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MELHOR CAMINHO? A acessibilidade para além das necessidades especiais: as cidades não estão preparadas para pedestres Ergonomia Design e conforto na concepção dos mobiliários Solo Técnicas para evitar erosão e conservar áreas agricultáveis Mulher As pioneiras na engenharia e na agronomia painel Ano XI nº 276 março/ 2018 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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Melhor caMinho?

A acessibilidade para além das necessidades especiais: as cidades não estão preparadas para pedestres

ErgonomiaDesign e conforto na

concepção dos mobiliários

SoloTécnicas para evitar erosão e conservar áreas agricultáveis

MulherAs pioneiras na engenharia

e na agronomia

painelAno XI nº 276 março/ 2018

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

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Nesses primeiros meses de 2018, a AEAARP iniciou um projeto inovador, o Futuros Profissionais. Começa com palestras sobre mercado de trabalho, empreendedorismo, a função de uma associação de classe e o que a AEAARP oferece aos jovens que cursam engenharia, arquitetura, agronomia, cursos superiores de tecnologia e cursos técnicos. É o primeiro passo, o embrião de uma grande ação que nos propusemos a desenvolver para marcar os 70 anos da entidade.

Depois de percorrer todas as instituições de ensino superior e técnico, vamos convidar esses jovens colegas para participarem de conversas sobre carreira e mercado, o que os especialistas chamam de mentoring. Os mentores seremos nós, que já andamos um bom caminho em nossas profissões e podemos dividir essa experiência com quem está chegando agora.

O que chama a atenção nesse projeto é a possibilidade não só de ensinar, mas, sobretudo, de aprender. Você pode pensar: o que um jovem, universitário, pode ensinar a um profissional experiente? Talvez, não a técnica. Mas, certamente, muito sobre a vida e como as pessoas se relacionam atualmente. As questões que levaram à fundação da AEAARP, por exemplo, são bastante semelhantes: valorização profissional, combate ao sombreamento e à atuação de leigos.

A pauta é semelhante, mudaram as ferramentas e a forma como a sociedade se relaciona. O relacionamento é a chave que abre portas e revela oportunidades. A AEAARP oferece aos jovens a possibilidade de se relacionar com o mercado, com pessoas estabelecidas profissionalmente e que têm muito a compartilhar. Em troca, recebemos vitalidade, um novo olhar sobre a vida e uma nova forma de nos colocarmos no mercado.

É um ciclo virtuoso, para o qual todos estão convidados a participar.

Eng. civil Carlos Alencastre

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Diretoria OperacionalDiretor administrativo - eng. agr. Callil João FilhoDiretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri FilhoDiretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes AlvesDiretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos

Diretoria FuncionalDiretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza LeiteDiretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes PeixotoDiretor social - eng. civil Rodrigo AraújoDiretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino

Diretoria TécnicaAgronomia - eng. agr. Alexandre Garcia TazinaffoArquitetura - arq.urb. Marta Benedini VechiEngenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli

ConselhoPresidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo

Conselheiros Titulares Arq. e urb. e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena MedeirosEng. agr. Dilson Rodrigues CáceresEng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques SoaresEng. civil Edgard CuryEng. civil Elpidio Faria JuniorEng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto MaestrelloEng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz LagunaEng. elet. Hideo KumasakaEng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado

Conselheiros suplentesArq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart BolonheziEng. agr. Jorge Luiz Pereira RosaEng. agr. José Roberto ScarpelliniEng. agr. Ronaldo Posella ZaccaroEng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho

REViSTA PAiNElConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. CanadáRibeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | 3234.1110 [email protected]

Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044

Publicidade: 16 2102.1719

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Naderimpressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

índice

especial 05somos todos pedestres

arquitetura 12Design x conforto

Design de mobiliário: alem da estética 14

aGrONOMia 16É melhor conservar do que recuperar

História 19as festas na aeaarp

trabalHO 20Na área tecnológica, mulheres quebram barreiras

prODutiviDaDe 22Funções avançadas #04 - Feriados Móveis

carreira 23AEAARP e Sebrae-SP inspiram jovens profissionais

CREA-SP 24Decisão estabelece diretrizes para fiscalizaro acobertamento

estatutO 25Documento foi atualizado

NOtas e cursOs 26

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge1º Vice-presidente

Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente

Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel

A s s o c i A ç ã ode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

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AEAARP

ESPECiAL

sOMOs tODOs peDestresPara garantir cidades mais caminháveis é preciso unir esforços de todos os

envolvidos: poder público, profissionais da área técnica e cidadãos

Segundo pesquisa da consultoria Green Mobility, no Brasil, 30% das viagens cotidianas são realizadas

a pé. A informação foi divulgada pela TV Câmara, durante o programa Participação Popular, que discutiu a situação das cal-çadas no país com especialistas de várias áreas. O estudo apurou que 63% dos entrevistados gostariam de aderir a esse meio de locomoção. De acordo com os especialistas, o baixo índice dos que usam a caminhada para se deslocar pode estar

associado à falta de qualidade das calçadas brasileiras, que receberam nota média de 3,40 – em uma escala de zero a 10.

Calçadas confortáveis, seguras e aces-síveis são sonhos de qualquer pedestre. Do estacionamento ao comércio, da casa ao ponto de ônibus: em algum momento do dia, todos são pedestres. Cidades caminháveis são feitas para as pessoas, na linguagem dos especialistas. Criar ou adequar cidades com esse conceito não é fácil, mas já está previsto na Política Na-cional de Mobilidade Urbana, que exige a priorização do pedestre. Além de ser um meio de transporte saudável e sustentável, os modais não-motorizados (bicicleta ou andar a pé) contribuem também para a redução de gases poluentes.

Assista ao programa completo no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

Diante da urgência de se criar cidades inclusivas, resilientes e saudáveis, um grupo de arquitetos e urbanistas criou a organização social Cidade Ativa. O grupo se apresenta como pedestres, ciclistas e usuários do transporte público, que busca incentivar comportamentos mais ativos focados na transformação da pai-sagem (através de pesquisas e projetos que modificam o ambiente construído) e na transformação das pessoas (criando campanhas e disseminando conheci-mento). “Vivemos as ruas, o espaço público, a cidade. A Cidade Ativa está em cada um de nós. Juntos podemos trabalhar para mudar o lugar em que vivemos, deixando que esse processo nos transforme também”.

Calçadas em Ribeirão Preto (SP)

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Revista Painel

O engenheiro Alexsander Maschio, gerente Regional Sul da Associação Brasileira de Cimento Portland, listou 10 situações que devem ser analisadas antes de construir uma calçada.

10 DICAS DE COMO CONSTRUIR UMA BOA CALÇADA

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Revista Painel

CAMINHABILIDADE NO ENTORNO DAS ESCOLASOs engenheiros civis Luiz Henrique Souza da Rocha e Thays Ribeiro Fávaro foram a campo e avaliaram a caminhabilidade no entorno de algumas escolas da região de Ribeirão Preto. O trabalho intitulado Avaliação da caminhabilidade no entorno de escolas: estudo de caso na Região Metropolitana de Ribeirão Preto foi apresentado por eles como Trabalho de Conclusão de Curso, em 2017, na Universidade Paulista (UNIP) de Ribeirão Preto.

Os profissionais fizeram o mesmo trajeto que muitas crianças e jovens percor-rem a pé até chegarem às escolas. Segundo a publicação, “medo, insegurança e desconforto são sentimentos que assolam os estudantes no caminho casa--escola, o aumento constante dos índices de acidentes, grandes fluxos de veí-culos, calçadas estreitas, ambientes degradados e mal iluminados, presença de pedintes, entre outros fatores, contribuem ainda mais para que seja criado um sentimento de repúdio quanto a andar a pé ou de bicicleta”.

O engenheiro civil Marcelo Augusto Amancio, professor da UNIP - Ribeirão Preto e orientador do trabalho, observa que mesmo que o poder público seja responsável apenas pela fiscalização, faltam condições para cumprir suas pró-prias regras. “É preciso melhorar o cumprimento da Lei da Mobilidade Urbana, que determina que o sistema de mobilidade deve estar em todo segmento do município e que privilegie o modal de transporte não motorizado”.

Veja o trabalho completo no endereço eletrônico da AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

O arquiteto Benedito Abbud é outro defensor de cidades mais verdes, sus-tentáveis e humanas. “O carro se tornou o principal ator do desenvolvimento das cidades. Está na hora de criar cidades para pessoas e para o convívio social”, disse ele durante palestra na AEAARP. Ele comparou a largura das calçadas de hoje com as da época medieval, quando eram utilizadas carroças como principal meio de transporte. “Nas cidades temos grandes prédios, muitos carros e calçadas estreitas. As pessoas andam nos resquícios de espaços que sobram”.

Segundo, o arquiteto e urbanista José Antonio Lanchoti, professor universitário

CIDADE ATIVANo portal www.cidadeativa.org, o grupo mantém um blog com informações sobre o tema, divulga o calendário dos eventos promovidos e apresenta todos os participantes e colaboradores.

e coordenador de Ensino e Formação do CAU-SP, as calçadas precisam de no mínimo 1,20 m de largura, porém o ideal seria 1,50 m. “Com 1,20 m é possível cruzar um usuário de cadeira de rodas e uma pessoa caminhando. Com 1,50 m é possível o cruzamento entre duas cadei-ras de rodas”. Ele acrescenta que o espaço deve estar livre de qualquer obstáculo (inclusive raízes e galhos de árvores), ter piso resistente, contínuo e sem trepida-ção (provocada por pedras irregulares, causando desconforto ou acidentes às pessoas com mobilidade reduzida).

Em muitos casos, os passeios públicos ainda são divididos com outros objetos ou situações que reduzem ainda mais o espaço: mobiliário urbano (equipamentos instalados nas ruas como postes, placas de sinalização, hidrantes, pontos de ônibus, Passeio público localizado na Avenida José Adolfo

Bianco Molina, em Ribeirão Preto (SP)

lixeiras etc.), espaço para vegetação e ou-tros. Sem contar que em zonas comerciais, a grande concentração de vitrines de lojas acaba estimulando as pessoas a pararem ou reduzirem o ritmo da caminhada, o que dificulta ainda mais a fluidez no espaço.

A inclinação dos passeios públicos é outro detalhe importante e que, muitas vezes, é ignorado. “Devem seguir a to-pografia natural da área e ter no máximo 3% de inclinação transversal. Quando a inclinação excede essa porcentagem, as cadeiras de rodas pendem para o meio fio”, explica José Antonio. Atualmente, a responsabilidade pelas calçadas é com-partilhada entre poder público e privado. Ambos têm que fazer sua parte para que os passeios públicos tenham fluidez e atendam a todos os tipos de usuários. Mas qual é o papel que cada ator desempenha?

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AEAARP

REVISÃO DAS LEIS MUNICIPAIS

O atual Código de Obras de Ribeirão, de 2007, prevê que haja

calçada de proteção ao redor das edificações ou lotes quando houver pavimentação asfáltica (e a calçada deve ser mais alta que a rua), que não se tenham degraus ou desníveis abruptos e atendam as normas de acessibilidade. As

calçadas devem, no mínimo, estar cimentadas em toda sua extensão. Segundo a assessoria de imprensa

da prefeitura, o Código de Obras de Ribeirão Preto está no pacote de 12 leis complementares que passarão

por revisão em até um ano após a promulgação do Plano Diretor,

que está na Câmara Municipal para deliberação. Veja todas as leis que

serão revisadas na área Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.

www.aeaarp.org.br

Os projetos apresentados às prefeitu-ras – seja pelo engenheiro ou arquiteto – devem seguir as legislações municipais e, quando há omissão, a norma de acessibi-

COMO RECLAMAR EM RiBEiRÃO PRETOQuem detectar problemas nas calçadas pode alertar o poder público pelo telefone 156, no portal da prefeitura (www.ribeiraopreto.sp.gov.br) na aba Fala Cidadão, ou pelo aplicativo de celular Fala Cidadão, onde é possível acrescentar imagens às reclamações. Segundo o diretor do Departamento de Fiscalização Geral Antonio Carlos Muniz, as respostas às reclamações são sempre imediatas, dentro das demandas prioritárias de cada setor. Depois de confirmar o problema, a prefeitura encaminha um pedido de reparação imediata ao proprietário do imóvel. Caso não seja atendido, é enviada multa no valor de R$ 1.285, com prazo de 30 dias para recorrer. “Se houver reincidência ou descumprimento, será feito um relatório para a Secretaria de Negócios Jurídicos para medidas judiciais cabíveis”, explica Antonio Carlos.

José Antonio observa que a função principal das calçadas é a mobilidade ur-bana. “Mesmo que a permeabilidade do solo seja bem-vinda, não podemos tirar a qualidade da caminhabilidade para garantir a permeabilidade”. Ele acrescenta que com a Lei Brasileira de inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146/2015), o poder público deverá ampliar seu papel fiscalizador, ser

Calçada localizada na Rua do Professor, Ribeirão Preto (SP)

mais rigoroso e criar parcerias com os con-selhos profissionais. “Não estamos buscan-do culpados. A intenção é ganhar parceiros para a construção de novas cidades: mais acessíveis, democráticas e participativas”.

Conselhos profissionaisTodo o projeto ou obra deve ter um

responsável técnico, devidamente ha-bilitado para a função. Portanto, cabem a esses profissionais conhecer as leis e seguir as normas técnicas. “Vejo ex-alunos e profissionais mais antigos muito preocu-pados com a questão da acessibilidade e buscando normas que não viram durante suas formações. Mas, nem todos são assim. Vemos calçadas muito inclinadas em áreas de acesso às garagens ou com mais espaços para vegetação do que para circulação”, diz José Antonio.

lidade. “A Lei Federal 13.146/2015 respon-sabiliza quem produz os espaços (projeto, execução e fiscalização) caso eles não garantam a acessibilidade”, complementa José Antonio. Os projetos executados de-vem ser fiscalizados e caso desrespeitem as normas técnicas, os responsáveis técnicos que recolheram a ART ou RRT poderão ser denunciados aos respetivos conse-lhos: CREA ou CAU. Além da fiscalização periódica feita pelas prefeituras, o órgão também atende denúncias dos usuários.

Poder públicoO poder público é o único órgão que tem

a função de fiscalizar as calçadas. Cada prefeitura pode criar suas diretrizes: có-digo de obras, plano viário e outras legis-lações que possam nortear a construção e conservação desses espaços. Em Ribeirão Preto (SP), por exemplo, não há lei especí-fica de calçadas e, segundo José Antonio, algumas diretrizes estão apenas no Plano Viário da cidade. “Todo regramento fica por conta da NBR 9050 [norma brasileira sobre acessibilidade a edificações, mobi-liário, espaços e equipamentos urbanos]”.

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Revista Painel

código de defesa do consumidor. Já os mais antigos não têm essa formação, por isso precisam se atualizar”. Ele acrescenta que a responsabilidade de uma obra tam-bém é compartilhada com o proprietário do imóvel.

Proprietários e cidadãosAlém de ser de responsabilidade do

proprietário dos lotes ou imóveis, a conser-vação e o bom uso dos passeios públicos dependem também do respeito ao espaço público por parte de todos os cidadãos. Segundo José Antônio, a população precisa ser educada para reduzir os problemas das calçadas. “Se não existem calçadas nas rotatórias, por exemplo, é porque as pessoas não devem circular por lá. Não é seguro. As calçadas devem contornar as rotatórias. As pessoas se recusam a adotar o caminho mais seguro e buscam caminhos mais curtos”, finaliza.

Caso haja alguma negligência ou impru-dência profissional, as denúncias podem ser feitas em várias instâncias: prefeitura, Ministério Público, conselhos profissio-nais (CAU e CREA). Segundo o enge-

MACRO E MICRO-CAMINHABILIDADE

Para descrever a qualidade de uma calçada, são usados os conceitos macro-caminhabilidade e micro-

caminhabilidade. Enquanto a macro-caminhabilidade analisa as

características de maneira geral (densidade populacional e dimensão das quadras, por exemplo), a micro-

caminhabilidade analisa características perceptíveis pelo pedestre e que

influenciam sua caminhada (qualidade da calçada, existência de semáforos nas vias, etc.), explica o engenheiro

civil Marcelo Augusto Amancio.

nheiro ambiental Thiago Cesar Marchetti Vieira, chefe da UGi de Ribeirão Preto do CREA-SP, o conselho é responsável por fiscalizar o exercício profissional dos engenheiros. Toda obra ou projeto tem uma ART e lá está descrito qual a respon-sabilidade do profissional e se foi seguida a NBR 9050, por exemplo.

O CREA também autua obras que não apresentem um responsável técnico, além de comunicar a prefeitura. O conselho tan-to realiza fiscalizações aleatórias quanto atende denúncias. É possível registrar de-núncia pessoalmente na sede do CREA ou no endereço eletrônico (www.creasp.org.br), na aba fiscalização: denúncia on-line.

No caso de denúncia, serão apuradas as responsabilidades técnicas de cada profis-sional envolvido. O conselho tentará re-solver o problema e se não conseguir, um processo será encaminhado para a Câmara de Engenharia Civil, órgão responsável por julgar a situação. Caso seja confirmada im-prudência, negligencia ou ação antiética, o profissional será processado e pode sofrer desde uma advertência até a suspensão ou cancelamento do registro profissional.

Para os arquitetos, o processo de de-núncia, apuração dos fatos e perda do registro profissional é similar. A diferença está apenas no nome do documento que registra a responsabilidade técnica do arquiteto, a RRT. O arquiteto e urbanista José Roberto Geraldine Junior, presidente do CAU/SP e da regional do CAU/SP de Ribeirão Preto, acrescenta que a denúncia pode ser feita apenas no site do CAU (www.causp.gov.br), na aba serviços online: denúncias.

Para José Roberto, os jovens profis-sionais têm um domínio maior sobre a acessibilidade se comparado aos que estão no mercado há mais tempo. “Os recém--formados acompanharam de perto a Lei de Mobilidade Urbana, estatuto da cidade,

Calçada localizada na Rua João Alves Silva Júnior, Ribeirão Preto (SP)

Calçada localizada na Alameda João Paulo II, Ribeirão Preto (SP)

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Revista Painel

DesiGN X cONFOrtODa escola Bauhaus, na Alemanha, aos cursos de arquitetura,

urbanismo e design em Ribeirão Preto: ergonomia é qualidade de vida, beleza e oportunidade

Design e conforto andam juntos quando se trata da concepção do mobiliário. Um dos professores

da escola Bauhaus, o arquiteto Ludwig Mies van der Rohe, fez história ao explorar a beleza e o conforto simultaneamente. Ele desenvolveu cadeiras que são refe-rência de design em todo o mundo, como a Brno (1930), e são comercializados até hoje por possuírem uma estética atual.

ARQUITETURA

A cadeira Aeron, idealizada algumas décadas depois pelos designers Bill Stumpf e Don Chadwick, revolucionou a forma de projetar uma cadeira. A ergonomia foi o princípio do estudo. Ela foi pensada sistematicamente em cada articulação e movimento para não ter apenas a função principal do objeto, mas também interce-der positivamente na saúde postural de quem se sentasse por longos períodos.

O arquiteto e urbanista Domingos Guimarães, docente no curso de Arquite-tura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda, explica que o estudo da

ergonomia permite adequar o bem-estar ao aproveitamento do espaço, proporcio-nando segurança, conforto e produtivida-de. “Quando sentamos em uma cadeira para realizarmos uma tarefa existe uma fusão homem, equipamento e operação a ser realizada. Isso envolve características físicas da anatomia humana, antropome-tria, fisiologia, biomecânica e sua relação com a atividade física e processos mentais (cognitivos) – tais como percepção, memó-ria, raciocínio e resposta motora – e seus efeitos na interação entre o ser humano e os elementos do sistema”.

Ludwig Mies van der Rohe

Cadeira Brno nos dias de hoje

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AEAARP

Estudo da ergonomiaO conceito de ergonomia consiste no

conjunto de disciplinas que estuda a orga-nização do trabalho no qual existem inte-rações entre seres humanos e máquinas. A expressão origina-se dos termos gregos “ergon”, que significa trabalho, e “nomos”, que são regras ou normas.

No Brasil, a ergonomia teve origem nas áreas de Engenharia de Produção e Dese-nho industrial, voltada ao conhecimento das medidas humanas, normas e padrões para a população brasileira. “É uma ciência inovadora, que nasceu da necessidade de humanizar a relação homem e trabalho, con-siderando que trabalho também é a ação de sentar, ler, escrever, comer”, diz Domingos.

Na arquitetura, a ergonomia utiliza técnicas da antropometria (conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano) para adaptar o ambiente de tra-balho ao ser humano e criar objetos que sejam fáceis e confortáveis de manusear ou que se adaptem ao corpo humano. “Para o profissional que planeja, projeta e executa ambientes construídos na área de arquitetura, engenharia, urbanismo e design, a ergonomia é fundamental”, explica Domingos.

Ainda segundo ele, o homem, em suas

construções, tende a adequar o objeto, a casa e a sua cidade ao seu modo de uso na tentativa de obter qualidade de vida. Den-tro de um ambiente, seja de trabalho, lazer ou descanso, são vários os elementos de estímulos sensoriais a serem explorados que influenciam no comportamento do usuário proporcionando novas experiên-cias: cor, textura, iluminação, temperatura, mobiliário, circulação, etc. “Uma perfeita adequação dos elementos ambientais produzidos contribui positivamente na realização das atividades e na promoção do bem-estar do indivíduo”, destaca.

Todo projeto arquitetônico segue a Norma Regulamentadora 17 (NR-17), do Ministério do Trabalho, que estabelece parâmetros que permite a adaptação das condições de trabalho às características psicológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança e de-sempenho eficiente.

Para a arquiteta e urbanista Denise Cristina Vieira, docente do curso de Design de Interiores do Senac Ribeirão Preto, quando se trata da palavra trabalho, muitos interpretam como um exercício remunerado em ambiente corporativo. Mas, na verdade, o termo é muito mais amplo, já que, segundo ela, trabalho é toda

e qualquer atividade em que o homem tem um gasto energético na execução. “A ergonomia é amplamente aplicada na ar-quitetura, mesmo que intuitivamente, por meio de normas e regras para concepção de um projeto, como o Código de Obras, a NBR-9050, que trata de acessibilidade, conforto lumínico e até da definição de cores e eletrodomésticos”, explica.

De acordo com ela, para conceber um espaço ou uma edificação, é necessário um diagnóstico detalhado e profundo do usuário ou grupo de usuários que irá tra-balhar e usufruir do local. Assim, é possível elaborar um programa de necessidades, atendendo às demandas do público que, Denise enfatiza, são as necessidades reais.

“Às vezes, temos que ir fundo no co-tidiano desse determinado cliente para conseguir informações que nortearão o projeto. Tendo em mãos as necessidades e expectativas, aí sim partimos para a adequação do local às regras e normas de concepção de espaços. Muitas pessoas veem o Código de Obras e as Normas de Acessibilidade como vilões na hora de projetar, mas eles são verdadeiros aliados na aplicação da ergonomia, segurança e conforto ambiental. Sem levar esses con-ceitos em consideração, a arquitetura se torna insalubre, fria e sem vida”.

Para o arquiteto Domingos, o campo da ergonomia adquiriu vasta abrangência nos últimos 60 anos. Mas, ainda hoje, muitas pessoas não sabem muito bem qual seu significado. “A ergonomia é a base para esse mundo em constante mudança no comportamento da sociedade, que nos leva a adotar novas atitudes e novas posturas na indústria da construção e do design. A qualidade ambiental e o uso de novas tecnologias proporcionam a interação entre objeto e pessoa, possibi-litando novas experiências e provocando emoções”, define.

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Desenhos ilustrativos sobre estudo da ergonomia

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DesiGN De MObiliÁriO: alÉM Da estÉtica

Estudo ergonômico vale para peças exclusivas e para as que são produzidas em grande escala

O design de mobiliário é uma ver-tente que lida com a concepção dos objetos e inclui vários tipos,

além de projeto de interiores. A intenção do profissional de designer de móveis é a de criar um mobiliário de acordo com aspectos funcionais, como a ergonomia, e aspectos estéticos compatíveis com o usuário. Segundo a arquiteta e urbanista Denise Cristina Vieira, docente do curso de Design de Interiores do Senac Ribeirão Preto, situado em um contexto artístico, o planejamento depende de tendências gerais e modismos e procura fornecer diretrizes para novas tendências ou mu-danças de estilo.

ARQUITETURA

Na prática, o estudo de mobiliário baseia-se inicialmente em um programa de necessidades do usuário, o local onde o móvel será colocado e o quanto se quer in-vestir nos materiais que irão compor esse objeto. O processo envolve investigação e desenvolvimento, bem como a projeção do protótipo até a peça final do produto.

Atualmente, existem vários tipos de ma-teriais com diferentes valores — madeiras nobres e madeiras industrializadas, aca-bamentos, estrutura — que são utilizados sem abrir mão da qualidade e da vida útil. “Logo que um estudo é definido, parte-se para a execução do protótipo para veri-ficação de possíveis erros na execução,

problemas com inadequação de materiais, durabilidade e resistência da estrutura”, esclarece a docente.

Existem estudos para design exclusivo nos quais apenas uma peça ou uma série com um número reduzido é produzido. Também há estudos específicos para a indústria moveleira, que produzirá em larga escala visando a comercialização. “Mas, seja uma peça exclusiva ou em larga escala na indústria moveleira, é fundamental o estu-do ergonômico. Design de móveis é pura ergonomia; não existe projeto de mobiliário sem se pensar em ergonomia”, afirma.

Um exemplo, segundo a docente, é o estudo de uma mesa exclusiva desenhada

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Estudo de mobiliário

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AEAARP

DESIGN UNIVERSALAtualmente, o tema Design Universal é o mais presente nas discussões sobre ergonomia. A expressão foi usada pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1985, pelo arquiteto Ron Mace, que influenciou a mudança de paradigma no desenvolvimento de projetos urbanos, de arquitetura e design, inclusive de produtos.

O Design Universal é um conceito que propõe o desenvolvimento de ambientes, objetos e produtos que possam ser utilizados por diversos usuários, incluindo crianças, idosos e pessoas com restrições temporárias ou permanentes. Está diretamente relacionado ao conceito de sociedade inclusiva e sua importância tem sido reconhecida pelo governo, empresários e indústria. “Quando falamos de inclusão, pensamos em incluir todas as pessoas. Quando tratamos de um projeto exclusivo, acredito que estamos excluindo pessoas”, alerta a arquiteta e urbanista Denise Cristina Vieira, docente do curso de Design de Interiores do Senac Ribeirão Preto.

No Design Universal, o profissional estuda uma série de questões que geralmente não são abordadas em um projeto comum. Nesse trabalho, ele precisa considerar todas as possibilidades de uso e por usuários muito diferentes. Isso inclui questões sociais, históricas, antropológicas, econômicas, políticas, tecnológicas e principalmente de ergonomia e usabilidade.

Os sete princípios do Desenho Universal 1. Uso equitativo

2. Uso flexível

3. Uso simples e intuitivo

4. Informação de fácil percepção

5. Tolerância ao erro (segurança)

6. Esforço físico mínimo

7. Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente

à mão. Ela explica que é preciso compreen-der as necessidades do usuário, considerar a altura da cadeira ou banqueta a que ele se acomodará e o local para armazena-mento de materiais.

“Para o projeto foi indicada uma gaveta com dimensões que atendam vários tipos de papéis, material muito utilizado pelo usuário e ainda um regulador de ângulos para atender as necessidades do trabalho a ser desenvolvido. O estudo também considera a devida altura da cadeira, um descanso para os pés para manter a cir-culação sanguínea nas pernas e evitar um esforço da coluna. O que quero mostrar é que para um desenho de uma simples

mesa de trabalho foi realizado todo um estudo ergonômico”, salienta.

Forma e função“A forma segue a função”, definição do

arquiteto modernista Louis Sullivan, é um princípio do design funcionalista asso-ciado à arquitetura e ao design moderno do século XX. Significa que a forma é resultado da funcionalidade do objeto ou do espaço, não do capricho pessoal ou da tradição histórica. O que quer dizer que, para atender às necessidades gerais da sociedade, o projetista deve configurar a forma a partir da função específica do objeto a ser produzido.

Segundo os profissionais da área, é preciso considerar a função e o conforto para o usuário. “Acredito que um projeto arquitetônico ganha a sua forma a partir de um programa de necessidades e um partido arquitetônico, levando em conta, além da ergonomia, o conforto ambiental como um todo. Como arquiteta e urbanis-ta, não posso simplesmente trabalhar com materiais e formas sem levar em conside-ração o clima e as características do local, pensando apenas na forma e impressão que a obra causará pela sua aparência e beleza. Mas, sim, preciso avaliar seu conforto, usabilidade e sustentabilidade”, alega Denise.

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Revista Painel

Aos que acreditavam que nesta terra “em se plantando tudo dá” – referência a um trecho

da carta na qual Pero Vaz de Caminha descreve o Brasil –, vale o alerta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês): o Brasil tem aproximadamente 30% do seu solo degradado. Esse solo, portanto, é impróprio para a agricultura. A média mundial também não é animadora, pois segundo o levantamento, metade dos solos agricultáveis do planeta está degradada. O estudo mais recente da FAO é de 2015.

É MelHOr cONservar DO que recuperarCom a grande quantidade de solos agricultáveis degradados no país, é chegada

a hora de tirar as técnicas de conservação da teoria e aplicá-las no campo

AGRONOMIA

Erosão, salinização e poluição dos solos são os principais problemas encontrados no Brasil. “A degradação resulta na dimi-nuição da fertilidade do solo, aumento da turbidez da água e, consequentemente,

aumento no custo do tratamento para abastecimento público, desvalorização de terras, aumento no preço dos alimentos e perda de biodiversidade”, explica o enge-nheiro ambiental André Almagro.

Voçoroca em um estágio mais avançado do processo erosivo. Neste caso, já atingiu o lençol freático - Campo Grande (MS)Im

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PRODUTIVIDADE NO CAMPOO manejo inadequado têm prejudicado grandes áreas agricultáveis. De acordo

com o e-book Como aumentar a fertilidade do solo? – Minimizando impactos e aumentando a produtividade, do engenheiro agrônomo Marihus Altoé Baldotto,

do ponto de vista físico, a compactação e a erosão do solo são os problemas mais expressivos que a agropecuária brasileira enfrenta. Segundo a publicação, estima-

se que mais de 500 milhões de toneladas de solo são perdidas anualmente no Brasil. Veja o material completo no portal AEAARP, na área Notícias.

www.aeaarp.org.br

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AEAARP

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Sistema de terraceamento usado como prática conservacionista - Campo Grande (MS)

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Assista ao vídeo da Embrapa detalhando o passo a passo da construção de terraceamento no portal da AEAARP, na área Notícias.

5 PASSOS PARA FAZER TERRACEAMENTO COM TRATOR E ARADO

Conservar ou recuperar?Em geral, produtores rurais investem

mais nas técnicas de recuperação. Se-gundo André, muitos só utilizam técnicas conservacionistas após algum prejuízo, mesmo que pontual, na propriedade. Até a década de 1970, a mecanização do solo e o uso de grades e arados eram intensos. Com o tempo, esse sistema deu espaço para outros mais sustentáveis como o plantio direto, por exemplo.

Ainda que os custos com técnicas conservacionistas sejam mais baratos e eficientes, muitos produtores preferem remediar em vez de conservar. André comenta que sistemas de terraceamento (criação de terraços destinados à ativida-de agrícola em áreas muito inclinadas), por exemplo, custam aproximadamente R$ 100 por hectare. Em contrapartida, prejuízos financeiros e ambientais gerados pela erosão do solo e o custo de recuperação superam, e muito, esse valor. “Estudos apon-tam custo superior a US$ 7.000 por hectare para recuperar encostas e US$ 2.000 por hectare para recuperar o solo”.

Técnicas e práticas agrícolasPara os que prezam a conservação do

solo, além do terraceamento, podem adotar outras técnicas como plantio em nível e plantio direto. Essas técnicas não são permanentes, precisam de ma-nutenção periódica. “Um terraço sem manutenção, por exemplo, pode estourar e desencadear processos erosivos mais intensos do que se não houvesse o terra-ceamento, pois o volume de água retido é muito grande”.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Tabuleiros e Costeiros com edição d’A Lavoura

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Revista Painel

A conservação dos solos não gira em torno apenas de questões financeiras. “Uma grande voçoroca não voltará a ser uma área produtiva”, diz André. A recupe-ração natural de áreas degradadas pode levar milhares de anos, porém as técnicas disponíveis aceleram a recuperação do equilíbrio do sistema. Mas, isso não signi-fica que a área voltará ao estado original. “O solo erodido pode ser recuperado com técnicas de estabilização de encostas de

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

Na esfera federal, a Agência Nacional de Águas (ANA) é o

órgão envolvido na conservação de solo e água, através de políticas

de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Em 2001, a

agência criou o Programa Produtor de Água, que orienta, apoia e certifica projetos que buscam

reduzir a erosão no meio rural.

Outra barreira para ampliar o uso de técnicas mais sustentáveis é a falta de conhecimento de alguns agricultores. Muitos acreditam que a aplicação de apenas uma técnica resolve todo o pro-blema do solo. Segundo o engenheiro ambiental, quando o sistema de plantio direto (SPD) começou a ser aplicado nas lavouras, muitos acreditavam que isso já era o suficiente para acabar com a erosão. “Apesar de o SPD aumentar as taxas de infiltração e proteger o solo, ele tem pouco efeito sobre a enxurrada, por exemplo”, alerta André.Voçoroca em um estágio mais avançado do processo erosivo - Campo Grande

voçorocas, plantio de leguminosas para recuperar a fertilidade do solo, plantio de mudas arbóreas para recuperar matas ciliares e reestruturação do solo. E o tempo de trabalho dependerá do grau de degradação”.

intensidade da chuva, tipo de solo, declividade, comprimento da rampa, uso e cobertura do solo e as práticas adotadas são os principais fatores que influenciam o processo erosivo. Regiões que reúnem o maior número desses itens são mais propícias para erosões. “Áreas com chuvas intensas, relevo declivoso, solo descoberto e sem manejo tem maiores taxas de perda de solo”, acrescenta André.

Segundo o engenheiro ambiental, a região de Ribeirão Preto (SP) apresenta chuvas com potencial moderado à erosão, 25% menor em relação à média do país. Por apresentar culturas temporárias (cana--de-açúcar), a região tem taxas de perda de solo que variam entre muito baixa e moderada em grande parte da área. “No entanto, como existem locais com declive acentuado e solo mais suscetível à erosão, pode ocorrer áreas com altas taxas de per-da de solo, principalmente, se as técnicas conservacionistas não forem adotadas”.

PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS

O engenheiro ambiental André Almagro listou os tipos de práticas conservacionistas do solo:

▪ vegetativas: plantio direto, rotação de culturas e manejo de pastagem.

▪ edáficas: controle de fogo, calagem (mistura de cal e outros produtos para adubar e equilibrar a acidez da terra) e adubação (verde, química ou orgânica).

▪ mecânicas: terraceamento, plantio em nível, subsolagem (descompactação de camadas adensadas da terra) e construção de sulcos de drenagem.

DesafiosTécnicas de conservação e políticas

públicas já existem. O que falta, segundo André, é a implantação dessas políticas e criação de mais programas de cons-cientização dos produtores rurais. André complementa que parcerias entre ór-gãos municipais, estaduais e nacionais, universidades, ONGs, setor privado e produtores rurais são essenciais para a aplicação efetiva das tecnologias existentes.

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AEAARP

O hábito de reunir associados para comemorar é antigo na AEAARP. Não raro, as festas eram

registradas nos livros de atas. Ocorre que essas ocasiões não eram somente festivas: os profissionais se reuniam em restaurantes, por exemplo, e aproveitavam para “esticar” a noite. O ex-presidente José Braga de Albuquerque assumiu a redação das atas em um período e deixou registrados encontros com textos divertidos:

[...] reuniram-se os membros desta As-sociação no Restaurante do Bosque, em jantar de congraçamento que contou com a presença de oito casais e cinco libertinos,

as Festas Na aeaarpHiSTóRiA

digo, libertos do matrimônio. [...] Não poderia deixar de ficar assinalada a exibição coreográfica do colega Antônio Pascoal, por ocasião desta reunião, que deu sábia lição de como não dançar o halygali. Livro de Atas 2, 24/10/1963. pp. 8v-10

O restaurante tradicional da cidade na época, localizado no Bosque Municipal Fábio Barreto, recebeu inúmeras reuniões da AEAARP, em uma época em que a sede própria era sonho distante. No centro da cidade, a Cantina 605 também abrigou jantares da entidade que, no início dos anos de 1960, eram convocados como reuniões e assembleias.

Por um período, reuniões exclusiva-mente festivas aconteciam duas vezes por mês e as esposas dos associados eram convidadas. Elas foram as primeiras mulheres a frequentarem os encontros da AEAARP. Na primeira oportunidade, o engenheiro Francisco Claudio innecchi considerou que as discussões sobre as-suntos da AEAARP eram enfadonhas para elas. Sugeriu que esses debates fossem abolidos nessas ocasiões. As mulheres se opuseram e o episódio ficou marcado na história da associação como o primeiro – e o último até meados dos anos 1980 – no qual houve manifestação feminina em uma reunião da entidade.

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Revista Painel

TRABALHO

Na Área tecNOlóGica, MulHeres quebraM

barreirasMaioria na arquitetura, minoria na engenharia e na agronomia, as mulheres conquistam espaços nas universidades e no mercado de

trabalho, ainda que exista muito espaço a ser ocupado

No passado, restrições impos-tas às mulheres no campo da educação as afastaram de

várias carreiras, especialmente das tecnológicas. Talvez isso justifique até hoje o reduzido número de mulheres engenheiras e agrônomas. Mais de 1,1 milhão de profissionais têm registro no Sistema CONFEA-CREA no país; destes, pouco mais de 190 mil são mulheres - 16,42% do total.

Na arquitetura e urbanismo o cenário é diferente. De acordo com o último censo

demonstram que o número de mulheres matriculadas em cursos da área tec-nológica cresce anualmente: em 2015 correspondiam a 30,3% das matrículas em cursos de engenharia civil.

Quando a engenheira agrônoma Marta Rossi ingressou no curso na Universidade Federal de Lavras (MG), em 1983, 93,3% da turma eram formadas por homens: eram 75 homens e 5 mulheres. No curso de Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda, do qual ela é coordena-dora, 16% dos alunos matriculados são

do CAU-BR, elas representam 61% do total de profissionais em atividade no país, ante 39% de homens e trata-se de uma tendência que vem se consolidando ao longo das últimas décadas. A predomi-nância feminina é maior entre arquitetos mais jovens. Se entre os profissionais com idades entre 41 e 50 anos as mulheres são pouco mais que a metade (57,4%), entre os 20 e 25 anos essa taxa é de 78,3%. Os homens são maioria apenas na faixa aci-ma de 61 anos, na qual são 71% do total.

Dados do Censo da Educação Superior

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AEAARP

mulheres. A turma que se matriculou neste ano aumentou um pouco esse percentual: tem 18% de mulheres.

“Antigamente, existia um preconceito muito grande com as mulheres, principal-mente em relação aos serviços fisicamente pesados, locais de trabalho distantes e falta de condições estruturais. Mas, com o advento da tecnologia, novas máquinas e áreas que foram surgindo, a participação da mulher no curso vem aumentando”, avalia Marta.

Segundo ela, o mercado aceita mais a participação feminina na área de pesquisa. “Essas atividades exigem um trabalho mais minucioso e delicado. Mas, estamos em fase de ascensão, pois há poucas ocupan-do cargos de alta chefia”, explica.

Mas, ainda assim, mulheres são minoria. Maria Gabriela Evangelista Soares da Silva, mestranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), escreveu um artigo no qual analisa a participação feminina nas ciências exatas – “A mulher pesquisadora e sua invisibilidade nos campos da matemática e da física”, apresentado em um congresso em Florianópolis (SC) em 2017. Segundo ela, o acesso das mulheres às universi-dades passou a ser legalmente aceito a partir de 1879.

No Instituto Militar de Engenharia (IME, Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho), a primeira escola de engenharia do Brasil, criada em 1792, a primeira mu-lher a graduar-se foi a guatemalteca Fran-cisca Fernandez Hall Zuniga, em 1950, que se formou em Engenharia de Fortificação e Construção. Atualmente, na graduação há 64 mulheres no universo de 497 alunos.

Maria Gabriela avalia questões de gêne-ro — o papel da mulher e do homem social-mente aceitos na família e na sociedade — e de hierarquia, tanto na escolha da carreira quanto na ascensão profissional, para afirmar que “mesmo nos empregos

que são de alguma maneira misturados, as mulheres ocupam as posições com menos responsabilidades, menos seguras e me-nos bem pagas; e até mesmo quando a profissão é majoritariamente feminina, os homens ainda se encontram em posições de gerência”. Neste caso, mesmo que a pesquisa seja um campo de trabalho onde as mulheres têm mais inserção na agrono-mia, por exemplo, há disparidade entre o plano de carreira dela e de seu colega do gênero oposto.

HistóriaA primeira mulher a se formar en-

genheira no Brasil foi Edwiges Maria Becker Hom’meil, em 1917, pela Escola Polythecnica do antigo Distrito Federal – hoje Escola Politécnica da UFRJ. Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do país, formada em 1945 pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela tinha 32 anos quando se graduou. Trabalhou no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica do Paraná e fez parte da equipe de engenheiros da cons-

trução da usina hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza (antiga UHE Capivari-Cachoeira), na região me-tropolitana de Curitiba (PR).

Na agronomia, a pioneira foi Veridiana Victoria Rossetti, formada em 1937, pela ESALQ, em Piracicaba (SP). É reconhecida como uma das maiores pesquisadoras no mundo em doenças que atingem a citricultura. Foi presidente da Comissão Permanente de Cancro Cítrico de 1975 a 1977. Teve mais de 300 trabalhos pu-blicados ou apresentados em congressos nacionais e internacionais e recebeu de-zenas de prêmios e homenagens.

Dentre todas as pioneiras, a história da engenheira Evelyna Bloem Souto, a primeira engenheira civil formada pela USP de São Carlos (SP), é uma das mais emblemáticas: no final dos anos 1950, como bolsista na França, ela precisou se vestir de homem e até desenhar bigode e barba no rosto para conseguir visitar um canteiro de obras em um túnel na fronteira entre França e Itália. Já forma-da, Evelyna atuou no Departamento de Geologia e Mecânica dos Solos do Estado de São Paulo, mas foi contratada como bibliotecária. Meses depois, quebrando preconceitos, é que foi promovida ao cargo de engenheira.

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Revista Painel

PRODUTIVIDADE

Fábio Gatti, especialista em Pacote Office

FunçõES AvAnçADAS #04 - FeriaDOs Móveis

Mal acabou o Carnaval e já temos ovos de Páscoa espalhados por todos os lugares que passamos. Nós vivemos direcionados às programações e aos planos

futuros.Os feriados, além de movimentarem o mercado com as tradições

e festas, também são uma dor de cabeça para vários profissionais que têm de gerir pessoas, datas e horas, principalmente, se tra-tando dos famosos feriados móveis.

Nessa edição, vou falar um pouco sobre os feriados móveis, como calculá-los e algumas dicas práticas para organização e previsão de dias úteis mensais.

Um pouco de históriaVoltando à Páscoa... Ela é uma festividade religiosa cristã que celebra

a ressurreição de Jesus, ocorrida no terceiro dia após sua crucificação, sendo a festa cristã mais antiga. Com base nela, são calculadas as outras festividades cristãs: Sexta-feira Santa e Corpus Christi.

A Semana Santa do Calendário Católico foi fixada durante o Con-cílio de Niceia, em 325 d.C., como sendo o primeiro domingo após a primeira Lua Cheia, que ocorre após ou durante o equinócio da

primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.imagine agora, com tantas variáveis, como calcular essa data?Existem várias formas, usando desde tabelas de apoio até o Algorit-

mo de Meeus, e vamos demonstrar que no Excel é muito mais simples:

• Cálculo da Páscoa: =ARREDMULTB(DATA(Ano;5;DIA(MINUTO(Ano/38)/2+56));7)-34

Substituir a palavra Ano por 2018, por exemplo. • Cálculo da Páscoa: =ARREDMULTB(DATA(Ano;5;DIA(MINU

TO(Ano/38)/2+56));7)-34Substituir a palavra Ano por 2018, por exemplo. Considerando que inseri o cálculo na célula B1, utilizamos essa

referência para os próximos feriados:• O Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa, logo o cálculo é:

=B1-47• A Sexta-feira Santa: =B1-2• Corpus Christi: =B1+60 Outras datas festivas que variam anualmente são Dia dos Pais

e Dia das Mães. Ambas ocorrem no segundo domingo do mês de agosto e maio, respectivamente.

Os cálculos são:• Dia dos Pais: =DATA(Ano;8;ESCOLHER(DIA.DA.SEMANA(D

ATA(Ano;8;1));8;14;13;12;11;10;9))• Dia das Mães: =DATA(Ano;5;ESCOLHER(DIA.DA.SEMANA(

DATA(Ano;5;1));8;14;13;12;11;10;9))Substituir a palavra Ano por 2018, por exemplo. Tudo no Excel pode ser automatizado. TUDO! Ganhe produti-

vidade ao conhecer melhor a ferramenta, sobrando tempo para fazer o que realmente importa em nosso trabalho.

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AEAARP

CARREiRA

inspirar é a palavra-chave do projeto Futuros Profissionais, desenvolvido pela AEAARP em parceria com o Sebrae-

SP. Estudantes de engenharia, arquitetura e agronomia, de cursos superiores de tecnologia e cursos técnicos de Ribeirão Preto, participam de encontros com consultores e profissionais com carreiras consolidadas que falam sobre mercado, oportunidade e empreendedorismo.

Alunos da Unaerp e do Centro Univer-sitário Moura Lacerda já participaram do projeto. Ruth Paolino, diretora universi-tária da AEAARP e docente na Unaerp, destaca que os encontros são oportunos para que os estudantes, calouros ou vete-ranos, conheçam a história daqueles que já têm grande experiência no mercado e também as oportunidades oferecidas pela associação de Ribeirão Preto, uma das mais importantes do país no Sistema CONFEA/CREA e CAU.

“As relações profissionais, pessoais

AEAARP E SEbRAE-SP inSPiRAm jOveNs prOFissiONais

Oportunidade, network e empreendedorismo são as pautas dos encontros com estudantes de engenharia, arquitetura, agronomia

e de cursos superiores de tecnologia e de cursos técnicos

e de trabalho se misturam a partir do momento em que você escolhe uma carreira. Participar de uma entidade de classe e buscar novas experiências e oportunidades faz parte da construção de uma rede de relacionamentos eficiente e duradoura”, afirma.

O engenheiro Giulio Azevedo Prado aposta no ambiente da AEAARP, em eventos técnicos e sociais, para fortalecer a rede de relacionamentos profissionais – ou networking, como ficou popularizado no mercado. “É nesse ambiente, que tem oportunidades técnicas, com palestras e workshops, e também sociais, com festas, eventos culturais etc., que criamos boas oportunidades de trabalho e estágio, por exemplo”, destaca.

Marta Maria Rossi, coordenadora do curso de Agronomia do Centro Uni-versitário Moura Lacerda, opina que o encontro com a AEAARP e o Sebrae--SP permite aos alunos conheceram a

entidade – “muito organizada e com sede extremamente funcional”, em sua opinião – e para que se familiarizem com a profissão escolhida.

O engenheiro agrônomo Callil João Filho, diretor administrativo da AEAARP, participou do encontro com os estudantes de agronomia do Moura Lacerda. Tratou--os como “colegas” e contou a sua história de 65 anos de profissão (agora já apo-sentado), demonstrando especialmente a relevância da escolha. “O trabalho dos profissionais das áreas técnicas produzem riquezas e movem esse país; a formação continuada, o contato com colegas da área, de todas as gerações, enriquece a atividade profissional, e é isso que a AEAARP oferece aos associados”, fala.

No Centro Universitário Barão de Mauá as palestras acontecerão na segunda quinzena de março. Será também nesse mês que o evento será realizado na Unip, Faculdade Anhanguera, Etec e Fatec.

Estudantes do Centro Universitário Moura Lacerda conheceram a AEAARP

Na Unaerp, as palestras aconteceram nos períodos da manhã e noite

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Revista Painel

CREA-SP

A Decisão Normativa n° 111, de outubro de 2017, do CONFEA, estabelece diretrizes para a aná-

lise das ARTs registradas nos conselhos de classe e os procedimentos para a fiscalização da prática de acobertamento profissional.

No Artigo 2°, a decisão explicita que “cada Câmara Especializada do CREA indicará bimestralmente a atividade e o serviço técnico que serão objeto de fisca-lização pormenorizada para averiguação de ocorrência de infração por acoberta-mento profissional”.

Para cada indicação das câmaras especia-lizadas, o setor de fiscalização do CREA-SP deve selecionar o profissional com o maior número de ARTs registradas nos últimos 12 meses e proceder a fiscalização detalhada daquelas atividades. Caso o profissional selecionado já tenha sido objeto de fisca-lização de acobertamento nos 12 meses anteriores, o setor de fiscalização deve pormenorizar a fiscalização de outro pro-fissional. A critério do CREA-SP, poderão ser escolhidos um ou mais profissionais.

Uma das análises qualitativas que serão adotadas pela fiscalização é verificar o nú-mero de ARTs registradas em nome do pro-fissional e avaliar a viabilidade técnica de sua efetiva participação nesses trabalhos.

DecisãO estabelece Diretrizes para Fiscalizar

O acObertaMeNtO

Art. 4º O CREA deverá oficiar ao profissional identificado, por meio de correspondência com aviso de recebimento (AR), ou outro meio legalmente admitido, abrindo o prazo de quinze dias para que este preste comprovação da efetiva participação na obra ou serviço relativo a cada ART que restar sem baixa.§ 1º Com o intuito de caracterizar a sua efetiva participação como responsável pela atividade e serviço técnico registrados na ART, o profissional poderá apresentar, conforme o caso, além de outros documentos julgados cabíveis, o seguinte: I – esclarecimentos sobre a sua efetiva participação, informando detalhes do projeto, do andamento dos trabalhos, das próximas etapas e do material empregado; II – cópia do contrato de prestação do serviço; III – cópia dos projetos devidamente assinados e aprovados pelos órgãos competentes;IV – laudos e outros documentos relacionados a obra, ao serviço ou ao empreendimento;V – licenças ou alvarás relacionados a obra, ao serviço ou ao empreendimento, emitidos pelos órgãos oficiais competentes;

DECISãO NORMATIVA N° 111/2017

As penalidades aos profissionais vão de multa a processo disciplinar, no caso de serem constatadas várias reincidências. Os CREAs também anularão a ART e o

Acervo Técnico que forem constatados como irregulares.

A íntegra da Normativa está disponível no site do CONFEA - www.confea.org.br.

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AEAARP

conselhos; para ser votado, sim.▪ A diretoria passa a ter somente um

vice-presidente a partir do próximo mandato — atualmente são dois — e fica facultado ao presidente nomear diretores adjuntos quando julgar necessário. Essa possibilidade pode ser usada, por exemplo, para gerenciar projetos.

▪ Está expresso no Estatuto que no início de cada ano a entidade divulgará os nomes daqueles que a representam nos conselhos de classe e do município, bem como a agenda de atividades junto a esses.

▪ O documento continua a incluir o presidente da entidade entre aqueles que podem vir a presidir uma assembleia na hierarquia de substituições ao presidente do conselho. Na ausência de todos, deverá ser o conselheiro que tiver mais idade.

A íntegra do documento está disponível no portal da AEAARP.

ESTATUTO

trados e em dia no Conselho. A mudança neste texto atendeu ao Artigo 34 da reso-lução 1.070/2015 do CONFEA. O texto também contempla outras representações que serão designadas conforme orienta-ção prevista nos estatutos respectivos ou instrumentos constitutivos e, na sua inexistência, indicados pela diretoria.

▪ Para o sócio titular não será mais exi-gido que o profissional esteja em dia nos conselhos de classe – CREA-SP e CAU-SP. Roberto explica que essa alteração atende às necessidades daqueles que estão apo-sentados, que poderão votar nas eleições da AEAARP, desde que estejam em dia com a Associação. Porém, para ser votado como diretor ou conselheiro, entretanto, o registro nos conselhos continuará a ser exigido bem como estarem em dia com seu Conselho e com a AEAARP. Resumin-do: para votar, não precisa ter registro nos

DOcuMeNtO FOi atualizaDO

OEstatuto da AEAARP foi atua-lizado. Segundo o engenheiro Roberto Maestrello, que foi

eleito pelo Conselho Deliberativo como coordenador dos estudos de atualização, foram necessários alguns ajustes no texto para explicitar, por exemplo, as exigências àqueles que representam a associação no CREA. Foram realizados oito encontros, dos quais participaram conselheiros da entidade, diretores e associados interes-sados em colaborar. As mudanças foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo e pela diretoria e referendadas por uma assembleia de associados.

A pedido da Painel, Roberto listou as principais mudanças:

▪ O novo texto do Estatuto deixa explí-cito que para representar a AEAARP no CREA-SP, o engenheiro ou o agrônomo eleitos devem estar devidamente regis-

Principais mudanças são alterações na diretoria e na descrição da representatividade da AEAARP nos conselhos de classe

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Revista Painel

46Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.

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NOTAS E CURSOS

Novos Associados

Manoela Moreira Engenheira civil

Adilson Satoshi Tobinaga Engenheiro mecânico

Mariana Garcia Ribeiro Duo Estudante de agronomia

Guilherme Yuri Pereira Estudante de agronomia

Barbara Conte Estudante de arquitetura

Helena Lara Barbosa Estudante de engenharia civil

Ana Carolina da Silva Estudante de engenharia civil

A AEAARP plantou 70 árvores no Parque Maurílio Biagi no mês de fevereiro: uma para cada ano da

entidade. A atividade foi coordenada pelos engenheiros agrônomos Alexandre Tazinaffo e Geraldo

Geraldi Júnior.

70 anos, 70 árvores

Todas as mudas foram plantadas com supervisão dos

agrônomos da Associação. “Há uma planta para cada ambiente, e essas características precisam

ser observadas quando vamos introduzir uma muda”, disse

Tazinaffo.

Page 27: Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão … · 2018. 4. 3. · trabalho, empreendedorismo, a função de uma associação de classe e o que a AEAARP oferece
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