & Tonet, 2011, p. 90

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Os fundamentos sociais da alienação

• A alienação decorre da fragmentação entre a necessidade humana e o trabalho, que passa a ser meramente o enriquecimento da classe proprietária.

• O trabalho alienado faz com que aos trabalhadores caiba não apenas a miséria material, mas também a eles é negado o acesso ao desenvolvimento humano mais genérico de seu tempo, pois sua atividade cotidiana e seu vínculo com a sociedade se faz pelo trabalho alienado.

Lessa & Tonet, 2011, p. 94

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IDEOLOGIA

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IDEOLOGIA

• Ideologia é a expressão consciente de interesses reais de classe e sua operacionalização em formas de ação concretas para realizar estes interesses. – Os interesses das classes dominantes incluem a

necessidade de falsear as verdadeiras relações de classes – somos iguais em oportunidades

(Santos, 1982, p.32)

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SÍNTESE DA PROPOSTA

• A Psicologia Social Crítica – e suas outras denominações – adota ‘uma postura crítica em relação às instituições, organizações e práticas da sociedade atual, bem como do conhecimento até então produzido pela Psicologia Social a esse respeito’.

• Coloca-se, portanto, ‘contra a opressão e a exploração presentes na maioria das sociedades e têm como um de seus principais objetivos a promoção da mudança social como forma de garantir o bem-estar do ser humano’.

(Ferreira, 2010, p.51-52)

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REFERÊNCIAS• FERREIRA, Maria Cristina. A Psicologia Social

Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 26, n. especial, p.51-64. 2010.

• LANE, Silvia T. Maurer. O que é Psicologia Social. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense. 2006. 6ª reimp. da 22ª ed. ISBN 85-11-01039-4.

• LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução à filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular. 2011. Disponível em: http://www.ivotonet.xpg.com.br/arquivos/Introducao_a_Filosofia_de_Marx.pdf

• SANTOS, Theotonio dos. Conceito de classes sociais (Trad. Orlando dos Reis). Petrópolis: Vozes. 1982.