COLÉGIO ESTADUAL D. ALBERTO GONÇALVES ENSINO … · do Ensino Médio na rede estadual de ensino,...
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COLÉGIO ESTADUAL D. ALBERTO GONÇALVES
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL
PROPOSTA CURRICULAR
ENSINO MÉDIO POR BLOCOS
NOVEMBRO / 2010
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ENSINO MÉDIO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
“Em 2007, o Departamento de Educação Básica (DEB) iniciou os estudos e
pesquisas levantando os índices de aprovação, repetência e evasão das três séries
do Ensino Médio na rede estadual de ensino, o que possibilitou elencar causas e
possibilidades de superação. Esta pesquisa permitiu a fundamentação teórica para a
análise da realidade paranaense e a partir dela foi desenvolvida pela Equipe de
Legislação e Ensino do Departamento de Educação Básica da SEED uma
proposição que visava à superação dos altos índices de evasão e repetência do
Ensino Médio a qual propunha a reorganização pedagógica deste nível de ensino.
Tal proposta visa garantir a efetivação dos seguintes princípios norteadores: o
direito do aluno à continuidade dos estudos e o aproveitamento dos estudos
parciais. A princípio foi direcionada para os alunos do ensino noturno, onde há maior
incidência de evasão e repetência. No diurno os números se modificam pouco,
apresentando índices diferentes de reprovação e evasão, mas ainda assim muito
altos, pois os alunos se evadem menos, mas reprovam mais.”
Analisando os índices de evasão e repetência deste estabelecimento de
ensino, de 2000 até 2009, observou-se que os dados conferem com o levantamento
feito pela SEED-PR. A partir daí, optou-se pela implantação do Ensino Médio
Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais, com adesão da comunidade
escolar em 2010, tendo em vista um novo olhar para o Ensino Médio, buscando-se
alcançar os objetivos da Educação e superar os altos índices de evasão e
reprovação nesse nível de ensino.
Está organizado em dois blocos de disciplinas semestrais ofertados
concomitantemente, sendo a Matriz Curricular única. O Bloco 1 prevê as disciplinas
de Biologia, Educação Física, Filosofia, História, Língua Estrangeira Moderna: Inglês
(1ª e 2ª séries) e Espanhol (3ª série); o Bloco 2 prevê as disciplinas de Arte, Física,
Geografia, Matemática, Sociologia e Química em todas as três séries do Ensino
Médio.
2
A carga horária anual de cada disciplina ficará concentrada em um semestre,
garantindo o número de aulas da Matriz Curricular. Cada bloco de disciplina deverá
ser cumprido em no mínimo 100 dias letivos, previstos no Calendário Escolar.
A matrícula será semestral e obedecerá a Deliberação Nº09/01–CEE.
O aluno terá garantia de continuidade de seus estudos quando concluir cada
um dos Blocos de Disciplinas.
A conclusão da série ocorrerá quando o aluno cumprir os dois Blocos de
Disciplinas ofertados em cada série. Quando a conclusão da série ocorrer no 1º
semestre do ano letivo, o aluno poderá realizar a matrícula na série seguinte no 2º
semestre do mesmo ano letivo.
A transferência de alunos oriundos de estabelecimentos de ensino com
organização anual para a de Blocos, seguirá as normas previstas na Deliberação
Nº09/2001 – CEE, sendo analisada também pela equipe pedagógica do
estabelecimento de ensino.
Na transferência de alunos de estabelecimentos organizados por Blocos para
a organização anual, o aluno aproveitará a carga horária e avaliações, cumprindo
normalmente todas as disciplinas da Matriz Curricular, seguindo a legislação vigente.
Nas transferências entre estabelecimentos de ensino com a mesma
organização por Blocos de Disciplinas Semestrais, o aluno cumprirá o Bloco de
Disciplina faltante na série.
Na organização do Ensino Médio por Disciplinas Semestrais o Sistema de
Avaliação respeita as normas vigentes no Sistema Estadual de Ensino no que diz
respeito aos resultados de avaliações expressos ao final de cada bloco, à apuração
de assiduidade, aos estudos de recuperação, ao aproveitamento de estudos e à
atuação do Conselho de Classe.
O aluno será aprovado quando apresentar frequência igual ou superior a 75%
(setenta e cinco por cento) do total de dias letivos e média igual ou superior a 6,0
(seis vírgula zero), resultante da média aritmética dos bimestres, nas respectivas
disciplinas como segue:
MF= 1º B + 2º B = 6,0
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O aluno será reprovado quando apresentar frequência inferior a 75% (setenta
e cinco por cento) sobre o total da carga horária do período letivo e média inferior a
6,0 (seis vírgula zero) e frequência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o
total da carga horária do período com qualquer média.
3-ASPECTOS POSITIVOS DA ORGANIZAÇÃO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS
SEMESTRAIS
• Menor número de disciplinas por bloco;
• Aulas concentradas;
• Maior contato do professor com o aluno;
• Avaliação diferenciada;
• Qualidade do planejamento das aulas;
• Flexibilização dos estudos (o aluno que reprova e/ou desiste, pode continuar
os estudos no semestre seguinte, não perde o ano todo).
4-LEGISLAÇÃO
Lei Federal nº 9394/96 que institui as Diretrizes e Bases da educação
Nacional;
Parecer nº15/98 do CNE/CEB, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio;
Deliberação nº 07/99-CEE, que trata das Normas Gerais para Avaliação do
Aproveitamento Escolar, Recuperação de Estudos e Promoção de alunos, do
sistema Estadual de Ensino, em Nível do Ensino Fundamental e Médio;
Deliberação nº 09/01-CEE, que dispões sobre matrícula de ingresso por
transferência e em regime de progressão parcial; aproveitamento de estudos; a
classificação; as adaptações; a revalidação e equivalência de estudos feitos no
exterior e regularização de vida escolar em estabelecimentos que ofertem ensino
fundamental e Médio nas suas diferentes modalidades;
Resolução nº 5590/2008-SEED;
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Instrução Conjunta nº 01/09 – SEED/SUED/DAE, institui o processo de
matrícula por transferência do Ensino Médio por blocos de Disciplinas Semestrais
para o Ensino Médio Anual e vice-versa;
Instrução nº 004/2009 – SUED/SEED, matéria que regimenta o Ensino Médio
Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais;
Instrução nº 011/2009, elaboração da Matriz curricular para os anos finais do
Ensino Fundamental e Ensino Médio com implantação simultânea, para o ano letivo
de 2010.
Instrução nº 021/2008 – SUED/SEED, estabelece procedimentos para a
organização por Blocos de Disciplinas Semestrais no Ensino Médio;
Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica para a Rede Pública do
Estado do Paraná.
MATRIZ CURRICULAR
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DISCIPLINAS
1-ARTE
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar [...] Dar lucro. Não enxergam que a arte [...] é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo de liberdade, além da necessidade.”
Paulo Leminski
Histórico da arte- a dimensão histórica destaca alguns marcos do desenvolvimento
da Arte.
No Período colonial a congregação católica, Companhia de Jesus,
desenvolveu para grupos de origem portuguesa, indígena e africana, uma tradição
religiosa cujos registros revelam o uso pedagógico da arte, por meio da retórica,
literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e artes manuais. Ensinava-se a
arte ibérica da Idade Média e renascentista, mas valorizava-se também, as
manifestações artísticas locais.
Esse contexto foi importante na constituição da matriz cultural brasileira e
manifesta-se na cultura popular paranaense, na música caipira em sua forma de
cantar e tocar a viola; no folclore, com as Cavalhadas, a Folia de Reis e a Congada.
Nos séculos XVI ao XVIII a Europa passou por transformações de diversas
ordens que se iniciaram com o Renascimento e culminaram com o Iluminismo e
nesse contexto, o governo português do Marquês de Pombal expulsou os jesuítas
do território do Brasil e estabeleceu uma reforma na educação e em outras
instituições da Colônia. A chamada Reforma Pombalina fundamenta-se nos padrões
da Universidade de Coimbra, que enfatiza o ensino das ciências naturais e dos
estudos literários. Dessa reforma, na prática não se registrou efetivas mudanças.
Nos colégios jesuítas passaram a funcionar colégios-seminários dirigidos por outras
congregações religiosas. Entre esses colégios-seminários, destacaram-se o de
Olinda e o Franciscano do Rio de Janeiro, no início do século XIX, incluíram em
seus currículos estudos do desenho associado à matemática e da harmonia na
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música como forma de priorizar a razão na educação e na arte, o que estava de
acordo com os princípios do Iluminismo.
Em 1808, com a vinda da família real portuguesa ao Brasil, destacou-se um
grupo de artistas franceses encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes,
na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos.
A Missão Francesa, cuja concepção de arte vincula-se ao estilo neoclássico,
fundamentado no culto à beleza clássica, propunha exercícios de cópia e
reprodução da obras consagradas, pensamento pedagógico tradicional de arte.
Esse padrão estético entrou em conflito com a arte colonial e suas características,
como o Barroco presente na arquitetura, escultura, talhe e pintura das obras de
Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho); na música de Padre José Mauricio e nas
obras de outros artistas, em sua maioria mestiços de origem humilde.
Importância da arte- Uma das formas de conceber a arte é vê-la como forma de
expressão do pensamento, de manifestação de pontos de vista, de valores e de
tradições do sujeito, que a partir da necessidade de explicar, expor e manifestar
suas ideias, dela se vale para fazê-lo.
A real importância e particularidade do conhecimento em arte estão no fato de
que, as produções artísticas, um conjunto de ideias é elaborado de maneira sensível
imaginativo, estético e crítico por seus produtores ou artistas (alunos). Através de
práticas sensíveis de produção, apreciações artísticas e reflexões, críticas sobre as
mesmas nas aulas de arte, os alunos podem desenvolver saberes que os levem a
compreender e envolver-se com decisões estéticas, apropriando-se nessa área, de
saberes culturais e contextualizados referentes ao conhecer e comunicar arte e suas
manifestações.
É importante que os alunos compreendam o sentido do fazer artístico,
entendam que suas experiências de desenhar, pintar, cantar, dançar, filmar ou
dramatizar, não são atividades que visam a distraí-los da “seriedade” das outras
áreas. Sabemos que, ao fazer e conhecer arte, o aluno percorre trajetos de
aprendizagem que propiciam conhecimentos específicos sobre sua relação com o
mundo. Além disso, desenvolvem potencialidades como: observação, percepção,
imaginação e sensibilidade, que podem contribuir para a consciência do seu lugar no
mundo e para a compreensão de conteúdos das outras áreas do currículo.
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B-OBJETIVOS GERAIS
Possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas de música, teatro,
dança e arte visuais para que possam familiarizar-se com as diversas formas de
produção da arte.
Considerar a origem cultural e o grupo social dos alunos, trabalhando
em sala de aula os conhecimentos produzidos na comunidade e as manifestações
artísticas que produzem significado de vida, na produção e fruição destes alunos.
Propiciar momentos de prática artística onde os alunos possam
exercitar a imaginação e a criação.
Articular a disciplina de arte com os diversos campos do conhecimento
estabelecendo uma unidade com as demais disciplinas escolares, a fim de tornar o
trabalho mais efetivo na formação e desenvolvimento dos alunos.
Estabelecer as relações entre os elementos da composição plástica,
música e a realidade visual.
Analisar as simetrias, audiovisuais e as possibilidades estéticas
aprofundando a compreensão e o conhecimento e os princípios estéticos.
Valorizar a presença de elementos e rituais das culturas de matriz
africana e indígena nas manifestações populares brasileiras.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
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C-CONTEÚDOS
SÉRIE: 1ª ÁREA: MÚSICACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Musica brasileira:
erudito, popular,
folclórico.
Técnicas:vocal,
instrumental,
eletrônica,
informática e mista
Improvisação
Pré-história
Egípcia
Grega
Romana
Indígena
Histórico, instrumentos
musicais: sopro e
percussão
Histórico, instrumentos
musicais: corda, sopro e
percussão (lira,
monocórdio, harpa, flautas)
Histórico, instrumentos
musicais: corda, sopro e
percussão. Materiais
Histórico, instrumentos
musicais: corda, sopro e
percussão.
Histórico, instrumentos
musicais: corda, sopro e
percussão.
SÉRIE: 1ª ÁREA: ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Ponto
Linha
Superfície
Bidimensional
Figurativo
Contrastes
Pré-história
Arte Egípcia
Histórico, pintura rupestre,
esculturas, arquitetura
mortuária, cabanas e
palafitas e cerâmicas.
Histórico, pintura,
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Textura
Volume
Luz
Cor
Estilização
Simetria
Figuras e fundo
Arte Grega
Arte Romana
Arte Indígena
máscaras, hieróglifos,
esfinge, pirâmides,
esculturas, processo de
mumificação.
Histórico, pintura cerâmica,
vasos, escribas: letras
pictográficas, arquitetura:
colunas: dórica, coríntia e
jônica, e esculturas
Histórico, arquitetura:
Templos, Panteon, Coliseu,
estádios, circo, mausoléus,
termas, aquedutos, Arcos
do Triunfo
Histórico, diferentes tribos,
pintura corporal, arte
plumária, arte na madeira
(mascaras), arte na pedra
( machado, lanças, facas),
cerâmica (vasos, potes,
bonecas, cuias, panelas,
jarros, vasos zoomórficos),
trançados (redes, esteiras,
tangas),
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SÉRIE: 1ª ÁREA: TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Jogos teatrais,
teatro direto e
indireto, mímica,
Teatro-Fórum
Encenação.
Gêneros:
Tragédia,
Comédia
Figurino
Teatro grego
Teatro romano
Egípcio
Indígena
Histórico, Estudos dos
elementos teatrais, espaço
cênico, função social,
personagens.
Explicitação e mostra de
filmes: Sansão e Dalila, O
Gladiador e Paixão de
Cristo
Histórico, roupas
Representação sacra e vida
dos santos.
SÉRIE: 1ª ÁREA: DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Ponto de Apoio
Formação
Deslocamento
Coreografia
Improvisação
Gênero Circular e
cultural
Grega
Egípcia
Romana
Indígena
Histórico, elementos da
dança, tipos de danças,
estudo do movimento
corporal e ritmo.
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SÉRIE: 2ª ÁREA: MÚSICACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Altura
Duração
Tempo
Intensidade
Densidade
Qualidade
sonoras
Melodia
Harmonia
Ritmo
Gêneros
Barroca
Neoclássica
Impressionista
Expressionista
Popular
brasileira
Conjuntos
vocais
Instrumentos musicais
(violino, piano, violas de
roda), músicos, ópera,
concertos musicais
Instrumentos musicais,
musica instrumental,
sinfonia, sonatas,
instrumentos de metais
(sacabuxa, saxofone, oboé)
Histórico e compositores
Samba, frevo, baião, bossa
nova, festivais, chorinho,
modinha.
Duos, trios, quartetos,
quinteto, coral, orfeão,
madrigal.
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SÉRIE: 2ª ÁREA: ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Equilíbrio
Ritmo
Proporção
Movimento
Unidade
Qualidades
plásticas
Figurativa
Abstrata
Desenhos
sonoros
(onomatopeia)
Arte Barroca
Rococó
Neoclássico
Impressionismo
Expressionismo
Abstracionismo
Surrealismo
Semana de
Arte Moderna
no Brasil
Histórico, arquitetura,
pintura, escultura, pintores,
escultores e arquitetos
Pintura, escultura, pintores
e escultores,
características (cores,
formas, leitura)
Histórico, pintura, bienal,
artistas.
SÉRIE: 2ª ÁREA: TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Personagem
Expressão
corporal
Espaço
cênico
Gêneros
Técnicas
Enredo
Jogo dramático
Mímica
Dramatização
Teatro pobre
Teatro
oprimido
Teatro
Elizabetano
Teatro jornal
Espaço: galpão, quadra, ar
livre, rua, tablado.
Augusto Boal, contato com
o público, temas sociais.
Shakespeare, Filme:
Romeu e Julieta, Otelo, A
Megera Domada.
Notícias de jornal para
encenação. Grupo teatro
de Arena.
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Teatro
invisível
Teatro
julgamento
Teatro de
revista
Teatro musical
Característica, pegadinhas.
História e improvisação.
Diálogos satíricos, cenas
cômicas, canções,
alegorias apoteóticas.
Críticas sociais,
pantomima.
SÉRIE: 2ª ÁREA: DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Corpo
Espaço
Tempo
Gêneros
Técnicas
Coreografias
Sonoplastia
Cenografia
Dança barroca
Dança
neoclássica
Dança
moderna
Paranaense
Brasileira
Indígena
Maxixe, capoeira, lundu,
polca, mazurca, minueto.
Rap, hip hop, pagode, axé,
pop rock, pop music, jazz,
funk, reggae,
Fandango, cuá fubá,
quadrilhas.
Tango, bolero, rancheira.
Cateretê, caiapó,
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SÉRIE: 3ª ÁREA: MÚSICACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Formação dos
conjuntos
instrumentais.
Orquestra e
bandas.
Musica
contemporânea
Musica afro-
brasileira
Orquestras: sinfônica,
filarmônica, câmara, salão,
típica e jazz.
Bandas: sinfônica,
corneteiro, concerto,
fanfarra, etc
Orquestras: marimbas,
tambores, violão, viola,
acordeon, flauta.
SÉRIE: 3ª ÁREA: ARTES VISUAISCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Linhas
Ponto
Superfície
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Bidimensional
Tridimensional
Figura/fundo
Cinema
Fotografia
Jornal
Histórico, sétima arte,
câmeras, cinema mudo,
gêneros, resenha.
Histórico, câmeras.
Cartazes, história em
quadrinhos, charge,
humorismo, classificados,
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Propaganda
Televisão
Dadaísmo
Futurismo
Fauvismo
Op art
Pop art
Arte
contemporânea
do Paraná.
modas, policial.
Slogan, imagem visual,
textos, símbolos gráficos,
jornais revistas, internet,
marketing, logotipos,
outdoor, cartaz.
Histórico, sons, novelas,
filmes, propagandas,
videotape.
Histórico, artistas, pintura,
escultura, sátiras,
caricaturas.
Histórico, artistas: Zaco
Paraná, Poty Lazzarotto,
Guido Viaro, Alfred
Andersen, Erbo Stenzel e
os monumentos.
Paranismo.
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SÉRIE: 3ª ÁREA: TEATROCONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Ação
Expressão
corporal,
vocal,
gestual e
facial
Técnica/participaç
ão direta do
espectador na
ação dramática.
Teatro
contemporâneo
Teatro de
imagens
Teatro
simultâneo
Teatro debate
Jogos dramáticos, mímica,
improvisação.
Espectador escreve junto
com os atores que
representam
Os espectadores intervém
na ação
SÉRIE: 3ª ÁREA: DANÇACONTEÚDOS ESTRUTURANTES/BÁSICOSELEMENTOS
FORMAIS
COMPOSIÇÃO MOVIMENTOS
PERÍODOS
ESPECÍFICOS
Corpo
Espaço
Tempo
Sonoplastia
Coreografia
Gêneros
Técnicas
Dança
Contemporâne
a
Paranaense
Brasileira
Histórico, dança de salão,
rua, indústria cultural.
Fandango (histórico,
vestimentas)
Samba e carnaval
(histórico, vestuário,
alegorias
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D-METODOLOGIA
No Ensino Médio, em Artes Visuais,Teatro, Música e Dança, propõe-se o
aprofundamento dos conteúdos trabalhados no Ensino Fundamental e de outros
conteúdos (cultura afro-brasileira, africana , indígena, história do Paraná, questão
ambiental, violência, drogas, educação fiscal, entre outros) de acordo com a
experiência escolar e cultural dos alunos.
Abordar a teoria em todas as áreas propostas: visuais, teatro, música e
dança, levando os alunos a perceberem os modos de fazer os trabalhos com artes
visuais nas diferentes culturas e mídias; os modos de fazer teatro e sua função
social; a maneira de fazer dança, através de diferentes espaços onde é elaborada e
executada e percepção da paisagem sonora como constitutiva da música
contemporânea (popular e erudita), dos modos de fazer música e sua função social.
Produzir trabalhos nas áreas propostas considerando os modos de
organização e composição, com enfoque nas diversas culturas (Artes Visuais),
como fator de transformação social (Teatro), utilizando equipamentos e recursos
tecnológicos (Dança), enfocando na música de diversas culturas (Música).
Nas aulas de Arte é preciso que haja a unidade dos conteúdos estruturantes
por isso o encaminhamento metodológico deverá se orgânico, onde o
conhecimento, as práticas e a fruição artística estejam presentes em todos os
momentos da prática pedagógica.
1º) Teorizar: fundamenta e possibilita ao aluno perceber e apropriar-se da
obra artística, bem como, desenvolver um trabalho artístico para formar conceitos
artísticos;
2º) Sentir e perceber: refere-se às formas de apreciação, fruição, leitura e
acesso à obra de arte;
3º) Trabalho artístico: é a parte criativa, o exercício com os elementos que
compõem uma obra de arte.
Em todas as áreas da disciplina de Arte o enfoque nos trabalhos com os alunos,
compreenderá:
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a manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos já
executam, para que sistematizem com mais conhecimentos suas próprias
produções;
para a produção e exposição de trabalhos artísticos, levar em
consideração a formação do professor e os recursos existentes na escola.
E- AVALIAÇÃO
A concepção de avaliação proposta para a disciplina de Arte é diagnóstica e
processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para planejar as aulas e
avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da prática
pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de avaliação de
aprendizagem, do ensino, desenvolvimento das aulas, bem como a autoavaliação
dos alunos.
O método de avaliação proposto, inclui observação e registro do processo de
aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na apropriação do
conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os
problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões
em grupo. O aluno também deve elaborar suas atividades de forma sistematizadas
e as propostas devem ser feitas em sala com oportunidades para o aluno
representar, refletir e discutir sua produção e a dos colegas
O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos
já conhecem e de suas respectivas habilidades, como: tocar um instrumento
musical, dançar, desenhar, ou representar.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação tais como:
F- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ.Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação
Básica/Arte. Curitiba-PR, 2008.
KOSIK, Karel. Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
20
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Arte. Curitiba: SEED-PR, 2006.
BOAL, A. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2005.
BOAL, A. Jogos para atores e não atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1998.
GRAÇA; PROENÇA. História da arte. São Paulo: Ática, 1990.
GRAÇA; PROENÇA. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 1990.
MEDEIROS, C. F. Arte é alegria: folclore. V. I, II, III e IV. São Paulo: Ed. do Brasil
S/A.
CORREA, S. R. S. Ouvinte consciente. 7ª Ed. São Paulo: Ed. do Brasil S/A, 1975.
MENEZES, C. R. Iniciação Musical. São Paulo: IBEP.
COTRIM, G. V. Educação Musical. São Paulo: Saraiva, 1975-76.
ANDRADE. M. Pequena História da Música. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.
TINHORÃO, J. R. Pequena História da Música Popular. Petrópolis: Vozes, 1978.
GOMBRICH, H. A história da arte. Porto Alegre: Artmed, 2003.
BARBOSA, A. M. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo:
Cortez, 2003.
21
OSTROWER, F. Sensibilidade do Intelecto. Rio de Janeiro: Ed. Campus/Elsevier,
1998.
AMARAL, A.A. Arte para quê? 3ª Ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
lFISCHER, E. A Necessidade da Arte. 9ª Ed. Guanabara Koogan, 2002.
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2- BIOLOGIA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“Os conhecimentos biológicos devem ser entendidos como produto histórico e tratados como indispensáveis à compreensão da prática social, pois revelam a realidade concreta de forma crítica e explicitam as possibilidades de atuação dos sujeitos no processo de transformação da realidade”(LIBÂNEO,1984).
Nas novas conquistas cientificas é que percebemos a evolução das atividades
humanas. Em todas as áreas do conhecimento as conquistas aparecem, renovando
o pensamento e as atitudes.
Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados
sobre o fenômeno vida, numa tentativa de explicá-la e, ao mesmo tempo,
compreendê-lo.
A necessidade de garantir a sobrevivência, levou o ser humano a formar
diferentes conceitos sobre a vida e isso fez com que se preocupasse com a
descrição dos seres vivos e dos fenômenos naturais.
No entanto, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia no
Ensino Médio não resultam da apreensão contemplativa da natureza em si, mas dos
modelos teóricos elaborados pelo ser humano – seus paradigmas teóricos – que
evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais.
Para compreender os pensamentos que contribuíram na construção das
diferentes concepções sobre o fenômeno VIDA e suas implicações no ensino,
procedeu-se a busca, na história da ciência, nos contextos históricos nos quais as
influências religiosas, econômicas, políticas e sociais impulsionaram essa
construção. Para a Biologia, esta construção ocorre em movimentos não-lineares,
com momentos de crises, de mudanças de paradigmas e de busca constante por
explicações sobre o fenômeno VIDA.
Organizar os conhecimentos biológicos construídos ao longo da história da
humanidade e adequá-lo ao sistema de ensino requer compreensão dos contextos
em que a disciplina de Biologia é contemplada nos currículos escolares.
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Entendida como busca da verdade, com base no pensamento mecanicista, a
ciência, no ensino, tinha reforçada a sua tradição descritiva, cuja metodologia estava
centrada em aulas expositivas, com adoção de livros didáticos importados da França
que traziam informações atualizadas relativas à área. Era adotado o método
experimental como instrumento de reforço à teoria científica.
Com a criação dos cursos superiores de ciências naturais, os currículos
escolares ampliaram a abordagem dos conhecimentos biológicos, considerando
também os fatores sociais e econômicos. Em termos metodológicos, entretanto,
manteve-se a ênfase no conteúdo, num ensino por natureza descritivo, livresco,
teórico e memorístico.
A tendência da abordagem pedagógica em ciências era tratar os conteúdos
considerando os vários grupos de organismos separadamente, e as suas relações
filogenéticas (KRASILCHIK, 2004, P. 14). As aulas práticas tinham como meta tão
somente ilustrar as aulas teóricas. Destaca-se, nesse período, a incorporação
curricular de conteúdos decorrentes da produção científica após a Segunda Guerra
Mundial.
No Ensino Médio, os conhecimentos apresentados pela disciplina de Biologia,
não representam o resultado de apreensão contemplativa da natureza em si, mas os
modelos teóricos elaborados pelo homem (paradigmas teóricos), que representam o
esforço para entender, utilizar e manipular os recursos naturais. A construção do
pensamento biológico ocorre a partir de movimentos-não lineares, com momentos
de crise, de revoluções, de mudanças de paradigmas, de questionamentos
conflitantes, de busca constante sobre o fenômeno VIDA.
Atualmente, a abordagem pedagógica para o ensino de Biologia a partir os
fundamentos teóricos analisados deverá ser crítica, em consonância com as práticas
sociais, por meio de conteúdos que proporcionem o entendimento do objeto de
estudo – o fenômeno VIDA – em toda sua complexidade de relações: organização
dos seres vivos; funcionamento dos mecanismos biológicos; estudo da
biodiversidade no âmbito dos processos biológicos.
24
B-OBJETIVOS
Reconhecer a importância histórica e filosófica da Ciência em
conformidade com o atual contexto sócio-econômico e político, compreendendo a
concepção de ciência enquanto construção humana.
Possibilitar através da construção histórica dos conhecimentos
biológicos o acesso a cultura científica, socialmente valorizada, tendo por finalidade
a formação do sujeito crítico e reflexivo.
Elaborar o conhecimento por meio da pesquisa, da observação, da
experimentação e da descoberta.
Considerar a observação como um procedimento de investigação que
consiste na atenção sistemática de um fato natural, de mecanismos biológicos e de
processos que ocorrem no âmbito da biodiversidade.
Utilizar o método experimental, para demonstração como recurso de
ensino e não para refazer o processo experimental em busca de resultados
perfeitos, utilizando tecnologia sofisticada, realizando experimentos que causem
dano a fauna e a flora nativa e ao ser humano.
Tornar a aula experimental um espaço de organização, discussão e
reflexão, a partir de modelos que reproduzem o real.
Analisar as contribuições dos povos africanos e indígenas e seus
descendentes para os avanços da Ciência e da Tecnologia.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
25
C-CONTEÚDOS: 1ª SÉRIE
ESTRUTURANTES BÁSICOS ESPECÍFICOS
Organização dos Seres
Vivos
Mecanismos Biológicos
Biologia: conceito,
divisões, níveis de
organização.
Origem da Vida.
Célula eucariótica.
Multicelulares.
Citologia: bioquímica ,
morfologia e fisiologia
celular, divisão celular,
metabolismo celular.
Histologia animal.
Biologia no dia-a- dia e
integração com a
natureza;
Subdivisões da biologia;
Níveis de organização;
Abiogênese e
biogênese;
Terra primitiva – História
do Paraná- (evolução
geológica e biológica dos
Campos Gerais).
Coacervados;
Procariontes
Eucariontes
Química celular:
componentes
inorgânicos e orgânicos,
ácidos nucléicos;
Estruturas celulares:
membrana, citoplasma
(organelas) e núcleo;
26
Biodiversidade
Descoberta da Célula.
Microscópio.
Fotossíntese e
respiração celular;
Mitose e meiose;
Características e
funções do tecido
epitelial- pigmentação de
pele – (cultura afro-
brasileira), conjuntivo,
muscular e nervoso
Prevenção ao uso de
drogas
Prejuízos ao organismo
Evolução no estudo da
célula: microscópios.
27
Manipulação Genética
Embriologia animal.
Questões de
Atualidades
* Clonagem,
transgênicos, células
tronco, biotecnologia,
engenharia.
*Reprodução:
tipos,gametogênese.
Tipos de óvulos,
clivagem, fases do
desenvolvimento animal.
Desiquilibrios
ambientais: infkuência
dos desiquilíbrios no
organismo humano
Tipos de reprodução,
sistema reprodutor
feminino e masculino,
ciclo menstrual,
Métodos contraceptivos,
doenças sexualmente
transmissíveis.
Gravidez na
adolescência:
sexualidade,
desenvolvimento do
corpo, riscos, influência
na vida social do
28
Desenvolvimento
embrionário humano.
adolescente.
Desenvolvimento
embrionário humano,
parto normal, cesariana.
29
2ª SÉRIE
ESTRUTURANTES BÁSICOS ESPECÍFICOS
Organização dos Seres
Vivos
Classificação dos seres
vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos,
anatomia e fisiologia
humana
Regras de nomenclatura
científica
Diversidade biológica
Nutrição, circulação,
respiração, excreção,
movimento e suporte do
corpo humano, sistema
30
Mecanismos Biológicos
Biodiversidade
Características dos
seres vivos, vírus,
cultura afro-brasileira e
africana
Reino monera
Reino protista
Reino Fungi
Reino Vegetal
nervoso e endócrino.
Estrutura viral, ciclo
reprodutivo e doenças
humanas (AIDS, deng,
varíola, hepatite, DST,
febre amarela, gripes...);
Seres procariontes:
bactérias (características
gerais, reprodução,
classificação,
importância e doenças
(meningite, pneumonia,
tétano, tuberculose,
resfriado...)
Protistas: protozoários e
algas (características,
grupos, reprodução,
importância)
Fungos: organização
corporal, nutrição,
grupos, reprodução,
importância ecológica e
econômica.
Plantas: importância,
características, grupos,
31
Manipulação Genética
Reino Animal
Biotecnologia
reprodução, morfologia e
fisiologia.
Animais: características
gerais, tendências
evolutivas, parentesco
evolutivo, grupos
(características,
exemplos, filos de
invertebrados e
vertebrados: morfologia
e fisiologia, reprodução).
Bioética, clonagem e
transgênicos.
3ª SÉRIE
ESTRUTURANTES BÁSICOS ESPECÍFICOSOrganização dos Seres
Vivos
Evolução biológica Idéias evolucionistas:
Lamarck, Darwin
Evidências da evolução,
teoria moderna da
evolução, origem das
espécies, evolução
humana.
32
Mecanismos Biológicos
Biodiversidade
Cromossomos
Gens
DNA
Genética: conceitos,
Leis de Mendel, herança
quantitativa (cultura-
afro)
Herança ligada ao sexo
Anomalias.
Ecologia: ecossistema,
cadeia e teia alimentar,
níveis tróficos, ciclos da
matéria, relações
ecológicas, biomas,
questões ambientais.
Natureza química dos
gens.
Lei da segregação
genética, trabalhos de
Mendel, conceitos em
genética, codominância,
genes letais, alelos
múltiplos, herança dos
grupos sanguíneos,
noções de probabilidade,
segunda Lei de Mendel,
interação gênica,
epistasia, herança
quantitativa e
mapeamento genético.
Fundamentos da
ecologia: conceitos.
Energia e matéria nos
ecos sistemas, níveis
tróficos, ciclos
biogeoquímicos.
Dinâmica das
populações, densidade e
crescimento
populacional.
Relações ecológicas
33
Manipulação Genética
Aplicações do
conhecimento genético:
melhoramento,
aconselhamento,
transgênico e clonagem.
entre os seres vivos:
intraespecífica e
interespecífica.
Sucessão ecológica e
biomas, ecossistemas
aquáticos.
Impacto da espécie
humana no ambiente,
poluição.
Agenda 21 do
Paraná/Escolar.
Melhoramento genético:
bioética, biotecnologia,
genética molecular e
genoma humano.
D-METODOLOGIA
A abordagem dos conteúdos de Biologia se efetivará tendo por base o
seguinte processo pedagógico:
prática social: é o ponto de partida, cujo objetivo é perceber e denotar,
dar significação às concepções alternativas do aluno a partir de uma visão
sincrética, desorganizada, de senso comum a respeito do conteúdo a ser
trabalhado;
problematização: é o momento para detectar e apontar as questões a
serem resolvidas na prática social e, por conseqüência, estabelecer que
conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências
sociais de aplicação desse conhecimento;
instrumentalização: consiste em apresentar os conteúdos
sistematizados para que os alunos assimilem e os transformem em instrumento de
construção pessoal e profissional. Os alunos devem se apropriar das ferramentas
34
culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que
vivem;
catarse: fase de aproximação entre o conhecimento adquirido pelo
aluno e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais,
transformados em elementos ativos de transformação social, o aluno passa a
entender e elaborar novas estruturas de conhecimento, ou seja, passa da ação para
a conscientização;
retorno à prática social: caracteriza-se pela apropriação do saber
concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem
a construção de uma sociedade mais igualitária. A visão sincrética apresentada pelo
aluno no início do processo passa de um estágio de menor compreensão do
conhecimento científico a uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada
numa visão sintética.
Em relação à história e cultura afro-brasileira e africana, bem como a cultura
indígena, a abordagem pedagógica, será desenvolvida por meio de análises
envolvendo a constituição genética da população brasileira, de forma
contextualizada.
A educação ambiental não será desenvolvida de forma isolada, será
integrada, contínua e permanente através do desenvolvimento dos conteúdos
específicos.
E-AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como um processo contínuo, cumulativo, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Configura-se em um
conjunto de ações pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, com a
finalidade de observar os avanços e dificuldades e encontrar soluções para a
tomada de decisões e intervir no processo pedagógico com vistas à aprendizagem
com sucesso dos alunos.
As estratégias de ensino: aula dialogada, leitura, escrita, atividade
experimental, estudo do meio, jogos didáticos, pesquisas.
Os recursos pedagógicos: DVD, TV Multimídia, Aparelho Multimídia,
Retroprojetor, Laboratório de ciências e informática, Biblioteca, Livro Didático,
35
Revistas e Jornais.
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Biologia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica/Biologia. Curitiba-PR, 2008.
AMABIS, J. M. Biologia. Vol 1, 2 e 3. São Paulo: Moderna, 2004.
CARVALHO, W. Biologia em foco.Vol único: São Paulo, 2005.
LOPES, S. Biologia. Vol único. São Paulo: Moderna, 2005.
SILVA, C. Biologial. Vol 1, 2, e 3. São Paulo: Saraiva, 2006.
LAURENCE, J. Biologia. Volume único. São Paulo, 2007.
LINHARES, S.l. Biologia. Vol único.São Paulo: Ática, 2008.
www.mundo sites .net/ biologia /
www.so biologia .com.br/
www. biomania .com.br/
Revista Ciência Hoje.
Revista SuperInteressante.
Revista Mundo Estranh
36
3-EDUCAÇÃO FÍSICA
A-APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“A escola é um espaço onde o a Educação Física deve garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo”.
A- APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A disciplina de educação física, como parte integrante do processo
educacional, tem o compromisso de estar articulada com o projeto político
pedagógico da escola e comprometida com uma transformação social que
ultrapasse os limites da mesma.
Partindo do pressuposto de que o nosso corpo é ao mesmo tempo, modo e
meio de integração do indivíduo na realidade do mundo, ele é necessariamente
carregado de significado.
Sempre soubemos que as posturas, as atitudes, os gestos, sobretudo o olhar,
exprimem melhor do que as palavras, as tendências e pulsões, bem como as
emoções e os sentimentos da pessoa que vive numa determinada situação, num
determinado contexto.
A Educação Física enquanto ciência tem no corpo em movimento as suas
diferentes formas de manifestações. Entendemos que o movimento humano é a
expressão objetivada da consciência corporal, formada pelo conjunto das relações
que compõem uma determinada sociedade e dos saberes sistematizados pela
classe dominante sobre esta consciência corporal.
Portanto, é necessário como ponto de partida a concepção do corpo que a
sociedade tem produzido historicamente, levando os seus alunos a se situarem na
contemporaneidade, dialogando com o passado e visando o conhecimento de seu
corpo (consciência corporal). Deverá ser considerado o tipo de sociedade onde este
saber foi produzido, proporcionando-lhes condições de análise e reflexão para
37
reelaboração do seu saber e consequentemente reelaboração da consciência e
cultura corporal.
A Educação Física, tem como objeto de estudo e de ensino, a cultura
corporal, que nesta perspectiva, de acordo com Paraná (2008, p. 17) “[...]
representa as formas culturais do movimentar-se humano historicamente produzidas
pela humanidade [...]” apontando a ginástica, esporte a dança, a luta, os jogos,
brinquedos e brincadeiras como conteúdos estruturantes, que devem ser abordados
com os alunos de forma contextualizada na sua dimensão histórica, cultural e social.
No Ensino Médio, caracterizam-se dois grupos de alunos: os que vão
identificar-se com o esforço metódico e intenso da prática esportiva formal, e os que
vão perceber na Educação Física sentidos vinculados ao lazer e bem-estar.
Portanto, a Educação Física no Ensino Médio deve propiciar o atendimento desses
novos interesses, e não reproduzir simplesmente o modelo anterior, ou seja, repetir,
às vezes apenas de modo um pouco mais aprofundado, os conteúdos do programa
de Educação Física dos últimos quatro anos do Ensino Fundamental. No Ensino
Médio, a Educação Física deve apresentar características próprias e inovadoras,
que considerem a nova fase cognitiva e afetivo social atingida pelos adolescentes.
Tal dever não implica em perder de vista a finalidade de integrar o aluno na cultura
corporal de movimento. Pelo contrário, no Ensino Médio pode-se proporcionar ao
aluno o usufruto dessa cultura, por meio das práticas que ele identifique como
significativas para si próprio. Por outro lado, o desenvolvimento do pensamento
lógico e abstrato, a capacidade de análise e de crítica já presentes nessa faixa etária
permitem uma abordagem mais complexa de aspectos teóricos (aspectos
socioculturais e biológicos), requisito indispensável para a formação do cidadão
capaz de usufruir, de maneira plena e autônoma, a cultura corporal de movimento. A
aquisição de tal conjunto de conhecimentos deverá ocorrer na vivência de atividades
corporais com objetivos vinculados ao lazer, saúde/bem-estar e competição
esportiva.
B- OBJETIVOS GERAIS
• Integrar a Educação Física no processo pedagógico como elemento
fundamental para o processo de formação humana do aluno,
38
• Propiciar através dos conteúdos da Educação Física, o maior número
de informações, experiências corporais, a fim de auxiliar o aluno a expressar-se
criticamente através das diferentes culturas corporais de movimento.
• Superar o caráter da Educação Física, como mera atividade de prática
pela prática, incorporando as noções básicas relacionadas à disciplina; sua
importância, seus conteúdos, cuidados na prática da atividade física, mudanças
fisiológicas que ocorrem em nosso organismo, benefícios desta prática.
• Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas
e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e
de desempenho de si próprio e dos outros, sem discriminar por características
pessoais, físicas, sociais ou sexuais.
• Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito
mútuo, dignidade e solidariedade nas práticas da cultura corporal de movimento.
• Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando
hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os
com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva.
• Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos,
regulando e dosando o esforço em um nível compatível com as possibilidades,
considerando que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento das atividades corporais,
decorrem de perseverança e regularidade e que devem ocorrer de modo saudável e
equilibrado.
• Aprofundar as noções conceituais de esforço, intensidade e freqüência
por meio do planejamento e sistematização de suas práticas corporais.
• Organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como recurso
para usufruto do tempo disponível, bem como ter a capacidade de alterar ou
interferir nas regras convencionais, com o intuito de torná-las mais adequadas ao
momento do grupo, favorecendo a inclusão dos praticantes.
• Analisar as várias manifestações da cultura afro-brasileira, africana e
indígena através das práticas corporais, danças, brinquedos, brincadeiras e jogos,
em diferentes momentos históricos.
39
• Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
• Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
C- CONTEÚDOS
A Disciplina de Educação Física como disciplina, tem como conteúdos
estruturantes apontados pelas Diretrizes Curriculares o Esporte, Ginástica, Lutas,
Dança, Jogos e Brincadeiras, os quais são definidos nestas diretrizes como
conteúdos de grande amplitude, conceitos ou práticas que identificam e organizam
os campos de estudos de uma disciplina escolar, considerados fundamentais para
compreender seu objeto de estudo/ ensino. Constituem-se historicamente e são
legitimados nas relações sociais. (PARANÁ, 2008)
Os conteúdos sugeridos para serem trabalhado nas aulas de educação física
apontados pelas Diretrizes Curriculares, serão abaixo descritos, sendo trabalhados
na escola de acordo com as possibilidades e necessidades da comunidade escolar.
ESPORTE
Conforme as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008), o esporte é
entendido como uma atividade teórico prática e um fenômeno social que, em suas
várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para
o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações
sociais.
O ensino do esporte deve propiciar ao aluno uma leitura de sua complexidade
social, histórica e política. Busca-se um entendimento crítico das manifestações
esportivas, as quais devem ser tratadas de forma ampla, isto é, desde sua condição
40
técnica, tática, seus elementos básicos, até o sentido da competição esportiva, a
expressão social e histórica e seu significado cultural como fenômeno de massa.
As modalidades esportivas que serão abordadas no Ensino Médio, no
decorrer do ano letivo serão:
4) BASQUETEBOL
5) VOLEIBOL
6) HANDEBOL
7) FUTSAL
8) ATLETISMO
Nas modalidades citadas acima, serão retomados os fundamentos básicos já
vivenciados nas séries anteriores, jogo propriamente dito, noções básicas de regras
e de arbitragem, organização dos jogos.
Cada conteúdo será desenvolvido de acordo com as condições físicas que a
escola oferece.
JOGOS E BRINCADEIRAS
De acordo com as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) os
jogos e brincadeiras, como Conteúdo Estruturante da disciplina de Educação Física,
compõem um conjunto de possibilidades que ampliam a percepção e a interpretação
da realidade, além de intensificarem a curiosidade, o interesse e a intervenção dos
alunos envolvidos nas diferentes atividades.
Atividades Recreativas
Jogos direcionados às diferentes modalidades (pré- desportivos)
Jogos Cooperativos
Gincanas
41
GINÁSTICA
Entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as
possibilidades de seu corpo. O objeto de ensino desse conteúdo deve ser as
diferentes formas de representação das ginásticas.
Espera-se que os alunos tenham subsídios para questionar os padrões
estéticos, a busca exacerbada pelo culto ao corpo e aos exercícios físicos, bem
como os modismos que atualmente se fazem presentes nas diversas práticas
corporais, inclusive na ginástica.
Serão abordados
Noções básicas
Cuidados ao executar os diversos movimentos,
Benefícios fisiológicos adquiridos através da prática
Introduzir nas aulas, atividades de academia, aulas de alongamento,
relaxamento
Caminhada
DANÇA
A o trabalhar com a dança no espaço escolar, deve tratá-la de maneira
especial, considerando-a conteúdo responsável por apresentar as possibilidades de
superação do limites e das diferenças corporais.
A dança é a manifestação da cultura corporal responsável por tratar o corpo e
suas expressões artísticas, estéticas, sensuais, criativas e técnicas que se
concretizam em diferentes práticas, como nas danças típicas (nacionais e
regionais), danças folclóricas, danças de rua, danças circulares em diferentes ritmos,
entre outras.
Em situações que houver oportunidade de teorizar acerca da dança, o
professor poderá aprofundar com os alunos uma consciência crítica e reflexiva sobre
seus significados, criando situações em que a representação simbólica, peculiar a
cada modalidade de dança, seja contemplada.
42
A dança pode se constituir numa rica experiência corporal, a qual possibilita
compreender o contexto em que estamos inseridos. É a partir das experiências
vividas na escola que temos a oportunidade de questionar e intervir, podendo
superar os modelos pré-estabelecidos, ampliando a sensibilidade no modo de
perceber o mundo.
Alguns assuntos podem ser discutidos com os alunos, como o uso
exacerbado da técnica, mostrando que a dança pode ser realizada por qualquer
pessoa independentemente dos seus limites. A dança é uma forma de libertação do
ser e promove a expressão de movimentos.
Os alunos vivenciarão neste conteúdo:
• Construção do movimento expressivo e rítmico;
• Equilíbrio;
• Ritmo - individual e em grupo;
• Noção de espaço/tempo
• Limites corporais;
• Danças populares, folclóricas
• Danças circulares com ritmos variados (indígena, afro entre outros).
LUTAS (CAPOEIRA)
As lutas desenvolvidas nos diversos continentes estão constantemente
permeadas pelas questões culturais. Algumas delas apresentam uma relação muito
tênue com as danças, dentre elas podemos exemplificar a capoeira, que é um misto
de dança, jogo, luta, arte e folclore.
Histórico
Capoeira enquanto: Jogo, luta, esporte, dança...
Movimentos básicos da capoeira
43
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 1ª SÉRIE
I UNIDADE
Qualidade de Vida
1. Conceito de Saúde
2. Estilo de Vida
3. Atitudes de Risco
4. Estresse
II UNIDADE
Esporte e Qualidade de Vida
1. O esporte enquanto atividade física
2. Esporte enquanto lazer
3. Esporte enquanto trabalho
4. Esporte de rendimento
4.1. Princípios do esporte de rendimento
5. Record: o limite do ser humano
6. Esporte e saúde
6.1. Sobrecarga
III UNIDADE
Atividade Física como Forma de Prevenção de Doenças
1. Hipertensão
1.1. Definição
1.2. Tipos
1.3. Causas
1.4. Benefícios da atividade física
2. Diabetes
2.1. Definição
44
2.2. Tipos
2.3. Causas
2.4. Benefícios da atividade física
3. Problemas posturais
3.1. Cifose
3.2. Lordose
3.3. Escoliose
3.4. Causas
3.5. Benefícios da atividade física
IV UNIDADE
Lutas e Qualidade de Vida
1. Histórico das lutas
2. Tipos de lutas
2.1. Princípios das lutas
3. Violência ou defesa pessoal?
V UNIDADE
Atividade Física e o uso de drogas
• Anabolizantes
• Álcool
• Fumo
• Outras drogas
45
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS - 2ª SÉRIE
I UNIDADE
Influência da Mídia
1. Tipos de mídia
1.1. Rádio
1.2. Televisão
1.3. Jornais
1.4. Revistas
2. A influência da mídia na atividade física (esporte, dança, jogo, luta, ginástica)
3. O corpo ideal x corpo real
II UNIDADE
Esportes Radicais
1. Conceito
2. Origem e Classificação
3. Visão Social
4. Trabalho x Lazer
5. Movimentos Corporais Básicos
III UNIDADE
Capacidades Físicas
1. Conceito
2. Classificação
3. Resistência
4. Força
5. Flexibilidade
6. Velocidade
7. Resistência Cardiorespiratória
IV UNIDADE
Atividades de Academia
46
1. Histórico da academia
1.1. Academia e seus objetivos
2. Atividade desenvolvida por uma academia
2.1. Ginástica
2.2. Musculação
2.3. Hidroginástica
V UNIDADE
Aptidão Física
1. Atividade física
1.1 Atividade física x Aptidão física
1.2 Aptidão física relacionada à saúde
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS – 3ª SÉRIE
I UNIDADE
Programa de Atividade Física
1. Objetivos de um programa de atividade física
2. Princípio de um programa de atividade física
3. Como participar de um programa de atividade física
II UNIDADE
Atividade Física na 3ª Idade
1. Benefícios
2. Prevenção de doenças comuns a essa faixa etária
3. Principais doenças
a) Artrite
47
b) Artrose
c) Osteoporose
D- METODOLOGIA
A Educação Física é a área que contribui para desenvolver no educando o
conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas
capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de
inserção social, para agir com perseverança na busca do conhecimento e no
exercício de cidadania. Deve dar oportunidade a todos para que desenvolvam suas
potencialidades de forma democrática e não seletiva,
A perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que se propõe é o
desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da participação social e da
afirmação de valores e princípios democráticos. Nesse sentido, busca garantir a
todos a possibilidade de usufruir dos esportes, danças, ginásticas jogos e
brincadeiras, apontados como conteúdos estruturantes da disciplina de educação
física.
O encaminhamento metodológico dos conteúdos será flexível, isto é, podendo
ser alterado de acordo com as necessidades e desenvolvimento dos educandos.
Buscar-se-á meios para garantir a vivência prática da experiência corporal,
incluindo o aluno na elaboração das propostas de ensino e aprendizagem,
considerando sua realidade social e pessoal, a percepção de si e do outro, suas
dúvidas e necessidades de compreensão dessa mesma realidade.
No Ensino Médio, caracterizam-se dois grupos de alunos: os que vão
identificar-se com o esforço metódico e intenso da prática esportiva formal, e os que
vão perceber na Educação Física sentidos vinculados ao lazer e bem-estar.
Portanto, a Educação Física no Ensino Médio deve propiciar o atendimento desses
novos interesses, e não reproduzir simplesmente o modelo anterior, ou seja, repetir,
às vezes apenas de modo um pouco mais aprofundado, os conteúdos do programa
de Educação Física dos últimos quatro anos do Ensino Fundamental. No Ensino
Médio, a Educação Física deve apresentar características próprias e inovadoras,
que considerem a nova fase cognitiva e afetivo social atingida pelos adolescentes.
Tal dever não implica em perder de vista a finalidade de integrar o aluno na cultura
48
corporal de movimento. Pelo contrário, no Ensino Médio pode-se proporcionar ao
aluno o usufruto dessa cultura, por meio das práticas que ele identifique como
significativas para si próprio. Por outro lado, o desenvolvimento do pensamento
lógico e abstrato, a capacidade de análise e de crítica já presentes nessa faixa etária
permitem uma abordagem mais complexa de aspectos teóricos (aspectos
socioculturais e biológicos), requisito indispensável para a formação do cidadão
capaz de usufruir, de maneira plena e autônoma, a cultura corporal de movimento. A
aquisição de tal conjunto de conhecimentos deverá ocorrer na vivência de atividades
corporais com objetivos vinculados ao lazer, saúde/bem-estar e competição
esportiva.
E- AVALIAÇÃO
A avaliação caracteriza-se, nesta proposta, como elemento integrador entre
aprendizagem do aluno e atuação do professor no processo de construção de
conhecimento, sendo compreendida como um conjunto de atuações que tenha
função de diagnosticar, de perceber o domínio dos conteúdos, de superar as
dificuldades através da realimentação dos conteúdos e de apreciar criticamente o
próprio trabalho. Para o aluno é um instrumento de tomada de consciência das suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na
tarefa de aprender.
Os instrumentos utilizados deverão ser claros para o professor e para os
alunos, pois o senso crítico, característico desta faixa etária, aliado à necessidade
de sentir-se reconhecido, tornará o processo significativo. Estes instrumentos
poderão estar inseridos nos conteúdos de aprendizagem como forma sistemática de
valorização e reflexão, representando a forma concreta de apropriação por parte dos
alunos, do conhecimento socialmente construído, revelando quando utilizados que
intenções e aspectos deste conhecimento estão sendo valorizados.
Uma nova concepção de Educação Física, baseada no conceito de cultura
corporal de movimento, exige, contudo, uma melhoria de qualidade dos
procedimentos de avaliação. Isso inclui a avaliação da dimensão cognitiva, pouco
considerada até aqui pela Educação Física, e uma explicitação e diferenciação dos
49
aspectos a serem considerados para a atribuição de conceitos aos alunos, e dos
que serão úteis para a auto avaliação do professor e do próprio ensino.
Assim, na atribuição de conceitos aos alunos, recomenda-se:
• A avaliação deve ser contínua, compreendendo as fases que se
convencionou denominar diagnóstica ou inicial, formativa e somativa.
• A avaliação deve englobar os domínios cognitivo, afetivo ou emocional,
social e motor.
• A avaliação deve referir-se às habilidades motoras básicas, ao jogo,
esporte, dança, ginásticas e práticas de aptidão física.
• A avaliação deve referir-se à qualidade dos movimentos apresentados pelo
aluno, e aos conhecimentos a ele relacionados.
• A avaliação deve referir-se aos conhecimentos científicos relacionados à
prática das atividades corporais de movimento.
• A avaliação deve levar em conta os objetivos específicos propostos pelo
programa de ensino.
• A avaliação deve operacionalizar-se na aferição da capacidade do aluno
expressar-se, pela linguagem escrita e falada, sobre a sistematização dos
conhecimentos relativos à cultura corporal de movimento, e da sua capacidade de
movimentar-se nas formas elaboradas por essa cultura.
Os processos avaliativos incluem aspectos informais e formais, concretizados
em observação sistemática/assistemática e anotações sobre o interesse,
participação e capacidade de cooperação do aluno, auto avaliação, trabalhos e
provas escritas, testes para avaliação qualitativa e quantitativa de habilidades e
capacidades físicas, resolução de situações problemáticas propostas pelo professor,
elaboração e apresentação de coreografias de dança, exercícios ginásticos ou
táticas de esportes coletivos, etc. Evidentemente, os instrumentos e exigências da
avaliação deverão estar em sintonia com o nível de desenvolvimento dos alunos e o
conteúdo efetivamente ministrado. É necessário que a avaliação inclua, ao longo do
ano, várias dessas estratégias.
É importante informar ao aluno quais são os momentos de avaliação formal, e
quais aspectos serão avaliados e transformados em conceito.
50
F- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Educação Física. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica/ Educação Física. Curitiba-PR, 2008.
ASSIS, S. O. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. 2ª Ed.
Campinas: Autores Associados, 2005.
BETTI, M. A. A Janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas:
Papirus, 1998.
BETTI, M. A. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister,
1992.
BRACHT, V [et al]. Pesquisa em ação: educação física na escola. 2ª Ed. Ijuí: Unijuí,
2005.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia de ensino de educação física. São
Paulo: Cortez, 1992.
DARIDO, S. C. RANGEL, I. C. A. Educação Física na escola: implicações na
prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6ª Ed. Ijuí: Unijuí,
2004.
51
BARRETO, D. Dança...: ensino, sentidos e significados na escola. Campinas:
Autores Associados, 2004.
BRUHNS, H. T. O corpo parceiro e o corpo adversário. Campinas: Papirus, 2003.
52
4- LEM - ESPANHOL
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“Las oportunidades no son producto de la casualidad, mas bien son resultado del trabajo”
(Tonatihu)
O cenário do ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil e a estrutura do
currículo escolar sofreram constantes mudanças em decorrência da organização
social, política e econômica ao longo da história. Foi a partir do Estado Novo, com o
governo de Vargas, que se intensificou a ênfase no discurso nacionalista de
fortalecimento da identidade nacional, sendo assim, o prestígio das línguas
estrangeiras foi mantido no ginásio. O Espanhol, por exemplo, foi introduzido como
matéria obrigatória alternativa ao ensino do Alemão.
A responsabilidade pelos rumos educacionais passou a ser centralizada no
Ministério de Educação e Saúde, que indicava aos estabelecimentos de ensino o
idioma a ser ministrado nas escolas, a metodologia e o programa curricular para
cada série. Comprometido com os ideais nacionalistas, o MEC preconizava que a
disciplina de Língua Estrangeira deveria contribuir tanto para a formação do aprendiz
quanto para o acesso ao conhecimento e à reflexão sobre as civilizações
estrangeiras e tradições de outros povos. Isso explica por que o Espanhol passou a
ser permitido oficialmente para compor o currículo do curso secundário, uma vez
que a presença de imigrantes da Espanha era restrita no Brasil.
A Língua Espanhola, portanto, foi valorizada como Língua Estrangeira porque
representava para o governo um modelo de patriotismo e respeito daquele povo às
suas tradições e à história nacional. Tal modelo deveria ser seguido pelos
estudantes. Assim, o ensino de Espanhol passou a ser incentivado no lugar dos
idiomas Alemão, Japonês e Italiano, que, em função da Segunda Guerra Mundial,
foram desprestigiados no Brasil.
Muitos linguistas analisam a função da Língua Estrangeira com vistas a um
ensino que contribua para reduzir desigualdades sociais e desvelar as relações de
poder que as apoiam Tais estudos e pesquisas têm orientado as propostas mais
53
recentes para o Ensino de Língua Estrangeira no contexto educacional brasileiro e
servem de subsídios na elaboração das Diretrizes.
Como resultado de um processo que buscava destacar o Brasil no Mercosul,
em 5 de agosto de 2005, foi criada a lei nº 11.161, que tornou obrigatória a oferta de
Língua Espanhola nos estabelecimentos de Ensino Médio. Com isso, também
buscou atender a interesses político-econômicos para melhorar as relações
comerciais do Brasil com países de Língua Espanhola. Ao contextualizar o ensino da
Língua Estrangeira, pretendeu-se problematizar as questões que envolvem o ensino
da disciplina, nos aspectos que o tem marcado, sejam eles políticos, econômicos,
sociais, culturais e educacionais.
B- OBJETIVOS GERAIS
Ter acesso a uma nova visão de mundo, a partir do aprendizado da
língua estrangeira moderna.
Participar do novo contexto mundial que exige a aprendizagem e o
domínio de uma segunda língua.
Conhecer a cultura de outros povos para valorizar a identidade da
própria cultura, destacando a cultura afro-brasileira, africana e indígena.
Relacionar o conhecimento com a vida seja com a finalidade educativa,
instrumental ou cultural.
Utilizar elementos básicos da língua espanhola como recurso
imprescindível para a comunicação.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
54
C- CONTEÚDOS
SÉRIE: 3ª
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
A proposta adotada se baseia na corrente sociológica e nas teorias do Círculo
de Bakhtin, que concebem a língua como discurso. Para Bakhtin as relações sociais
ganham sentido pela palavra e a sua existência se concretiza no contexto da
enunciação.
CONTEÚDOS BÁSICOS
Leitura:
Identificação do tema
Intertextualidade
Intencionalidade
Vozes sociais presentes no texto
Léxico
Coesão e Coerência
Marcadores do discurso
Funções das classes gramaticais no texto
Elementos semânticos
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto
Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos
Variedade linguística
Acentuação gráfica
Ortografia
Escrita:
Tema do texto
Interlocutor
55
Finalidade do texto
Intencionalidade do texto
Intertextualidade
Vozes sociais presentes no texto
Discurso direto e indireto
Emprego do sentido denotativo e conotativo no texto
Léxico
Coesão e coerência
Funções das classes gramaticais no texto
Elementos semânticos
Recursos linguísticos (figuras de linguagem)
Marcas linguísticas: particularidades da língua, pontuação, recursos gráficos
Variedade linguística
Acentuação gráfica
Oralidade:
Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc.
Adequação do discurso ao gênero
Turnos de fala
Vozes sociais presentes no texto
Variações linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito
Adequação da fala ao contexto
Pronúncia
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
História da língua espanhola e da Espanha.
Países hispanohablantes: pontos turísticos, folclore, culinária, cultura, curiosidades.
Alfabeto espanhol, marcas de oralidade, regras ortográficas.
História da cultura indígena da América do Sul
Cultura Afro-brasileira na América
56
Vocabulários:
• saudações, apresentação, despedida
• dias da semana, meses, estações do ano
• signos
• objetos da sala de aula
• família
• cores
• profissões
• corpo humano
• objetos da mesa, comidas
• esportes
• animais
• vestuário
• vocabulários diversos encontrados nos textos
Artigos, contrações e combinações
Regras de eufonia – artigo e conjunções
Numerais (cardinais e ordinais)
Horas
Sinais de pontuação
Regras de acentuação
Pronomes (pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos)
Verbos regulares - presente do indicativo
Verbos irregulares - presente do indicativo
Pretérito Perfecto
Pretérito Indefinido
Pretérito Imperfecto
Futuro
Advérbios
Substantivo – número e gênero
Adjetivo – número e gênero
57
Heterosemânticos ou falsos amigos
Heterogenéricos
Americanismos e variação linguística
D) METODOLOGIA
LEITURA
Leitura de textos de diferentes gêneros como: Letras de Músicas, Provérbios,
Quadrinhas, Trava-línguas, Biografias, Fábulas, Poemas, Pinturas, Cartum, Charge,
Mapas, Reportagens, Sinopse de Filmes, Tiras, Comercial de TV, Publicidade
Comercial.
Discussões e reflexões sobre os textos: tema, intenção, intertextualidade,
aceitabilidade, informatividade, situcionalidade, temporalidade, vozes sociais e
ideologia.
ESCRITA
Produção de textos diversos: carta pessoal, cartão postal, relatos de
experiências vividas, histórias em quadrinhos, narrativas, entrevista, notícias,
resenha crítica,
Observação no uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a
referência textual e reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e
normativos.
Tradução de textos com o uso do dicionário observando a diversidade
linguística
ORALIDADE
Conversação em duplas, em grupos com diálogo direcionado.
Apresentação de dramatizações observando recursos extralinguísticos:
entonação, expressão facial, corporal e gestual, pausas e outros.
Audição de diálogos, textos e músicas observando as marcas linguísticas
típicas da oralidade em seu uso formal e informal.
58
Conversação sobre cenas de desenhos, filmes, entrevistas, reportagens,
charges, narrativas e outros.
E) AVALIAÇÃO
LEITURA
Espera-se do aluno: a realização de leitura compreensiva do texto,
Localização de informações explícitas e implícitas no texto
Posicionamento argumentativo
Ampliação do horizonte de expectativa
Ampliação do léxico
Percepção do ambiente no qual circula o gênero
Identificação da ideia principal do texto
Análise das intenções do autor
Identificação do tema
Compreensão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no
sentido conotativo e denotativo
Reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual
ESCRITA
Espera-se do aluno: expressão de ideias com clareza,
Elaboração de textos atendendo: às situações de produção propostas (gênero,
interlocutor, finalidade...)
Diferenciação do contexto de uso da linguagem formal e informal
Uso de recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade,
intertextualidade, etc.
Utilização adequada de recursos linguísticos como: pontuação, uso e função do
artigo, pronome, substantivo, etc.
ORALIDADE
Espera-se do aluno: pertinência do uso dos elementos discursivos, textuais,
estruturantes e normativos
59
Reconhecimento de palavras e/ou expressões que estabelecem a referência textual
Utilização de discurso de acordo com a situação de produção – formal e informal
Apresentação de ideias com clareza
Compreensão de argumentos no discurso do outro
Exposição objetiva de argumentos
Respeito aos turnos de fala
Participação ativa em diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua
materna, etc.
Utilização consciente de expressões faciais corporais e gestuais, de pausas e
entonação nas exposições orais, entre outros elementos extralinguísticos
F- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de LEM – Espanhol e Inglês. Curitiba: SEED-PR,
2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, LEM – Espanhol. Curitiba-PR, 2008.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental.
BRIONES, Ana Isabel. Español Ahora. Volume único. / Ana Isabel Briones, Eugenia
Flavian, Gretel Eres Fernández. São Paulo: Moderna, 2005.
BRUNO, Fátima Cabral. Mendonza, Maria Angélica. Hacia el español. Curso de
Lengua y cultura hispánica. São Paulo: Saraiva, 1999.
FARACO, C. A. Diálogos com Bakhtin. Curitiba: UFPR, 2001.
60
FERNÁNDEZ, G. E. Objetivos y diseño curricular en la enseñanza del ELE. Revista
redELE,, n. 0, mar. 2004. Disponível em: http//:www.sgi.mec.es/redele/revista/eres.
Livro Didático Público.
PICANÇO, D. C. L. A língua estrangeira no país dos espelhos. IN: Educar em
Revista, Curitiba, 2002.
PICANÇO, D. C. L. História, memória e ensino de espanhol (1942-1990).Curitiba:
UFPR, 2003.
PICANÇO, Deise Cristina de Lima. El arte de leer español: volume único, lengua
española, ensino médio / Deise Cristina de Lima e Terumi Koto Bonnet Villalba. –
Curitiba: Base Editora, 2005.
ROMANOS, Henrique. Español expansión: ensino médio: volume único/
Romanos & Jacira. São Paulo: FTD, 2004.
WILLIAMS, R. La larga revolución. Buenos Aires: Nueva Visión, 2003.
61
5- FILOSOFIA
“O valor da filosofia, em grande parte, deve ser buscado na sua mesma incerteza, quem não tem umas tintas de filosofia é homem que caminha pela vida fora sempre agrilhoado a preconceitos.”
(DCEs-SEED-PR)
A-APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Constituída como forma de pensamento a cerca de 2.600 anos na Grécia, a
Filosofia passou por inúmeras transformações e embates durante a história.
A filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como uma forma
de conhecimento que proporciona aos alunos enquanto sujeitos a possibilidade de
desenvolver um estilo próprio de pensamento.
A disciplina filosófica enquanto componente do currículo escolar esteve
presente desde o período jesuítico, passando pelo início da República, porém não
com o interesse de construir um pensamento crítico nos indivíduos, mas sim de
moralizar e instituir determinados valores. Já no período da década de 1960 no
período ditatorial a disciplina foi retirada do currículo por não servir aos interesses do
governo daquele período.
Após inúmeras discussões em torno da implantação das disciplinas de
Filosofia e Sociologia as mesmas tornaram-se obrigatórias a partir de 2006, sendo
que no Estado do Paraná a mesma é aprovada através da Lei n. 15.228/06 tendo
obrigatoriedade de estar presente na Matriz Curricular do Ensino Médio..
Entende-se que no campo filosófico existem diversas concepções as quais os
alunos devem tomar conhecimento, exigindo do professor definir o local de onde
pensa e fala. Nesse sentido , é importante ressaltar utilizando-se de APPEL (1999)
que não existe ofício filosófico sem sujeitos democráticos e não há como atuar no
campo político e cultural, avançar e consolidar a democracia quando se perde o
direito de pensar de forma autônoma e com o uso da razão.
Os conteúdos que serão trabalhados têm por base os conhecimentos
constituídos ao longo da história da Filosofia e de seu ensino, em épocas, contextos
e sociedades diferentes, estabelecidos nos seguintes temas: Mito e Filosofia,
Teoria do Conhecimento, Ética,Filosofia Política, Estética e Filosofia da
Ciência.
62
Se temos um ideal de educação emancipadora o ensino de Filosofia se faz
imprescindível , já que contribui para que o aluno descubra o caminho para passar
do sincrético para o sintético , no momento em que busca superar o senso comum ,
instigando no aluno o senso crítico .
O ensino de Filosofia vem de encontro com a proposta da Secretária de
Educação e com o nosso Projeto Político Pedagógico que supera a visão de educar
o indivíduo para adaptar-se a sociedade , buscando então formar um cidadão que
compreenda a realidade com vistas a transformá-la , pois dá subsídios para que o
aluno adquira capacidade de investigação ,análise , reflexões , formulação de
hipóteses , acerca de questões relacionadas a sua existência enquanto ser social .
A Filosofia orienta o sujeito até mesmo de maneira inconsciente , pois
argumentos filosóficos influenciam nossas decisões a todo momento ,sem que nos
darmos conta , por isso , é preciso pensar criticamente , para não sermos
manipulados .
Assim o aluno deve estar em contato com estes argumentos , percebendo
que estes são construídos historicamente e devem ser analisados conforme cada
realidade , formulando assim novas hipóteses .
B-OBJETIVOS GERAIS
Criar um ambiente de investigação, de redescobertas e recriações
garantindo aos estudantes a possibilidade de elaborar de forma problematizadora
suas próprias questões e tentativas de respostas.
Conhecer o contexto histórico e político do surgimento da Filosofia e o
significado dele para a cultura helênica.
Possibilitar através da Teoria do conhecimento, a percepção dos
fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração, retomando
problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas ao seu
tempo.
63
Possibilitar a reflexão ética para enfrentar os novos desafios da vida
moderna.
Preparar o estudante para uma ação política efetiva através da
problematização de conceitos como: cidadania, democracia, soberania, justiça,
igualdade, liberdade, etc.
Compreender o estudo da Filosofia da Ciência na perspectiva da
produção do conhecimento científico, problematizando o método, possibilitando o
contato com o modo como os cientistas trabalham e pensam.
Levar o aluno a perceber que o conhecimento não é apenas resultado
da atividade intelectual, mas da imaginação, da intuição e da fruição (apreensão da
realidade através da sensibilidade).
Refletir sobre a contribuição dos africanos, afro-brasileiros e indígenas
na constituição da nação brasileira.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Estatuto do Idoso, ECA, integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
C-CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Mito e Filosofia
Saber mítico
Saber filosófico
Atitudes Filosóficas ( criticar, indagar, e
refletir).
O que é mito
64
Teoria do
Conhecimento
Relação mito e filosofia
Atualidade do mito
O que é filosofia?
Possibilidade do
conhecimento;
As formas de
conhecimento;
A questão do método;
Conhecimento e lógica;
Mito e filosofia
O Mito da Caverna
O que é Filosofia?
As origens da filosofia;
Ironia e Filosofia
Alienação e Ironi
O problema chamado conhecimento
O conhecimento como justificação
teórica
Racionalismo e Relativismo
As fontes do conhecimento
A lógica Aristotélica
Descartes e as regras para Bem
conduzir a Razão
Hume e a Experiência do
Conhecimento
Distinção entre Conhecimento e
Probabilidade
Kant e a Crítica da Razão
65
2ª SÉRIE
Ética
Filosofia
Política
Ética e moral;
Pluralidade ética;
Ética e violência;
Liberdade: autonomia do
sujeito e a necessidade das
normas
Relação entre comunidade e
poder;
Liberdade e igualdade
política;
Política e ideologia;
Esfera publica e privada;
Cidadania formal e/ou
participativa.
Ética e Felicidade;
Virtude;
Excelência moral e intelectual
A felicidade em Aristóteles e em
Sêneca;
A amizade como questão para a ética;
A amizade e a justiça;
Amizade e Sociedade
O homem: animal e racional;
Liberdade: as contribuições de
Guilherme de Ockham e de Etienne de
La Boétie;
Discussões em torno do conceito de
liberdade;
1968: O Brasil e os limites à liberdade;
Liberdade em Sartre;
O preconceito contra a política;
O ideal político;
A invenção da esfera pública pelos
gregos;
Quando nasce a democracia ?;
A vida política dos povos indígenas;
A autoridade do chefe sem poder;
Maquiavel e o poder;
66
Ética e política;
O Estado;
O Estado como detentor do monopólio
da violência;
Origens da Violência//; Relações entre
violência e poder
3ª SÉRIE
Filosofia da
Ciência
Estética
O processo da Ciência;
Pensar a ciência;
Bioética;
Estética,O que é o belo;
O belo em diferentes épocas
e culturas;
O belo em relação a mídia;
O gosto em relação a cada
sociedade e suas influencias;
O que é ciência?
Filosofia e Ciência;
Senso Comum e Conhecimento
Científico;
Filosofia da Ciência
Diferença entre Ciência normal e
ciência Revolucionária;
Podemos falar em progresso da
ciência?
O que é Bioética?
Divisões dentro da Bioética;
Bioética e Aborto;
educação Sexual;
O que é Estética?
Beleza durante a História;
A estética moderna;
O Estado estético;
O mercado do gosto;
67
O gosto como fato social;
O juízo de gosto na arte;
A universalização do gosto;
Exigências para o bom gosto;
Necessidade da arte;
As diversas formas de Arte para Hegel;
As Novas técnicas de Reprodução:
Fotografia e Cinema;
O cinema como expressão de visão de
mundo;
O sentido da Imagem;
A teoria especial da Relatividade;
Estética da atração;
D-METODOLOGIA
O ensino de Filosofia deve proporcionar ao aluno a capacidade de
questionamento , de reflexão , análise , formulação de hipóteses , com isso as aulas
não podem ser meramente expositivas , devem partir de discussões onde haja
interação entre aluno e professor para que assim não ocorra nenhuma espécie de
doutrinação , dogmatismo e niilismo .
Assim como as demais disciplinas o ensino de Filosofia deve partir dos textos
clássicos que serão contextualizados com a realidade , para somente assim dar
subsídios para que o aluno compreenda esta última , cumprido assim o papel social
da escola .
Como a televisão é um dos recursos tecnológicos mais completos para atrair
a atenção de nossos alunos , pois atinge dois de nossos sentidos , será utilizado
vídeos e filmes para a problematização dos conteúdos de Filosofia , vendo nestes
uma preciosa ferramenta do processo ensino aprendizagem .
Para o melhor entendimento da filosofia é preciso que haja a
interdisciplinariedade com outros conteúdos , pois não há saber que se construa de
68
maneira fragmentada e nem disciplina que de conta da complexidade do mundo
sozinha.
E- AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Filosofia assim como nas demais disciplinas , deve
ser diagnóstica , formativa , contínua e processual .
Diagnóstica como o próprio nome diz, é realizada quando o professor quer
diagnosticar o nível de conhecimento do aluno para prosseguir com o conteúdo
Formativa, pois pode ser realizada quando o professor achar conveniente
como forma de averiguar se seu trabalho está dando resultados e mudar o
necessário, muitos autores colocam essas duas como sinônimos .
A avaliação deve ser contínua e cumulativa , ou seja , é necessário observar
o processo de ensino aprendizagem , não apenas no momento da “ Avaliação
Formal “ , mas sim em todo o processo de aquisição do conhecimento , sempre
privando o aspecto qualitativo frente ao quantitativo .
Dessa forma , ela passa a ser uma ferramenta imprescindível de
aprendizagem , pois através dela pode-se reavaliar a prática pedagógica ,
observando as estratégias que deram certo e as que precisam ser re-elaboradas .
Dentro dessa abordagem se faz mister a utilização de instrumentos
avaliativos diversificados, pois as pessoas aprendem de maneira diferente, como diz
Gardner quando fala das inteligências múltiplas .
Como buscamos uma educação emancipadora , a avaliação deve levar o
aluno a refletir , interpretar , analisar e não simplesmente memorizar , pois este
último só é valido após a compreensão do conteúdo .
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Filosofia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
69
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Filosofia. Curitiba-PR, 2008.
CHAUÍ, Marilena. Filosofia. Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2004.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 2004.
FERRATER, M. Dicionário de filosofia. São Paulo: Loyala, 2001.
GALLO, S.; KOHAN, W. O. (Org.). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes,
2000.
LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis.In: GALLO, S.;
CORNELLI, G.; DANELON, M. (Org). Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis:
Vozes, 2003.
RUSSEL, B. Os problemas da filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra:
Almedina, 2001.
http://filosofojr.wordpress.com/tag/liberdade/
http://mundofilosofico.com.br/
http://www.consciencia.org/o-estado-ideal-na-republica-de-platao
http://portal.filosofia.pro.br/o-que--poltica.html
70
6- FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
"A Física é muito difícil. Não é para qualquer um. Você não vê os cientistas? Eles são uns loucos, pirados. Não pensam em outra coisa. Mas ela é muito importante. Já pensou o que seria do mundo sem a Física? Não teria carros, micro-ondas, geladeira, televisão, telefone. Isso sem falar nesses equipamentos que os médicos usam para fazer exames e salvar vidas. Então, não se pode dizer que a Física não seja importante, mas ela é muito difícil..."
(depoimento de aluno)
As mudanças no mundo do trabalho estão ocorrendo em função de uma onda
de transformações tecnológicas sem precedentes. Isto significa que os postos
ocupacionais, em todas as áreas, necessitam de profissionais com um novo perfil,
que estejam abertos a mudanças paradigmáticas, onde o conhecimento deixa de ser
visto como um produto pronto e acabado e torna-se volátil, transitório e
destotalizado, sendo, portanto, um processo de busca e construção contínua.
Segundo Cambi (1999, p.64): "Ao lado da educação escolar havia também a
educação familiar, atribuída primeiramente à mãe, depois ao pai. E a educação dos
ofícios que se fazia nas oficinas a partir do princípio da observação e da repetição,
passando de pai para filho a arte de ensinar".
É fato conhecido que o Ensino de Física passa por dificuldades: o aluno não
relaciona a Física que lhe é apresentada na sala de aula com o seu dia-a-dia, muitas
vezes associa a disciplina a um tipo de "matemática mais complicada", não
consegue alcançar o nível de abstração necessário e isso é refletido no resultado
obtido nas avaliações, onde o número de reprovações costuma ser significativo. Ao
professor de Física cabe a tarefa de identificar e combater as dificuldades de seus
alunos, buscando proporcionar a estes, experiências de aprendizagem eficazes
atualizando, tanto quanto possível, os instrumentos pedagógicos que utiliza. Na
busca por um laboratório mais eficiente para o ensino de Física a utilização da
aquisição automática de dados pode, sem dúvida, contribuir muito. Neste caso,
através da utilização de sensores e de softwares apropriados o aluno pode medir em
tempo real grandezas como temperatura, pressão, força, velocidade, aceleração. Os
resultados, neste caso, lhe são apresentados já em forma de gráficos e tabelas,
liberando-o do trabalho maçante, deixando mais tempo para dedicar-se à exploração
71
e entendimento do fenômeno físico envolvido.
A Ciência é um processo de representação do Mundo, sempre sujeito a
reformulação. A linguagem matemática desempenha um papel fundamental nesta
representação, que não pode ser confundida com explicação. Na realidade, o
discurso científico tem mais a ver com representações do que com explicações. Por
exemplo, a lei da gravitação universal de Newton é uma forma de representar,
através de um modelo matemático, a interação entre corpos celestes. Nada nos diz
acerca do que é gravitação. O poder da linguagem matemática resulta, pois, não da
sua capacidade de explicação, mas da sua capacidade de representação, de
descrição do processo natural. Isto é, utilizando-se equações, é possível reproduzir
no papel (no caso de Newton, que não tinha computador, mas paciência para
realizar inúmeros cálculos repetitivos...) ou no computador o que se passa no céu
(com certo grau de aproximação)!
Na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, na qual a
disciplina de Física está inserida, entende-se que ''A aprendizagem de concepções
científicas atualizadas do mundo físico e natural e o desenvolvimento de estratégias
de trabalho centradas na solução de problemas são finalidades da área, de forma a
aproximar o educando do trabalho de investigação científica e tecnológica, como
atividade institucionalizadas de produção de bens e serviços. ''
OBJETIVOS GERAIS
Contribuir para a formação de uma cultura científica, permitindo ao
indivíduo a interpretação de fatos, fenômenos e processos naturais,
redimensionando sua relação com a natureza em transformação;
Possibilitar a formação crítica, valorizando desde a abordagem de
conteúdos específicos até suas implicações históricas;
Desenvolver potencialidades e habilidades dos alunos para que
consigam exercer seu papel na sociedade, compreendam as etapas do método
cientifico e estabeleçam um diálogo com temas do cotidiano que articulam com
outras áreas do conhecimento;
Levar o aluno a perceber, através da história da ciência, que o
72
desenvolvimento do conhecimento não ocorre num espaço sociocultural vazio, mas
é condicionado por fatores extremos;
Construir e investigar situações-problema, identificar a situação física,
utilizar com sua própria história;
Considerar as contribuições dos africanos, afro-brasileiros e indígenas
para os avanços da ciência e da tecnologia;
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries;
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
CONTEÚDOS
• CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Movimento; Termodinâmica;
Eletromagnetismo.
• CONTEÚDOS BÁSICOS:
- Momentum e Inércia (conservação de quantidade de movimento –
momentum, variação da quantidade de movimento=impulso, 2ª Lei de
Newton, 3ª Lei de Newton).
- Energia e Princípio da Conservação da Energia.
- Gravitação.
- Lei da Termodinâmica: Lei zero da Termodinâmica; 1ª Lei da
Termodinâmica; 2ª Lei da Termodinâmica.
– Carga, corrente elétrica, campo e ondas eletromagnéticas; Força
eletromagnética; Equações de Maxwell: lei de Gauss para eletrostática; Lei de
Coulomb; Lei de Ampère; Lei de Gauss magnética; Lei de Faraday.
• CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
1ª SÉRIE
73
1- Mecânica
1.1- Cinemática : ponto material e corpo extenso; repouso, movimento e referencial;
trajetória; posição escalar; deslocamento e caminho percorrido; velocidade;
aceleração; movimento uniforme; tipos de movimento; equação de Torricelli; queda
livre.
1.2 – Dinâmica: teoria, seus criadores, sua prática; força; força resultante; equilíbrio;
princípios da inércia ou 1ª Lei de Newton; massa de um corpo; princípio fundamental
da Dinâmica ou 3ª Lei de Newton; peso de um corpo; medida de uma força;
deformação elástica; o quilograma-força; princípio da ação e reação ou 3ª Lei de
Newton; plano inclinado; força de atrito; influência da resistência do ar.
1.3 – Estática: força; adição de vetores; equilíbrio.
2 – Astronomia: Leis de Kepler; gravitação universal; aceleração da gravidade e
latitude; satélites artificiais; pêndulo simples.
2ª SÉRIE
1 – Mecânica dos fluidos: densidade; pressão; equilíbrio dos líquidos imersíveis;
princípio de Pascal; principio de Arquimedes.
2 – Termologia: escalas termométricas; temperatura e calor; medidas de
temperatura;
Termômetro; equações termométricas; relação entre as escalas.
3 – Dilatação Térmica: dilatação linear; dilatação superficial; dilatação
volumétrica;
dilatação de líquidos.
4- Calorimetria: unidade de quantidade de calor; calor sensível e calor latente;
equação fundamental da calorimetria; princípio da igualdade das trocas de calor;
mudança de estado físico.
5- Estudo dos Gases: leis das transformações dos gases; equação geral dos gases
perfeitos.
6- Termodinâmica: energia interna; trabalho em um sistema; primeiro princípio da
termodinâmica; balanço energético; transformação cíclica; segundo princípio da
termodinâmica; ciclo de Carnot.
74
7- Ondulatória: ondas mecânicas e som; refração; dispersão.
8- Acústica: ondas sonoras.
3ª SÉRIE
1-Ótica: introdução; reflexão da luz; espelhos planos, angulares e esféricos;
refração da luz; lâminas de faces paralelas; prisma óptico; lentes.
2- Eletricidade
2.1- Eletrodinâmica:
2.1.1- Corrente elétrica: definição; sentido da corrente elétrica; intensidade;
tipos de corrente elétrica; efeitos da corrente elétrica; elementos de um circuito
elétrico.
2.1.2- Estudo dos resistores: resistência elétrica; Leis de Ohm; potência
dissipada; reostato.
2.1.3- Associação de resistores: associação em série; associação em paralelo;
associação mista.
2.1.4- Medidores elétricos: amperímetro e voltímetro.
2.1.5 Geradores e receptores: força eletromotriz; equação do gerador; equação de
um receptor.
2.1.6- Circuitos elétricos: Lei de Ohm generalizada; Leis de Kirchhoff.
2.2- Eletrostática
2.2.1- Primeiros conceitos: carga elétrica; eletrização de um corpo; princípios da
eletrostática; condutores e isolantes; processos de eletrização.
2.2.2 Força elétrica: Lei de Coulomb.
2.3- Eletromagnetismo: fenômenos magnéticos; substâncias magnéticas; corpo
magnético; indução magnética; experiência de Oersted; condutor retilíneo; força
eletromagnética.
3 - Física Moderna
3.1- Teoria da relatividade espacial
3.2 - As idéias da Física Quântica
D-METODOLOGIA
Primeiramente, para entender o processo de construção dos conceitos
75
fundamentais da Física, a pesquisa fará parte do trabalho pedagógico do professor,
através do estudo da História e da Epistemologia da Física no sentido de
estabelecer relações entre essa ciência e outros campos do conhecimento.
É fundamental se oferecer um excelente embasamento de conteúdo
(teórico/experimental), enriquecê-lo com aspectos históricos e epistemológicos,
enfocá-lo em novas tecnologias e a partir daí trabalhar as competências com
significados específicos.
Uma das grandes dificuldades na transferência do conhecimento é o “como
ensinar”, ou seja, qual a adequada metodologia que dever ser utilizada pelo
professor para efetivar o ensino aprendizagem.
Não existe uma única metodologia, mas um conjunto de procedimentos que
podem facilitar a ação do professor. Portanto, não se trata de elaborar novas listar
de tópicos de conteúdos, mas, sobretudo de dar ao ensino de física novas
dimensões. Os temas centrais devem sempre ser trabalhados buscando-se a
interdisciplinaridade.
O ponto de partida para o aprendizado da Física será a análise de situações
previamente conhecidas pelos alunos. A discussão destas situações levará ao
estudo das teorias físicas, que possibilitam uma maior capacidade de unificar
diversos fenômenos. Assim, a partir do estudo das máquinas térmicas (motor a
explosão, geladeiras, etc.), das ferramentas, utensílios e aparelhos eletrodomésticos
, fenômenos naturais, instrumentos ópticos, etc., pode-se discutir os conceitos de
física e sua formalização, procurando facilitar a compreensão do mundo
contemporâneo e suas interações com a ciência.
Sendo o planejamento do trabalho de sala de aula a base da construção do
processo de ensino-aprendizagem é mais fácil definir as estratégias que serão
utilizadas para promover a aprendizagem e os recursos que farão parte da aula bem
como as atividades que os alunos realizarão para fixar e desenvolver conceitos.
As estratégias/instrumentos de avaliação : pesquisa, resolução de problemas,
modelos científicos (teórico e experimental), a História da Ciência , leituras
científicas, entre outros.
Serão utilizados como recursos didáticos:
Laboratório de Ciências e de Informática
76
TV Multimídia
TV Paulo Freire
Cartazes
Livro didático público
Livros específicos da disciplina de Fisica e de outras disciplinas
(Biblioteca do Professor)
Cadernos temáticos: culturas afro-brasileira, africana e indígena
Cadernos com os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Sexualidade, Drogas, Violência, ECA, Estatuto do Idoso...
AVALIAÇÃO
A aprendizagem não ocorre de maneira imediata e instantânea e nem,
apenas, pelo domínio de conhecimentos específicos ou informações técnicas; a
aprendizagem requer um processo constante de envolvimento e aproximações
sucessivas, amplas e integradas, fazendo com que o educando possa, a partir das
reflexões sobre suas experiências e percepções iniciais, observar, reelaborar e
sistematizar seu conhecimento acerca do objeto em estudo.
A avaliação abrange todos os momentos e recursos que o professor utiliza no
processo de ensino-aprendizagem, tendo como objetivo principal o
acompanhamento do processo formativo dos educandos, verificando como a
proposta pedagógica vai sendo desenvolvida ou se processando, na tentativa da sua
melhoria, ao longo do próprio percurso. A avaliação não privilegia a mera
polarização entre o “aprovado” e o “reprovado”, mas sim a real possibilidade de
mover os alunos na busca de novas aprendizagens. Muito embora exista a
preocupação com a escolaridade, o processo de ensino-aprendizagem traz no seu
bojo a concepção que não separa a avaliação da aprendizagem. São partes
constitutivas de um mesmo processo. A avaliação nesse sentido ocorre como parte
do processo de produção do conhecimento.
Evidencia-se que a avaliação tem como função priorizar a qualidade e o
processo de aprendizagem, isto é, o desempenho do aluno ao longo do período
77
letivo, por meio de um processo interativo, considerando o aluno como um ser
criativo, autônomo, participativo e reflexivo, tornando-o capaz de transformações
significativas na realidade.
A avaliação de uma forma mais contínua possibilitará um processo de
recuperação qualificado. Pois, à medida que exista a consciência do fundamental a
ser apreendido pelos estudantes, uma avaliação mais contínua pode fornecer
elementos ao professor para que este dê a ajuda de que os alunos estejam
precisando, não atrapalhando ou inibindo o processo de “crescimento”, mas
tentando colaborar com este.
A avaliação deve ser concebida como:
- um conjunto de ações que permite ao professor rever sua prática
pedagógica;
- um conjunto de ações que possibilita ao aluno identificar seus avanços e
suas dificuldades, levando-o a buscar caminhos para solucioná-las;
- um elemento integrador entre ensino e aprendizagem;
- um instrumento que vise o aperfeiçoamento do processo de ensino-
aprendizagem em um ambiente de confiança e naturalidade.
Critérios de avaliação que deverão ser verificados em na disciplina de Física:
A compreensão do conteúdo físico expressado em textos científicos;
A compreensão de conceitos físicos presentes em textos não científicos;
A capacidade de elaborar relatórios tendo como referência os conceitos, as
leis, as teorias físicas sobre um experimento ou qualquer outro evento que
envolva os conhecimentos da Física.
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Física. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Física. Curitiba-PR, 2008.
78
ONU. Organização das Nações Unidas. Fonte: Agenda MST 1997.
FUNDEP. Coragem de educar. Petrópolis: Vozes, 1994.
CURY, C. R. J. Legislação educacional brasileira. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
DEMO, P. Ser professor é cuidar que o aluno aprenda. Porto Alegre: Mediação,
p. 80, 2004.
FREIRE, P. A importância do ato de ler. 38 ed. São Paulo, Cortez, 1999.
KNIJNIK, G.[et al] A educação em tempos de globalização. Porto Alegre: DP & A,
1996.
KUENZER, A. Z. A formação de educadores no contexto das mudanças no
mundo do trabalho: novos desafios para a faculdade de educação. Educação e
sociedade, ano XIX, nº. 63, agosto, 1989.
PORTO, T. M. E. A organização do trabalho na escola: Pedagogia da
comunicação. Presença pedagógica. V. 6 nº. 35. Setembro/outubro, 2000.
BORGES, A. T. Novos Rumos para o Laboratório Escolar de Ciências, Cad.
Bras. Ens. Fís, Florianópolis, v. 19, n. 3, p. 291-313, Dez. 2002.
MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999, p. 151-164.
SIAS, D. B. Física Térmica. Disponível em http://cref.if.ufrgs.br/~denise Acesso
em:10 set. 2004.
ALVES-MAZZOTTI, A. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações
à educação. Em Aberto, n. 61, p. 60-78, 1994.
79
CANEN, A. Competência pedagógica e pluralidade cultural: eixo na formação
de professores? Cadernos de Pesquisa, n. 102, p. 89-107, nov. 1997.
COUTINHO, J.M. Por uma educação multicultural: uma alternativa de cidadania
para o século XXI. Ensaio, v. 4, n. 13, p. 381-92, 1996.
FEATHERSTONE, M. O Desmanche da cultura: globalização, pós-modernismo
e identidade. São Paulo: Studio Nobel, Sesc, 1997.
7- GEOGRAFIA
’’Por que os indivíduos e os grupos não vivem os lugares do mesmo modo, não os percebem da mesma maneira, não recortam o real segundo as mesmas perspectivas e em função dos mesmos critérios,não descobrem nele as mesmas vantagens e os mesmos riscos, não associam a ele os mesmos sonhos e as mesmas aspirações, não investem nele os mesmos sentimentos e mesma afetividade?”
(CLAVAL, 2001 p. 40)
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de Geografia começa pela compreensão do seu objeto de estudo.
Muitos foram os objetos da Geografia antes de se ter algum consenso, sempre
relativo, em torno da ideia de que o espaço geográfico é o foco da análise.
Entretanto, a expressão espaço geográfico, bem como os conceitos básicos da
Geografia – lugar, paisagem, região, território, natureza, sociedade – não se auto-
explicam. Ao contrário, são termos que exigem esclarecimentos, pois, a depender do
fundamento teórico a que se vinculam, refletem posições filosóficas e políticas
distintas.
Na geografia hoje se estuda a transformação do espaço pela ação social. As
mudanças no meio se tornam cada vez mais profundas, daí a importância de
compreendermos o espaço geográfico e para isso temos que analisá-lo com
profundidade estabelecendo a articulação com os conhecimentos de outras
“disciplinas”.
80
O objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o
espaço produzido e apropriado pela sociedade (LEBEBVRE, 1974), composto pela
inter-relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas
de ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996).
As bases críticas da Geografia, adotadas nas Diretrizes, entendem a
sociedade em seus aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos e nas
relações que ela estabelece com a natureza para produção do espaço geográfico,
bem como no estudo de sua distribuição espacial.
As desigualdades, conflitos e contradições, própria da sociedade capitalista,
se materializam na paisagem e podem ser reveladas sob uma análise crítica dos
espaços ocupados pelos diferentes segmentos sociais, culturais, étnicos que
compõem a sociedade.
A escola é um dos principais locais para a produção e re-elaboração do
conhecimento e na atualidade contamos com inúmeras ferramentas (dados
estatísticos, imagens de satélites, fotos aéreas, geo-processamento, sistemas de
informações geográficas, etc.) e necessitam, ser melhor conhecidas para que o
cidadão esteja cada vez mais consciente da preservação e evolução da vida.
Analisar com os alunos e descobrir a gênese das transformações que vem
ocorrendo no mundo, faz com que a Geografia passe a auxiliá-los a desvendar o seu
espaço, a conhecer os agentes modificadores responsáveis por sua construção
compreendendo a sua responsabilidade, enquanto cidadãos, pela conquista de uma
sociedade justa e um meio ambiente que propicie mais qualidade de vida às futuras
gerações.
“Estudar Geografia é uma forma de compreender o mundo que vivemos. Por
meio desse estudo, podemos entender melhor o local em que moramos — seja uma
cidade, seja uma área rural — e o nosso país, assim como os demais países. O
campo de preocupação da Geografia é o espaço da sociedade humana, em que
homens e mulheres vivem e, ao mesmo tempo, produzem modificações que o
(re)constroem permanentemente. Indústrias, cidades, agricultura, rios, solos, climas,
populações: todos esses elementos — além de outros — constituem o espaço
geográfico, isto é, o meio ou realidade material em que a humanidade vive e do qual
é parte integrante.
81
Para nos posicionarmos inteligentemente em relação a este mundo temos de
conhecê-lo bem. Para nele vivermos de forma consciente e crítica, devemos estudar
os seus fundamentos, desvendar os seus mecanismos.
Ser cidadão pleno em nossa época significa antes de tudo estar integrado
criticamente na sociedade, participando ativamente de suas transformações. Para
isso, devemos refletir sobre o nosso mundo, compreendendo-o do âmbito local até
os âmbitos nacional e planetário. E a Geografia é, um instrumento, indispensável
para empreendermos essa reflexão, que deve ser a base de nossa atuação no
mundo em que vivemos.”(VISENTINI, José William)
O estudo da ciência geográfica deve se adequar ás transformações do mundo
atual, preocupado com a justiça social e com uma compreensão do espaço
geográfico, que é o espaço social, produto da ação humana sobre a natureza.
A Geografia, em seu processo de desenvolvimento, veio consolidando
teoricamente sua posição como uma ciência que busca conhecer e explicar as
múltiplas dimensões envolvendo a sociedade e a natureza, o que pressupõe um
amplo conjunto de interfaces com outras áreas do conhecimento científico.
Compreender essa realidade espacial, natural e humana como uma totalidade
dinâmica é um dos objetivos da Geografia.
A Geografia é uma ciência comprometida em tornar o mundo compreensível,
explicável e passível de transformações pelas sociedades. O ensino da Geografia,
por conseguinte, deve levar os alunos a compreender melhor a realidade na qual
estão inseridos, possibilitando que nela interfiram de maneira consciente e
propositiva.
A formação do aluno cidadão deve ser construída paulatinamente em todas
as etapas da escolarização e as disciplinas que compõem a área de Ciências
Humanas contribuem efetivamente para este objetivo.
Ao longo dos anos, devemos sempre estar atentos para o que os alunos já
sabem a respeito do mundo social. Eles trazem muitas reflexões construídas a partir
de observações, do convívio social e de informações veiculadas nos meios de
comunicação. Esses saberes devem ser reforçados, ampliados e até mesmo
reelaborados por meio de incentivo à pesquisa, estimulo à argumentação. Apoio à
82
criatividade. Intercâmbio de ideias, análise e interpretação de diversas fontes e
linguagens.
O estudo do espaço geográfico pressupõe a compreensão da dinâmica da
sociedade, que nele vive e o (re)produz constantemente, e da dinâmica da natureza,
fonte primeira de todo real e permanentemente apropriada e modificada pela ação
do homem.
Ao buscar compreender as relações econômicas, políticas, sociais e suas
práticas nas escalas: local, regional, nacional e global, a Geografia se concentra e
contribui, na realidade, para pensar o espaço enquanto uma totalidade na qual se
passam todas as relações cotidianas e se estabelecem as redes sociais nas
referidas escalas.
É preciso transformar a antiga ideia, aceita e amplamente praticada nas salas
de aula, da Terra enquanto espaço absoluto, cartesiano, ou seja, “uma coisa em si
mesma, independente [...], constituindo um receptáculo que contém coisas”, para o
espaço relacional, entendendo que “um objeto somente pode existir na medida em
que ele contém e representa dentro de si relações com outros objetos”.
Surge, pois, o objeto dos nossos estudos: o espaço geográfico. Definido por
Milton Santos em sua vasta obra sobre o assunto, é o conjunto indissociável de
sistemas de objetos (redes técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações
(organização do trabalho, produção, circulação, consumo de mercadorias, relações
familiares e cotidianas), que procura revelar as práticas sociais dos diferentes
grupos que nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar.
Nunca o espaço do homem foi tão importante para o desenvolvimento da
história. Por isso, a Geografia é a ciência do presente, ou seja, é inspirada na
realidade contemporânea. O objetivo principal destes conhecimentos é contribuir
para o entendimento do mundo atual, da apropriação dos lugares realizada pelos
homens, pois é através da organização do espaço que eles dão sentido aos arranjos
econômicos e aos valores sociais e culturais construídos historicamente. Com esta
ideia, procura-se, conforme o Artigo 35, inciso III da LDB “o aprimoramento do
educando como pessoa humana incluindo a formação ética e o desenvolvimento da
autonomia intelectual e do pensamento crítico”.
83
O educando deve, portanto, compreender a dinâmica da sociedade em que
vive e a dinâmica da natureza, fonte primeira de todo o real e permanentemente
modificada pela ação humana para servir seus propósitos. Por isso o estudo da
geografia não deve perder de vista a especificidade de cada aspecto do real,
relacionando e contextualizando os conteúdos estudados na escola e os fatos
vivenciados no cotidiano, sendo assim ,esse estudo deverá levar a um ensino crítico
com o objetivo principal de desenvolver as potencialidades do educando: sua
criticidade, sua capacidade de pesquisa, de buscar coisas novas, de aprender por
conta própria, como também a preocupação fundamental de oferecer subsídios ao
desenvolvimento da cidadania, fazendo com que o aluno procure compreender o
mundo em que se vive, desde a escola local até a global ou planetária.
Sobre a teoria e o ensino da Geografia, se destacam a relevância que a
disciplina tem na escola que é desenvolver o raciocínio geográfico e despertar uma
consciência espacial.
Em síntese, a geografia é um instrumento para a formação do cidadão
através da interação com as outras ciências que, com suas especificidades, enfatiza
a compreensão da paisagem como palco das transformações ocorridas no planeta.
B-OBJETIVOS GERAIS
Distinguir as variadas representações sociais da realidade vivida.
Realizar a leitura das construções humanas como um documento
importante que as sociedades em diferentes momentos imprimiram sobre uma base
natural.
Compreender a formação dos novos blocos e das novas relações de
poder e o enfraquecimento do estado – nação.
Compreender as transformações no conceito de região que ocorrem
por meio da história e da geografia.
Compreender a redefinição do conceito de lugar em função da
ampliação da geografia para além da economia.
Compreender o significado do conceito de paisagem como síntese de
múltiplas determinações: da natureza, das relações sociais, da cultura, da economia
e da política.
84
Conhecer o espaço geográfico por meio de várias escalas, transitando
da escala local para a mundial e vice-versa.
Ser capaz de buscar o trabalho interdisciplinar e a formação de um
coletivo, para aprofundar a compreensão de uma realidade.
Compreender a natureza e a sociedade como conceitos fundantes na
conceituação do espaço geográfico.
Compreender as transformações que ocorrem nas relações de trabalho
em função da incorporação das novas tecnologias.
Compreender as relações entre a preservação e a degradação da
natureza em função do desconhecimento de sua dinâmica e a integração de seus
elementos biofísicos.
Conhecer e valorizar a história do povo africano e da cultura afro-
brasileira e indígena na formação do povo brasileiro, sua contribuição na construção
histórica e cultural do Brasil.
Valorizar a história do Paraná no contexto municipal, regional, nacional
e internacional.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
85
C-CONTEÚDOS
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos
Básicos/
Específicos
1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE
Dimensão
econômica
do espaço
geográfico
1) A
formação e
transformaç
ão das
paisagens.
2) A
dinâmica da
natureza e
sua
alteração
pelo
emprego de
tecnologias
de
exploração e
produção.
-
Coordenad
as
geográficas
.
- Os
movimentos
da terra e
suas
consequênc
ias.
-
Cartografia:
construindo
e vendo
mapas.
- Tempo
geológico e
as placas
tectônicas.
- A
estrutura da
terra.
- As várias
fisionomias
da
superfície
- A formação e a
expansão do
território
brasileiro.
- Caracterização
do espaço
brasileiro.
- Brasil:
estrutura
geológica e
relevo.
- Ecossistema
brasileiro.
- O capitalismo e
a formação do
espaço
geográfico.
- O socialismo.
- capitalismo x
socialismo: a
guerra fria.
- O mundo pós-
guerra e a
internacionalizaçã
o capital.
86
terrestre.
Dimensão
política do
espaço
geográfico
3) A
distribuição
espacial das
atividades
produtivas, a
transformaç
ão da
paisagem, a
re
(organizaçã
o) do
espaço
geográfico.
- Paraná -
físico
político e
humano.
- Atividade
industrial do
Brasil.
- O capitalismo e
a formação do
espaço
geográfico.
- O socialismo.
- Capitalismo x
socialismo: a
guerra fria.
- Cultura indígena
e afro-
descendente.
Dimensão
cultural do
espaço
geográfico
4) A
formação,
localização
e exploração
dos recursos
naturais.
5) A
revolução
- A
população
da terra e
suas
adversidad
es, cultura
afro-
descendent
- A população
brasileira:
formação étnica,
crescimento,
distribuição e
movimentos,
cultura afro-
descendente e
87
técnico-
cientifica
informaciona
l e os novos
arranjos no
espaço da
produção.
e;
- Atividade
industrial no
mundo e
suas
consequênc
ias.
indígena.
Dimensão
sócia
ambiental do
espaço
geográfico
6) O espaço
rural e a
modernizaçã
o da
agricultura.
7) O espaço
em rede:
produção,
transporte e
comunicaçã
o na atual
configuração
territorial.
- em busca
do
desenvolvi
mento
sustentável.
- desafios
educacionai
s
contemporâ
neos.
- ecossistema
brasileiro.
- atividade
industrial do
Brasil.
- Impactos
ambientais em
ecossistemas
brasileiros.
Conteúdos
Estruturantes
Conteúdos Específicos Conteúdos
Básicos
1ª SÉRIE 2ª SÉRIE 3ª SÉRIE
Dimensão
8) A
circulação
de mão - de
- obra, do
capital, das
- A
atmosfera.
- Os
grandes
biomas
- Hidrografia
brasileira.
- A organização
político
administrativa
- O
subdesenvolvime
nto: América
Latina, África e
Ásia.
88
econômica
do espaço
geográfico
mercadorias
e das
informações.
9)
Formação,
mobilidade
das
fronteiras e
a
reconfiguraç
ão dos
territórios.
terrestres.
- A
hidrosfera.
- A
atividade
industrial
no mundo e
suas
consequên
cias.
- A
destruição
da
natureza.
- Atividades
humanas e
impactos
ambientais.
do Brasil e as
divisões
regionais.
- Brasil: de agro
exportador a
país
industrializado
subdesenvolvido
.
- Atividade
industrial do
Brasil.
- O comércio
mundial.
- Blocos
econômicos.
- Oriente Médio.
- China um país:
dois sistemas.
Dimensão
política do
espaço
geográfico
10) As
relações
entre o
campo e a
cidade na
sociedade
capitalista.
11) A
formação e
o
crescimento
das cidades,
a dinâmica
- A
atividade
industrial
no mundo e
suas
consequên
cias.
- A organização
político
administrativa
do Brasil e as
divisões
regionais
- Brasil: de agro
exportador a
país
industrializado
Subdesenvolvid
o
- Recursos
- Blocos
econômicos.
- Novos países
industrializados.
- Paraná, físico-
político e humano.
- O comércio
mundial.
- China um país:
dois sistemas.
89
dos espaços
urbanos e a
urbanização
recente.
Minerais e
energéticos do
Brasil.
Dimensão
cultural do
espaço
geográfico
12) A
transformaç
ão
demográfica
, a
distribuição
espacial e
os
indicadores
estatísticos
da
população.
13) Os
movimentos
migratórios
e suas
motivações.
- A
atividade
industrial
no mundo e
suas
consequên
cias
- Cultura
Afro-
descendent
e e
indígena.
- Cultura afro-
descendente
-e indígena
Dimensão
sócia
ambiental do
espaço
geográfico
15) As
manifestaçõ
es sócias
espaciais da
diversidade
cultural. 16)
O comércio
e as
implicações
sócio
- Os
grandes
biomas
terrestres.
-
Hidrosfera.
- A
atividade
industrial
no mundo e
- A hidrografia
Brasileira.
- Recursos
Minerais e
energéticos do
Brasil.
90
espaciais.
17) A nova
ordem
mundial, os
territórios
supranacion
ais e o papel
do Estado.
suas
consequên
cias.
D-METODOLOGIA
O estudo dos conceitos fundamentos da geografia, paisagem, lugar, região,
território, natureza e sociedade deverão ser apresentados dentro de uma perspectiva
crítica, com diferentes óticas para serem problematizadas e analisadas.
Os instrumentos de leitura cartográfica e gráfica, como a compreensão de
signos, legenda, escala e orientação, são de suma importância para o entendimento
do espaço geográfico.
As relações sociedade e natureza, relações espaço – temporal são
fundamentais para a compreensão dos conteúdos.
A realidade local e paranaense deverá ser assegurada nos conteúdos
propostos para que a sua história seja valorizada por todos.
A cultura afro-brasileira, africana e indígena deverá ser considerada no
desenvolvimento do conteúdo.
Os diferentes olhares sobre o lugar, através de variadas linguagens, fazem
parte da compreensão do espaço geográfico no qual o estudante e seu grupo social
está inserido. Para compreender e atuar sobre esse espaço produzido através, das
diferentes temporalidades, é preciso observar as penalidades visíveis na paisagem e
as invisíveis que estão presentes muitas vezes apenas nas representações sociais
ou até no imaginário das pessoas e dos grupos sociais. O espaço geográfico pode
ser estudado sob diferentes óticas seja a clássica vidaliana, passando pela
Geografia que utiliza a análise sistêmica; pela Geografia que utiliza princípios
marxistas, considerando o método dialético, como as atuais correntes da percepção,
91
do comportamento ou do imaginário. A diversidade de enfoques é uma constante no
estudo da paisagem, da natureza, do território e da sociedade, tanto isso é real na
universidade como na escola fundamental e média. Essas óticas diferenciadas
precisam ser problematizadas e analisadas. A metodologia do ensino de Geografia
será realizada através de aulas expositivas com diálogo entre professor e aluno,
interrogatório, estudo dirigido, elaboração de poesias, paródias, dramatizações, uso
da cartografia, vídeos, TV pendrive, pesquisa bibliográfica e de campo, entrevistas,
interpretação de texto de jornais, revistas, literários, gráficos, músicas e outros.
E-AVALIAÇÃO
Dentro do processo de avaliação a ser proposto para a disciplina de
Geografia, deve necessariamente estar inserido o objeto de estudo a que se propõe,
através dos conteúdos de tal disciplina.
A avaliação como forma, ou seja, dentro do contexto histórico escolar, não
pode e nunca poderá, servir de mecanismo de impedimento, mas sim, mesmo em
sua complexidade filosófica e aplicativa, como forma de verificação, de observação
mesmo que momentânea da compreensão por parte do estudante dos diversos
conhecimentos adquiridos, tanto dentro como fora da escola.
Desta forma propomos uma avaliação contínua, formativa e cumulativa, em
seus diversos aspectos, tanto dentro do ambiente “sala de aula”, como fora dele.
Os instrumentos de avaliação serão através de atividades escritas, orais,
seminários, debates, relatórios e pesquisa bibliográfica e demais atividades
correlatas à disciplina.
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de Geografia. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Geografia. Curitiba-PR, 2008.
92
ANDRADE, M. C. Imperialismo e fragmentação do espaço. São Paulo:
Universidade de São Paulo, 1988.
BRAZ, F. C. História do Paraná: das Origens à Atualidade. Arapongas: El Shaddai,
2000.
COELHO, M. A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 1995.
DORST, J. Antes que a Natureza Morra. São Paulo: Edgard Blücher, 1973.
MAGNÓLI, D.; A. R. A nova Geografia Estudos de Geografia do Brasil. São
Paulo: Moderna, 1992.
MAGNOLLI, D.; A. R. Geografia Paisagem e Território. São Paulo, Moderna, 1997.
PEREIRA, D.; S. D.; C. M. Geografia ciência do espaço mundial. São Paulo,
1995.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica, temporização e emoção. São Paulo:
Huciter, 1996.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único e consciência
universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SCARLATE, F. C.; FURLAN, S. A. São Paulo: Nacional, 1995.
VESENTINI, W.; VLACH, V. Geografia Crítica. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2002.
93
8- HISTÓRIA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“Para estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa do figurantes mudos que enchem o panorama da História e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a História.”
Sérgio Buarque de Holanda
O ensino de História pode ser analisado sob duas perspectivas: uma que o
compreende a serviço dos interesses do Estado ou do poder institucional; e outra
que privilegia as contradições entre a História apresentada nos currículos e nos
livros didáticos e a história ensinada na cultura escolar.
Nas Diretrizes Curriculares propõem-se analisar o ensino de História,
principalmente no período da década de 1970 até os dias atuais, buscando elencar
os aspectos positivos, as mudanças na disciplina, a influência do governo e bem
como ela vem sendo estrutura nos dias de hoje. Através da análise da disciplina é
que foi possível uma melhor organização curricular, baseando-se nos conteúdos
estruturantes, que aproximam e organizam os campos da História e seus objetos.
Na concepção de História, que está proposta nas Diretrizes, as verdades
prontas e definitivas não têm lugar, porque o trabalho pedagógico na disciplina deve
dialogar com várias vertentes tanto quanto recusar o ensino de História marcado
pelo dogmatismo e pela ortodoxia.
Do mesmo modo, são rechaçadas as produções historiográficas que afirmam
não existir objetividade possível em História, e consideram todas as afirmativas
igualmente válidas. Destaca-se que os consensos mínimos construídos no debate
entre as vertentes teóricas não expressam meras opiniões, mas implicam
fundamentos do conhecimento histórico que se tornam referenciais as diretrizes.
O professor precisa entender como se dá a organização do pensamento
histórico, para poder encaminhar suas aulas de maneira que o aprendizado seja
94
significativo para os estudantes. Diante disto, Rüssen (2001, p. 30-36) propõe alguns
elementos intercambiantes que devem ser observados na constituição do
pensamento histórico, quais sejam:
• a observação de que as necessidades dos sujeitos na sua vida cotidiana em
sua prática social estão ligadas com a orientação no tempo. Essas necessidades
fazem com que os sujeitos busquem no passado respostas para questões do
presente. Portanto, fica claro que os sujeitos fazem relação passado/presente o
tempo todo em sua vida cotidiana;
• as teorias utilizadas pelo historiador instituem uma racionalidade para a
relação passado/presente que os sujeitos já trazem na sua vida prática cotidiana.
Essas teorias acabam estabelecendo critérios de sentido para essa prática social.
Esses critérios de sentidos são chamados de ideias históricas;
• os métodos e técnicas de investigação do historiador produzem
fundamentações específicas relativas às pesquisas ligadas ao modo como as ideias
históricas são concebidas a partir de critérios de verificação, classificação e
confrontação científica dos documentos;
• as finalidades de orientação da prática social dos sujeitos retomam as
interpretações das necessidades de orientação no tempo, a partir de teorias e
métodos historiográficos apresentados;
• essas finalidades se expressam e realizam sob a forma de narrativas
históricas.
A partir dessa matriz disciplinar, a História tem como objeto de estudo os
processos históricos relativos às ações e às relações humanas praticadas no tempo,
bem como a respectiva significação atribuída pelos sujeitos, tendo ou não
consciência dessas ações. As relações humanas produzidas por essas ações
podem ser definidas como estruturas sócio-históricas, ou seja, são as formas de
95
agir, pensar, sentir, representar, imaginar, instituir e de se relacionar social, cultural e
politicamente.
As relações humanas determinam os limites e as possibilidades das ações
dos sujeitos de modo a demarcar como estes podem transformar constantemente as
estruturas sócio-históricas. Mesmo condicionadas, as ações dos sujeitos permitem
espaços para escolhas e projetos de futuro. A investigação histórica voltada para
descoberta das relações humanas busca compreender e interpretar os sentidos que
os sujeitos atribuem às suas ações. Os processos históricos, então, não podem ser
entendidos como uma sucessão de fatos na ordem de causa e consequência.
Segundo o historiador Christopher Lloyd (1995), os processos históricos estão
articulados em determinadas relações causais. Os acontecimentos construídos
pelas ações e sentidos humanos, em determinado local e tempo, produzem relações
humanas, que ensejam um espaço de atividade relativo aos acontecimentos
históricos. Isso ocorre de forma não-linear, em ações que produzem outras relações,
as quais também constroem novas ações. Assim, os processos históricos são
marcados pela complexidade causal; isto é, fatos distintos produzem novas
relações, enquanto relações distintas convergem para novos acontecimentos
históricos.
A produção do conhecimento, pelo historiador, requer um método específico,
baseado na explicação e interpretação de fatos do passado. Construída a partir dos
documentos e da experiência do historiador, a problematização produz uma
narrativa histórica que tem como desafio contemplar a diversidade das experiências
sociais, culturais e políticas dos sujeitos e suas relações.
Fenômenos, processos, acontecimentos, relações ou sujeitos podem ser
analisados a partir do conhecimento histórico construído. Ao confrontar ou comparar
documentos entre si e com o contexto social e teórico que os constituíram, a
produção do conhecimento propicia validar, refutar ou complementar a produção
historiográfica existente. Como resultado, pode ainda contribuir para rever teorias,
metodologias e técnicas na abordagem do objeto de estudo historiográfico.
A finalidade da História é a busca da superação das carências humanas
fundamentadas por meio de um conhecimento constituído por interpretações
históricas. Essas interpretações são compostas por teorias que diagnosticam as
96
necessidades dos sujeitos históricos e propõem ações no presente e projetos de
futuro. Já a finalidade do ensino de História é a formação de um pensamento
histórico a partir da produção do conhecimento. Esse conhecimento é provisório,
configurado pela consciência histórica dos sujeitos.
Entretanto, provisoriedade não significa relativismo teórico, mas sim que
existem várias explicações e interpretações para um mesmo fato. Algumas são mais
aceitas historiograficamente, de modo que são constituídas pelo estado atual da
ciência histórica em relação ao seu objeto e ao seu método. Com isso, outro aspecto
fundamental da provisoriedade histórica é que as explicações e interpretações sobre
determinado processo histórico também se modificam temporalmente, ou seja, os
diferentes contextos espaços-temporais das diversas sociedades produzem suas
próprias concepções de História. De fato, o conhecimento histórico possui formas
diferentes de explicar seu objeto de investigação, a partir das experiências dos
sujeitos e do contexto em que vivem.
B- OBJETIVOS GERAIS
Analisar os processos históricos relativos às ações humanas praticadas
no tempo, bem como os sentidos que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não
consciência dessas ações.
Compreender que a consciência histórica é uma condição da existência
do pensamento humano e que sob esta perspectiva os sujeitos se constituem a
partir de suas relações sociais, em qualquer período e local do processo histórico,
ou seja, a consciência histórica é inerente à condição humana em toda a sua
diversidade.
Entender que as relações de trabalho, as relações de poder e as
relações culturais se articulam e constituem um processo histórico.
Questionar os feitos do presente por meio da análise de diferentes
documentos históricos do estudo do passado.
Compreender que as relações de trabalho no mundo se constituem em
diferentes períodos históricos, considerando os conflitos inerentes às relações de
trabalho.
97
Compreender que as relações de poder encontram-se em todos os
espaços sociais e também deve identificar, localizar as arenas decisórias e os
mecanismos que as construíram.
Reconhecer a si e aos outros como construtores de uma cultura
comum, analisando a especificidade de cada sociedade e as relações entre elas.
Construir um novo olhar sobre a história nacional, regional e local,
ressaltando a contribuição dos africanos, afro-brasileiros e indígenas na constituição
da nação brasileira.
Contemplar a História do Paraná...
Desmistificar algumas visões equivocadas sobre o negro e o continente
africano: a do negro visto como escravo; a da África como um continente primitivo; a
de que o negro foi escravizado porque era mais dócil, menos rebelde que os
indígenas; a da democracia racial.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
98
C-CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS
Relações de
Trabalho
Relações de poder
Relações culturais
Tema 1 – Trabalho
escravo, servil,
assalariado e o trabalho
livre.
Tema 2- Urbanização e
industrialização
Tema 3 – O Estado e as
relações de poder.
Tema 4 – Os sujeitos, as
revoltas e as guerras.
Tema 5- Movimentos
sociais, políticos e
culturais e guerras e
revoluções.
Tema 6_- Cultura e
religiosidade
Patrimônio histórico
local. Mão de obra
escrava indígena e
africana.
Formação das primeiras
vilas e cidade do Paraná.
Os ciclos econômicos
paranaense.
Os caminhos antigos do
Paraná.
Das aldeias primitivas
aos primeiros Estados –
Pré História
As civilizações do
crescente fértil: Egito,
Mesopotâmia, Hebreus e
99
fenícios.
Grécia
Roma
A Idade Média :
Feudalismo
O Renascimento cultural
e científico
A Reforma Protestante e
a Reforma Católica
100
2ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS
Relações de
Trabalho
Relações de poder
Relações culturais
Tema 1 – Trabalho
escravo, servil,
assalariado e o trabalho
livre.
Tema 2- Urbanização e
industrialização
Tema 3 – O Estado e as
relações de poder.
Tema 4 – Os sujeitos, as
revoltas e as guerras.
Tema 5- Movimentos
sociais, políticos e
culturais e guerras e
revoluções.
Tema 6_- Cultura e
religiosidade
Organização política e
administrativa na
América Portuguesa.
Atividades econômicas
na América Portuguesa
– Cultura Afro e o
indígena.
A presença holandesa
no nordeste açucareiro.
A mineração no Brasil
colonial. ( cultura afro)
O Iluminismo
A Revolução Francesa.
A emancipação política
do Paraná e a formação
do Estado.
101
O processo de
independência na
América Portuguesa.
O governo de D. Pedro I
O Período Regencial
O Governo de D. Pedro
II.
Conteúdos PSS:
Crise no sistema colonial
– Conjuração Baiana e
Mineira.
A influência da cultura
africana e indígena no
Brasil.
102
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS
Relações de
Trabalho
Relações de poder
Relações culturais
Tema 1 – Trabalho
escravo, servil,
assalariado e o trabalho
livre.
Tema 2- Urbanização e
industrialização
Tema 3 – O Estado e as
relações de poder.
Tema 4 – Os sujeitos, as
revoltas e as guerras.
Tema 5- Movimentos
sociais, políticos e
culturais e guerras e
revoluções.
Tema 6_- Cultura e
religiosidade
O Brasil na I República.
A Primeira Guerra
Mundial.
A Revolução Russa.
A crise de 1929.
O governo de Getúlio
Vargas
A segunda Guerra
Mundial.
A Guerra Fria
Governos Populistas no
Brasil
Experiências de
esquerda na América
Latina
O regime autoritário no
103
Brasil.
Conflitos internacionais.
Conteúdos PSS- inserir
nos temas básicos
• O segundo
Império e as
Transformações
sócio-
econômicas.
• Imperialimo.
• República Velha
• A primeira Guerra
• Crise de 1929
• A segunda Guerra
• O período militar
no Brasil.
• O Brasil, o Paraná
e o mundo
contemporâneo
( O Paraná Hoje,
economia –
industrialização ,
agricultura,
política,
exportações,
quilombolas e as
reservas
indígenas).
104
D-METODOLOGIA
Nas Diretrizes Curriculares o trabalho pedagógico está organizado com os
Conteúdos Estruturantes, básicos e específicos, que tem por finalidade a formação
do pensamento histórico dos estudantes. Isso se dá quando o professor e alunos
utilizam, em sala de aula e na pesquisas, os métodos de investigação histórica
articulados pelas narrativas históricas desses sujeitos. Assim, os alunos perceberão
que a História está narrada em diferentes fontes (livros, cinema, canções, palestras,
relatos de memória,etc), sendo que os historiadores se utilizam destas fontes para
construírem suas narrativas históricas.
Nesse sentido, o trabalho pedagógico com os conteúdos históricos deve ser
fundamentado em vários autores e suas respectivas interpretações, seja por meio
dos manuais didáticos disponíveis ou por meio de textos historiográficos
referenciais. Espera-se que, ao concluir a Educação Básica, o aluno entenda que
não existe uma verdade histórica única, e sim que verdades são produzidas a partir
de evidências que organizam diferentes problematizações fundamentadas em fontes
diversas, promovendo a consciência da necessidade de uma contextualização
social, política e cultural em cada momento histórico.
O professor poderá utilizar na sua prática educativa: as fontes históricas,
livros, textos, filmes, fotografias, quadrinhas, charges, música, passeios a locais que
possam ser visitados, etc. Não deixando de abordar a noção de tempo, para que o
aluno perceba a sucessão ou ordenação, simultaneidade, semelhanças, diferenças,
mudanças, permanências, que por sua vez serão construídas no decorrer de sua
vida e dependem de experiências culturais.
Ao trabalhar as noções de temporalidade, o professor deve tomar as ideias
históricas do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos. O
contato com outras ideias históricas mais elaboradas permite que os estudantes as
relacionem com suas ideias históricas previas, para estabelecer uma cognição
105
histórica situada, ou seja, um conhecimento histórico reelaborado em seu contexto e
com experiências do tempo significativas para eles.
E- AVALIAÇÃO
Ao se propor reflexões sobre a avaliação no ensino de História objetivam-se
favorecer a busca da coerência entre a concepção de historia defendida e as
praticas avaliativas que integram o processo de ensino e de aprendizagem. A
avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, permeando o
conjunto das ações pedagógicas, e não como elemento externo a este processo.
Ao considerar os conteúdos de História efetivamente tratados em aula,
essências para o desenvolvimento da consciência histórica, é necessário ter clareza
que avaliar é sempre um ato de valor. Diante disto, o professor e alunos precisam
entender que os pressupostos da avaliação, tais côo finalidades, objetivos, critérios
e instrumentos, podem permitir rever o que precisa ser melhorado ou o que já foi
apreendido.
O professor no seu dia a dia pode utilizar-se de diversas formas avaliativas,
tais como: a avaliação diagnóstica, avaliação formativa ou a avaliação somativa. As
três formas de avaliar podem ser usadas no Ensino Fundamental ou Ensino Médio.
Mas devemos buscar através delas a investigação e a apropriação de conceitos
históricos, a compreensão das relações da vida humana e o aprendizado dos
conteúdos básicos/temas históricos e específicos.
Deseja-se que, ao final do trabalho na disciplina de História, os alunos tenham
condições de identificar processos históricos, reconhecer criticamente as relações
de poder neles existentes, bem como intervirem no mundo histórico em que vivem,
de modo a se fazerem sujeitos da própria História.
F- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de História. Curitiba: SEED-PR, 2006.
106
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, História. Curitiba-PR, 2008.
LUCKESI, C. C.Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São Paulo: Cortez,
200
BITTENCOURT, M. C. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo:
Cortez, 2004.
BURKE, P. (org) A escrita da história: novas perspectivas. São Paulo: UNESP,
1992.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação.
Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo básico para a escola
pública do estado do Paraná. Curitiba: SEED, 1990.
107
9- LEM- INGLÊS
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“...aprender uma língua estrangeira é um empreendimento essencialmente humanístico e não uma tarefa afecta às elites ou estritatamente metodológica, e a força da sua importância deve decorrer da relevância de sua função afirmativa, emancipadora e democrática.”
O ensino da Língua Inglesa passou por constantes mudanças em decorrência
da organização social, política e econômica ao longo da história. As propostas
curriculares e os métodos de ensino são instigados a atender às expectativas e
demandas sociais contemporâneas e a propiciar a aprendizagem dos
conhecimentos historicamente produzidos às novas gerações.
Na abordagem pedagógica tradicional a língua era concebida como um
conjunto de regras e privilegiava a escrita, dava-se ênfase à gramática, às regras
gramaticais, tradução, versão e ditados, sendo que a avaliação preocupava-se
também com o conhecimento gramatical.
Em contraposição ao Método Tradicional surgiu o Método Direto, de modo a
atender aos novos anseios impulsionados pela necessidade do ensino das
habilidades orais, visando à comunicação na língua alvo. No método anterior, essas
habilidades não eram contempladas, pois privilegiava somente a escrita.
O surgimento do Método Direto foi a primeira tentativa de conceber a língua
como um fenômeno particular, compartilhado com outros falantes da mesma língua.
Nesse método, a língua materna perde o seu papel de mediadora no ensino de
língua estrangeira e tem como princípio fundamental a aprendizagem em constante
contato com a língua em estudo. A gramática é aprendida de forma indutiva, os
alunos praticam perguntas e respostas e exercitam a pronúncia com o objetivo de
atingir uma competência semelhante a do nativo.
Comprometido com os ideais nacionalistas, devido a Segunda Guerra
Mundial, o MEC preconizava que a disciplina de Língua Estrangeira deveria
contribuir tanto para a formação do aprendiz quanto para o acesso ao conhecimento
e à reflexão sobre as civilizações estrangeiras e tradições de outros povos.
O ensino da Língua Inglesa teve espaço garantido nos currículos oficiais por
ser o idioma mais usado nas transações comerciais. A dependência do Brasil em
108
relação aos Estados Unidos se acentuou durante e após a Segunda Guerra Mundial.
Com isso, intensificou-se a necessidade de aprender Inglês. Assim, falar Inglês
passou a ser um anseio das populações urbanas, de modo que o ensino dessa
língua ganhou cada vez mais espaço no currículo.
Desde a década de 1950, o sistema educacional brasileiro se viu responsável
pela formação de seus alunos para o mundo do trabalho. Assim, identificou-se a
valorização da Língua Inglesa devido às demandas de mercado de trabalho que,
então, se expandiam no período.
Com o surgimento da ciência linguística e o crescente interesse pela
aprendizagem de línguas, surgiram mudanças significativas quanto às abordagens e
aos métodos de ensino. O Método Áudio-Oral que tinha como pressuposto que todo
ser humano seria capaz de falar uma segunda língua fluentemente, desde que fosse
submetido a uma constante repetição de modelos. Iniciou-se, nesse momento, uma
fase do ensino de Língua Estrangeira mais sofisticada quanto aos recursos
didáticos.
Em contra-partida ao Método Áudio-Oral a Gramática Gerativa
Transformacional, reestruturou a visão de língua e de sua aquisição, salientando
que a língua por ser dinâmica e criativa, não poderia ser reduzida a um conjunto de
enunciados a serem memorizados e repetidos de forma automatizada.
Criados os conceitos de competência e de desempenho, a língua é entendida
como uma estrutura que faz intermediação entre o indivíduo e o mundo. A motivação
e a interação deveriam ser contempladas no ensino de língua. A aquisição da língua
é entendida como resultado de interação entre o organismo e o ambiente, em
assimilações e acomodações responsáveis pelo desenvolvimento da inteligência.
Na década de 1980 a Abordagem comunicativa começou a ser discutida no
Brasil. Em tal abordagem, a língua é concebida como instrumento de comunicação
ou de interação social, concentrada nos aspectos semânticos, e não mais no código
linguístico. Desenvolve-se a competência comunicativa, era importante que o sujeito
não somente conhecesse, mas se apropriasse das regras do discurso específico da
comunidade de falantes da língua-alvo. Estabeleceu-se a distinção entre regras
gramaticais e o uso da língua, as quais devem estar em constante associação para
que se desenvolva a interpretação.
109
Ampliou-se, então o conceito de competência comunicativa ao incorporar-se,
além da competência gramatical, outras três: a competência sociolinguística, a
estratégica e a discursiva. Propôs-se quatro habilidades respectivas:
leitura(listening), escrita(writing), fala(speaking) e audição(listening).O uso de uma
determinada língua envolve tanto o seu conhecimento quanto a capacidade de
implementação ou de seu uso.
Através da Pedagogia Crítica, a escola é valorizada como espaço social
democrático, responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como
instrumento de compreensão das relações sociais e para a transformação da
realidade dá-se ênfase aos textos “ ao se referir à história, poder, ideologia, política,
classe social, consciência crítica, emancipação, nas discussões acerca da
linguagem”, numa concepção de língua como prática social fundamentada na
abordagem comunicativa, com vistas a um ensino que contribua para reduzir
desigualdades sociais e desvelar as relações de poder que as apóiam.
B- OBJETIVOS GERAIS
Proporcionar o engajamento e a interação no mundo social bem como
facilitar o acesso e o contato com outras civilizações e culturas.
Identificar no meio atual a importância da língua inglesa e o universo
que a cerca, percebendo-se como parte integrante de um mundo globalizado e
compreendendo o papel hegemônico que esta língua desempenha.
Resgatar a função social e educacional do ensino da LEM;
Atender à diversidade cultural, identitária e lingüística
Compreender a importância das culturas afro-brasileira, africana e
indígena na formação do povo e da cultura brasileira.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
110
C- CONTEÚDOS
Série: 1ª
Conteúdo
Estruturante
Conteúdos Básicos Conteúdos
EspecíficosDiscurso
como prática
social.
Leitura
- Identificação do
tema, do argumento
principal e dos
secundários.
Interpretação textual,
observando o
conteúdo veiculado,
fonte,
intencionalidade,
intertextualidade.
- Inferências.
- Linguagem não-
verbal.
- As particularidades
do texto em registro
formal e informal.
- Finalidades do texto.
- Estética do texto
literário.
- Realização de
leitura não linear dos
diversos textos.Variedades
linguísticas.
- Intencionalidade do
texto.
- Particularidade de
pronúncias da língua
111
Oralidade estudada em
diferentes países.
- Finalidade do texto
oral.
- Elementos
extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos.
Escrita
Adequação ao
gênero:
Elementos
composicionais,
elementos formais e
marcas linguísticas.
- Paragrafação.
- Clareza de ideias.
- Adequar o
conhecimento
adquirido à norma
padrão.
Artigos: definidos e
indefinidos.
Substantivos: gênero,
número, caso
genitivo.
Adjetivos: noções
gerais.
Numerais.
Pronomes:
pessoais
adjetivos
possessivos
112
reflexivos
relativos
indefinidos
interrogativos
demonstrativos
Análise linguística.
- Coesão e coerência.
- Função dos
pronomes, artigos,
adjetivos, numerais,
preposições,
advérbios, locuções
adverbiais,
conjunções, verbos,
palavras
interrogativas,
substantivo,
substantivos
contáveis e
incontáveis, falsos
cognatos, discurso
direto e indireto, voz
passiva, verbos
modais, concordância
verbal e nominal,
orações condicionais
e outras categorias
como elementos do
texto.
113
- Pontuação e seus
efeitos de sentido no
texto.
SÉRIE: 2ª
Conteúdo
Estruturante
Conteúdos Básicos Conteúdos
EspecíficosDiscurso
como prática
social.
Leitura
- Identificação do
tema, do argumento
principal e dos
secundários.
- Interpretação
textual, observando o
conteúdo veiculado,
fonte,
intencionalidade,
intertextualidade.
- Inferências.
- Linguagem não-
verbal.
- As particularidades
do texto em registro
formal e informal.
- Finalidades do texto.
- Estética do texto
literário.
- Realização de
leitura não linear dos
diversos textos.- Variedades
linguísticas.
- Intencionalidade do
114
Oralidade texto.
- Particularidade de
pronúncias da língua
estudada em
diferentes países.
- Finalidade do texto
oral.
- Elementos
extralinguísticos:
entonação, pausas,
gestos.
Escrita
- Adequação ao
gênero:
Elementos
composicionais,
elementos formais e
marcas linguísticas.
- Paragrafação.
- Clareza de ideias.
- Adequar o
conhecimento
adquirido à norma
padrão.
Adjetivos.
Gênero.
Grau.
Emprego do
substantivo de forma
adjetiva.
Formação de
palavras.
Processo de
115
derivação: prefixos e
sufixos.
Processo de
composição.
1. Verbos:
Present Perfect e
Present
Perfect
Continuous.
Past Perfect e Past
Perfect
Continuous.
Condicional.
Uso de infinitivo,
gerúndio e particípio.
If Clauses.
Question Tag.
Discursos: direto e
indireto.
Vozes: ativa e
passiva.
Conjunções.
Análise linguística.
- Coesão e coerência.
- Função dos
pronomes, artigos,
adjetivos, numerais,
preposições,
advérbios, locuções
adverbiais,
conjunções, verbos,
116
palavras
interrogativas,
substantivo,
substantivos
contáveis e
incontáveis, falsos
cognatos, discurso
direto e indireto, voz
passiva, verbos
modais, concordância
verbal e nominal,
orações condicionais
e outras categorias
como elementos do
texto.
- Pontuação e seus
efeitos de sentido no
texto.
- Estudo dos
conhecimentos
linguísticos a partir:
- Coesão e coerência.
- Função dos
pronomes, artigos,
adjetivos, numerais,
preposições,
advérbios, locuções
adverbiais,
conjunções, verbos,
palavras
interrogativas,
substantivo,
117
substantivos
contáveis e
incontáveis, falsos
cognatos, discurso
direto e indireto, voz
passiva, verbos
modais, concordância
verbal e nominal,
orações condicionais
e outras categorias
como elementos do
texto.
- Pontuação e seus
efeitos de sentido no
texto.
D-METODOLOGIA
As línguas estrangeiras são possibilidades de conhecer, expressar e
transformar modos de entender o mundo e de construir significados. Por isso as
aulas de Língua Estrangeira Moderna devem ser um espaço em que se
desenvolvam atividades significativas, as quais explorem diferentes recursos e
fontes, a fim de que o aluno vincule o que é estudado com o que o cerca.
As atividades serão abordadas a partir de textos e envolverão,
simultaneamente, práticas e conhecimentos mencionados, de modo a proporcionar
ao aluno condições para assumir uma atitude crítica e transformadora com relação
aos discursos apresentados. Devem desenvolver também as quatro habilidades
linguísticas: listening, speaking, reading and writing. Outro aspecto importante é que
os textos podem estar articulados com as demais disciplinas do currículo, para que o
aluno perceba que alguns conteúdos de disciplinas distintas podem estar
relacionados com a Língua Estrangeira. Deve-se abordar vários gêneros textuais,
em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua
composição, a distribuição de informações, o grau de informação presente ali, a
118
intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso,
a gramática em si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para
trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la.
Mas, somente disponibilizar textos aos alunos não é o bastante. É necessário
provocar uma reflexão maior sobre o uso de cada um deles e considerar o contexto
de uso e os seus interlocutores. É importante que o aluno tenha acesso a textos de
várias esferas sociais: publicitária, jornalística, literária, informativa, etc. O objetivo
será interagir com a infinita variedade discursiva presente nas diversas práticas
sociais.Com isso, as experiências dos alunos e o conhecimento de mundo serão
valorizados.Na medida em que os alunos reconheçam que os textos são
representações da realidade, são construções sociais, eles terão uma posição mais
crítica em relação a tais textos.Poderão rejeitá-los ou reconstruí-los a partir de seu
universo de sentido, o qual lhes atribui coerência pela construção de
significados.Deve-se proporcionar ao aluno, pertencente a uma determinada cultura,
o contato e a interação com outras línguas e culturas. Desse encontro, espera-se
que possa surgir a consciência do lugar que se ocupa no mundo, extrapolando o
domínio lingüístico. Para que isso aconteça o professor deve utilizar matérias
disponíveis nas escolas, como: livros didáticos, dicionários, livros para didáticos,
vídeos, DVD, CD-ROM, Internet, TV multimídia, revistas, jornais, cartazes, rádio,
multimídia, pen-drive, filmes, músicas, quadro de giz, etc. Deve desenvolver
atividades de pesquisa, como uma forma de saber mais sobre o assunto abordado;
de discussão, para aprofundar e/ou confrontar informações a respeito do assunto; e
produção de textos, aonde o aluno irá expor na língua estrangeira o seu
conhecimento do assunto abordado.
D- AVALIAÇÃO
Avaliar implica em apreciação e valoração. Sendo assim, o aluno será
avaliado num processo de envolvimento constante em todas as atividades
executadas dentro e fora da sala de aula. A avaliação será diagnóstica, contínua,
cumulativa e paralela, envolvendo trabalhos e atividades escritas e orais, individuais
e em grupos, avaliações mensais e bimestrais, participação ativa, produções e
interpretações de textos.
119
È um desafio construir uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo,
conectado, compartilhado e autonomizador no processo ensino/aprendizagem, que
nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos.
Com o propósito de encarar este desafio, busca-se superar a concepção de
avaliação como mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Espera-
se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir
de suas produções. Todo o trabalho desenvolvido com os alunos deve ser retomado
em discussões e analisados tanto pelo educador quanto pelo educando.
A avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira considera o erro
como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de aquisição de
uma nova língua. Considera-se que, nesse processo, o que difere do simples
aprender, é o fato de que adquirir uma língua é uma aquisição irreversível.
Desafios Educacionais Contemporâneos:
Textos relacionados à Educação Ambiental, Educação Fiscal, História e
Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena, Prevenção ao uso de drogas, Violência
na escola, Sexualidade, ECA, Idosos.
Textos priorizados ao Ensino Médio:
“Staying Alive.”; “The hands of a man.”;“The Native American
Culture.”“Applying for a job.”;“Black Thursday.”; A talk with the doctor.”; “Piggy
Banks.”; “The strongest and the weakest.”; “We can never stop protecting wild-life.”;
“Jacques-Yves Cousteau.”; “Rewards for Talents.”; “What will I be?”; “I have a
Dream.”; “When did Aids begin?”; “The tree machine.”; “Pandas in danger.”; “A
Floresta Amazônica.”; “Are you a chocoholic?”; ”Hard Rock Cafe.”; “ A possible
dream.”
E- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio.
LDP: Livro Didático Público de LEM – Inglês. Curitiba: SEED-PR, 2006.
120
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, LEM – Inglês. Curitiba-PR, 2008.
MARQUES, A. Password – special ediction. São Paulo: Ática, 2001.
ROSSETO, E. TOGETHER – Inglês para a escola pública. Ensino Fundamental,
Pato Branco:Euro, 2005.
LIBERATO,W. Compact English Book. São Paulo:FTD, 1998.
RUBIN, S. G. & FERRARI, M. Inglês para o Ensino Médio. São Paulo: Scipione,
2002.
SAMENTO. S & MULLER, V. O ensino de Inglês como língua estrangeira:
estudos e reflexões. Porto Alegre-RS: APIRS, 2004.
PRESCHER, E; PASQUALIN, E; AMOS, E. – Graded English (Volume Único) – 2ª
Edição – Editora Moderna.
MARQUES, A. Novo Ensino Médio – Volume Único – Editora Ática.
WOLF N. C; GANZERT, M. – English Casting. 1ª ed. Curitiba: Editora Positivo.
GUEDES. A. D; GOMES, A. – Blow Up – FTD.
MACHADO. R. A.; FERRARI, A. Z – Take Your Time – 3ª edição – Editora
Moderna.
AMOS, E; PRESCHER, E; PASQUALIN, E – Our Way – 5ª edição – Richmond
Publishing.
121
10- LÍNGUA PORTUGUESA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCISPLINA
A Língua Portuguesa nem sempre teve papel de destaque no sistema de
ensino do país e, como disciplina, só passou a integrar os currículos nas últimas
décadas do século XIX. No entanto, as experiências de ensino de português
começam com os jesuítas que as utilizavam com o intuito exclusivo de catequizar os
indígenas, servindo como “arma” no intuito de manter a “obediência à fé, ao rei e à
lei”.
Ainda no período colonial, as escolas organizadas pelos jesuítas propunham-
se a ensinar a ler e escrever, “favorecendo o modelo de sociedade escravocrata” e
de reprodutoras do interesse de Portugal. Já no século XVIII, o Marquês de Pombal
tornou obrigatório o ensino de Língua Portuguesa no Brasil e mesmo em Portugal e
proibindo o uso da língua usada na colônia até então: o tupi-guarani. Era a primeira
tentativa de efetivar a hegemonia da língua portuguesa na Colônia. Mesmo com
essas mudanças, o ensino de português continuava ineficiente, ministrado por
professores despreparados e voltado para a elite da colônia que continuaria seus
estudos na Europa.
Esse quadro continuou até a vinda da família real para o Brasil, em 1808,
quando surgiram aqui as primeiras instituições de ensino superior, privilegiando
ainda a classe dominante do Brasil-colônia. A população menos favorecida
continuou sem acesso à língua usada nas escolas. Em 1837, as disciplinas de
Gramática, Retórica e Poética (Literatura) foram incorporadas ao currículo e em
1871, o conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português.
A partir da metade do século XX, com a expansão do ensino primário público,
o ensino de Língua Portuguesa, já sob a concepção tecnicista, passou a ser
baseado em exercícios de memorização e contribuía para a consolidação da
ditadura militar, “impondo uma formação acrítica e passiva”, muito eficiente para
aquele contexto. Mantendo essa ótica, a lei 5692/71 mudou o Português para
Comunicação e Expressão (1° Grau) e Comunicação em Língua Portuguesa (2°
122
Grau). Nesse período, a teoria da comunicação de Jakobson postulava o ensino da
disciplina referente à língua materna.
Na década de 70 outras teorias a respeito da linguagem passaram a ser
debatidas; desses debates surgiu o questionamento sobre a eficácia das aulas e
gramática no ensino de português, embora a prática em sala de aula continuasse
pautada em livros didáticos que reforçavam a concepção tradicional de linguagem,
não “possibilitando a todos os estudantes o aprimoramento no uso da língua
materna tanto no ensino da língua propriamente dito, quanto no trabalho com a
literatura.” (Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa, 2008, p. 11). Quanto ao
trabalho com a última, o objetivo era servir-se dela para exercícios gramaticais e
usá-la ainda para transmitir valores religiosos, morais e cívicos, com o intuito de
formar cidadãos respeitadores da ordem estabelecida. Nesse período o ensino de
Literatura ocorria somente no segundo grau com ênfase em aspectos estruturais
e/ou historiográficos, no qual cabia ao professor a condução da análise literária, e
aos alunos, a condição de meros ouvintes, sem papel ativo no processo de leitura.
Tal prática pode ser compreendida pela análise do contexto da época: à ditadura
militar não era interessante despertar o espírito crítico e criador dos alunos. Assim, a
literatura perdia muito do seu valor no sentido de instrumento para ampliação do
conhecimento, da reflexão e visão de mundo do leitor.
A partir de 1979, os cursos de pós-graduação aumentaram e
consequentemente houve o aumento de uma elite de professores e pesquisadores
voltados para o pensamento e discussões críticas em relação aos rumos da
educação. Esse fato aliado à abertura política da época possibilitou, a partir dos
anos 80, os estudos linguísticos centrados no texto e na interação social das
práticas discursivas chegaram ao Brasil quando as primeiras obras do Círculo de
Bakhtin passaram a ser estudadas nos meios acadêmicos. Surgiram daí produções
teóricas que influenciaram mudanças no ensino da língua não mais voltado a teorias
gramaticais, mas que possibilitassem o domínio efetivo de falar, ler e escrever,
nesse sentido, a linguagem passaria a ser vista como fenômeno social, pois nasce
da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os homens. (DCE,
2009, p. 16)
123
A partir dessas mudanças influenciadas por Bakhtin, o ensino de língua
materna “requer que se considerem os aspectos sociais e históricos em que o
sujeito está inserido, bem como o contexto de produção do enunciado” (DCE, 2009,
p.16). Nesse sentido, o discurso oral ou escrito é fundamental para o processo de
ensino/aprendizagem da língua, porque é a partir dele que se concretizam
experiências reais do uso da língua, do uso da palavra em toda sua amplitude,
enfim, o ensino pautado nessa teoria considera que a aprendizagem não ocorre a
partir de elementos linguísticos isolados, ela se a partir do trabalho com o texto. No
entanto, é preciso lembrar que texto não se restringe à formalização do discurso oral
ou escrito, isso porque ele abrange um antes e um depois, portanto não pode ser
pensado apenas em seus aspectos formais, uma vez que é a linguagem em uso
efetivo.
Para Bakhtin, os textos podem ser agrupados em gêneros discursivos, porém
essa definição não limita o texto a determinada propriedade formal, isso porque
“antes de o gênero constituir um conceito, é uma prática social e deve orientar a
ação pedagógica com a língua” (DCE, 2009, p.19). O trabalho pedagógico
desenvolvido a partir dos gêneros é importante uma vez que muitos deles já fazem
parte do cotidiano dos alunos, desenvolvendo assim sua prática pedagógica, a
escola não priorizaria apenas textos didatizados, mas levaria para sala textos
presentes nas diversas esferas da sociedade, possibilitando ao aluno a inserção
social no sentido de poder formular seu próprio discurso e interferir na sociedade da
qual faz parte.
O trabalho com gêneros, sejam eles os mais diversificados possíveis, no
entanto não exclui o ensino de gramática nem impede que o professor apresente
regras gramaticais aos seus alunos, contudo essas regras precisam reforçar a
compreensão de que como se estrutura um texto, como essas regras se juntam para
produzirem determinados efeitos de sentido, e não centrar-se apenas em suas
nomenclaturas e classificações.
Enfim, a partir dessas considerações, fica evidente que as DCEs (2009)
propõem o trabalho com uma língua “viva, dialógica, em constante movimentação,
permanentemente reflexiva e produtiva” (p. 48). Para isso, é importante que a escola
considere as práticas linguísticas que o aluno apresenta ao ingressar nela, para que
124
daí sejam trabalhados os saberes relativos ao uso da norma padrão e acesso aos
conhecimentos para a construção do multiletramento, possibilitando que seus alunos
se utilizem da leitura, escrita e oralidade como forma de participação na sociedade
letrada.
B- OBJETIVOS GERAIS
Empregar a linguagem oral em diferentes situações de uso, saber
adequá-la a cada contexto e interlocutor, reconhecer as intenções implícitas nos
discursos do cotidiano e propiciar a possibilidade de um posicionamento diante
deles.
Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas por meio
de práticas sociais que consideram os interlocutores, seus objetivos, o assunto
tratado, os gêneros e suportes textuais, além do contexto de produção/leitura.
Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, de modo a
atualizar o gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais
empregados na sua organização.
Aprimorar pelo contato com os textos literários, a capacidade de
pensamento crítico e a sensibilidade estética, bem como propiciar pela Literatura a
constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica da oralidade, da
leitura e da escrita.
Reconhecer a importância da norma culta da língua, de maneira a
propiciar acesso aos recursos de expressão e compreensão dos processos
discursivos, como condição para tornar o aluno capaz de enfrentar as contradições
sociais em que está inserido e para a afirmação da sua cidadania, como sujeito
singular e coletivo.
Compreender a importância das culturas afro-brasileira, africana e
indígena na formação do povo e da cultura brasileira.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
125
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
C- CONTEÚDOS
CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL.
CONTEÚDOS BÁSICOS: LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE:
LEITURA
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade;
Vozes sociais presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Contexto de produção da obra literária;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
Progressão referencial;
Partículas conectivas do texto;
Relação de causa e consequência entre partes elementos do texto;
Semântica:
- operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- sentido conotativo e denotativo;
126
ESCRITA
Conteúdo temático;
Interlocutor;
Finalidade do texto;
Informatividade
Situacionalidade;
Intertextualidade;
Temporalidade
Referência textual;
Vozes sociais presentes no texto;
Ideologia presente no texto;
Elementos composicionais do gênero;
Progressão referencial
Partículas conectivas;
Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
Semântica:
-operadores argumentativos;
- modalizadores;
- figuras de linguagem;
- sentido conotativo e denotativo;
Marcas linguísticas: coesão, coerência, funções das classes gramaticais
no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito);
Vícios de linguagem;
Sintaxe de concordância;
Sintaxe de regência.
ORALIDADE
Conteúdo temático;
Finalidade,
Aceitabilidade do texto;
Informatividade;
Papel do locutor e interlocutor;
127
Elementos extralinguísticos: entonação, expressões: facial, corporal e
gestual, pausa.
Adequação do discurso ao gênero;
Turno de fala;
Variações linguísticas: coesão, coerência, gíria, repetição;
Elementos semânticos;
Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetição)
Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS POR SÉRIE.
1ª. SÉRIE
Interpretação de textos
Poéticos, narrativos, literários como fragmentos de romances, contos, crônicas,
resumos, descritivos, argumentativos, charges, tiras
A produção literária no Brasil:
- Divisão da Literatura Brasileira e Portuguesa.
- Perfil histórico e literário das escolas.
- Escolas Literárias ou estilos de época.
- Trovadorismo, Humanismo e Classicismo em Portugal
- Literatura informativa do Brasil:
Prática de análise linguística:
- Língua e Linguagem
- Variação e norma
- Os elementos da comunicação
- A relação entre a oralidade e a escrita
- A convenção ortográfica
128
- O uso de acentos gráficos na escrita
- A estrutura interna das palavras
- As origens clássicas da língua científica
- Formação de palavras
Prática de leitura e produção de textos:
- O que é texto?
- Linguagem verbal e não-verbal
- Ler é só começar?
*identificar o tema do texto
*elaborar uma síntese do texto
*organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes
*estabelecer relações entre elementos relevantes e/ou entre eles e outras
informações de que o leitor disponha
*demonstrar capacidade para interpretar os dados e fatos apresentados
*elaborar hipóteses explicativas para fundamentar sua análise das questões
tematizadas no texto
- Quando a imagem é um texto
- A análise de gráficos
- Arte de ler o que não foi dito
- Os pressupostos
- Os implícitos
-Ambiguidade
2ª. SÉRIE
Interpretação de textos
Poéticos, narrativos, literários como fragmentos de romances, contos, crônicas,
resumos, descritivos, argumentativos, charges, tiras
A produção literária:
- ROMANTISMO
* Da revolução política às transformações estéticas
129
* O Romantismo português
* Do romantismo histórico ao exagero sentimentalista’
* A terceira geração romântica.
* A riqueza do café e a exploração dos escravos.
* O romance urbano
Prática de análise linguística:
- CLASSES DE PALAVRAS:
- Substantivo
- Adjetivo
- Artigo
- Numeral
- Interjeição
- Pronome
- Colocação Pronominal
- preposição
- conjunção
Prática de leitura e produção de textos:
A EXPOSIÇÃO:
- Um olhar objetivo para o mundo
- O texto instrucional
-A apresentação de informações
- A descrição
- A definição
- A enumeração
- A comparação
- O contraste
- Por que disserta?
A ELABORAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
130
- Projeto de texto: um planejamento orientado
- Da teoria à prática
- Encontrando o caminho por meio de perguntas.
3ª. SÉRIE
Interpretação de textos
Poéticos, narrativos, literários como fragmentos de romances, contos, crônicas,
resumos, descritivos, argumentativos, charges, tiras.
A produção literária:
NOVAS PERSPECTIVAS ESTÉTICAS
- A chegada do Brasil ao século XX
- Características literárias
- Euclides da Cunha: o grande intérprete do sertão
- Lima Barreto: o pintor dos subúrbios e dos tipos desventurados
- Monteiro Lobato: o “pai”do Jeca Tatu
- Augusto dos Anjos: poeta pessimista e enigmático
- Novos caminhos para a cultura e a arte
MODERNISMO EM PORTUGAL
- Portugal chega ao século XX
- Fernando Pessoa: o “drama” em gente
- Do Presencismo à Literatura contemporânea
MODERNISMO NO BRASIL
- A primeira geração modernista
- Uma nova Guerra Mundial abala o mundo
- A poesia da segunda geração modernista
Prática de análise linguística:
131
RELAÇÃO DE SENTIDO NO INTERIOR DO PERÍODO
- Período composto
- Período composto por coordenação
- Período composto por subordinação substantiva
- As orações que equivalem a adjetivos
Prática de leitura e produção de textos:
A ARTICULAÇAO TEXTUAL
- A “argamassa” textual
- Elementos coesivos: as “placas de trânsito” linguísticas
D- METODOLOGIA
“O ensino de Língua Portuguesa seguiu – e ainda segue, em alguns contextos
– uma concepção de linguagem não privilegiada, no processo de aquisição e no
aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto”. (DCE, 2009,
p.15)
Os conteúdos de Língua Portuguesa serão trabalhados de forma a
oportunizar o domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, interligando
teoria, prática e realidade, possibilitando, desta forma, a emancipação e autonomia
do educando em relação ao pensamento e às práticas de linguagem.
Espera-se que o aluno amplie o seu domínio quanto à oralidade, permitindo que,
gradativamente, possa conhecer e usar a variedade linguística padrão, bem como
entender a necessidade do seu uso em determinados contextos sociais. Tendo em
vista os objetivos que se pretendem com os gêneros, as possibilidades para o
trabalho com este serão realizadas por meio de diversas estratégias, como a
apresentação de temas variados; depoimentos de situações significativas
vivenciadas pelo aluno ou por pessoas do seu convívio; dramatização; contação de
histórias; declamação de poemas; troca de opiniões; debates; seminários e outras
atividades que possibilitem o desenvolvimento da argumentação. A partir das
propostas dessas atividades, o aluno poderá perceber, tanto pela sua fala quanto
pela fala do outro, as diferenças lexicais, sintáticas e discursivas que caracterizam a
132
linguagem formal e informal; o papel do locutor e do interlocutor; os argumentos
utilizados; os procedimentos e as marcas lingüísticas típicas da conversação
(repetição, gírias) entre outros.
Com relação à prática da escrita, deve-se levar em consideração o
aprendizado da língua sob a premissa de que o texto é um elo de interação social e
os gêneros textuais são construções coletivas. Nessa perspectiva, a escrita será
trabalhada associada ao estudo destes gêneros, uma vez que os mesmos são
dinâmicos e refletem as necessidades culturais e sociais.
Desta forma, o trabalho com a escrita deverá ser feito pela seleção de um
gênero das diversas esferas sociais de circulação, como cotidiana, literária, artística,
científica, escolar, publicitária, política, imprensa, jurídica, produção e consumo e
midiática.
O trabalho com a prática da escrita poderá ser desenvolvido através de
atividades de discussão sobre o tema, leitura de textos sobre o mesmo assunto
(gêneros diferentes), adequação da linguagem ao gênero, organização de
parágrafos, coerência e coesão textual, argumentatividade, tipos de discursos, vícios
de linguagem e outras. Nesse trabalho, tanto o professor quanto o aluno precisa
planejar o que será produzido; em seguida escrever a primeira versão sobre a
proposta apresentada e posteriormente fazer a revisão, re-estruturação e re-escrita
do texto. Por meio desse processo, o aluno perceberá que a reformulação da escrita
é um importante recurso para o aprimoramento dessa prática.
Na concepção utilizada pelas diretrizes para nortear o letramento, a leitura é
vista como um ato dialógico, interlocutivo. O leitor, nesse contexto, tem um papel
ativo e para se efetivar como co-produtor, procura pistas formais, formula e
reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões. Utiliza ainda estratégias baseadas
no seu conhecimento linguístico, nas suas experiências e na sua vivência
sociocultural. Visando um sujeito critico e atuante nas práticas de letramento da
sociedade, o trabalho pedagógico com a leitura, acontecerá pelo contato com
diferentes textos produzidos no âmbito social – jornalístico, artístico, científico,
didático pedagógico, cotidiano, literário, publicitário, etc, bem como a leitura de fotos,
cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais. Nessa perspectiva, serão
desenvolvidas atividades de interpretação e compreensão textual, analisando os
133
conhecimentos de mundo do aluno, os conhecimentos linguísticos, o conhecimento
da atuação comunicativa dos interlocutores envolvidos, dos gêneros e suas
respectivas esferas e do suporte em que o gênero está publicado.
Segundo Antunes, “A gramática é constitutiva do texto, e o texto é constitutivo
da atividade da linguagem. (...). Tudo o que nos deve interessar no estudo da língua
culmina com a exploração das atividades textuais e discursivas”.
Desta forma, o estudo do texto e da sua organização sintático-semântica permitirá
ao professor explorar as categorias gramaticais, conforme o texto em análise. No
entanto, nesse estudo o que vale não é a categoria em si, mas sim a função que ela
desempenha para os sentidos do texto.
Sendo a análise linguística prática didática complementar às práticas de
leitura, oralidade e escrita, os conteúdos gramaticais serão estudados a partir de
seus aspectos funcionais na constituição da unidade de sentidos e enunciados. Daí
a importância de se considerar, não somente a gramática normativa, mas também
as outras, como a descritiva e a internalizada no processo de Língua Portuguesa.
Considerando a flexibilidade dada pelo trabalho com os gêneros textuais,
serão trabalhados ainda temas como cultura afro-brasileira, cultura indígena,
sexualidade, drogas, meio-ambiente entre outros que possibilitem o estímulo do
pensamento crítico do aluno.
E-AVALIAÇÃO
A avaliação deverá caracterizar-se como um processo contínuo, permanente
e cumulativo, onde o trabalho será organizado e reorganizado com a finalidade de
formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam
criticamente o contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao
conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na
sociedade.
Nesta perspectiva, a avaliação visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
134
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos.
Sendo assim, os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos
de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas, ou seja, avaliar a
capacidade argumentativa, a realização de um debate, a produção de um texto, a
criatividade, a interpretação, entre outros, visto que o processo de aprendizagem
deve ser contínuo e cumulativo, dando prioridade à qualidade e ao desempenho do
aluno ao longo do ano letivo.
As atividades de avaliação serão vistas como uma oportunidade de reflexão
sobre o processo próprio de ensino. As provas serão centradas na leitura de textos e
na resolução de questões de compreensão e/ou breve atividade de escrita (resumo,
parágrafo, texto) alimentada pelo texto de referência, bem como análise linguística
dos fatos da língua. A literatura será avaliada por meio de pequenas dissertações
motivadas pelas discussões dos respectivos temas sem sala.
Portanto, cabe ao professor avaliar os alunos sob os seguintes aspectos:
Oralidade: A participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a
clareza ao expor suas ideias, a fluência da sua fala, a argumentação que apresenta
ao defender seus pontos de vista, envolvendo os diversos gêneros textuais e esferas
sociais.
Leitura: A compreensão do aluno quanto ao significado das palavras
conhecidas a partir do contexto, o reconhecimento do gênero e o suporte textual, a
capacidade de se colocar diante do texto, seja ele oral, escrito, gráfico, infográfico,
imagem, etc. Também se faz necessário considerar as diferenças de leituras de
mundo e o repertório de experiências dos alunos, avaliando assim a ampliação do
horizonte de expectativas.
Escrita: O texto do aluno deve ser visto como uma fase do processo de
produção, nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito
são as circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que
o texto escrito será avaliado nos seus aspectos discursivo-textuais, verificando a
adequação à proposta e ao gênero solicitado, a elaboração de argumentos
consistentes, a coesão e coerência textual, a organização dos parágrafos, se a
linguagem está de acordo com o contexto exigido. No momento da refacção textual,
135
é importante observar se a intenção do texto foi alcançada, se há relação entre
partes do texto, se há necessidade de cortes, devido às repetições, se é necessário
substituir parágrafos, ideias ou conectivos.
Literatura: O professor não ficará preso somente à linha do tempo da
historiografia, mas fará a análise contextualizada da obra, no momento de sua
produção e no momento de sua recepção (historicidade). Utilizará, também, no caso
do Ensino Médio, correntes da crítica literária mais apropriada para o trato com a
literatura, tais como: os estudos filosóficos e sociológicos, a análise do discurso, os
estudos culturais, entre tantos outros que podem enriquecer o entendimento da obra
literária. Pensadas desta maneira, embora tenham um curso planejado pelo
professor, as aulas de Literatura estarão sujeitas a ajustes atendendo às
necessidades e contribuições dos alunos, de modo a incorporar suas ideias e as
relações discursivas por eles estabelecidas num contínuo texto-puxa-texto. Nesse
contínuo de relações, percebe-se que o texto literário dialoga, também, com outras
áreas, numa relação exemplificativa, temos: Literatura e Arte; Literatura e Biologia;
Literatura e... (qualquer das disciplinas com tradição curricular no Ensino
Fundamental e Médio); Literatura e Antropologia; Literatura e Religião; entre tantas.
(DCE-2009)
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABAURRE, M. L. Portuguesa: língua, literatura, produção de texto: ensino médio/
Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira, Pontara, Tatiana Fadel. - 1ª ed. - São Paulo:
Moderna, 2005.
ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003.
BARBOSA, J. P.. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma perspectiva
enunciativa para o ensino da Língua Portuguesa. Tese (Doutorado em Linguística)
136
Aplicada ao Ensino de Línguas, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, 2001.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. De Michel Lahud e Yara
Frateschi. 9ª ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
_____. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
PARANÁ.Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Língua Portuguesa. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Língua Portuguesa . Curitiba-PR, 2008.
137
11- MATEMÁTICA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“Em todos os lugares do mundo, independente de raças, credos ou sistemas políticos, desde os primeiros anos da escolaridade, a Matemática faz parte dos currículos escolares, ao lado da Linguagem Natural, como uma disciplina básica. Parece haver um consenso com relação ao fato de que seu ensino é indispensável e sem ele é como se a alfabetização não se tivesse completado.”
Nilson José Machado
É necessário que se compreenda a Matemática desde suas origens até sua
constituição como campo científico e como disciplina no currículo escolar brasileiro.
Os povos das antigas civilizações desenvolveram os primeiros conhecimentos
que vieram a formar a Matemática conhecida hoje.
Como campo de conhecimento, a Matemática emergiu somente mais tarde,
com a civilização grega, onde regras, princípios lógicos e exatidão de resultados
foram registrados. Com os pitagóricos ocorreram às primeiras discussões sobre a
importância e o papel da Matemática no ensino e na formação das pessoas e com
os platônicos a Matemática era um instrumento que instigaria o pensamento do
homem. Pelo estudo da Matemática e a necessária abstração, tentava-se justificar a
existência de uma ordem universal e imutável, tanto na natureza como na
sociedade. Nesse período aconteceu a sistematização das matemáticas
estáticas, ou seja, o desenvolvimento da aritmética, a geometria, a álgebra e a
trigonometria.
Somente com os sofistas, considerados profissionais do ensino é que
surgiram as primeiras propostas de ensino baseadas em práticas pedagógicas.
A Matemática configurou-se como disciplina básica na formação das pessoas
a partir do século I a.C., desdobrada nas disciplinas de aritmética, geometria, música
e astronomia. O ensino da geometria e da aritmética ocorria de acordo com o
pensamento euclidiano, embasado no rigor das demonstrações.
No início da Idade Média até o século VII, o caráter do ensino era
estritamente religioso, com o objetivo de entendimento dos cálculos do calendário
religioso litúrgico e determinação das datas religiosas. Outras aplicações práticas e o
138
caráter empírico desse conhecimento só passaram a ser explorados no final desse
período.
Entre os séculos VIII e VI, o ensino passou por mudanças significativas com o
surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino.
Com o avanço das navegações e a intensificação das atividades comerciais e
industriais os conhecimentos matemáticos voltaram-se às atividades práticas.
No século XVI abriu-se um novo período de sistematização chamado de
matemática de grandezas variáveis. Isso ocorreu pela forte influência dos estudos
referentes à geometria analítica e à projetiva, o cálculo diferencial e integral, à teoria
das séries e das equações diferenciais. O ensino da Matemática objetivava preparar
os jovens para atividades ligadas ao comércio, arquitetura, música, geografia,
astronomia, artes da navegação, da medicina e da guerra.
No Brasil, a educação jesuítica contribuiu para o processo pelo qual a
Matemática viria a ser introduzida como disciplina nos currículos da escola brasileira.
No século XVII, a Matemática desempenhou papel fundamental para a
comprovação e a generalização de resultados. Surgiu também a concepção de lei
quantitativa que levou ao conceito de função e do cálculo infinitesimal. Esses
elementos caracterizaram as bases da Matemática como se conhece hoje.
No século XVIII, a emergente economia e a política capitalista fizeram com
que a pesquisa Matemática voltasse-se definitivamente para as necessidades do
processo de industrialização, com a formação de engenheiros, geógrafos,
topógrafos, etc., evidenciando a necessidade de educação para as classes,
formando assim tanto trabalhadores quanto dirigentes do processo produtivo.
Com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, implementou-se o ensino por
meio de cursos técnicos-militares, nos quais separava-se os conteúdos da
Matemática elementar e da Matemática superior. Este período ficou conhecido
como período das matemáticas contemporâneas em que ocorreram mudanças
nos fundamentos da Matemática, ou seja, no sistema de teorias e problemas
históricos, lógicos e filosóficos. Houve também uma reconsideração crítica do
sistema de axiomas, dos métodos lógicos e demonstrações matemáticas e ainda a
sistematização e hierarquização das diversas geometrias, entre elas as geometrias
não-euclidianas.
139
No final do século XIX e início do século XX, elaboraram-se propostas
pedagógicas que contribuíram para legitimar a Matemática como disciplina escolar e
para vincular seu ensino com os ideais e as exigências advindas das transformações
sociais e econômicas dos últimos séculos.
O início da modernização do ensino da Matemática no Brasil aconteceu num
contexto de mudanças que promoviam a expansão da indústria nacional, o
desenvolvimento da agricultura, o aumento da população nos centros urbanos e as
ideias que agitavam o cenário político internacional, após a Primeira Guerra Mundial.
Essas novas propostas educacionais caraterizavam reações contra uma estrutura de
educação artificial e verbalizada.
Até o final da década de 1.950, a tendência que prevaleceu no Brasil foi a
formação clássica, que se caraterizava pela sistematização lógica e pela visão
estática, a-histórica e dogmática do conhecimento matemático. A principal finalidade
do conhecimento matemático era o desenvolvimento do pensamento lógico-
dedutivo. Nessa tendência, a aprendizagem era centrada no professor e seu papel
de transmissor e expositor do conteúdo, na memorização e na repetição precisa de
raciocínios e procedimentos.
O caráter mecanicista e pragmático do ensino da Matemática foi marcante no
decorrer da década de 1.970. O método de aprendizagem enfatizado era a
memorização de princípios e fórmulas, o desenvolvimento e as habilidades de
manipulação de algoritmos e expressões algébricas e de resolução de problemas.
Já a tendência construtivista surgiu no Brasil a partir das décadas de 1.960 e
1,970.Nessa tendência, o conhecimento matemático resultava de ações interativas e
de reflexivas dos estudantes no ambiente ou nas atividades pedagógicas. A
Matemática era vista como uma construção formada por estruturas e relações
abstratas entre formas e grandezas. Essa linha pedagógica enfatizava mais o
processo do que o produto desse conhecimento. A interação entre os estudantes e o
professor era valorizada e o espaço de produção individual se traduzia como um
momento de interiorização das ações e reflexões realizadas coletivamente.
A tendência pedagógica socioetnocultural surgiu a partir da discussão sobre
a ineficiência do Movimento Modernista. Sob essa perspectiva, a Matemática deixou
de ser vista como um conjunto de conhecimentos universais e teoricamente bem
140
definidos e passou a ser considera como um saber dinâmico, prático e relativo. A
relação professor-estudante era dialógica, isto é, privilegiava a troca de
conhecimentos entre ambos e atendia sempre à iniciativa dos estudantes e
problemas significativos no seu contexto cultural.
A tendência histórico-crítica buscava a construção do conhecimento a partir
da prática social, superando a crença na autonomia e na dependência absoluta da
educação em face das condições sociais vigentes. Na área de Matemática essa
tendência é vista como um saber vivo, dinâmico, construído para atender às
necessidades sociais, econômicas e teóricas. Essa aprendizagem da Matemática
consiste em criar estratégias que possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir
significado às ideias matemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer
relações, justificar, analisar, discutir e criar.
O ensino da Matemática para o segundo grau passou a ser visto como um
instrumento para a compreensão, a investigação, a inter-relação com o ambiente e
seu papel de agente de modificações do indivíduo, provocando, mais que simples
acúmulo de conhecimento técnico, o progresso do discernimento político.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, procura adequar o
ensino brasileiro às transformações do mundo de trabalho, fruto da globalização
econômica, apresentando novas interpretações para o ensino da Matemática. A
partir de sua vigência, definiram-se aspectos curriculares tanto na oferta de
disciplinas compondo a parte diversificada quanto no elenco de conteúdos das
disciplinas da Base Nacional Comum, devido à autonomia dada às instituições para
a elaboração de seu projeto político pedagógico.
A partir de 1.988, os Parâmetros Curriculares Nacionais orientavam as
práticas docentes tão somente para o desenvolvimento de competências e
habilidades, destacando o trabalho com os temas transversais, em prejuízo da
discussão da importância do conteúdo disciplinar e da apresentação de uma relação
desses conteúdos.
Já nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica, há um resgate da
importância do conteúdo matemático no processo ensino-aprendizagem. É
imprescindível que o aluno se aproprie do conhecimento, de forma que compreenda
os conceitos e princípios matemáticos, raciocine claramente e comunique ideias
141
matemáticas, reconheça suas aplicações e aborde problemas matemáticos com
segurança. Para tanto, é necessário que o trabalho docente seja organizado em
torno do conteúdo matemático, fundamentado teórica e metodologicamente.
B-OBJETIVOS GERAIS
Estimular a curiosidade do aluno, bem como seu interesse a fim de que
ele explore novas ideias e descubra novos caminhos na resolução de problemas da
vida prática, proporcionando os conhecimentos que possibilitem a sua interação ao
meio em que vive.
Desenvolver a capacidade de análise, relação, comparação, abstração
e generalização através de conteúdos indissociáveis da realidade, oportunizando a
relação entre a teoria e a prática.
Compreender a linguagem matemática, no que se refere ao
conhecimento sistematizado, sendo capaz de interpretar e expressar, verbal e
textualmente, os fenômenos naturais, físicos e socioeconômicos.
Estabelecer relações do conhecimento matemático com fatos do
cotidiano, sendo capaz de intervir criticamente através da investigação, da
interpretação, criando estratégias de resolução de problemas, adaptando-as nas
mais diversas situações.
Compreender a importância das culturas afro-brasileira, africana e
indígena na formação do povo e da cultura brasileira.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
142
C- CONTEÚDOS
SÉRIE: 1ª
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos e Específicos
Números e Álgebra
Conjunto Numéricos
• Noções básicas
• Operações
• Conjuntos numéricos
• Intervalos
Equações e Inequações
9) Equações e inequações exponenciais
10)Conceito de logaritmos
11)Propriedades operatórias dos logaritmos
12)Mudança de base dos logaritmos
13)Equações e inequações logarítmicas
14)Conceito de módulo
15)Módulo de um número
16)Equações e inequações modulares
Grandezas e medidas Trigonometria
• Relações métricas no triângulo retângulo
• Razões trigonometrias de um ângulo agudo
• Razões trigonométricas no triângulo retângulo
• Seno, cosseno de ângulos suplementares
• Lei dos cossenos
• Lei dos senos
143
• Área de um triângulo qualquer
Funções
Funções
Introdução de Funções
• A ideia de função
• O conceito matemático de função
• Domínio contradomínio e imagem de uma
função
• Gráfico de função
• Crescimento e decrescimento de uma função
• Função composta
• Funções: injetora sobrejetora e bijetora
• Função inversa
Função Polinomial
• O que é uma função
• Estudo da função polinomial do 1º grau (Afim)
• Inequações do 1º grau
• Estudo da função polinomial do 2º grau
(Quadrática)
• Inequações do 2 º grau
Função Modular
• Módulo ou valor absoluto
• Função modular
144
• Equações modulares
• Inequações modulares
Função Exponencial
• Revendo potenciação
• Equações exponenciais
• Função exponencial
• Inequações exponenciais
Função Logaritmica
• O que é um logaritmo
• Equações logaritmicas
• Propriedades dos logaritmicas
• Mudamça de base
• Função logaritmica
• Inequações logaritmicas
• Logaritmo decimal
145
SÉRIE: 2ª
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos e Específicos
Números e Álgebra Matrizes
• Linhas e colunas
• Matriz
• Iguadade e desigualdade de matrizes
• Adição de matrizes
• Multiplicação de número real por matriz
• Multiplicação de matrizes
• Propriedades das operações com matrizes
• Matrizes e resolução de sistermas
Determinantes
• Introdução
• Determinantes e resolução de sistemas
lineares n x n
• Regra de Sarrus
• Cofator
• O teorema de Laplace
• Determinante de ordem maior que 3
• Propriedades e teoremas
146
Sistemas Lineares
Equações lineares
• Sistema lineas 2 x 2
• Sistema linear 3x3
• Resolução de sistema linear
• Resolução de sistema linear por
escalonamento
• Discussão de um sistema linear
Geometria
Geometria Plana
• Retas e planos no espaço
• Paralelismo e Perpendicularismo
• Ângulos
• Figuras planas
• Polígonos
• Círculo e circunferências
• Área de figuras planas
Geometria Espacial
• Poliedros
• Prismas
• Pirâmides
• Cilindros
147
• Cones
• Esferas
Grandezas e Medidas Trigonometria nos triângulos
• Razões trigonométricas no triângulo retângulo
• Seno e cosseno de ângulos suplementares
• Lei dos cossenos
• Lei dos senos
• Área de um triângulo qualquer
• Circunferência trigonométrica ou ciclo
trigonométrico
Tratamento da Informação Analise Combinatória
• Problemas que envolvem contagem
• Principio multiplicativo
• Fatorial
• Arranjos simples
• Permutações simples
• Permutação com elementos repetidos
• Combinação simples
• Numero binomial
• Fórmula do binômio de Newton
• Termo Geral
Probabilidade
• O que é probabilidade
148
• Probabilidade de um evento
• Probabilidade com reunião e intersecção de
eventos
• Probabilidade condicional
• Eventos independentes
SÉRIE: 3ª
Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos e Específicos
Números e Álgebra Polinômios
• Conceito de polinômio
• Grau de Polinômio
• Valor numérico
• Adição, subtração e multiplicação de
polinômios.
• Polinômio identicamente nulo
• Identidade de polinômios
• Divisão de polinômios
• Divisão de um polinômio por um binômio da
forma ax+b
• Dispositivo de Briot-Rufini
• Decomposição de um polinômio do 2º grau em
fatores.
Equações Polinomiais
• Conceito de equação polinomial
• Raiz ou zero da equação
• Conjunto solução
• Teorema fundamental da Álgebra
149
Geometria
• Teorema da decomposição
• Multiplicidade de uma raiz
• Raízes nulas
• Raízes Complexas
• Relações de Girard
• Raízes racionais
• Método da bissecção
Números Complexos
• O número i
• Forma algébrica de um número complexo
• Plano de Argand-Gauss.
• O conjunto C
• Igualdade de números complexos
• Conjugado de um número complexo.
Operações com complexos na forma algébrica
• Adição e subtração de números complexos
• Multiplicação de números complexos
• Divisão de números complexos
• Potências de i
Forma trigonométrica de um número complexo
• Módulo e argumento de um número complexo.
• Forma trigonométrica
Operações com números complexos na forma
trigonométrica
150
•
• Multiplicação e divisão
• Potenciação
• Radiciação
Geometria analítica:
Pontos e Retas
Sistema Cartesiano
• Distância entre dois pontos no plano cartesiano
• Coordenadas do ponto médio
Estudo da Reta
• Condições de alinhamento de três pontos
• Equação geral da reta
• Inclinação e coeficiente angular de uma reta
• Cálculo do coeficiente angular
• Equação da reta que passa por um ponto e
coeficiente angular
• Equação reduzida da reta
• Equação segmentaria da reta
• Equações paramétricas
• Posições relativas de duas retas
• Ângulo entre duas retas
• Distância ente ponto e reta
• Bissetrizes de duas retas
Cálculo da área de um triângulo
Circunferência
151
• Equação da circunferência
• Equação geral da circunferência
• Posições relativas de um ponto e uma
circunferência
• Posições relativas de uma reta e uma
circunferência
• Posições relativas entre duas circunferências.
Funções Progressão Aritmética (PA)
Sequência numérica
Conceito de PA
Termo geral de uma PA
Soma dos n termos de uma PA
Progressão Geométrica (PG)
• Conceito de PG
• Termo geral de uma PG
• Soma dos n termos de uma PG
Tratamento da Informação Estatística:
• Conceito
• População e amostra
• Freqüência absoluta e relativa
• Distribuição de freqüência com dados
agrupados
• Organização de dados em tabelas
• Representação gráfica
• Medidas de posição: médias, moda, mediana,
152
relações entre média aritmética, mediana e
moda
• Medidas de dispersão: amplitude, desvio
médio, desvio padrão, variância, coeficiente de
variação, quartis, decis, percentis.
Matemática financeira
• Porcentagem
• Regra de três simples e composta
• Juros Simples e composto
• Montante, Taxa
D-METODOLOGIA
As práticas pedagógicas bem como metodológicas de ensino, são aplicadas
para colaborar na formação de um aluno reflexivo e criativo, respeitando a
diversidade cultural e utilizando recursos didáticos de diferentes formas, atendendo
as reais necessidades para a formação integral do educando.
O trabalho docente busca pautar abordagens a partir dos inter-
relacionamentos e articulações entre os conceitos dos Conteúdos Estruturantes e
dos Conteúdos Específicos; priorizando relações e interdependências que
enriquecem os processos de aprendizagem em Matemática, podendo ocorrer em
diferentes momentos e quando novas situações de aprendizagens possibilitam, pode
ser retomada e aprofundada.
A tentativa metodológica em Educação Matemática seguida é composta por:
1. Resolução de Problemas
153
Os professores podem se envolver em práticas que apontem para resolução
de problemas, as quais tornam as aulas mais dinâmicas e não restringem o ensino
de Matemática a modelos clássicos de ensino, como a exposição oral e resolução
de exercícios. Possibilitando compreender os argumentos matemáticos e ajuda a vê-
los como um conhecimento possível de ser apreendido pelos sujeitos do processo
de ensino e aprendizagem.
2. Etnomatemática;
Dar ênfase às diferentes culturas, reconhecendo e registrando questões de
relevância social que produzem conhecimentos matemáticos, considerando que não
existe um único saber, mas vários saberes distintos e nenhum menos importante.
3. Modelagem:
Essa abordagem tem como pressuposto o ensino problematizando situações
do cotidiano, propõe a valorização do aluno no contexto social.
4. Mídias e Tecnologias:
Este contexto abrange os ambientes de aprendizagem gerados por aplicativos
informáticos, estes dinamizam os conteúdos e potencializam o processo ensino-
aprendizagem.
5. História da Matemática:
É importante entender a história da matemática no contexto da prática
escolar. Faz-se necessário que os estudantes compreendam a natureza da
matemática e a sua relevância na vida da humanidade.
6. Investigação Matemática:
As investigações matemáticas podem ser desencadeadas a partir da
resolução de simples exercícios e se relacionam com a resolução de problemas.
Uma investigação é um problema em aberto e, por isso, as coisas acontecem de
forma diferente. O objeto a ser investigado não é explicitado pelo professor, porém o
método de investigação deverá ser indicado através, por exemplo, de uma
introdução oral, de maneira que o aluno compreenda o significado de investigar.
Assim, uma mesma situação apresentada poderá ter objetos de investigação
distintos por diferentes grupos.
Nenhuma das tendências metodológicas apresentadas nas Diretrizes esgota
todas as possibilidades para realizar com eficácia o complexo de ensinar e aprender
154
Matemática, por isso, sempre que possível, o ideal é promover a articulação entre
elas.
O aprofundamento dar-se-á através do uso das tendências metodológicas e
utilização dos conhecimentos adquiridos nas áreas anteriores, estabelecendo
conexões e integração entre diferentes temas matemáticos, oportunizando a
comunicação em diferentes linguagens e desenvolvendo atitudes positivas como
autonomia, perseverança e confiança em relação as suas capacidades para
resolução de situações problema envolvendo matemática, consequentemente
desenvolvendo o gosto pela disciplina e pelo trabalho cooperativo.
As atividades serão realizadas de forma a integrar a matemática com o
cotidiano dos alunos e relacionando-a as demais áreas do conhecimento, incluindo o
trabalho pedagógico com a história da cultura afro brasileira, africana e indígena,
conforme preconizam as leis 10.639/03 e 11.645/08; e trabalhando os problemas
sociais contemporâneos como a questão, ambiental, a necessidade do
enfrentamento a violência, os problemas relacionados à sexualidade e à drogadição
e ainda, trabalhando a educação fiscal, esclarecendo dúvidas e fixando conteúdos
apresentados oralmente pelo professor, ou através de pesquisas e debates.
Confecção de materiais concretos que auxiliem o entendimento principalmente na
área da Geometria. Atividades desafiadoras, a fim de favorecer descobertas,
atividades complementares e trabalhos em sala de aula e extra-classe, para o
desenvolvimento do espírito cooperativo, reflexão matemática e diálogo entre alunos
e professor.
E-AVALIAÇÃO
O objetivo da avaliação é buscar continuamente o sucesso do aluno na
aprendizagem. Não apenas quantificar e sim qualificar o produto final dessa
aprendizagem.
O aluno é um ser ativo e dinâmico, que participa da construção do seu próprio
conhecimento. A avaliação não deve ser restrita como um único objetivo de
quantificar o nível de informação assimilado pelo aluno, mas sim abordar a
compreensão dos conceitos, o desenvolvimento de atitudes e procedimentos e a
155
criatividade nas soluções, pois ela é um diagnóstico do processo pedagógico, do
ponto de vista dos conteúdos trabalhados, dos objetivos e da apropriação e
produção do conhecimento, onde faz emergir os aspectos que precisam ser
modificados na prática pedagógica. Portanto, a avaliação não deve se reduzir à
atribuição de notas, mas sim verificar em que medida os alunos alcançaram os
objetivos propostos no processo ensino-aprendizagem assumindo um sentido
orientador e cooperativo que só se concretiza pela mediação do professor — o
professor facilitador e orientador da aprendizagem.
A avaliação fornece dados essenciais para o planejamento das ações do
professor e do aperfeiçoamento do seu trabalho pedagógico, refletindo sua atitude
na interação com a classe, bem como suas relações com o aluno. No Plano de
Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados naquele período
de tempo, já se definem os critérios, estratégias e instrumentos de avaliação, para
que professor e alunos conheçam os avanços e as dificuldades, tendo em vista a
reorganização do trabalho docente.
Podem ser adotadas diversas práticas e métodos avaliativos como:
observações, intervenções e provas escritas, orais e de demonstração, trabalhos em
grupo e participação em atividades desenvolvidas na sala de aula ou fora dela,
trabalhos de campo, criação de diversas atividades que possam ser um diagnóstico
do processo pedagógico em desenvolvimento, ou seja, um processo contínuo, que
vem contemplar explicações, justificadas e argumentações orais, uma vez que
relevam aspectos do raciocínio que muitas vezes não ficam evidentes em avaliações
escritas.
A discussão sobre a avaliação deve envolver todo o coletivo da escola, para
que juntos assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico viável.
A finalidade da avaliação é proporcionar aos alunos novas oportunidades para
aprender e possibilitar ao professor refletir sobre seu próprio trabalho, bem como
fornecer dados sobre as dificuldades de cada aluno (ABRANTES, 1994, p. 15).
A avaliação é algo mais do que buscar resultado, é um processo de
observação e verificação de como os alunos aprendem os conhecimentos
matemáticos e o que pensam sobre a matemática. É parte integrante do processo
de ensino aprendizagem e tem como objetivo aprimorar a qualidade dessa
156
aprendizagem. A avaliação deve ser contínua, dinâmica, freqüente, informal, para
que através de uma série de observações sistemáticas, passamos a emitir um juízo
valorativo sobre a evolução do aluno no aprendizado da matemática.
F-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Matemática. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Matemática . Curitiba-PR, 2008.
GIVANNI, J. R. Matemática completa. 2ª ed. São Paulo: FTD, 2005.
SANTOS, C. A. M.; GENTIL, N. GRECO, S. E. Matemática. São Paulo: Ática, 2003.
VÁRIOS AUTORES. Módulo do Ensino Integrado. Biblioteca da escola em casa.
Matemática. São Paulo: Editora Difusão Cultural do Livro, 2004.
DANTE, L. R. Matemática. V. Único. São Paulo: Ática, 2005.
BARRETO FILHO, et alii. Matemática: aula por aula. V. Único. São Paulo: FTD,
2000.
BIEMBENGUT, M. S.: HEIN. N. Modelagem matemática no ensino. 4ª Ed. São
Paulo: Contexto, 2005.
BOYER, C. B. História da matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1996.
DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo:
Ática, 2003.
157
D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: arte ou técnica de explicar e conhecer. São
Paulo: Ática, 1998.
LINS, R. C.; GIMENEZ, J. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século
XXI. Campinas: Papirus, 1997.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. Ed. São Paulo: Cortez,
2002.
11- QUÍMICA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
“ O conhecimento químico, não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas está em constante transformação e este processo de elaboração e transformação do conhecimento ocorre a partir das necessidades humanas”.
A Química está presente em todo o processo de desenvolvimento das
civilizações, a partir das primeiras necessidades humanas tais como a comunicação,
o domínio do fogo entre outros. Ao longo de toda existência, o ser humano produziu
conhecimentos e técnicas para atender aos seus interesses e necessidades. Assim,
inventamos o trabalho, ferramentas, armas, cultivamos plantas e domesticamos
animais, construímos máquinas, desenvolvemos as artes, as linguagens, a mídia e
outros meios de comunicação, inventamos o modo de organização social, as leis, a
cultura e a educação. Criamos religiões e ciência para entender aspectos do mundo
desconhecido e fazemos história registrando os fatos mais importantes dos nossos
feitos, através da escrita.
As abordagens tradicionais do ensino de Química, privilegiam as definições
na memorização de fórmulas, na nomenclatura, nas classificações dos compostos
químicos, nas operações matemáticas e na resolução de problemas.
Atualmente, trabalha-se numa abordagem do ensino de Química, voltada à
construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos” , no contexto de
158
sala de aula, necessário para o enfrentamento com vistas `a transformação da
realidade social, econômica e política de seu tempo.
O experimento deve ser parte do contexto de sala de aula e seu
encaminhamento não pode separar a teoria da prática, num processo pedagógico
em que os alunos se relacionem com os fenômenos vinculados aos conceitos
químicos a serem formados e significados na aula .(NANNI, 2004)
Nesse sentido, propõe-se que a compreensão e apropriação do conhecimento
químico ocorra por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da Química – a
matéria e suas transformações – numa realidade dialógica, onde a aprendizagem
dos conceitos químicos se realize em torno da organização do conhecimento
científico. Estes conceitos científicos, devem “contribuir para a formação de sujeitos
que compreendam e questionem a ciência de seu tempo”. (OLIVEIRA, 2001)
B- OBJETIVOS GERAIS
Propiciar ao aluno compreender os conceitos científicos para entender
algumas dinâmicas do mundo e mudar sua atitude em relação a ele;
Possibilitar a aproximação entre a realidade vivida pelos alunos e a
disciplina de Química;
Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e
também seja capaz de refletir criticamente sobre o período histórico atual;
Compreender os fenômenos químicos, ciclos globais, síntese e
produção de novos produtos de maneira contextualizada e inter-relacionada
aplicados ao contexto do dia a dia;
Considerar as contribuições dos povos africanos, indígenas e de seus
descendentes e outras etnias para avanços da Ciência e da Tecnologia.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
159
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
C-CONTEÚDOS
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Matéria e sua Natureza; Biogeoquímica;
Química Sintética.
CONTÉUDOS BÁSICOS: Matéria; Solução; Velocidade das Reações;
Equilíbrio Químico; Ligação Química; Reações Químicas; Radioatividade;
Gases; Funções Químicas.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
SÉRIE: 1ª
MATÉRIA: Constituição da matéria; Estados de agregação; Natureza elétrica da
matéria; Modelos atômicos ( Dalton, Bohr, Rutherford, Thomson); Estudo dos
metais;Tabela Periódica.
SOLUÇÃO: Substância: simples e composta; Misturas; Métodos de Separação;
Temperatura e pressão; Densidade; Tabela Periódica.
LIGAÇÕES QUÍMICAS: Tabela Periódica; Propriedades dos materiais; Tipos de
ligações químicas em relação as propriedades dos materiais; Solubilidade e as
ligações químicas; Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias
moleculares; Ligações de Hidrogênio; Ligação Metálica; Ligações polares e
apolares; Alotropia.
GASES: Estados físicos da matéria; Misturas gasosas; Diferenças entre gás e
vapor.
FUNÇÕES QUÍMICAS: Função inorgânica ( Ácidos, Bases, Sais e Óxidos).
REAÇÕES QUÍMICAS: Reações dos compostos de função inorgânica.
160
SÉRIE: 2ª
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Matéria e sua Natureza; Biogeoquímica;
Química Sintética.
CONTÉUDOS BÁSICOS: Matéria; Solução; Velocidade das Reações;
Equilíbrio Químico; Ligação Química; Reações Químicas; Radioatividade;
Gases; Funções Químicas.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
SOLUÇÃO: Misturas; Solubilidade; Concentração; Dispersão e Suspensão
VELOCIDADE DAS REAÇÕES: Reações químicas; Lei das reações químicas;
Representação das reações químicas; Condições fundamentais para a ocorrência
das reações químicas ( natureza dos reagentes, contato entre os reagentes, teoria
de colisão); Fatores que interferem na velocidade das reações ( superfície de
contato, temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores); Lei da
velocidade das reações químicas;
EQUILÍBRIO QUÍMICO: Reações químicas reversíveis; Concentração; Relações
matemáticas e o equilíbrio químico ( constante de equilíbrio); Deslocamento de
equilíbrio ( princípio de Le Chatelier) concentração, pressão, temperatura, efeito dos
catalisadores; Equilíbrio químico em meio aquoso ( pH, constante de ionização,
REAÇÕES QUÍMICAS: Reações de Oxi-redução; Reações exotérmicas e
endotérmicas; Diagramas das reações endotérmicas e exotérmicas; Variação de
entalpia; Calorias; Equações termoquímicas; Princípios da termodinâmica;
Lei de Hess; Entropia e energia livre; Calorimetria;Tabela Periódica.
RADIOATIVIDADE: Modelos atômicos ( Rutherford); Elementos químicos
radioativos; Reações químicas; Velocidade das reações; Emissões radioativas; Leis
da radioatividade; Cinética das reações químicas; Fenômenos radioativos (fusão e
fissão nuclear).
GASES: Estados físicos da matéria; Propriedades dos gases ( densidade/ difusão e
efusão, pressão x temperatura, pressão x volume e temperatura x volume);
Diferenças entre gás e vapor; Leis dos gases; Misturas gasosas; Modelos de
partículas para os materiais gasosos
161
SÉRIE: 2ª
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES: Matéria e sua Natureza; Biogeoquímica;
Química Sintética.
CONTÉUDOS BÁSICOS: Matéria; Solução; Velocidade das Reações;
Equilíbrio Químico; Ligação Química; Reações Químicas; Radioatividade;
Gases; Funções Químicas.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS:
LIGAÇÕES QUÍMICAS: Tabela periódica; Propriedades dos materiais;Tipos de
ligações químicas em relação as propriedades dos materiais; Solubilidade e as
ligações químicas; Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias
moleculares; Ligações de Hidrogênio; Ligações sigma e pi; Ligações polares e
apolares;
REAÇÕES QUÍMICAS: Reações de oxi-redução; Reações de combustão, adição,
substituição, esterificação; Reações dos ácidos carboxílicos, polímeros e
saponificação.
FUNÇÕES ORGÂNICAS: Hidrocarbonetos , Álcoois, Fenóis, Aldeídos, Cetonas,
Ácidos Carboxílicos, Aminas, Amidas e Nitrocompostos; Polímeros; Isomeria Plana
e Espacial.
D – METODOLOGIA
O processo de ensino aprendizagem em Química, deve partir do
conhecimento prévio dos estudantes, incluindo as concepções alternativas ( ideias
pré concebidas sobre o conhecimento da disciplina) ou as concepções
espontâneas, de onde partirá a elaboração do conhecimento científico.
Numa abordagem onde o ensino da Química levará em conta a construção e
reconstrução de significados dos conceitos científicos, a experimentação favorece a
apropriação efetiva do conceito.
Os experimentos poderão ser realizados na sala de aula e/ ou no laboratório
com a finalidade de auxiliar o aluno na explicitação, problematização e discussão da
162
significação dos conceitos químicos, onde serão abordados conteúdos de temas
educacionais contemporâneos.
As situações de aprendizagem que serão criadas, deverão levar o aluno a
pensar criticamente sobre o mundo, refletir sobre as razões dos problemas. Serão
considerados a vivência dos alunos, os fatos do dia a dia, a tradição oral e a mídia,
para reconstruir os conhecimentos químicos, levando-os a refazerem a leitura de
mundo.
E-AVALIAÇÃO
A avaliação será concebida de forma processual e formativa, contínua e
diagnóstica. Conforme a LDB – Lei Nº 9394/96, esse tipo de avaliação leva em conta
o conhecimento prévio do aluno e valoriza o processo de construção e reconstrução
de conceitos, orientando e facilitando a aprendizagem.
Nesta disciplina, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos
científicos, valorizando os conhecimentos prévios e o contexto social do aluno, para
(re) construir os conhecimentos químicos, por meio das abordagens histórica,
sociol[ogica, ambiental e experimental dos conceitos químicos.
A fim de possibilitar as várias formas de expressão dos alunos, serão
utilizados vários instrumentos de avaliação: leitura e interpretação de textos,
produção de textos, leitura e interpretação da Tabela Periódica, pesquisas
bibliográficas, relatórios de aulas de laboratório, apresentação de seminários, etc.
Com a finalidade ampliar a visão de mundo do aluno, o debate se constituirá
em instrumento imprescindível para que o aluno se posicione criticamente em
relação às questões sociais, econômicas e políticas, articulando o conhecimento
químico a estas questões.
163
F- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANTO, E.; PERUZZO, T.. Química na abordagem do cotidiano. São Paulo:
Moderna, 2000.
FELTRI, R. Fundamentos da Química. 2ª edição, São Paulo: Ed. Edgard Bücher
Ltda.
POLITI, E. Curso Completo de Química. São Paulo: Moderna.
CARVALHO, G. C. Química Moderna. São Paulo: Ática, 1997.
RUSSEL, J.B. Química geral. Pearson Makron Books.
LEE. J. D. Química Orgânica não tão concisa.
HALL, N. Neoquímica. Bookman.
SANTOS, W. L. P.; SCHNETZLER, P. Educação em Química. Ijuí : Unijuí.
ROMANELLI, L. I.; JUSTI, R. S. Aprendendo Química. Ijuí: Unijuí.
CHAGAS, A. P. Como se faz química. São Paulo : Unicamp.
VANIM, J. A . Alquimistas e químicos.
GOLDFARB, A. M. A . Da alquimia à química.
MATEUS, A . J. Química na cabeça.
MALDANER, O. A . A formação inicial e continuada de professores de química.
164
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Ensino.
Departamento de Ensino de Segundo grau. Reestruturação do ensino de 2º grau
– Química. Curitiba: SEED/DESG , 1993.
PARANÁ.Secretaria de Estado da educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Química. Curitiba: SEED-PR, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, Química . Curitiba-PR, 2008.
13- SOCIOLOGIA
A- APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Sociologia tem um importante papel histórico, marcada por grandes
transformações sociais que trouxeram a necessidade de a sociedade e a ciência
serem pensadas.
O contexto de nascimento da Sociologia como disciplina científica é marcado
por três grandes revoluções, política, social e uma revolução na ciência. Esses fatos
garantem condições para o desenvolvimento de um pensamento sobre a sociedade.
Em verdade, as transformações provocadas nas esferas política, social e cultural da
sociedade moderna têm raízes muito próximas e não podem ser imputadas apenas
aos acontecimentos externos.
A Sociologia surgiu, portanto com os movimentos de afirmação da sociedade
industrial e toda a contradição deste processo. Por um lado, esteve cercada pela
resistência as mudanças, desde os costumes sociais violados até o pensamento
conservador e, por outro lado, pela avidez por mudanças posta tanto no
comportamento da burguesia empresarial, inovando nas formas de produzir e
165
enriquecer, quanto no pensamento socialista a propor alterações na estrutura da
sociedade.
A Sociologia como uma disciplina no conjunto dos demais ramos da ciência,
especialmente das Ciências Sociais, não se produz de forma independente do
trabalho pedagógico; portanto, é tarefa da escola que haja caminhos
intercomunicantes com as demais disciplinas e que realmente aponte para a
possibilidade de enfatizar o humanismo nos estudos numa perspectiva
transformadora que inspire novos projetos de sociedade e visões políticas mais
avançadas.
Toda ciência, como um produto histórico, está em constante processo de
construção e se vale do conhecimento acumulado pelos intelectuais que lançaram
as bases teórico-metodológicas do pensar a realidade como método e arguto
espírito de indagação. São clássicos, diz o sociólogo norte- americano Robert
Merton (1970), “os pensadores que requerem releituras e impulsionam o
pensamento, fazem avançar as ideias, suscitam aspectos novos de análise, enfim
surpreendem o leitor”.
Encontram-se nessa galeria alguns desses pensadores como: Émile Durkeim,
Max Weber, Karl Marx. Todos os clássicos lidam com questões de mudança social,
seja com a preocupação de manutenção da ordem, seja admitindo ser o conflito
inerente a ela, conforme a metodologia proposta. A partir das origens, identificam-se
campos de estudo da Sociologia desde a preocupação presente nos autores
clássicos, com a religião e a sociedade industrial moderna. E, nela com o trabalho e
com conceitos que foram ganhando conformações epistemológicas e especificando
as múltiplas faces do objeto de estudo sociológico.
Nutrindo-se da história, a Sociologia está ligada às questões próprias de cada
época e contexto e, por isso encontra desafiada a interpretar a realidade complexa e
múltipla que se esconde sob a aparência das mudanças, segundo Morim (1944)
“seu maior desafio está em perceber o novo e como o velho se reproduz na
realidade nova”.
166
Muitas das questões sociais colocadas pelo acelerado processo de mudanças
em nível micro e macrossociais, das últimas quatro décadas, dizem respeito aos
fenômenos ligados a globalização econômica e a exclusão social, ao crescimento do
desemprego, à ruptura da trajetória de constituição da sociedade salarial e também,
aos avanços da ciência e tecnologias de informação.
Desse modo, propõe-se uma Sociologia crítica, que procura colher da
sociedade os elementos de não racionalidade presentes nas sociedades capitalistas,
sobretudo aquelas do capitalismo avançado em núcleos de alto consumismo,
característicos da indústria cultural e da cultura de massa. Ela se desafia
exercitando oposições e desenvolvendo o espírito crítico, pois a crítica científica não
acontece sem uma crítica social.
B- OBJETIVOS GERAIS
Compreender os processos de formação, transformação e
funcionamento das sociedades contemporâneas, através da interpretação das
contradições, conflitos, ambivalências e continuidade que configuram a vida
cotidiana de cada um e a sociedade.
Propiciar as bases para a compreensão de como as sociedades se
organizam, estruturam-se, legitimam-se e se mantêm, habilitando os alunos para
uma atuação crítica e transformadora da realidade.
Analisar as teorias dos grandes mestres das ciências sociais através
de uma abordagem histórica e contextualizada para a compreensão da realidade
brasileira.
Considerar as contribuições dos povos africanos, indígenas e de seus
descendentes e outras etnias para avanços da Ciência e da Tecnologia.
Inserir os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação
Ambiental, Educação Fiscal e Cidadania, Enfretamento à Violência e às Drogas,
167
Sexualidade, Direitos Humanos no PTD integrando-os aos conteúdos propostos, em
todas as séries.
Contemplar as dimensões filosófica, artística e científica nos conteúdos
curriculares possibilitando um trabalho pedagógico que aponte na direção da
totalidade do conhecimento e sua relação com o cotidiano.
C-CONTEÚDOS
SÉRIE: 1ª
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS1.O Surgimento da
Sociologia e as Teorias
Sociológicas
- O surgimento da
sociologia.
- Teorias Sociológicas
Clássicas
- Conceitos: senso
comum, alienação.
- Iluminismo
- Capitalismo.
- Revolução Industrial
- Auguste Comte:
dados biográficos,
contribuição.
- Positivismo.
- Émile Durkheim:
dados biográficos,
168
- Grandes Mestres Das
Ciências Sociais:
contribuição;
- Fato social: conceito,
características.
- Jean Jacques
Rousseau.
2. O Processo de
Socialização e as
Instituições Sociais
- Processo de
socialização
- Instituições Sociais
- Contatos Sociais.
- Tipos de Contatos
sociais.
- Processo Social:
Asso-ciativos e
Dissociativos.
- Conceito de
Instituição Social.
- Instituição Familiar.
- Instituição Escolar.
- Instituição Religiosa.
- Instituição de
Reinserção: prisões,
manicômios,
educandários, asilos,
etc.
3. Poder, Política e - Conceito de Política.
169
Ideologia - Conceito de Ideologia.
- Conceitos de
Dominação e de
Legitimidade.
- Democracia,
autoritarismo e
totalitarismo.
4.Direitos, Cidadania e
Movimentos Sociais
- Direitos: civis,
políticos e sociais.
- Direitos humanos.
- Conceito de
cidadania.
170
SÉRIE: 2ª
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS1-O Surgimento da
Sociologia e as Teorias
Sociológicas
- Teorias Sociológicas
Clássicas: Marx e
Weber
- Grandes Mestres Das
Ciências Sociais:
- A Produção
Sociológica Brasileira:
- Max Weber: dados
biográficos, ideias;
- Teoria da Sociologia
compreensiva.
- Karl Marx: dados
biográficos,
contribuição.
- Socialismo.
- Francis Bacon: dados
biográficos;
contribuição;
-Thomas Hobbes:
biografia, contribuição.
- A Sociologia no Brasil.
- Fases de sua implan-
tação.
- Sociólogos: Caio
Prado Júnior e
Florestan Fernandes:
biografia e contribuição.
-
171
2.Trabalho, Produção e
Classes Sociais - O trabalho.
- Desigualdades
sociais:
- Globalização e
Neoliberalismo.
- Relações de trabalho.
- Trabalho no Brasil.
- Conceito de trabalho.
- Trabalho nas
diferentes sociedades.
- Organização do
trabalho nas
sociedades capitalistas
e suas contradições
- Classes Sociais.
- Castas.
- Estamentos.
- origens, significado,
contribuições,
2.Cultura e Indústria
Cultural
- Cultura. - Desenvolvimento
antropológico do
conceito de cultura.
- Contribuições da
cultura na análise das
diferentes sociedades.
172
- Diversidade cultural.
- Identidade.
- Culturas afro-
brasileiras e africanas.
- Culturas indígenas.
- Formação do povo
brasileiro.
3. Poder, Política e
Ideologia
- Ideologia.
- Violência
- A ideologia e
dominação capitalista;
- A ideologia e a
normatização do
cotidiano.
- a dominação
ideológica e o interesse
do indivíduo.
- As expressões da
violência nas
sociedades
contemporâneas.4.Direitos, Cidadania e
Movimentos Sociais
- Movimentos Sociais
no Brasil.
- Questão ambiental
- Questão das ONG’s.
- Movimentos agrários
no Brasil.
- Movimento Estudantil.
- A questão ambiental e
os movimentos
ambientalistas.
-
173
SÉRIE: 3ª
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
CONTEÚDOS
ESPECÍFICOS1.O Surgimento da
Sociologia e as Teorias
Sociológicas
- Teorias Sociológicas
Clássicas: Comte,
Durkheim, Marx e
Weber.
- A Produção
Sociológica Brasileira:
Caio Prado Júnior;
Florestan Fernandes.
- Aprofundamento das
ideais dos pensadores
e suas contribuições
para a reflexão das
sociedades
contemporâneas.
- Contribuição dos
sociólogos para
reflexão e a análise da
realidade brasileira.
174
2.Globalização e
Mudanças no Mundo do
Trabalho
- Origens e significado
de globalização.
- Divisão Internacional
do Trabalho.
- Blocos Econômicos.
- Trabalho Informal,
Flexibilização e
Precarização do
Trabalho.
3.Cultura e Indústria
Cultural
- Indústria cultural.
- Meios de
comunicação de
massa.
- Sociedade de
consumo.
- Indústria cultural no
Brasil.
- Questões de gênero.
4. Poder, Política e
Ideologia
- Conceito de Estados
e formas de Governo.
- Formação e
Desenvolvimento do
175
Estado Moderno.
5.Direitos, Cidadania e
Movimentos Sociais
- Direitos Humanos.
- Educação Fiscal e
Cidadania.
- Movimentos Sociais
reivindicatórios.
- Movimentos Sociais
Conservadores.
D-METODOLOGIA
Para o ensino da Sociologia no Ensino Médio, os conteúdos estruturantes e
os conteúdos básicos devem ser tratados de forma articulada. O objeto de estudo e
ensino da disciplina de Sociologia são as relações que se estabelecem no interior
dos grupos na sociedade, como se estruturam e atingem as relações entre os
indivíduos e a coletividade. Ao se constituir como ciência com o desenvolvimento e a
consolidação do capitalismo, as explicações da Sociologia têm por base a sociedade
capitalista, contudo, não existe uma única forma de interpretar a realidade e esse
diferencial deve fazer parte do trabalho do professor.
Considera-se relevante no exercício pedagógico da Sociologia manter no
horizonte de análise tanto o contexto histórico do seu aparecimento e a contribuição
dos clássicos tradicionais, quanto teorias sociológicas mais recentes. Os elementos
básicos das teorias de Durkheim, Weber e Marx precisam ser desenvolvidos
levando-se em consideração o recorte temporal no qual se erige a Sociologia. Isso
requer a retomada do histórico da disciplina em cada teoria trabalhada.
A abordagem dada aos conteúdos bem como a avaliação do processo de
ensino-aprendizagem estarão relacionadas à Sociologia crítica, caracterizada por
posições teóricas e práticas que permitam compreender as problemáticas sociais
concretas e contextualizadas em suas contradições e conflitos, possibilitando uma
ação transformadora do real.
176
Trata-se de propiciar ao aluno do Ensino Médio os conhecimentos
sociológicos, de maneira que alcance um nível de compreensão mais elaborado em
relação às determinações históricas nas quais se situa e, também, fornecendo-lhe
elementos para pensar possíveis mudanças sociais. Pelo tratamento crítico dos
conteúdos da Sociologia clássica e da contemporânea, professores e alunos são
pesquisadores, no sentido de que estarão buscando fontes seguras para esclarecer
questões acerca de desigualdades sociais, políticas e culturais, podendo alterar
qualitativamente sua prática social.
Ao invés de receber respostas prontas, a Sociologia pode e deve ensinar o
aluno a fazer perguntas e a buscar respostas no seu entorno, na realidade social
que verte no bairro, na própria escola, na família, nos programas de televisão, nos
noticiários, nos livros de História etc.. O professor pode despertar no aluno o
sentimento de estar integrado à realidade que lhe cerca, desenvolvendo certa
sensibilidade para com os problemas brasileiros de forma analítica e cogitando
possíveis soluções para problemas diagnosticados. O aluno do Ensino Médio deve
ser considerado em sua especificidade etária e em sua diversidade cultural; isto é,
além de importantes aspectos como a linguagem, interesses pessoais e
profissionais e necessidades materiais. Deve-se ter em vista as peculiaridades da
região em que a escola está inserida e a origem social do aluno, para que os
conteúdos trabalhados e a metodologia escolhida respondam às demandas e
possíveis inquietações e questionamentos desse grupo social. Por exemplo, uma
escola situada nas proximidades de regiões de conflito agrário, não pode deixar de
incluir em seu conteúdo programático de Sociologia o estudo de movimentos sociais
do campo; assim como uma escola da região central de uma grande cidade não
pode ignorar a questão da violência urbana ou da cultura, considerando a grande
diversidade social presente nessas coletividades.
As técnicas do inquérito social e da entrevista são exemplos de pesquisa
social que podem ser praticados pelos estudantes no próprio âmbito da escola e da
família, pelo fato de suscitarem contato com a realidade de forma direcionada.
Possibilitam o levantamento de questões pertinentes em nível do conhecimento
comum e do conhecimento científico, inclusive fazendo uso de dados estatísticos,
177
além de permitirem o confronto das perspectivas teóricas em aproximações com a
realidade local e localizada. O ensino da Sociologia pressupõe metodologias que
coloquem o aluno como sujeito de seu aprendizado, provocado a relacionar a teoria
com o vivido, a rever conhecimentos prévios e a reconstruir saberes. Espera-se que
seja constante o exercício do “estranhamento” e leve os educandos a
“desnaturalizar” (pré)conceitos sobre os fenômenos sociais, compreendendo-os
como construções históricas, passíveis de sofrer transformações.
Ao aprender a questionar sobre a sociedade, o estudante amplia a visão que
tem de seu papel na comunidade, adquire significados concretos para sua vida e
desenvolve o pensamento crítico no cotidiano. No contato do aluno com a sua
realidade, confrontando-a com outras, a Sociologia desenvolve a capacidade de
raciocínio e ensina a avaliar a realidade de diferentes perspectivas. Ao ampliar a
capacidade de interpretação dos fenômenos sociais, professor e alunos poderão
superar o senso comum e nele reconhecer o ponto de chegada do conhecimento,
como proposto por Sousa Santos (1998). Estudar sociologia pelo caminho da
reflexão crítica, contrastante dos fenômenos e de suas interpretações, desenvolve-
se uma percepção social apoiada em posicionamento cognitivo e maior sensibilidade
em face da realidade social desigual.
As aulas de Sociologia podem ser atraentes e despertar nos alunos
processos de identificação de problemas sociais que estão de forma jornalística
presentes nos meios de comunicação. Como encaminhamentos metodológicos
básicos para o ensino são propostos:
- Aulas expositivas dialogadas; aulas em visitas guiadas a instituições e museus;
- Exercícios escritos e oralmente apresentados e discutidos;
- Leituras de textos: clássico-teóricos, teórico-contemporâneos, temáticos, didáticos,
literários, jornalísticos;
- Debates e Seminários de temas relevantes fundamentados em leituras e pesquisa:
pesquisa de campo, pesquisa bibliográfica;
- Análises críticas: de filmes, documentários, músicas, propagandas de TV; análise
crítica de imagens (fotografias, charges, tiras, publicidade), entre outros.
Destacam-se aqui alguns encaminhamentos metodológicos para o ensino de
Sociologia, os quais devem ser trabalhados com rigor metodológico para a
178
construção do pensamento científico e o desenvolvimento do espírito crítico:
pesquisa de campo;
análise crítica de filmes e vídeos; leitura crítica de textos sociológicos. Muitas
atividades podem estar associadas a disciplinas como História, Geografia, Filosofia,
Artes, além de trazer benefícios para a expressão escrita e oral nas aulas de Língua
Portuguesa.
D-AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino de Sociologia, proposta nas Diretrizes, pauta-se numa
concepção formativa e continuada, onde os objetivos da disciplina estejam afinados
com os critérios de avaliação propostos pelo professor em sala de aula. Concebendo
a avaliação como mecanismo de transformação social e articulando-a aos objetivos
da disciplina, pretende-se a efetivação de uma prática avaliativa que vise
“desnaturalizar” conceitos tomados historicamente como irrefutáveis e propicie o
melhoramento do senso crítico e a conquista de uma maior participação na
sociedade.
Pelo diálogo suscitado em sala de aula, com base em leitura teórica e
ilustrada, a avaliação da disciplina constitui-se em um processo contínuo de
crescimento da percepção da realidade à volta do aluno e faz do professor, um
pesquisador.
De maneira diagnóstica, a avaliação formativa deve acontecer identificando
aprendizagens que foram satisfatoriamente efetuadas, e também as que
apresentaram dificuldades, para que o trabalho docente possa ser reorientado.
Nesses termos, a avaliação formativa deve servir como instrumento docente para a
reformulação da prática através das informações colhidas. Nesse sentido, a
avaliação também se pretende continuada, processual, por estar presente em todos
os momentos da prática pedagógica e possibilitar a constante intervenção para a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
O caráter diagnóstico da avaliação, ou seja, a avaliação percebida como
instrumento dialético da identificação de novos rumos, não significa menos rigor na
prática de avaliar. Transpostos para o ensino da Sociologia, esse rigor almejado na
179
avaliação formativa, conforme Luckesi (2005), significa considerar como critérios
básicos:
a) a apreensão dos conceitos básicos da ciência, articulados com a prática social;
b) a capacidade de argumentação fundamentada teoricamente;
c) a clareza e a coerência na exposição das idéias sociológicas, no texto oral ou
escrito; d) a mudança na forma de olhar e compreender os problemas sociais.
Os instrumentos de avaliação em Sociologia, atentando para a construção da
autonomia do educando, acompanham as próprias práticas de ensino e
aprendizagem da disciplina e podem ser registros de reflexões críticas em debates,
que acompanham os textos ou filmes; participação nas pesquisas de campo;
produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e
prática. Várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva ao
selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da
apreensão, compreensão, reflexão dos conteúdos pelo aluno e, sobretudo,
expressão oral ou escrita da sua percepção de mundo. Assim, a avaliação em
Sociologia busca servir como instrumento diagnóstico da situação, tendo em vista a
definição de encaminhamentos adequados para uma efetiva aprendizagem.Estudar,
aprender e ensinar Sociologia exige posicionamentos teórico-metodológicos claros e
concisos e também um posicionar-se frente à realidade escancarada pelo
conhecimento produzido. Não é esta uma questão de aplicação direta, pragmática
ou de ordenamento social, mas um “fazer avançar” idéias em relação aos
fenômenos sócio-históricos. São as explicações, as interpretações sobre o real que
fornecem os instrumentos para o mundo ser transformado, recriado em novas
bases.
Esse saber ensaiado como interdisciplinar aproxima-se do saber reflexivo,
desenha uma consciência social que pensar a si mesma num movimento de
reflexividade – capacidade humana de avaliar o mundo e mudar sua interpretação
dele – de que a Sociologia tem sido pioneira. Essa forma de saber passa,
necessariamente, pela imagem dissolvida de uma ciência posta na unidade. É uma
forma de rompimento com um conhecimento absoluto, impositivo, tido como
verdadeiro. Exprime uma nova identidade do homem e da ciência que vêm sendo
construídas nos interstícios do poder da multiplicidade das disciplinas científicas.
180
A forma de agir metodologicamente no ensino da Sociologia em nível médio
aproxima estudantes e professores nas indagações e esses da realidade social
devolvendo o conhecimento científico ao senso comum. Nesse movimento invertido,
a Sociologia crítica revela que o conhecimento científico-tecnológico tem cercado a
humanidade, fazendo-a refém da fome, da concentração de riquezas, da
desigualdade,das discriminações sociais, apenas para citar algumas das
disparidades e paradoxos que a modernidade produziu. Cabe ao ensino das
diversas disciplinas curriculares no Ensino Médio e, também da Sociologia,
despertar a consciência da força dessas mudanças.
Demonstrar esses nexos de responsabilidade entre a ciência e a política pode
devolver aos professores e alunos-pesquisadores, a dimensão social desse
conhecimento nos currículos de Sociologia. A pesquisa integrante da Sociologia, não
sendo neutra nem pura, imparcial ou comprometida, tem um papel social de
importância no Ensino Médio das escolas brasileiras: dar respostas simples a
perguntas simples, que se apresenta de forma complicada pode não conter bem
qualquer formulação. As contribuições sobre a matéria requerem visões e
interpretações de maior compreensão e menor margem de equívocos ou
reducionismos. A iniciação metodológica da Sociologia na escola deve passar pela
simplicidade, ainda que se lide com a complexidade.
E- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GIDDENS, A. Política, sociologia e teoria social: encontros com o pensamento
social clássico e contemporâneo. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998.
GIDDENS, A.; TURNER, J. (Orgs.). Teoria social hoje. São Paulo: Editora
UNESP,1999.
BAUMAN, Z. Por uma sociologia crítica: um ensaio sobre o senso comum e
emancipação. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.
181
CASTELLS, M. A sociedade em rede; a era da informação: economia, sociedade
e cultura. 3ª ed. v. 1, São Paulo: Paz e Terra, 2000.
COMTE, A. Curso de Filosofia Positiva. In: Os Pensadores. V. XXXIII, São Paulo:
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