Repasando LOS MAPAS CONCEPTUALES IEM Bilingual School Licda. Leda Beirute Licda. Leda Beirute.
Aquela triste e leda madrugada
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Corrente renascentista
Aquela triste e leda madrugadaCamões
Tema:
A despedida dos amantes; Saudade causada pela separação.
O tema deste conhecido soneto é a separação (despedida) dos amantes numa madrugada simultaneamente “triste e leda”. Triste porque testemunha da grande dor que os domina, portanto, subjetivamente triste; e alegre, porque se trata do romper duma aurora “amena marchetada” de um dia radioso, portanto objetivamente, alegre.
Assunto:
A madrugada assiste, como simples espectadora, à despedida
dolorosa de duas almas que se amam. Ressalta a oposição
entre os planos objectivos e subjectivo – a madrugada,
enquadrada na sua beleza multicolor, assiste, impassível, à dor
lancinante de duas almas apaixonada que se despedem e que
possivelmente nunca mais se verão.
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
Divisão em partes lógicas
•1ª. parte: O sujeito lírico anuncia o desejo de nunca mais ver esquecida a madrugada em que se deu a separação.
•2ª. parte: Justificação do desejo expresso – recordar sempre essa madrugada porque foi ela a única testemunha da separação.
•3ª. parte: Há uma concretização dos fenómenos presenciados: a separação dos 2 amantes, as lágrimas em fio, as palavras magoadas.Verifica-se, assim, um estruturação lógica das ideias – há um percurso do mundo interior para o mundo exterior, do mais geral para o mais particular.
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
1º. momento 2º. momento
SUJEITO Poeta Poeta
OBJETO Madrugada Separação
DESCRIÇÃO DO OBJETO
triste e leda,cheia de mágoapiedosa
lágrimas em fio,palavras magoadas
1º. Momento: constitui uma introdução, expõe a ideia geral de um eu: o poeta manifesta a vontade (“quero”) de que “aquela triste e leda madrugada (…) seja sempre celebrada”;
2º. Momento: justifica-se a necessidade da celebração dessa madrugada, correspondendo cada uma dessas estrofes a um momento da justificação. Cada um desses momentos é marcado, não só pela divisão estrófica, mas também pela repetição do pronome pessoal “Ela”, referido à madrugada, personagem principal e única testemunha (“viu”) daquela separação.
O sentimento predominante neste soneto é a tristeza provocada pela separação (sofrimento amoroso).Esse sofrimento foi testemunhado pela madrugada:
- utilização do termo anafórico “Ela”, que substitui a palavra madrugada ao longo do poema
- a madrugada é personificada
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
O soneto desenvolve o contraste entre a beleza da Natureza e a tristeza da despedida. O tema das despedida dos apaixonados ao amanhecer é uma característica herdada das composições medievais (albas).
A tristeza – devida à despedida;A alegria – porque se anuncia um novo dia, cheio de luz, cor e movimento
Os amantes, ainda que separados fisicamente, estariam sempre unidos pelo amor, porque constituem uma «única vontade».O sofrimento desumano,
acima do que é normal aguentar-se, maior do que o próprio sofrimento do inferno.
O sofrimento veiculado por estas palavras era maior do que o dos condenados ao Inferno; por isso, até as almas desses condenados se sentiriam aliviadas por verem outros sofrer ainda mais do que eles.
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
AntíteseHipérbole
Personificação
Perífrase
Sinédoque
Metáfora Anáfora
Adjectivação simples: "magoadas", "frio", "condenadas”
Adjectivação dupla: "triste e leda", "amena e marchetada".
Paradoxo - apartar-se dua outra vontade/ que nunca poderá ver-se apartada;
paradoxo, hipérbole, antítese – as palavras magoadas/ que puderam tornar o fogo frio e dar descanso às almas condenadas
Aquela triste e leda madrugada,cheia toda de mágoa e de piedade,enquanto houver no mundo saudade,quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetadasaía, dando ao mundo claridade,viu apartar-se d`ua outra vontade,que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio,que duns e doutros olhos derivadas,s`acrescentaram em grande e largo rio;
Ela viu as palavras magoadas,que puderam tornar o fogo frio,e dar descanso as almas condenadas.
Este soneto é constituído por duas quadras e dois tercetos em metro decassilábico, com esquema rimático, ABBA/ABBA/CDC/CDC, verificando-se a existência de rima interpolada em A, emparelhada em B e interpolada em CD.
Disciplina: PortuguêsProf.ª: Helena Maria CoutinhoFim