CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA ROLIÇA DE EUCALIPTO POR...
Transcript of CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA ROLIÇA DE EUCALIPTO POR...
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRICOLA
MÔNICA RUY
CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA ROLIÇA DE
EUCALIPTO POR ULTRASSOM
CAMPINAS
2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRICOLA
MÔNICA RUY
CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA ROLIÇA DE
EUCALIPTO POR ULTRASSOM
Orientadora: Profª Drª Raquel Gonçalves
Dissertação de Mestrado submetida à banca examinadora para obtenção do título de
Mestra em Engenharia Agrícola na área de Concentração de Construções Rurais e Ambiência.
CAMPINAS
2016
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.
Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e ArquiteturaRose Meire da Silva - CRB 8/5974
Ruy, Mônica, 1990- R944c RuyClassificação de madeira roliça de eucalipto por ultrassom / Mônica Ruy. �
Campinas, SP : [s.n.], 2016.
RuyOrientador: Raquel Gonçalves. RuyDissertação (mestrado) � Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Engenharia Agrícola.
Ruy1. Madeira - Propriedades mecânicas. 2. Propagação de ondas. I.
Gonçalves, Raquel,1961-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdadede Engenharia Agrícola. III. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Classification of round eucalyptus timber by ultrasoundPalavras-chave em inglês:Wood - Mechanical propertiesWave propagationÁrea de concentração: Construções Rurais e AmbiênciaTitulação: Mestra em Engenharia AgrícolaBanca examinadora:Raquel Gonçalves [Orientador]Guillermo Iñiguez GonzálezCinthya Bertoldo PedrosoData de defesa: 29-02-2016Programa de Pós-Graduação: Engenharia Agrícola
Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação de Mestrado defendida por
Mônica Ruy, aprovada pela Comissão Julgadora em 29 de fevereiro de 2016, na Faculdade de
Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas.
________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Raquel Gonçalves � Presidente e Orientador
FEAGRI/UNICAMP
_________________________________________________________________ Prof. Dr. Guillermo Iñiguez González � Membro Titular
Universidade Politécnica de Madrid/Espanha
_________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Cinthya Bertoldo Pedroso � Membro Titular
FEAGRI/UNICAMP
A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de
vida acadêmica da discente.
Dedico essa dissertação aos meus amados padrinhos,
Mirian Fernandes Bim (in memorian) e Geraldo Bim (in
memorian).
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, acredito que sem Ele eu não teria forças para seguir o meu
caminho e atingir minhas metas.
Agradeço aos meus pais, Benedito Ruy e Maria Isabel C. de A. Ruy, que me acolheram
novamente em casa, que sempre me deram todo tipo de apoio que precisei, que estiveram ao meu
lado nos momentos mais difíceis e sempre lidaram com toda a paciência do mundo nos meus
momentos de crise.
Agradeço a Bruno Ruy, que mesmo distante, sempre foi mais do que meu irmão. Foi meu
companheiro, amigo, e me incentivou a cada pedra que encontrei na minha caminhada.
Agradeço ao Fernando, que entrou na minha vida em um momento turbulento, mas que tem
se mostrado paciente e que logo aprendeu a lidar com meu jeito um pouco difícil.
Agradeço aos meus amigos de Salto e de Limeira, que estão comigo há tanto tempo, sempre
me dando apoio e força para continuar. Amanda, André, Alana, Carol, Daniela, Giuliene, Gustavo,
Iara, Maitê, Marcelo, Rodolfo. Muito obrigada por compartilharem comigo mais essa conquista.
Agradeço aos colegas e amigos da E.E. Monsenhor Heládio Correa Laurini, que me
mostraram a importância de ensinar e que, mesmo no meio de tantos problemas, me ajudaram a
descobrir que ser professor é uma dádiva.
Agradeço aos meus colegas e amigos do LabEND, eu não poderia realizar esse trabalho
sem eles. A Nádia, por todas as tardes na “caverninha” ajudando nos ensaios de ultrassom e pelo
companheirismo do dia a dia; ao Rafael, pelas ajudas nos ensaios, nos carregamentos de toras, nas
trocas de pneus, todas às vezes que precisei, inclusive aos sábados, por tornar o laboratório um
lugar mais agradável de se trabalhar; Douglas e Gabriela, Pibics que sempre me ajudaram e que se
tornaram grandes companheiros; Mariana e Gustavo, pelas manhãs de sábados trabalhadas; Paulo,
por todo o apoio durante os ensaios; Ingrid e Favalli, pelo companheirismo de sempre; Trinca,
pelas ideias, pela companhia e pelas conversas; Cinthya, por todo o incentivo, pelas dúvidas tiradas
e por servir de inspiração de vida pra mim; Agnes, Roberto e Guillermo, que puderam contribuir
com suas experiências e visão externas. Depois de alguns anos posso afirmar que encontrei
verdadeiros amigos nesse lugar.
Agradeço ao pessoal do “Campo” da Feagri, pela ajuda quando eu precisei de “força”
Agradeço à minha orientadora, Profª Drª Raquel Gonçalves, pela dedicação aos projetos e
aos alunos, por sempre estar disposta a ajudar, por me auxiliar a encontrar o melhor caminho, por
ser uma mulher fonte de inspiração para mim.
Agradeço ao CNPq, por financiar minha Bolsa de Estudos de Mestrado, e a Fapesp, pelo
auxílio financeiro através de projeto do grupo de pesquisas (Proc. 2012 / 22599-9).
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota d´água no
mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
Madre Teresa de Calcutá
RESUMO
A madeira proveniente de florestas plantadas tem sido cada vez mais utilizada no setor
moveleiro e da construção civil. Usos estruturais da madeira, na forma roliça ou serrada, exigem
conhecimento de suas propriedades, tornando fundamental a classificação nas diferentes
geometrias do material. A literatura vem mostrando que métodos não destrutivos são eficientes na
classificação da madeira e, dentre eles, estão as técnicas de propagação de ondas. O objetivo desta
pesquisa foi avaliar a eficiência do ultrassom na classificação mecânica da madeira roliça,
utilizando como referência norma brasileira de classificação de madeira serrada de folhosas por
ultrassom (NBR15521, 2007). Os ensaios de ultrassom foram realizados em peças roliças de
diferentes diâmetros e em diferentes condições de umidade. Os ensaios de flexão foram realizados
na tora somente na condição climatizada (em torno de 12% de umidade) para a determinação da
resistência e da rigidez. Além dos ensaios de ultrassom e de flexão, as peças tiveram seus diâmetros
mensurados e foram visualmente classificadas. O diâmetro apresentou correlação negativa com os
parâmetros acústicos e estáticos, bem como com a classe visual. Assim, a classificação da madeira
roliça foi avaliada considerando faixas de diâmetro. Para pequenos diâmetros (inferiores a 169 mm)
as classes propostas pela NBR 15521 (2007) foram adequadas para a classificação da madeira
roliça de Eucalipto, mas conforme o diâmetro aumenta, é necessário aplicar coeficientes de
minoração na velocidade para que a classificação pela norma continue se adequando. Espera-se
que os resultados desta pesquisa possam ser utilizados para proposta futura de classificação da
madeira roliça de Eucalipto.
Palavras chave: resistência na flexão, módulo de elasticidade na flexão, propagação de ondas.
ABSTRACT
The use of wood from planted forest to furniture and construction are growing. Uses of wood as
structural material, both round or processed, needs knowing its properties, so the classification
became important, no matter the geometry of the material. The literature had showed that
nondestructive methods are efficient to sort timber, and the wave propagations techniques are
among these methods. The objective of this research was to evaluate the efficiency of ultrasound
to sort round timber, using Brazilian Standard, proposed to hardwood classification (NBR 15521,
2007) as reference. We tested round timber with different diameters and moisture content. The
bending tests were made only after acclimatization, with round timber around 12% to determine
the strength and stiffness. The diameter had negative correlation with acoustics and mechanical
properties and also with the visual class. So, the classification of round timber was evaluated
considering ranges of diameters. For small diameters (less than 169 mm) the sort classes proposed
by NBR 15521 (2007) was effective to classify the Eucalyptus round timber but as the diameter
grows it was necessary to apply reduction coefficients on the velocities for allow the adequacy of
the standard. We hope that the results will contribute to future proposition of round timber
classification.
Key words: strength in bending, modulus of elasticity in bending, wave propagation
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 3-1REDUÇÃO DE ÁREA DE UMA SEÇÃO CIRCULAR PARA UMA SEÇÃO RETANGULAR. ......... 23
FIGURA 3-2CORRELAÇÃO ENTRE RENDIMENTO DA CLASSIFICAÇÃO DE MADEIRA SERRADA DE PINUS
RADIATA , PROVENIENTES DE DUAS FLORESTAS NA NOVA ZELÂNDIA , E ANÁLISE ACÚSTICA DE
TORAS DO MESMO MATERIAL. ................................................................................................. 27
FIGURA 3-3GRAU DE SEVERIDADE DE RACHAS (FENDAS) NAS REGIÕES DE TOPO E BASE. ............... 29
FIGURA 3-4 GRAU DE SEVERIDADE DE RACHAS (FENDAS) NO CORPO DO POSTE. ............................. 30
FIGURA 3-5 SINAL DE APODRECIMENTO DO CERNE E DA MEDULA. ................................................. 31
FIGURA 3-6 SEPARAÇÃO DEVIDA ÀS PROPRIEDADES DIFERENCIAIS DE RETRAÇÃO E FIBRAS
RETORCIDAS. .......................................................................................................................... 31
FIGURA 3-7 LOCALIZAÇÃO DOS DEFEITOS DE BORDA. .................................................................... 32
FIGURA 3-8 ESQUEMA DAS FISSURAS E ÁREA DE INFLUÊNCIA. A1=ÁREA TOTAL. A2=ÁREA DE
INFLUÊNCIA, INCLUINDO SOBREPOSIÇÕES DE FISSURAS. A3=ÁREA DE INFLUÊNCIA, SEM
SOBREPOSIÇÕES DE FISSURAS. ................................................................................................ 33
FIGURA 4-1 ENSAIO DIRETO COM PROPAGAÇÃO LONGITUDINAL NA TORA (A) E POSICIONAMENTO DO
TRANSDUTOR PLANO (VERMELHO) E EXPONENCIAL (VERDE) NA SEÇÃO TRANSVERSAL (B) .... 39
FIGURA 4-2 CONTROLE DE UMIDADE ............................................................................................. 40
FIGURA 4-3 ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA NA MADEIRA ROLIÇA.................................................... 41
FIGURA 5-1 GRÁFICO REPRESENTATIVO DA MÉDIA E DA VARIABILIDADE DAS VELOCIDADES
OBTIDAS NOS ENSAIOS DA MADEIRA ROLIÇA NA CONDIÇÃO SATURADA COM O USO DO
TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (VSATE) E DAS VELOCIDADES OBTIDAS COM O USO DE
EQUAÇÃO PROPOSTA PELA NBR 15521 (2007) – VSATE NBR – E POR LORENSANI (2013) –
VSATE MANSINI. ...................................................................................................................... 48
FIGURA 5-2 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DAS CLASSES VISUAIS EM CADA LOTE DE MADEIRA ROLIÇA
............................................................................................................................................... 53
FIGURA 5-3 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 1 (FAIXA
DE DIÂMETRO DE 50 A 109 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO A VELOCIDADE NA
CONDIÇÃO SATURADA OBTIDA COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C)
E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). ..................... 61
FIGURA 5-4 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 1 (FAIXA
DE DIÂMETRO DE 50 A 109 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE
RIGIDEZ OBTIDO COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E
RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). ........................ 62
FIGURA 5-5 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 1 (FAIXA
DE DIÂMETRO DE 50 A 109 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO A APLICAÇÃO DE
COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE 1,18, PROPOSTO POR LORENSANI (2013), APLICADO À
VELOCIDADE OBTIDA COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E
RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). ........................ 63
FIGURA 5-6 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 1 (FAIXA
DE DIÂMETRO DE 50 A 100 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE
RIGIDEZ OBTIDO COM VELOCIDADE REDUZIDA PELO COEFICIENTE 1,18 PROPOSTO POR
LORENSANIE LORENSANI (2013); COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS
(C) E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). ................ 64
FIGURA 5-7 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO
4(DIÂMETRO > 230 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO A VELOCIDADE NA
CONDIÇÃO SATURADA OBTIDA COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C)
E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). ..................... 65
FIGURA 5-8 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 4
(DIÂMETRO > 230 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM O TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E RESPECTIVAS
CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA CLASSIFICAÇÃO (B E D). .............................................. 66
FIGURA 5-9 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 4
(DIÂMETRO > 230 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO A APLICAÇÃO DE
COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE 1,18* VELOCIDADE OBTIDA COM O TRANSDUTOR DE FACES
EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA
CLASSIFICAÇÃO (B E D). .......................................................................................................... 67
FIGURA 5-10 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 4
(DIÂMETRO > 230 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM VELOCIDADE REDUZIDA PELO COEFICIENTE 1,18*; COM O TRANSDUTOR DE FACES
EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA
CLASSIFICAÇÃO (B E D). .......................................................................................................... 68
FIGURA 5-11 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 3 (FAIXA
DE DIÂMETRO DE 170 A 229 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE
RIGIDEZ OBTIDO COM VELOCIDADE REDUZIDA PELO COEFICIENTE 1,28; COM O TRANSDUTOR DE
FACES EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA
CLASSIFICAÇÃO (B E D). .......................................................................................................... 70
FIGURA 5-12 CLASSIFICAÇÃO DAS PEÇAS DE MADEIRA ROLIÇA PERTENCENTES AO GRUPO 4 (
DIÂMETRO > 230 MM), PELA NBR15521 (2007), CONSIDERANDO O COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM VELOCIDADE REDUZIDA PELO COEFICIENTE 1,28; COM O TRANSDUTOR DE FACES
EXPONENCIAIS (A) E PLANAS (C) E RESPECTIVAS CATEGORIAS DE ACERTOS E ERROS DA
CLASSIFICAÇÃO (B E D). .......................................................................................................... 71
LISTA DE TABELAS
TABELA 3-1 DIÂMETROS MÍNIMOS DE PEÇAS ROLIÇAS COM BASE NA ÁREA MÍNIMA PROPOSTA PELA
NBR 7190: 1997 E DADOS COMPARATIVOS DE ESPESSURA MÍNIMA........................................ 24
TABELA 3-2 DIMENSÕES MÁXIMAS DAS FENDAS. ........................................................................... 30
TABELA 3-3 DIMENSÕES MÁXIMAS PARA NÓS. ............................................................................... 31
TABELA 4-1 AMOSTRAGEM DA PESQUISA ....................................................................................... 38
TABELA 4-2 FAIXAS DE CLASSIFICAÇÃO VISUAL ............................................................................ 41
TABELA 5-1 DENSIDADE MÉDIA DE CADA ESPÉCIE E VALORES DE ASSIMETRIA E DE CURTOSE. ...... 46
TABELA 5-2 ESTATÍSTICAS OBTIDAS PARA AS VELOCIDADES NAS TORAS NA CONDIÇÃO INICIAL
SATURADA (VSATE, VSATP) E NA CONDIÇÃO SECA (UMIDADE ENTRE A SATURAÇÃO E O
EQUILÍBRIO) - VUE E VUP, UTILIZANDO OS TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (E) E
PLANAS (P). LOTE 01 – E. GRANDIS ....................................................................................... 46
TABELA 5-3 ESTATÍSTICAS OBTIDAS PARA AS VELOCIDADES NAS TORAS NA CONDIÇÃO INICIAL
SATURADA (VSATE, VSATP) E NA CONDIÇÃO SECA (UMIDADE ENTRE A SATURAÇÃO E O
EQUILÍBRIO) - VUE E VUP, UTILIZANDO OS TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (E) E
PLANAS (P). LOTE 02 – E. CLOESINANA ................................................................................. 47
TABELA 5-4 ESTATÍSTICAS OBTIDAS PARA AS VELOCIDADES NAS TORAS NA CONDIÇÃO INICIAL
SATURADA (VSATE, VSATP) E NA CONDIÇÃO SECA (UMIDADE ENTRE A SATURAÇÃO E O
EQUILÍBRIO) - VUE E VUP, UTILIZANDO OS TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (E) E
PLANAS (P). LOTE 03 – E. SALIGNA ........................................................................................ 47
TABELA 5-5 REGRESSÃO SIMPLES ENTRE AS VELOCIDADES NAS TORAS NA CONDIÇÃO INICIAL
SATURADA (VSATE, VSATPL) E PARA VELOCIDADES OBTIDAS POR MEIO DE APLICAÇÃO DE
MODELO DE CORREÇÃO DA NORMA NBR 15521 (2007) (VNORMAE, VNORMAPL) E DE LORENSANI
(2013) ( VMANSINIE E VMANSINIPL). LOTE 01 – E. GRANDIS ....................................................... 49
TABELA 5-6 REGRESSÃO SIMPLES ENTRE AS VELOCIDADES NAS TORAS NA CONDIÇÃO INICIAL
SATURADA (VSATE, VSATPL) E PARA VELOCIDADES OBTIDAS POR MEIO DE APLICAÇÃO DE
MODELO DE CORREÇÃO DA NORMA NBR 15521 (2007) (VNORMAE, VNORMAPL) E DE LORENSANI
(2013) ( VMANSINIE E VMANSINIPL). LOTE 02 – E. CLOEZIANA ................................................... 49
TABELA 5-7 REGRESSÕES MÚLTIPLAS ENTRE AS VELOCIDADES DE ULTRASSOM , OBTIDA NOS ENSAIOS
COM TRANSDUTORES EXPONENCIAIS E PLANOS, NAS TORAS SATURADAS (VREALE - VREALPL), NAS
TORAS NA CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO (VUE - VUPL), A UMIDADE DE EQUILÍBRIO (U) E A
DENSIDADE APARENTE NA UMIDADE DE EQUILÍBRIO (�). AMOSTRAGEM: LOTES 1 E 2. .......... 50
TABELA 5-8 RESULTADO DA COMPARAÇÃO ENTRE MÉDIAS DAS VELOCIDADES NAS TORAS NA
CONDIÇÃO INICIAL SATURADA (VSATE, VSATPL) E AS VELOCIDADES OBTIDAS POR MEIO DE
APLICAÇÃO DE MODELO DE CORREÇÃO DA NORMA NBR 15521 (2007) (VNORMAE, VNORMAPL) E
DE LORENSANI (2013) ( VMANSINIE E VMANSINIPL) APÓS APLICAÇÃO DE COEFICIENTE DE
CORREÇÃO DE 1,12 NO MODELO DE CORREÇÃO DA NORMA E DE 1,14 NO MODELO PROPOSTO POR
LORENSANI (2013). AMOSTRAGEM: LOTES 1 E 2 .................................................................. 51
TABELA 5-9 PARÂMETROS OBTIDOS DOS ENSAIOS DE ULTRASSOM – VELOCIDADE SATURADA REAL
(VSAT,REAL) E COEFICIENTE DE RIGIDEZ (CLL) – COM TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS
(E) E PLANAS (P), DOS ENSAIOS DE FLEXÃO ESTÁTICA – RESISTÊNCIA (FM) E MÓDULO DE
ELASTICIDADE (EM) E DIÂMETROS DAS PEÇAS ROLIÇAS NOS TRÊS LOTES ENSAIADOS. ........... 52
TABELA 5-10 COMPARAÇÃO ENTRE MÉDIAS DOS PARÂMETROS ACÚSTICOS OBTIDOS PELOS
TRANSDUTORES EXPONENCIAIS E PLANOS: VELOCIDADE SATURADA (VSATE E VSATP) E
COEFICIENTE DE RIGIDEZ (CLLE E CLLP). ................................................................................ 53
TABELA 5-11 ESTATÍSTICAS P-VALOR E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (R) PARA A ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS PARÂMETROS: DIÂMETRO, CLASSE VISUAL, VELOCIDADE NA CONDIÇÃO SATURADA
OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (VSAT,E), VELOCIDADE NA CONDIÇÃO
SATURADA OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES PLANAS (VSAT, P), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (CLL,E), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES PLANAS (CLL,P), MÓDULO DE ELASTICIDADE EM
FLEXÃO OBTIDO A 12% DE UMIDADE (E12) E RESISTÊNCIA EM FLEXÃO OBTIDA A 12% DE
UMIDADE (F12). LOTE 1 – E. GRANDIS. .................................................................................. 55
TABELA 5-12 ESTATÍSTICAS P-VALOR E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (R) PARA A ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS PARÂMETROS: DIÂMETRO, CLASSE VISUAL, VELOCIDADE NA CONDIÇÃO SATURADA
OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (VSAT,E), VELOCIDADE NA CONDIÇÃO
SATURADA OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES PLANAS (VSAT, P), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (CLL,E), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES PLANAS (CLL,P), MÓDULO DE ELASTICIDADE EM
FLEXÃO OBTIDO A 12% DE UMIDADE (E12) E RESISTÊNCIA EM FLEXÃO OBTIDA A 12% DE
UMIDADE (F12). LOTE 2 – E. CLOEZIANA . .............................................................................. 56
TABELA 5-13 ESTATÍSTICAS P-VALOR E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (R) PARA A ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS PARÂMETROS: DIÂMETRO, CLASSE VISUAL, VELOCIDADE NA CONDIÇÃO SATURADA
OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (VSAT,E), VELOCIDADE NA CONDIÇÃO
SATURADA OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES PLANAS (VSAT, P), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (CLL,E), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES PLANAS (CLL,P), MÓDULO DE ELASTICIDADE EM
FLEXÃO OBTIDO A 12% DE UMIDADE (E12) E RESISTÊNCIA EM FLEXÃO OBTIDA A 12% DE
UMIDADE (F12). LOTE 3 – E. SALIGNA . ................................................................................... 57
TABELA 5-14 ESTATÍSTICAS P-VALOR E COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO (R) PARA A ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS PARÂMETROS: DIÂMETRO, CLASSE VISUAL, VELOCIDADE NA CONDIÇÃO SATURADA
OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES EXPONENCIAIS (VSAT,E), VELOCIDADE NA CONDIÇÃO
SATURADA OBTIDA COM TRANSDUTOR DE FACES PLANAS (VSAT, P), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES EXPONENCIAIS (CLL,E), COEFICIENTE DE RIGIDEZ
OBTIDO COM TRANSDUTORES DE FACES PLANAS (CLL,P), MÓDULO DE ELASTICIDADE EM
FLEXÃO OBTIDO A 12% DE UMIDADE (E12) E RESISTÊNCIA EM FLEXÃO OBTIDA A 12% DE
UMIDADE (F12). LOTE 1, 2 E 3. ............................................................................................... 58
TABELA 5-15 RESULTADOS MÉDIOS DE COEFICIENTES DE RIGIDEZ (CLLE E CLLP), VELOCIDADE
SATURADA (VSATE, VSATP), RESISTÊNCIA A FLEXÃO (F12) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (E12)
NOS DIFERENTES GRUPOS DE DIÂMETRO. LOTES 01, 02 E 03. .................................................. 59
TABELA 5-16 RESULTADO DO TESTE DE COMPARAÇÃO DE MÉDIAS DOS VALORES DE COEFICIENTES
DE RIGIDEZ (CLLE E CLLP), VELOCIDADE SATURADA (VSATE, VSATP), RESISTÊNCIA A FLEXÃO
(F12) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (E12) NOS DIFERENTES GRUPOS DE DIÂMETRO. LOTES 01, 02
E 03. ....................................................................................................................................... 59
TABELA 5-17 EXEMPLO DE MATRIZ DE CORRELAÇÃO OBTIDA PARA REGRESSÃO MÚLTIPLA ENTRE
MÓDULO DE ELASTICIDADE (E12) – COMO VARIÁVEL DEPENDENTE – E CONSTANTE DE RIGIDEZ
OBTIDA POR TRANSDUTOR EXPONENCIAL (CLLE) E DIÂMETRO – COMO VARIÁVEIS
INDEPENDENTES. LOTES 01, 02 E 03. ...................................................................................... 60
TABELA 5-18 RELAÇÃO ENTRE A VELOCIDADE DA CLASSE (VSAT,EM) ONDE AS PEÇAS DEVERIAM
SER ENQUADRADAS DE ACORDO COM SUAS PROPRIEDADES MECÂNICAS (EM) E A VELOCIDADE
DA CLASSES ONDE AS PEÇAS FORAM ENQUADRADAS PREVIAMENTE (VSAT,EST) DE ACORDO COM
A NBR 15521 (2007). ............................................................................................................. 69
TABELA 5-19 ANÁLISE DE ADEQUAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO PARA AS PEÇAS DO GRUPO 3 – 170MM A
220MM DE DIÂMETRO. ............................................................................................................ 72
TABELA 5-20 ANÁLISE DE ADEQUAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO FINAL PROPOSTA. .............................. 73
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 19
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 21
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 21
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 21
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 22
3.1 Madeira Roliça ................................................................................................................ 22
3.2 Parâmetros Acústicos na classificação da madeira .......................................................... 25
3.3 Classificação Visual ........................................................................................................ 28
3.4. Classificação Mecânica .................................................................................................. 33
3.5. Normas de Classificação ................................................................................................ 34
3.6 Conclusão ........................................................................................................................ 37
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 38
4.1. Amostragem.................................................................................................................... 38
4.2. Ensaio de ultrassom nas toras saturadas ......................................................................... 38
4.3. Ensaio de ultrassom durante a secagem ......................................................................... 39
4.4. Ensaio de flexão estática da madeira roliça na umidade de equilíbrio ........................... 40
4.5. Análise visual ................................................................................................................. 41
4.6. Determinação da densidade ............................................................................................ 42
4.7. Cálculos .......................................................................................................................... 42
4.8. Análise dos Resultados ................................................................................................... 44
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 46
5.1 Avaliação do modelo de correção da velocidade em função da umidade ....................... 46
5.2 Proposta de faixas de Classificação para a madeira roliça .............................................. 51
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 74
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 75
ANEXO I ................................................................................................................................... 79
ANEXO II ................................................................................................................................. 81
ANEXO III ................................................................................................................................ 91
19
1. INTRODUÇÃO
A classificação de peças de madeira é de extrema importância para a comercialização e
a aplicação deste material, uma vez que facilita a distinção entre peças de maior ou menor
resistência e/ou rigidez, permitindo que sejam destinadas a aplicações de acordo com suas
propriedades. O fato de a madeira ser material com grande variabilidade natural dificulta o uso
de tabelas com valores médios de suas propriedades, fazendo com que estudos sobre métodos
de classificação de peças de madeira sejam importantes.
A proposta de classificação da madeira estrutural é, normalmente, baseada em modelos
de correlação entre uma propriedade com maior facilidade de ser obtida, oriundas de ensaios
não destrutivos, e outras propriedades (físicas e mecânicas) que se deseja determinar. A
avaliação da madeira através do uso de propagação de ondas está crescendo a cada dia, e se
tornando importante método de classificação de peças de madeira para diversos usos, além de
ferramenta de controle de qualidade no setor florestal.
Normas internacionais utilizam a avaliação visual, associada à resultados de ensaios de
flexão estática, como parâmetro de classificação mecânica de espécies de madeira usuais em
estruturas. Nessas normas as propriedades de compressão, de tração e de cisalhamento,
necessárias para o dimensionamento, são obtidas por meio de correlações com os valores das
propriedades obtidas em flexão estática. Em contrapartida, no Brasil, a norma (NBR 7190,
1997) propõe classes de resistência baseadas em ensaios de compressão paralela às fibras
realizados em corpos de prova pequenos e isentos de defeitos. A partir dos resultados da
compressão são inferidos, por meio de correlações, outras propriedades (resistência e rigidez
na flexão, por exemplo). Por outro lado, há, no Brasil, norma de classificação de madeira
serrada, proveniente de folhosas, utilizando ultrassom (NBR 15521, 2007), que é um avanço
importante para o uso adequado da madeira.
A utilização da madeira roliça como peça estrutural tem sido vista de maneira
competitiva, tanto do ponto de vista econômico quanto de sustentabilidade. A forma mais bruta
da madeira minimiza a geração de resíduos e diminui substancialmente o gasto de energia
durante o processo de beneficiamento, o que justifica a necessidade de estudo especifico desta
forma de material. Esse tipo de madeira (roliça) é particularmente importante para as espécies
de reflorestamento, já que espécies nativas, em geral, possuem grandes diâmetros e são
utilizadas como madeira serrada.
20
Assim, partindo-se de evidências já comprovadas empiricamente pela literatura, que
indicam correlações estatisticamente significativas entre parâmetros acústicos e propriedades
de rigidez e de resistência; e da norma brasileira de classificação de madeira serrada por
ultrassom (NBR 15521, 2007) a hipótese que fundamenta esta pesquisa é a de que, assim como
para a madeira serrada, os parâmetros acústicos obtidos na madeira roliça podem ser utilizados
na classificação , mas a eficiência desta classificação aumenta quando as toras, classificadas
visualmente, estiverem separadas por faixas de diâmetro.
21
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral da pesquisa foi propor e avaliar a eficiência da classificação da madeira
roliça de Eucalipto a partir de parâmetros acústicos.
2.2 Objetivos Específicos
Avaliar a viabilidade de uso da norma NBR 15521 (2007) e de proposta de adaptação
desta norma apresentada por Lorensani (2013), no que se refere à correção da velocidade na
condição saturada – um dos parâmetros de entrada nas classes da norma.
Avaliar a viabilidade de uso da norma NBR 15521 (2007) e de proposta de adaptação
desta norma apresentada por Lorensani (2013), no que se refere à classificação das peças
roliças. Neste caso, foi também objetivo avaliar a influência da classificação visual e da faixa
de diâmetro na eficiência da classificação da peça roliça.
Verificar se ambos tipos de transdutores (faces exponenciais e planas) podem ser utilizados
na classificação da madeira roliça.
22
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Madeira Roliça
Apesar da madeira roliça não ser tema recente quando se considera como abordagem
seu uso na construção civil, no Brasil, trabalhos interessantes relacionados ao uso da madeira
roliça foram produzidos recentemente, mostrando que o tema volta a ser de importância no país.
Nos Estados Unidos, por exemplo, há grandes estruturas de madeira roliça com mais de 100
anos em uso (WOLFE; MURPHY, 2005), o que certifica a qualidade do material para ser
utilizado diretamente na construção civil e, consequentemente, ratifica a necessidade de estudo
aprofundado do material, assim como a necessidade de normativas especificas para peças
estruturais de madeira de seção circular.
Com objetivos de determinar propriedades mecânicas de madeira roliça por meio de
ondas de ultrassom, identificar a relação entre a geometria das peças roliças e a velocidade da
propagação das ondas e gerar contribuição para futura classificação de peças roliças utilizadas
em estruturas, Pelizan (2004) ensaiou peças roliças, de tamanho estrutural, com técnica de
ultrassom e posteriormente realizou ensaios de compressão paralela às fibras em corpos de
provas retirados das peças ensaiadas por ultrassom. As análises estatísticas feitas por Pelizan
(2004) indicaram que a técnica não destrutiva escolhida apresenta confiabilidade na avaliação
das propriedades mecânicas das peças de madeira roliça.
Wolfe e Murphy (2005) compararam a eficiência de peças estruturais de seções
circulares com a eficiência de peças estruturais com seções retangulares. Os autores se
fundamentaram no fato de que a capacidade que qualquer elemento estrutural tem de suportar
um carregamento é em função das propriedades de resistência característica do material e da
seção transversal da estrutura. A redução da área de uma peça roliça para uma peça de madeira
serrada (Figura 3.1) vai, automaticamente, diminuir o carregamento máximo suportado pelo
elemento estrutural. Além disso, os autores alegam que o processamento da madeira roliça para
se transformar em madeira serrada causa danos, fazendo com que haja uma notável perda de
resistência do material.
23
Figura 3-1Redução de área de uma seção circular para uma seção retangular. Fonte: Wolfe e Murphy (2005)
Zangiácomo (2007) estudou elementos estruturais roliços de madeira, justificando sua
pesquisa pela possibilidade de aumento do uso de madeira roliça no campo. O autor argumenta
que no Brasil a madeira roliça é usada principalmente como poste da rede elétrica, e, assim,
teve por objetivo gerar informações para futura revisão do documento normativo brasileiro
(NBR 7190: 1997), que não apresenta especificações para a madeira roliça. Zangiácomo (2007)
destaca a redução de custo de produção de peças roliças em relação a peças serradas, já que há
redução na etapa de processamento do material. Para sua análise, Zangiácomo (2007) ensaiou
em flexão estática postes oriundos de árvores de reflorestamento de 4 espécies de Eucalipto e
2 espécies de Pinus. Os dados de flexão estática foram comparados com resultados obtidos em
ensaios de compressão paralela à fibra, de acordo com a NBR 7190:1997, em corpos de prova
provenientes das mesmas árvores. O autor encontrou diferenças significativas entre parâmetros
mecânicos obtidos em elementos estruturais e corpos de prova, e propôs nova metodologia de
ensaio de flexão para madeira roliça.
Calil Jr. e Brito (2010) destacam a importância de desenvolvimento de estudos que
busquem materiais alternativos aos comumente utilizados na construção civil (aço e concreto),
a fim de que os projetos se tornem mais viáveis economicamente e satisfaçam a necessidade do
ponto de vista de construção sustentável. Os autores apontam a madeira roliça, utilizada em
construções civis, construções rurais, pontes, passarelas, defensas e postes de linha de
transmissão de energia elétrica, como uma opção que atendem aos requisitos citados. A
resistência da madeira roliça, o baixo consumo energético para o processamento, a
disponibilidade e o fácil manuseio fazem com que ela se torne um material altamente
24
competitivo e sustentável (CALIL JR; BRITO, 2010), podendo ser diretamente utilizada como
peça estrutural.
Em trabalho realizado com objetivo validar a relação entre módulo de elasticidades
longitudinal (E) e módulo de elasticidade transversal (G) proposto pela norma brasileira NBR
7190:1997, Zangiácomo (2013) utilizou peças roliças estruturais de madeira de Corymbia
citriodora. De acordo com os resultados que obtiveram, os autores evidenciaram divergência
em relação aos valores apresentados pela norma. Como conclusão, o trabalho propõe revisão
da norma brasileira, com proposta de ensaios em peças de dimensão estrutural, a fim de que
seja possível obtenção de valores para propriedades de rigidez mais confiáveis.
Assim, entende-se que para peças roliças, as dimensões mínimas devem seguir os
critérios da norma apresentados na Tabela 3.1.
Tabela 3-1 Diâmetros mínimos de peças roliças com base na área mínima proposta pela NBR 7190: 1997 e dados comparativos de espessura mínima.
Uso/Dimensões Mínimas Área Mínima (NBR 7190: 1997)
Espessura Mínima (NBR 7190: 1997)
Diâmetro Mínimo*
Peças principais isoladas 50 cm² 5 cm 8 cm
Peças secundárias isoladas 18 cm² 2,5 cm 5 cm
Peças principais múltiplas 35 cm² 2,5 cm 7 cm
Peças secundárias múltiplas 18 cm² 1,8 cm 5 cm
*Diâmetros mínimos calculados em função da área mínima, estabelecida por Norma, de acordo com a equação:
� = � ����
�, onde A é a área mínima da seção transversal e d é o diâmetro mínimo da peça.
Além dos aspectos já mencionados, é importante destacar a importância do
conhecimento das propriedades da madeira roliça para o processo de beneficiamento da madeira
serrada. O estudo da literatura revela que grande parte das propriedades mecânicas da madeira
roliça é conservada na madeira serrada.
Tsehaye et al (2000) destaca a urgente necessidade de destinar com mais eficiência a
madeira de acordo com as suas propriedades. Os autores citam que é comum a utilização de
análise visual para separação de lotes de madeira roliça, entretanto apresentam dados que
mostram que a classificação visual de forma isolada não é eficiente, uma vez que há grande
variação de propriedades mecânicas em um grupo de peças que, visualmente, aparentam ser
idênticas. Para resolver o problema da classificação visual isolada de toras, Tsehaye et al (2000)
25
avaliaram a qualidade do corte da madeira e a rentabilidade da classificação da madeira roliça,
por método de ensaio não destrutivo, através da medição do tempo de propagação de ondas de
tensão. Seus dados indicaram que se houver a possibilidade de identificação de toras com baixa
resistência antes do beneficiamento, pode-se evitar processamentos inúteis, reduzindo custos.
Segundo Sandoz (1994 apud PELIZAN 2004) 80% a 90% da qualidade medidas por
ultrassom nas toras irá se conservar na madeira serrada. Desse modo, a classificação de madeira
roliça é interessante, também, para a indústria de madeira serrada, pois aumenta a confiabilidade
do desempenho mecânico das vigas.
Em estudo sobre classificação de madeira para uso estrutural, Kretschmann &
Hernandez (2006) classificam os métodos de ensaios não destrutivos (propagação de ondas
acústicas, raio-x, lasers, micro-ondas, espectroscopia infravermelha) em madeira como a mais
ativa área de pesquisa sobre madeira nas últimas décadas. Os autores afirmam que os métodos
de ensaios não destrutivos são capazes de determinar ou estimar, através de medições realizadas
em toras, as propriedades físicas e mecânicas da madeira anteriormente ao processo de
beneficiamento. Os autores ainda enfatizam que economias significativas podem ser feitas em
casos de avaliação da qualidade da madeira anterior ao processo de desdobro e de secagem das
toras. Material de baixa qualidade podem ser descartados para fins estruturais antes de haver
gastos desnecessários no processo de transformação de toras em madeira serrada.
Bertoldo (2011) utilizou método de propagação de ondas de ultrassom em árvores e em
toras recém abatidas, com o objetivo de verificar correlação entre esses parâmetros acústicos e
as propriedades mecânicas (rigidez e resistência) da madeira serrada oriundas destas
árvores/toras. A autora utilizou na pesquisa espécies exóticas plantadas no Brasil (Pinus
elliottii, Eucalyptus grandis, Toona ciliata, Clone de Eucalyptus). Após ensaios de ultrassom
nas três formas do material (árvore, tora recém abatida e viga), a autora realizou ensaios de
flexão estática nas vigas, a fim de determinar as propriedades mecânicas do material. Os
modelos de regressão obtidos por Bertoldo (2011) apresentaram coeficientes de correlação
significativos, o que permitiu a conclusão de que é possível obter as propriedades de resistência
e de rigidez, assim como estimar faixa de classificação da madeira serrada a partir da velocidade
de propagação de ondas de ultrassom na árvore e nas toras.
3.2 Parâmetros Acústicos na classificação da madeira
Técnicas de propagação de ondas (ultrassom, ondas de tensão e vibração) têm sido
estudadas para aplicação em toras recém-abatidas com a finalidade de separar lotes, antes que
26
a tora passe por mais processos de beneficiamento. Essas técnicas tendem a se tornar parte
integrante do processo de classificação da madeira.
Waubke (1981 e 1988 apud BARTHOLOMEU, 2001) e Sandoz (1990) propuseram a
classificação mecânica da madeira serrada por ultrassom, associando faixas de velocidade com
Classes de Resistência e de Rigidez.
Amishevand e Murphy (2008) analisaram cerca de 3000 toras, provenientes de 1400
árvores Douglas-fir localizadas em Oregon, nos Estados Unidos. Os autores avaliaram os
efeitos de características internas e externas do material nas propriedades de resistência da
madeira. Foram realizadas medições acústicas nas toras e os resultados foram correlacionados
com parâmetros mecânicos. Características externas como diâmetro, comprimento e presença
de nós foram utilizadas nas análises, os parâmetros foram utilizados para melhorar o resultado
do modelo de regressão. Amishevand e Murphy (2008) obtiveram velocidades maiores para
toras provenientes da base das árvores.
Em estudo realizado por Carter et al (2005), ensaios acústicos foram utilizados para
comprovação do aumento do valor comercial de produtos florestais e melhor destinação da
qualidade da madeira de acordo com a necessidade do mercado quando a técnica é utilizada. A
Figura 3.2 representa parte dos resultados analisados pelos autores, em que é visível a
correlação entre valores acústicos obtidos em peças roliças de Pinus radiata e o rendimento da
classificação da madeira serrada oriunda dessas toras. Análise econômica feita pelos autores
indica aumento de 5% no rendimento da produção e da comercialização da madeira estrutural
quanto é realizada análise preliminar do material.
27
Figura 3-2 Correlação entre rendimento da classificação de madeira serrada de Pinus radiata, provenientes de duas florestas na Nova Zelândia, e análise acústica de toras do mesmo material.
Fonte: Adaptado de Carter et al (2005)
Trabalho publicado por Wang et al (2007) faz avaliação da rentabilidade da avaliação
acústica da madeira em estado bruto. O texto destaca que a avaliação da matéria prima da
madeira se tornou essencial na cadeia de processamento do material, a fim de máximo retorno
financeiro. Tecnologias acústicas tem sido cada vez mais usadas e consideradas ferramentas de
controle de qualidade florestal e de produtos oriundos da madeira. Os autores apresentam
pesquisas recentes (PELLERIN; ROSS, 2002; DYCK, 2002; HUANG et al; 2003) que
comprovam que técnicas acústicas podem ser utilizadas em árvores e toras para predizer a
qualidade do produto final da madeira.
Rais et al (2013) apresentam resultados de pré-classificação de 154 árvores (Douglas-
fir ) provenientes de duas florestas experimentais localizadas no sul da Alemanha. A
metodologia envolveu ensaios em diferentes estágios do processamento da madeira, desde as
árvores ainda na floresta, passando por toras longas, de aproximadamente 13 metros de
comprimento, toras curtas, com 4,1 metros de comprimento, e por fim peças de madeira serrada.
O material foi pré-classificado através de máquina de classificação. Os autores observaram
grande correlação nas diferentes fases da cadeia de produção da madeira. A pré-classificação
de árvores e toras fez com que houvesse um aumento médio de 10% no rendimento da
classificação da madeira serrada.
28
Para que uma classificação seja proposta, é necessário ter conhecimento de todos os
parâmetros que possam ter influência nos resultados. O estudo da literatura mostra alguns
trabalhos que analisam a influência da geometria de peças de madeira na propagação de ondas.
Para analisar a influência do diâmetro da tora na propagação de onda, Wang et al (2002)
utilizaram 201 peças roliças de 4 diferentes espécies de coníferas (Pinus banksiana, Pinus
resinosa, Pseudotsuga menziesii e Pinus ponderosa) em ensaios de ondas de tensão (stress
wave). Os resultados dos ensaios indicaram que a técnica é sensível ao tamanho e geometria da
tora, quanto maior o diâmetro da tora, maior foi a diferença entre o módulo de elasticidade
estático e o módulo de elasticidades dinâmico encontrada pelos autores. Utilizando a influência
do diâmetro das peças na propagação das ondas os autores propuseram modelo de predição de
propriedades obtidas em flexão estática através de resultados obtidos em ensaios com ondas de
tensão.
Bartholomeu et al (2003) estudaram o fenômeno de propagação de ondas de ultrassom,
levando em consideração a dispersão das ondas em relação ao tamanho das peças de madeira
serrada. Os autores utilizaram peças de eucalipto de tamanho comercial, que foram sofrendo
modificações na seção transversal. Ensaios de propagação de ondas foram feitos a cada
modificação na seção da madeira para que fosse possível o estudo da influência do tamanho da
peça na velocidade de propagação das ondas. Como resultado, os autores observaram variação
das velocidades nas peças com diferentes tamanhos de seção transversal, possibilitando a
conclusão de que a geometria da peça influencia na propagação de ondas de ultrassom.
3.3 Classificação Visual
A classificação visual da madeira é baseada na premissa de que as propriedades
mecânicas são afetadas por características de crescimento e oriundas de processo de secagem,
que são visíveis a olho nu (nós, rachaduras, fendas, abertura entre anéis de crescimento etc).
Assim, uma análise visual é realizada a partir de um exame de toda a superfície externa e das
extremidades da peça, a fim de se detectar e avaliar as características e os defeitos do material.
As peças então são separadas em lotes com características semelhantes, de acordo com limites
de dimensões de defeitos pré-estabelecidos.
A NBR 16202:2013, norma brasileira de requisitos para postes de eucalipto preservado
para redes de distribuição elétrica, apresenta características para aceitação de postes de madeira,
as mesmas características podem ser consideradas na análise visual de peças roliças de madeira
para serem usadas na construção civil. Os critérios da NBR 16202:2013 são relativos a:
29
Curvatura: desvio da direção longitudinal do poste, que pode ser simples (apenas uma direção)
ou dupla (duas direções). Há valores de curvatura máxima aceitáveis.
Rachas ou fendas: separação física dos elementos constituintes da madeira paralelamente à
grã, que surgem na madeira roliça durante o processo de secagem. São adotadas dimensões
máximas, apresentadas na Tabela 3.2, e, também, graus de severidade nas regiões do topo, da
base (Figura 3.3) e do corpo (Figura 3.4). Esses graus de severidade são função do tipo e da
dimensão de aberturas.
Figura 3-3 Grau de severidade de rachas (fendas) nas regiões de topo e base.
Fonte: Adaptado da NBR 16202:2013
30
Figura 3-4 Grau de severidade de rachas (fendas) no corpo do poste.
Fonte: Adaptado da NBR 16202:2013
Tabela 3-2 Dimensões máximas das fendas.
Topo Base Corpo Grau de Severidade 1 a 2 1 a 4 1 a 7
Largura máxima 5 mm 10 mm 5 mm Comprimento máximo 300 mm 300 mm 1 m
Rachas anelar: Separação dos tecidos lenhosos, ao longo das fibras, entre dois anéis de
crescimento. O defeito deve ter uma profundidade máxima de 50 mm.
Nós: parte de um galho ou ramo inserido no lenho durante o crescimento da árvore, constituído
por tecido lenhoso com características que diferem daqueles da madeira que o circunda. Os nós
podem ser classificados como cariado (parcialmente deteriorado por agente biológico ou
mecânico), solto (nó que não se mantém retido na madeira durante ou após a secagem) ou
vazado (orifício causado pela queda de um nó). Os diâmetros dos nós cariados, soltos ou
vazados não devem ultrapassar os limites apresentados na Tabela 3.3.
31
Tabela 3-3 Dimensões máximas para nós.
Comprimento nominal (m)
D máximo (cm)
Soma dos diâmetros (D) em trechos de 30 cm, desprezados D ≤ 1,5 cm
≤ 14 8,5 20 cm > 14 13 25 cm
De acordo com normas (NBR 16202:2013 e ASTM D25-99:2005), alguns defeitos
presentes em peças roliças são tidos como inaceitáveis quando a destinação é a construção civil.
Peças que apresentam apodrecimento, principalmente no cerne e na medula (Figura 3.5),
fraturas transversais e separações devidas às propriedades diferenciais de retração e fibras
retorcidas (Figura 3.6) devem ser descartadas em uma análise visual.
Figura 3-5 Sinal de apodrecimento do cerne e da medula.
Fonte: Calil Jr. e Brito (2010)
Figura 3-6 Separação devida às propriedades diferenciais de retração e fibras retorcidas. Fonte: Calil Jr. e Brito (2010)
Apesar de representar a maneira mais simples de avaliação da qualidade da madeira, e
de ser muito eficaz em termos de eliminar peças com baixa resistência, a bibliografia mostra
32
que a classificação visual geralmente condena uma grande quantidade de material
erroneamente, gerando grande desperdício. Visando máximo rendimento e eficácia,
recomenda-se que a classificação visual seja sucedida de outras técnicas de classificação da
madeira. Para esse fim, são utilizadas as classificações mecânicas.
Estudos realizados por um grupo de pesquisa espanhol analisaram a influência de certos
tipos de defeitos na resistência e peças estruturais de madeira.
Arriaga Martitegui et al (2007) utilizaram 84 vigas de Pinus sylvestris L. e Pinus
pinaster Ait., provenientes de construções antigas, para analisar o efeito de defeitos de borda
(“wanes”) nas peças (Figura 3.7). Do total da amostra, 51 peças apresentaram defeitos nas
bordas. Além da medição das dimensões dos defeitos de borda, os autores consideraram outros
parâmetros, que são geralmente utilizados em análises visuais: tamanho e posição de nós,
fissuras e inclinação das fibras. A análise das propriedades física e mecânica foi realizada
através da obtenção de valores de módulo de elasticidade, resistência a flexão e densidade.
Levando em conta apenas os defeitos de borda, a aplicação de classes visuais rejeitou 38% das
peças. Entretanto, análise estatística revelou que não houve diferenças significativas (P-Valor
= 0,76) entre os valores das propriedades mecânicas obtidas em peças com e sem defeitos de
borda. O estudo concluiu que, até o limite das dimensões testadas, os defeitos de borda não
prejudicam as propriedades mecânicas das vigas de madeira. Os autores sugerem que esse tipo
de defeito pode ser desconsiderado das análises visuais, diminuindo a proporção de peças
descartadas erroneamente.
Figura 3-7 Localização dos defeitos de borda. Fonte: Arriaga Martitegui et al (2007)
Esteban et al (2010) estudaram a influência das fendas na resistência da madeira
estrutural provenientes de 28 peças de Pinus sylvestris L. retiradas de estruturas do final do
século XVIII e localizadas em Aranjuez, província de Madrid. As peças foram inicialmente
cortadas em seções retangulares de dimensões preestabelecidas. Para as medições das fissuras,
foram considerados espessura, inclinação, comprimento, profundidade e área de influência
33
(Figura 3.8). As propriedades mecânicas foram obtidas através de ensaios de flexão estática.
Valores de flexão e de cisalhamento foram analisados estatisticamente em relação a influência
das fissuras encontradas em cada peça. A análise foi realizada de acordo com normativa (UNE
56544) e utilizando a área de influência das fissuras. Os autores não encontraram correlação
entre os parâmetros mecânicos e o tamanho das fissuras em nenhum dos dois métodos utilizados
para análise.
Figura 3-8 Esquema das fissuras e área de influência. A1=Área total. A2=Área de influência, incluindo
sobreposições de fissuras. A3=Área de influência, sem sobreposições de fissuras. Fonte: Esteban et al (2010)
3.4. Classificação Mecânica
A classificação mecânica da madeira é, normalmente, baseada em modelos de
correlação entre uma propriedade não destrutiva, com maior facilidade de ser obtida, e outras
propriedades que se deseja determinar. A classificação mecânica deve ser realizada utilizando-
se peças de dimensões comerciais, pois há diferença entre coeficientes de variação e
distribuição de frequência dos resultados de propriedades obtidas em corpos de prova e em
peças estruturais (KRETSCHMANN; HERNANDEZ, 2006). Esse mesmo aspecto é levantado
por Sandoz (1990), que destaca que a variabilidade da amostra pode interferir de maneira
significativa para a classificação da madeira, pois amostras com diferentes valores médios de
resistência e diferentes valores de coeficiente de variação podem apresentar o mesmo valor
característico, mas probabilidades de ruína muito diferentes. O modo de ruptura de pequenos
corpos de prova é diferente daquele obtido em peças estruturais, podendo afetar os valores da
resistência característica (KRETSCHMANN; HERNANDEZ, 2006).
34
Nos Estados Unidos, durante os anos 60 e 70, conforme cresciam informações sobre
propriedades obtidas em peças de dimensões comerciais (BOHANNAN, 1966; DOYLE;
MARKWARDT, 1966, 1967, 1968; JOHNSON; KUNESH, 1975; KUNESHAND JOHNSON
1972, 1974; LITTLEFORD, 1978; LITTLEFORD; ABBOTT, 1978), cresceram também
questionamentos em relação a classificação da madeira a partir de corpos de prova pequenos e
isentos de defeitos. A série de estudos publicada por Madsen (1975, 1976 e 1978) finalizaria a
discussão, demonstrando que a resistência a flexão, obtida em corpos de prova de pequenas
dimensões, estaria sendo superestimada em 25% a 35% quando comparada com peças
comerciais. Estudo de Bodig (1977) confirmou a superestimação de valores. Um extenso
programa de ensaios denominado “In-Grade” foi então desenvolvido nos Estados Unidos e no
Canadá com o objetivo de classificar a madeira da forma como era comercializada (GREEN et
al., 1989), sendo o precursor das normas de classificação produzidas até os dias de hoje.
A Austrália foi o primeiro país a implementar a classificação mecânica considerando as
espécies agrupadas e não para espécies de forma isolada. Esse tipo de classificação é
especialmente favorável em regiões tropicais, onde há centenas de diferentes espécies no
mercado, tornando a identificação inviável (KRETSCHMANN; HERNANDEZ, 2006). Além
disso, espécies de aparência semelhantes podem ter propriedades mecânicas completamente
diferentes (KRETSCHMANN; HERNANDEZ, 2006), tornando a avaliação visual ineficiente
como forma única de classificação.
Espécies plantadas de rápido crescimento (como é o caso do pinus e do eucalipto no
Brasil e em outros países de clima tropical) têm sido pouco aceitas em mercados dos EUA e da
Europa, por haver desconfiança quanto as propriedades mecânicas, fazendo com que a
classificação mecânica seja importante para a comprovação das propriedades destas espécies
(KRETSCHMANN; HERNANDEZ, 2006). Os autores associam os elevados ângulos de
microfibrilas à baixa resistência e rigidez da madeira com rápido crescimento.
3.5. Normas de Classificação
Nas normas internacionais as classes de resistência são estabelecidas em função de
ensaios de flexão em peças estruturais (módulo de elasticidade e tensão de ruptura) e as demais
propriedades (compressão, tração, cisalhamento etc.) são propostas por meio de correlações
com os valores obtidos em flexão. As classes de resistência são estabelecidas por cada país, e o
número de classes, bem como os valores de propriedades esperadas para cada classe,
apresentam grandes variações. A norma Australiana AS 2878 (SAA, 1986) contempla 12
35
classes resistentes para a madeira estrutural, enquanto a norma Europeia (EN 338:2009) 9
classes. A norma americana não contempla classes de resistência de espécies agrupadas. No
entanto, a ASTM D1990:2007 contém procedimentos para o cálculo das propriedades de
projeto para grupos de espécies (Classes de Resistência) a partir de ensaios em peças com
dimensões estruturais.
O procedimento geral para a classificação da madeira estrutural na Europa e nos Estados
Unidos consiste em, primeiramente, separar visualmente o lote em subpopulações. Esse
procedimento não elimina a variabilidade de propriedades, mas a reduz, aumentando a precisão
da classificação mecânica. Os ensaios para enquadramento da amostra em classes de resistência
são realizados por métodos não destrutivos (máquinas de classificação, métodos de propagação
de ondas etc.). Os parâmetros de classificação associados são, normalmente, o módulo de
elasticidade (EM) e a resistência (fm) obtidos em flexão estática, sendo os demais parâmetros de
resistência e de rigidez determinados por correlações com EM e fm.
No Brasil, existem duas normas que servem de base para caracterização e classificação
de madeira para uso estrutural. A NBR 7190:1997, Projeto de estruturas de madeira, define
procedimentos que devem ser utilizados para caracterização do material. Diferentemente do
que acontece com normas de outros países, a NBR 7190:1997 indica que sejam utilizados os
resultados obtidos em compressão paralela às fibras como parâmetro de correlação com outras
propriedades mecânicas (resistência e módulo de elasticidade obtidos em tração e flexão
estática). Os ensaios de compressão devem ser realizados, de acordo com o texto normativo,
em corpos de prova pequenos e isentos de defeitos. Estudo da literatura, entretanto, revela que
esse método está ultrapassado.
A NBR 15521:2007, Ensaios não destrutivos — Ultrassom — Classificação mecânica
de madeira serrada de dicotiledôneas, “especifica os requisitos para utilização de equipamento
de ultrassom na madeira e define critérios para avaliação dos parâmetros resultantes dessa
aplicação visando a classificação mecânica” (NBR 15521:2007) de madeira proveniente de
florestas tropicais nativas com idade média de 45 anos. A norma apresenta classes obtidas por
correlações entre parâmetros acústicos (velocidade de propagação de ondas e coeficiente de
rigidez) e parâmetros mecânicos (módulo de elasticidade em flexão e compressão e resistência
a compressão). Os parâmetros de compressão são indicados na norma para ser possível fazer
um elo com a NBR 7190:1997.
A NBR 15521:2007 propõe a classificação utilizando três diferentes formas, em função
da condição de umidade:
36
1) madeira com umidade acima do ponto de saturação das fibras (PSF), adotado como
sendo de 30%;
2) madeira na condição de equilíbrio ao ar, nesta Norma considerada no intervalo de
11% a 13% de umidade;
3) madeira com umidade entre o equilíbrio (11 a 13%) e a saturação (30%).
Para o caso da madeira com umidade acima do ponto de saturação das fibras (30%), as
classes são definidas por meio de intervalos de velocidade de propagação de ondas de ultrassom
na direção longitudinal às fibras, denominado de VLLsat. Para madeiras com umidade em torno
de 12% (de 11% a 13%), as classes são definidas por meio de intervalos de constante de rigidez
na direção longitudinal, denominado de CLL. Para madeiras com umidades inferiores ao PSF
(30%) e superiores à umidade de equilíbrio (acima de 13%), a velocidade de propagação das
ondas na direção longitudinal, denominada VLL, deve ser corrigida por meio da equação 3.1,
obtendo-se a velocidade correspondente na condição saturada (VLLsat), com a qual se pode
ingressar nas classes utilizando a primeira condição.
apLLLLsat xUVV ρ+++−= 161745 Equação 3.1
Onde VLLsat é o valor numérico predito pela equação para a velocidade na peça com teor de
umidade maior que 30%, em metros por segundo (m.s-1); VLL é o valor numérico da velocidade na peça
com teor de umidade entre 12% e 30%, em metros por segundo (m.s-1); U é o valor numérico do teor de
umidade da viga, em porcentagem (%) e ρap é o valor numérico da densidade aparente da viga na
umidade U%, em quilogramas por metro cúbico (kg.m-3).
A norma brasileira de classificação de vigas de madeira (NBR 15521, 2007) propõe o
uso de transdutores de faces planas. Por outro lado, pesquisas internacionais têm proposto o uso
de transdutores de pontas secas (ou exponenciais).
Considerando a possibilidade de utilização, como elementos estruturais, da madeira
proveniente de floresta plantada e de rápido crescimento no Brasil, Lorensani (2013) avaliou a
adequação das faixas de classificação e da equação de determinação da velocidade na condição
saturada, a partir de valores de velocidade em umidades entre o ponto de saturação (30%) e o
equilíbrio (12%), ambos propostos pela NBR 15521:2007. O autor utilizou peças serrada
oriundas de 4 espécies do gênero Eucalyptus (Eucalyptus grandis, Corymbia citriodora,
Eucalyptus pellita e Eucalytus globulus) de diferentes idades (8 a 40 anos). As peças, em
37
diferentes condições de umidades, foram ensaiadas com equipamento de ultrassom e, ao
atingirem condição de equilíbrio (umidade aproximada de 12%), foram ensaiadas em flexão
estática. Seus resultados mostraram que as classes de resistência da NBR 15521:2007 foram
adequadas apenas para a madeira provenientes de árvores adultas (>25 anos), porém foi
necessária aplicação de coeficiente de redução de 1,18 nos valores das velocidades obtidas nos
ensaios. Para madeira de árvores jovens, a classificação utilizando as classes da norma não se
mostrou adequada. Em relação a correção da velocidade, Lorensani (2013) propôs alteração dos
parâmetros da Equação 3.1, determinados para espécies nativas e com idades elevadas, para a
madeira serrada de Eucalipto (Equação 3.2).
apLLLLsat xxUxVV ρ33,01724,12544 +++−= Equação 3.2
3.6 Conclusão
A revisão bibliográfica mostrou a importância e as possibilidades de uso da madeira
roliça em aplicações estruturais. Também ficou evidenciado que a classificação mecânica da
madeira, na condição bruta (roliça), é importante indicativo de suas propriedades na condição
processada (madeira serrada). Estas questões justificam a pesquisa com a madeira roliça.
Em relação ao uso de propagação de ondas, os resultados apresentados na revisão
indicam correlações estatisticamente significativas com propriedades mecânicas, bem como
resultados adequados quando o método é utilizado para separar lotes de toras ou vigas por
qualidade. No Brasil já há uma norma de classificação de madeira serrada por ultrassom, mas
não há estudos indicando se essa mesma norma poderia ser aplicada para a classificação de
madeira roliça. Também não há no Brasil, ou em outro país, norma de classificação mecânica
de madeira roliça por ultrassom, justificando este estudo, que visa fornecer subsídios para a
elaboração de uma norma.
38
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Amostragem
Foram adotadas três espécies de eucalipto (Eucalyptus grandis, Eucalyptus cloeziana e
Eucalyptus saligna), com densidades variadas (Tabela 4.1), buscando maior abrangência dos
resultados para o gênero. As espécies foram adotadas de acordo com a disponibilidade de
serrarias comerciais da região de Campinas. As espécies foram divididas em lotes de 18 peças
roliças (Tabela 4.1). Os Lotes 1 e 2 (densidades extremas) foram utilizados para a avaliação dos
parâmetros e o Lote 3 (densidade intermediária) para a validação dos resultados.
Tabela 4-1 Amostragem da pesquisa
Lotes Espécies Densidade Tabelada*
kg.m-3 Árvores
Toras de cada árvore
Peças roliças
Variação de diâmetro
mm
Lote 1 Eucalyptus
grandis 640 6 3 18 147,3 a 299,5
Lote 2 Eucalyptus cloeziana
822 3 6 18 58,2 a 280,5
Lote 3 Eucalyptus
saligna 731 3 6 18 91,0 a 245,3
*NBR7190 (1997)
As faixas de diâmetro adotadas por Calil Jr. e Brito (2010) para as diferentes aplicações
da madeira roliça (0,07 m a 0,10 m; 0,15 m a 0,18 m; 0,25 m a 0,30 m) foram utilizadas, com
adaptações, como referência para este trabalho. A adoção de diâmetros variados foi feita para
avaliação da influência desse parâmetro na propagação de ondas de ultrassom, e
consequentemente, na proposta de classes.
Todas as toras tinham aproximadamente 3,6m de comprimento. Esse valor foi adotado
a fim de que todas as peças pudessem ser acondicionadas de maneira adequada, de acordo com
a infraestrutura disponível. Além disso, para essa adoção foi levado em consideração os ensaios
de flexão, tanto em relação as dimensões do pórtico disponível para os ensaios como em relação
às especificações de normas (ASTM D198, 2008 e EN 408, 2010).
4.2. Ensaio de ultrassom nas toras saturadas
Os ensaios não destrutivos foram realizados com equipamento de ultrassom (USLab,
Agricef, Brasil) e transdutores longitudinais de 45 kHz de faces exponenciais e planas, visando
avaliar se havia um tipo de transdutor mais adequado. As medições de ultrassom foram
39
realizadas de forma direta, na direção paralela às fibras (comprimento da tora) (Figura 4.1a).
Com base em metodologia utilizada anteriormente pelo grupo de pesquisa do Laboratório de
Ensaios Não Destrutivos (LabEND) da Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI), as
medições foram realizadas em três posições (central, próximo a casca e entre o centro e a casca)
– Figura 4.1b. Para toras de menores diâmetros, foi necessário reduzir o número de medições.
Para a utilização dos transdutores de faces exponenciais, pequenos orifícios foram feitos
nas extremidades das toras. Nos ensaios com transdutores planos, para que houvesse melhor
acoplamento entre a madeira e o transdutor, foi utilizado gel medicinal.
Devido a necessidade de repetição dos ensaios de ultrassom durante a secagem das peças
e a impossibilidade de realizar os ensaios com os transdutores planos nos pontos onde os
orifícios foram feitos para a utilização dos transdutores exponenciais, não foi possível realizar
as medições com os dois tipos de transdutores nos mesmos pontos. Por esse motivo foi adotado
o esquema representado pela Figura 4.1b para os ensaios.
As primeiras medições de cada amostra foram realizadas com as toras recém abatidas
(umidade acima de 30%). No caso do Lote 3 as toras já foram entregues com umidades abaixo
de 30% de umidade (umidade média de 23%), inviabilizando a obtenção da velocidade na
condição saturada.
a b
Figura 4-1 Ensaio direto com propagação longitudinal na tora (a) e posicionamento do transdutor plano (vermelho) e exponencial (verde) na seção transversal (b)
4.3. Ensaio de ultrassom durante a secagem
Após os primeiros ensaios de ultrassom, na condição saturada (recém abatida), as toras
foram acondicionadas em local protegido de ações climáticas, a fim de que fosse possível a
secagem das peças. O acompanhamento da umidade foi realizado com medidor capacitivo
40
(PM1-E, Merlin, Brasil) - Figura 4.2 - até as toras a atingirem umidade em torno do equilíbrio
(12%). Cada medição da umidade foi realizada em três pontos de cada peça (base, meio e topo).
Figura 4-2 Controle de Umidade
Durante a secagem os ensaios de ultrassom foram realizados seguindo a metodologia já
descrita no item 4.2. Os ensaios de ultrassom em diferentes condições de umidade foram
realizados para a avaliação de adequação, para as peças roliças, do modelo de correção da
velocidade com a variação da umidade proposto pela NBR 15521 (2007) para vigas (madeira
serrada).
Ao atingirem a umidade de equilíbrio (em torno de 12%) as toras foram ensaiadas em
flexão estática.
4.4. Ensaio de flexão estática da madeira roliça na umidade de equilíbrio
Os ensaios de flexão estática foram realizados em pórtico com atuador hidráulico com
capacidade de carga de 500 kN (Figura 4.3) para a determinação da resistência (fm) e do Módulo
de Elasticidade (EM).
Os ensaios de flexão foram realizados de acordo com a EN 408 (2010), norma também
válida para madeira roliça – condição simplesmente apoiada com 2 cargas aplicada nos terços
do vão (L). Mesmo considerando a condição estática (cargas aplicadas nos terços do vão) que
minimiza os efeitos do cisalhamento, o comprimento das toras sempre foi suficiente para
permitir que o vão livre também estivesse de acordo com as especificações das normas para
este fim (ASTM D198, 2008), que indica que o vão mínimo (L) para o ensaio de flexão deve
ser de, no mínimo, 11 vezes o diâmetro da tora.
41
Figura 4-3 Ensaio de Flexão estática na madeira roliça
4.5. Análise visual
Imediatamente antes dos ensaios de flexão estática, todas as toras passaram por análise
visual. Para essa análise foi verificada a presença e a dimensão de fendas e de rachaduras, e a
existência de abertura entre os anéis de crescimento (shake). As toras foram, então, separadas
em lotes de diferentes grupos, definidos a partir de características e limites sugeridos pela NBR
16202:2013 e apresentadas na Tabela 4.2.
Tabela 4-2 Faixas de classificação visual
Características
Grupo I Grau de severidade 1 a 3 das rachas das extremidades; grau de severidade 1 e 2
das rachas do corpo; sem presença de rachas anelares.
Grupo II Grau de severidade 4 a 6 das rachas das extremidades; grau de severidade 3 e 4
das rachas do corpo; sem presença de rachas anelares.
Grupo III Grau de severidade 7 e 8 das rachas das extremidades; grau de severidade 5 e 6 das rachas do corpo; presença de rachas anelares com ângulo menor ou igual a
90º.
Grupo IV Grau de severidade 9 e 10 das rachas das extremidades; grau de severidade 7 e 8 das rachas do corpo; presença de rachas anelares com ângulo mais que 90º e
menor que 270º.
42
4.6. Determinação da densidade
Imediatamente após ensaio de flexão estática foram retirados três discos, de
aproximadamente 100 milímetros de espessura, ao longo do comprimento de cada tora (base,
meio e topo). Foram realizadas medições da massa e das dimensões dos discos para a
determinação da densidade aparente média de cada tora. As medições das dimensões foram
realizadas com paquímetro digital e repetida em diferentes pontos, tanto na medição do
diâmetro quanto da altura. Após as medições os discos foram acondicionados em estufa para
secagem, até que atingissem a condição anidra.
O acompanhamento da umidade foi feito por equipamento capacitivo, que tem limitação
de precisão na inferência da umidade, principalmente nas peças de maior diâmetro. Por isso,
após atingirem a condição anidra os discos passaram novamente por pesagem a fim de se
determinar a umidade média de cada tora. Estes valores de umidade foram utilizados nas
correções de densidade, de velocidade de propagação de ondas e dos resultados obtidos em
flexão estática, de forma a homogeneizar os dados para a umidade de referência da norma
(12%).
4.7. Cálculos
a) Cálculo das Velocidades
As velocidades longitudinais diretas de ultrassom (VL), em todas as condições de
umidade, foram obtidas através da relação entre o comprimento da peça (L) e o tempo de
propagação da onda no material (t). O valor final de velocidade adotado para cada tora (VL) foi
a média das velocidades obtidas nos diferentes pontos de medição (Figura 4.1 b).
b) Avaliação do modelo de correção da velocidade em função da umidade
De posse dos valores da velocidade na condição saturada (umidade acima de 30%) e nas
demais condições de umidade (entre 30% e 12%), foi avaliado se os modelos de correção das
velocidades para a condição de madeira saturada, adotados pela NBR 15521 (2007) e por
Lorensani (2013), Equações 3.1 e 3.2 respectivamente, poderiam ser aplicados para a madeira
roliça.
A fim de se obter resultados mais adequados para o tipo de material estudado nessa
pesquisa, um novo modelo de correção para as velocidades nas diferentes condições de umidade
foi proposto.
43
c) Determinação da Constante de Rigidez (CLL )
De posse dos resultados obtidos nos ensaios de propagação de ondas de ultrassom e nos
ensaios de densidade, ambos corrigidos para 12% de umidade, a constante de rigidez (CLL),
expressa em MPa, foi obtida pela Equação 4.1.
Cρ��% × V��² × 10�� Equação 4.1
Onde: ρ12% é a densidade aparente da madeira com umidade ≅12%, expressa em kg.m-3; V12 é
a velocidade de propagação da onda na madeira corrigida para 12 %, expresso em m.s-1.
A correção das velocidades obtidas para umidades entre a saturação (30%) e a umidade
de equilíbrio (12%) foi feita utilizando-se a equação 4.2 de Costa (2005). Essa equação foi
obtida pelo autor para o Eucalipto e por isso foi utilizada nesta pesquisa.
��� = �����,���� (����) Equação 4.2
A densidade foi corrigida para 12% de acordo com a EN 384 (2010): para cada 1% de
variação da umidade em relação a 12%, foi considerada variação de 0,5% na densidade.
d) Determinação da resistência (fm) e do Módulo de Elasticidade (EM) obtidos em flexão
estática
De posse dos resultados obtidos em flexão estática, a resistência (fm) e o módulo de
Elasticidade (EM) das toras foram calculados de acordo com a EN 408 (2010), por meio das
Equações 4.4e 4.5, respectivamente, as quais foram adaptadas para a seção circular.
f = ��×!×�×"×#$ Equação 4.4
Onde: P é a máxima carga aplicada na tora durante o ensaio de flexão, expressa em N; L é o comprimento
da tora, expresso em mm; D é o diâmetro da seção transversal da tora, expresso em mm.
%& = '×($×()*+%,-.+%)�×/×0*×(1*+%�1.+%) Equação 4.5
Onde: P40% e P10% são 40% e 10% da máxima carga aplicada na tora durante o ensaio de flexão,
expressas em N, f40% e f10% são os deslocamentos verticais correspondente às forças P40% e P10%,
44
expressos em mm; L é o comprimento da tora, expresso em mm; D é o diâmetro da seção
transversal na região central da tora, expresso em mm.
Após os cálculos todos os valores de resistência e de rigidez foram corrigidos para 12% de umidade utilizando as expressões 4.6 e 4.7 da NBR 7190 (1997), respectivamente.
R��% = R�%[1 + �(�%���)��� ] Equação 4.6
%��% = %�%[1 + �(�%���)��� ] Equação 4.7
Onde: U% é a umidade das toras durante ensaio de flexão.
4.8. Análise dos Resultados
a) Avaliação do modelo de correção da velocidade em função da umidade
De posse das velocidades de ultrassom obtidas nas toras ainda saturadas (VRealE e
VRealP), com o uso de transdutores exponencial (E) e plano (P) e das velocidades obtidas através
os modelos de correção propostos pela NBR 15521 (2007), Equação 3.1 - VnormaE e VnormaP - e
por Lorensani (2013), Equação 3.2 - VMansiniE e VMansiniP – foi realizada a avaliação da
adequação desses modelos para a madeira roliça utilizada nesta pesquisa.
Para a análise, primeiramente foram determinadas as estatísticas básicas: valores de
média, de desvio padrão e de coeficiente de variação dos dados. Também foram determinados
os valores de assimetria e de curtose, usados para testar a normalidade dos dados. Após o
cálculo das estatísticas básicas verificou-se se a velocidade saturada inicial (real) e a calculada
por meio dos modelos da NBR 15521 (2007) e de Lorensani (2013) eram estatisticamente
equivalentes.
Também foram verificadas as correlações estatísticas entre a velocidade saturada inicial
(real) e a velocidade saturada predita pelos modelos da NBR 15521 (2007) e de Lorensani
(2013).
Por último, modelos de regressão múltipla, utilizando os dados obtidos nesta pesquisa,
foram obtidos e avaliados, visando a predição da velocidade na condição saturada, com inserção
da velocidade, da umidade e da densidade no modelo, todos obtidos com umidades entre a
saturação e o equilíbrio.
45
O Lote 3, inicialmente pensado para a validação dos modelos, não pôde ser utilizado
para esta finalidade, pois, deste lote, apenas 3 peças roliças estavam com umidades acima de
30%.
b) Classificação da madeira roliça
Inicialmente verificou-se a viabilidade de utilização das faixas de classificação da NBR
15521 (2007) para classificar a madeira roliça de Eucalipto. Para isso, os valores de velocidade
na condição saturada e do coeficiente de rigidez, obtido com a velocidade e densidade com 12%
de umidade, foram utilizados para classificar as peças roliças utilizando as faixas de velocidade
propostas nesta norma. De posse da classificação verificou-se a adequação do valor de módulo
de elasticidade real à faixa de valores previstos na NBR 15521 (2007), considerando as três
categorias proposta por Kretschmann & Hernandez (2006):
• Categoria 1 – Valores dentro do intervalo esperado pela classificação.
• Categoria 2 –Valores inferiores ao esperado pela classificação. • Categoria 3 –Valores superiores ao esperado pela classificação.
Resultados enquadrados nas Categorias 1 e 3 são considerados acertos pelo método de
Kretschmann & Hernandez (2006), pois é esperado que o uso da curva rebaixada para o cálculo
das classes tenha como consequência o elevado enquadramento na Categoria 3. Resultados
enquadrados na Categoria 2 são considerados erros e são tolerados para apenas para 5% dos
resultados. De posse das categorias foi avaliada a eficiência das diferentes faixas de
classificação propostas (considerando ou não a influência dos diâmetros e da análise visual)
para que fosse possível a determinação da classificação mais adequada.
O mesmo procedimento foi realizado considerando a proposta de Lorensani (2013), que
indicou, para a madeira serrada de Eucalipto, a aplicação de coeficiente de redução de 1,18 nas
velocidades obtidas nos ensaios de ultrassom e, com essa velocidade corrigida, a utilização das
classes propostas pela NBR15521 (2007).
Para propor classificação com base nos resultados obtidos na madeira roliça de
Eucalipto utilizada nesta pesquisa, verificou-se a viabilidade de se obter correlações
estatisticamente significativa entre os parâmetros acústicos – variáveis independentes - (Vsat, E;
Vsat,P; CLL,E; CLL,P; faixa de diâmetro; classe visual) e a rigidez e resistência obtidos nos ensaios
de flexão estática – variáveis dependentes (E12; f12). Também foi avaliada a possibilidade de
inserção do diâmetro das peças roliças e da análise visual na classificação.
46
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os valores das densidades das espécies se diferenciaram dos tabelados na NBR7190
(1997) – Tabela 4.1, principalmente para o Eucalyptus grandis (Lote 1 – Tabela 5.1), cujo valor
foi cerca de 15% superior ao tabelado (Tabela 4.1). O Eucalyptus saligna (Lote 3 – Tabela 5.1)
apresentou valor apenas 2% inferior ao tabelado (Tabela 4.1), enquanto o Eucalyptus cloeziana
(Lote 2 – Tabela 5.1) apenas 1% inferior ao tabelado. O valor superior obtido para o Eucalyptus
grandis fez com que houvesse inversão na ordem incialmente esperada em termos de densidade.
Os valores de assimetria e de curtose (Tabela 5.1) indicam que a distribuição normal pode ser
aceita para a distribuição de frequência da densidade nos três lotes.
Tabela 5-1 Densidade aparente média (12% de umidade), de cada espécie e valores de assimetria e de curtose.
Espécie Densidade
12% de umidade Assimetria Curtose
Eucalyptus grandis 735 (7%)
-1,17 0,27
Eucalyptus cloeziana 809 (7%)
-0,35 -0,83
Eucalyptus saligna 714
(14%) -1,08 -0,40
Valores entre parêntesis correspondem ao coeficiente de variação
5.1 Avaliação do modelo de correção da velocidade em função da umidade
Para os dados de velocidade (saturada e co) provenientes dos 3 lotes utilizados nessa
análise a distribuição normal pode ser aceita, pois apresentaram valores de assimetria e de
curtose entre -2 e 2 (Tabela 5.2, Tabela 5.3 e Tabela 5.4).
Tabela 5-2 Estatísticas obtidas para as velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e na condição entre a saturação e o equilíbrio - VUE e VUP, utilizando os transdutores de faces exponenciais (E) e planas (P). Lote 01 – E. Grandis
Amostra Média CV (%) Assimetria Curtose VsatE 18 4598 6,7 -0,41 -1,14 VUE 18 4986 5,2 -0,13 -0,76 VsatP 18 4669 4,8 -0,66 -0,91 VUP 18 4919 5,0 -0,85 -0,30
47
Tabela 5-3 Estatísticas obtidas para as velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e na condição entre a saturação e o equilíbrio - VUE e VUP, utilizando os transdutores de faces exponenciais (E) e planas (P). Lote 02 – E. Cloeziana
Amostra Média CV (%) Assimetria Curtose VsatE 18 4523 8,7 0,39 -0,54 VUE 18 5368 9,5 0,63 -0,80 VsatP 18 4649 7,7 -0,32 -0,43 VUP 18 5279 10,2 -0,07 -1,11
Tabela 5-4 Estatísticas obtidas para as velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e na condição entre a saturação e o equilíbrio - VUE e VUP, utilizando os transdutores de faces exponenciais (E) e planas (P). Lote 03 – E. Saligna
Amostra Média CV (%) Assimetria Curtose VsatE - - - - - VUE 18 5103 9,1 0,77 -0,95 VsatP - - - - - VUP 18 4924 9,5 0,66 -1,05
*As toras do lote 3 foram entregues com umidade abaixo do ponto de saturação das fibras (30%)
Para a avaliação da adequação dos modelos propostos pelas Equações 3.1 e 3.2,
conforme metodologia detalhada no item 4.8a, foi realizada comparação estatística entre os
valores das velocidades obtidas nas diferentes maneiras (VsatE, VsatP, VNBRE, VNBRP, VMansiniE
e VMansiniP). Os resultados indicaram que, para os lotes 1 e 2, as velocidades obtidas pelos
modelos propostos pela NBR 15521 (2007) e por Lorensani (2013) não apresentam diferença
estatisticamente significativa (Exemplo na Figura 5.1). No entanto, os valores de velocidade
obtido por meio das equações de correção não são estatisticamente equivalentes aos obtidos nos
ensaios de propagação de ondas nas toras na condição saturada (Vsat) e apresentam, em média,
valores 10% inferiores para o Lote 01 e 16% inferiores para o Lote 02. Assim, o uso destes
valores poderia subestimar a classificação da madeira roliça. Os demais gráficos podem ser
visualizados no Anexo I.
48
Figura 5-1 Gráfico representativo da média e da variabilidade das velocidades obtidas nos ensaios da
madeira roliça na condição saturada com o uso do transdutor de faces exponenciais (VsatE) e das velocidades obtidas com o uso de Equação proposta pela NBR 15521 (2007) – VsatE NBR – e por Lorensani
(2013) – VsatE Masini – Lotes 01 – E. Grandis. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): �((VWX = −1745 + �(( + 16 × [ + \W]; Modelo de correção de Lorensani (2013): �((VWX = −2544 + 1,24 × �(( + 17 × [ + 0,33 × \W]
A equação de correção da velocidade em função da umidade de Lorensani (2013) foi
obtida para madeira de eucalipto, porém o autor utilizou peças de madeira serrada. A equação
apresentada pela NBR 15521 (2007) também foi obtida através de ensaios de ultrassom em
vigas e, neste caso, de espécies tropicais. Nesta pesquisa foi utilizada madeira roliça de
eucalipto, o que, provavelmente, é a causa das diferenças entre as medições reais na condição
saturada e os valores obtidos pelas equações de correção.
Como foi verificado que os valores reais das velocidades saturadas e os obtidos pelas
equações de correção não são estatisticamente equivalentes, foram realizadas regressões
simples, a fim de se averiguar a correlação entre esses valores. Em todos os casos analisados
foram encontradas correlações estatisticamente significativas (P-Valor<0,05) – Tabelas 5.5 e
5.6. Apesar de não serem estatisticamente iguais, as velocidades saturadas reais e as oriundas
da correção são correlacionadas e apresentam coeficiente de correlação superior a 0,87 para
todos os lotes analisados individualmente. O Lote 3 não entrou nesta avaliação por não haver
dados de ensaio suficientes para a velocidade saturada.
Vel
ocid
ade
(m.s
-1)
Vsat E VsatE Mansini VsatE NBR4000
4200
4400
4600
4800
49
Tabela 5-5 Regressão simples entre as velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e para velocidades obtidas por meio de aplicação de modelo de correção da norma NBR 15521 (2007) (VnormaE, VnormaP) e de Lorensani (2013) (VMansiniE e VMansiniP). Lote 01 – E. Grandis
R R2 (%) Erro P-Valor VsatlE - VnormaE 0,92 84,6 115 0,0000 VsatE - VMansiniE 0,93 86,5 113 0,0000 VsatlP - VnormaP 0,89 79,2 107 0,0000 VsatlP - VMansiniP 0,90 81,0 93 0,0000
E: ensaio com transdutor exponencial; P: Ensaio com transdutor plano. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): �((VWX = −1745 + �(( + 16 × [ + \W] Modelo de correção de Lorensani (2013): �((VWX = −2544 + 1,24 × �(( + 17 × [ + 0,33 × \W]
Tabela 5-6 Regressão simples entre as velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e para velocidades obtidas por meio de aplicação de modelo de correção da norma NBR 15521 (2007) (VnormaE, VnormaP) e de Lorensani (2013) ( VMansiniE e VMansiniP). Lote 02 – E. Cloeziana
R R2 (%) Erro P-Valor VsatlE - VnormaE 0,92 84,6 291 0,0000 VsatlE - VMansiniE 0,93 86,5 265 0,0000 VsatlP - VnormaP 0,93 86,5 206 0,0000 VsatlP - VMansiniP 0,94 88,4 201 0,0000
E: ensaio com transdutor exponencial; P: Ensaio com transdutor plano. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): �((VWX = −1745 + �(( + 16 × [ + \W] Modelo de correção de Lorensani (2013): �((VWX = −2544 + 1,24 × �(( + 17 × [ + 0,33 × \W]
As velocidades reais do ensaio, tanto para o transdutor exponencial como para o plano,
apresentaram coeficientes de correlação e erros de predição muito próximos, tanto utilizando a
Norma quanto Lorensani (2013).
Regressões múltiplas foram realizadas com os dados das peças roliças dos Lotes 1 e 2
(Tabela 5.7) a fim de que fosse possível propor um modelo de correção das velocidades em
função da umidade que se adequasse melhor para madeira roliça. Os modelos de correção
obtidos para os dois tipos de transdutores (exponencial e plano) se mostraram estatisticamente
significativos (P-valor<0,05), com coeficiente de determinação médio (R²=86%) muito
próximo aos obtidos utilizando as equações da norma brasileira e de Lorensani (2013).
50
Tabela 5-7 Regressões múltiplas entre as velocidades de ultrassom, obtidas nos ensaios com transdutores exponenciais e planos, nas toras saturadas (VRealE - VRealP) e as velocidades de ultrassom (VUE - VUP), umidade (U) e densidade aparente (_) nas toras com umidade entre 12% e 30%. Amostragem: Lotes 1 e 2.
VUE - VRealE R² 87%
Erro 249
P-Valor 0,00 Equação VRealE = -3496 + 1,41*VUE + 1,51*ρ + 1,98*U
VUP - VRealP R² 85%
Erro 251
P-Valor 0,00 Equação VRealP = -3332 + 1,15*VUP + 3,25*ρ + 2,3*U
Considerando a proximidade de valores dos coeficientes de determinação para a
predição da velocidade na condição saturada, tanto utilizando a equação obtida com a madeira
roliça de Eucalipto (Tabela 5.7), quanto utilizando a equação de Lorensani (2013) ou a equação
da NBR 15521(2007) – Tabela 5.5 e 5.6, verificou-se a viabilidade de propor adequação nas
equações propostas por Lorensani (2013) ou pela NBR 15521(2007) ao invés de utilizar uma
nova equação. Considerando as diferenças de velocidade obtidas pelas equações e nos ensaios,
verificou-se que a aplicação de um coeficiente de correção de 1,12 nas velocidades obtidas pela
equação da norma brasileira e de 1,14 para velocidades obtidas pela de Lorensani (2013)
permitiam obter velocidades na condição saturada estatisticamente equivalentes às obtidas nos
ensaios (Tabela 5.8).
51
Tabela 5-8 Resultado da comparação entre médias das velocidades nas toras na condição inicial saturada (VsatE, VsatP) e as velocidades obtidas por meio de aplicação de modelo de correção da norma NBR 15521 (2007) (VnormaE, VnormaP) e de Lorensani (2013) (VMansiniE e VMansiniP) após aplicação de coeficiente de correção de 1,12 no modelo de correção da norma e de 1,14 no modelo proposto por Lorensani (2013). Amostragem: Lotes 1 e 2
Grupos Homogêneos
Transdutor Exponencial
VRealE A
VNormaE A
VMansiniE A
Transdutor Plano
VRealP A
VNormaP A
VMansiniP A
*Letras iguais indicam lotes homogêneos – não há diferença estatística E: ensaio com transdutor exponencial; P: Ensaio com transdutor plano. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): �((VWX = −1745 + �(( + 16 × [ + \W] Modelo de correção de Lorensani (2013): �((VWX = −2544 + 1,24 × �(( + 17 × [ + 0,33 × \W]
5.2 Proposta de faixas de Classificação para a madeira roliça
Considerando as densidades médias dos três lotes (Tabela 5.1) é esperado que as
propriedades da madeira do Lote 2 sejam as maiores, a do Lote 3 as menores e as do Lote 1,
intermediárias e levemente superiores às do Lote 3. As propriedades obtidas na flexão estática
(resistência e rigidez) tiveram esse comportamento, mas as propriedades obtidas por ultrassom
(Velocidade e coeficiente de rigidez) foram superiores para o Lote 1 (Tabela 5.9).
Também como esperado, as propriedades obtidas por ultrassom apresentaram menor
coeficiente de variação do que as obtidas no ensaio de flexão estática, bem como maior
variabilidade da rigidez do que da resistência, comportamentos estes que se confirma na maior
parte dos dados desta pesquisa (Tabela 5.9), exceto para os dados do Lote 3, que apresentaram
maior variabilidade de resistência do que de rigidez.
A NBR 7190 (1997) não apresenta valores de resistência e de rigidez obtidos em flexão,
nem valores de propriedades para a madeira roliça. Para o Eucaliptus cloesiana (Lote 2 nesta
pesquisa) há valores de referência em Molina (2009 apud CALIL JR.; BRITO, 2010) para a
madeira roliça, indicando módulo de elasticidade de 24660 MPa, muito próximo do valor médio
obtido nesta pesquisa (Tabela 5.9). Esse valor é cerca de 1,7 vezes o valor indicado na tabela
de propriedades da NBR 7190 (1997) para o módulo de elasticidade na compressão da madeira
serrada. Considerando esta mesma relação, o valor médio do módulo de elasticidade obtido
nesta pesquisa para o Eucaliptus grandis (Lote 1) também está bem próximo do esperado; mas
o módulo médio obtido para o Eucaliptus saligna (Lote 3) está bem inferior ao esperado se a
52
relação de superioridade da madeira roliça fosse mantida (Tabela 5.9). Ranta-Maunus (1999)
comenta que as propriedades obtidas na madeira roliça são muito superiores às obtidas na
madeira serrada, o que poderia explicar a superioridade dos valores da rigidez obtidos para as
espécies avaliadas nesta pesquisa e no trabalho de Calil Jr. & Brito (2010).
Tabela 5-9 Parâmetros obtidos dos ensaios de ultrassom – velocidade saturada real (Vsat,real) e coeficiente de rigidez (CLL ) – com transdutores de faces exponenciais (E) e planas (P), dos ensaios de flexão estática – resistência (fm) e módulo de elasticidade (EM) e diâmetros das peças roliças nos três lotes ensaiados.
Lote Parâmetros CLL E
MPa
CLL P
MPa
fm
MPa
EM
MPa
Diâmetro
mm
Lote
1
Média 18922 18436 79 19550 207
CV (%) 9,1 8,9 28,0 38,3 24,6
Assimetria 0,54 0,26 -0,43 -0,13 0,95
Curtose -1,03 -0,70 -0,64 -0,80 -0,69
Lote
2
Média 23815 23040 95 24247 151
CV (%) 17 18 33 55 58
Assimetria 1,75 0,55 0,38 -0,76 0,62
Curtose 0,47 -0,48 -1,46 0,08 -1,44
Lote
3
Média 20002 18554 69 15292 182
CV (%) 12 12 31 20 32
Assimetria -0,40 -0,78 -0,61 -0,37 -1,05
Curtose -1,12 -1,03 -0,72 -0,54 -0,90
Uma das peças do Lote 03 apresentou valores de rigidez obtida na flexão (EM) muito
acima da média das outras peças desse lote, sendo responsável pela não normalidade dos dados
e considerada como ponto espúrio da distribuição de frequência. Por essa razão a peça foi
excluída na continuidade da análise estatística.
A análise visual das toras, registrada em fotografias e por meio de detalhamento da
condição visual de cada peça (Tabelas II.1, II.2 e II.3 do Anexo II), foi sumarizada na Figura
5.2, onde pode ser verificado que o Lote 2 foi o que apresentou maior número de peças com
poucos defeitos visuais (Classe I) enquanto o Lote 3 foi o que apresentou menor número de
peças nesta classe. Isso pode explicar, juntamente com a menor densidade, o comportamento
dos resultados obtidos nos ensaios de flexão, muito inferiores aos esperados.
53
Figura 5-2 Distribuição percentual das classes visuais em cada lote de madeira roliça
Uma das propostas desse projeto foi avaliar o comportamento dos tipos diferentes de
transdutores (de faces exponenciais e planas) nos ensaios de ultrassom. A análise dos resultados
de velocidade e de coeficiente de rigidez obtidos com cada um deles foi realizada através do
teste de comparação entre médias, tanto por lote quanto geral (Tabela 5.10). O intervalo de
confiança da diferença de médias contém o zero (Tabela 5.10), indicando que não há diferença
estatística entre os valores de velocidade e de coeficiente de rigidez obtidos pelos diferentes
transdutores.
Tabela 5-10 Comparação entre médias dos parâmetros acústicos obtidos pelos transdutores exponenciais e planos: velocidade saturada (VsatE e VsatP) e coeficiente de rigidez (CLL E e CLL P).
Lote 1 Lote 2 Lote 3 Geral VsatE - VsatP [-287,809; 103,059] [-554,315; 109,051] - [-263,174; 34,7869] CLL E - CLL P [-730,972; 1702,97] [-1962,52; 3511,79] [-42,2208; 2817,44] [-42,2208; 2817,44]
33%
33%
17%
17%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Class visual Lote 1
Classe IV
Classe III
Classe II
Classe I
44%
28%
11%
17%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Class visual Lote 2
Classe IV
Classe III
Classe II
Classe I
28%
44%
17%
11%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Class visual Lote 3
Classe IV
Classe III
Classe II
Classe I
54
Análise estatística de associação entre variáveis demonstrou que, nos Lotes 1 e 2, o
diâmetro está associado à praticamente todos os parâmetros analisados (Tabelas 5.11 e 5.12).
Para o Lote 1 o diâmetro não se associou ao coeficiente de rigidez obtido com transdutores de
face exponencial (Tabela 5.11). Embora a estatística do Lote 3 (Tabela 5.13) não mostre
associação do diâmetro com os outros parâmetros, a análise dos 3 lotes juntos (Tabela 5.14)
confirma a tendência apresentada nos dois primeiros lotes, de que o diâmetro está associado aos
parâmetros mecânicos obtidos, tanto nos ensaios acústicos quanto estáticos.
A associação da classificação visual com os demais parâmetros variou entre os Lotes.
No Lote 1 a classificação visual só se associou ao diâmetro (Tabela 5.11), no Lote 2, além do
diâmetro, a classificação visual se associou ao Vsat,E e ao f12 (Tabela 5.12). No Lote 3 a análise
visual não apresentou associação com os demais parâmetros (Tabela 5.13). Quando os três lotes
foram analisados de maneira única, a classificação visual só não apresentou correlação
estatisticamente significativa com as velocidades saturadas obtidas pelos dois tipos de
transdutores (Tabela 5.14).
Como era esperado, para os Lotes 01 e 02 (Tabelas 5.11 e 5.12), os parâmetros acústicos
– velocidade saturada e coeficiente de rigidez – apresentaram correlações estatisticamente
significativas com os parâmetros obtidos em flexão estática – resistência e módulo de
elasticidade – na maior parte dos casos. No primeiro lote (Tabela 5.11) a resistência não
apresentou associação com a velocidade saturada obtida com os transdutores exponenciais,
enquanto no Lote 2 (Tabela 5.12), f12 não apresentou correlação as velocidades saturadas nem
com os coeficientes de rigidez. O módulo de elasticidade, entretanto, se correlaciona com todos
os parâmetros acústicos nos dois primeiros lotes (Tabelas 5.11 e 5.12). No Lote 3 (Tabela 5.13)
os parâmetros acústicos, no geral, não foram associados aos parâmetros obtidos no ensaio de
flexão estática.
55
Tabela 5-11 Estatísticas coeficiente de correlação (R) e P-valor para a associação entre os parâmetros: diâmetro, classe visual, velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces exponenciais (VsatE), velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces planas (VsatP), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces exponenciais (CLL E), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces planas (CLL P), módulo de elasticidade em flexão obtido a 12% de umidade (E12) e resistência em flexão obtida a 12% de umidade (f12). Lote 1 – E. Grandis.
CLLE CLLP Diâmetro E12 f12 Visual VsatE VsatP
CLLE 0,8923 Não
associado
0,6093 0,5138 Não
associado
0,7566 0,7573
0 0,0122 0,0418 0,0007 0,0007
CLLP 0,8923 -0,5961 0,5799 0,5079 Não
associado
0,7447 0,7969
0 0,0148 0,0185 0,0446 0,0009 0,0002
Diâmetro Não
associado
-0,5961 -0,8402 -0,7343 0,6454 -0,5107 -0,5796
0,0148 0 0,0012 0,0069 0,0432 0,0186
E12 0,6093 0,5799 -0,8402 0,8877 Não
associado
0,638 0,6547
0,0122 0,0185 0 0 0,0078 0,0059
f12 0,5138 0,5079 -0,7343 0,8877 Não
associado
Não
associado
0,5286
0,0418 0,0446 0,0012 0 0,0353
Visual Não
associado
Não
associado
0,6454 Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado 0,0069
VsatE 0,7566 0,7447 -0,5107 0,638 Não
associado
Não
associado
0,9612
0,0007 0,0009 0,0432 0,0078 0
VsatP 0,7573 0,7969 -0,5796 0,6547 0,5286 Não
associado
0,9612
0,0007 0,0002 0,0186 0,0059 0,0353 0
56
Tabela 5-12 Estatísticas coeficiente de correlação (R) e P-valor para a associação entre os parâmetros: diâmetro, classe visual, velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces exponenciais (VsatE), velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces planas (VsatP), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces exponenciais (CLL E), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces planas (CLL P), módulo de elasticidade em flexão obtido a 12% de umidade (E12) e resistência em flexão obtida a 12% de umidade (f12). Lote 2 – E. Cloeziana.
CLLE CLLP Diâmetro E12 f12 Visual VsatE VsatP
CLLE 0,9709 -0,7076
0,0007
0,5051 Não
associado
Não
associado
0,7062 0,8881
0 0,0274 0,0007 0
CLLP 0,9709 -0,7867 0,605 Não
associado
Não
associado
0,7128 0,9075
0 0,0001 0,0061 0,0006 0
Diâmetro -0,7076
0,0007
-0,7867 -0,8761 -0,7079 0,5653 -0,6867 -0,6504
0,0001 0 0,0007 0,0117 0,0012 0,0026
E12 0,5051 0,605 -0,8761 0,7603 Não
associado
0,5461 0,5187
0,0274 0,0061 0 0,0002 0,0156 0,0229
f12 Não
associado
Não
associado
-0,7079 0,7603
-0,5064
0,0269
Não
associado
Não
associado 0,0007 0,0002
Visual Não
associado
Não
associado
0,5653 Não
associado
-0,5064
0,0269
-0,4979
0,03
Não
associado 0,0117
VsatE 0,7062 0,7128 -0,6867 0,5461 Não
associado
-0,4979
0,03
0,6715
0,0007 0,0006 0,0012 0,0156 0,0016
VsatP 0,8881 0,9075 -0,6504 0,5187 Não
associado
Não
associado
0,6715
0 0 0,0026 0,0229 0,0016
57
Tabela 5-13 Estatísticas coeficiente de correlação (R) e P-valor para a associação entre os parâmetros: diâmetro, classe visual, coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces exponenciais (CLL E), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces planas (CLL P), módulo de elasticidade em flexão obtido a 12% de umidade (E12) e resistência em flexão obtida a 12% de umidade (f12). Lote 3 – E. Saligna.
CLLE CLLP Diâmetro E12 f12 Visual
CLLE 0,9787 Não
associado
Não
associado
0,6029 Não
associado 0 0,0134
CLLP 0,9787
Não
associado
Não
associado 0,6423 Não
associado 0 0,0073
Diâmetro Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
E12 Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
f12 0,6029 0,6423 Não
associado
Não
associado
Não
associado 0,0134 0,0073
Visual Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
Não
associado
58
Tabela 5-14 Estatísticas coeficiente de correlação (R) e P-valor para a associação entre os parâmetros: diâmetro, classe visual, velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces exponenciais (VsatE), velocidade na condição saturada obtida com transdutor de faces planas (VsatP), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces exponenciais (CLL E), coeficiente de rigidez obtido com transdutores de faces planas (CLL P), módulo de elasticidade em flexão obtido a 12% de umidade (E12) e resistência em flexão obtida a 12% de umidade (f12). Lote 1, 2 e 3.
CLLE CLLP Diâmetro E12 f12 Visual VsatE VsatP
CLLE 0,951 -0,446
0,002
0,497 0,510
0,000
-0,311
0,033
0,419 0,473
0,000 0,000 0,019 0,007
CLLP 0,951 -0,516 0,575 0,543
0,000
-0,370
0,011
0,469 0,535
0,000 0,000 0,000 0,008 0,002
Diâmetro -0,446
0,002
-0,516 -0,781 -0,481 0,465 -0,512 -0,467
0,000 0,000 0,001 0,001 0,003 0,008
E12 0,497 0,575 -0,781 0,725 -0,341
0,019
0,565 0,514
0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 0,003
f12 0,510
0,000
0,543
0,000
-0,481 0,725
-0,488
0,001
Não
associado
Não
associado 0,001 0,000
Visual -0,311
0,033
-0,370
0,011
0,465 -0,341
0,019
-0,488
0,001
Não
associado
Não
associado 0,001
VsatE 0,419 0,469 -0,512 0,565 Não
associado
Não
associado
0,867
0,019 0,008 0,003 0,001 0,000
VsatP 0,473 0,535 -0,467 0,514 Não
associado
Não
associado
0,867
0,007 0,002 0,008 0,003 0,000
O objetivo deste projeto foi avaliar o uso de parâmetros acústicos (velocidade saturada
e coeficiente de rigidez) na classificação de peças roliças de madeira. Verifica-se que tanto para
os lotes separados (Tabelas 5.11, 5.12 e 5.13) quanto para os três lotes em conjunto (Tabela
5.14), os coeficientes de correlação entre os parâmetros acústicos (velocidade ou coeficiente de
rigidez) e a resistência e a rigidez da madeira roliça, quando existem, apresentam coeficientes
de correlação baixos para serem utilizados em uma classificação. Além disso, tanto os
parâmetros acústicos como os parâmetros mecânicos obtidos em flexão são associados ao
diâmetro das peças roliças (Tabelas 5.11, 5.12 e 5.14). Esse resultado indicou ser necessário
realizar análise da influência do diâmetro das peças nos resultados, a fim de que fosse possível
adicionar esse parâmetro na proposta de classificação.
59
Para analisar a influência do diâmetro nos resultados, as peças provenientes dos 3 lotes
foram separadas em 4 faixas de diâmetro (Tabela 5.15). Os dados de velocidade saturada,
coeficiente de rigidez, resistência a flexão e módulo de elasticidade apresentaram redução
conforme houve aumento do diâmetro da peça (Tabela 5.15).
Tabela 5-15 Resultados médios de coeficientes de rigidez (CLL E e CLL P), velocidade saturada (VsatE, VsatP), resistência f12) e módulo de elasticidade (E12) em flexão nas diferentes faixas de diâmetro. Lotes 01, 02 e 03.
Grupo Faixa de Diâmetro
mm
CLLE
MPa
CLLP
MPa
VsatE
MPa
VsatP
MPa
f12
MPa
E12
MPa
1 50 a 109 23959 23009 5817 5696 31445 97
2 110 a 169 21049 20447 5183 5106 24712 94
3 170 a 229 19970 19243 5053 4960 16771 69
4 >230 19727 18388 4955 4785 11671 70
O teste de comparação de médias mostrou que, em geral, os parâmetros do Grupo 1
(diâmetro entre 50 e 109 mm) são os que mais se diferenciam dos demais para todos os
parâmetros avaliados. Para alguns parâmetros houve diferença também no Grupo 2 de diâmetro.
Nos grupos 3 e 4 não houve diferenciação para nenhum dos parâmetros avaliados (Tabela 5.16).
Tabela 5-16 Resultado do teste de comparação de médias dos valores de coeficientes de rigidez (CLL E e CLL P), velocidade saturada (VsatE, VsatP), resistência a flexão (f12) e módulo de elasticidade (E12) nos diferentes grupos de diâmetro. Lotes 01, 02 e 03.
Grupo Faixa de Diâmetro
mm CLLE CLLP VsatE VsatP f12 E12
1 50 a 109 B B C C B C
2 110 a 169 A AB B B B B
3 170 a 229 A A AB AB A A
4 >230 A A A A A A
*Letras iguais indicam lotes homogêneos – não há diferença estatística
Para a determinação das classes de resistência em função dos parâmetros acústicos
(velocidade saturada e coeficiente de rigidez) foi analisada a possibilidade de utilização de
regressões múltiplas envolvendo, além dos parâmetros acústico, os diâmetros das peças.
Entretanto, as matrizes de correlação obtidas (exemplo Tabela 5.17) mostraram que não seria
possível a utilização desse tipo de análise, uma vez que as variáveis independentes (diâmetro e
parâmetros acústicos) apresentam valores de correlação maiores do que os admissíveis em
regressões múltiplas (>0,5). Coeficientes de correlação (R) acima de 0,5 resultariam em
regressões múltiplas com presença de multicolinearidade.
60
Tabela 5-17 Exemplo de matriz de correlação obtida para regressão múltipla entre módulo de elasticidade (E12) – como variável dependente – e constante de rigidez obtida por transdutor exponencial (CLL E) e diâmetro – como variáveis independentes. Lotes 01, 02 e 03.
E12 CLLE Diâmetro
E12 1,00 -0,97 -0,85
CLLE -0,97 1,00 0,71
Diâmetro -0,85 0,71 1,00
Tanto a NBR 15521 (2007) como Lorensani (2013) utilizam como parâmetros de
classificação a velocidade na condição saturada (Vsat) ou o coeficiente de rigidez (CLL) obtido
com a velocidade e a densidade a 12% de umidade. Devido à influência do diâmetro da madeira
roliça nas propriedades acústicas e mecânicas, foi necessário a adição dos valores de diâmetro
na análise das classes propostas pela norma e por Lorensani (2013). Para tanto, os dados dos 3
lotes foram agrupados nos grupos das 4 faixas de diâmetro descritas anteriormente (Tabela
5.15), e para cada grupo foi verificada a adequação das classes. Como esperado em função da
associação, os diferentes grupos de diâmetro apresentaram comportamento diferenciado na
classificação.
A classificação das peças do Grupo 1 (Figuras 5.3, 5.4) e 2 (Figuras III.1 e III.2 do
Anexo III) utilizando a NBR 15521 (2007) se mostrou eficiente, com poucos erros na Categoria
2 (valor esperado pela classificação para o módulo de elasticidade – EM - superiores aos reais),
em média 4,5%, e grande porcentagem de peças classificadas na Categoria 1 (Valores reais
dentro do intervalo esperado pela classificação). Quando o coeficiente de correção – 1,18 -
proposto por Lorensani (2013) foi aplicado (Figuras 5.5 e 5.6), foi possível observar que não
houve erro na Categoria 2, porém praticamente todas as peças apresentaram erro na Categoria
3 (Valores reais de módulo de elasticidade superiores ao esperado pela classificação), o que
significa que a aplicação do coeficiente de correção resulta, nesse caso, em excesso de peças
subestimadas em termos de rigidez.
61
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-3 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 1 (faixa de diâmetro de 50 a 109 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a velocidade na condição saturada obtida com o
transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
62
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-4 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 1 (faixa de diâmetro de 50 a 109 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces
exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
63
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-5 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 1 (faixa de diâmetro de 50 a 109 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,18, proposto por
Lorensani (2013), aplicado à velocidade obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação. *Proposta por Lorensani (2013)
64
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-6 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 1 (faixa de diâmetro de 50 a 100 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente 1,18 proposto por Lorensani (2013); com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas
(c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
O número de erros enquadrados na Categoria 2 aumentou substancialmente quando
foram analisados os resultados dos Grupos 3 e 4 de diâmetros, tanto para a classificação
utilizando a NBR 15521 – Figuras III.3 e III.4 do Anexo III para o Grupo 3 e Figuras 5.7 e 5.8
para o Grupo 4 - como utilizando a proposta de Lorensani (2013) – Figuras III.9 e III.10 do
Anexo III para o Grupo 3 e Figuras 5.9 e 5.10 para o Grupo 4.
65
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-7 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4(diâmetro > 230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a velocidade na condição saturada obtida com o transdutor de faces
exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
66
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-8 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro > 230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces exponenciais (a)
e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
67
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-9 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro > 230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,18* velocidade obtida com o
transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação. *Proposta por Lorensani (2013)
68
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-10 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro > 230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente
1,18*; com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação. *Proposta por Lorensani (2013)
Tendo em vista a ocorrência de grande porcentagem de peças dos Grupos 3 e 4 na
Categoria 2, verificou-se a possibilidade de ser aplicado coeficiente de correção das
velocidades, na condição saturada e na condição seca, para que fosse possível a utilização das
faixas da NBR 15521 (2007) para peças roliças de eucalipto enquadrada em qualquer faixa de
diâmetro.
As peças pertencentes aos Grupos 3 e 4 foram enquadradas nas classes da NBR 15521
(2007) de acordo com os valores de módulo de elasticidade (EM) obtidos em flexão estática. O
valor mínimo de velocidade saturada de cada classe oriunda desse enquadramento - Vsat,EM -
foi comparado com o valor mínimo de velocidade saturada da classe de enquadramento de
acordo com os parâmetros acústicos - Vsat,Est). A relação entre Vsat,EM e Vsat,Est (Tabela 5.18)
mostra que, para as peças enquadradas nos Grupos 3 e 4, a velocidade da classe onde as peças
deveriam ser enquadradas (Vsat,EM) de acordo com suas propriedades mecânicas obtidas no
ensaio estático, é, em média, 23% menor para o Grupo 4 e 8% menor para o Grupo 3, que a
velocidade da classes onde as peças foram enquadradas previamente (Vsat,Est).
69
Tabela 5-18 Relação entre a velocidade da classe (Vsat,EM) onde as peças deveriam ser enquadradas de acordo com suas propriedades mecânicas (EM) e a velocidade da classes onde as peças foram enquadradas previamente (Vsat,Est) de acordo com a NBR 15521 (2007).
Grupo de Diâmetro VsatE VsatP CLLE CLLP Média
3 1,10 1,11 1,05 1,04 1,08
4 1,22 1,28 1,23 1,18 1,23
Primeiramente foi utilizado o valor de 1,23 como coeficiente de correção, que representa
a média obtida nas relações (Vsat,EM/Vsat,Est) das peças do Grupo 4. Os valores das velocidades,
saturada e seca, obtidas pelos ensaios de ultrassom foram divididas pelo coeficiente de correção
adotado e novamente classificadas. A classificação proveniente da correção das velocidades
pelo coeficiente 1,23 diminuiu os erros enquadrados na Categoria 2 quando comparado com os
erros provenientes da classificação pela NBR 15521, porém ainda continuaram altos, em alguns
casos aproximadamente 35%.
Adotou-se, então, como coeficiente de correção, o maior valor obtido pelas relações
(Vsat,EM/Vsat,Est) – 1,28. A aplicação de 1,28 como coeficiente de correção nas velocidades dos
Grupos 3 e 4 de diâmetro resultou na redução para 3,5%, em média, dos erros enquadrados na
Categoria 2, quando os parâmetros analisados foram os coeficientes de rigidez (CLLE e CLLP)
– Figuras 5.11 e 5.12.
70
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-11 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de 170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente 1,28; com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de
acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
71
(a) (b)
(c) (d)
Figura 5-12 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro > 230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente 1,28; com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da
classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
Após a aplicação do coeficiente de correção de 1,28, a classificação das peças
provenientes do Grupo 3 apresentou poucos erros na Categoria 2, entretanto muitas peças
apresentaram erro na Categoria 3. Esse resultado indica que a aplicação do coeficiente proposto
fez com que as peças dentro dessa faixa de diâmetro ficassem subestimadas em termos de
qualidade do material, o que pode acarretar em prejuízo econômico. A fim de aprofundar o
entendimento do comportamento da classificação nas diferentes faixas de diâmetro, foi aplicado
um coeficiente de 1,11, proveniente do erro calculado para o Grupo 3 (Tabela 5.18), para
verificar se a classificação do grupo apresentaria menor porcentagem de erros. A aplicação do
coeficiente resultou no aumento de peças enquadradas na Categoria 2 de erro para 21,5% em
média (Tabela 5.19), o que indica que o procedimento não foi adequado.
Para que fosse possível determinar a classificação mais adequada para o Grupo 3, foi
realizada comparação entre o desempenho de cada classificação proposta para as peças nessa
faixa de diâmetro (Tabela 5.19). A classificação de acordo com a NBR 15521 apresentou
aproximadamente 50% de erros na Categoria 2 para o grupo, valor muito acima do aceitável. A
aplicação do coeficiente de 1,18, proposto por Lorensani (2013), resultou num decréscimo das
72
peças enquadradas na Categoria 2 para cerca de 10% (valor médio), com redução para 80% das
peças enquadradas na Categoria 3. A aplicação dos coeficientes de 1,23 e 1,28 não resultaram
na diminuição de peças na Categoria 2, além de não enquadrar nenhuma peça na Categoria 1.
Considerando os resultados obtidos, para as peças do Grupo 3 a classificação mais adequada
foi com a aplicação do coeficiente de 1,18, determinado por Lorensani (2013) – Tabela 5.19.
Tabela 5-19 Análise de adequação da classificação para as peças do Grupo 3 – 170mm a 220mm de diâmetro.
VsatE VsatP CLL E CLL P 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
Norma 29% 57% 14% 29% 57% 14% 14% 43% 43% 7% 43% 50% Mansini 0% 14% 86% 0% 14% 86% 21% 7% 71% 7% 7% 86%
1,11 14% 29% 57% 29% 29% 43% 14% 21% 64% 14% 7% 79% 1,23 0% 14% 86% 0% 14% 86% 7% 7% 86% 0% 7% 93% 1,28 0% 14% 86% 0% 14% 86% 0% 7% 93% 0% 7% 93%
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
Foi então analisado o resultado da classificação para as peças roliças provenientes dos
4 Grupos de diâmetro. Para os Grupos 1 e 2 foi utilizada a classificação proposta pela norma
brasileira de Classificação mecânica de madeira serrada de dicotiledôneas através de ultrassom
(NBR 155210/2007). As peças do Grupo 3 foram classificadas de acordo com a proposta de
Lorensani (2013), com a aplicação de um coeficiente de correção no valor de 1,18 nas
velocidades obtidas nas diferentes condições de umidade. Para as peças enquadradas no Grupo
4, foi aplicado coeficiente de correção (1,28) para as velocidades obtidas com a madeira na
condição saturada e seca. A análise mostra que a classificação proposta apresenta pequena
porcentagem de enquadramento na Categoria 2 (Tabela 5.20), o que é adequado. No entanto,
para o coeficiente de rigidez, o enquadramento na categoria 3 foi muito elevado, indicando que
com o uso deste parâmetro a quantidade de peças com rigidez subestimada é elevada (Tabela
5.20).
73
Tabela 5-20 Análise de adequação da classificação final proposta, para as peças de todos os grupos de diâmetro.
Categoria VsatE VsatP CLL E CLL P 1 43% 49% 25% 18% 2 6% 14% 6% 4% 3 49% 40% 67% 78%
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
74
6. CONCLUSÃO
Com relação a obtenção da velocidade saturada a partir da velocidade obtida em
umidades entre a saturação e o equilíbrio foi possível concluir que:
- O uso da equação proposta na NBR 15521 (2007) pode ser utilizada para a madeira
roliça desde que se aplique coeficiente de majoração de 1,12.
- O uso da equação proposta por Lorensani (2013) pode ser utilizada para a madeira
roliça desde que se aplique coeficiente de majoração de 1,14.
- O uso do modelo de regressão múltipla obtido nesta pesquisa especificamente para a
madeira roliça explicou de 85 a 87% da variabilidade da velocidade saturada, utilizando
transdutores de faces exponenciais e planas, respectivamente.
Com relação a classificação de peças roliças utilizando parâmetros acústicos
(velocidade na condição saturada ou coeficiente de rigidez obtido com velocidade e densidade
a 12% de umidade) foi possível concluir que:
- O diâmetro está associado com as propriedades acústicas e estáticas da madeira roliça,
bem como com sua classe visual. Em geral, conforme o diâmetro aumenta, todas as
propriedades acústicas e mecânicas diminuem, assim como a classe visual. Tendo em vista essa
associação, a classificação da madeira roliça tem que levar em conta a faixa de diâmetro das
peças. Além disso, a associação entre variáveis independentes inviabiliza a obtenção de modelo
de regressão múltipla envolvendo parâmetros acústicos, diâmetro e classe visual.
- Para pequenos diâmetros (inferiores a 169 mm), as classes propostas pela NBR 15521
(2007) podem ser utilizadas na classificação da madeira roliça de Eucalipto mas, conforme o
diâmetro aumenta é necessário aplicar coeficientes de minoração na velocidade e estes
coeficientes crescem com o aumento do diâmetro. De forma resumida:
Diâmetros até 169 mm: coeficiente de minoração = 1,0
Diâmetros entre 170 e 229 mm: coeficiente de minoração = 1,18
Diâmetros superiores a 230 mm: coeficiente de minoração = 1,28
- As velocidades obtidas com o uso de transdutores de faces exponenciais e planas foram
consideradas estatisticamente equivalentes.
75
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D198-08: Static tests of Timbers in Structural Sizes. Philadelphia, Pa, USA, 2008.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D1990-07: Establishing Allowable Properties for Visually-Graded Dimension Lumber from In-Grade Tests of Full-Size Specimens. Philadelphia, Pa, USA, 2007.
AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM D25-99: Standard Specification for Round Timber Piles . Philadelphia, Pa, USA, 2005.
AMISHEV, Dzhamal; MURPHY, Glen E. In-forest assessment of veneer grade Douglas-fir logs based on acoustic measurement of wood stiffness. Forest ProductsJournal, Inist-cnrs, Cote Inist, v. 58, n. 11, p. 42-47. 2008.
ARRIAGA MARTITEGUI, F.; ESTEBAN, M.; ARGÜELLES, R.; BOBADILLA, I.; ÍÑIGUEZ, G. Efecto de las gemas en la resistencia a flexión de piezas enterizas de madera. Materiales de Construcción, v.57, p. 61-76, 2007.
ASSOCIAÇÃO BRASILIERA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15521: Ensaios não destrutivos — Ultra-som — Classificação mecânica de madeira Serrada de dicotiledôneas. Rio de Janeiro, 2007.8 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILIERA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16202: Postes de eucalipto preservado para redes de distribuição elétrica — Requisitos. Rio de Janeiro, 2013. 57 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILIERA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. 107 p.
BARTHOLOMEU, A. Classificação de peças estruturais de madeira através do ultra-som. 2001. 105f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
BARTHOLOMEU, A; GONÇALVES, R.; BUCUR, V. Dispersion of ultrasonic waves in Eucalyptus lumber as a function of the geometry of boards. Scientia Forestalis, n. 63, p. 235-240. Junho/2003.
BERTOLDO, C. Estimativa de propriedades de rigidez da madeira a partir de avaliação acústica na árvore e em toras recém abatidas. 2011. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
BODIG, J. Bending properties of Douglas fir/Larch and Hem-Fir dimension lumber.Special Report No. 6888. Department of Forestry and Wood Science, Colorado State University, Fort Collins, Colorado, 1977.
BOHANNAN, B. Effect of size on bending strength of wood members. USDA, Forest Service, Forest Products Laboratory, Research Report, FPL 56, 1966.
BUCUR, V. Acoustics of wood. Springer – Verlag, Berlin, Germany.P.219-234, 2006.
76
CALIL Jr., C.; BRITO, L.D. Manual de Projeto e Construção de Estruturas com Peças Roliças de Madeira de Reflorestamento. Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos, 2010, 332p.
CARTER, P.; BRIGGS, D.; ROSS, R. J.; WANG, X. Acoustic testing to enhance western forest values and meet customer wood quality needs. Productivity of Western Forests: A Forest Products Focus, p. 121-129, 2005.
COSTA, O. A. L. Velocidade de propagação de ondas de ultra-som na madeira para diferentes condições de umidade. 2005. Tese (Doutorado) - Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. DYCK, B. Precision forestry – the path to increased profitability. In: Proceedings, The 2nd International Precision Forestry Symposium, Seattle, Washington, USA. University of Washington, Seattle, Washington. pp. 3-8, Junho/2003.
DOYLE, D.V.; MARKWARDT, L.J. Properties of No. 2 dense kiln-dried southern pinedimension lumber. USDA, Forest Service, Forest Products Laboratory, Research Paper, FPL 96, 1968.
DOYLE, D.V.; MARKWARDT, L.J. Properties of southern pine in relation to strengthgrading of dimension lumber. USDA, Forest Service, Forest Products Laboratory, Research Paper, FPL 64, 1966.
DOYLE, D.V.; MARKWARDT, L.J. Tension parallel-to-grain properties of southern pine dimension lumber. USDA, Forest Service, Forest Products Laboratory, Research Paper, FPL 84, 1967.
ESTEBAN, M.; ARRIAGA, F.; ÍÑIGUEZ, G.; BOBADILLA, I.; MATEO, R. Influencia de las fendas en la resistencia de la madera structural. Materiales de Construcción, v. 60, p. 115-132, 2010.
EUROPEAN STANDARDS.EN 338: Structural timber —Strength classes, 2009
EUROPEAN STANDARDS.EN 384: Structural Timber. Determination of Characteristics values of mechanical properties and density. 2010.
EUROPEAN STANDARDS.EN 408: Structural timber and glued laminated timber. Determination of some physical and mechanical properties, 2010.
GREEN, D.W.; EVANS, J.W. Moisture content and the mechanical properties of dimension lumber: decisions for the future. In: Proceedings of the in-grade testing of structural lumber. Forest Products Society, Madison, Wisconsin, p. 44-55, 1989. HUANG, C.L. Predicting lumber stiffness of standing trees. In: Proceedings of 12th International Symposium on Nondestructive Testing of Wood, University of Western Hungary, Sopron, September 13-15, 2000. pp. 173-179, 2000.
JOHNSON, J.W.; KUNESH, R.H. Tensile strength of special Douglas-fir and Hem-Fir 2-inch dimension lumber. Wood and Fiber, v 6, p. 305-18, 1975.
77
KRETSCHMANN, D.; HERNANDEZ, R. Grading timber and glued structural members. Primary wood processing: principles and practice. Dordrecht, Springer, 339-390, 2006.
KUNESH, R.H.; Johnson, J.W. Effect of single knots on strength of 2 by 8-inch Douglas-fir dimension lumber. Forest Products Journal, v. 22, p. 32-26, 1972.
KUNESH, R.H.; Johnson, J.W. Effect of size on tensile strength of clear Douglas-fir and Hem-fir dimension lumber. Forest Products Journal, v. 24, p. 32-26, 1974.
LITTLEFORD, T.W. Flexural properties of dimension lumber from western Canada. VP-X-179. Environment Canada, Forestry Directorate and Western Forest Products Laboratory, Vancouver, BC, 1978.
LITTLEFORD, T.W.; ABBOTT, R.A. Parallel-to-grain compressive properties of dimension lumber from western Canada. VP-X-180. Environment Canada, Forestry Directorate and Western Forest Products Laboratory, Vancouver, BC, 1978. MADSEN, B. In-grade testing: problem analysis. Forest Products Journal, v. 28, p. 42-50, 1978.
MADSEN, B. In-grade testing: size investigation on lumber subjected to bending. Structural Research Service Report No. 15. Dept. of Civil Engineering, University of British Columbia, Vancouver, BC, 1976
MADSEN, B. Moisture content-strength relationship for lumber subjected to bending. Structural Research Service Report No. 11. Department of Civil Engineering, University of British Columbia, Vancouver BC, 1975
LORENSANI, R. G. Classificação de peças estruturais de eucalipto utilizando ultrassom. 2013. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Agrícola, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
MOLINA, J.C. (2009). Relatório final da caracterização dos eucaliptos. Projeto: Centro de Educação Ambiental (CEAM), Votorantin Metalurgia, Unidade Florestal.
PELIZAN, T.R. Estudo de propriedades mecânicas de peças roliças de Eucalipto Citridora utilizando a técnica de ultra-som. 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Carlos.
PELLERIN, R.; ROOS, R. J. Nondestructive evaluation of wood. Forest Products Society, p. 210, Madison, 2002.
RAIS, A., PRETZSCH, H., & VAN DE KUILEN, J. Roundwood pre-grading with longitudinal acoustic waves for production of structural boards. European Journal of Wood and Wood Products, 72, 87-98, 2013.
RANTA-MAUNUS, A. Round Small-diameter timber for constructions. Final report of project FAIR CT-95-0091. Espoo 1999, Technical Research Centre of Finland, VTT Publications 383, 191 p.
78
SANDOZ, J.L. Triage et firanaabilité des bois de construction. 186p. Thése (DoctoratenSciencesTechniques) - Departamento de Engenharia Civil, Escola Politécnica Federal de Lausanne, Lausanne, Suiça, 1990.
SANDOZ, J.L. Ultrasound applications to structural timber. In: Pacific Timber Engineering Conference – PTEC´94, 1994, Gold Coast, Australia, Anais, p. 740-744.
STANDARDS OF ASSOCIATION AUSTRALIA. AS 2878 Specification for mechanically stress graded timber, North Sydney, 1986.
TSEHAYVE, A.; BUCHANAN, A.H.; WALKER, J.C.F. Sort of logs using acoustics. Wood Science and Technology, v. 34, p. 337-344, 2000.
WANG, X. et al. Acoustics assessment of wood quality of raw forest materials. Forest Products Journal, v. 57, p. 6-14. Maio/2007.
WANG, X. et al. Diameter effect on stress-wave evaluation of modulus of elasticity of logs. Wood and Fiber Science, v. 36(3), p. 368-377. Julho/2002.
WAUBKE, N.V. Einsatz der Ultraschall - Impulslaufzeitmesung für die Sortierung von Bauhölzern. Holzbauforschung, p.152-154, Março/1988
WAUBKE, N.V. Grundsätzliche Untersuchungen zur Eignung der Ultraschall -Impulslaufzeitmessungen als vereinfachte und genauere Methode zur Klassification von Bauhölzern. 56p. Institut für Baustoffkunde und Bauphysik der Hochschule der Bundeswehr München, München. Deutschland. 1981.
WOLFE, R; MURPHY, J. Strength of small-diameter round and tapered bending members. Forest Products Journal, V. 55, nº3, p. 50-55, 2005.
ZANGIÁCOMO, A.L. Estudo de elementos estruturais roliços de madeira. 2007. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo, São Carlos.
ZANGIÁCOMO, A.L.; CHRISTOFORO, A.L.; ROCCO LAHR, F.A. Módulos de elasticidade longitudinal e transversal em vigas roliças de madeira de Corymbiacitriodora. Vértices, v.15, n.1 p.63-68, 2013.
79
ANEXO I
Figura I. 1 Gráfico da média e da variabilidade das velocidades obtidas nos ensaios da madeira roliça na condição saturada com o uso do transdutor de faces exponenciais (VsatE) e das velocidades obtidas com o uso de Equação proposta pela NBR 15521 (2007) – VsatE NBR – e por Lorensani (2013) – VsatE Mansini.
Lote 01 – E. Grandis. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): aabcd = −efgh + aa + ei × j + _ck; Modelo de correção de Lorensani (2013): aabcd = −lhgg + e, lg × aa + ef × j + m, nn × _ck
Figura I. 2 Gráfico da média e da variabilidade das velocidades obtidas nos ensaios da madeira roliça na
condição saturada com o uso do transdutor de faces planas (VsatP) e das velocidades obtidas com o uso de Equação proposta pela NBR 15521 (2007) – VsatP NBR – e por Lorensani (2013) – VsatP Mansini. Lote 01
– E. Grandis. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): Vopq = −1745 + V + 16 × U + ρps; Modelo de correção de Lorensani (2013): �((VWX = −2544 + 1,24 × �(( + 17 × [ + 0,33 × \W]
80
Figura I. 3 Gráfico da média e da variabilidade das velocidades obtidas nos ensaios da madeira roliça na condição saturada com o uso do transdutor de faces exponenciais (VsatE) e das velocidades obtidas com o uso de Equação proposta pela NBR 15521 (2007) – VsatE NBR – e por Lorensani (2013) – VsatE Mansini.
Lote 02 – E. Cloeziana. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): aabcd = −efgh + aa + ei × j + _ck; Modelo de correção de Lorensani (2013): tuuvwx = −lhgg + e, lg × tuu + ef × y + m, nn × zw{
Figura I. 4 Gráfico da média e da variabilidade das velocidades obtidas nos ensaios da madeira roliça na condição saturada com o uso do transdutor de faces exponenciais (VsatE) e das velocidades obtidas com o uso de Equação proposta pela NBR 15521 (2007) – VsatE NBR – e por Lorensani (2013) – VsatE Mansini.
Lote 02 – E. Cloeziana. Modelo que correção da NBR 15521 (2007): aabcd = −efgh + aa + ei × j + _ck; Modelo de correção de Lorensani (2013): tuuvwx = −lhgg + e, lg × tuu + ef × y + m, nn × zw{
81
ANEXO II
Tabela AII.1 Classificação visual do Lote 01 – E. Grandis
Tora Extremidade I Extremidade II Corpo Grupo
1-1
I
1-2
II
1-3
-
III
2-1
II
82
2-2
IV
2-3
IV
3-1
I
3-2 III
3-3
III
83
4-1
I
4-2
II
4-3
I
5-1
I
5-2
II
84
5-3
IV
6-1
I
6-2
II
6-3
II
Tabela AII.2 Classificação visual do Lote 02 – E. Cloeziana
Tora Extremidade I Extremidade II Corpo Grupo
1-1 - - - I
1-2 - - - I
85
1-3 - - - I
1-4 - - - I
1-5 - - - I
1-6 - - - I
1-7 - - - I
2-1
I
2-2
II
2-3
- II
86
2-4
IV
2-5
III
2-6
-
II
3-1
II
3-2
IV
3-3 - - - IV
87
3-4 - - - II
3-5 - - - III
3-6
I
Tabela AIII.3 Classificação visual do Lote 03 – E. Saligna
Tora Extremidade I Extremidade II Corpo Grupo
1-1
I
1-2
II
1-3
I
88
1-4
II
1-5
I
1-6
II
2-1
II
2-2
II
89
2-3 III
2-4
III
2-5
IV
2-6
II
3-1
II
90
3-2
I
3-3
II
3-4
I
3-5
III
3-6
IV
91
ANEXO III
(b) (b)
(c) (d)
Figura III.1 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 2 (faixa de diâmetro de 110 a 169 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a velocidade na condição saturada obtida com o
transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
92
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.2 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 2 (faixa de diâmetro de 110 a 169 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces
exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
93
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.3 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de 170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a velocidade na condição saturada obtida com o
transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
94
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.4 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de 170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces
exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
95
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.5 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro >230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a velocidade na condição saturada obtida com o transdutor de faces
exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
96
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.6 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro >230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces exponenciais (a)
e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
97
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.7 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 2 (faixa de diâmetro de 110 a 169 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,18, proposto
por Lorensani (2013), aplicado à velocidade obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
98
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.8 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 2 (faixa de diâmetro de 110 a 169 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente 1,18 proposto por Lorensani (2013); com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas
(c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
99
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.9 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de 170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,18, proposto
por Lorensani (2013), aplicado à velocidade obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
100
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.10 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo coeficiente 1,18 proposto por Lorensani (2013); com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas
(c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
101
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.11 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro >230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,18, proposto por
Lorensani (2013), aplicado à velocidade obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
102
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.12 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro >230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando o coeficiente de rigidez obtido com velocidade reduzida pelo
coeficiente 1,18 proposto por Lorensani (2013); com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
103
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.13 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 3 (faixa de diâmetro de 170 a 229 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,28 à
velocidade saturada obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
104
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.14 Classificação das peças de madeira roliça pertencentes ao Grupo 4 (diâmetro >230 mm), pela NBR15521 (2007), considerando a aplicação de coeficiente de redução de 1,28 aplicado à velocidade
saturada obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da classificação (b e d).
Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
105
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.15 Classificação final das peças de madeira roliça pertencentes considerando a velocidade na condição saturada obtida com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias
de acertos e erros da classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.
106
(a) (b)
(c) (d)
Figura III.16 Classificação final das peças de madeira roliça considerando o coeficiente de rigidez obtido com o transdutor de faces exponenciais (a) e planas (c) e respectivas categorias de acertos e erros da
classificação (b e d). Categoria 1 – Valores reais dentro do intervalo esperado pela classificação; Categoria 2 –Valores reais inferiores ao esperado pela classificação e Categoria 3 –Valores reais superiores ao esperado pela classificação.