Aula 09 2014_ doença de alzheimer
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DOENÇA DEALZHEIMER
Conhecendo a
Disciplina: Fisioterapia aplicada a Geriatria e Gerontologia (ICSC22)
EPIDEMIOLOGIAAfeta (+) mulheres que homens (Alzheimer’s Association)
Risco de uma mulher desenvolver a doença aos 65 anos: 1 em 6Quase o dobro do risco de câncer de mama
Homens: risco de 1 em 11
2000 – 2010Mortes por DA (Estados Unidos): subiram 68%HIV, Derrames, D. Cardíacas e Câncer de Próstata: caiu significantemente
EPIDEMIOLOGIABRASIL
Quase 1 milhão e meio de pessoasAprox. 5% dos indivíduos (+) 65 anos20% daqueles com mais de 80 anosEsporadicamente em torno dos 40 anos
*Custos com Demência no mundo passam 600 bilhões
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência Média Demência (+ 65 anos): é 2,2% na África, 5,5% na Ásia6,4% na América do Norte, 7,1% na América do Sul e 9,4% na Europa
FATORES DE RISCOIdade50 anos: esporádicos60 a 65 anos: ↓ de 1%.A partir de 65 anos: duplica a cada 5 anosDepois dos 85 anos: 30 a 40% da população
História Familiar↑ Risco*Irmãos gêmeos com Alzheimer → 67% idênticos, 22% diferentes
FATORES DE RISCOSíndrome de Down(+) Frequência(+) Precocimente
SexoMulheres: pequeno predomínio65 anosRisco 12% a 19% no sexo feminino6% a 10% nos homens
Traumatismos
FATORES PROTETORESEscolaridadeAquisição de ConhecimentosNovas Sinapses – Desenvolvimento cerebral – NeuroplasticidadeAumenta a Reserva IntelectualAnalfabetismo e a Baixa Escolaridade: (+) Prevalência
Atividade FísicaVários estudos sugerem Efeito Protetor
CONCEITODescrita por 1ª vez pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer, 1909
“É um tipo de Demência Senil, de declínio cognitivo crescente e irreversível,
com múltiplos déficits cognitivos, dos quais um obrigatoriamente é a Memória, suficientemente intensos para causar impacto nas AVDs.”
(MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS, 2002)
Principal forma de Demência Senil – D. Neurodegenerativa mais prevalente
DEMÊNCIA: déficit cognitivo adquirido de gravidade suficiente p/ alterar o funcionamento social e profissional
FUNÇÕES COGNITIVAS: Funcionamento de diferentes áreas intelectuais
FUNÇÕES COGNITIVASFUNÇÃO COGNITIVAÁreas Intelectuais:PensamentoMemóriaPercepçãoComunicaçãoOrientaçãoCálculoComprensãoResolução de problemas
TIPOS DE MEMÓRIAMemória SensorialPercepção da Realidade pelos sentidosRetém por alguns segundos a informação sensorialProcessamento inicial da informação
Memória de Curto PrazoRecebe e retém as informações da M. SensorialUtilizá-las, descartá-las ou mesmo armazená-lasDetermina se a inf. é útil para o org. e deve ser armazenadaInformações semelhantes na de Longo PrazoPode reter informações durante 15/30 seg.
TIPOS DE MEMÓRIAMemória de Trabalho ou OperacionalProcesso de transição da Memória a Curto Prazo – Memória a Longo Prazo*Lembrar para a prova: minutos a diasAcessa sempre que necessário a M. a Longo Prazo
Memória a Longo PrazoInfluencia na tomada de decisões*Emoções, Atenção – Importância das informações“Interminável”
TIPOS DE MEMÓRIAEsquecimentoCausado pela passagem do tempoMemória de Curto Prazo: possui duração de armazenamento limitado
ConhecimentoM. a Curto Prazo – M. a Longo PrazoRetenção mais prolongada de informações
TIPOS DE MEMÓRIAMemória Não Declarativa – ImplícitaAquisição de habilidades mediante a repetiçãoHabilidades motoras, sensitivas e intelectuais
Habilidade para dirigirJogar bolaDar um nó no cordão do sapatoDar um nó na gravata
TIPOS DE MEMÓRIAMemória Declarativa – ExplícitaFatos e EventosLembrança de datasFatos históricosNúmeros de telefoneTudo o que podemos evocar por meio de palavras
Memória de fatos vivenciados pela pessoa: memória episódicaSignificado das palavras: memória semânticaPermite manter conversas com significado
DOENÇA DE ALZHEIMER1º SINALPerda da Memória
Memória de Trabalho, Explícita, Episódica = Fatos recentesConfusão de tempo, local, compromissos*Problemas para lidar com dinheiro
Aprendizado de novas informações: Memória Curto Prazo – Longo Prazo
Mudanças de humor, como depressão, ansiedade e irritabilidade
REABILITAÇÃO COGNITIVAREABILITAÇÃO DA MEMÓRIATrabalhar a modalidade intacta: Compensar a modalidade que não está(Goldstein e Beers, 1998)
Trabalhar as habilidades residuais da modalidade deficitária
TERAPIA DE ORIENTAÇÃO PARA A REALIDADE (TOR) (James Folson em 1968)Obj: reduzir a desorientação e confusão dos idososOrientam o paciente no tempo e no espaçoRelembrando: o dia do mês, o ano e o local*MEEM
REABILITAÇÃO COGNITIVATERAPIA DA REMINISCÊNCIAObjetivoM. Longo Prazo do pacienteValorização do passadoFatos importantesLembranças significativasDiferentes instrumentos:Canções antigas, cartas, fotos, discos, presentes, álbuns de família, filmes, jornaisProporcionar lembranças agradáveis*Poucos estudos
REABILITAÇÃO COGNITIVAESTIMULAÇÃO COGNITIVAAtividades: ludicidadeFavorecer os atos da vida cotidianaUsar coresDias da semana, mês e ano, horaSabores, cheiros*Folhetos de Supermercado: lista de compras, cálculo, culinária
REABILITAÇÃO MEMÓRIAREABILITAÇÃO BASEADA NA FACILITAÇÃO DA M. IMPLÍCITA RESIDUALRelativamente preservada na fase inicialTarefas repetidas de habilidadesTreinos específicos com aplicação direta na vida diária
APRENDIZAGEM SEM ERROPcts memória episódica: não lembram seus errosNão diz o erro: pcte é incentivado a dizer que não sabePistas e Dicas podem ser utilizadas
QUADRO CLÍNICOFORMA INSIDIOSA: Sobrevida média é de 6 a 9 anos (20 anos)Queixas de dificuldade de MemorizaçãoDesinteresse pelos acontecimentos diáriosSintomas geralmente menosprezados pelo paciente*
Memória de Trabalho, Curta Duração – Rotina DiáriaChaves do carro, a carteira, o talão de cheques, o nome de um conhecidoTarefas pela metadeEsquece o que foi fazer no quarto, deixa o fogão acesoAbre o chuveiro e sai do banheiroPerde-se no caminho de volta para casa
QUADRO CLÍNICOAgravamento do Esquecimento
1as Habilidades Perdidas: Avançadas e InstrumentaisManejo das finanças (*Capacidade de cálculo esteja preservada)Planejamento de viagensPreparo de refeições
*Dificuldade de Aprendizado
QUADRO CLÍNICOComprometimento discreto da LinguagemTorna-se vazia, sem significadoFluência e Leitura está PreservadaPerda do interesse a vida social e outras atividades
Orientação Espaço-Visual se deterioraDificuldade de Orientação e de reconhecimento de Lugares Conhecidos
Percepção das próprias Deficiências: preservada no início
QUADRO CLÍNICOFASE MODERADA-AVANÇADAMutismoDistúrbios de Memória SemânticaDificuldade de nomeação e de elaboração da LinguagemDéficits de Atenção
Prejuízos nas habilidades vísuoespaciais e nas funções executivasDesorientação EspacialDificuldade/Incapacidade de Reconhecer FacesDificuldade/Incapacidade de Controlar EsfíncteresDificuldade/Incapacidade para as BásicasDependência de Terceiros (progressiva e irreversível)
QUADRO CLÍNICO4 ESTÁGIOSEstágio 1 (forma inicial)Alterações
Estágio 2 (forma moderada)DificuldadesDepressão, Agitação, Insônia, IrritabilidadeAIVD – Independência FuncionalDéficit de Memória Recente – Desorientação EspacialDificuldade na Linguagem: encontrar a palavra certaDificuldade: Entender o que lhe foi dito
QUADRO CLÍNICOEstágio 3 (forma grave)Deficiência motora progressiva
Dependente para AIVD + ABVDDificuldade em vestir, higiene pessoalMemória ++ prejudicada++ Desorientados e não reconhece parentesBradicinesia, andar lentoPraxia e agnosia alteradas (IMOBILISMO)
QUADRO CLÍNICOEstágio 4 (terminal)Restrição ao leito
MutismoDificuldade p/ DeglutiçãoInfecções intercorrentesPerda total p/ realizar AVD e ComunicaçãoHipertoniaNão deambula
FISIOTERAPIAOBJETIVO GERAISRetardar a Progressão das perdas Motoras e CognitivasEvitar Encurtamentos e DeformidadesIncentivar a Independência
OBJETIVOS ESPECÍFICOSMobilidadeFlexibilidadeEquilíbrioCoordenação MotoraTransferências e Marcha
FISIOTERAPIAPRÁTICA REGULAR DE AF* (V4)Melhora retenção das habilidades motorasMelhora qualidade do sonoMelhora circulação sanguíneaPrevenção de algumas lesões ortopédicasTreinamento aeróbico: funções mentais
Caminhada e Bicicleta: comportamento, nutrição e risco de quedas(ROLLAND et al., 2000)
FISIOTERAPIAEXERCÍCIO FÍSICO (COELHO et al, 2009)
Protocolos bastante variados
Apenas Exercícios Aeróbios (3 vezes na semana – 12 semanas)
Exercícios calistênicos (somáticos) – relaxamento e respiração profunda
Caminhada com Estimulação Cognitiva (est. da comunicação verbal)
Exercícios Multivariados: de flexibilidade, exercícios aeróbios, treinamento com pesos, equilíbrio e estímulo cognitivo e sensorial
TRATAMENTODANÇA – CAMINHADAMelhora/Mantem mobilidade, equilíbrio, socialização, FM e est. emocional
EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTOAlongamento da musculatura Cervical, MS, Tronco, MI (Auto-alongamentos)
MOBILIZAÇÃO ARTICULARMelhorar dor e rigidezCervical, escapular, ombro, cotovelos, punhos e dedosTronco, quadril e joelhoFlexão plantar e dorsilexão*Ativo, assistido ou passivo
TRATAMENTOPQ A AF PODE AJUDAR O PACIENTE COM DA?
Beneficios observados no Sistema CardiovascularSe extendem ao sistema Cerebrovascular
Incremento da NeurogêneseMelhora da Citoarquitetura Cerebral (v. sanguíneos, dendritas, microglia)Melhora das Propiedades EletrofisiológicasAumento dos Fatores de Crescimento CerebraisDiminuição da formação das Placas Amilóides
EVIDÊNCIA CIENTÍFICAA controlled clinical trial on the effects of exercise on neuropsychiatric disorders and instrumental activities in women with Alzheimer’s diseaseCarla M. C. Nascimento et al, 2011Pacientes: Doentes fase leve-moderadaAvaliação: MEEM, PfefferIntervenção: 3x/semana1h: exercícios aeróbicos, exercício de flexibilidade e resistência muscular (15-20 repetições), coordenação motora e equilíbrioSimultaneamente houve Estimulação Cognitiva:Atenção, memória: reconhecimento de objetos, cálculos simplesDuração: 6 mesesResultados: Menos Deterioro Cognitivo
EVIDÊNCIA CIENTÍFICANeuroestimulación eléctrica transcutánea (TENS) para la demencia (COCHRANE)Cameron M, Lonergan E, Lee H, 2008
TENS: Coluna/cabeça pode melhorar a Cognição e a CondutaPode aliviar Trastornos do Sono
Altera a atividade de diversos neurotransmissoresAumenta a Atividade CerebralAtrasa a Degeneração NeuralEstimula Processos RegenerativosDados insuficientes p/ determinar a eficácia da TENS na Demência
EVIDÊNCIA CIENTÍFICAProgramas de actividad física para pacientes con demencia (COCRHANE)Forbes Dorothy et at, 2008
Existem algumas provas de que a AF atrasa o início da DemênciaReduz o risco em 30-50% (3-6 anos depois) Desacelera o Déficit CognitivoNecessidade (+) estudos: tipo de exercício, frequência, duração*Estudos experimentais de melhor qualidade científica
Estudos em modelos animais indicam que a AF tem potencial de atenuar a fisiopatologia da DemênciaRegulação positiva dos fatores de crescimento, ↑ da neurogênese
EVIDÊNCIA CIENTÍFICAMusicoterapia para personas con demencia (COCRHANE)Vink AC, Birks JS, Bruinsma MS, Scholten RJS, 2004
5 estudos encontraram que a Musicoterapia é beneficiosaQualidade Metodológica dos estudos generalmente DeficienteNão se podem estabelecer conclusões úteis
Escutar música foi mais eficaz que o controle ou nenhuma intervençãoLeitura, sessões de conversaçãoMenos comportamentos agressivos, agitaçãoHabilidades de linguagem (conteúdo da fala e fluidez)Mais felizes e mais alertas
EVIDÊNCIA CIENTÍFICAActividad física y optimización del estado físico para mejorar la función cognitiva en personas mayores sin deterioro cognitivo comprobado (COCRHANE)Angevaren M, Aufdemkampe G, Verhaar HJJ, Aleman A , Vanhees Luc, 2008
8 de 11 estudos: exercícios aeróbicos resultaram melhora o estado cardiorrespiratório – aumento do VO2máx. de aprox. 14%
Coincidiu com as melhorias:Capacidade CognitivaFunção motoraVelocidad cognitiva: Atenção auditiva e visual
FAMILIAR/CUIDADORORIENTAR O CUIDADOR
BANHO: estresse, medo – resistência ou esquecimento
RotinaPreparar objetosTemperatura da águaInspecionar a peleSegurança: barras, antiderrapantes e cadeirasMáximo de independênciaEvitar confrontos e discussões
FAMILIAR/CUIDADORVESTUÁRIOMuitos botões, cintos e fivelasMáximo de IndependênciaEvitar quedas
Fase Avançada – incontinência urinária e fecalRotina: horários p/ banheiroLuz acesa a noiteFraldas geriátricas: *molhadasNão restringir líquidos
FAMILIAR/CUIDADORACAMADOEnsinar transferênciaPosicionamento no leitoMudanças de decúbito (2-2h): DD, DL, CR e poltronaColchão anti-escarasProteger proeminências ósseasLevantar a cabeceira após refeiçõesPele hidratada