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Qualidade de Vida no Trabalho
Profa. Dra. Ana Magnólia Mendes
Universidade de Brasília -UnBInstituto de Psicologia - IPDepartamento de Psicologia Social e do Trabalho - PST
Grupo de Estudo e Pesquisa em Saúde e Trabalho - GEPSAT
http://www.unb.br/ip/pst/saudeetrabalho
O que significa um trabalho com QVT?
Você trabalhar com disposição, alegria, sentindo que e útil e que o
seu trabalho e valorizado pela
chefia. Acordar pela
manha e não ter vontade de chorar só de
pensar em vir para o trabalho.
Chegar com satisfação e quando sair, se sentir
provavelmente cansado, mas em quase 100% dos
dias, realizado e agradecido.
Sentir muito prazer e pouco incômodo
em trabalhar, sendo reconhecido e
valorizado.
Poder vir trabalhar com prazer. Se sentir
bem mesmo tendo que fazer o que não esta
com vontade.
É o equilíbrio nas atividades
desenvolvidas, ambiente físico
adequado e um bom relacionamento entre chefias,
subordinados e colegas.
Ter as condições básicas de trabalho
satisfeitas: bom ambiente, limpeza,
iluminação, equipamentos
adequados, salário condizente,
possibilidade de inovar, perspectiva de carreira.
Ter ambientes material e psicológico de trabalho
favoráveis. Ter remuneração adequada. Ter um emprego seguro.
Ter reconhecidas as opiniões/sugestões
dadas.Integrar boas condições
de trabalho, um bom ambiente de trabalho,
saúde, lazer, um tipo de trabalho adequado e
agradável e boas perspectivas de
remuneração e carreira.
Ambiente de trabalho: limpo, mobiliário adequado,
privacidade, sem ruídos. Relações no trabalho: bom relacionamento entre os
diversos níveis, comunicação clara e objetiva, respeito as desigualdades, incentivo das chefias, elaboração de metas
realistas.
O que é um trabalho sem QVT?
O volume de trabalho é muito grande e muitas
vezes a pressão é grande. Isto faz com que alguns trabalhem bem
mais do que outros, que muitas vezes estão desestimulados.
Distribuição desigual de trabalho. Quem não quer trabalhar não trabalha, se encosta, deixa o trabalho
para os outros, sobrecarrega quem quer trabalhar e fica por isso
mesmo, ganha seu salário integral e tudo bem.
Insuficiência de funcionários para o
número de processos.
Às vezes, por ocasião de
muitas missões, o número de
tarefas dobra.
Todo o trabalho tem
de ser executado
imediatamente não existe
uma programação
prévia.
A individualidade exagerada de
alguns colegas no ambiente de
trabalho.
Há uma enorme
disputa de poder e, não raro, muita
deslealdade
Funcionários são divididos em castas para distribuição
de serviços, cursos e privilégios.
Alguns colegas não tem espírito coletivo e não
cumprem o horário de trabalho.
Existe divisão entre quem
planeja e quem executa.
Ausência de processo democrático na escolha dos lideres das equipes; o que decorre da existência da figura do comissionado; perpetuação na direção.
Falta de comunicação e sensibilidade da diretoria
com os problemas da instituição.
Falta de envolvimento do mais alto escalão da casa
com o corpo de servidores.
Falta de comunicação adequada com a
administração central. Comunicação do
departamento com servidores ainda não me parece o ideal.
Falta comunicação entre as equipes do
departamento. Ruídos na comunicação e
falta de autonomia.
A comunicação dos objetivos é
deficiente; não sabemos nosso
papel adequadamente;
muitos da chefia não possuem
conhecimentos gerenciais.
Efeitos sobre a organização
Aumento do absentismo e dos acidentes no trabalho
Diminuição da eficácia, da eficiência, da produtividade
Déficit da qualidade dos produtos e serviços
Deterioração da imagem da empresa Despesas com os afastamentos por
problemas de saúde
Efeitos sobre a saúde
Disfunções físicas, psicológicas e sociais
essencialmente provocadas pelo confronto com determinados
contextos de trabalho.
Danos Psicológicossentimentos negativos em relação a si mesmo e à vida em geral.
Danos Sociais
isolamento e dificuldades nas relações familiares e
sociais.
Danos Físicosdores no corpo e distúrbios biológicos
Efeitos sobre a saúde
Doenças cardiovasculares, osteomusculares, distúrbios do sono, distúrbios digestivos, obesidade, diabetes, afecções dermatológicas, outras
Depressão FobiasSíndrome do pânicoNeuroses traumáticasAlcoolismo
Fracasso
Cultura Organizacional
Contexto de trabalho
Condições de Trabalho
Relações
Socioprofissionais
Organização do Trabalho
Prazer-sofriment
o no trabalho
Custo humano
do trabalho Estratégias
de mediação
Saúde
e QVTSucesso
Modelo conceitual explicativo da QVT Diálogo entre a ergonomia e a psicodinâmica do trabalho (Mendes e Ferreira, 2003, 2007)
Doenças ocupacionais
Danos físicos e psicossociais
Organização do trabalho
Natureza e divisão das tarefas
Hierárquica, Técnica, Operacional,
Administrativa e Social
Produtividade Esperada
Metas, Qualidade Quantidade
Regras Formais Missão, Legislação,
Normas, Procedimentos
Tempo Jornada, pausas, turnos, prazos
Regras Informais Regras de ofício, Práticas, Hábitos
Relações socioprofissionais
Interações coletivas intra e inter-grupos
Comunicação entre
membros da equipe de trabalho, membros de
outros grupos de trabalho.
Interações Hierárquicas
Distribuição de tarefas, de pessoas, grau de
autonomia e participação.
Condições de trabalho
Ambiente Físico Sinalização, espaço, ar, luz, temperatura, som.
Instrumentos Ferramentas,
máquinas, documentação.
Suporte Organizacional
Informações, suprimentos, tecnologias.
Matéria Prima Objetos materiais,
simbólicos, informacionais.
Equipamentos Materiais arquitetônicos, aparelhagem, mobiliário.
Custo humano do trabalho
Tudo que é despendido pelos trabalhadores
Contradições existentes no ambiente de trabalho
Obstaculizam e desafiam a inteligência dos trabalhadores
Afetiva
CustoHumano
Física
Cognitiva
Vivências de prazer-sofrimento
O Prazer é uma vivência de realização profissional e de liberdade de expressão, originado
na ressonância simbólica e/ou no uso da mobilização coletiva.
O Sofrimento é uma vivência de esgotamento profissional e falta de
reconhecimento, originado angústia, medo e insegurança proveniente das contradições entre
desejo/necessidades do trabalhador e realidade da
produção.
Estratégias para mediar o sofrimento no trabalho
São modos individuais e/ou coletivas de pensar, sentir e agir, utilizados pelos trabalhadores, para dar conta das adversidades do contexto de trabalho
Defensivas – proteção, adaptação, patológicas
Mobilização subjetiva Inteligência prática Reconhecimento Coletivo de trabalho = cooperação,
espaço público da fala
Pressupostos para implantar um programa de QVT
A superação de ações localizadas, dispersas e isoladas em qualidade
de vida impõe a formulação de uma política de qualidade de vida no trabalho -
QVT
As ações em QVT são uma
responsabilidade institucional e
tarefas de todos
O modelo de gestão organizacional deve
primar pela compatibilidade entre
bem-estar dos servidores,
desempenho funcional e missão
institucional.
Os contextos de trabalho refletem
modos de produtividade
perversa e saudável,
favoráveis ou não a QVT.
Importância de um programa de QVT
Clientes
Fator de exercício de cidadania, reduzindo indicadores negativos como queixas, reclamações e
insatisfação.
EmpregadosSatisfação no trabalho e
impulsionadores de auto-estima, contribuindo para reduzir
indicadores negativos como absenteísmo, acidentes,
doenças do trabalho, licenças-saúde e aposentadorias
precoces
EmpresasFator de efetividade
organizacional, contribuindo para reduzir indicadores negativos como erros, retrabalho, perda de
material, danificação de equipamentos, queda de produtividade e perda de
qualidade nos serviços prestados
Algumas
diretri
zes
para
implanta
r
um
progra
ma
de QVT
Responsabilidades, comprometimento, parcerias e participação Um programa de QVT
precisar envolver responsabilidade
institucional, responsabilidade
social, de comprometimento de
dirigentes em todos níveis hierárquicos, de
parcerias intersetoriais e da participação efetiva
dos empregados.
Cultura organizacional do bem-estar coletivo
Desenvolvimento de uma cultura organizacional do bem-estar coletivo ancorada
na prevenção de riscos para a saúde, segurança e conforto dos empregados,
no desenvolvimento profissional e na valorização da função social da empresa
A política de comunicação interna
deve proporcionar a alavancagem das ações
de QVT, fortalecendo os canais existentes,
criando canais alternativos,
incrementando a integração dos empregados e disseminando
informações que propiciem o clima
organizacional positivo
Visibilidade na comunicação institucional
Gestão organizacional voltada para integração entre produtividade e bem-estar
As concepções e as práticas de gestão organizacional
devem primar pela edificação de um ambiente de
trabalho que promova a produtividade, realização
profissional, motivação e o prazer dos empregados, bem como um clima de satisfação
na convivência com os chefes, colegas e clientes.
As concepções e as práticas de gestão do
trabalho devem se orientar pelo exercício
responsável da autonomia, cooperação, flexibilidade do processo de trabalho e valorização das competências e saber
fazer dos empregados.
Gestão do trabalho
O planejamento de tarefas, os critérios de
produtividade e a avaliação de
desempenho dos empregados devem ser
concebidos em sintonia com a política de QVT.
Tarefas, produtividade e avaliação de desempenho
A disponibilização de suporte organizacional aos empregados
deve pautar-se por uma adequabilidade dos meios de
trabalho que busque a compatibilidade entre as
exigências do trabalho, as características dos ambientes e as necessidades / expectativas
de servidores e clientes, contemplando, inclusive, as pessoas com necessidades
especiais.
Suporte organizacional
A política e ações de educação
corporativa, em especial todas as
iniciativas de desenvolvimento de
competências individuais e
coletivas, devem ser compatíveis com a
concepção de qualidade de vida no
trabalho – QVT.
Educação corporativa
O monitoramento da incidência de doenças e a prevenção de riscos à
saúde e à segurança dos empregados devem se apoiar em pesquisas científicas,
na clinica do trabalho,ações de controle
médico – com ênfase na realização sistemática de
“Exames Médicos Periódicos EMP” – e nas ações de
engenharia de segurança do trabalho no âmbito dos riscos
físico-ambientais.
Prevenção de riscos
Extensão das ações e parcerias
A implementação de ações de qualidade de vida no trabalho - QVT deve abranger toda a comunidade, incluindo
trabalhadores terceirizados, estagiários e aprendizes, em parceria
com as empresas contratadas, com base
nos princípios de eqüidade e co-responsabilidade e na legislação vigente.
As ações complementares de
natureza assistencial, voltadas
para atividades de combate à fadiga ou
atenuação do desgaste proveniente da desmotivação e do ambiente de trabalho,
devem ser consideradas nos
programas de QVT.
Desenvolvimento de ações assistenciais compensatórias
Etapas para implantação de um programa de QVT
Definir concepção e política de QVT
Pesquisa diagnóstica – ITRA – Inventário de Trabalho e Riscos de Adoecimento
Apresentação da pesquisa e debate das ações com especialistas e servidores
Criação de um Comitê ou grupo de trabalho
Implantação das ações com parceria intersetorial
Gestão das ações pelo Comitê
Exemplos de ações de QVT
Criação do Comitê de gestão da política de QVT;
Revitalização dos prédios; Criação de ouvidoria interna; Melhoria da acessibilidade; Realização da pesquisa
“Riscos para a Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho”;
Promoção de oficinas sobre “Desenvolvimento de gestores em QVT;
Produção de campanha de divulgação da política de QVT;
Exemplos de ações de QVT Oficina com representantes dos
diversos setores para debater a pesquisa e definir ações;
Oficinas de capacitação com os técnicos do Comitê, ampliado para gestores;
Palestra para os servidores sobre QVT e temas de saúde
Levantamento da organização do trabalho dos setores, a fim de subsidiar a estruturação dos processos de trabalho
Organização da semana de saúde e de ações para divulgar e integrar as atribuições dos diferentes setores (interdependência de competências)
Papel e importância desse Fórum, uma ação de QVT
Reflexão coletiva
Participação de diversos atores
Esse evento e as propostas debatidas coletivamente possibilitarão um avanço positivo na busca da QVT, reforçando os valores do bem-estar coletivo, do desenvolvimento pessoal e profissional dos trabalhadores e o papel social das empresas.
Debate sobre uma concepções de QVT
Reflexão sobre diretrizes e propostas de ações
Exemplos de aplicação
Criação de perspectivas e desafios
Agradecimentos
Organizadores do evento
Dirigentes e gestores
Profissionais que atuam em QVT e áreas afins
Trabalhadores em geral
Convidados