CAESP - 1EM - Artes - Aula 14 - 20170802 Bimestre/1 serie... · adoração de outros santos e a...
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A revolução arquitetônica do Barroco:
Com o trabalho de renovação da fé no Catolicismo,
foi pensado um novo tipo de organização
arquitetônica das igrejas.
Cruciforme: ao invés da forma circular ou
quadrangular, ela passou a ter a forma de uma cruz
(cruciforme) com uma cúpula alta e imponente onde
fica o altar mor, como o ápice do próprio edifício.
A nave: é o vasto espaço central onde a
congregação se reúne em comunhão para participar
da missa olhando na direção final do altar mor.
A revolução arquitetônica do Barroco:
Braços da cruz (transepto): local para a colocação
de duas capelas menores que o altar mor para a adoração de outros santos e a realização de rituais
menores. Também é possível que não tenham um dos
braços.
Nichos laterais: diversas pequenas capelas ao longo
de toda a nave central. Esses espaços foram
pensados para propiciar aos fiéis locais para as suas
adorações particulares a determinados santos.
Os nichos laterais são muito importantes para
entendermos a emergência do ego (individualidade -
individualismo) no pensamento ocidental.
A revolução arquitetônica do Barroco:
Fachada em Profundidade: em 1603, Carlo Madernofoi incumbido de terminar o projeto da Basílica de São
Pedro, ele opta por criar um efeito “em crescendo”
que vai dos estremos para o centro reduzindo o
espaçamento entre os elementos da fachada. As
pilastras vão sendo transformadas em colunas com
um espaçamento cada vez menor entre elas, e a
fachada vai se projetando gradualmente. A intenção
é fazer com que o olhar do observador vá se
concentrando para a porta central de entrada do edifício.
A revolução arquitetônica do Barroco: Individualismo
Individualismo: é muito importante percebermos como o individualismo vem tomando espaço na
produção da obra de arte. Se há uma emergência do
individualismo na Arte, é porque ele já está presente
também no pensamento ocidental.
Depois do Barroco, cada vez mais veremos o
indivíduo, o Ego (Psicanálise), mais presente na
produção da obra de arte. Inclusive, o individualismo
será um dos parâmetros para a apreciação da obra,
pois ela como veículo de expressão da psique do
artista, será avaliada e desejada por isso.
A revolução arquitetônica do Barroco:
Ornamentos desafiantes do clássico: uma característica importante do Barroco é utilizar os
ornamentos não como simples adereços, mas como parte integrante do conjunto da obra. De forma tal que se forem retiradas as curvas, volutas e espirais as
obras perdem completamente a identidade e
desmoronam vazias.
Os ornamentos são parte integrante da composição
que lhe conferem unidade e coerência. A intenção
dos arquitetos barrocos era a superação do clássico
com novas estruturas de composição que não eram
simples adereços, mas partes integrantes da nova
linguagem artística.
A revolução arquitetônica do Barroco:
Unidade na estrutura complexa: o uso das curvas,
volutas e espirais, além de ser um novo elemento para
o vocabulário e a gramática arquitetônicos, era
também um desafio de construção da unidade em um todo que era cada vez mais complexo. Quando eles são vistos independentemente da obra, parecem
desconexos e desnecessários, porém, eles devem ser
vistos em conjunto. Os barrocos tinham que ser cada
vez mais engenhosos na busca da unidade em um vasto padrão de ornamentos na composição.
CURVAS – VOLUTAS – ESPIRAIS
Escultura Barroca (“complemento invisível”):
A escultura barroca busca evitar a
autossuficiência do Renascimento.
É como se as esculturas necessitassem de um
complemento de outra ou outras esculturas.
Essa ilusão da presença de outros elementos
além da estátua é conhecida como “complemento invisível”.
A intenção do artista é criar uma estátua que
dialoga com o espaço de seu entorno
formando um discurso dramático que é a
própria obra em si.
Escultura Barroca (“complemento invisível”):
A estatuaria barroca é muito mais do que a
própria peça, ela é um discurso dramático
com os necessários (para a compreensão da
obra) “complementos invisíveis”.
Inclusive é importante lembrar que a
cenografia se desenvolve muito durante o
Barroco através das técnicas de construção desses espaços ilusórios com dramaticidade.
Comparação da estatuaria:
A seguir, você tem um comparativo entre a
estatuaria de três períodos, o Pré-
Renascimento, o Renascimento e o Barroco.
Observe cada uma delas, procure as
características de cada uma e as diferenças
entre elas.
Essa capacidade de identificação será
fundamental nas provas e nos vestibulares.
Críticos da arte:
Entre os séculos XVI e XVII surgem os primeiros
grupos de debates sobre a Arte e a Teoria da
Arte. Eram mais grupos de “cavaleiros eruditos”
que se enfrentavam em debates comparativos
sobre a atual produção artística e os mestres
do passado. Aqui, pela primeira vez, surge o
debate sobre a posição hierárquica do
desenho e da cor, ou seja, qual dos dois deve
ter superioridade. Esse debate chegará até o
século XX.
Pintura barroca:
Surge também como uma reação à ameaça
dos estilos anteriores caírem em uma rotina perigosa para a criação artística, pois sem
originalidade, a arte deixa de existir.
Assim, os pintores barrocos vão dar mais ênfase
à luz do que a cor, vão desprezar as formas
mais simples e bem estabelecidas de equilíbrio
e optar por composições mais complexas.
Barroco, gêneros imagéticos:
Cenas históricas e mitológicas: reprodução do imaginário
europeu sobre a mitologia greco-romana e transposição
de cenas oriundas tradição cristã para o ambiente
cotidiano europeu.
Retratos: são figurados grupos, indivíduos ou os
autorretratos (o artista passa para “a frente” da obra).
Paisagens: o gosto pelas paisagens demonstra um
orgulho pelo desenvolvimento que a Europa experimenta
nesse período de desenvolvimento econômico e de
urbanização.
Naturezas-mortas: são composições que buscam, através
da disposição de elementos (tradicionalmente)
inanimados, a expressão de um momento da vida
cotidiana.
Caravaggio: intenso em todos os aspectos da
arte.
Sua intenção era retratar a verdade tal qual ela
se apresentava aos seus olhos, desprezava os
modelos clássicos de beleza.
Ele rompia com todas as convenções da arte de
seu tempo e desejava repensar a arte. Seus
quadros parecem trazer uma intenção de criticar
e contrastar com todas as tradições artísticas e
socais da época.
Porém ele argumentava que era mais realista do que um incendiário.
Caravaggio: intenso em todos os aspectos da arte.
Caravaggio (luz e sombra): ele utiliza a luz e a sombra
de forma que os corpos são ásperos e quase ofuscados
no contraste entre a iluminação direta e as sombras profundas.
Muito provavelmente o que ocorria com ele é que,
como homem muito devoto, ele desejava representar
os eventos bíblicos não como apenas mensagens
metafóricas, mas além disso, como acontecimentos reais, tangíveis.
A ideia básica dele parece ser trazer o mito para a
realidade e, assim, aproximar o fiel mais ainda dos
exemplos dos santos.
Artemisia Gentileschi (1593 – 1656):
Seus temas são centrados nas heroínas da mitologia greco-romana e judaico-cristã.
A artista tem a história de vida marcada pelo estupro
perpetrado por seu professor que foi inocentado do
crime.
Pode-se falar de uma pintura com temas
“feministas” (mesmo que o termo não existisse na época), ou, ao menos, de um clamor pela presença
das heroínas na arte que ficaram relegadas ao
esquecimento.
Um claro objetivo de trazer o foco para as mulheres
e sua importância ímpar.
Artemisia Gentileschi:
Autorretrato como alegoria da pintura (1638-9)
www.artemisia-gentileschi.com
Ester perante Xerxes (1622-3)
Artemisia Gentileschi:
Judith e a serva com a cabeça de Holofernes (1625)
www.artemisia-gentileschi.com
Judith decapitando a Holofernes(1620-1)
Peter Paul Rubens (1577 – 1640):
Católico fervoroso oriundo dos Países Baixos da
capital Antuérpia (da porção espanhola), foi
para Roma para estudar a arte italiana e ali
desenvolver o seu estilo próprio. De volta a
Antuérpia se estabelece na corte do regente
espanhol e poder atuar como artista e diplomata
Sua pintura é marcada pela influência italiana
em corpos profundamente renascentistas, com a
musculatura proeminente e sentimentos marcados e impiedosos. Também meticuloso nos
detalhes realistas nas obras.
Peter Paul Rubens (1577 – 1640):
O barroco em Paul Rubens será encontrado nos
turbilhões das imagens, nos contrastes de luz e
sombra, na força e expressividade teatral das
figuras, na temática heroica e representação do
poder divino como absoluto sobre todos os
demais.
Diego Velázquez (1599 – 1660):
Profundamente ligado a corte espanhola, assim
como Rubens, do qual era amigo.
Além de artistas também é historiador da arte e
curador, duas funções que desempenhou não como
forma de obtenção de renda, mas para o
aprimoramento da sua técnica e o desenvolvimento
do seu próprio estilo.
Para ele, estudar arte, era buscar o desenvolvimento de sua própria técnica e estilo.
Ele é autor de um dos quadros mais enigmáticos da
História da Pintura, o “Las meninas”.
Rembrandt van Rijn (1606 – 1669):
Inicialmente ele possui um estilo com iluminação
muito forte e distribuída na tela e com extremo realismo. Isso se deve à influência do estilo de
Caravaggio.
Porém, depois de 1640, ele demonstrará um estilo
próprio marcado pela teatralidade da luz e os
elementos de decoração oriental.
Após 1950 ele enfrenta uma grave crise financeira
que muda tematicamente a sua pintura para mais
retratos e gravuras (principalmente a água-forte).