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COLÉGIO ESTADUAL JOÃO DE LARA ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO PAULA FREITAS – PR 2010

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COLÉGIO ESTADUAL JOÃO DE LARA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

PAULA FREITAS – PR2010

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A ESCOLA

Escola é...

O lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se

alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é

gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se

comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem

amizade a ninguém, nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio,

só.

Importante na Escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também

criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”!

Ora, é lógico...

Numa escola assim vai ser fácil

Estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar, ser feliz.

(PAULO FREIRE, 2005)

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Sumário

1. APRESENTAÇÃO...............................................................................................1

2. OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO....................................3

2.1. OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SEGUNDO A LDB............4

2.2. OBJETIVOS DO ENSINO MÉDIO SEGUNDO A LDB............................4

3. IDENTIFICAÇÃO........................................................................................6

3.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO...............................................................6

3.2. ESPAÇO FÍSICO E MATERIAIS DISPONÍVEIS.....................................8

4.1. CONSELHO ESCOLAR........................................................................18

4.2. APMF.....................................................................................................20

4.3. GRÊMIO ESTUDANTIL.........................................................................21

4.4. CONSELHO DE CLASSE.....................................................................22

4.5. QUADRO DE FUNCIONÁRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA.....................24

5. MARCO CONCEITUAL....................................................................................25

.....................................................................................................................30

.1. LINHA COMUM DE TRABALHO DOS PROFESSORES -

METODOLOGIA, TEORIA E PRÁTICA.......................................................30

6. MARCO OPERACIONAL..................................................................................36

7. AVALIAÇÃO DO PPP........................................................................................44

8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL..........................................................................45

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1. APRESENTAÇÃO

Ao longo da história, inúmeras foram as mudanças na educação e dentre as

muitas conquistas, está à autonomia da escola ao elaborar seu Projeto Político

Pedagógico, o qual já havia sido elaborado em 2000, no entanto por ser uma de suas

principais características a flexibilidade, faz-se necessária uma reflexão sobre o mesmo, e

consequentemente sua reformulação.

Com esse objetivo o corpo docente e discente, funcionários, direção, equipe

pedagógica e os pais, estiveram reunidos durante todo o ano letivo para debater e buscar

soluções para questões fundamentais na evolução do processo ensino-aprendizagem.

Conscientes que a autonomia da escola é pautada na responsabilidade, em

consonância as deliberações da SEED e as diretrizes da LDB 9394/96, a qual nos

assegura a liberdade para criar a nossa proposta pedagógica, adaptando-a a nossa

realidade, sem esquecer que a escola é fundamentalmente um espaço de conhecimento,

respeitando as diversidades culturais, sociais, políticas, raciais e religiosas, objetivando a

formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade, em um trabalho coletivo,

interdisciplinar, levando em conta o contexto social e procurando mecanismos para que

ocorra em nossos educandos a assimilação de conhecimentos e comportamentos que os

levem a efetivar a mudança social almejada por todos.

Nessa perspectiva é mister definir o que é essencial, principal e fundamental na

educação, explicitando esse aspecto no presente documento.

Outra questão relevante é sobre a valorização do profissional da educação, seja

de forma pessoal, social ou financeira, sendo urgente uma mudança de postura e de

visão, ressaltando a importância da formação continuada e de uma participação mais

ativa de toda a comunidade escolar no papel de educador.

Indubitavelmente, a re-estruturação de nosso Projeto Político Pedagógico, não

será um ponto final, antes um reinício de nossa caminhada. Considerando que tão

importante quanto à conclusão do mesmo, de forma dialética, reflexiva e coletiva, é o

comprometimento de todos para colocarmos em prática, revendo-o sempre que

necessário, por ser a aprendizagem um processo de constante transformação.

Este possui amparo legal na Constituição Federal, LDB 9.394 de 20/12/96,

Estatuto da Criança e do Adolescente, Pareceres, Deliberações e Resoluções referentes

à educação. A LDB 9.394/96 em seu artigo 12 nos possibilita a elaboração e execução da

proposta pedagógica e em seus artigos 13 e 14, nos lembram da importância da

participação de todos, o qual trata das políticas educacionais adotadas pela escola dentro

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do contexto social do município, do país e do mundo, em suas necessidades mais

urgentes no que se refere à educação e à aprendizagem, dentro de uma reflexão

histórica.

Em resposta às inúmeras necessidades dos professores, alunos, pais,

funcionários e toda a comunidade escolar, os quais estiveram no decorrer deste ano letivo

enfrentando esse desafio, que é organizar nossas ações de forma coletiva, deixando

registrado e documentado tudo o que temos feito e o que pretendemos para o decorrer

dos anos seguintes.

Para tanto, realizamos reuniões e encontros durante todo o ano, com dinâmicas,

jograis, debates, atividades em grupos e pesquisa de opinião, onde percebemos que

nossa comunidade busca como todas as outras, uma realidade onde haja justiça e

igualdade, sem distinção de cor, sexo, classe social ou função em que a instituição

escolar possa ser valorizada desde o aluno até a esfera governamental, com uma

estrutura adequada, em que professores trabalhem de forma interdisciplinar possibilitando

que aconteça a articulação das disciplinas, cujos conceitos, teorias e práticas permitam

enriquecer a compreensão dos conteúdos.

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2. OBJETIVOS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Sem horizonte utópico, indignação, admiração e o sonho de uma sociedade justa e solidária, inclusiva, onde se articulem políticas de igualdade e de identidade, não existe Educação. Haverá apenas instrução, treinamento. (PAULO FREIRE, 2006).

Este Projeto surge como instrumento de construção e de reconstrução

permanente, que acredita ser possível a utopia educacional. Fundamentados em

uma concepção histórico – crítica de Educação, a escola como um todo buscará

propiciar uma educação mais humana democrática e emancipatória enfatizando

a formação de um ser humano completo.

Assim sendo, os objetivos gerais do presente projeto são:

→ Possibilitar a integração entre escola e cultura, escola e comunidade.

→ Promover a democratização de poder dentro da escola.

→ Refletir e promover estratégias para o enfrentamento da questão da

repetência e da evasão.

→ Contextualizar os conhecimentos como princípio de uma abordagem

pedagógica que permita o desenvolvimento do pensamento abstrato e a

sistematização do conhecimento.

→ Incentivar a formação continuada dos profissionais da escola,

adaptando-se as novas tecnologias.

→ Estimular os profissionais para a pesquisa e reflexão interativa sobre

suas práticas e as práticas dos outros.

→ Promover ao aluno, acesso ao conhecimento sistematizado e, a partir

deste, a produção de novos conhecimentos. Preocupando-se com a formação de

um ser humano, consciente e participativo na sociedade em que está inserido;

→ Tornar a aprendizagem mais significativa, vinculando o currículo as

experiências que os alunos trazem para a escola, através de um resgate e

valorização da escola no campo.

→ Compreender a avaliação como processo contínuo e reflexivo, na

perspectiva de construção de conhecimento, assegurando a qualidade do

ensino, garantindo a metodologia eficiente de recuperação de estudo, onde o

aluno possa superar suas dificuldades.

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→ Contemplar coletivamente no trabalho pedagógico os desafios

contemporâneos.

→ Garantir o acesso dos sujeitos da diversidade na escola pública por

meio de políticas publicas educacionais.

→ Refletir sobre o preconceito, a discriminação e a desigualdade em

relação à orientação sexual e a identidade de gênero e propiciar fundamentação

teórico prática para o enfrentamento dessas práticas na escola.

2.1. OBJETIVOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SEGUNDO A LDB

Segundo a LDB o Ensino Fundamental e Médio trás por objetivo a

formação básica do cidadão mediante:

I. O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios

básicos o pleno domínio da leitura, escrita e do cálculo.

II. A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da

tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.

III. O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a

aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e

valores.

IV. fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade

humana e do respeito recíproco a diversidade cultural.

2.2. OBJETIVOS DO ENSINO MÉDIO SEGUNDO A LDB

Segundo a LDB o Ensino Médio, etapa final da Educação Básica terá

como finalidade:

I. A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no

ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos.

II. A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para

continuar aprendendo, de modo ser capaz de se adaptar com flexibilidade

a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamentos posteriores.

III. Aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação

ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento

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crítico.

IV. A compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos

produtivos,relacionando a teoria com prática, no ensino de cada disciplina.

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3. IDENTIFICAÇÃO

NOME E ENDEREÇO

Colégio Estadual João de Lara – Ensino Fundamental e Médio

RD BR 153 – Nº 480.

Distrito de Rondinha – Paula Freitas - PR

FONE FAX: 0XX42 3562-2030

E-mail: [email protected]

CNPJ: 00059486/0001-33

Prédio pertencente ao Governo do Estado do Paraná

Núcleo Regional de União da Vitória.

Distância entre a Escola e o Núcleo, aproximadamente 21Km.

Código da Escola – 00010

Código do Município – 1880

Código do Núcleo – 029

3.1 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO

O Colégio Estadual João de Lara - Ensino Fundamental e médio

localizado em Rondinha, município de Paula Freitas, foi fundado em 1964, obra

realizada pelo Governo NEY BRAGA. Inicialmente funcionava de forma multi-

seriada, em uma pequena estrutura, onde o professor realizava as funções de

direção, orientação, serviços gerais, além da docência. Seu primeiro nome foi

Escola Isolada Rocha Pombo. Mais tarde passou a ser chamada Casa Escolar

João de Lara em homenagem ao doador do terreno, Senhor João de Lara

Sobrinho.

A partir de 1991, com a municipalização das Séries Iniciais na maioria

das escolas do Estado, no mesmo prédio passou a funcionar a Escola Municipal

Paulo Ider Hermann - EIEF, atendendo alunos de Pré – Escolar e 1ª a 4ª série

no período da tarde, recebendo esse nome em homenagem ao primeiro diretor

da escola. Para que se efetivasse com sucesso o funcionamento da escola,

professores e secretária saíram pela comunidade em busca de alunos que

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estivessem na idade escolar e que estavam fora de sala de aula devido à falta de

um local para estudar e assim de forma gradativa a escola passou a atender

alunos de 5ª a 8ª série no período da manhã.

No período de 1994 passou a ser chamada Escola Estadual João de

Lara – Ensino Fundamental reconhecida pela Resolução Nº4636/94 de

10/10/1994. E no ano de 2001 aconteceu o ato Administrativo de

Reconhecimento do Regimento Escolar com o Parecer nº 09/ 01 – 10/01/01. O

reconhecimento do curso aconteceu com a Resolução 1600/03 – DOE 23/

06/2003.

A partir de 2008 a escola passou a ser chamada Colégio Estadual João

de Lara devido à implantação do Ensino Médio.

A Educação desenvolvida em nosso estabelecimento tem respaldo no

Regimento Escolar aprovado pelo Ato Administrativo nº 119/2008 que tem como

data de aprovação 10/12/2008.

Atualmente o Colégio é dirigido pelo diretor Ivair José Montipó, eleito de

forma democrática no mês de novembro de 2008.

No turno matutino oferecemos Ensino Fundamental e médio para 149

alunos regularmente matriculados. No período vespertino temos 78 alunos

regularmente matriculados que frequentam as séries finais do Ensino

Fundamental.

A Equipe de trabalho é composta por 24 professores sendo um Diretor,

uma Pedagoga, uma Secretária, um agente educacional ll e 4 agentes

educacionais l.

O horário de funcionamento no período matutino é das 7 horas e 30

minutos às 12 horas, com aulas de 50 minutos, portanto não precisamos realizar

complementação referente aos dias de capacitação, conselho de classe e

reunião pedagógica, pois se cumprem às 833 horas anuais. A escola atende sete

turmas sendo uma quinta série com 24 alunos, uma sexta série com 17 alunos,

uma sétima série com 26 alunos e uma oitava série com 24 alunos, uma primeira

série do Ensino médio com 24 alunos, uma segunda série do Ensino médio

com 17 alunos e uma terceira série com 19 alunos.

No período vespertino o horário de funcionamento é das 12h e 50

minutos às 17h e 05 minutos, com 3 aulas de 50 minutos e 2 aulas de 45

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minutos, havendo assim a necessidade de reposição para garantir às 800 horas

anuais. Neste período a escola atende quatro turmas, sendo uma quinta-série

com 20 alunos, uma sexta-série com 23 alunos, uma sétima série com 24 alunos

e uma oitava com 11 alunos.

As complementações de carga horária referente aos dias de

capacitação e Conselho de Classe estão previstas em Calendário Escolar para

garantir aos alunos às 800 horas anuais previstas na Lei 9394/96.

3.2. ESPAÇO FÍSICO E MATERIAIS DISPONÍVEIS

O Colégio Estadual João de Lara funciona em prédio próprio, fazendo

uso no período da manhã de 7 salas, temos disponível também 01 pequena

biblioteca que atende alunos das séries iniciais, fundamental e médio, 01 sala

onde está instalado o laboratório de informática com 12 computadores, sala dos

professores e cozinha e almoxarifado. Após as ampliações realizadas no período

de férias do ano de 2007 passamos a ter uma sala para secretaria e uma sala

para direção do colégio estadual e também uma secretaria para e sala da

direção e outra para a escola municipal.

Dispomos também de uma cozinha, uma lavanderia, três banheiros (um

feminino, um masculino e um para os professores). Uma sala adaptada para o

funcionamento da sala de recursos.

O colégio possui dualidade administrativa, no período vespertino 05

salas são utilizadas pela Escola Municipal Paulo Ider Hermann.

O espaço externo do colégio é composto por áreas cobertas, em uma

parte dela ficam cinco mesas próximas à cozinha, nas quais as crianças fazem o

lanche. Em outra, há um pequeno palco utilizado para apresentações dos

trabalhos dos alunos. Ainda no espaço externo há uma quadra poliesportiva, na

qual iniciaram uma reforma no ano de 2006 (Cobertura), que não foi concluída

por apresentar irregularidades na obra, a empresa responsável foi processada

pelo Estado. No ano de 2008, já contamos com a mesma coberta, possibilitando

assim, espaço físico para a prática de Educação Física.

Para melhorar a estrutura Física, foram construídas no ano de 2007,

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duas novas salas de aula pelo Governo do Estado. No entanto sentimos

necessidade de mais banheiros para os alunos, uma sala maior para a biblioteca

e uma sala para a equipe pedagógica e secretaria.

No que diz respeito aos materiais da escola, contamos atualmente, com

9 televisores, 16computadores, 2 impressoras a laser, 2 multifuncional sendo

uma com FAX e outra scanner, 1 impressora matricial, 1 aparelho de fax, 1

aparelho de telefone sem fio, 3 micro-system, 2 mimeógrafos a álcool, 1

retroprojetor, um projetor de slides, mapas variados, fitas de vídeo, CDs Room,

globos e outros materiais próprios de cada disciplina.

Necessitamos ainda, de um laboratório de ciências, química e biologia

para o desenvolvimento de aulas práticas nestas disciplinas, possibilitando

interação entre teoria e prática.

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4. MARCO SITUACIONAL

Atualmente, inúmeras mudanças e transformações veem alterando o

cenário econômico, social e político de nossa sociedade. Novas tecnologias e

novos instrumentos de produção são colocados a cada momento à disposição.

Estes desafios, como o próprio perfil aponta, passa a exigir cada vez mais

cidadãos conscientes de seu papel na sociedade e no mercado de trabalho.

Frente a esse novo cenário e, a enorme desigualdade presente em

nossa sociedade, a escola assume um papel protagonizador na formação do

cidadão, que não atenda apenas às demandas do mercado, mas, que sem

desconsiderá-las, que esteja fundamentalmente comprometida com a formação

de um cidadão, com competência técnica, que atue no contexto social de modo

comprometido com a construção de uma sociedade mais inclusiva, pautada nos

princípios de igualdade, de respeito e de solidariedade.

Diante desse novo contexto, surgem vários questionamentos sobre os

encaminhamentos que devemos tomar em relação a escola. Através de um

trabalho crítico e da busca pelo exercício da cidadania, a escola deve mostrar às

novas gerações a importância de cada indivíduo e seu papel na sociedade,

enquanto cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.

Nesse sentido, a escola precisa atender às necessidades específicas da

comunidade da qual está inserida, planejando o trabalho a médio e longo prazo,

com a finalidade de se construir uma identidade própria. Para tanto, utilizaremos

o projeto político pedagógico como elemento norteador da organização escolar,

que orientará o trabalho pedagógico e as ações da escola por meio de diversas

formas de planejamentos, todas integradas no diálogo e na busca de soluções

dos problemas, com base na ação coletiva.

Por esse motivo que através de um trabalho coletivo entre a

comunidade escolar fizemos um levantamento de informações para analisar a

situação da escola atualmente, buscando construir uma proposta de educação

que cumpra com a função social da escola pública e que atenda as reais

necessidades da comunidade.

Com a construção e execução do Projeto Político Pedagógico pretende-

se melhorar a qualidade do ensino deste estabelecimento, respondendo

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concretamente aos problemas gerais do mesmo, oportunizando aos pais,

professores, alunos, equipe pedagógica e direção, condições de participarem

ativamente no processo educacional, garantindo o acesso e a permanência dos

alunos.

Pertencemos a uma comunidade em sua maioria agrícola o que nos

caracteriza como uma escola de educação do campo. Neste sentido, priorizamos

um ensino voltado para a formação de seus sujeitos, afim de que possam

interferir em sua realidade na busca de uma vida humana mais plena,

valorizando seus hábitos, seus costumes,seu ambiente social e desta forma,

contribuindo para a melhoria da vida do campo e que é possível viver com

dignidade e com muita qualidade de vida mesmo se estando longe dos centros

urbanos.

Ao valorizar a cultura do campo, estamos criando vínculos com a

comunidade e gerando um sentimento de pertencer ao lugar e ao grupo social,

possibilitando de criar uma identidade sócio cultural que leva o aluno a

compreender o mundo e a transformá-lo.

Devido à distância do trajeto até a escola aproximadamente 70% de

nossos alunos utilizam o transporte escolar, o qual é uma parceria entre o

Estado e o Município.

Nossos educandos são provenientes de uma diversidade social bastante

ampla, sendo que muito deles dependem do auxílio governamental (bolsa

família) para melhoria de sua subsistência, além disso inúmeros motivos tais

como: condições desiguais de sobrevivência, violência física ou psicológica, a

falta de comprometimento dos pais ,também observamos que durante as safras

um número significativo de alunos auxiliam suas famílias no trabalho do campo,

o uso de drogas lícitas e ilícitas, que resultam em um grande problema, a

evasão e a repetência.

Visando amenizar estes problemas, o colégio, procura promover no

decorrer do ano letivo orientações através de palestras, na área de sexualidade,

e na prevenção ao uso indevido de drogas, devido a curiosidade despertada

nesta fase que necessita de esclarecimentos e orientações.

Buscamos em parceria com a comunidade e outras instituições sociais

amenizar esse problema, através de projetos sociais que envolvam o universo

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escolar, tornando assim, a escola um espaço que privilegie a igualdade entre

todos. Afinal, “a escola de qualidade, além de ser um direito de todos - é um dos

elementos básicos da vida social e cultural” (KRAMER, 2002).

É comum ouvirmos frases como: “os jovens de hoje não estão

interessados na escola”, no entanto sabemos que sempre existiram problemas

de evasão e repetência no passado, mas não eram notados devido à visão que

se tinha, de que o aluno que causava problemas seria melhor que não

frequentasse a escola .

Diante dessa realidade a nossa escola procura intervir com união,

amor, comprometimento e cooperação, juntamente com toda a comunidade

escolar vem superando tais obstáculos.

A realidade que tínhamos antes da construção do Projeto Político

Pedagógico era de uma escola discriminada e desvalorizada, diante dessa

problemática foram implantados novos projetos que auxiliaram tanto os

educandos, quanto a comunidade em geral. Depois de muita luta e dedicação,

houve uma grande mudança que transformou essa triste realidade.

Nossos professores são capacitados, a maioria tem pós-graduação e

são efetivos, situação que contribui para o comprometimento com a escola.

Em relação à formação continuada dos professores e funcionários, não

há um projeto próprio da escola, os profissionais são incentivados a participarem

dos cursos de capacitação promovidos pela SEED, visto serem momentos de

formação, essenciais para o aperfeiçoamento da prática pedagógica. Entre eles

estão as Semanas de Capacitação (fevereiro e julho), Simpósios, Jornadas

Pedagógicas, Grupos de Estudos, etc. Temos Reuniões Pedagógicas (previstas

em calendário) para estudarmos assuntos pertinentes ao cotidiano escolar.

Quanto aos estudos sobre educação no campo são realizados através

de grupos de estudos no sábado, (Cujos textos são lidos na hora atividade dos

professores que não participam do mesmo), participação em simpósios e

repasse dos assuntos abordados nestes ao retornarem a escola.

A Hora atividade dos professores não é feita por área, por se tratar de

uma escola pequena. Os professores utilizam a hora atividade para leituras,

planejamentos e correção de avaliações, o cronograma de hora atividade

estabelecido pela SEED não está sendo cumprido rigorosamente, devido

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necessitarmos organizar os horários dos professores de acordo com a

disponibilidade, pois muitos trabalham em outros colégios.

O Calendário escolar garante o cumprimento dos 200 dias letivos e 833

horas de aulas presenciais estabelecidos pela LDB.

As disciplinas abordam os assuntos sobre a Cultura Afro e Estudos

sobre o Paraná enfatizando a necessidade e importância de conhecer nossas

raízes, pois vivemos em um país multicultural.

Os desafios contemporâneos são abordados de forma disciplinar

visando uma abordagem mais ampla dos conteúdos, a inclusão destes desafios

na proposta pedagógica está acontecendo de forma processual para que

realmente seja trabalhado sem deixarmos de lado os conhecimentos básicos de

cada disciplina.

Assim, a demanda de Cidadania e Direitos Humanos no âmbito da

Coordenação dos Desafios Educacionais Contemporâneos, tem na sua essência

a busca dos princípios da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos

de direito e fomentando maior justiça social. No intuito de valorizar ações de

cidadania, esta demanda responde ainda pelas ações interinstitucionais de

acompanhamento e fomento de programas federais e estaduais como: Atitude,

Saúde na Escola, Segurança Social, entre outros.

A temática de Enfrentamento à Violência na Escola visa ampliar a

compreensão e formar uma consciência crítica sobre a violência e, assim,

transformar a escola num espaço onde o conhecimento toma o lugar da força.

Já, a Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, no âmbito escolar, requer um

tratamento adequado, cuidadoso e fundamentado teoricamente, por meio de

conhecimentos científicos, desprovidos de preconceitos e discriminações.

A demanda de Educação Ambiental (lei 9.795/99) no âmbito dos

desafios educacionais contemporâneos está voltada para a preservação do

equilíbrio ambiental, para a qualidade de vida e, compreensão das relações entre

o homem e o meio biofísico, bem como para os problemas relacionados a estes

fatores.

A proposta da Educação Fiscal dentro do contexto escolar visa estimular

o cidadão a refletir sobre a função socieconômica dos tributos, possibilitar aos

cidadãos o conhecimento sobre administração pública, incentivar o

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acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos e criar

condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

Quanto à organização da prática pedagógica, as turmas são organizadas

por séries a partir da quinta-série, tendo cuidado para que não ocorra defasagem

de idade/série.

Visando não superlotar algumas séries estaremos equilibrando o número

de alunos por turno, desta forma sempre que necessário conversaremos com os

pais para que seja feita as adequações objetivando a melhor organização das

turmas. No período da manhã as turmas são formadas pelos alunos residentes

no interior do município.

O estabelecimento de ensino estará oferecendo aos alunos que

apresentam distorção série-idade e que possuem condições de acompanhar

uma série seguinte o processo de reclassificação que consiste na avaliação dos

conhecimentos do aluno, levando em conta normas curriculares gerais a fim de

encaminhá-los à etapa de estudos compatíveis com sua experiência e

desempenho. (instrução 020/2008)

O currículo é organizado com base nas Diretrizes Curriculares Estaduais –

opção pelo currículo disciplinar, que se opõe a Pedagogia de Projetos que não

dá conta de garantir o acesso ao conhecimento de forma sistematizada.

Para organização da Matriz Curricular para o Ensino Fundamental e

médio observou-se a equidade na distribuição da carga horária entre as

disciplinas. Na parte diversificada a matriz curricular é composta pela disciplina

de Língua Inglesa e Língua Espanhola (Ensino Médio), decisão tomada durante

reunião com a participação de toda comunidade escolar.

Tendo como orientação a não junção de três aulas da mesma disciplina,

para que haja um melhor aproveitamento de estudos e pesquisas.

A escolha do livro didático é realizada pelos professores, sendo analisada

e discutida, buscando-se contemplar os conteúdos nas diretrizes curriculares no

estado do Paraná.

Para que ocorra uma relação de igualdade e justiça entre todos, além do

Regimento Escolar, estaremos também, elaborando o regulamento interno com

normas que não estão contempladas no regimento Escolar.

Devido às necessidades da escola em relação à disciplina, para que

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alunos e pais tenham maior comprometimento em seus papéis no processo

educativo foi elaborado em caráter experimental algumas normas de

comprometimento em relação à entrega de trabalhos (data e apresentação),

frequência (justificativa das faltas mediante atestado médico), respeito e conduta

dentro da escola, em relação ao patrimônio público ( e a convivência. Tudo isso

esta trazendo bons resultados, já visíveis no cotidiano escolar.

Na tentativa de possibilitar e melhorar o processo de aprendizagem dos

alunos que apresentam dificuldades estaremos realizando avaliação no contexto

e encaminhando os alunos para a sala de apoio e sala de recursos de acordo

com o diagnóstico.

Sala de Apoio – As turmas são formadas por alunos de 5ª séries, que

apresentem dificuldades de aprendizagem e defasagem de conteúdos propostos

em matemática e Língua Portuguesa.

É um trabalho que envolve toda a escola, ocorrendo um diálogo entre o

professor da sala de apoio e o professor regente. Tivemos uma pequena

dificuldade por se tratar de uma escola do campo que utiliza o transporte

municipal, sendo que os horários de ônibus dificultaram a presença de alguns

alunos, pois, pela manhã há três linhas de ônibus e a tarde apenas uma. Para

os alunos que ficam nesses dois dias, bem como os da sala de recurso, os pais

sugeriram que fosse feita uma disciplina a cada dia, para que os alunos que

frequentam uma delas não precisem chegar tão tarde dois dias na semana, e

sim apenas um dia.

Os professores também participaram de um curso de capacitação para

professores de sala de apoio. É um trabalho que envolve toda a escola,

ocorrendo um diálogo entre professor da sala de apoio e o da turma regular, as

avaliações são feitas pelo professor da sala apoio e o regente da disciplina da

turma, sendo que tudo será registrado no livro de registro do professor, um

trabalho coletivo e organizado.

Sala de Recursos – A Sala de Recursos iniciada em Abril de 2005.

Amparada pela LDB 9396/96 e pela Deliberação nº 020/86 – CEE fixa normas

para a Educação Especial e inclusão educacional, assegurando a oferta de

atendimento educacional especializado aos alunos que apresentem

necessidades educacionais decorrentes de:

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Deficiência mental, física neuromotora, visual e auditiva.

Condutas Típicas.

Superdotação/altas habilidades

No momento estamos trabalhando com alunos que apresentam

dificuldades de aprendizagem e transtornos funcionais específicos que possuem

avaliação psicológica, desta forma após avaliação no contexto os alunos são

encaminhando para avaliação com a psicóloga contratada pela Prefeitura

Municipal.

O atendimento na Sala de Recursos é realizado por uma professora

formada em geografia e curso de formação em D.M., a qual busca alternativas e

estratégias “especiais” para sua prática pedagógica, removendo as barreiras

para a aprendizagem e inclusão de todos.

Para frequentar a Sala de Recursos os alunos devem estar

regularmente matriculados no Ensino Fundamental de 5ª a 8ª série com

avaliação psicológica que indiquem defasagem significativa e atraso acadêmico

ou transtornos funcionais específicos que necessitam de apoio especializado.

O Currículo é flexível de acordo com as dificuldades do educando em

consonância com nossa proposta pedagógica, atendendo o aluno em suas

dificuldades específicas.

Implementamos a adoção de currículos abertos e flexíveis, que atendam

as necessidades do alunado presente na Escola, bem como o efetivo

funcionamento dos recursos e serviços de apoio pedagógico especializado .

Promovemos acompanhamento pedagógico bimestral ou em intervalos

menores quando necessário, objetivando superar as dificuldades dos alunos.

O Colégio promove atividades que são ofertadas pelo estado do

Paraná e pela prefeitura do município.

Apesar dos programas que já foram implantados na escola e de projetos

desenvolvidos para melhorar os índices de evasão e repetência, o desempenho

do sistema ainda demonstra índices baixos.

Portanto no decorrer do ano letivo estaremos avaliando os resultados

alcançados com a recuperação concomitante e promovendo adaptações

necessárias ao projeto de recuperação construído, para que assim possamos

construir uma prática avaliativa que na autonomia adquirida não rejeite uma

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construção coletiva, mas que ao mesmo tempo fortaleça e atenda ao processo

democrático e emancipatório que a escola defende ao assumir a concepção

progressista de educação.

Na recuperação concomitante a retomada dos conteúdos será realizada

de diferentes formas para possibilitar a todos a aprendizagem, a recuperação de

notas neste processo será apenas uma consequência. Portanto não se trata de

voltar atrás, mas de prosseguir com experiências educativas alternativas que

provoquem o estudante a refletir sobre os conceitos e noções em construção.

Pois o conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre

descobertas, dúvidas, retomadas, obstáculos, avanços. Os alunos não

prosseguem de forma homogênea em relação a um tema em estudo,

compreendendo todos do mesmo jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das

mesmas estratégias cognitivas.

Deve-se ter presente que a finalidade principal das avaliações é ajudar

os educadores a planejar a continuidade de seu trabalho, ajustando-o ao

processo de seus alunos, buscando oferecer-lhes condições de superar

obstáculos e desenvolver o auto conhecimento e autonomia. Dessa forma o

objetivo maior do processo de avaliar é garantir a aprendizagem de todos os

alunos.

Embasados numa concepção de avaliação emancipatória, democrática

consideramos a avaliação como prática educativa e apenas parte dela, nessa

concepção, a avaliação é mútua e permanente tanto para o educando quanto

para o educador.

Dessa forma, a ação pedagógica pode ser direcionada e redirecionada

em função dos objetivos e concepções definidas, como, por exemplo, responder

as questões: “O que está sendo produzido com essa intervenção? Em que

medida as situações de ensino construídas favorece a aprendizagens das

atitudes desejadas?”.

Devem ser avaliadas, constantemente, as capacidades como diálogo,

participação e cooperação, as quais são essenciais para o aprimoramento do

processo avaliativo.

Esta é uma proposta em construção, onde alguns itens podem ser

levantados como pontos para reflexão. Em primeiro lugar, a diferença entre

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abordagem classificatória e diagnóstica nas avaliações está ligada a uma

mudança de atitude, mais do que, de instrumentos. Na abordagem diagnóstica a

avaliação é concebida de forma dialética, entre avaliadores e avaliados.

Para tanto, através de um trabalho coletivo os professores buscam

praticar uma avaliação embasados no plano de ação docente, objetivando assim,

a obtenção de resultados positivos nos diagnósticos da aprendizagem.

Para a realização de práticas avaliativas de caráter formativo e

diagnóstico os professores estarão utilizando instrumentos de avaliação que:

Ofereçam desafios, situações problema a serem resolvidos;

Sejam contextualizados, coerentes com as expectativas de ensino e

aprendizagem;

Possibilitem que o aluno reflita, elabore hipóteses, expresse seu

pensamento;

Permitam que o aluno aprenda com seu erro;

Revelem claramente o que e como se pretende avaliar;

Conforme a instrução nº 02/10 – DAE/SUDE, estaremos implantando,

neste 2º semestre de 2010, o Programa Prontidão Escolar Preventiva – PEP .

que visa preparar os profissionais que atuam nas escolas e o corpo discente a

executar ações de prevenção de incêndios, desastres naturais e situações de

risco nas escolas.

Temos também em nossa escola os Órgãos Colegiados que são

bastante ativos. Entre eles Conselho Escolar, APMF, Grêmio Estudantil e

Conselho de Classe.

4.1. CONSELHO ESCOLAR

É um Órgão colegiado de natureza consultiva, deliberativa e fiscal, com o

objetivo de estabelecer, para o âmbito da escola, critérios relativos a sua ação,

organização, funcionamento e relacionamento com a comunidade, nos limites da

legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes e política educacional

traçadas pela SEED. O entendimento de uma administração colegiada apoia-se

na perspectiva coletiva de decisão, de participação e atuação e na perspectiva

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da escola como unidade coletiva de trabalho (CURY, 2000).

Com o Conselho Escolar, os pais, tem oportunidade de participar das

decisões e melhorias, em assuntos que antes somente a Direção da Escola

resolvia ( como no caso, dos recursos que a escola recebe do governo, para ser,

aplicados, é necessário a aprovação o Conselho Escolar), permitindo que

professores, funcionários, pais e alunos explicitem seus interesses, suas

reivindicações e tenham uma ação mais presente no processo educativo.

Os Conselhos têm as seguintes funções:

Deliberativas: quando decidem sobre o projeto político-pedagógico e

outros assuntos da escola, aprovam encaminhamentos de problemas, garantem

a elaboração de normas internas e o cumprimento de normas de ensino e

decidem sobre a organização e o funcionamento geral da escola, propondo a

direção as ações a serem desenvolvidas. Elaboraram normas internas da escola

sobre questões referentes ao seu funcionamento nos aspectos pedagógicos,

administrativo ou financeiro.

Consultivas: quando têm um caráter de assessoramento, analisando as

questões ou soluções, que poderão ou não ser acatadas pelas direções das

unidades escolares.

Fiscais (acompanhamento e avaliação) quando acompanham a

execução das ações pedagógicas, administrativas e financeiras, avaliando e

garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do

cotidiano escolar.

Mobilizadoras: quando promovem a participação, de forma, integrada,

dos segmentos representativos da escola e da comunidade local em diversas

atividades, contribuindo assim para a efetivação da democracia participativa e

para a melhoria da qualidade social da educação.

O Conselho Escolar um Órgão colegiado de natureza consultiva,

deliberativa e fiscal, com o objetivo de estabelecer, para o âmbito da escola,

critérios relativos a sua ação, organização, funcionamento e relacionamento com

a comunidade, nos limites da legislação em vigor e compatíveis com as diretrizes

e política educacional traçadas pela SEED.

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4.2. APMF

É uma instituição auxiliar que tem como finalidade colaborar no

aprimoramento da educação e na integração família/escola/comunidade. Ela

exerce a função de sustentadora jurídica das verbas públicas recebidas e

aplicadas pela escola, com a participação dos pais no seu cotidiano em

cumplicidade com a administração.

O papel da APMF é de suma importância na gestão democrática, pois

ela faz parte do corpo decisório, definindo e direcionando verbas para melhorar o

desempenho pedagógico da instituição..A LDB 9394/96, assegura no seu artigo

14 que:

Art.14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão

democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas

peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto

pedagógico da escola;

II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares

ou equivalentes;

Quanto aos objetivos cabe a APMF:

l. Discutir, no seu âmbito de ação, sobre ações de assistência ao

educando, de aprimoramento do ensino de integração

família/escola/comunidade, enviando sugestões, em consonância com a

proposta pedagógica para apreciação do Conselho Escolar e equipe pedagógica

administrativa.

ll. Prestar assistência aos educandos, professores e funcionários

assegurando melhores condições de eficiência escolar em consonância com a

proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.

lll. Buscar a integração dos segmentos da sociedade organizada, no

contexto escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a realidade

dessa comunidade.

lV. Proporcionar condições ao educando, para participar de todo o

processo escolar, estimulando sua organização em: Grêmio Estudantil com o

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apoio da APMF e o Conselho Escolar.

V. Representar os reais interesses da comunidade escolar, contribuindo

dessa forma, para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola

pública, gratuita e universal.

Vl. Promover o entrosamento entre pais, alunos, professores e

funcionários e toda a comunidade, através de atividades sócio-educativa-cultural-

desportivas, ouvido o Conselho Escolar.

VII. Gerir e administrar os recursos financeiros próprios e os que lhes

forem repassados por meio de convênios, de acordo com as prioridades

estabelecidas nos incisos I e II deste artigo, em Assembleia Geral e em reunião

conjunta com Conselho Escolar, com registro em livro ata.

VIII. colaborar com a manutenção e conservação do prédio escolar

e suas instalações, mobilizando o coletivo escolar e a comunidade para a

importância da manutenção e preservação do patrimônio público.

A APMF, com a participação de pais, professores, alunos e funcionários,

seria o órgão mais importante de uma escola autônoma, estando envolvido na

organização do trabalho pedagógico e no funcionamento administrativo da

escola. (MÉNAGE, 1996).

4.3. GRÊMIO ESTUDANTIL

O Grêmio Estudantil está regulamentado, pela lei nº 11.057, de 17 de

janeiro de 1995, publicado no Diário Oficial nº 4429 assegura aos

Estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, públicos ou privados, no

Estado do Paraná, a livre organização de Grêmios Estudantis, para representar

os interesses e expressar os pleitos dos alunos.

O Grêmio Estudantil é a organização dos estudantes na Escola. Ele é

formado apenas por alunos, de forma independente, desenvolvendo atividades

culturais e esportivas, organizando reivindicações.

O Grêmio favorece o relacionamento e a convivência entre os nossos

jovens, podendo assim representar melhor a rica experiência que é a busca

coletiva dos anseios, desejos e aspirações dos estudantes. Através dele é

possível, tratar o aluno como agente e não como mero paciente. (FREIRE,

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1996).

Os objetivos do Grêmio Estudantil são:

I – Representar condignamente o corpo discente;

II – Defender os interesses individuais e coletivos dos alunos da Escola,

III - Incentivar a cultura literária, artística e desportiva de seus membros,

IV - Promover a cooperação entre administradores, funcionários,

professores e alunos no trabalho escolar buscando seus aprimoramentos,

V - Realizar intercâmbio e colaboração de caráter cultural educacional

com outras instituições de caráter educacional;

VI - Lutar pela democracia permanente na Escola, através do direito d

participação nos fóruns internos de deliberação da Escola.

O Grêmio Estudantil é um apoio à escola, e contribui para a

democratização da escola. Onde é realizado eleições diretas pelos alunos, seu

mandato é de um ano.

As eleições do Grêmio Estudantil em nosso colégio é realizado com

eleições diretas pelos alunos e tem a durabilidade de um ano, seu Estatuto

encontra-se neste Estabelecimento de Ensino.

4.4. CONSELHO DE CLASSE

O Conselho de Classe é um órgão colegiado constituído na escola,

responsável pela discussão coletiva que reflete e decide sobre a aprendizagem e

avaliação de alunos, bem como, sobre todos os demais elementos e ações que

compõem a escola, pois, este órgão tem autonomia para decidir e avaliar a

instituição e os agentes de educação no sentido de redimensionar suas ações

para os períodos letivos subsequentes.

O conselho de classe em nosso colégio ocorrerá preferencialmente de

forma participativa, ou seja, contará com a presença da direção, equipe

pedagógica, alunos e pais.

Atualmente, no Paraná a deliberação 16/99, é que normatiza o Conselho

de Classe presente nos estabelecimentos de ensino do Estado. E assim

estabelece:

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Art. 31, o conselho de classe tem por finalidade:

- estudar e interpretar os dados da aprendizagem, na sua relação com o

trabalho do professor, na direção do processo ensino-aprendizagem, proposto

pelo plano curricular;

- acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos,

bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor;

- analisar os resultados da aprendizagem na relação com o desempenho

da turma, com a organização dos conteúdos e com o encaminhamento

metodológico;

- utilizar procedimentos que assegurem a comparação com parâmetros

indicados pelos conteúdos necessários de ensino, evitando a comparação dos

alunos entre si;

- responder as consultas feitas sobre assuntos psicopedagógicos,

restritas a cada turma deste estabelecimento de Ensino

Art. 32 – O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, pela

Coordenação Pedagógica e por todos os Professores que atuam na mesma

classe.

As reuniões ocorrem no término de cada bimestre e conta com a

participação de alunos representantes (eleitos a cada bimestre exclusivamente

para participar da reunião, estes levam o parecer da turma em relação ao

bimestre e também solicitações da mesma). O conselho tem a responsabilidade

de formular propostas referentes à ação educativa, facilitar e ampliar as relações

mútuas entre os professores, pais e alunos, e incentivar projetos de investigação.

(LIBÂNEO, 2004, p. 303).

O conselho de classe tem algumas características que o diferem dos

demais órgãos colegiados que são:

• A participação direta dos profissionais:

• A organização interdisciplinar

• A centralidade da Avaliação escolar como foco de trabalho na instância.

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4.5. QUADRO DE FUNCIONÁRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Em 09 de setembro de 2009, foi publicada a Lei Complementar 123/08

no Diário Oficial nº 7802, instituindo o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos

do Quadro de Funcionários da Educação Básica da Rede Pública Estadual do

Paraná, com o objetivo de aperfeiçoar o profissional de forma contínua e

valorizá-lo mediante remuneração digna para que o mesmo melhore seu

desempenho e preste serviços de qualidade à população do Estado do Paraná,

com os seguintes princípios e garantias:

I - valorização, desenvolvimento e profissionalização dos funcionários da

educação básica, reconhecendo a importância da carreira pública e de seus

agentes;

II - promoção da qualidade da educação visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa nela envolvida e seu preparo para o exercício da

cidadania;

III - liberdade de ensinar, aprender, pesquisar e expressar o

pensamento, a arte e o saber, dentro dos ideais da democracia;

IV - gestão democrática do ensino público estadual;

V - vencimento digno e desenvolvimento na carreira mediante

merecimento, formação e qualificação profissional;

VI – oportunidade de formação e qualificação profissional, através de

formação continuada ofertada pela Administração;

VII - definição de atribuições específicas para o exercício de cada

função e qualificação profissional dentro de cada área de atuação.

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5. MARCO CONCEITUAL

Todos almejam viver em uma sociedade onde haja justiça, respeito

mútuo, solidariedade e diálogo como nos assegura a Constituição Federal em

seu artigo 1º e a LDB 9.394/96 no título II, artigo 2º, onde estabelece que, “A

educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e

nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento

do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para

o trabalho”.

No entanto em nosso cotidiano essas leis não conseguem se efetivar

devido à realidade em que vivemos. Evidenciamos o aumento de conflitos, pela

imposição de valores, de significados, gerando atritos por vezes encobertos são

evidentes os confrontos entre países de 1º mundo e os demais, bem como os

que acontecem no centro de grupos, instituições, e comunidades, de natureza

étnica, religiosa, racial, política e cultural.

Entretanto, não podemos ficar apenas imersos neste processo,

necessitam-se, ações de transformação da realidade em que vivemos, nesse

ambiente de contradições a escola pode tornar-se uma instituição privilegiada,

desde que todos os educadores deixem de ser meros espectadores, exigindo a

intervenção na realidade, instalando o fenômeno que Manheim, citado por Freire,

denomina “democratização fundamental”, que implica em uma crescente

participação no processo histórico. Em pequenas ações de nosso dia a dia,

poderemos incutir nos educandos atitudes como responsabilidade, respeito,

solidariedade e outras que farão toda diferença em sua formação plena como

cidadão.

Para tanto deve existir uma união entre escola, pais, comunidade e

demais instituições que prezem pela formação de cidadãos críticos e conscientes

de seus papéis sociais, visto que o “espaço escolar é muito maior que a escola.

A educação tornou-se comunitária, virtual, multicultural e ecológica” (GADOTTI,

1998).

Tonelli (2000) ainda afirma, que a educação é, um tema que está sendo

discutido mundialmente para firmar o papel essencial que ela desempenha no

desenvolvimento das pessoas e das sociedades.

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Partindo dessas reflexões percebemos quão abrangentes pode ser a

inclusão educacional. Não podemos falar de inclusão como coisa nova. Todo ser

humano é diferente e convivemos há muito tempo precisamos sim, destacar o

que há de bom em todos os educandos, respeitando as diferenças, dando

oportunidade iguais a todos, pois especiais somos todos nós. Essa é a

verdadeira inclusão, que beneficia tanto os portadores de necessidades

especiais, quanto os demais, desenvolvendo uma relação de respeito e

solidariedade, fazendo da diversidade uma vantagem para que ocorram novas

aprendizagens.

Quanto aos portadores de necessidades especiais, a lei determina seu

acesso à escola regular, primeiramente através da LDB 9.394/96, onde garante o

direito a educação pública e gratuita para todos. No Estatuto da Criança e do

Adolescente, conforme a Deliberação nº 020/86, esclarece todas as dúvidas

sobre como se efetivará essa inclusão de fato, sendo que em nossa escola

iniciamos a sala de recursos, a qual apesar de refletir seus resultados a médio e

longo prazo, já colhemos frutos, tanto na aprendizagem cognitiva, quanto na

social.

Em meio a tantas transformações que a escola está vivenciando,

percebemos que existem muitas concepções de educações, com orientações,

teorias e paradigmas distintos. Diante do exposto, Gadotti (1998) assegura que

existem muitos “ismos” na educação que procuram delimitar-se através de

tendências definidas por fronteiras rígidas.

Mesmo sabendo que as transformações no mundo contemporâneo

como a revolução da comunicação e o multiculturalismo, trouxeram novos

desafios para as atividades educacionais e consequentemente produziram novas

tendências pedagógicas, ainda assim, percebe-se que determinadas instituições

não acompanham essas mudanças.

Assim, não é possível direcionar a escola para uma única concepção,

ao contrario deve-se buscar perspectivas educacionais amplas e condizentes

com a realidade da escola. queremos afirmar tendências em oposição, mas

buscar a construção de perspectivas educacionais mais amplas. Ao invés de

adotarmos uma teoria universalmente válida, se deixará espaço para a

pluralidade, (...) em nome de garantir o acesso ao saber, pois, mais do que

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questionar métodos de ensino ou proposta curricular, importa o conhecimento”.

(KRAMER, 1998).

Consideraremos algumas teorias psicológicas, as quais se referem ao

desenvolvimento cognitivo da criança para a elaboração da pratica pedagógica e

também alguns educadores como Paulo Freire.

Dentro das teorias psicológicas observamos que as ideias dos teóricos,

Piaget, Wallon e Vigotsky, que nos trazem contribuições importantes para nossa

compreensão de como ocorre aprendizagem e o funcionamento dessa complexa

cognição humana.

Piaget, precursor do construtivismo auxiliou para que o currículo ficasse

mais flexível, com atividades baseadas em materiais manipulativos, alunos vistos

como agentes ativos, professores mediadores, buscando a valorização da

pergunta do aluno, a avaliação fazendo parte do ensino, ocorrendo através de

observação durante trabalhos e apresentações. Wallon, fazendo uma

interlocução entre as teorias de Piaget e Freud, ressalta a influência do

emocional na aprendizagem, enquanto Vigotsky enfatiza o desenvolvimento e

aprendizagem social, cultural e histórica, afirmando que o conhecimento é

elaborado através da interação entre a criança e o meio, que vai do social para

o individual. Além disso, o autor enfoca que a aprendizagem e o

desenvolvimento cognitivo são processos que se inter-relacionam de forma

articulada.

A filosofia nos leva a reflexão de nossas ações no processo ensino

aprendizagem, mesmo porque não basta conhecer o processo biológico e

cognitivo do educando se não houver uma reflexão de nossa ação e uma

conscientização de que quando estamos ensinando ao mesmo tempo estamos

aprendendo como no lembra Paulo Freire (2005) “não há docência sem

discência”. Assim, esses educandos serão os educadores de amanhã, portanto,

a formação de um individuo deverá ser mais ampla e não somente repasse de

conteúdos: o educador não irá apenas ensinar, mas também aprender com os

educandos.

Atualmente, na tentativa de uma melhoria nas práticas educativas,

estão sendo discutidas as Propostas Pedagógicas das disciplinas por escola.

Isso possibilita considerar as características sócio-culturais e psicológicas dos

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alunos. Nesta mesma abordagem os professores estarão elaborando o Plano de

Trabalho Docente bimestralmente ou semestralmente tendo como embasamento

a Proposta Curricular elaborada a partir das Diretrizes Curriculares Estaduais.

Assim, a relação entre professor/aluno, torna-se fundamental no

processo ensino aprendizagem. Ademais, o professor crítico ensina o educando

a pensar criticamente, tornando-o um sujeito capaz, investigador, pronto para

novos desafios, ainda que as condições sociais, políticas, culturais e ideológicas

sejam um obstáculo.

Para isso, a escola assume um papel não mais de reprodutora da

realidade, ela defende uma educação progressista e emancipadora no sentido

histórico e libertador, em que a prática educativa é o “elemento fundamental no

processo de resgate da liberdade” (FREIRE, 1995). Educar as crianças e jovens

para a liberdade é, portanto, educá-los também na responsabilidade, no

comprometimento e no respeito.

Já, Libâneo (1990), enfocando a Pedagogia Crítica Social dos

Conteúdos, chama a atenção “ênfase nos conhecimentos não visa, portanto, o

acúmulo de informações, mas uma re-elaboração mental que se traduzirá em

comportamentos práticos, numa nova perspectiva de ação sobre o mundo

social”.

Educadores como Freire, Kramer, Gadotti, Libâneo, Tonelli, Saviane,

Gentilli e outros apresentam a educação e a escola não como algo isolado em

uma “redoma” além da realidade social, mas, sim como uma instituição de

grande “poder de mudança” na sociedade em que esta inserida.

Por se acreditar neste poder de mudança da educação, na possibilidade

de construção de um mundo melhor, organiza-se a escola através da

participação e envolvimento de todos nas decisões, na solução de problemas, na

elaboração e manutenção de padrões de desempenho, na garantia de que esta

organização atenderá adequadamente às necessidades dos alunos.

Mais do que acumular uma carga cada vez mais pesada de

conhecimentos, o importante agora é estar apto para aproveitar, do começo ao

fim da vida, as oportunidades de aprofundar e enriquecer esses primeiros

conhecimentos num mundo em permanente e acelerada mudança. ( COSTA,

2000).

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Conscientes de que apenas a atitude democrática não é suficiente.

Precisamos de métodos democráticos de efetivo exercício da democracia. Pois

isso é um aprendizado e demanda tempo, atenção e trabalho para buscar uma

educação para a cidadania.

Conforme Gadotti (1998), o movimento da escola cidadã, surge então,

como uma realização concreta dos ideais da escola pública popular, cujos

princípios, vem defendendo ao lado de Paulo Freire nas últimas duas décadas,

tirando dessa experiência, quatro lições:

Cada escola é fruto de suas próprias contradições. Existem muitos

caminhos, inclusive para a aquisição do saber elaborado. E o caminho que pode

ser válido numa determinada conjuntura ou contexto, pode não o ser em outra

conjuntura ou contexto. Por isso, é preciso incentivar a experimentação

pedagógica e, sobretudo, ter uma mentalidade aberta ao novo.

Todos não terão acesso à educação enquanto todos – trabalhadores e

não trabalhadores em educação, Estado e sociedade civil – não se interessarem

por ela. A educação para todos supõe todos pela educação.

A grande mudança exige esforço contínuo, solidário e paciente das

pequenas ações. E devem ser feitas hoje. Como dizia Paulo Freire: “a melhor

maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é

possível ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não

fizer hoje o que hoje pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje

também não pude fazer”.

Isso, de forma alguma, significa renunciar ao sonho da construção de

uma sociedade justa e humana, nem jogar no lixo da História nossa utopia

revolucionária. Precisa-se, sobretudo lutar contra a ideologia neoliberal que

prega o fim da utopia e da história. A educação mais do que passar por uma

melhoria da qualidade do ensino que está aí, como sustenta o Banco Mundial,

ela precisa de uma transformação radical, exigência premente e concreta de

uma mudança estrutural provocada pela inevitável globalização da economia e

das comunicações, pela revolução da informática a ela associada e pelos novos

valores que estão redundando instituições e convivência social na emergente

sociedade pós-moderna. É preciso dar rumos, uma direção política, onde todos

decidem e todos trabalham, dentro de um projeto político pedagógico, por uma

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escola melhor, “uma escola cidadã”.

.1. LINHA COMUM DE TRABALHO DOS PROFESSORES - METODOLOGIA,

TEORIA E PRÁTICA

O contínuo movimento entre teoria e prática deve levar os professores à

busca de leitura de textos, para estudo e discussão fundamentando a reflexão

sobre sua prática.

“As qualidades e virtudes são construídos por nós no esforço que nos

impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e o que fazemos. Esse

esforço, o de diminuir a distância entre o discurso e a prática, é já uma dessas

virtudes indispensáveis – a coerência”. (FREIRE, 1996, p.72).

Seria impossível tratar de planejar as atividades da escola e da

educação sem considerar essa característica.

Por isso, o planejamento de ensino é muito importante, é atitude que

implica em conhecimento e reflexão sobre a realidade em que se pretende atuar,

seleção de meios para intervenção tendo em vista a mudança pretendida,

reflexão sobre os resultados obtidos e novas proposições de metas.

O planejamento é um processo dialético - ação/reflexão/ação. Assim

procedendo, estaremos contribuindo para dar um sentido bem mais profundo e

consequente à seleção de conteúdos, dos procedimentos metodológicos e dos

instrumentos de avaliação, de modo a assegurar uma perfeita integração.

O educador é mediador do conhecimento: é aquele que fará ponte entre

as informações no processo de aprendizagem que serão transformadas em

saberes científicos, os quais, os educandos deverão compreender sua aplicação

prática.

Segundo Ramos (2000), o educador estimula esse espírito investigativo,

desperta a sua curiosidade sobre as questões das diversas disciplinas e

encontra formas de motivá-lo e de tornar o estudo uma tarefa cada vez mais

interessante. Sabemos que as experiências do mundo real não são

fragmentadas em áreas disciplinares, por isso, a integração aumenta a

relevância e a motivação para aprender.

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Já, o educando é o agente da aprendizagem, um estudioso autônomo,

capaz de buscar por si mesmo os conhecimentos, formar seus próprios

conceitos e opiniões, responsável pelo próprio crescimento.

A sala de aula é um ambiente de cooperação e construção em que,

embora se conheçam as individualidades, ninguém fica isolado e todos desejam

partilhar o conhecimento.

Na troca de experiências entre aluno/aluno e professor/aluno: orientador

e orientando todos aprendem juntos.

Aprender em profundidade os conhecimentos essenciais das várias

disciplinas, constitui condição necessária para a autoaprendizagem, única

maneira de o indivíduo continuar se formando e se informando

permanentemente. Parafraseando Paulo Freire, podemos dizer: “Ninguém

educa ninguém, ninguém é educado por ninguém, os homens se educam

juntos”.

Outro item importante a que nós devemos ater é o aspecto intelectual e

o afetivo dos nossos alunos.

Todo o comportamento do educando, apesar da liberdade, deve sofrer

uma supervisão da escola e do lar, com a finalidade de orientação. Ele tem que

aprender a reconhecer os efeitos do seu comportamento sobre os outros e,

quando isso não ocorre, os limites e as regras tornam-se necessárias, através de

uma disciplina consciente e interativa, marcada pelo respeito, responsabilidade,

participação, construção do conhecimento, formação do caráter e da cidadania; a

qual pode ocorrer mesmo através de gestos do educador, onde irá internalizar a

compreensão do valor das emoções, do desejo, da insegurança, do medo que o

ser educado vai gerando a coragem.

Assim sendo, a avaliação também não pode ser somente um

instrumento de teste e mensura como foi tratada por muito tempo. Dentro de

uma concepção pedagógica histórico-crítica a avaliação é vista como prática

educativa e não como pedaço dela, exigindo que o educador assuma seu papel

de mediador. Nessa abordagem, o educando é um ser ativo que participa da

construção de seu conhecimento.

Segundo Haidt (2004), dentro dessa visão, em que educar é formar e

aprender é construir o próprio saber, a avaliação assume dimensões mais

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abrangentes. Seu sentido se amplia e se desloca na tentativa de verificar em que

medida os alunos estão alcançando os objetivos propostos para o ensino

aprendizagem.

Tais objetivos se traduzem em mudança e aquisição de

comportamentos motores, cognitivos, afetivos e sociais (...) o ato de avaliar

consiste em verificar se eles estão realmente sendo atingidos e em que grau se

da essa consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na

construção de seu saber. Nessa perspectiva, a avaliação assume um sentido

orientador e cooperativo. (HAIDT, 2004).

Ainda é válido pensar, que o conceito de avaliação da aprendizagem

está ligado a uma concepção pedagógica mais ampla, isto é, uma visão de

educação. Depende da postura filosófica adotada. Ou seja, a forma de encarar

ou realizar a avaliação reflete a atitude do professor em sua interação com a

classe, bem como suas relações com os alunos. Este poderá ter em suas mãos

a avaliação como um “instrumento de tortura” ou com o uma “forma de

diagnóstico” dos avanços e dificuldades dos alunos e como indicador para o

replanejamento de seu trabalho docente. Nessa segunda perspectiva, Luckesi

(1986) nos mostra que, a avaliação ajuda o aluno a progredir na aprendizagem e

o professor a aperfeiçoar sua prática pedagógica.

Haidt ainda enfatiza:

No âmbito escolar, a avaliação se realiza em vários níveis: do processo

do ensino-aprendizagem, do currículo, do funcionamento da escola como todo. A

avaliação da aprendizagem do aluno está diretamente ligada à avaliação do

próprio trabalho docente (...) é por isso que se diz que a avaliação contribui para

a melhoria e qualidade da aprendizagem e do ensino. (Haidt (2004).

Todos esses questionamentos nos mostram a necessidade de

consciência sobre os aspectos do currículo: forma, real e oculto.

Sintetizando a definição de Hutmacher (1995), entende-se que o

currículo formal constituído por programas, grade curricular, regras e resoluções

normativas. O currículo real diz respeito à própria vivencia de cada sujeito da

instituição e à interação entre seus atores (professores, alunos e funcionários). O

currículo oculto caracteriza tudo aquilo que diz respeito ao “modo de vida” da

instituição, isto é, a forma como são organizado o trabalho, o tempo, os saberes,

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os agrupamentos. Todo um conjunto de modalidades que regem a cooperação e

a coordenação entre todos os trabalhadores escolares, que a própria

familiaridade serviu para ocultar e que repousam em ideias, representações e

crenças que gerações de alunos interiorizaram pelo fato de sua escolarização,

pelo modo prático, informal do “Fazer, do ver fazer e do ouvi dizer”.

A grade curricular, que faz parte do currículo formal, geralmente contém

os critérios definidos por especialistas ligados ao poder central ou intermediário.

Há uma base nacional comum para a elaboração da grade curricular. Mas,

atualmente no Estado do Paraná as Diretrizes Curriculares foram reformuladas

repensando em função dos contextos locais (como exemplo temos a Educação

do Campo) e das novas necessidades de formação.

Com a preocupação, da grade curricular das escolas não ser

fragmentada e distante da realidade, os educadores foram consultados e

participaram na elaboração das Diretrizes Curriculares, e fizeram suas Propostas

Pedagógicas conforme as mesmas. Assim sendo, acontece um

redirecionamento na práxis da escola.

Para que se tenha o comprometimento de todos os segmentos

escolares para com a escola, se faz necessário descentralizar as relações de

poder dentro da instituição.

Uma escola se faz com a participação de todos.

Segundo Ciseki (1998) as experiências já vivenciadas em relação á

democratização da gestão escolar apontam alguns pressupostos que se

considerados, garantem maior sucesso na conquista dessa democratização e,

consequentemente, da escola de melhor qualidade.

Entre eles estão:

Capacitar todos os segmentos; (...) para efetivo exercício da gestão

democrática da escola é necessário capacitar todos os segmentos (...) pais e

alunos, respondendo às exigências dessa prática. As secretarias de educação

devem se se comprometer com esta capacitação.

Consultar a comunidade escolar; (...) debates, assembleias, encontros

devem ser promovidos para esclarecer a população e contar com sua

participação, seja na definição das políticas educacionais, seja na vivencia delas

na prática cotidiana.

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Institucionalizar a gestão democrática; a consulta e a participação das

comunidades escolares possibilitam aos governos estaduais e municipais

respaldo democrático para encaminhar ao Poder Legislativo, projetos de leis

mais consistentes, que atendam as reais necessidades educacionais da

população.

Garantir lisura nos processos de definição de gestão; escolha dos

dirigentes escolares, implantação do Conselho Escolar – todos os cuidados

devem ser tomados pelas pessoas envolvidas nesse processo.

Dar agilidade às informações e transparência nas negociações.

E ainda, por se tratar de uma escola de Educação no Campo, se fazem

necessárias algumas considerações sobre em que consiste a ideia de Campo,

como esta regulamentada a Educação do Campo e como deve acontecer à

mesma no cotidiano escolar.

Evidencia Duarte, que é necessário romper com a ideia de “aquele

campo parado, antigo que muda devagar (...)”. E é por isso que precisamos fazer

o debate da escola dentro de um debate maior, dentro dos projetos da

sociedade. Duarte ainda enfatiza, “... o nosso papel de educadores do campo é

contribuir com a construção desse novo projeto para nos tornarmos mais

preparados para atuar profissionalmente”.

Ao se analisar historicamente a questão da Educação no Campo,

percebe-se um certo descaso por parte das políticas públicas. Mas atualmente

algumas mudanças já estão acontecendo, fruto da organização e da luta dos

movimentos sociais do campo juntamente com representantes de Universidades,

órgãos governamentais e outras entidades comprometidas com as políticas

públicas, através da Articulação Nacional “Por uma Educação do Campo”, criada

em 1998, vem afirmando aos povos do campo ao direito da educação e

escolarização em todos os níveis de ensino.

Uma educação que seja no lugar onde os povos do campo vivem e com

uma proposta construída com sua participação, vinculada a sua história, a sua

cultura e a sua realidade, sem perder de vista o acesso à cultura e aos saberes

universais historicamente construídos.

Por trabalharmos com a pluralidade de culturas e diferenças, vale

considerar a citação de Ferreira e Guimarães (2003, p. 37):

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(...) constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo o momento, as diferenças entre os homens se fazem presentes, mostrando e demonstrando que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos olhos, quanto ao gênero e sua orientação sexual, com referencia as origens familiares regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os seres humanos desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o chamado direito a diferença; o direito de ser, sendo diferente.

Conforme as políticas da SEED, abordadas nas Diretrizes Curriculares

da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos, é necessário

incluir todos os grupos que sofreram/ sofrem exclusão física ou simbólica, ao

longo da história, reconhecendo seus direitos. Entre eles estão os moradores do

campo e das regiões ribeirinhas, de pescadores e ilhéus, das populações

indígenas, dos jovens e adultos que não tiveram acesso a escolarização em

idade própria, dos grupos afro-descendentes, dos jovens e adultos impedidos de

frequentar a escola por motivo de tratamento médico-hospitalar, as crianças e

jovens que, por inúmeros motivos, se evadem da escola, das pessoas que

apresentam necessidades especiais, oriundas ou não de deficiências.

Assim, se faz necessária uma reflexão sobre a escola como espaço de

inclusão, da educação como um direito de todos.

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6. MARCO OPERACIONAL

Se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco

a sociedade muda. Se a nossa opção é progressista, se estamos a

favor da vida e não da morte, da igualdade e não da injustiça, do direito

e não do arbítrio, da convivência com diferente e não de sua negação,

não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção.

Diminuindo assim a distância entre o que dizemos e o que fazemos.

(Freire ,1979).

A tarefa de transformar nossa escola exige muitas ações. As mais

importantes são as capazes de provocar impacto na qualidade da educação.

Na tentativa de sanar as dificuldades e falhas encontradas na

sistematização do processo educativo escolar, surgem novas práticas e

organização no cotidiano escolar. Entre elas encontram-se a reflexão-ação-

reflexão. Pois, a partir do momento que tivermos uma prática reflexiva no

cotidiano escolar, aumentam as possibilidades de uma educação ativa e

dinâmica envolvendo alunos, professores e comunidade de forma interativa,

consolidando que a educação é compromisso de todos.

Buscar uma escola ideal requer planejamento, objetivos, ações e

principalmente avaliação. Atualmente a Avaliação Institucional permite a

visualização, ao mesmo tempo, do todo escolar e de suas partes. Possibilitando

assim, uma visão mais clara de onde são necessárias as mudanças.

A Educação desenvolvida em nosso colégio segue os princípios da

SEED e está pautada na Concepção Progressista e as teorias críticas da

educação, propondo uma interação entre conteúdo e a realidade concreta,

visando a transformação da sociedade através da ação-compreensão-ação do

educando, que enfoca nos conteúdos, como produção histórico-social de todos

os homens.

A educação desenvolvida em nosso estabelecimento propõe o resgate

dos conteúdos disciplinares e o compromisso com a função social da escola

pública: mediação dos conhecimentos sistematizados e construídos

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historicamente visando emancipação humana.

Consideramos que os conteúdos disciplinares são indispensáveis no

processo de socialização e sistematização dos conhecimentos, mas isso não

significa que ficaremos restritos aos limites disciplinares, consideramos que a

valorização e o aprofundamento dos conhecimentos organizados nas diferentes

disciplinas escolares são condição para que se estabeleça as relações

interdisciplinares, entendidas como necessárias para a compreensão da

totalidade.

Sendo assim, a interdisciplinariedade, será estabelecida quando

conceitos, teorias ou práticas de outras disciplinas forem utilizadas para auxiliar

uma abordagem ampla do conhecimento. Dentro do Currículo será contemplado

a trabalho com a Diversidade – Educação das relações étnicos raciais e afro

descendência, gênero e diversidade sexual e a questão a educação ambiental,

estas questões serão abordadas de forma contextualizada e inseridas nas

disciplinas curriculares.

A gestão democrática é exercida em nosso estabelecimento, havendo

intensa e constante participação dos diferentes segmentos sociais nos processos

decisórios, no compartilhar as responsabilidades, na articulação de interesses,

na transparência das ações, em mobilização e compromisso social.

Desta forma as ações da direção da escola assim, como de todos os

segmentos, será pautada nos princípios da gestão democrática, tendo como

pressuposto de que a liberdade na escola deve ser pensada na relação entre os

seus diferentes segmentos em um contexto participativo, onde todos têm

liberdade para influir nas decisões e, portanto têm também responsabilidades

sobre elas.

Dentro de uma postura democrática todas as instâncias colegiadas que

fazem parte do segmento escolar como: Conselho Escolar, Associação de Pais,

Mestres e Funcionários e Grêmio Estudantil, trabalharão em conjunto com toda a

comunidade escolar. Será dada ênfase a relação entre escola e sociedade,

buscando a participação dos pais em reuniões e no dia a dia da escola.

No ano de 2009, os professores reorganizaram as Propostas

Pedagógicas tendo como base a versão final das Diretrizes Curriculares

Estaduais. Após o NRE Itinerante em junho as Propostas serão encaminhadas

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para considerações e análise da Equipe Disciplinar do NRE.

O Plano de Trabalho Docente será elaborado bimestralmente ou

semestralmente, expressando o compromisso com a socialização do saber numa

perspectiva democrática.

O Livro registro de classe, enquanto documento que legitima a vida legal

do educando e explicita entre o pretendido e o feito, deve estar estreitamente

articulado ao Plano de Trabalho docente, levando em consideração questões

concernentes à Matriz Curricular, Calendário Escolar, Proposta Pedagógica e

Projeto Político Pedagógico.

O grande desafio da escola será estabelecer uma proposta de ensino

que reconheça e valorize práticas culturais dos alunos sem perder de vista o

conhecimento historicamente produzido, buscando combater o preconceito de

que o campo é sinônimo de atraso e conscientizar os alunos quanto à

importância dessas regiões e do trabalho desenvolvido para a sociedade.

A escola nesse sentido deve tornar-se um lugar de encontro da

comunidade, cujo grande desafio é de fazer do campo um lugar de referência e

valorização da cultura local. Na abordagem dos conteúdos deverá ocorrer a

valorização do campo como espaço de cultura, lazer e trabalho, visando romper

com a ideologia que a cultura e saberes do campo são ultrapassados, inferiores.

É indispensável respeitar os saberes que os educandos trazem da sua prática

comunitária, relacionando-os com o ensino dos novos conteúdos o que tornará a

aprendizagem significativa, visto que o estudo passa a ter sentido para o

educando, considerando suas dimensões pessoais, sociais, afetivas e

intelectuais.

Nosso Projeto Político Pedagógico propõe desenvolvimento de uma

gestão democrática, onde os pais, alunos, professores, direção e funcionários

terão oportunidade de participar das decisões da escola, assumindo

responsabilidade pelos caminhos que a escola irá trilhar, buscando

aprimoramento e subsídios para melhorar a prática pedagógica. Para que a

Gestão Democrática se concretize faz-se necessário que todos os profissionais

da educação cumpram com seus direitos e deveres expressos no Regimento

Escolar.

O calendário escolar foi elaborado através de reuniões com professores

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do estabelecimento e com a secretária da Educação do Município e diretoras dos

estabelecimentos municipais, esse diálogo foi necessário para a organização do

transporte escolar.

Todos os profissionais estão cientes do cumprimento dos 200 dias

letivos e hora-aula estabelecida, estando previstas em calendário escolar horas

de complementação da carga horária, os professores também estão cientes do

compromisso em participar integralmente dos períodos dedicados ao

planejamento, avaliação conselho de classe e ao desenvolvimento profissional.

(Art. 13 inciso v da LDB).

Os professores serão incentivados a participar dos eventos de formação

continuada (NRE Itinerante, grupos de estudo, simpósios e reuniões organizadas

pelo NRE). Os professores também estarão participando das oficinas

organizadas pelo CRTE – orientações quanto ao uso dos multimeios. Na

ausência dos professores em virtude de capacitação estaremos organizando

trocas entre os professores em hora atividade, possibilitando assim continuidade

das aulas sem prejuízo para alunos e professores, fazendo-se que se cumpra a

carga horária prevista.

As práticas desenvolvidas no ambiente escolar, objetivam desenvolver

um clima harmonioso e de boa convivência, se enfatiza alguns valores como a

amizade, a responsabilidade, o respeito, a solidariedade.

Alguns projetos desenvolvidos pelo Colégio cumprem estes objetivos,

entre eles a OLEJ (Olimpíadas esportivas, culturais e solidárias). Neste ano de

2009 estaremos também desenvolvendo atividades do Programa Viva a Escola

com dois projetos, o Projeto de Leitura e Contamento de História e o Projeto

Esporte Educação, Esporte Cidadão.

Com a implantação destes projetos foi necessário o encaminhamento de

Ofício para a SEED para solicitar ampliação da merenda, visto que os alunos

precisam almoçar no colégio para participarem dos projetos no período

vespertino.

Visando incentivar a leitura e a formação de alunos leitores estaremos

participando da FIEL que é coordenada pelo pároco do município. Estaremos

organizando além destas atividades visitas a empresas com o objetivo de

contextualizar os conhecimentos escolares, principalmente no Ensino Médio.

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A OLEJ (Olimpíadas da Escola João de Lara) continuará acontecendo

em duas etapas durante o ano, pois, essa permite a participação de todos os

alunos em atividades esportivas e culturais de forma interdisciplinar, pelo motivo

das equipes serem sorteadas, há uma maior interação entre os alunos. Todos os

alunos recebem medalhas ao final da OLEJ. As atividades desenvolvidas na

OLEJ serão consideradas como complementação da carga horária, pois os

alunos permanecem no Colégio em período integral. Para estas atividades

precisaremos do comprometimento e colaboração de todos os profissionais para

que as atividades tenham um bom desenvolvimento e alguns professores não

sejam sobrecarregados.

Nossos alunos anualmente participam dos projetos e atividades

encaminhadas pela SEED, como FERA Com Ciência e Jogos Colegiais,

Matemática, Geografia, Língua Portuguesa, Olimpíada Brasileira de Astronomia.

O Conselho de Classe em nossa escola se configura num espaço de

estudos e tomada de decisões sobre o trabalho pedagógico.

Para que o Conselho de Classe não fique apenas no levantamento de

problemas e notas, estaremos realizando o pré-conselho, para que todas as

dificuldades sejam elencadas no pré-conselho e as possíveis intervenções sejam

definidas no conselho de classe, desta forma estaremos desmistificando a ideia

de que o conselho de classe serve apenas para discutir notas e construindo a

concepção de um espaço que temos para que coletivamente repensemos nossa

prática.

Estaremos também possibilitando a participação dos alunos

representantes nos conselhos de classe. Neste ano de 2009 estaremos

compromissados com o Pós- conselho, para que as decisões tomadas no

Conselho de Classe sejam efetivadas.

No conselho final os professores estarão se reunindo para analisar o

desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos, onde será analisado não

somente as notas obtidas por eles, mas o aspecto qualitativo, suas condições, e

desempenho, em todas as disciplinas, bem como o progresso obtido e as

possibilidades de superação das dificuldades.

Os professores deverão definir critérios de aprovação ou reprovação e

estes critérios e a decisão tomada será registrada na Ata Final do Conselho de

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Classe.

No ano de 2005, para superar ou, pelo menos minimizar as dificuldades

encontradas pelos alunos, especialmente nas disciplinas de Português e

Matemática,, através da resolução nº 3.098/2005, foi criada a sala de apoio,

para atender os alunos da 5ª série. Sendo que sem esse apoio individualizado

oportuniza poucos terão possibilidade de continuar os estudos com bom

aproveitamento.

A Sala de Recursos, desenvolve intervenções pedagógicas aos alunos

avaliados no contexto escolar com avaliação psicológica de encaminhamento

realizado pela psicóloga mantida pela Prefeitura Municipal que avalia, se os

alunos apresentam algum tipo de deficiência intelectual ou de transtornos

funcionais específicos.

A avaliação na nossa escola deverá superar a concepção de uma

avaliação classificatória e excludente. Para isso, estaremos assumindo a

avaliação como diagnóstica, formativa e processual. Pois numa avaliação

formativa é considerado se os alunos possuem ritmos e processos de

aprendizagens diferentes e, por ser processual e diagnóstica apontará

dificuldades possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo

momento.

Portanto, os professores deverão usar instrumentos avaliativos bem

estruturados e variados, que viabilizem a criatividade e a expressão pessoal do

aluno, que as questões propostas tenham objetividade que estejam de acordo

com os objetivos estabelecidos e que estes sejam significativos que exijam

raciocínio lógico, aplicação de conhecimentos, organização de ideias e

principalmente que contribuam para a formação de um sujeito ativo e atuante.

Para garantir o processo de inclusão educacional estaremos realizando

ajustes e adaptações no currículo regularmente proposto de forma a garantir as

condições (respostas educacionais) que são necessárias para disponibilizar o

acesso ao conhecimento a todos os alunos, respeitando o ritmo e

desenvolvimento de cada um. Desta forma estaremos realizando flexibilização

curricular para assegurar o atendimento educacional especializado aos alunos

com necessidades educacionais especiais.

Sabendo que é imprescindível que a avaliação seja contínua e dê

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prioridade à qualidade e ao processo de aprendizagem ao longo do período,

estaremos oferecendo recuperação de estudos concomitantes ao processo de

ensino e aprendizagem. A recuperação não consistirá na repetição de provas ou

trabalhos, mas na organização de experiências educativas subsequentes que

impulsionem o estudante ao avanço do conhecimento.

Neste sentido, o trabalho pedagógico será organizado para o coletivo, a

partir de múltiplos indicadores individuais, considerando sempre a

heterogeneidade da sala de aula.

O acompanhamento da frequência dos alunos será realizado através da

FICHA FICA, e sempre que esgotadas as possibilidades da escola estaremos

encaminhando a Ficha para o Conselho Tutelar para que tomem as medidas

necessárias para garantir o retorno dos alunos a escola.

A Hora Atividade dos professores não foi organizada de acordo com o

cronograma estabelecido pela SEED, pois os professores trabalham em vários

estabelecimentos e o horário foi organizado de acordo com a disponibilidade de

cada professor. Independente de estar concentrada ou não o professor precisa

cumprir os 20% de hora atividade, conforme a carga horária do professor no

estabelecimento de ensino.

O professor deve cumprir a hora atividade no estabelecimento de ensino

e no mesmo período das aulas facilitando assim, a organização do horário e o

acompanhamento.

As aulas serão agrupadas (conjugadas 2) sempre que possível para

um melhor aproveitamento do tempo, não sendo permitido a junção de três

aulas da mesma disciplina.

No ano letivo de 2009, respaldados pelo Regimento Escolar aprovado

no ano letivo de 2008, foi organizado o Regulamento interno com normas que

não estão contempladas no Regimento Escolar.

Visando garantir os 200 dias letivos e às 800 horas previstas na LDB

9394/96 os professores em caso de cursos, reuniões, consultas médicas os

professores deverão deixar atividades que propiciem continuidade dos

conteúdos ou organizar para que outro professor o substitua na hora atividade.

Caso contrário haverá a necessidade de elaboração de projetos de reposição.

Estamos realizando um trabalho em parceria com as universidades,

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proporcionando estágios aos acadêmicos que solicitarem, desde que o plano de

aula propicie continuidade ao trabalho desenvolvido pelo professor regente de

acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

Com relação ao Programa Viva a Escola, está sendo desenvolvido dois

Programas de Complementação Curricular: de Mídias e Esporte Cidadão. Devido

a implantação desses programas houve a necessidade de reorganização das

rotinas escolares pelo fato de vários alunos permanecerem no colégio dois dias

em período integral. Acreditamos que os resultados obtidos por esses programas

foram positivos tanto para a aprendizagem dos alunos, quanto para a superação

de problemas comportamentais.

No ano de 2008, foi solicitado a SEED via Ofício materiais para a o

laboratório de ciências, química e física, no entanto nossa solicitação não foi

atendida. Estaremos buscando informação com o NRE sobre o andamento do

processo.

Quanto às dificuldades encontradas na parte estrutural da escola, a

qual não está mais atendendo a demanda, a direção estará solicitando

construções e reformas juntamente aos órgãos competentes. As Pequenas

reformas estarão sendo viabilizadas através de parceria com a Prefeitura

Municipal ou através da realização de promoções que envolvam toda a

comunidade escolar.

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7. AVALIAÇÃO DO PPP

O PPP será analisado e alterado no início de cada ano letivo pela

equipe de profissionais da escola, representantes de alunos, pais e instâncias

colegiadas.

Tendo por objetivo propor mudanças significativas e determinantes para

que possamos oferecer uma educação de qualidade e que contribua para o

fortalecimento do processo participativo e democrático no espaço escolar. O

projeto será dinâmico, podendo ser modificado sempre que necessário.

Pois a comunidade local deve ser ouvida a acerca do Projeto Político

Pedagógico para que assim seja possível a formação de cidadãos mais plenos,

participantes, críticos e com perspectivas de transformação da sociedade.

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8. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

Como mecanismo de avaliação da instituição estaremos elaborando

questões que serão respondidas através da reflexão e discussão coletiva pelos

pais, alunos, professores, funcionários e instâncias colegiadas com o objetivo de

detectar fragilidades e de comprometimento em torno da principal função da

escola, que é a efetivação do processo ensino-aprendizagem.

Ter autoconhecimento, ou autoconsciência, significa identificar os

acertos e as insuficiências, as vantagens ou potencialidades e as dificuldades;

envolve um processo de reflexão sobre as razões ou as causas das situações

positivas e das insuficiências, implica assumir a responsabilidade efetiva da

gestão da escola.

Os aspectos a serem avaliados serão: os órgãos colegiados de

gestão,profissionais da educação,condições físicas da escola, prática

pedagógica e avaliação do desenvolvimento educacional, inclusão social.

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9. REFERENCIAS

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