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EDIÇÃO 1 SETEMBRO 2015 Jornal-Laboratório do curso de Jornalismo De olho no futuro Aos 90 anos, Belas Artes continua a inovar na educação Págs. 4 - 6 Acontece na B.A. Alunos, ex-alunos e professores brilham pelo mundo Pág. 16 Um bairro mundo Vila Mariana mistura cultura, lazer e muita história Págs. 8 - 10 Geeks e nerds O mundo é nosso! Pág. 15

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1BUZZART I Edição 1 I Setembro 2015

EDIÇÃO 1SETEMBRO 2015

Jornal-Laboratório do curso de Jornalismo

De olho no futuroAos 90 anos, Belas Artes continua a inovar na educaçãoPágs. 4 - 6

Acontecena B.A.Alunos, ex-alunos e professores brilham pelo mundoPág. 16

Um bairromundoVila Mariana mistura cultura, lazer e muita históriaPágs. 8 - 10

Geeks enerdsO mundo é nosso!

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EDITORIAL

O papel do papelO desafio de fazer jornalismo impresso para (e com) uma geração conectada e imersa nos fluxos de informação das redes sociais

Anderson Gurgel* e Maria Amélia da Costa**

O que se mais se vê e ouve falar, em termos de notícias sobre o mercado de jornalismo, é a respeito da crise das empresas jornalísticas voltadas à produção de impressos.

Ainda assim, eis aqui a primeira edição do jornal-laboratório BuzzArt, feita pelos estudantes pioneiros do curso de Jornalismo do Centro Universitário Be-las Artes de São Paulo.

Caminhando na direção contrária das notícias ruins para o mundo da mídia impressa, acreditamos que há, ainda, um papel social para as notícias organi-zadas pela lógica do jornal impresso.

Primeiro porque a sociedade precisa de informação de qualidade, organi-zada para que os cidadãos possam pensar e agir livre e democraticamente. Esse papel basilar dos impressos não se resolveu até hoje tranquilamente no mundo digital.

Depois, do ponto de vista laboratorial, acreditamos que é, na prática do impresso (jornal e revista), que se forma um profissional mais bem preparado para a vida jornalística plena. Afinal, os cuidados necessários para se produzir um bom jornal fazem a diferença para qualquer profissional, ainda que seja na criação de tweets!

As práticas jornalísticas mudaram e o interesse pelo consumo de notícia também vem mudando muito. Mas, ainda assim, aquela informação que faz diferença, aquela história que nos emociona e/ou indigna ainda nos faz tirar o olho da tela e olhar o mundo ao nosso redor.

Nesta edição, trazemos muitas histórias com essa pretensão, tanto ao re-gistrar a data histórica de 90 Anos do Centro Universitário Belas Artes – em 23 de setembro de 2015 - quanto de resgatar a importância da Vila Mariana, onde a instituição se localiza atualmente. O primeiro BuzzArt se torna assim um “ponto de encontro” entre um dos bairros mais culturais de São Paulo e uma instituição que ajudou a escrever a história do ensino superior no Brasil na área da economia criativa.

Vida longa ao BuzzArt, à Belas Artes e ao jornalismo, em qualquer que seja a plataforma em que ele se manifeste. Boa leitura!

* Professor responsável pela produção do jornal-laboratório BuzzArt** Estudante do curso de Jornalismo da Belas Artes e editora-chefe do BuzzArt

ReitorProf. Dr. Paulo Antonio Gomes Cardim

Assessora de PlanejamentoProfa. Maria Lúcia de Oliveira Gomes Cardim

Assessora-InstitucionalPatrícia Gomes Cardim

Pró-Reitor AdministrativoProf. Dr. Francisco Carlos Tadeu Starke Rodrigues

Pró-Reitor AcadêmicoProf. Dr. Sidney Ferreira Leite

Pró-Reitor InstitucionalProf. Me. Turguenev Roberto de Oliveira

Coordenador do Curso de JornalismoProf. Me. Márcio Rodrigo Ribeiro

Editora-ChefeMaria Amélia Costa

Diretora e Editora de ArteCarolina Farias

EditoresFernanda Quintero, Isabella Jarrusso, Patrícia Haddad e Vinícius Brilhante

RepórteresAmanda Schwarz, Bruna Tavares, Gabriela Zavagli, Geovanna Nunciato, Giulia Mendes, Laura Foroni, Maíra Campos e Tatiane Ferreira.

Professores ResposáveisAnderson Gurgel (Texto e Edição) e Denise Tangerino (Projeto Gráfico e Diagramação)

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Quem faz BuzzArt Conheça o perfil da equipe que publicou esta edição

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Sentir São Paulo como um mosaico de culturas, riquezas, problemas, sorrisos, angústias, diferenças e indiferenças é, obviamente, afirmar mais um lugar comum sobre a cidade. Quantos já não escrever-am sobre São Paulo e enalteceram sua real diver-sidade? Mas resta-nos um alento: nossa metrópole dos trópicos consegue ir além de seu divã quando passeamos pela Vila Mariana. É um percurso pelo tempo e o espaço sem a necessidade de qualquer terapia para se compreender!

Qual bairro consegue ser tão caleidoscópico quanto o nosso? A Vila Mariana nos oferece outros infinitos olhares e sensações, seja tanto pelos es-paços que possui, com suas praças, lojas, bicicletas, museu, favela, prefeito e mendigo como também pela curva do tempo que nos revela a cada esquina, com pessoas que parecem conversar há mais de 50 anos, prédios bonitos, barbearia, shopping center e, enfim, uma enorme liberalidade entre o velho e o novo, o impermanente e a certeza.

Divirto-me em perceber um bairro tão acolhe-dor. O mesmo carinho que há no olhar resignado dos mais velhos há também com os que chegam agora habitando as novas torres de apartamentos do seu último boom imobiliário. Ainda parece que se novos moradores chegarem também se encan

Por Enio Moro Junior*

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Entre os bacharelados de Comunicação Social, o de Jornalismo é o “caçu-la” na Belas Artes. Antes dele, vieram Publicidade e Propaganda, Rádio e TV e Relações Públicas. Quando Jornalismo foi lançado, em 2014, muitos nos ques-tionaram sobre o motivo de apostarmos nele. A resposta é simples: apostamos na Comunicação (que merece, sim, um C maiúsculo) porque ela é essencial para a nossa existência. Ela é essencial para a construção de um mundo mais acolhedor e agradável, onde as pessoas tenham mais chances de buscar a fe-

A arte de comunicar-se

licidade e, claro, a realização pessoal. E qual a missão de uma instituição de ensino, se não a de proporcionar meios para a realização pessoal de cada um dos seus alunos?

Agora, a Belas Artes apresenta o primeiro jornal impresso produzido pelos alunos do curso de Jornalismo – e certamente alguns irão nos questionar: por que um jornal impresso, quan-do os veículos estão todos apostando em versões digitais? Em primeiro lugar, porque é sempre necessário que o aluno pas-se por um processo da história da sua profissão – a história que definiu estética, procedimentos, atitudes, etc. Em segun-do lugar, porque o fato de alguns veículos impressos estarem com dificuldades não significa que a comunicação impressa está com os dias contados – significa que muitos veículos não souberam se reinventar em um mundo que passou por uma profunda transformação na maneira de estabelecer comuni-cação. Há, claro, outros motivos – mas não quero alongar-me nesse ponto, pois a leitura dos textos produzidos pelos nossos alunos aguarda por você e ainda quero abordar outra questão crucial para Belas Artes.

Em 2015, abrimos a primeira turma da graduação de curta duração em Mídias Sociais Digitais. Novamente, fomos ques-tionados. Afinal, porque a Belas Artes abriu um curso que concorre com Jornalismo? Acredito que está aqui uma opor-tunidade de responder a esta pergunta: porque os dois cursos não são concorrentes. Podem ser complementares, aliás, para aqueles que desejarem fazer ambos. O curso de Mídias Sociais Digitais foi preparado, após uma longa análise, com foco nos estrategistas digitais. Por mais que ele possa atuar como pro-dutor de conteúdo online, ele não está necessariamente liga-do a um veículo de comunicação – ele provavelmente estará no departamento de Marketing de uma empresa, será um es-pecialista em e-commerce ou atuar numa plataforma própria, que gere renda ao articular-se comercialmente com seu pú-blico e anunciantes. E estas são apenas algumas das opções!

O erro de muitos é acreditar que temos pouco espaço para os profissionais atualmente. O mercado, na verdade, carece de profissionais inovadores, capazes de avaliar o mercado e cons-truir um repertório amplo para aproveitar as oportunidades. Não há problemas em termos um curso de Jornalismo e outro de Mídias Sociais Digitais. Estamos, muito pelo contrário, con-fiantes de que os dois caminharão próximos, integrando con-teúdos, fazendo pontes entre os alunos e indicando um cami-nho em que as diversas maneiras de estabelecer comunicação se complementem e nos ajudem a processar a quantidade imensa de informação de um mundo que, infelizmente, pro-duz mais conteúdo descartável do que conteúdo relevante.

Diretor Presidente Prof. Dr. Paulo Antonio Gomes Cardim

E se São Paulo fosse uma grande Vila Mariana?

tarão e até os que não vieram certamente estarão arrependidos e só nós, fanáticos pela Vila Mariana, saberemos o motivo.

O mais ilustre ausente é seu maior parque, o Ibirapuera. Sim, Ibirapuera, pois no projeto original, um dos seus limites era a rua França Pinto, dando um olé na Avenida 23 de Maio e expandindo nossas fronteiras. O Ibirapuera é nosso!

A minha vila Mariana também pode ser 24 horas, pode ser Metrô, quem sabe até retrô. Ela mantém solidas relações de comunidade tanto entre as pes-soas que moram, trabalham, estudam e passam imperceptíveis, como também pela sua vizinhança, não só estabelecida pelos muros de suas casas e prédios.

Ser vizinho na Vila Mariana é um estado de graça! Se nossa cidade repro-duzisse as relações afetuosas, de espaço urbano, conexões e cidadania que é a própria tradução da Vila Mariana, São Paulo seria, sem dúvida, muito melhor.

*Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Palavras do ReitorFo

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Ao completar 90 anos de história, o Centro Uni-versitário Belas Artes de São Paulo pode come-morar a trajetória de sucesso que marca a insti-tuição. Ao longo do século passado, mais que se mover de instalações no centro de São Paulo para o aconchegante bairro da Vila Mariana, a “BA”, como os alunos carinhosamente a chamam, evo-luiu do desafio do ensino clássico sobre o ensino de artes e humanidades para uma visão inovadora sobre o papel da educação no século XXI.

Com êxito, a Belas Artes superou grandes de-safios ao longo das décadas e inicia as comemora-ções da data festiva com a percepção pública e das fontes de acreditação sobre sua qualidade de ensi-no, pesquisa e extensão. Inclusive, tendo alcança-do resultados que coloca a B.A. entre as principais instituições privadas de educação do país.

Fundada com o nome de Academia de Belas Artes de São Paulo por Pedro Augusto Gomes Car-dim, em 23 de setembro de 1925, a instituição en-volveu-se ativamente no cenário cultural da maior cidade do Brasil. Participou da criação do Teatro Municipal, do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, da Academia Paulista de Letras, da Companhia Dramática de São Paulo e do próprio Centro Universitário.

Dividiu as instalações com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Luz, centro da capital paulista, sendo responsável por todo seu acervo durante sete anos na década de 1930. Lá perma-neceu até os anos 80, quando se mudou para a Vila Mariana, bairro que sedia todos os campi da intituição atualmente.

“A saída do prédio da Pinacoteca e a chega-da à Vila Mariana, onde se encontra até hoje se constituiu num dos mais importantes da história da Belas Artes”, relembra Antônio Santoro, pro-fessor que trabalha na instituição há mais de 40 anos. Ele, que foi testemunha ocular de grandes momentos da B.A. nas últimas décadas, fala com orgulho de ter vivenciado a consolidação da BA como um dos mais importantes centros universi-tários do país.

Segundo ele, o momento atual marca a ex-pansão da oferta de cursos, sempre com grande oportunidade de mercado. “Além do mais, é da cultura da casa ter os melhores professores e ain-da os melhores laboratórios e equipamentos para os alunos”, frisou.

Personalidades históricas

Sempre sendo protagonista dos movimentos artísticos brasileiros desde a década de 1920 até hoje, a Belas Artes sempre contou com a presença em seus quadros de nomes expressivos da arte em suas realizações.

Outro nome de referência nesse quadro é Be-nedito Calixto Neto, que foi formado na institui-ção, no curso de Arquitetura. O arquiteto foi o responsável pelo projeto da Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, localizada no interior de São Paulo. Santoro lembra que, dentro do pio-neirismo que marca a instituição, a Belas Artes foi a pioneira na oferta de curso de Arquitetura na ci-dade de São Paulo.

Reinvenção

Os cursos da área de Design, há 30 anos na casa, são recentes, porém, a implementação deles foi determinante na expansão da instituição, acompa-nhando assim a demanda imposta pela sociedade de profissionais capacitados e com formação dire-cionada para a criatividade para o desenvolvimen-to de projetos.

O Pró-Reitor Acadêmico Sidney Leite, conta que, há 15 anos, a escola tinha metade dos alu-nos e dos cursos que tem hoje. “Basicamente ela existia nas Unidades 1 e 2”, destaca. “Os outros vieram bem depois com o crescimento da área de design, talvez a área que mais cresceu ao longo desses 15 anos.”

Outra área destacada por Leite é a de comuni-

Evoluindo com junto com as práticas de ensino e com os anseios de uma formação inovadora em artes e humanidades, a instituição comemora a nona década de vida com foco em criatividade e excelência

Amanda Schwarz, Bruna Tavares, Maíra Campos e Tatiane Ferreira

Belas Artes projeta os próximos 90 anos

cação, uma nova fronteira que a instituição vem desbravando. Com cursos de formação em Publicidade, Relações Públicas e Rádio & TV, a BA já tinha se con-solidado no mercado. Do ano de 2014 para cá foram incorporados dois novos cursos, o de Jornalismo, com vocação para a área cultural e, ainda, o tecnólogo em Mídias Sociais e Digitais.

Entre as estratégias centrais do momento atual da Belas Artes, ressalta Leite, está o foco em economia criativa. Como uma “jovem senhora” de 90 anos, a instituição se reinventa e sai na frente, adotando uma visão filosófica de ponta, no quesito ensino e formação com ênfase em inovação. Segun-do Leite, a criatividade é um dos maiores valores desse novo século e a BA está comprometida em incutir nos seus alunos essa visão, o que garantirá a eles sucesso e ferramentas para fazer o diferencial na sociedade brasileira do novo milênio.

Conjuntura social

Em relação à conjuntura macroestrutural, Leite lembra que é um desafio manter a qualidade de ensino, em um cenário altamente competitivo das ins-tituições privadas de ensino superior no mercado nacional.

Ele explica que o mercado mudou muito com a adoção de programas como o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e com a entrada de grandes investidores que estão comprando instituições de ensino superior e criando grandes grupos educacionais de ensino. “As políticas econômicas desfavorá-veis implementadas criam muitas dificuldades para as instituições tradicionais manterem seus negócios, mas a Belas Artes resiste e destaca-se no mercado e na mídia”, afirma Leite.

Para ilustrar, ele acrescenta: “Nós saímos de um cenário em que era relativa-mente fácil você abrir uma faculdade, tanto que muitos colégios que eram de bairro viraram faculdade. Mas, logo depois esses colégios enfrentaram gran-des dificuldades e acabaram fechando. As faculdades que sobreviveram foram incorporadas por grandes grupos nacionais e internacionais que chegaram ao Brasil, e isso tem exigido da Belas Artes um desafio enorme para sobreviver”, explicou Sidney.

O Pró-Reitor Acadêmico lembrou que hoje o país conta com grupos com mais de um milhão de alunos. “Os maiores grupos do mundo de ensino su-perior estão no Brasil e, portanto, temos que fazer uma escola diferente para sobreviver, porque se entrarmos no campo de competição com esses grandes grupos a escola não resiste”, destacou.

Neste sentido a faculdade desenvolve projetos, parcerias, e políticas edu-cacionais e culturais para se diferenciar, aprofundar o conhecimento dissemi-nado para os alunos. Entre eles está o Museu Belas Artes de São Paulo (MUBA), fundado em 2007, vinculado a instituição pela mesma mantenedora, a Febasp Associação Civil. Seu acervo conta com mais de 1000 obras, entre elas, sobre-tudo, pinturas, gravuras, esculturas e desenhos de personalidades importantes do século XX.

Aberto ao público, o MUBA tem como objetivo viabilizar o contato do pú-blico com a arte e documentar a memória da instituição por meio do envolvi-mento dos alunos, professores e pesquisadores.

O museu guarda o patrimônio do ex-professor da Belas Artes e arquiteto, Eduardo Kneese, e o acervo de design, destacando os desenhos do estilista Dener Pamplona de Abreu, importante ícone da moda nos anos 60 e 70 no Brasil, além da Coleção Vicente Di Grado.

Parcerias

O Cento Universitário Belas Artes de São Paulo é uma instituição reconhe-cida pelo MEC como acima das referências de qualidade. Entre os cursos com nota máxima, ou seja, com uma pontuação 5, estão Relações Públicas, Artes Visuais, Rádio e TV, Design de Produto e Design Gráfico, os demais variam en-tre as notas 4 e 3.

A coordenadora do curso de Relações Internacionais, Luciene Godoy, res-saltou esta questão: “A Faculdade está incorporando todas as evoluções e mu-danças da sociedade, está cada vez mais aprimorando a questão da qualidade do ensino, isso de fato tornou-se a uma bandeira da instituição”, completou.

Ao longo destes 90 anos, o Centro Universitário Belas Artes ganhou pres-tigio nacional e as suas parcerias com a Art Print, CNA, Fast Shop, Cultura Es-pañola, Itaú Cultural, Instituto Cultural Ítalo-brasileiro, Yázigi, entre outras, de-monstra esse sucesso. Tais parcerias contribuem para o desenvolvimento da escola e dos alunos.

Harvard Model Congress

Em 2014, aconteceu a primeira edição do Harvard Model Congress na América Latina (HMCLA). Evento que já acontecia na Europa e nos Estados Unidos, teve sua estréia sediada pela Belas Artes e reuniu alunos do ensino médio do Brasil e de diversos outros países sulamericanos para juntos deba-terem problemáticas mundiais e assuntos que envolvem política e economia.

O evento de cunho internacional foi voltado para os alunos de Relações Internacionais, que tiveram a grande chance de participar de algo signi-ficativo e importante para as promissoras carreiras. Como o evento teve grande sucesso, sua segunda edição, em agosto de 2015, teve a instituição como sede novamente. O que proporcionou além de um grande aprendi-zado para todos os envolvidos, maior reconhecimento do Centro Universi-tário dentro do mundo acadêmico.

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Belas Artes:Uma história de grandes momentos

Década 1920

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Década 1930

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1 - Pedro Augusto Gomes Cardim (1865 – 1932). Fundador da Escola de Belas Artes de São Paulo.

2 - Prédio onde foi fundado a Escola, no bairro de Vila Buarque.

3- Instalações de sala de aula na primeira sede da Escola.

Década 1960

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7 - Visita aos túmulos de Pedro Cardim e Alexandre Albuquerque, para a comemoração dos 25 anos de Escola Belas Artes.

8 - Alunos da BA executam trabalho de mosaico, 1955.

Década 1990

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12 - Sede da Belas Artes na Vila Mariana.

13 - Professor Vicente Di Grado junto a algumas de suas esculturas. Obra a direita foi o primeiro trabalho feito por ele quando aluno da escola.

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4 - Devido ao movimento de 1932, a BA teve que mudar às pressas de prédio, indo para a Rua 11 de Agosto, perto da praça da Sé. No mesmo ano, a Escola assumiu oficialmente a guarda e conservação do acervo da Pinacoteca do Estado

5 e 6 - Exposição de alunos

Década 1940A Escola de Belas Artes deixa o prédio da Pinacoteca do Estado.

119 - Professor Vicente Larocca, primeiro à dir., leva grupo de alunos para conhecer Brasília.

10 - Formandos de 1965. Sentados, professores da BA.

11 - A nova administração, os diretores da Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Paulo e Luciano Gomes Cardim.

Década 1970Em 1979, a Escola de Belas Artes de São Paulo ganha o reconhecimento como Faculdade de Belas Artes e é transferida o atual endereço.

Década 1980O curso de Arquitetura é integrado ao Complexo Educacional FEBASP na Vila Mariana.

Década 2000Fundação do MUBA e reconhecimento como Centro Universitário. Inaugurada a Unidade III.

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A Spama é uma comunidade localizada na zona oeste da cidade de São Paulo. Em 28 anos, nunca havia ocorrido nenhum projeto social que se habili-tasse a melhorar a vida dos moradores que vivem ali sem saneamento básico, esgoto, água encanada ou energia elétrica. Iniciada em 2011, a atuação do curso de Arquitetura e Urbanismo da Belas Artes ajudou a mudar a história do local, contudo. O professor do curso, Marco Aurélio Oliveira, recebeu na instituição de ensino a visita de alguns moradores da Spama pedindo ajuda. Eles vieram atrás do pesquisador que tinha palestrado para uma plateia de 600 pessoas, entre elas uma moradora da comunidade. A primeira visita à favela foi feita por docentes e alunos voluntários para identificar a gravidade dos pro-blemas locais e analisar o que poderia ser feito para ajudar aquelas pessoas. A empatia com os moradores foi imediata.

“As 300 famílias da Spama pediam água, pois jamais houve nenhum pro-jeto social lá dentro, eles só queriam água”, recorda Oliveira. Em todos os pontos da favela afloravam esgotos irregulares e esse era apenas o primeiro problema a se resolver para não piorar outros fatores. Assim, centenas de mangueiras foram espalhadas pelas vielas para distribuir água aos moradores. Junto com a Sabesp, Marco Aurélio Oliveira, que se tornou responsável pelo projeto, utilizou de sistemas precários hidráulicos já existentes para criar uma nova rede de abastecimento de água simples e eficaz.

O segundo passo foi conceber espaços sociais de convivência dentro da comunidade. “Só criamos esses núcleos para que os moradores entendessem que espaços comuns também são importantes”, diz Oliveira. Até então, não existia na Spama lugares que possibilitassem o encontro de seus habitantes, o que dificultava qualquer tipo de atuação voluntária. A partir da construção desses locais, foi possível dar um dos passos mais importantes do projeto, tendo grande impacto na vida de todos na comunidade: cursos profissionali-zantes. Procurando envolver tanto mulheres quanto homens, iniciaram-se as aulas de elétrica, maquiagem, construção civil, design de sobrancelha, cabe-leireiro e manicure.

Curso de “autoestima”A princípio, os cursos eram pra aumentar a autoestima das mulheres da

comunidade para que elas se cuidassem mais e começassem a fugir do ócio, pois elas não trabalhavam fora, largavam a escola com frequência e tinham muito tempo livre. “Comecei a investir na educação de cada uma das minhas alunas: eu propus que o curso seria apenas a porta de entrada para um empre-go que elas poderiam ter em algo prazeroso e que desse retorno tanto finan-ceiro quanto pessoal”, diz Edula Carmongio, professora voluntária do curso de

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maquiagem. Nos cursos, eles procuraram conscientizar as pessoas que nenhuma em-

presa contrata funcionários sem o ensino médio completo e então, durante a última aula, 80% delas estavam matriculadas em escolas de segundo grau e fizeram questão de demonstrar isso, apresentando com orgulho os compro-vantes de matrícula. Esse resultado na educação mostra que a maior mudança na vida delas foi o desejo pelo aprendizado.

Mudança de prioridadeA ideia de Oliveira era capacitar os moradores a disputar uma vaga de em-

prego fora da favela com um mínimo de equidade perante outros concorrentes, para não mais viverem apenas de benefícios federais ou da venda de materiais recicláveis . Toda essa mudança na maneira como os habitantes enxergavam o mundo fez despertar neles o interesse em um novo conceito: o belo. Eles já não queriam mais serem vistos como os moradores de um lugar que concen-trava uma grande quantidade de lixo logo em sua entrada.

O projeto também estimula até hoje transformações já que procura trazer as mulheres da Spama, que ainda em muitos casos são excluídas da sociedade, para dentro das discussões, envolvendo-as em atividades que são extrema-mente atraentes como os cursos de estética e beleza. Elas têm transformado a sala de aula em fórum de discussões, mudando seus conceitos sobre elas mes-mas e perante aos outros, com os filhos e os maridos. “É um momento muito especial”, afirma o professor.

O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo foi um agente fundamen-tal no início do projeto por seu apoio institucional. Hoje, um parceiro im-portante é o Instituto Neotropica (de responsabilidade da Cyrela) que está na espinha dorsal da iniciativa e estimula a formação de pessoas de baixa escolaridade e apoia o desenvolvimento comunitário com base nas com-petências que os indivíduos possuem. Tal postura permitiu a compra de materiais de consumo e o pagamento de profissionais, possibilitando que as atividades acontecessem na comunidade todos os dias úteis e nos finais de semana também.

Com ações que envolvem capacitação de todas as pessoas, o projeto pro-move cidadania. A jovem Stephanie Paulino, uma dessas mulheres que fize-ram o curso de maquiagem, conta como isso a ajudou nessa transição: “Agora eu sei ficar bonita, eu não tenho mais vergonha de passar maquiagem e achar que estou feia. O curso mudou não só minha maquiagem, mas meu jeito”, destaca a jovem. Resultado prático de um projeto que continua até os dias de hoje mudando a vida da Spama.

Mudando a visãoda comunidadeProjeto iniciado por professor da Belas Artes contribui para apromoção de cidadania em comunidade carente

Por Carolina FariasCarolina Farias

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A Economia Criativa é pauta obrigatória no mundo dos negócios dentro dos novos paradig-mas da economia da informação, da globalização e da sustentabilidade. Também é assunto que casa perfeitamente com as novas gerações e com o mundo altamente conectado e convergente da contemporaneidade.

John Howkins, um dos principais pensadores da economia criativa, defende, em seus livros, que esse novo paradigma surge da necessidade que o homem tem em inovar nos seus vários processos sociais, principalmente os que envolvem práticas econômicas. Por isso é que faz sentido perceber que das empresas tradicionais aos novos negócios, essa nova mentalidade vem ganhando cada vez mais espaço.

Um segmento em destaque no qual a criativi-dade vem fazendo toda a diferença é o ramo de alimentação e lazer. Saindo do universo dos escri-tórios e estúdios, são as cafeterias, bares, restau-rantes e lojas diversas que estão ganhando visibi-lidade quando alinhadas aos ideais da economia criativa. Um exemplo natural que está por todas as regiões de São Paulo é a febre dos food trucks. Os trailers que comercializavam comidas pelas ruas da capital não tinham muita visibilidade ou, pior, eram mal vistos até por parte da população. Para muitos, comer na rua é um hábito pouco higiênico ou “fora de moda”, de baixo status social.

Por isso, esses carros móveis de venda de co-midas não tinham o status que estão ganhando agora. Por consequêncioa, não tinham um pú-blico fiel, e não causavam alvoroço na socieda-de. Bastou a ideia ter sido repaginada, e o que antes era algo comum, virou “food trucks” febre em todo lugar. Na Rua Augusta, região central de São Paulo, por exemplo, foi criado um espaço chamado Calçadão Urbanoide. Onde antes era um espaço parcialmente ocioso e parcialmente estacionamento surgiu uma agitada feirinha de comidas diferenciadas, com vocação para opções

gourmets e muita música, clima “moderninho” e espaço para circulação de pessoas e novas ideias.

De certa forma, o espaço gourmet surgido na Rua Augusta foge dos pa-drões e da comodidade dos shoppings centers ou restaurantes tradicionais. Mas é justamente isso que faz com esse empreendimento seja um caso rele-vante de economia criativa, pois ela não se destaca apenas por ser diferente, mas sim pelo impacto que gera na sociedade e pelo poder que tem de ala-vancar setores econômicos dos mais vários tipos.

Bares criativos

E o que surge se misturar o famoso hábito de frequentar bares com a po-pularidade crescente das séries de TV? Sob a ascendência da nova geração, dá para dizer, surge uma nova tendência que vem ganhando muitos adeptos e buzz nas redes sociais. Percebe-se um aumento significativo de novas ca-sas que tentam conectar o tradicional lazer de beber e comer com o mundo pop e do entretenimento. Como no caso da cafeteria Sofá Café, localizado nos Jardins. O local é inspirado no famoso seriado norte-americano Friends. Um am-biente que se baseia na cafeteria que é o cenário principal da série. Com cardá-pio diferenciado, ambiente com um clima harmonioso e pequenos detalhes que remetem à série de televisão. Acaba agradando à fãs e também a quem nunca viu falar desse programa de TV.

Não tão focado em uma série específica, o Season One Arts & Bar, tam-bém localizado na Rua Augusta, é inspirado por todas as séries de televisão tanto da atualidade, quanto do passado. Sendo, portanto de um público mais abrangente, afinal nem que seja uma, todos tem uma série que goste. A ideia surgiu a partir de uma crise financeira em um bar, que não tinha “nada de especial”. O dono resolveu inovar e criar algo totalmente dife-rente e que atraísse o público. “Fazemos drinks em eventos e se dá certo colocamos no cardápio. Como do personagem Raj, de The Big Bang Theory, ou, ainda, outros em homenagem a Dexter e Breaking Bad”, revela Marcus Ribeiro, um dos sócios do empreendimento. “Agora que estamos exibindo Game Of Thrones fizemos um drink especial, se der certo poderá entrar no cardápio.”

Se a Economia Criativa, como aponta John Howkins, em seus estudos, está muito ligada a novas necessidades, casos como os citados aqui ilustram bem esse contexto. E com sucesso. Além de ambientes populares e que fazem su-cesso, não se pode ignorar também que ambientes criativos são propícios para atrair e impactar a sociedade diante dos negócios e empreendimentos comuns. São lugares onde, além de se divertir, fluem boas ideias e que podem fazer diferença no mundo.

Criatividade é o tempero de empreendimentos gastronômicosConceitos de Economia Criativa são o diferencial de novos bares e restaurantes que estão em destaque na cidade

Por Fernanda Quintero e Isabella Jarrusso

Acima, ambiente temático do bar Season One Arts & Bar

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Divulgação

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MAPA CULTURALE GASTRONOMICODA VILA MARIANA

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1 CENTRO CULTURAL SÃO PAULOInaugurado em 1982, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) transformou-se em um dos primeiros espaços culturais do país e se localiza na Vila Mariana sendo um espaço público de cultura e convívio. O local conta com apresentações de teatro, dança, música, séries com foco na literatura e na poesia, mostras de artes visuais, cinema, oficinas, debates e palestras, tudo gratuito ou a preços populares. Com jardins e árvores no espaço, o CCSP é o lugar certo para quem procura as mais diversas atividades, um espaço in-teiramente público feito para estar, criar e ser.

Informações: Rua Vergueiro, 1000 - ParaísoVisitação: Terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domin-gos e feriados (exceto Carnaval e Páscoa), das 10h às 18h.Telefone: (11) 3397 4002

2 MUSEU DA MATEMÁTICALocalizado perto do Metro Ana Rosa, o Museu da Matemáti-ca é todo voltado à ciência dos números e possui, inclusive, aulas durante os finais de semana para alunos interessados na matéria. Em quatro andares, o museu é dividido em lab-oratórios e salas de aula. O que mais chama a atenção no local são as paredes cobertas de quadros com retratos de matemáticos e pensadores das mais diversas épocas.

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Informações: Rua Gaspar Lourenço, 64 - Vila MarianaTelefone: (11) 3931-7281

3 AUDITÓRIO BACCARELLI | TEATRO DIAS GOMESO Auditório Baccarelli foi inaugurado no ano de 1996, quando o maestro Silvio Baccarelli assistiu a um incêndio na comunidade de Heliópolis. Ele se comoveu, e decidiu iniciar um projeto que ensina música para crianças e ad-olescentes. O local escolhido foi o Auditório de mesmo nome na Vila Mariana, onde ocorrem atividades sociocul-turais que focam no lado musical e artístico dos alunos.

O Teatro Dias Gomes patrocina há anos a Oficina dos Menestréis, uma empresa de teatro musical que pos-sui projetos de inclusão social e formação de publico, além de excelência no uso de uma linguagem original e própria.

Informações: Rua Domingos de Morais , 348 - Metrô Ana Rosa – Vila Mariana. Telefone: (11) 5575-7472

4 SESC VILA MARIANAO Sesc Vila Mariana foi inaugurado no ano de 1997 e conta com uma completa estrutura moderna que com-

MUSEUS E CENTROS CULTURAIS

8

Por Gabriela Zavagli, Geovanna Nunciato, Giulia Mendes, Vinícius Brilhante

porta apresentações de teatro, shows e é considerado um dos espaços esportivos e culturais mais importantes de São Paulo.

Informações: Rua Pelotas, 141 – Vila MarianaTelefone: (11) 5080-3000

5 e 6 MUBAOrganizado em 2007 o Museu Belas Artes de São Pau-lo (muBA) é vinculado ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Concebido também como museu universitário, o museu encontra na pesquisa um de seus grandes compromissos, envolvendo alunos, pro-fessores e pesquisadores e se reafirma como difusor de produção cultural, acadêmica e científica.

Unidade 3: Rua José Antônio Coelho, 879 - Vila Mariana – São Paulo – SP Unidade 1 e 2: Rua Álvaro Alvim, 90 - Vila Mariana – São Paulo – SP - Telefone: (11) 5576-7300

7 MUSEU DA ARTE MODERNALocalizado no Parque do Ibirapuera, o Museu da Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) é fundamental para

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9BUZZART I Edição 1 I Setembro 2015 9BUZZART I Edição 1 I Setembro 2015

Infográfico: Denise Tangerino

3

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2Metrô Ana Rosa

Metrô Vila Mariana

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os amantes da arte contemporânea brasileira. O local é a casa de mais de 4000 obras, sendo elas pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, vídeos e instalações.

Informações:Av. Pedro Álvares Cabral – Portão 3Telefone: (11) 5085-1300

8 PAVILHÃO JAPONÊSComo mais uma atração no Parque do Ibirapuera, encon-tramos o Pavilhão Japonês, uma construção inspirada no Palácio Katsu, de Quioto. Além de um grande jardim, o pavilhão também mostra a cultura japonesa, trazendo peças em cerâmica, trajes de guerreiros e outros objetos típicos dessa cultura muito apreciada em São Paulo.

Informações: Av. Pedro Álvares Cabral – Portão 10 - Parque do Ibirapuera.Telefone: (11) 5081-7296

9 MUSEU AFRO BRASILTambém localizado no Parque do Ibirapuera, o Museu Afro Brasil foi inaugurado em 2004 e trás diversos aspec-tos da cultura africana e afro-brasileira, como a religião, trabalho, arte e escravidão em mais de 6 mil obras, sendo

pinturas, gravuras, fotografias, documentos e até mesmo peças etnológicas que foram produzidas do século 18 até os dias atuais.

Informações: Av. Pedro Álvares Cabral – Portão 10Telefone: (11) 3320 8900

10 CINEMATECA BRASILEIRAA Cinemateca Brasileira tem como missão preservar a produção audiovisual brasileira. Desenvolve atividades em torno da difusão e da restauração de seu acervo, um dos maiores da América Latina. São cerca de 200 mil ro-los de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. Possui também um amplo acervo de documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes e faz exibições de filmes.

Informações: Largo Senador Raul Cardoso, 207 - Vila Clementino - 04021-070 - São PauloTelefone: (11) 3512-6111 / Email: [email protected]

11 TEATRO MARCOS LINDENBERGO teatro Marcos Lindenberg pertence à Unifesp e patro-cina o Coral Unifesp, que fez diversos espetáculos ao lon-

go dos anos, como as obras de Chico Buarque “Ópera Do Malandro” e “Os Saltimbancos”.Informações: Rua Botucatu , 862 - Vila Mariana Telefone: (11) 3582-1361

12 MUSEU LASAR SEGALLO Museu Lasar Segall consiste em uma associação civil sem fins lucrativos, possui um vasto acervo mu-seológico, uma biblioteca especializada em artes do espetáculo e fotografia e é um centro de atividades culturais aonde são propostos programas de visita monitorada, cursos de gravura, literatura na prática, fotografia, projeção de cinema

Informações: Rua Berta, 111 - Vila Mariana Telefone: (11) 5574-7322

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Diferencial no bairro da Vila Mariana, o Sesc é uma instituição voltada para a cultura e atividades esportivas em uma cidade carente de ações e projetos nestes setores. Um exemplo interessante de iniciativas realizadas pelo local é o projeto de oficinas de teatro que vem sendo realizado ali.

Diretor e escritor de “Música para Cortar os Pulsos”, Rafael Gomes e osatores da peça, Mayara Constantino, Victor Mendes e Fábio Lucindo, junta-ram-se a convite do Sesc Vila Mariana, para conduzir uma oficina de teatro gratuito. A oficina de teatro se baseia na audição e no debate de uma seleção musical, de modo a estimular a criação de histórias e de pequenos textos livrespensados para a cena.

O Sesc procurou a Empório de Teatro Sortido para realizar tal trabalho como elenco. “Já havíamos feito essa mesma oficina no Rio de Janeiro, no Sesc Copacabana, mas num formato bem menor, tanto em duração, quanto em público”, conta o ator Fábio Lucindo.

A Oficina no Rio de Janeiro aconteceu em 2013 e na época foi bem rece-bida pelo público. “Quando recebemos o convite do Sesc/SP nos reunimos, ponderamos e decidimos topar, pois a experiência no RJ foi positiva”, comple-ta Lucindo.

Segundo informações da instituição, durante as aulas, serão utilizados como elemento de inspiração e estudo algumas cenas de filmes, óperas e ou-tros espetáculos musicais, como números de dança contemporânea. Parale-lamente, exercícios lúdicos de expressão corporal e verbal também serão mi-nistrados aos participantes. “A oficina consiste justamente em abrir o processo de criação da peça para o público e desenvolver um trabalho a partir dele”, explica o ator.

“Música para Cortar os Pulsos” ficou em cartaz por mais de dois anos, che-gando ao fim em setembro de 2013. A peça tem dez cenas curtas e conta as histórias amorosas de três jovens. A personagem Isabela (Mayara Constanino) sofre porque foi abandonada, o personagem Felipe (Fábio Lucindo), sofre por-que quer se apaixonar, e o último é Ricardo (Victor Mendes), seu amigo, que está apaixonado por ele. Cada uma dessas histórias se desenrola ao som das músicas designadas para “cortar os pulsos”.

A peça ganhou prêmio na montagem, na categoria Melhor Espetáculo Jo-vem, pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e na Festa Internacio-nal de Teatro de Angra (FITA), em Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Iluminação.

O diretor Rafael Gomes mostra a vontade que tem em transformar a peçaem filme, no blog de “Música para Cortar os Pulsos”. Mas sobre a possibilidade de um filme ou de uma nova temporada da peça, o ator Fábio Lucindo esclare-ce que o futuro ainda é incerto, mas que projetos estão surgindo lentamente.“Ainda não temos nada absolutamente confirmado, mas estamos avaliando todas as possibilidades“, completa Lucindo.

Agitação e formação cultural no Sesc Vila MarianaUnidade localizada no bairro tem ampla programação, entre elas ações como oficinas teatrais

Isabella Jarrusso

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Ao se circular pelas ruas da Vila Mariana, bairro da Zona Sul de São Paulo, o transeunte ficará com a impressão de estar em local privilegiado, com qual-idade de vida e serviços, em grande parte por causa dos muitos equipamentos culturais existentes no local.Uma questão é a triste história de uma casa de cultura, já inexistente, e que se chamava Villa Kyrial.

A pesquisadora Márcia Camargos, que desen-volveu uma tese de doutorado sobre o assunto e que depois virou o livro Villa Kyrial: crônica da Belle Époque paulistana (publicado pela Editora Senac em 2001), lembra dos seus estudos sobre história sempre com muita emoção. Na fala dela, fica a denúncia de que, com o passar dos anos, dados históricos vem sendo apagados da cidade de São Paulo, locais tombados são invadidos por sem te-tos e as pessoas não se importam.

“É como se o nosso passado não fosse relevante para a nossa história”, lamenta a historiadora, frisando que onde foi a Villa Kyrial hoje é somente mais um prédio “moderno”, sem qualquer relação com o passado relevante que havia naquele local.De Paris para a Domingos

Marcia relembra que a Villa Kyrial, na verdade, era uma chácara na Rua Domingos de Morais, número 10, e que, no início do século XX tornou-se um grande centro de cultura da capital paulistana,

em diálogo com o estilo e as ideias vigentes nos salões franceses do período. Segundo ela, o local foi ponto de encontro de grandes personalidades que visitaram o país e também reuniu a elite in-telectual da época.

O fundador da casa, José Freitas de Vale, gaúcho, era um homem muito rico que apreciava todos os tipos de cultura, desde a bossa nova até pinturas de artistas como Tarsila do Amaral. Na ver-dade, destaca Marcia, muitos nomes importantes da cultura e das artes nacionais passaram pela sua chácara e contribuíram para a fama do local.

A pesquisa lembra que paredes pintadas com afrescos de Antonio Gomide, por exemplo, perd-eram-se com a demolição do local. “O que é mais triste é o fato de que hoje existem técnicas que per-mitiriam retirar essa obra de lá”, lamenta.

Perda urbanísticaPoucas são as pessoas que realmente sabem ou

tem qualquer conhecimento sobre a Villa Kyrial, os poucos registros que sobraram estão em posse da família e da jornalista Márcia Camargo, casada com o bisneto do José Freitas de Vale.

“É um crime o que foi feito com o local”, desaba-fa Marcia. Além da perda de objetos artísticos e da memória da cidade, ela também lamenta a perda

Um bairro com história para contarMistura de vacações e tribos, a Vila Mariana tem um local próprio no mosaico que é São Paulo; conheça um pouco da história desse local, a partir da triste história da Villa Kyrial, um patrimônio da cultural que se perdeu por causa do descaso com a memória e cultura locais

Por Laura Foroni

Abaixo, da esquerda para direita, modernistas na Villa Kyrial no almoço do 1º domingo após a Semana de 22; galeria de arte dentro da casa; Casa da Cultura em um almoço de domingo; e jardim da chácara

de espaços de convivência que ajudam a melhorar a qualidade de vida dos locais. “Você vê em outros países lugares abandonados em que se montam centros culturais e isso vai revigorando e recuper-ando todo o entorno. Foi imperdoável o que acon-teceu aqui.”

Para reforçar a tese da perda de memória, Már-cia destaca um caso célebre que ela viveu. Márcia lembra que, quando o livro sobre a Villa Kyrial foi lançado, a TV Cultura fez uma reportagem com ela. “Eles me levara até o local onde foi construído o prédio no antigo terreno da casa e perguntavam para os moradores se eles faziam ideia de onde eles estavam morando, mas nenhum deles tinha noção do monumento que um dia esteve ali”, relembra.

Resignada, Márcia segue sua militância para resgatar um passado, por meio da pesquisa histórica, de algo que já se perdeu entre prédios e concreto de uma cidade que não para nunca. Nem para chorar suas perdas irreparáveis.

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Fotos do arquivo da família Freitas Valle

Divulgação/Belas Artes

1 Veloso Eleito algumas vezes como um dos melhores bares de São Paulo, o Veloso acaba de completar 10 anos de ex-istência e de muito reconhecimento. Famoso por servir uma das melhores coxinhas de São Paulo, já atraiu in-úmeros curiosos, que ouviram o nome do tal bar em di-versos lugares da cidade e do país. Ter- Sex das 17h30 às 00h30 / Sáb das 12h45 às 00h30 / Dom das 16h às 22h30Endereço: R. Conceição Veloso, 54 - Vila Mariana, São Paulo – SP. Telefone: (11) 5572 0254.

2 Sobaria De longe um dos restaurantes mais fiéis a culinária sul mato-grossense, com uma variedade de receitas típicas do Mato Grosso do Sul, se destaca por trazer para São Paulo os costumes e sabores de uma região tão rica do país. Seg- Seg das 12h à 1h.Endereço: R. Aurea, 343 – Vila Mariana – São Paulo – SPTelefone: (11) 5084 8014

3 Gamela MineiraO restaurante com alma mineira ocupa um charmoso so-brado no coração da Vila Mariana, todo no estilo rustico. Com um cardápio variado, cheio de carnes, aves e peixes na brasa, o local faz jus ao nome ao servir comidas tradi-cionais da mesa mineira. Quando for, peça a saborosa picanha na brasa.Seg- Sex das 11h30 às 1h/ Sáb- Dom e Feriados das 12h à 1hEndereço: R. Joaquim Tavora, 1115 - Vila Mariana – São Paulo – SP. Telefone: (11) 5082-3615.

4 Joca Tavora Novato entre os tradicionais bares da região, o Joca Tavore traz como charme a frondosa mangueira que fica dentro dos limites do bar. A decoração estilo vintage, com quad-ros de bandas antigas e em preto e branco dão luz ao lugar. Quando for, peça Isca de peixe empanada e pães de alho.Ter- Sexta das 17h às 00h30/Sáb- Dom das 12h às 00h30.Endereço: R. Joaquim Tavora, 1195 – Vila Mariana – São Paulo – SP. Telefone: (11) 4301 7071

5 Suzaku Japanese Food Com uma arquitetura de influência japonesa e resquícios da cultura chinesa, o local é uma ótima opção para re-uniões, encontros e comemorações. Almoço: Seg- Sex das 12h às 15h – Sáb/ Dom e Feriados das 12h às 17h Jantar: Seg- Sáb, Feriados das 19h às 00h/ Dom das 19h às 23hEndereço: R. Joaquim Távora, 1235 - Vila Mariana - São Paulo – SP. Telefone: (11) 5574 7195.

6 Dona PreciosaO cardápio quase todo italiano oferece ao cliente um leque de opções saborosas, indo de massas aos caldos típicos brasileiros. Sucos, chás e algumas misturas finas, distraem quem não curte um bom vinho ou bebidas al-coólicas. Ter- Sex das 11h30 às 15h e das 18h às 23h/ Sáb- Dom a partir de 12h.Endereço: R. Rio Grande, 130 - Vila Mariana, São Paulo – SP. Telefone: (11) 2369-6637.

7 Andaluza Sobremesas Finas A doceria Andaluza além de oferecer grande variedade e, bolos, tortas e doces diversos, oferece também salgados, sucos e cafés, agradando o público em geral. Seg- Sex das 7h às 21h e Sáb e Dom da 9:30 - 17hEndereço: R. Doutor Álvaro Alvim, 153 - Vila Mariana - São Paulo – SP. Telefone: (11) 5082 3445.

8 São Carlos Com 40 anos de tradição na cidade de São Carlos (onde recebe o nome de Kikão Lanches) a lanchonete chegou a São Paulo ano passado. Os lanches têm sabores varia-dos (milho, azeitonado, cheddar, palmito etc), feitos com ingredientes caseiros no pão e antes de serem servidos são prensados, deixando o lanche levemente crocante. Seg- Sex das 11h às 23h.Endereço: R. Humberto I, 1058 – Vila Mariana – São Paulo – SPTelefone: (11) 2365 5237

GASTRONOMIA: Os sabores da Vl. Mariana

9 GIBI – Cultura Geek

Bar dedicado aos amantes de quadrinhos, ficção científica, vídeo games, ou seja, tudo o que englo-ba o universo geek. O local conta com transmissão ao vivo de eventos nerd, oficinas e palestras de as-suntos relacionados à cultura nerd, minimuseu do videogame e biblioteca de quadrinhos. Qua- Sáb das 17h às 23h Dom das 16h às 22hEndereço: R. Major Maragliano, 364 – Vila Mariana – São Paulo, SP. Telefone: (11) 5084 1165.

O Shot Bouvier: um dos mais famosos drinques da casa

O salão principal do local que conta também com um museu

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Laranja é a cor mais quente

Passarela acadêmica

Por Giulia Mendes, Gabriela Zavagli e Maria Amélia Costa

Principais desfiles apontam as tendências de moda que vão ganhar as ruas no da coleção verão 2016

A SP-Arte, Feira Internacional de Artes de São Paulo, criado em 2005, é o evento mais relevante do mercado das artes da América Latina e conta com a presença da exposição de artistas importantes. A 11ª edição do evento, aberto ao público, reuniu as galerias de arte mais importantes do Brasil e do mundo durante quatro dias - 9 a 12 de Abril- no Pavilhão da Bienal.

Pela primeira vez, o evento reservou um espaço de destaque para a cate-goria performances, que faz parte da programação desde 2007, mas não tinha uma área própria. Essa modalidade ganhou maior visibilidade no Brasil esse ano, com a apresentação da Marina Abramovic, criadora da exposição Terra Comunal, realizada no Sesc.

Nessa edição, dez alunos e ex-alunos do curso de Artes Visuais da Belas Ar-tes participaram reencenando uma performance minimalista em homenagem a James Lee Byars.

Em parceria com a Galeria Vermelho, os estudantes se apresentaram duran-te todo o evento, inaugurando o terceiro andar. Com curadoria da professora de performance da Belas Artes, Juliana Moraes, e coordenação de Cauê Alves, as melhores performances desde a inserção da disciplina no curso de Artes Visuais, foram selecionadas.

Eles alternaram as participações na apresentação de “Breath (Two in a hat)”, que consistiu em um casal sentado de frente para o outro por uma hora, vesti-dos com uma capa preta e com as cabeças cobertas por um “chapéu” fechado, impedindo o contato um com outro e com os demais visitantes.

Mesmo que o objetivo da feira seja a compra e venda de obras, a modali-dade é uma atração para o público, representando uma nova vertente para o evento. “A ideia surgiu de uma proposta que a Belas Artes fez à SP-Arte para

Performance dos alunos da Belas Artes ganha destaque na SP-ArtePela primeira vez com espaço destinado especialmente para essa linguagem artística, o curso de Artes Visuais foi protagonista no evento

Por Carolina Farias e Patrícia Haddad

amplificar os trabalhos que realizamos lá, que tem grande qualidade e reco-nhecimento interno. Queríamos inserir em um lugar que não está exatamente acostumado com a performance”, diz Alves.

Curadoria A seleção dos alunos foi feita por Cauê Alves, em conjunto com a professora

Juliana Moraes, responsável pela matéria de performance no Centro Universi-tário e curadora dessa sessão no evento. “A ideia é mostrar uma multiplicidade de possiblidades da performance. Mostrar trabalhos voltados tanto à questão do corpo quanto para o cotidiano e outros até com uma certa ironia ao circui-to”, acrescenta o coordenador.

Para os curadores, o espaço conseguido para o trabalho de alunos da Belas Artes é importante como aprendizado e como forma de preparação para a vida profissional. “A performance tem um valor midiático, ou seja, veículos da grande mídia reportando essas apresentações fazem com que a SP-Arte seja mencionada mais vezes, então tem a capacidade de se tornar um artefato midiático, de difusão.Porém, estamos em um momento de tentar comercializar essa arte e é possí-vel vender objetos performáticos. Mesmo assim, nós nunca tivemos a intenção de divulgar nosso trabalho como algo que foi feito pra vender”, explica a pro-fessora-curadora Juliana Moraes.

Ao todo, as performances aconteceram dentro e fora do prédio da Bienal e na Galeria Vermelho. Foram 14 apresentações envolvendo trabalhos dos alu-nos e ex-alunos Felipe Vasconcellos, Jorge Feitosa, Daniela Canto, Anna Leite, Márcio Moreno, Merien Rodrigues, Luiza Oliveira, Julia Cavazzini, Felipe Bitten-court, Leonardo Akio, Tatiana Schmidt, Mylenne Signe e Victoria Pekny.

Por Vinicius Brilhante

No que depender dos estilistas do São Paulo Fashion Week (SPFW), o Verão 2016 será mais quente do que nunca. A cartela de cores convocada para as coleções veio recheada de energia e intensidade, tons como laran-ja, vermelho, amarelo, areia e tons terrosos coloriram as passarelas das mais variadas marcas e estilos, deixando em todos os desfiles um clima que só o Brasil é capaz de passar.

Além das cores, os cortes e formas também chamaram a atenção durante essa temporada de desfiles. De curtos a lon-gos, com mangas ou sem mangas, geométricos ou não, a proposta de valorizar o corpo incomparável das brasileiras deu certo.

A união das cores e das formas ganhou uma dimen-são maior quando aplicadas nos mais variados tecidos. Já as sobreposições serviram como válvula de escape para dar movimento, elegância e sofisticação tanto para as peças mais básicas, quanto para as mais charmosas.

Vestidos, saias, blusas, t-shirts, calças, macacões, capas, biquínis, bolsas, sapatos e acessórios formam uma variedade de opções criadas à risca para cada vez mais atender um público exigente e que alavanca todos os anos números altos na economia do país. O típico e caloroso verão está de volta, agora é sóquestão de tempo para pôr a cara no sol!

O mundo fashion vai à academia: os alunos do Centro Universitário Belas Ar-tes tiveram a oportunidade de assistir a um desfile de Patrícia Vieira (foto à es-querda), estilista consagrada pelo seu trabalho com o couro.

Na carreira há 40 anos, Patrícia trocou o pavilhão do SPFW no parque Villa-Lo-bos para ter como sua passarela o MUBA (Museu Belas Artes de São Paulo), no dia 16 de abril.

Após seu desfile, a estilista fez um ba-te-papo mais detalhado com um grupo de alunos da faculdade, na qual explicou suas ideias para as peças do show e deu algumas dicas e conselhos sobre o mun-do dos desfiles.

No evento, alunos de moda e de co-municação tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a indús-tria da moda que tanto cresce no país. Com a ajuda de alguns alunos do curso de Design de moda e alguns professores, Patrícia desenvolveu um trabalho que impressionou a todos.

Como dica aos jovens que ficaram encantados com o trabalho da estilista, recomendou que eles aproveitem ao máximo os cursos, professores e conhe-cimento disponível no mundo de hoje. “Para criar é importante saber e, a partir do conhecimento, disciplina é funda-mental”, concluiu.

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Divulgação/Belas Artes

A estilista se reúne com estudantes do Centro Universitário Belas Artes

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Com a aprovaçao pelo plenário da Câmara dos Deputados em agosto de 2015 da Proposta de Emen-da Constitucional (PEC) 171/93 sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade cresce a polêmica na sociedade brasileira entre os defenso-res e críticos dessa polêmica mudança legal. O assun-to também gera discussões acaloradas na sociedade e tem muita exposição na mídia.

A proposta apadrinhada pelos deputados da chamada “bancada da bala” contou também com o apoio de setores mais conservadores da sociedade brasileira. Em contraposição, grupos mais progres-sistas e voltados às causas sociais se mostram franca-mente contrários à iniciativa.

Desde 1993, o texto perambulava pelos corredo-res da Câmara sem contar com o apoio de expressi-vos grupos parlamentares. Contudo, o atual momen-to político favoreceu o fortalecimento da ideia de redução da maioridade penal.

Para criticos da PEC, ao cogitar aprovar a redução da idade penal, o Congresso está abolindo direitos de adolescentes entre 16 e 18 anos previstos nos artigos 227 e 228 da Constituição. Tais artigos reconhecem as crianças e os adolescentes como pessoas em condi-ção peculiar de desenvolvimento, inimputabilidade penal (incapacidade do sujeito em responder por sua conduta delituosa, não ser capaz de entender que o fato é ilícito e de agir conforme esse entendimen-to, fundamentando em sua maturidade psíquica), e estabelece que as medidas de responsabilidade por atos infracionais devem ser específicas, não integra-das ao Código Penal.

Pela legislação em vigor, a partir dos 12 anos de idade, qualquer adolescente é responsabilizado por atos cometidos contra a lei. Essa responsabilidade, executada por meio de medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tem o objetivo de ajudá-los a recomeçar e a prepará-los para uma vida adulta de acordo com o estabelecido socialmente. É parte deste processo de aprendizagem que crianças e adolescentes não vol-tem a repetir atos infracionais.

Atualmente, roubos e atividades relacionadas ao tráfico de drogas representam 38% e 27% dos atos infracionais respectivamente, de acordo com o le-

Por Fernanda Quintero

O dólar é um dos grandes protagonistas do jornalismo econômico neste ano de 2015. Com grande frequência, a moeda norte-americana é citada como fator determinante na economia de escala global. Não seria diferente, por con-sequência, aqui no Brasil. Poucas pessoas sabem como realmente ele influen-cia na economia do país e também no valor da moeda brasileira, o real. Em termos gerais, o dólar se valoriza ou se deprecia principalmente pela confiança dos investidores e pelas movimentações econômicas.

No mercado brasileiro, quando os investidores externos estão confiantes acabam alocando o dinheiro no país. Com isso, o dólar acaba se deprecian-do e o real se fortalecendo. As decisões de políticas econômicas do governo norte-americano, por consequência, sempre refletem no mercado global. Se

O “rei”do jogo do xadrez globalComo as movimentações do dólar geram impactos econômicos no Brasil e no mundo atualmente

Discussão sobre a maioridade penal divide o paísEm tramitação no Congresso, PEC que reduz a idade para responsabilidades legais avança e expõe dúvidas sobre como lidar com a criminalidade entre adolescentes Por Maíra Campos

vantamento da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Já os homicídios não chegam a 1% dos crimes cometidos por jovens de 16 a 18 anos. Segundo a Unicef, dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida.

Por outro lado, são os jovens, entre15 a 29 anos, as maiores vítimas da violên-cia. no Brasil. Em 2012, entre os 56 mil homicídios cometidos no país, 30 mil viti-maram pessoas dessa faixa etária, em sua maioria (mais de 70%) negros e pobres.

São minoria os países que definem o adulto como pessoa menor de 18 anos. Das 57 legislações analisadas pela ONU, 17% adotam idade menor do que 18 anos como critério para a definição legal de adulto.

Alemanha e Espanha elevaram recentemente para 18 a idade penal e a pri-meira criou ainda um sistema especial para julgar os jovens na faixa de 18 a 21 anos. Tomando 55 países de pesquisa da ONU, na média os jovens representam 11,6% do total de infratores, enquanto no Brasil está em torno de 10%. No Japão, eles representam 42,6% e ,ainda assim, a idade penal no país é de 20 anos. Se o Brasil chama a atenção por algum motivo é pela enorme proporção de jovens vítimas de crimes e não pela de infratores.

Futuro incerto: maior parte de vítimas de homicídios são jovens pobres e negros entre 15 e 29 anos de idade

o país governado por Barack Obama aumenta a taxa de juros, por exemplo, isso afeta o valor do dólar. “Os Estados Unidos estão reduzindo o ritmo de expansão monetária. Eles vão aumentar os juros e o real, conse-quentemente, terá menos valor”, explica o economis-ta Pedro Fischel, formado pela PUC-RJ.

O fator China Com o crescimento chinês a partir especialmente

do início do século XXI, a economia do mundo todo se aqueceu, gerando uma grande demanda por minérios e outros commodities produzidos pelo Brasil. Isso fez com que empresas brasileiras se valorizassem. Como um grande exportador de matérias-primas para a Chi-na, o país também sofre com a variação de demanda pelos produtos nacionais no mercado internacional. A recente crise da bolsa chinesa, no entanto, colocou em xeque todo esse processo, o que deve resultar, a médio prazo, em uma desaceleração na pauta de ex-portações brasileiras.

Por tudo isso, o entendimento da economia mun-dial hoje é um dos maiores desafios para a socie-dade. Economistas sabem que entender os fluxos de investimentos , os impactos das políticas econômi-cas dos países e as tendências financeiras e sociais são questões fundamentais para a sobrevivência de qualquer país. Como num jogo de xadrez, cada lance pode definir o sucesso ou fracasso de toda uma nação, com custos enormes para toda a população envolvida.

Moeda norte-americana deve se valorizar ainda mais ao longo de 2015; crise das bolsas influenciarão

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A princípio pode parecer estranho pensar que o esporte tem grande destaque em um centro universitário dedicado à economia criativa como é o caso da Belas Artes. Mas a relação é justa-mente outra.

Para começar, algumas das primeiras edições dos Jogos Olímpicos, tanto nos tempos An-tigos quanto nos Modernos, já registravam modalidades artísticas entre suas disputas. Além disso, historicamente, o esporte faz parte da formação humanística e contribui para ampliar a capacidade criativa do ser humano.

A partir dessa ideia, a Atlética da Belas Artes, neste ano de 2015, participa de três grandes eventos esportivos: Copa Atlética Banco do Brasil (AABB), Novo Desporto Universitário (NDU) e os Jogos Universitários de Comunicação e Artes (Juca), com o objetivo de conquistar destaque esportivo entre as instituições de ensino superior paulista. No Juca, por exemplo, realizado em junho, em Araraquara, a instituição marcou presença com muitos atletas, torcida e bateria.

O segredo da mudança de comportamento dos estudantes em relação ao esporte passa pela atuação da Associação Atlética Acadêmica Belas Artes (AAABA), com muitas ações que estão incentivando os alunos participarem dos esportes. E isso vai desde estrutura e apoio para modalidades do futebol até o xadrez.

Para o ex-aluno de Publicidade e Propaganda, Kassio Alves, o esporte na Belas Artes vem melhorando continuamente. Um exemplo é a evolução do desempenho deste ano no futebol de campo. O time da BA chegou ao segundo lugar na NDU. “Estamos conseguindo resultados nunca alcançados antes”, afirma.

Para o aluno de Publicidade e Propaganda, Lucas Ayres, ex-atleta federado na modalidade de handebol masculino pelo Clube Corinthians, o espaço para o crescimento do esporte univer-sitário ainda é pequeno e o incentivo sempre pode ser maior. Segundo ele, as dificuldades para se participar esporte – principalmente fora do mundo do futebol – fazem parte da realidade do país.

“Na federação o incentivo já não é dos maiores, mas é uma realidade que o Brasil vem mu-dando nos últimos anos pelo fato de ter sediado mais jogos de alto nível como jogos Pan-Ame-ricanos, Copa do Mundo e mundiais de diversas modalidades”, explica. A esperança dele é que os Jogos Olímpicos Rio 2016 contribuam para ampliar ainda mais a cultura esportiva no país.

Os dois atletas, contudo, concordam com a ideia que a mudança definitiva para uma cultura esportiva plena passa por uma nova mentalidade do brasileiro. E iniciativas que envolvam edu-cação e esporte são o caminho para um novo momento para essa área.

Belas Artes também apoia os esportesFoco em práticas esportivas faz parte do projeto didático da instituição e amplia a formação humanística e social dos estudantes

Por Laura Foroni e Tatiane Ferreira

Belas Artes dá xeque-mate no Juca

Domingo à noite é horário para muitas coisas, certo? Entre todas a se listar, muitos talvez não considerem o xadrez, mas a verdade é que há pessoas que gostam de encerrar o fim de sema-na com uma partida desse tradicional esporte.

Uma grande curiosidade que os alunos do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo não tem total ciência é a existência do grupo de xa-drez que compete representando e o manto azul e vermelho da Belas Artes.

O clube de xadrez se reúne para treinar sem-pre aos domingos, entre 21 e 23 horas.

Michel Senra, aluno de Arquitetura e Urba-nismo, é um dos participantes desse clube. Ele diz que a paixão pelo xadrez vai muito além de qualquer piada que possa ser feita sobre o “perfil nerd” dos enxadristas da BA.

Ele, que acaba de ganhar medalha de prata no Juca (Jogos Universitários de Comunicação e Arte), realizado no mês de junho em Araraqua-ra, interior de São Paulo, acredita que piadinhas existam em qualquer lugar e com qualquer modalidade, mas que o preconceito ali não faz morada, não mais. “Vencemos o jogo e o pre-conceito”, afirma.

Senra ainda explica que os treinos noturnos regulares e o desempenho da equipe formada também pelos alunos Alexandre Garcia e Angelo Mori, futuros publicitários, levaram à boa coloca-ção do time no Juca.

O segredo do sucesso passa por horas e mais horas, no fim do domingão, dedicadas ao tabu-leiro do xadrez. “Estamos vindo de dois anos de treino, com uma equipe estruturada e compro-metida os treinos são bons e muito dinâmicos”, explica o aluno de arquitetura. Os treinamentos contam, com partidas entre os enxadristas, mas também com exercícios de lógica e tática para aperfeiçoar as tomas de decisão e de estratégia de cada jogador. Buscando alguma coisa dife-rente para fugir do “bode” do domingão à noite? Considere o xadrez. A equipe da BA que já ado-tou e recomenda. (Por LF e TF)

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A constatação de que os brasileiros conectados à internet já somam mais de 105 milhões de pessoas, segundo pesquisa do Ibope Inteligência, feita em 2014, esconde o fato de que por trás dos números existem pessoas. E, mais, há também padrões de comportamento.

A geração de adolescentes, em geral nascidos nos anos 2000, são conhecidos por serem “nativos online”, pois nasceram com o auge da tecnologia. Por conta disso, possuem a necessidade de se manterem conectados diariamente.

“Os tablets são as chupetas eletrônicas dessas novas gerações”, explica a espe-cialista em mídias sociais, Carol Garcia, que é professora do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Segundo ela, o fato de os nativos digitais crescerem em contato com gadgets e computadores faz com que esse mundo seja natural para eles.Por outro lado, Carol explica que as gerações anteriores temem ficar para trás e, por isso, correm para se adequar aos novos tempos. “Eles estão aprendendo a se enquadrar nesse contexto, uma vez que para se ter uma existência online é preciso participar para pertencer”, comenta.

A Geração Y é a dos jovens que têm a internet como muito mais do que uma ferramenta de comunicação, e sim uma for-ma de entretenimento. Vídeo games, tablets, computa-

dores, notebooks e televisão, além de uma gama de outros itens que possuem conexão e portabilidade para se manter

conectado 24 horas por dia nos sete dias da semana, em qualquer lugar, são itens de rotina para esse pessoal.

Para o estudante Henrique Macedo Lima, 17 anos, a tec-nologia é importante pois o coloca no mundo e dá acesso à in-formação. “Penso que a tecnologia ajuda se for utilizada para fazer pesquisas”, comenta. Mas, segundo ele, por outro lado atrapalha quando ele está na escola e o celular compete com as aulas, tirando a concentração dos estudos.

Larissa Viana, 13 anos, por sua vez, diz que usa o celular por volta de seis horas diariamente. “O importante é que você nunca está longe das pessoas, e esse é um ponto po-sitivo”, diz a jovem.

Brasileiros têm 105 milhões de motivos para se conectar à web Segundo Ibope Media, o total de usuários de diferentes idades que estão conectados à internet diariamente segue aumentando

Por Gabriela Zavagli e Maria Amélia Costa

De maneira geral, os jovens ressaltam também a velocidade com que se pode adquirir informações, tanto para pesquisas escolares quanto para seu próprio entretenimento, sendo sempre de fácil acesso.

A certeza da expansão da internet na cultura brasileira se mostra clara-mente com o fato de que não são só adolescentes que utilizam a internet que está cada vez mais. Dados do Ibope Inteligência indicam que, atualmen-te, o número de indivíduos, em idade mais avançada, que utilizam a internet de forma pessoal ou profissional, aumentou também.

Segundo a especialista Maria Carolina Garcia, coordenadora do curso de Mídias Socias da Belas Artes, esse fato se dá também pelo fato de que, quando estão em idade de aposentadoria, as pessoas costumam ter mais tempo livre. “Esse grupo começa a ficar mais ativo [nas redes sociais] por que tem tempo para aprender o uso dessas tecnologias, e [também] porque quer se comuni-car com as gerações mais jovens”, completa.

Magna Fernandes, aposentada, 68 anos, tem a internet como um meio mais fácil de se atualizar e trocar informações. Ela recentemente criou um per-fil no Facebook e confessa que já está viciada. Compartilhando vídeos e curtin-do desde fotos até receitas. “Fico até de madrugada de olho nas atualizações”, confessa. Entusiasmada, ela contou que no Natal se deu de presente um celu-lar que já tinha incluso aplicativos para redes sociais.

Sem pegar os extremos, jovens e melhor idade, Carol Garcia lembra, ainda, que a internet é um meio natural de trabalho para grande parte das pessoas. Osvaldo Campos, 71 anos, que trabalha na venda de armações de óculos para diversas óticas, revela que precisou se adaptar para ter um contato melhor com a fábrica de armações e com os clientes.

Segundo ele, ao trocar o pager pelo celular, ficou mais rápido e fácil para atender as solicitações de seus clientes. Além da presteza para realizar as en-tregas com a utilização do GPS que o ajuda a chegar com mais facilidade em determinados lugares.

Independente da tribo, a internet e as redes sociais vieram para ficar. E os brasileiros de todas as idades já entenderam que estar nesses ambientes digi-tais é, efetivamente, estar onde todos estão.

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Não faz muito tempo que ser chamado de “nerd” era uma ofensa. Os adolescentes ou adultos que falavam sobre histórias em quadrinhos (HQs) e super-heróis não eram os mais populares e, até, sofriam bastante com o julgamento alheio. Hoje, esse tempo ficou para trás devido ao alcance cine-matográfico dos filmes da Marvel, games, Star Wars e tudo mais que envolve esse mundo.

Ser ‘nerd’ se tornou então, algo popular e essa moda está ganhando seu espaço entre as pessoas e dentro do mercado. As pessoas estão mais pro-pensas a se encaixarem nesse mundo. Há grande aceitação para tudo o que envolve o universo midiático e a moda Geek Pop. “Ser interessado por isso (mundo geek) não traz um preconceito hoje em dia, porque é algo valorizado e o consumo é cada vez mais amplo”, explica o sociólogo Carlos Gonçalves, professor da Belas Artes. Segundo ele, ainda, se houvesse preconceito, esse mercado não estaria se ampliando tanto nos últimos tempos.

O interesse é tanto que surgem, inclusive, definições e teorizações sobre esse universo. O ter-mo geek, por exemplo, é gíria inglesa para pessoas

que são obcecadas por tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro, histórias em quadrinhos, livros, filmes, animes e séries.

Esse mundo Geek tende a crescer e, com isso, também se diversifica o perfil da tribo que se interessa por essa temática. Um exemplo dessa ruptura com os es-tereótipos é o aluno de Publicidade e Propaganda, da Belas Artes, Diógenes Mota. Fugindo do estereótipo de nerd, ele é o típico jovem atlético, mas que também não dispensa o repertório de quem vai além dos block busters de super-heróis.

“Acho muito interessante o assunto ter ganhado tanta importância de uns anos para cá, a facilidade de encontrar materiais como quadrinhos e jogos pela internet facilitou o entendimento e a disseminação para todo um público que antes era restringido pelo acesso a esses materiais, e agora com filmes de qual-idade abordando o tema a curiosidade e despertada em mais e mais pessoas”, comentou Mota. Se há mercado, os investimentos acabam tornando-se ex-pressivos, tentando agradar a demanda formada. A gama de produtos ofereci-dos está cada vez maior, não sendo mais necessário sair do País para encontrar itens de coleção e materiais diferenciados.

Um exemplo disso é a oferta expressiva de filmes voltados para os fãs de super-heróis que estão chegando às telonas. Recentemente, foram anuncia-dos pelos estúdios cinematográficos da Warner e da Disney (Marvel) mais de 20 filmes com temática de super-heróis, sem contar o número de séries que surgiram inspirados em HQ’s. Se não bastasse todo esse mundo de super-po-deres, franquias famosas e de sucesso como Star Wars e Jurassic Park, foram regravadas e chegarão ao cinema este ano.

O mundo é dos nerds. E você é um delesA Cultura Geek ganhou o mundo e abrange mais áreas do que você imagina

Por Laura Foroni

O que tem em comum séries de sucessos como House of Cards e Orange is The New Black? Ou ainda Demolidor, uma das novas apostas da Marvel para os fãs de super-heróis? Os três shows citados apre-sentam como origem a mesma empresa, a Netflix.

Sucesso no mundo todo, a Netflix vem crescen-do nos últimos anos, com milhares de filmes, seria-dos e até produções originais, por um preço fixo a partir de 17,50 reais por mês.

A revolução causada pelo modelo, aponta mu-danças expressivas no comportamento do mundo

do entretenimento e dos produtos criados dentro desse sistema.

O estudante Matheus Zanotti, que é um cinéfilo declarado, afirma já ter virado fã desse serviço onli-ne. Para ele, o aplicativo ajuda a combater a pirata-ria. “Considero a ‘ida ao cinema’ algo cada vez mais difícil, porém o papel do Netflix é fundamental na luta contra a pirataria, uma vez que o consumidor tem acesso aos títulos que deseja com mais facili-dade”, explicou.

Segundo entrevistados, a maioria dos usuários

Netflix marca um novo tempo para o consumo do audiovisual

do aplicativo gosta do aplicativo pelo conforto e privacidade que a salas de cinemas não dão. “Pre-firo assistir ao Netflix, pois eu posso ficar mais con-fortável em casa, e ainda posso pausar caso precise ir ao banheiro, etc...”, comenta a estudante de pu-blicidade, Leticia Wunderlich.

Para Matheus Zanotti, é a comodidade que faz com o aplicativo ganhe fãs tão rapidamente. “Acho que nada pode substituir a experiência de ir cine-ma, porém, assisto mais filmes pelo Netflix, por ter um catálogo bem variado”, concluiu.

O crescente consumo de produtos streaming aponta para um revolução na forma de relação das pessoas com as telas de entretenimento

Por Isabella Jarrusso

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nº3 “Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis

horas da manhã...”.

Esses versos não saíam de sua cabeça, desde que os ouviu pela primeira vez em um vídeo postado na página de um amigo no Facebook. Pareciam perfeitos para aquele momento que atravessava.

Cobranças, cobranças, cobranças... Todo dia a mesma coisa: o pai cobrando maturidade, a mãe cobrando juízo e os professores cobrando trabalhos. Todo dia eles fazem tudo sempre igual. Sua rotina cotidiana também poderia ser tema musical.

Resolveu se rebelar. Para provocar, quando os pais co-braram alguma coisa na hora do café, cantarolou “todo dia ela faz tudo sempre igual...”. Impressionou.

– Pelo menos, está ouvindo música boa, não essas por-carias de hoje – ironizou o pai.

– Essa música é de hoje! Seu Jorge é atual, vocês que estão atrasados...

– É de Chico Buarque! Eu já cantava antes de você nascer! – replicou a mãe, horrorizada.

Ficou confuso e preferiu se calar com a boca de café. Pensou que aquele seria mais um dia daqueles em que nem deveria sair da cama. Mas não tinha jeito: todo

#5 Coluna Social

Por Amanda SchwarzBruna TavaresGiovanna NuncioatoVinicius Brilhante

4 BA comemora nota, bem acima da média, do MEC para o curso de Relações Públicas em 2015.

1. Exposição Olhar Gráfico, que ocorreu no MuBA

6. Os estudantes vitoriosos do projeto Gigme

2. Cadeira Valoví no Espaço Di Grado, Belas Artes.

5. Cadeiras e mesas do projeto Elo e Coral

7. Artistas - Motivado pelo trabalho de arquitetos, grafiteiros e artistas plásticos Rafael Sanches, de apenas 22 anos, aluno de Arquitetura e Urbanismo da Belas Artes, o artista acredita que seu lado criativo irradiou com o apoio da instituição. Suas obras caíram nas graças de celebridades como Neymar, Mc Guimê e o Dj Internacional Steve Aoki

3. Mostra internacional “Origin”

1 Olhar Gráfico - Foi sucesso no primeiro semestre a exposição “Olhar Gráfico”, no MUBA. A mostra apresentou trabalhos de 18 alunos e 5 ex-alunos do curso de Artes Visuais. 2. Comer com estilo - Foi inaugurado um novo espaço de alimentação e descontração na Unidade 1 da BA. O espaço, surgido a partir da inauguração do restaurante Ótia, já se tornou o novo queridinho de alunos e professores. 3 Sucesso No ano de 2013, Luiz Martins, do curso de Artes Visuais, expôs suas obras em duas mostras internacionais. Os trabalhos da série “Origin” foram destaque na Embaixada Brasileira em Viena, Áustria. 4 Parabéns! - O curso de RI e RP da BA não para de comemorar a avaliação exitosa feia pelos avaliadores do MEC no primeiro semestre deste ano. O curso alcançou a nota 5, alcançando nível de excelência. 5 Em Milão - O ex-aluno e atual professor dos cursos de DG e DP da BA, Alessandro Camara, expôs este ano no “Salone del Mobile”, em Milão. Viajaram à Itália dois móveis coordenados pelo professor, a cadeira, que faz parte do projeto ELO e a mesa, do projeto CORAL. 6 Tinder Musical - Fruto de quatro anos de estudo e de muita sintonia, o aplicativo Gigme, projeto de cinco alunos de PP da BA ficou em primeiro lugar, no Concurso Universitário de Campanhas Universitárias da APP, em 2014.

16BUZZART I Edição 1 I Junho 2015

dia ele faz tudo sempre igual... Tinha que ir à aula. Não fosse a expectativa sempre boa de encontrar os amigos na faculdade, voltaria para a cama.

Pensava que o curso de Jornalismo seria fácil, mas os trabalhos são tantos que todo dia só pensa em poder parar. Pensava que jornalismo era só arte, e não técni-ca. Acha exageradas as exigências dos professores. A cada aula, um conflito diferente.

Na aula, os versos da música permaneciam em sua cabeça. Deixou de prestar atenção no professor e pes-quisou no Google o nome do cantor que a mãe havia citado e se indignou com a notícia: “Chico Buarque compra baguetes para o lanche da tarde”.

Incrédulo, entendeu que, se os professores não fossem exigentes, o jornalismo seria pior. Compreendeu tam-bém que os pais sempre sabem das coisas.

Fotos: divulgação