Apostila de Anatomia

111
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS FACULDADE DE MEDICINA ANA LÍGIA MINATEL DA SILVA DANIEL FIORAVANTI GIMENEZ DANILO HARUO CHIGUTTI GABRIELA SCARTEZINI MÔNICO ISABELLA LUCCA DE CAMPOS LIMA LARISSA ESTELA FERREIRA JACÓ DE MENEZES NORTHON AUGUSTO JESUS PERETTI OTÁVIO AUGUSTO DA COSTA TAMIRES AMORIM MARQUES Prof. José Francisco de Sales Chagas ANATOMIA A CAMPINAS

description

Uma Boa apostila de anatomia para musculos.

Transcript of Apostila de Anatomia

  • PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE CAMPINAS

    FACULDADE DE MEDICINA

    ANA LGIA MINATEL DA SILVA

    DANIEL FIORAVANTI GIMENEZ

    DANILO HARUO CHIGUTTI

    GABRIELA SCARTEZINI MNICO

    ISABELLA LUCCA DE CAMPOS LIMA

    LARISSA ESTELA FERREIRA JAC DE MENEZES

    NORTHON AUGUSTO JESUS PERETTI

    OTVIO AUGUSTO DA COSTA

    TAMIRES AMORIM MARQUES

    Prof. Jos Francisco de Sales Chagas

    ANATOMIA A

    CAMPINAS

  • 2013

    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE CAMPINAS

    FACULDADE DE MEDICINA

    ANA LGIA MINATEL DA SILVA

    DANIEL FIORAVANTI GIMENEZ

    DANILO HARUO CHIGUTTI

    GABRIELA SCARTEZINI MNICO

    ISABELLA LUCCA DE CAMPOS LIMA

    LARISSA ESTELA FERREIRA JAC DE MENEZES

    NORTHON AUGUSTO JESUS PERETTI

    OTVIO AUGUSTO DA COSTA

    TAMIRES AMORIM MARQUES

    ANATOMIA A

    Apostila redigida e organizada sob o aval da

    diretora do curso de medicina, professora

    Dra. Marcia Pereira Bueno e do

    coordenador da disciplina de bases

    morfofisiolgicas, professor Dr. Lineu

    Correa Fonseca, durante o 2 semestre de

    2013, pelos monitores da disciplina

    Anatomia A, ministrada pelo professor Dr.

    Jos Francisco de Sales Chagas na

    Faculdade de medicina da Universidade

    Pontifcia Universidade Catlica de

    Campinas, como material complementar ao

    contedo regular apresentado aos alunos.

  • CAMPINAS

    2013

  • Sumrio

    CAPTULO 1: Apresentao dos conceitos bsicos ................................................... 3

    CAPTULO 2: Anatomia do crnio ............................................................................. 17

    CAPTULO 3: Circulao sangunea enceflica ........................................................ 27

    CAPTULO 4: Msculos da expresso facial, mastigao e pescoo ....................... 34

    CAPTULO 5: Dorso e coluna vertebral..................................................................... 42

    CAPTULO 6: Membros inferiores ............................................................................. 56

    CAPTULO 7: Membros superiores ........................................................................... 69

    CAPTULO 8: rgos do sentido .............................................................................. 82

    REFERNCIAS ....................................................................................................... 100

  • 3

    Captulo 1:

    1. Posio anatmica

    a posio padro adotada para descrever e localizar as partes do corpo. Essa

    posio refere-se a uma pessoa ereta, com cabea, palmas e ps voltados

    anteriormente e com braos ao lado do corpo.

    2. Planos anatmicos

    a) Mediano: Divide o corpo em metades direita e esquerda;

    b) Sagital (ou paramediano): Paralelo ao plano mediano;

    c) Frontal: Divide o corpo em parte anterior (ventral) e posterior (dorsal);

    d) Transverso: Divide o corpo em partes superior (cranial) e inferior (caudal).

    Figura 1.1

    3. Termos Importantes

    a) Medial X lateral: Respectivamente, prximo e distante do plano mediano;

    b) Externo X interno;

    c) Posterior X anterior (rostral*);

    d) Inferior X superior;

  • 4

    e) Cranial X caudal;

    f) Proximal X distal: Prximo ou distante da origem de um membro.

    Figura 1.2

    4. Movimentos

    a) Flexo: Diminuio do ngulo entre os ossos numa articulao ou entre as

    partes do corpo;

  • 5

    b) Extenso: Aumento do ngulo entre os ossos de uma articulao ou entre

    partes do corpo;

    c) Abduo: Afastamento do plano mediano no plano frontal;

    d) Aduo: Aproximao do plano mediano no plano frontal;

    e) Circundao: Associao de flexo, extenso, abduo, aduo;

    f) Rotao: Giro ou revoluo de uma parte do corpo ao redor de seu eixo

    longitudinal;

    g) Pronao: Movimento de rotao do antebrao e da mo que gira o rdio

    medialmente em torno de seu eixo longitudinal;

    h) Supinao: Movimento de rotao do antebrao e da mo que gira o rdio

    lateralmente em torno de seu eixo longitudinal;

    i) Oposio: polpa do primeiro dedo aproximada da polpa de outro dedo;

    j) Everso: Afasta a planta do p do plano mediano (p vira para fora);

    k) Inverso: aproxima a planta do p do plano mediano (p vira para dentro).

    Figura 1.3

  • 6

    Figura 1.4

    5. Cartilagem e Ossos

    A cartilagem uma forma flexvel de tecido conjuntivo avascular e de suporte.

    composta por clulas imersas em uma matriz e dividida em trs tipos:

    a) Hialina: Tipo mais comum do corpo, possui uma moderada quantidade de

    fibras colgenas. Ex: Presente em articulaes; traquias e brnquios

    b) Elstica: Possui predominncia de fibras elsticas em sua matriz. Ex:

    Presente na orelha externa, pavilho auditivo.

  • 7

    c) Fibrocartilagem: Cartilagem sem pericndrio, com condrcitos formando

    grupos isgenos axiais envoltos por pouca matriz cartilaginosa com muitas

    fibras colgenas tipo I . Ex: Presente nos discos intervertebrais (IV).

    Osso um tecido conjuntivo rgido. Suas funes relacionam-se a: sustentao do

    corpo, proteo, armazenamento de sais e produo de clulas sanguneas. H dois

    tipos de ossos: compacto e esponjoso - sendo que todos possuem camadas

    compactas e esponjosas. So classificados em:

    a) Ossos longos: So tubulares, ou seja, o comprimento supera a largura e a

    espessura. Ex: mero, fmur;

    b) Ossos curtos: So cuboides, apresentam equivalncia das trs dimenses.

    Encontrados apenas no tarso e carpo;

    c) Ossos planos: Comprimento e largura predominam sobre a espessura. Ex:

    ossos cranianos;

    d) Ossos irregulares: Apresenta morfologia complexa, irregular. Ex: ossos da

    face como o etmoide e o esfenoide; vrtebras;

    e) Ossos sesamides: Desenvolvem-se na substncia de certos tendes ou da

    cpsula fibrosa que envolve certas articulaes. Protegem os tendes do

    desgaste. Geralmente so temporrios. A patela um exemplo de osso

    sesamide grande e permanente;

    f) Ossos pneumticos: Possuem cavidades chamadas seios as quais so

    revestidas por mucosa. Ex: Osso frontal, parte petrosa do temporal;

    g) Ossos acessrios: No so encontrados em todas as pessoas,

    desenvolvem-se quando centros adicionais de ossificao aparecem e do

    origem a ossos extras. Ex: ossos suturais no crnio e costela cervical.

    Todos os ossos so cobertos por tecido conjuntivo denso chamado peristeo. J o

    tecido conjuntivo que circunda a cartilagem denominado pericndrio.

  • 8

    Figura 1.5

    6. Articulaes

    Articulao a unio entre dois ou mais ossos e possui mobilidade. Essa mobilidade

    pode ser alta ou baixa. O que define o tipo de articulao o material que se

    interpe entre as peas sseas. Podem ser classificadas em:

    a) Sinovial: Ossos unidos por cpsula articular. A cpsula articular formada

    pela membrana sinovial internamente, a qual secreta sinvio no interior da

    cavidade articular para lubrificao, alm de ter a funo de reabsorve-lo. A

    membrana fibrosa, externamente, estabiliza a articulao, alm de poder ser

    reforada por feixes fibrosos, os ligamentos. H presena de cido

    hialurmico (um glicosaminoglicano comum ao tecido conjuntivo, no

    sulfatado e hidroflico) que confere viscosidade ao lquido sinovial. As

    superfcies articulares dos elementos esquelticos so revestidas por uma

    camada de cartilagem hialina, deste modo, o revestimento se apresenta liso,

    polido. A cartilagem hialina na articulao sinovial resultado de um processo

  • 9

    de ossificao incompleto nas extremidades sseas. Ela avascular e assim

    nutrida pelo prprio liquido sinovial, portanto, sua nutrio precria e a

    regenerao lenta. Alm disso, a cartilagem hialina no possui inervao.

    Em muitas articulaes sinovias encontram-se formaes fibrocartilagneas ,

    dicos e meniscos intra-articulares, as quais so destinadas a receber

    violentas presses, como as encontradas nos joelhos (meniscos) ou os discos

    da articulao temporomandibular (ATM). Alm disso, h presena de

    estruturas sinoviais que facilitam o deslizamento entre tendes, como o caso

    das bainhas sinoviais dos tendes da mo, e entre msculos, como o caso

    das bolsas sinoviais do ombro;

    As articulaes sinoviais so classificadas em:

    Figura 1.6

  • 10

    I. Articulao plana: Movimentos limitados de deslizamento. Ex: articulao

    acromioclavicular;

    II. Gnglimos: Permitem flexo e extenso. Ex: articulao do cotovelo;

    III. Articulaes selares: Permitem abduo, aduo, flexo e extenso Ex:

    articulao carpo-metacarpal do polegar;

    IV. Articulao elipsidea: Permite abduo, aduo, flexo, extenso, porm o

    movimento em um plano maior que no outro. Ex.: articulao metacarpofalngica;

    V. Articulao esferidea (multiaxiais): Permite flexo, extenso, abduo, aduo,

    rotao e circundao. Ex.: articulao da cabea do fmur com o acetbulo;

    VI. Articulao trocidea: permite a rotao. Ex: articulao do atlas (C1) com o

    dente do xis (C2).

    Figura 1.7

    b) Fibrosa: Ossos unidos por tecido conjuntivo fibroso interposto. So

    classificadas em:

    I. Suturas: possuem baixa quantidade de cartilagem fibrosa Ex: entre os ossos do

    crnio;

    II. Sindesmose: possuem grande quantidade de cartilagem fibrosa Ex: membrana

    interssea no antebrao (entre o rdio e a ulna);

  • 11

    III. Gonfose: no permite movimento e se faz exclusiva entre os dentes, o osso

    adjacente, e alvolos;

    c) Cartilagnea: Ossos unidos por cartilagem hialina ou fibrocartilagem. So

    classificadas em:

    I. Sincondrose: Ossos unidos por cartilagem hialina. Ex: entre epfise e difise de um

    osso. Permitem o crescimento do osso em comprimento;

    Figura 1.8

    II. Snfise: Ossos unidos por fibrocartilagem. Ex: discos intervertebrais formados por

    tecido conjuntivo.

    Figura 1.9

  • 12

    Portanto, articulaes podem ser:

    7. Ligamentos

    O ligamento um feixe de tecido fibroso conjuntivo denso modelado mais ou

    menos comprido, largo, resistente e constituido de fribras colgenas. Est presente

    nas articulaes, une duas ou mais cabeas sseas, tambm pode fixar um rgo

    interno em seu local habitual (ligamento suspensor). rico em receptores sensitivos

    que Informam o estado das articulaes ao Sistema Nervoso Central. Portanto, no

    s estabiliza e permite o funcionamento adequado articular, como tambm indica

    estiramento ou leso.

    No estudo da Anatomia A, o aluno estudar todo o aparelho locomotor, e assim,

    focaremos nas principais estruturas ligamentares da articulao escapulo-umeral,

    coxofemoral, patelo-femoral tibial (joelho) e ligamentos fixadores no quadril.

    H na articulao do joelho ligamentos intra-capsulares (ligamentos cruzado anterior

    e cruzado posterior), alm dos discos fibrocartilaginosos chamados de menisco

    (nutridos pelo lquido sinovial tambm). Encontramos tambm, ligamentos extra

    capsulares como os colaterais medial e latera. Portanto, o ligamento extra capsular

    tem como funo limitar o movimento articular, o ligamento intra capsular tem como

    funo manter a fixao dos ossos, por isso, estabiliza a articulao, os meniscos e

    outros discos articulares. So essas trs estruturas diferentes e com funes

    prprias, no entanto trabalham de forma sinrgica.

    Vamos aos ligamentos. Sero destacados alguns porque so importantes e de

    visualizao facilitada em peas anatmicas:

    SINOVIAIS FIBROSAS SINDESMOSES

    GONFOSES

    SUTURAS

    SNFISES

    SINCONDROSES

    CARTILAGNEAS

  • 13

    a) Articulao escapuloumeral: ligamento acrmio-clavicular (entre acrmio e

    a clavcula), ligamento conoide, ligamento trapezoide (em formato de

    trapzio), ligamento craco-acromial (entre o processo coracoide e o

    acrmio).

    Figura 1.11

    Figura 1.12

    b) Ligamentos do quadril: ligamento longitudinal anterior e posterior, ligamento

    iliolombar, ligamento sacroilaco anterior, ligamento sacroilaco posterior,

    ligamento pbico superior, ligamento inguinal, ligamento iliofemoral, ligamento

    sacroespinhal, ligamento sacrotuberal.

  • 14

    Figura 1.13

    Figura1.14

  • 15

    c) Articulao coxofemoral: ligamento iliofemoral, ligamento redondo da

    cabea do fmur.

    Figura 1.15

    d) Articulao patelo-femoral tibial: tendo do quadrceps femoral, ligamento

    patelar, ligamento colateral tibial, ligamento colateral fibular, ligamento

    cruzado anterior, ligamento cruzado posterior, menisco lateral, menisco

    medial.

    Figura 1.16

  • 16

    Figura 1.17

    Exerccios

    1. Defina articulao.

    2. Quais so os tipos de articulao e onde elas esto localizadas (d o exemplo

    de cada subtipo articular)?

    3. Quais so as estruturas obrigatrias da articulao sinovial e quais so as

    suas estruturas acessrias?

  • 17

    Captulo 2

    A cabea consiste em crnio, face, escalpo, dentes, encfalo, nervos cranianos,

    meninges, rgos dos sentidos especiais e outras estruturas, como vasos

    sanguneos, linfticos e gordura.

    O crnio o esqueleto da cabea e contm vrios ossos que formam suas duas

    partes: o neurocrnio - que fornece um invlucro para o crebro e as meninges

    enceflicas, partes proximais dos nervos cranianos e vasos sanguneos - e o

    viscero crnio - que consiste em ossos que circundam a boca e o nariz, alm de

    contriburem para as rbitas (cavidades orbitais).

    Crnio

    Neurocrnio

    Frontal (1)

    Parietais (2)

    Temporais (2)

    Occipital (1)

    Esfenide (1)

    Etmide (1)

    Esqueleto da face

    Lacrimais (2)

    Ossos nasais (2)

    Maxilas (2)

    Zigomticos (2)

    Palatinos (2)

    Conchas nasais inferiores (2)

    Mandbula (1)

    Vmer (1)

  • 18

    O crnio possui um teto semelhante a uma abbada a calvria e um assoalho

    base do crnio, divididos por um plano horizontal traado a nivel da glabela.

    Figura 2.1 Figura 2.2

    Na Vista Superior da Calvria (face exocraniana) encontram-se as suturas, que so

    denomindas de acordo com os ossos que as compem: sutura fronto parietal,

    tambm denominada de coronal, devido a sua posio anatmica; a sutura parieto-

    parietal ou sagital (posio do plano sagital), sutura lambdidea, unindo os ossos

    parietais e occiptal, com aspecto da letra grega lambda (ponto craniomtrico

    lambda). Assim, temos as suturas: etmoido-frontal, esfeno-temporal, temporo-

    parietal, fronto-nasal, maxilo-zigomatica, etc.Lembrem-se que sutura nao separa

    ossos e sim, os une. Outro ponto de referncia o bregma, encontro das suturas

    sagital e coronal.

  • 19

    Figura 2.3

    Na Vista Interna da Calvria (face endocraniana), destaca-se a presena dos sulcos

    dos seios da dura-mater, como o do seio sagital superior, seios transversos, seios

    sigmoideos e seio occiptal, alm das fovolas granulares.

  • 20

    Figura 2.4

    A base do crnio tambm pode ser analisada: interna (face endocraniana) ou

    externamente (face endocraniana).

    Na face endocraniana da base do crnio, encontram-se diversos acidentes sseos.

    Estude-os e pesquise a importncia deles em relao dura-mter. Alm disso,

    Correlao com neuroanatomia:

    Como se formam os sulcos dos seios de dura-mter no

    crnio?

    O que transportado nesses seios?

    Qual a funo das granulaes aracnideas?

  • 21

    relacione-os s fossas cranianas - por exemplo: a asa menor ou a maior do osso

    esfenide est contida na fossa anterior do crnio?

    Figura 2.5

    Dica: Aproveite a imagem acima para reforar o aprendizado sobre a

    nomenclatura correta dos ossos do crnio e de seus acidentes

  • 22

    Agora que voc j aprendeu os acidentes sseos desta vista, atente-se aos forames

    ali presentes. Quais as principais estruturas relacionadas a cada um deles?

    Figura 2.6

  • 23

    Na face exocraniana da base do crnio, atente-se aos acidentes sseos e s suas

    relaes com os ossos do crnio e com os foramens ali contidos.

    Figura 2.7

    Dica: Aproveite a imagem acima e legende suas principais estruturas

  • 24

    Analisando o crnio como um todo, pode-se dividi-lo, didaticamente, em suas vistas

    (ou faces): anterior, lateral, posterior e mediana (esta atravs de um corte sagital).

    Na face anterior, encontram-se: o osso frontal e os zigomticos, alm das rbitas, da

    regio nasal, das maxilas e da mandbula. A interseco dos ossos frontal e nasais

    o ponto craniomtrico denominado nsio e, na maioria das pessoas, est

    relacionada com uma rea distintamente rebaixada (ponte do nariz). Os ossos

    maxilares possuem os processos alveolares com cavidades (alvolos) para

    insero dos dentes superiores ou maxilares. A mandbula, por sua vez, um osso

    em forma de U com processos alveolares que alojam os dentes inferiores ou

    mandibulares.

    Figura 2.8 Figura 2.9

    Na face Lateral, destaca-se a fossa temporal. Esta limitada superior e

    posteriormente pelas linhas temporais superior e inferior; anteriormente pelos

    ossos frontal e zigomticos; e inferiormente pelo arco zigomtico formado pela

    unio do processo temporal do zigomtico e do processo zigomtico do temporal.

    Na parte anterior da fossa temporal, 3 a 4 cm acima do ponto mdio do arco

    zigomtico, est uma rea de junes sseas clinicamente importante: o ptrio

    normalmente indicado por uma formao de suturas em forma de H que unem os

    ossos frontal, parietal, esfenide (asa maior) e temporal. Um golpe no lado da

  • 25

    cabea pode fraturar os ossos finos que formam o ptrio, rompendo internamente o

    ramo anterior da artria menngea mdia que cruza este local. O hematoma

    resultante exerce presso sobre o crtex cerebral subjacente. A hemorragia da

    artria menngea mdia no tratada pode causar morte em poucas horas.

    Figura 2.10 Figura 2.11

    A face Posterior formada pelo osso occipital, por partes dos ossos parietais e

    partes mastideas dos ossos temporais. Nela, encontram-se a protuberncia

    occipital externa normalmente uma elevao facilmente palpvel no plano

    mediano; a linha nucal superior, que marca o limite do pescoo e estende-se

    lateralmente a partir da protuberncia occipital externa; a linha nucal inferior

    menos distinta; e o lambda. Figura 2.12

  • 26

    Enfim, na face Mediana , veem-se, claramente: a crista etmoidal, a lmina

    perpendicular do osso etmide, alm do osso vmer.

    Figura 2.13

  • 27

    Captulo 3

    1. Artrias Enceflicas

    O encfalo requer um grande suprimento arterial, recebendo 1/6 do dbito cardaco.

    As artrias enceflicas possuem certas peculiaridades em relao s artrias

    comuns:

    O encfalo, diferentemente das vsceras, no possui um hilo para penetrao

    dos vasos; estes penetram a partir de vrios pontos da superfcie do encfalo;

    As artrias cerebrais tm paredes finas e uma tnica mdia com menos fibras

    musculares, o que as torna propensas a hemorragias;

    A tnica elstica interna mais espessa e tortuosa, espessamento que

    protege o tecido nervoso da presso sangunea nos vasos;

    Os espaos perivasculares contm liquor, o que tambm protege o tecido

    nervoso.

    A vascularizao do encfalo provm das artrias cartidas internas e da artrias

    vertebrais.

    1.1 Artria s cartidas internas

    As artrias cartidas comuns direita e esquerda bifurcam-se em artrias cartidas

    externas e internas. Ento, as artrias cartidas internas direita e esquerda,

    originadas no pescoo, entram no crnio atravs dos canais carticos existentes na

    parte petrosa do temporal. Aps adentrarem o crnio, essas artrias seguem

    anteriormente atravs dos seios cavernosos e cada artria cartida interna se

    ramifica em artria oftlmica, artria cerebral mdia e artria cerebral anterior.

    1.2 Artrias vertebrais

    As artrias vertebrais se originam no pescoo como os primeiros ramos das artrias

    subclvias. Elas possuem trs partes: parte transversria, que passa pelos forames

    transversrios das seis primeiras vrtebras (C1 C6); parte atlntica, relacionada ao

    atlas, que atravessa o forame magno; parte intracraniana, na qual as duas artrias

    vertebrais se unem para formar a artria basilar, originando a circulao posterior do

    encfalo.

  • 28

    A artria basilar se ramifica, ento, em artrias cerebelares inferiores anteriores,

    pequenas artrias da ponte e artrias cerebelares superiores. Ento, ela segue at o

    clivo, prximo ao dorso da sela trcica, onde se divide em duas artrias cerebrais

    posteriores.

    Figura 3.1

    Figura 3.2

  • 29

    1.3 Artria menngea mdia

    A artria menngea mdia, por ser o maior ramo da rteria maxilar, fornece nutrio

    ao crnio e as meninges. Em traumas cranianos, a hemorragia desta pode resultar

    em um hematoma extradural e consequentemente o bito do pacinte. A artria

    meningea mdia insere-se no crnio pelo foramen espinhoso, irrigando assim toda

    face temporoparietal do crnio. Seu ramo anterior reponsvel pela irrigao da

    regio parietal e occipital. J o ramo posterior irriga a regio temporal.

    2. Artrias cerebrais

    So ramos das artrias cartidas internas e da artria basilar (formada pela unio

    das artrias vertebral). Cada artria cerebral irriga uma rea do crebro:

    Artria cerebral anterior: superfcies medial e anterior do encfalo (polo

    frontal);

    Artria cerebral mdia: superfcie lateral (polo temporal);

    Artria cerebral posterior: superfcie inferior (polo occipital).

    2.1 Crculo arterial ou polgono de Willis

    uma anastomose arterial de forma poligonal situada na base do crebro, a qual

    circunda o quiasma ptico. formado pelas artrias cerebrais anterior, mdia e

    posterior, artrias comunicante anterior e artrias comunicantes posteriores. O

    polgono de Willis o local de onde saem as principais artrias para vascularizao

    cerebral.

  • 30

    Figura 3.3

    3. Veias Enceflicas

    As veias do encfalo no acompanham as artrias e so maiores e mais calibrosas.

    Elas drenam o sangue para os seios da dura-mter, de onde o sangue segue para

    as veias jugulares internas, que recebem a maior parte do sangue venoso

    enceflico.

    As paredes das veias enceflicas so muito finas e quase desprovidas de

    musculatura, o que torna necessria uma regulao ativa da circulao venosa, feita

    sob ao de trs foras: aspirao da cavidade torcica; fora da gravidade, j que o

    retorno sanguneo do encfalo se faz a favor da gravidade (inexistncia de vlvulas);

    pulsao das artrias em uma cavidade fechada.

    A circulao venosa mais lenta, a presso venosa no encfalo baixa e varia

    muito pouco (grande distensibilidade das veias e seios).

  • 31

    3.1 Sistema venoso superficial

    Formado por veias que drenam o crtex e a substncia branca subjacente.

    As veias cerebrais superficiais superiores drenam a face medial e a parte superior

    da face sperolateral e desembocam no seio sagital superior.

    As veias cerebrais superficiais inferiores e mdia drenam as faces inferior, pstero-

    inferior e profundas, terminando nos seios reto, transverso e petroso superior.

    Figura3.4

  • 32

    3.2 Sistema venoso profundo

    Drena o sangue de regies situadas profundamente no crebro.

    A principal veia a veio cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge

    quase todo o sangue do sistema venoso profundo. uma veia nica, mediana,

    formada dentro do encfalo pela unio de duas veias cerebrais internas. Suas

    paredes muito finas so facilmente rompidas.

    Figura 3.5

  • 33

    Exerccios

    1. Quais artrias esto envolvidas com a vascularizao enceflica?

    2. Quais os ramos da artria cartida interna?

    3. Qual estrutura relaciona artrias vertebrais e vrtebras cervicais?

    4. Quais as reas do crebro irrigadas por cada artria cerebral?

    5. Correlao com neuroanatomia: descreva o caminho do sangue venoso da

    veia cerebral magna at a veia jugular interna.

  • 34

    Captulo 4

    1. Msculos da expresso facial

    Os msculos da expresso facial originam-se a partir do mesoderma. A lmina

    muscular diferencia-se em msculos que circundam as cavidades da face servindo

    de esfncteres e dilatadores. Por se localizarem no tecido subcutneo da face e de

    outras partes da cabea, suas contraes resultam na trao da pele e

    consequentemente nas expresses da face. A inervao desses msculos feita

    por ramos do nervo facial, XII par craniano.

    1.1 Grupo oral

    Orbicular da boca: um esfncter que circunda completamente a boca. Parte de

    suas fibras origina-se nos ossos maxila e mandbula, o restante possui origem em

    outros msculos do grupo oral. Sua contrao promove o estreitamento da boca e

    importante para os movimentos na fala e deglutio.

    Bucinador: msculo responsvel por pressionar a bochecha contra os dentes

    durante sua contrao, Isso o torna importante na mastigao e na expulso de ar

    pelas bochechas. Esse msculo fixa-se na parte posterior entre a maxila e a

    mandbula e se estende at os lbios, onde parte de suas fibras se fundem ao

    msculo orbicular da boca. Para facilitar sua identificao, ele se encontra mais

    profundamente em relao aos demais msculos dessa regio.

    Abaixador do ngulo da boca: responsvel pelo abaixamento da comissura labial,

    esse msculo tem origem na mandbula e termina convergindo suas fibras na regio

    do modolo (a insero do grupo de msculos do ngulo da boca associado aos

    feixes de fibras superiores e inferiores do msculo orbicular, determinam um ndulo

    tendneo, o modolo).

    Abaixador do lbio inferior: mais profundo que o abaixador do ngulo da boca,

    esse msculo se origina na poro anterior da mandbula e se insere no orbicular da

    boca e no lbio inferior. Os movimentos de abaixar e mover lateralmente o lbio

    inferior so atribudos s esse msculo. Para que ele no seja confundido com outros

  • 35

    msculos da poro inferior da boca, ele pode ser identificado como o mais largo

    dessa regio.

    Mentual: o msculo mais profundo e mais medial do grupo inferior da boca. O

    sentido de suas fibras forma um V muscular no mento. Sua funo est

    relacionada com a elevao e protruso do lbio inferior.

    Rizrio: um msculo fino e superficial que se estende da regio do modolo para o

    sentido lateral. Ele importante no movimento de sorriso, puxando a comissura

    labial no sentindo spero-lateral.

    Zigomticos maior e menor: so dois msculos finos, superficiais e paralelos que

    se originam na regio do osso zigomtico e se estendem at o orbicular da boca,

    estando o zigomtico menor superiormente em relao ao seu vizinho. Suas funes

    so de ajudar no movimento de sorriso.

    Levantador do lbio superior e Levantador do ngulo da boca: ambos se

    originam na maxila e terminam na regio lateral do orbicular da boca. Quando

    contrados, aprofundam o sulco entre o nariz e o canto da boca (sulco naso-

    geniano), movimento comum na tristeza.

    1.2 Regio orbicular e frontal

    Orbicular do olho: circunda os orifcios orbitais em forma de esfncter. Apresenta

    trs partes: a profunda, a orbicular e a palpebral. Essas duas ltimas fecham o olho

    de maneira vigorosa e delicada respectivamente.

    Prcero: um msculo superficial que se estende do osso nasal at a parte inferior

    da fronte. Quando se contrai produz rugas entre os olhos e franze a testa.

    Corrugador do superclio: um msculo pequeno e profundo situado na regio

    das sobrancelhas. Ao se contrarem, provocam rugas acima do nariz.

    Occipitofrontal: cobrindo parte do osso frontal (com seu ventre frontal) e a poro

    superior do osso occipital (com seu ventre occipital), esse msculo se apresenta de

    forma plana e achatada. Seus ventres so unidos pela aponeurose epicrnica e

    quando se contraem elevam os superclios e produzem rugas na testa.

    1.3 Outros msculos das expresses

  • 36

    Nasal: formado por duas partes: transversa e alar, esse msculo produz os

    movimentos de dilatao e compresso das narinas. Sua parte transversa parece

    abraar o nariz na regio inferior do osso nasal e na superior da cartilagem.

    Auricular anterior, posterior e superior: so msculos que se localizam ao redor

    do pavilho auricular e o movimentam no sentido de suas respectivas posies.

    Platisma colli: apresenta-se como um folheto muscular que se estende da regio

    da clavcula at a mandbula e msculos prximos. Sua contrao deprime a

    mandbula, abaixa o canto da boca e tensiona a pele do pescoo, como em uma

    careta. Esse msculo dificilmente visto em peas anatmicas por conta da sua

    espessura e proximidade com a pele retirada.

    Exerccio: Complete a figura.

    Figura 4.1

  • 37

    Figura 4.2

    M. platisma

    M. orbicular do olho

    (parte orbital)

    M. occipitofrontal

    (ventre anterior)

    M. prcero

    M. nasal

    Figura 4.3

  • 38

    2. Msculos da mastigao

    Os msculos da mastigao tambm possuem origem mesodrmica, entretanto so

    inervados, em sua maioria, pelo nervo mandibular (V3) (terceiro ramo do nervo

    trigmio, V par craniano). Esses msculos so responsveis pela movimentao da

    articulao temporomandibular, possibilitando a mastigao.

    Masseter: um msculo de formato retangular que se fixa na superfcie lateral do

    ramo da mandbula e se estende at o arco zigomtico. Possui uma parte mais

    superficial e outra mais profunda. Sua contrao eleva a mandbula fechando a boca

    e suas fibras superficiais atuam tambm na protruso.

    Temporal: cobrindo praticamente toda a fossa temporal, esse msculo forma um

    leque de fibras que se convergem passando medialmente pelo arco zigomtico

    inserindo-se no processo coronoide da mandbula. Ele responsvel pelos

    movimentos laterais da mandbula e a eleva de maneira vigorosa.

    Pterigideo lateral: um msculo de formato triangular de duas cabeas. Estende-

    se da regio do disco articular da mandbula at a poro inferior da asa maior do

    osso esfenoide. Sua contrao protrai a mandbula e abaixa o queixo.

    Pterigideo medial: msculo de formato quadrangular constitudo de duas cabeas

    que se estendem da face medial do ramo da mandbula at o osso palatino e tber

    da maxila.

    Msculos supra-hiideos: so msculos abaixadores da mandbula de formato

    fino e alongado que se estendem da mandbula at o osso hioide. So eles:

    digstrico, estilo-hiide, milo-hiide e genio-hiide. Ver detalhes e particularidades

    nas imagens.

    Msculos infra-hiideos: so msculos parecidos com os msculos supra-hiideos

    que se estendem do osso hioide at o cngulo dos membros superiores e cartilagem

    tireoidea. Suas funes esto relacionadas com a depresso e fixao do osso

    hioide para possibilitar o trabalho dos supra-hiideos. Ver detalhes e particularidades

    nas imagens.

    Portanto, em conjunto, os msculos supra-hiideos e os infra-hiideos trabalham

    para que haja um movimento correto da deglutio. Os supra-hiideos

  • 39

    movimentando a mandbula para baixo e retraindo-a, ao passo que os infra-hiideos

    tm a ao de tracionar o osso hiide para baixo e, com ele, a laringe, auxiliando a

    deglutio e a ao dos supra-hiideos.

    Figura 4.4

    M. temporal

    M. masseter (parte

    superficial)

    Figura 4.5

  • 40

    3. Msculos movimentadores da cabea

    Neste item sero expostos os principais msculos do pescoo, ou seja, aqueles que

    so mais estudados nas peas anatmicas, que possuem a funo de movimentar e

    sustentar a cabea. Os demais detalhes e particularidades devero ser analisados

    nas imagens.

    Esternocleidomastideo: trata-se de um msculo longo e forte que se estende do

    processo mastide do osso temporal at o manbrio do esterno e clavcula, o fato de

    serem duas fixaes distais decorrente de o msculo apresentar duas cabeas.

    Suas principais funes so: rodar a cabea para o lado oposto, inclinar a cabea

    para o mesmo lado, na contrao unilateral, e fletir as vrtebras aproximando o

    queixo at o manbrio do esterno.

    Trapzio: um grande msculo que fixa-se no osso occipital, nos processos

    espinhosos das vrtebras cervicais e torcicas, nas escpulas e tero lateral da

    clavcula, formando um trapzio muscular. Suas funes referentes ao movimento

    da cabea so a extenso do pescoo e a flexo lateral. Eleva o brao acima de 90

    graus em relao ao ombro e levanta o tronco.

    Escaleno anterior: um msculo longo, mais fino e mais profundo que o

    esternocleidomastideo. Fixa-se nas vrtebras C4, C5 e C6 e estende-se at a

    primeira costela. Sua contrao flete a cabea.

    Escalenos mdio e posterior: semelhantes ao escaleno anterior, esses msculos

    se estendem das vrtebras C4, C5 e C6 at a primeira e segunda costela

    respectivamente. Entretanto, suas funes so a de fletir lateralmente o pescoo.

    Diferentemente dos outros dois, o escaleno posterior praticamente todo coberto

    pelo msculo levantador da escapula.

    Esplnio da cabea: trata-se de um msculo relativamente largo, posterior ao

    levantador da escpula e escalenos. Estende-se da face lateral do processo

    mastoide at a parte inferior do ligamento nucal e vrtebras torcicas (as seis

    superiores). Quando contrado, estende a cabea e o pescoo, se contrado

    monolateralmente, flete lateralmente e gira a cabea e o pescoo.

  • 41

    Levantador da escpula: mesmo que sua ao seja referente elevao da

    escpula, esse msculo lembrado aqui, pois costuma estar bem visvel nas peas

    anatmicas e pode ser confundido com os demais msculos. Localiza-se

    anteriormente e bem prximo ao esplnio da cabea. Estende-se das vrtebras

    cervicais (C1-C4) at a escapula.

    Exerccios

    1. Qual msculo reveste lateralmente o vestbulo da boca?

    2. Qual o msculo mais superficial do pescoo que se estende da poro

    inferior da face at a regio clavicular?

    3. Quais so os locais de inseres mandibulares dos msculos da mastigao?

    4. Quais so os msculos da mastigao?

    5. Qual a funo dos msculos supra e infra-hiideos?

    Figura 4.6

  • 42

    Captulo 5

    1. Introduo

    A coluna vertebral formada pelo conjunto das vrtebras e dos discos

    intervertebrais. Corresponde maior parte do esqueleto axial, o qual tambm inclui

    ossos articulados do crnio, costelas e esterno.

    Suas principais funes so:

    a) Proteo: A coluna vertebral contm a medula espinal e as partes proximais

    dos nervos espinais, sendo, ento, responsvel pela proteo de uma parte

    do sistema nervoso.

    b) Sustentao: A coluna vertebral, junto aos msculos do dorso, promove a

    sustentao do peso do corpo superior pelve, transmitindo foras, atravs

    da pelve, para os membros inferiores, e forma um eixo rgido, mas flexvel

    para o tronco. Alm disso, possui uma base alargada para o posicionamento

    da cabea, carregando-a e permitindo sua movimentao.

    c) Movimento: A coluna vertebral importante na postura e locomoo.

    Embora o movimento possvel entre duas vrtebras seja pequeno e limitado,

    como podem ocorrer em toda a coluna, acabam se somando e garantindo

    uma boa movimentao, como a extenso e flexo da coluna vertebral.

    2. Vrtebras

    A coluna vertebral formada por 33 vrtebras, que se subdividem em 5 regies: 7

    vrtebras cervicais, 12 torcicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccgeas. As 5

    vrtebras sacrais esto fundidas formando o sacro, e, a partir dos 30 anos, o mesmo

    ocorre com as 4 coccgeas, que formam o cccix. Assim, s h movimentao

    efetiva entre as 24 vrtebras superiores.

    As vrtebras tornam-se progressivamente maiores medida que a coluna desce at

    o sacro, acima do qual elas atingem seu maior tamanho. Isso se relaciona ao fato de

    que as vrtebras suportam sucessivamente um maior peso corporal conforme a

    coluna vertebral desce, at que o peso seja transferido, atravs do sacro, para o

    cngulo do membro inferior. Ento, a partir do incio do sacro as vrtebras diminuem

    gradualmente de tamanho at o pice do cccix.

  • 43

    A coluna vertebral apresenta 4 curvaturas: cervical, torcica, lombar e

    sacral/coccgea. As curvaturas torcica e sacral/coccgea so curvaturas primrias,

    ou seja, cncavas anteriormente, como a forma original embrionria. J as

    curvaturas cervical e lombar so secundrias, sendo cncavas posteriormente.

    Figura 5.1

  • 44

    O tamanho e as caractersticas das vrtebras tm variaes, principalmente de uma

    regio da coluna para outra; entretanto, conservada uma estrutura tpica de todas

    as vrtebras.

    2.1 Caractersticas gerais de uma vrtebra comum

    Uma vrtebra tpica formada por: um corpo vertebral, um arco vertebral e sete

    processos.

    a) Corpo vertebral: parte anterior da vrtebra, de forma cilndrica. Garante

    resistncia coluna e a sustentao do peso do corpo e, portanto, o tamanho

    dos corpos vertebrais aumenta conforme a coluna desce. formado por osso

    trabecular (esponjoso) vascularizado, revestido por uma camada de osso

    compacto. Na periferia do corpo vertebral h um anel de osso liso, chamado

    margem epifisal (derivada de epfise anular), fundido ao corpo. Os corpos

    vertebrais das vrtebras adjacentes so separados pelos discos

    intervertebrais cartilaginosos.

    b) Arco vertebral: consiste em dois pedculos e duas lminas posteriores ao

    corpo vertebral. Os dois pedculos formam os pilares laterais do arco

    vertebral, seguidos, posteriormente, pelas lminas, duas placas que se unem

    na linha mediana. Acima e abaixo de cada pedculo so observados,

    lateralmente, entalhes denominados incisuras vertebrais.

    c) Processos do arco vertebral: constituem um processo espinhoso, processo

    mediano que se projeta posteriormente a partir da unio das lminas; dois

    processos transversos, que se projetam lateralmente a partir da juno dos

    pedculos com as lminas; e quatro processos articulares, todos com uma

    face articular, laterais, que tambm se originam da unio dos pedculos com

    as lminas, sendo dois superiores e dois inferiores. Os processos espinhosos

    e transversos servem como fixao para msculos e ligamentos, e tambm

    como alavancas para ao dos msculos. J os processos articulares so

    pontos de articulao com as vrtebras adjacentes, ajudando a mant-las

    alinhadas.

    Em cada vrtebra, a parte posterior do corpo vertebral e o arco vertebral formam as

    paredes do forame vertebral. Na coluna, a sucesso dos forames vertebrais forma o

  • 45

    canal vertebral, onde se encontra a medula espinal, as meninges, as razes dos

    nervos espinais, gorduras e vasos. O canal vertebral contnuo com a cavidade

    craniana atravs do forame magno.

    H, tambm, os forames intervertebrais, formados pelas incisuras vertebrais

    inferiores e superiores das vrtebras adjacentes e pelas paredes dos discos

    intervertebrais. Neles esto localizados os gnglios sensitivos dos nervos espinais e

    atravs dos mesmos que os nervos espinais saem da coluna vertebral.

    Figura 5.2

    2.2 Caractersticas especficas das vrtebras

    Vrtebras cervicais (7)

    So vrtebras menores do que as demais e formam o esqueleto do pescoo,

    caracterizadas, principalmente, pela presena de um forame em cada processo

    transverso (forame transverso ou transversrio). Fatores como a considervel

    espessura dos discos intervertebrais em relao ao tamanho dos corpos vertebrais

    pequenos, a horizontalidade das faces articulares e a pequena massa adjacente

    garantem uma maior amplitude de movimento regio cervical se comparado s

    outras regies vertebrais.

    Caractersticas diferenciais das vrtebras cervicais:

    a) Corpo vertebral pequeno, alongado transversalmente;

  • 46

    b) Forame transversrio oval em cada processo transverso, por onde passam as

    artrias vertebrais e as veias acompanhantes (exceto em C7, por onde

    passam apenas veias acessrias, sendo os forames menores ou

    inexistentes);

    c) Processos transversos terminam em duas projees, um tubrculo anterior e

    um posterior, entre os quais forma-se o sulco do nervo espinal;

    d) Forame vertebral grande e triangular;

    e) Processos espinhosos de C3-C6 so curtos e bfidos, mas em C7 o processo

    espinhoso longo e saliente, sendo esta vrtebra chamada de vrtebra

    proeminente.

    As duas primeiras vrtebras cervicais so atpicas e especializadas para acomodar o

    movimento da cabea:

    a) A vrtebra C1, denominada atlas, articula-se com os cndilos do occiptal e

    caracterizada por no possuir corpo vertebral nem processo espinhoso.

    Possui duas massas laterais interconectadas por um arco anterior e um arco

    posterior, cada um possuindo um tubrculo (tubrculo anterior e tubrculo

    posterior).

    As faces articulares superiores cncavas do atlas se articulam com os

    cndilos occipitais do crnio (articulao atlantoccipital permite que se eleve

    e abaixe a cabea); j as faces articulares inferiores do atlas se articulam com

    a vrtebra C2 (articulaes atlantoaxiais).

    A face posterior do arco anterior do atlas tem uma fvea articular (fvea do

    dente) para o dente do xis, que mantido em posio pelo ligamento

    transverso do atlas, que se estende entre as duas massas laterais, impedindo

    o deslocamento das duas vrtebras.

    b) A vrtebra C2, denominada xis, caracterizada pela presena de um dente

    (processo odontoide) que se estende acima do corpo vertebral. O dente do

    xis permite que o atlas e a cabea girem sobre ele (permite a rotao da

    cabea). A vrtebra C2 tambm possui um grande processo espinhoso bfido

    e duas faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas.

  • 47

    Figura 5.3

    Vrtebras torcicas (12)

    So caracterizadas, principalmente, por sua articulao com as costelas, possuindo,

    portanto, fveas costais. Localizam-se na parte superior do dorso e compem a

    regio com maior grau de rotao. Entretanto, a flexo e a extenso so limitadas

    devido orientao vertical das faces articulares, superposio dos processos

    espinhosos e fixao da caixa torcica.

    Caractersticas diferenciais das vrtebras torcicas:

    a) Corpo vertebral com formato de corao;

    b) Presena de duas fveas costais parciais (superior e inferior) de cada lado do

    corpo vertebral para articulao com a cabea de sua costela (fvea superior

    maior) e da costela abaixo (fvea inferior menor);

    c) Presena de fveas costais nos processos transversos para articulao com

    o tubrculo das costelas;

    d) Forame vertebral circular;

    e) Processos espinhosos longos e verticalizados.

    Observao

    Costelas (12 pares)

    So ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torcica, articulando-

    se, anteriormente, com o esterno e, posteriormente, com as vrtebras torcicas.

    H 3 tipos de costelas:

  • 48

    a) Costelas verdadeiras (vertebrocostais) 1 a 7 costelas: fixam-se

    diretamente ao esterno atravs de suas prprias cartilagens costais;

    b) Costelas falsas (vertebrocondrais) 8, 9 e geralmente 10: fazem

    conexo indireta com o esterno, pois suas cartilagens unem-se s cartilagens

    das costelas acima delas;

    c) Costelas flutuantes (vertebrais, livres) 11, 12 e, s vezes, 10: no

    fazem conexo com o esterno, terminando na musculatura abdominal

    posterior.

    Basicamente, as costelas apresentam uma cabea, que se articula com as fveas

    costais do corpo vertebral, um colo, um tubrculo, local de articulao com o

    processo transverso vertebral, e um corpo.

    Essa dupla articulao entre costelas e vrtebras permite uma fixao firme e, ao

    mesmo tempo, determinada mobilidade que permite os movimentos de elevao e

    depresso das costelas, movimento este que ocorre na inspirao e expirao,

    respectivamente.

    Mesmo sendo leves, as costelas so ossos resistentes e possuem uma medula de

    osso esponjoso e tecido hematopoitico, onde ocorre produo de clulas

    sanguneas.

    Esterno

    Osso plano e alongado que forma a regio intermediria da parte anterior da caixa

    torcica, sobrepondo-se s vsceras do mediastino, como o corao, e protegendo-

    as.

    formado por 3 partes:

    a) Manbrio do esterno: parte superior mais larga e espessa, de formato

    trapezide. Possui uma incisura supraesternal ou incisura jugular em sua

    margem superior;

    b) Corpo do esterno: plano, estreito e orientado longitudinalmente. O manbrio

    e o corpo do esterno se juntam na snfise manubrioesternal, formando o

  • 49

    ngulo esternal (ou de Louis) saliente, correspondente ao 2o espao

    intercostal;

    c) Processo xifide: menor parte, fina e alongada.

    Figura 5.4

    Vrtebras lombares (5)

    Localizadas na regio lombar, caracterizam-se por seu grande tamanho (sustentam

    mais peso). A disposio de suas faces articulares facilita os movimentos de flexo e

    extenso, mas impede a rotao.

    Caractersticas diferenciais das vrtebras lombares:

    a) Corpo vertebral grande e cilndrico;

    b) Processos transversos finos e longos, com presena de um processo

    acessrio na base posterior de cada processo transverso;

  • 50

    c) Presena de processos mamilares na face posterior de cada processo

    articular superior, os quais servem para fixao muscular;

    d) Processos espinhosos curtos e espessos;

    e) Forame vertebral triangular, maior do que nas vrtebras torcicas e menor do

    que nas cervicais.

    Figura 5.5

    Sacro (5)

    formado pela fuso das 5 vrtebras sacrais, apresenta forma de cunha triangular,

    com a face anterior cncava, posterior convexa e o pice voltado inferiormente. Est

    localizado entre os ossos do quadril, com os quais se articula por meio de duas

    faces auriculares laterais (articulao sacroilaca), e forma a parede

    posterossuperior da cavidade plvica. O sacro garante resistncia pelve e

    transmite o peso do corpo para o cngulo do membro inferior.

    A continuao do canal vertebral no sacro conhecida como canal sacral, que

    contm a cauda equina, feixe de razes de nervos espinais que continua aps o

    trmino da medula. As faces plvica e dorsal do sacro possuem, respectivamente, 4

    forames sacrais anteriores e 4 forames sacrais posteriores, para a sada de ramos

    dos nervos espinais.

  • 51

    A face plvica do sacro cncava e lisa, enquanto a face dorsal convexa e

    rugosa, apresentando 5 cristas longitudinais: uma crista sacral mediana (fuso dos

    processos espinhosos das vrtebras sacrais), duas cristas sacrais mediais (fuso

    dos processos articulares) e duas cristas sacrais laterais (fuso dos processos

    transversos).

    Na extremidade inferior da face dorsal do sacro encontra-se o hiato sacral, que

    representa parte posterior incompleta do canal sacral e leva a esse canal, sendo

    lateralizado pelos cornos sacrais.

    A base do sacro formada pela parte superior da vrtebra S1, que se articula com a

    vrtebra L5, formando o ngulo lombossacral. A margem de S1 projetada

    anteriormente o promontrio sacral (ponto de referncia obsttrico). O pice do

    sacro, extremidade inferior afilada, se articula com o cccix.

    Cccix (4)

    Pequeno osso triangular formado pela fuso de, geralmente, 4 vrtebras coccgeas;

    entretanto a 1 vrtebra coccgea pode permanecer separada do grupo fundido. O

    cccix no participa da sustentao do corpo quando em p, mas na posio

    sentada pode receber algum peso.

    caracterizado pela ausncia de arcos vertebrais e de canal vertebral. A face

    plvica do cccix cncava e lisa, enquanto a face dorsal tem processos articulares

    rudimentares.

    A vrtebra Co1, maior e mais larga, tem seus processos transversos unidos ao sacro

    e seus processos articulares formando os cornos coccgeos, que se articulam com

    os cornos sacrais.

  • 52

    3. Articulaes e ligamentos da coluna vertebral

    3.1 Articulao entre os corpos vertebrais

    A articulao entre os corpos vertebrais do tipo snfise (articulao cartilagnea

    secundria), formada por uma camada de cartilagem hialina em cada corpo vertebral

    e um disco intervertebral entre elas. destinada sustentao de peso e

    resistncia, sendo os discos intervertebrais importantes por possibilitarem o

    movimento entre as vrtebras e a absoro de choques devido sua elasticidade e

    deformabilidade.

    Os discos IV compem 20-25% do comprimento da coluna vertebral. Cada disco

    formado por um anel fibroso externo (vascular), que consiste em lamelas

    concntricas de fibrocartilagem, e um ncleo pulposo (avascular), composto por uma

    massa central gelatinosa (natureza semilquida responsvel por grande parte da

    flexibilidade do disco).

    Figura 5.6

  • 53

    Figura 5.7

    3.2 Articulaes entre arcos vertebrais

    So articulaes sinoviais planas entre os processos articulares superiores e

    inferiores de vrtebras adjacentes, chamadas de articulaes dos processos

    articulares ou zigapofisrias. Cada articulao circundada por uma cpsula

    articular fina.

    As articulaes zigapofisrias permitem movimentos de deslizamento entre os

    processos articulares.

    4. Ligamentos

    As articulaes entre as vrtebras so reforadas e estabilizadas por numerosos

    ligamentos, que passam entre os corpos vertebrais, unem as lminas, os processos

    transversos e os processos espinhosos.

    a) Ligamento longitudinal anterior: faixa fibrosa forte e larga que une ntero-

    lateralmente os corpos vertebrais e discos intervertebrais. Estende-se da

    base do crnio face superior do sacro. nico que limita a extenso da

    coluna vertebral.

    b) Ligamento longitudinal posterior: faixa mais estreita e mais fraca do que o

    ligamento longitudinal anterior, segue dentro do canal vertebral unindo as

    faces posteriores dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. Segue de C2

    ao sacro e bem suprido por terminaes nervosas de dor. Resiste pouco

  • 54

    hiperflexo da coluna e ajuda a evitar a herniao posterior do ncleo

    pulposo.

    c) Ligamentos amarelos: so duas faixas largas e amarelo-claras (uma de

    cada lado) de tecido elstico que unem as lminas dos arcos vertebrais e

    formam parte da superfcie posterior do canal vertebral, em sees

    alternadas. Os ligamentos de lados opostos encontram-se e fundem-se na

    linha mediana. Limitam a flexo da coluna vertebral, resistindo separao

    da lmina vertebral, e auxiliam na extenso da coluna aps a flexo.

    d) Ligamentos interespinais: so ligamentos fracos, membranceos, que

    unem processos espinhosos adjacentes, seguindo da raiz at o pice de cada

    processo espinhoso.

    e) Ligamentos supraespinais: so ligamentos fortes e fibrosos, semelhantes a

    cordes, que unem as extremidades dos processos espinhosos de C7 ao

    sacro. Superiormente, fundem-se ao ligamento nucal (estrutura triangular em

    forma de lmina), forte e largo, constitudo de tecido fibroelstico, que segue

    desde a protuberncia occipital externa e a margem posterior do forame

    magno at os processos espinhosos das vrtebras cervicais. O ligamento

    nucal sustenta a cabea, resiste flexo e facilita o retorno da cabea.

    f) Ligamentos intertransversrios: unem processos transversos adjacentes,

    variando conforme a regio da coluna.

    Figura 5.8 Figura 5.9

  • 55

    Figura 5.10

    Exerccios

    1. Qual o nome do ngulo formado entre a quinta vrtebra lombar e o sacro?

    2. Quais so os nomes das curvaturas normais da coluna vertebral?

    3. Que acidente sseo responsvel por ser o eixo de giro do crnio com as

    vrtebras cervicais.

  • 56

    Captulo 6

    1. Ossos do membro inferior

    Os membros inferiores so as extenses distais do tronco. Possuem as funes de

    sustentao, equilbrio e locomoo (marcha).

    So divididos em seis regies bsicas: regio gltea, representando a transio

    entre o tronco e o membro inferior, coxa ou regio femoral, contendo a maior parte

    do fmur intercalado entre a regio gltea e a regio do joelho, regio do joelho, que

    abrange os cndilos do fmur e da tbia,

    a cabea da fbula, a patela e as

    articulaes entre esses ossos, regio da

    perna, compreendida entre o joelho e a

    linha dos malolos (processos sseos

    que marcam a articulao do tornozelo e

    que sero mostrados adiante), formada

    pelos ossos tbia e fbula, regio do

    tornozelo, formada pelas articulaes

    que ligam a perna ao p, e regio do p,

    poro mais distal dos membros

    inferiores formada pelo tarso, metatarso,

    e falanges, a regio que sustenta todo

    o peso do nosso corpo.

    Os membros inferiores, exceto as

    regies do tornozelo e p, so formados

    por ossos longos que apresentam amplo

    movimento e so conectados ao

    esqueleto axial por meio do cngulo dos

    membros inferiores (um elo sseo

    constitudo pelos ossos do quadril e pelo

    sacro). Na poro mais anterior do

    cngulo, conectando os dois ossos

    ilacos, est localizado a snfise pbica,

    Figura 6.1

  • 57

    uma articulao do tipo cartilagnea secundria, ou seja, composta por

    fibrocartilagem.

    Ser feita aqui uma breve descrio dos principais ossos do membro inferior, ou

    seja, os que so estudados mais detalhadamente por apresentarem um grande

    nmero de partes e acidentes sseos (geralmente inseres musculares).

    a) Osso ilaco ou osso do quadril: Osso de formato achatado formado por trs

    ossos que se fundem: lio, na poro superior do osso ilaco, isquio, na

    poro inferior e posterior, e pbis, poro ssea mais anterior e responsvel

    por conectar (atravs da snfise pbica) os dois ossos do quadril.

    Figura 6.2

    O lio apresenta quatro espinhas sseas, uma extensa crista e um grande tber, que

    so regies de insero de vrios msculos da regio gltea e da coxa. Por

    exemplo: as espinhas ilacas anteriores (superior e a inferior) so a origem dos

  • 58

    msculos sartrio e reto femoral, respectivamente. Alem disso apresenta uma

    grande fossa na face lateral (acetbulo) onde se encaixa a cabea do fmur.

    b) Fmur: o maior osso do corpo humano conectando o quadril ao joelho.

    Apresenta uma cabea bem arredondada seguida por um colo cercado por

    dois trocnteres (fixao distal dos msculos glteos). Possui um corpo

    alongado terminando nos cndilos (regio de articulao com a Tbia).

    Figura 6.3

    c) Tbia: Assim como o fmur, possui um corpo alongado, entretanto, ao invs

    de apresentar uma cabea na poro superior, possui as faces articulares

    que se articulam com os cndilos do fmur. Em sua parte nfero-medial se

    localiza o malolo medial (proeminncia arredondada que marca a articulao

    do tornozelo).

    d) Fbula: o osso mais fino entre os ossos longos do membro inferior.

    Localiza-se lateralmente tbia, articulando-se com ela, e apresenta duas

  • 59

    pores facilmente notadas: a cabea da fbula (na parte superior) e o

    malolo lateral da fbula ( na parte inferior desse osso).

    Figura 6.4

    e) Tarso: Um conjunto de sete ossos, divididos em duas fileiras, a proximal,

    clinicamente nomeada por retrop, composta pelo Tlus e Calcneo. O Tlus

    articula-se com a face inferior da tbia e com os malolos (lateral e medial),

    constituindo a articulao talocrural (tornozelo). O Tlus encontra-se repousado

    no Calcneo. A segunda fileira, a distal, que compem o tarso, formada pelos

    ossos Navicular, Cubide, Cuneiforme Intermdio, Cuneiforme Medial e

    Cuneiforme Lateral. Clinicamente, esses ossos formam o mediop.

    f) Metatarso: Um conjunto de cinco ossos, numerados de medial para lateral,

    sendo assim, o primeiro o hlux. So ossos longos. Articulam-se, posteriormente,

    com os ossos cuneiformes medial, intermdio e lateral, respectivamente, I , II e

    III metatarsos. Os metatarsos IV e V articulam-se ao osso cubide.

    Anteriormente, os ossos do metatarso articulam-se s falanges proximais.

  • 60

    g) Falanges: Com excesso do hlux, o qual possui apenas as falanges distal e

    proximal, as falanges so classificadas em distal, mdia e proximal em cada

    dedo, sendo que a proximal articula-se com seu respectivo metatarso. Vale

    ressaltar que metatarsos e falanges formam a regio clnica do antep.

    2. Msculos do membro inferior

    2.1 Msculos da coxa

    Separados em trs grupos de acordo com os septos musculares que os separam.

    So eles: grupo anterior ou extensor, grupo posterior ou flexor, grupo medial ou

    adutor. Respectivamente esses grupos so inervados principalmente pelos nervos:

    femoral, tibial e obturatrio.

    Msculos anteriores da coxa: pectneo, iliopsoas, sartrio e quadrceps femoral

    So msculos flexores da coxa e extensores da perna.

    a) Pectneo

    Msculo quadrangular na face superomedial da coxa;

    Msculo de transio entre os grupos anterior e medial;

    Flete a coxa e auxilia na rotao medial da coxa.

    b) Iliopsoas:

    a unio dos msculos psoas maior originado nas vrtebras lombares,

    com o ilaco, originado na fossa ilaca;

    Flexiona o tronco e a coxa e estabiliza a articulao do quadril.

    c) Sartrio:

    longo e segue obliquamente em sentido ltero-medial;

    Flete o quadril, flexiona a perna, abduz e gira lateralmente a coxa;

    Suas aes so fracas, portanto, ele sempre atua em conjunto com

    outros msculos.

    d) Quadrceps Femoral:

  • 61

    Possui quatro cabeas: (I) reto femoral, (II) vasto lateral, (III) vasto

    medial, (IV) vasto intermdio;

    Principal extensor da perna;

    Sua contrao ajuda a levantar a partir da posio sentada, a escalar e

    a subir escadas;

    O tendo do quadrceps, na parte distal da coxa, formado pelos

    tendes dos quatro msculos do quadrceps e est fixado tbia.

    Reto femoral: desce reto na coxa; flete a coxa e estende a perna

    msculo do chute.

    Esse grupo de quatro msculos inserem-se na patela; ao se contrairem

    geram, principalmente, o movimento de extenso do joelho, e

    consequentemente da perna. O msculo vasto intermdio ligado base

    da patela. O vasto lateral e medial esto ligados s extremidades lateral e

    medial da patela, respectivamente. A patela estabiliza-se pela insero do

    msculo vasto medial e pela proeminncia dos cndilos femorais

    anteriores, o que impede o deslocamento lateral durante a flexo.

    Figura 6.5

  • 62

    Figura 6.6

    Figura 6.7

    Figura 6.8

  • 63

    Msculos mediais da coxa: adutor longo, adutor curto, adutor magno, grcil,

    obturador externo

    So os msculos do grupo adutor (medialmente na coxa). Inervados principalmente

    pelo n. obturatrio. Esse grupo de msculos faz a aduo da coxa, estabilizando a

    postura em p.

    a) Adutor longo:

    o mais anterior do grupo adutor;

    Origina-se por um tendo forte da face anterior do osso do pbis;

    Cobre a face anterior do adutor curto e a face mdia do adutor magno.

    b) Adutor curto:

    Situa-se profundamente aos msculos pectneo e adutor longo;

    Origina-se do osso pbis.

    c) Adutor magno:

    o mais forte dos adutores;

    Situa-se mais posteriormente na coxa;

    Possui uma parte adutora e uma parte do jarrete*.

    d) Grcil:

    um msculo longo, mais medial na coxa;

    o adutor mais superficial e mais fraco, atuando com outros adutores

    para aduo da coxa e estabilizao do joelho estendido.

    e) Obturador externo:

    pequeno e de difcil visualizao em peas anatmicas;

    Estende-se da membrana obturatria* at face posterior do trocanter

    maior do fmur.

  • 64

    Figura 6.9

    Figura 6.10

  • 65

    Figura 6.11

    Observaes importantes

    1. Hiato dos Adutores: uma abertura entre a fixao distal (aponeurose) do

    msculo adutor magno e a fixao distal da parte do jarrete (msculos bceps

    femoral, semitendneo e semimembranceo). A importncia do hiato deve-se

    passagem de artrias e veias femorais.

    2. Trgono Femoral: um ponto til na dissecao e na compreenso das

    relaes na regio inguinal; um espao subfascial limitado superiormente

    pelo ligamento inguinal, medialmente pelo msculo adutor longo e

    lateralmente pelo msculo sartrio. Pelo trgono passam artrias, veias e

    vasos linfticos que mudam seus nomes de ilacos externos para femorais a

    partir do ligamento inguinal.

    M. adutor curto

    M. adutor longo

    M. adutor magno M. semimembranceo

  • 66

    Msculos posteriores da coxa: semitendneo, semimembranceo, bceps femoral

    Conhecidos como msculos do jarrete (semitendineo, semimembranceo, cabea

    longa do bceps femoral), esses msculos so assim chamados pois se os seus

    tendes forem cortados, por trs do joelho, este deixa de se fletir impedindo o andar,

    ficando o paciente impotente para dar um passo tal como um velho jarrete; esses

    msculos possuem caractersticas comuns: tm origem no tber isquitico,

    estendem-se e agem sobre as articulaes do quadril e do joelho, so inervados

    pelo n. tibial. A cabea curta do bceps no atende a essas caractersticas. Os

    msculos do jarrete fazem a extenso da coxa e flexo da perna e mantm a

    postura em p relaxada.

    a) Semitendneo:

    Possui um ventre fusiforme e um tendo longo;

    Seu tendo fixa-se medialmente tbia.

    b) Semimembranceo:

    Sua origem no tber isquitico tem o formato membranceo;

    Seu tendo tem trs fixaes distais, sendo uma delas importante para

    reforar a cpsula articular do joelho, o ligamento poplteo oblquo.

    Figura 6.12

  • 67

    c) Bceps femoral:

    Tem duas cabeas: cabeas longa e curta;

    A cabea longa protege o nervo isquitico;

    A cabea curta inervada pelo n. fibular, diferente da inervao dos

    msculos do jarrete.

    Figura 6.13

  • 68

    Exerccios:

    1. Quais msculos se inserem no trocanter maior do fmur? Ao contrarem,

    quais movimentos realizam?

    2. O quadrceps formado por quatro msculos que estendem a perna.

    Entretanto, um deles tambm flete a coxa. Que msculo esse? Onde os

    msculos do quadrceps se inserem?

    3. Os msculos posteriores da coxa (msculos do jarrete) so responsveis por

    dois movimentos diferentes. Como isso possvel e qual a origem (fixao

    proximal) desses msculos

    4. Qual msculo se origina na espinha ilaca anterossuperior? Descreva sua

    trajetria de proximal para distal.

    Figura 6.14

  • 69

    Captulo 7

    1. Msculos do brao

    O brao realiza dois tipos de movimento: flexo-extenso e supinao-pronao. Os

    msculos que realizam estes movimentos so separados pelo mero e por septos

    musculares em medial e lateral e em grupos anterior e posterior.

    O grupo anterior do brao realiza flexo do antebrao e o grupo posterior realiza a

    extenso do antebrao. H, no total, quatro msculos principais do brao:

    a) Grupo anterior (flexor): bceps braquial; braquial e coracobraquial;

    b) Grupo posterior (extensor): trceps.

    Os trs msculos flexores so supridos pelo nervo musculocutneo e o msculo

    trceps braquial (extensor) suprido pelo n. radial.

    Quadro 7.1

    Quadro 7.2

  • 70

    2. Observaes importantes sobre os msculos

    a) Bceps braquial:

    Tem duas cabeas longa e curta;

    Tem origem na escpula e insero no rdio.

    b) Braquial:

    Fusiforme e achatado, localizado posteriormente ao msculo bceps

    braquial;

    Origem no mero e insero na ulna.

    c) Coracobraquial:

    Alongado, localizado na parte speromedial do brao;

    Estabiliza a articulao do ombro.

    d) Trceps braquial:

    Fusiforme, localizado posteriormente no brao;

    Tem trs cabeas longa, lateral e medial;

    Estabiliza a articulao do ombro.

    e) Ancneo:

    Pequeno e triangular, localizado na face psterolateral do cotovelo.

    Figura 7.1

  • 71

    Figura 7.3

    Figura 7.2

  • 72

    3. Msculos do manguito rotador

    So quatro msculos intrnsecos do ombro: subescapular, supraespinal, infraespinal

    e redondo menor. Esses msculos so assim denominados por formarem um

    *manguito rotador musculotendneo ao redor da articulao do ombro. A fuso dos

    tendes dos msculos refora a articulao do ombro. Por isso, a funo do

    manguito proteger e estabilizar a articulao do ombro.

    a) Msculo supraespinhal

    Localiza-se na fossa supraespinal da escpula;

    Auxilia o msculo deltide a abduzir o brao nos primeiros 15 graus e a

    partir dessa angulao o msculo supraespinal inicia a abduo;

    Inervado pelo n. supraescapular.

    b) Msculo infraespinal

    Ocupa a fossa infraespinal da escpula;

    Rotador lateral do mero;

    Inervado pelo n. supraescapular.

    Figura 7.4

  • 73

    c) Msculo redondo menor

    Estreito e alongado;

    Ajuda na rotao e aduo do brao;

    Inervado pelo n. axilar.

    d) Msculo subescapular

    Situado na face costal da escpula;

    Rotao medial e aduo do brao;

    Inervado pelo n. subescapular.

    Msculo deltoide

    NO faz parte do manguito rotador, porm um msculo

    escapuloumeral intrnseco ao ombro;

    Tem formato de delta invertido;

    Divide-se em partes semipeniformes anterior e posterior e uma parte

    mdia multipeniforme;

    Abdutor eficaz aps 15 iniciais de abduo;

    Ajuda a estabilizar a articulao do brao e a manter a cabea do

    mero na cavidade glenoidal.

    Msculo redondo maior

    NO faz parte do manguito rotador, porm um msculo

    escapuloumeral intrnseco ao ombro;

    Adutor e rotador medial do brao;

    Estabiliza a cabea do mero na cavidade glenoidal.

  • 74

    Figura 7.5

  • 75

    Figura 7.6

    4. Msculos do antebrao

    Os msculos localizados no antebrao so responsveis, de modo geral, pela

    movimentao do carpo e dos dedos da mo. Em sua maioria, so caracterizados

    como estreitos e cumpridos, apresentando longos tendes em suas pores distais.

    Pelo fato de serem, majoritariamente, parecidos, aconselhvel que se identifique

    esses msculos levando-se em considerao suas fixaes, principalmente as

    distais.

    4.1 Compartimento anterior do antebrao

    a) Msculos flexores

    Os msculos com funo de fletir o carpo ou os dedos da mo esto localizados na

    parte anterior do antebrao. So divididos em trs flexores carpais, dois flexores

    para os quatro dedos mais mediais e um flexor exclusivo para o polegar.

  • 76

    Flexores do carpo: Tanto o flexor radial do carpo, quanto o flexor ulnar do carpo, se

    estendem a partir do epicndilo medial do mero. Entretanto, se diferem em suas

    fixaes distais, o radial se fixa na base do segundo metacarpal enquanto o ulnar

    apresenta sua fixao no pice da aponeurose palmar, em uma posio mais

    medial. O msculo palmar longo tambm flete o carpo quando contrado, sua fixao

    distal mais superficial e medial em relao aos outros dois flexores, na aponeurose

    palmar.

    Flexores dos dedos: Os flexores dos dedos so divididos em superficial, profundo

    e um exclusivo do polegar. O msculo flexor superficiais dos dedos se estende do

    epicndilo medial do mero e corpo do

    rdio at as falanges mdias dos quatro

    dedos mediais. Sua contrao promove

    flexo das falanges proximais e mdias. O

    msculo flexor profundo dos dedos

    apresenta fixao proximal na ulna e na

    membrana interssea se estendendo at

    as falanges distais, sendo responsveis

    pela flexo dessas quando contrado. O

    flexor longo do polegar se encontra mais

    lateralmente em relao aos demais

    flexores e fixado na face anterior do rdio

    e falange distal do polegar.

    Observao: o msculo flexor curto do

    polegar no se encontra no antebrao,

    est localizado na regio tenar, na base

    desse dedo.

    b) Msculos pronadores:

    Esses msculos so mais curtos que os flexores e so responsveis pelo giro do

    carpo no sentido ltero-medial quando contrados. O pronador redondo se localiza

    na poro proximal do antebrao, saindo do epicndilo medial do mero e findando

    Figura 7.7

  • 77

    no rdio. Ele se diferencia dos flexores por no apresentar a mesma direo

    paralela. J o pronador quadrado, se apresenta como o msculo mais profundo do

    compartimento anterior distal do antebrao, logo abaixo dos tendes dos flexores

    profundos.

    Figura 7.8

    Figura 7.9

  • 78

    4.2 Compartimento posterior do antebrao

    a) Msculos extensores

    Os msculos com funo de estender o carpo e os dedos da mo esto localizados

    na parte posterior do antebrao. So divididos em trs extensores carpais, um

    extensor dos quatro dedos mediais, um exclusivo para o dedo mnimo, outro

    exclusivo para o indicador e dois extensores para o polegar.

    Na camada mais superficial do compartimento posterior do antebrao, os msculos

    extensor ulnar do carpo, extensor do dedo mnimo e extensor dos dedos, se

    estendem, nessa ordem de medial para lateral, a partir do epicndilo lateral. Por

    serem parecidos, estreitos e compridos, a distino deles feita com mais facilidade

    quando se observa suas inseres distais: base do quinto metacarpo, quinto dedo e

    expanses extensoras dos quatro dedos mediais (ramificaes do tendo),

    respectivamente.

    Entre o compartimento posterior e anterior do antebrao, esto localizados os dois

    extensores radiais do carpo, o msculo extensor radial longo do carpo e o extensor

    radial curto do carpo, o primeiro sobre o segundo. Cobrindo os dois, o msculo

    braquiorradial se estende de uma regio mais proximal em relao ao epicndilo

    Figura 7.10

  • 79

    lateral do mero, at a face lateral do rdio. Esse msculo auxilia na flexo do

    antebrao, principalmente quando est em pronao mdia.

    Na camada mais profunda, os msculos extensor do indicador, extensor longo do

    polegar, extensor curto do polegar e abdutor do polegar se encontram, nessa ordem,

    de medial para lateral. Suas fixaes proximais esto ao longo da ulna, do rdio e

    membrana interssea e suas inseres distais esto nas falanges dos dedos em que

    atuam.

    Alm dos extensores e do braquiorradial, tambm est localizado na parte posterior

    do antebrao, o msculo supinador, abraando o rdio e a ulna prximo ao

    cotovelo. Sua ao contrria aos pronadores, girando o antebrao de medial para

    lateral.

    Figura 7.11

  • 80

    Figura 7.12

    Figura 7.13

  • 81

    Exerccios

    1. Quais os msculos do brao responsveis pela estabilizao da articulao

    do ombro?

    2. Qual sua funo do maguito rotador e quais os seus msculos constituintes?

    Quais movimentos esses msculos realizam?

    3. Quais os msculos responsveis pela flexo e extenso respectivamente do

    quinto dedo da mo?

    4. Por que os dedos da mo encontram-se levemente flexionados mesmo em

    situaes de relaxamento?

    5. Quais msculos so responsveis pelo giro do carpo? Qual deles o mais

    forte?

    Figura 7.14

  • 82

    Captulo 8

    1. Introduo

    Os rgos dos sentidos so responsveis por sensaes especiais do organismo,

    sendo elas: viso, audio, olfao, gustao e tato. Somente o ltimo sentido no

    ser discutido.

    2. Viso

    O principal rgo responsvel pela viso o olho. Est localizado majoritariamente

    na rbita, formada pelos ossos: frontal, zigomtico, maxila, esfenide (asas maior e

    menor), etmide, lacrimal e uma pequena parte do palatino. Trs acidentes sseos

    localizados na rbita so de extrema importncia para o aluno Canal ptico,

    Fissuras orbitais superior e inferior.

    Antes de discutir esses trs acidentes, deve-se entender a produo, drenagem e

    funo do lquido lacrimal. ntero-lateralmente, uma depresso superficial na parte

    orbital do osso frontal, denominada fossa da glndula lacrimal (fossa lacrimal),

    acomoda a glndula lacrimal. O lquido produzido uma soluo salina fisiolgica

    aquosa contendo a enzima bactericida lisozima e sua funo consiste em umidificar

    e lubrificar as superfcies da conjuntiva e crnea. Alm disso, fornece tambm

    nutrientes e oxignio dissolvidos para a crnea.

    Caminho do lquido lacrimal: Glndula lacrimal Dctulos excretores

    Canalculos lacrimais Saco lacrimal Ducto lacrimonasal Concha

    inferior (meato nasal inferior) Nasofaringe (sendo finalmente engolidas).

  • 83

    Em relao aos trs acidentes sseos apresentados anteriormente (canal ptico,

    fissuras orbitais superior e inferior), temos que no canal ptico h a passagem do

    nervo ptico (Nervo Craniano II), alm da artria central da retina e da veia central

    da retina. Cabe ressaltar ao aluno a origem dessa artria que proveniente da

    artria oftlmica, ramo da a. cartida interna.

    Figura 8.2

    Figura 8.1

  • 84

    Na fissura orbital superior atravessam os nervos culo motor (NC III), troclear (NC

    IV) e abducente (NC VI). J os principais msculos extrnsecos do olho (reto

    superior, reto inferior, reto medial, reto lateral, oblquos superior e interior) esto

    fixos na prpria rbita.

    Figura 8.3

    a) Msculo reto superior: atua, principalmente, na elevao do bulbo ocular.

    De forma auxiliar, tambm aduz e gira medialmente o bulbo do olho;

    b) Msculo reto inferior: atua principalmente no abaixamento do bulbo ocular.

    De forma auxiliar, tambm aduz e gira medialmente o bulbo do olho;

    c) Msculo reto medial: atua na aduo do bulbo ocular;

    d) Msculo reto lateral: atua na abduo do bulbo ocular;

    e) Msculo oblquo superior: direciona inferior e lateralmente o bulbo ocular.

    De forma auxiliar, tambm abduz o bulbo do olho;

  • 85

    f) Msculo oblquo inferior: direciona superior e lateralmente o bulbo ocular.

    De forma auxiliar, tambm abduz o bulbo do olho;

    g) Msculo levantador da plpebra: eleva a plpebra.

    Obs.: Os movimentos auxiliares dos msculos demonstram que eles atuam de

    forma sinrgica, ou seja,nem sempre agem de forma solitria no movimento.

    O nervo culo motor (NC III), como o seu nome sugere motor do olho -, inerva a

    maioria dos msculos extrnsecos do olho, excetuando-se dois: reto lateral e oblquo

    superior. Desta forma, abrange: m. reto superior, m. reto inferior, m. reto medial e m.

    oblquo inferior. Alm disso, atua nos processos de midrase e miose da pupila,

    atingindo os msculos intrnsecos do bulbo ocular. O nervo troclear (NC IV) inerva o

    m. oblquo superior, cujo tendo atravessa um anel fibroso denominado trclea. J o

    nervo abducente (NC VI) atua no msculo responsvel pela abduo, o m. reto

    lateral.

    2.1 Bulbo do olho: divide-se em trs tnicas (h ainda uma outra camada que

    circunda o bulbo, permitindo o seu movimento, formada por tecido conjuntivo

    frouxo).

    a) Tnica fibrosa (camada externa): formada por esclera e crnea. Como o

    prprio nome designa o esqueleto fibroso e garante forma e resistncia ao

    bulbo ocular. A esclera opaca e responsvel pela fixao dos msculos

    extrnsecos e intrnsecos do olho. A crnea a parte transparente da tnica

    fibrosa que cobre a sexta parte anterior desse bulbo. Importante ressaltar que

    a esclera parcialmente avascular, enquanto a crnea totalmente

    avascular. Deste modo, essa nutrida por lquidos provenientes tanto da

    poro externa lquido lacrimal como da poro interna, humor aquoso.

    Problema na produo do lquido lacrimal compromete, portanto, a crnea,

    levando a ulceraes.

    b) Tnica Vascular (tnica mdia): formada por trs estruturas coriide,

    corpo ciliar e ris. A coriide uma camada situada entre a esclera e a retina

    e possui cor marrom-avermelhada, justificada pela presena de clulas

    contendo melanina (impede a reflexo demasiada da luz que deve chegar

    retina) e de vasos sanguneos (cor vermelha). Desempenha papel importante

  • 86

    na nutrio da retina (coriocapilar). O corpo ciliar uma dilatao da coriide

    na altura do cristalino, sendo o local de fixao desse e a estrutura de unio

    entre a ris e a coriide. A contrao da musculatura ciliar promove as

    diversas acomodaes visuais. H reentrncias no corpo ciliar, chamadas de

    processos ciliares, cujas funes residem na secreo de humor aquoso. A

    ris est sobre a superfcie anterior do cristalino e consiste em um diafragma

    contrtil fino com uma abertura central a pupila. Determina, assim, a

    passagem de luz. Dois msculos involuntrios so responsveis pelos

    movimentos dessa estrutura: msculo esfncter da pupila (circular) miose - e

    msculo dilatador da pupila (radial) - midrase. Os melancitos da ris

    determinam a cor dessa estrutura e, consequentemente, a prpria cor dos

    olhos.

    c) Tnica ntima (retina): o tecido nobre, fotossensvel e de constituio

    nervosa, localizando-se mais internamente e sendo protegido pelas camadas

    mais externas do bulbo ocular. Macroscopicamente, divida em uma parte

    ptica e uma parte cega. A parte ptica da retina sensvel aos raios

    luminosos visuais e possui dois estratos: um estrato nervoso e um estrato

    pigmentoso. O estrato nervoso sensvel luz, enquanto o estrato

    pigmentoso possui melancitos e impede a demasiada reflexo dos raios

    luminosos no bulbo, promovendo melhor aproveitamento dos mesmos. O

    estrato nervoso est frouxamente aderido ao estrato pigmentoso e o local

    de descolamento de retina. Por causa da sua frouxido, possui

    vascularizao prpria da artria central da retina e permite uma rpida

    interveno cirrgica. Essa importante vascularizao impede que o tecido

    necrose rapidamente. J o estrato pigmentoso est aderido fortemente

    coriide e dela recebe nutrientes por difuso. A parte cega da retina uma

    continuao anterior do estrato pigmentoso e uma camada de clulas de

    sustentao. Estende-se sobre o corpo ciliar e a face posterior da ris at a

    margem pupilar.

    Alm disso, na retina, h um ponto de maior acuidade visual e est localizado

    no centro da mcula ltea chamado de fvea. Essa acuidade ocorre devido

    maior densidade de estruturas fotossensveis no local.

  • 87

    Figura 8.4

    O olho tambm possui trs compartimentos: cmara anterior, situada entre a

    ris e a crnea; cmara posterior, entre a ris e o cristalino; e o espao vtreo,

    situado atrs do cristalino e circundado pela retina. Na cmara anterior e na

    posterior existe um lquido que contm protenas: o humor aquoso. Ele

    fornece nutrientes para a crnea avascular e a lente, sendo drenado pelo

    Canal de Schlemm. Vale ressaltar que problemas tanto na drenagem como

    na produo desse lquido pode causar glaucoma, decorrente do aumento de

  • 88

    presso nas cmaras. No espao vtreo, circula o humor vtreo, uma

    substncia gelatinosa e transparente. Alm de essa substncia permitir a

    passagem da luz, mantm a retina no lugar e sustenta a lente.

    3. Audio

    A responsabilidade da audio est diretamente relacionada com a orelha. Essa

    complexa estrutura do corpo humano dividida em trs partes: externa, mdia,

    interna. Cada uma dessas divises possui caractersticas prprias que sero

    abordadas nessa apresentao.

    Figura 8.5

    3.1 Orelha externa: responsvel pela conduo sonora do som para a orelha

    mdia. Possui trs estruturas principais: orelha ou pavilho acstico, meato (canal)

    acstico externo e a membrana timpnica.O pavilho acstico tem a funo de

    captar o som do ambiente externo e tambm de proteger o aparelho acstico. A

    concha constituda, basicamente, de uma lmina cartilaginosa elstica revestida

    por uma fina camada epitelial, permitindo maior mobilidade na proteo auricular e

    na captao de som. Algumas estruturas anatmicas o aluno deve se familiarizar

    nessa estrutura, entre elas a hlice, antlice, trago, anttrago. O suprimento arterial

  • 89

    feito pelas artrias auricular posterior e temporal superficial. O meato acstico

    externo vai desde o pavilho at a membrana timpnica. Apresenta-se como um

    canal achatado, de paredes rgidas. Essa estrutura percorre internamente o osso

    temporal. Uma importante funo do meato proteger a orelha contra corpos

    estranhos e, por esse motivo, h grande quantidade de glndulas ceruminosas e

    sebceas que produzem o cerume (cera de ouvido).

    No final do canal acstico, encontramos a membrana timpnica. De formato oval,

    sua principal funo transformar as ondas sonoras em vibraes mecnicas.

    revestida por uma fina camada epitelial externamente e, internamente, por tecido

    conjuntivo. Importante ressaltar que esse conjuntivo responsvel pela regenerao

    da estrutura naqueles casos em que no houve grande comprometimento, ou seja,

    quando no h uma extensa e grave leso. Ainda sobre o tmpano, h duas

    divises, sendo sua parte anterossuperior chamada de parte flcida (membrana de

    Shrapnell) e o restante de parte tensa. A diferena se deve disposio de fibras

    colgenas na estrutura.

    Figura 8.6

  • 90

    3.2 Orelha mdia: a orelha mdia, tambm conhecida como timpnica, a cmara

    estreita e cheia de ar na parte petrosa do osso temporal. A cavidade tem duas

    partes: a cavidade timpnica propriamente dita, o espao diretamente interno

    membrana timpnica, e o recesso epitimpnico, o espao superior membrana.

    Alm disso, possui seis paredes: parede tegmental (teto), parede jugular (assoalho),

    parede membrancea (lateral), parede labirntica (medial), parede mastoidea

    (posterior), parede cartida (anterior). Essas paredes, como o prprio nome diz,

    abrigam as principais estruturas da orelha mdia.

    Figura 8.7

    A orelha mdia possui duas importantes funes. A primeira e a principal funo a

    de transformar a onda sonora, proveniente do meato, em mecnica. A

    transformao se d pela vibrao dos trs ossculos: martelo, bigorna e estribo.

    Assim, os trs ossculos possuem articulao sinovial entre si e so revestidos por

  • 91

    uma fina camada de epitlio. O martelo est inserido na membrana timpnica e

    articula-se com a bigorna, enquanto que essa ltima articula-se com o estribo.

    Sendo este o ltimo ossculo, ser o transmissor da onda para a orelha interna pela

    janela oval (janela do vestbulo). A transformao das ondas sonoras em ondas

    mecnicas um fenmeno fsico que permite a amplificao do som, uma vez que a

    onda sai de um meio de menor coeso entre as partculas (o ar) e vai para uma

    estrutura de maior coeso entre as partculas (meio slido os ossculos). Amplifica-

    se, deste modo, o som. Portanto, a cavidade timpnica no s condutora do som,

    como tambm amplificadora dele. H a participao de dois msculos na interao

    com os ossculos, so eles: msculo tensor do tmpano e msculo estapdio. O

    primeiro tem origem da face superior da parte cartilagnea da tuba auditiva e se

    insere no martelo (cabo do martelo), o segundo tem origem no interior da eminncia

    piramidal (pirmide) e se insere no colo do estribo. Esses dois msculos possuem a

    funo de resistir e amortecer os movimentos dos ossculos da audio, prevenindo,

    assim, danos ao aparelho auditivo. Alm disso, o m. tensor do tmpano amortece a

    vibrao da membrana timpnica.

    Figura 8.8

    A segunda funo da cavidade timpnica est relacionada com a tuba auditiva. Essa

    estrutura une a cavidade timpnica parte nasal da faringe (nasofaringe), onde se

    abre posteriormente ao meato nasal inferior. A funo dela