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Introdução Dentre as possíveis formas de encontrar o equilíbrio entre o processo de urbanização contemporâneo e a preservação do meio ambiente, o parque urbano surge com novos contornos culturais e estéticos, desenhando o perfil, entorno e identidades, devendo ser encarados nos seus diferentes tempos, funções e usos. Comentar sobre parques urbanos implica, primeiramente, em considerar a definição do que seja parque, dificultada pelas diferenças de dimensões, formas de tratamento, funções e equipamentos, incluindo os parques lineares. As funções que desempenham não se submetem a um padrão pois, alguns estão vinculados à proteção ambiental, apresentando uso restrito e outros atraem multidões. Quanto às formas de tratamento, compreendem desde a linguagem formal até a ambiência naturalista. Com relação aos equipamentos, variam dos que têm seu ponto alto nos equipamentos culturais, esportivos e recreativos aos que possuem como atração principal os caminhos e as áreas de estar sob uma densa arborização. Essa diversidade é reflexo das necessidades do parque, do pensamento e do gosto de um grupo, de uma época. As variações e imprecisões da definição de parque mostra a importância do levantamento das possibilidades do tema, acrescentando-se o estudo da origem e evolução desse espaço livre no pensamento das cidades, para que se perceba as mudanças do seu significado. As pesquisas justificam-se com o objetivo de conhecer os pontos que atuam entre a idéia e sua materializtação. Os parques são equipamentos públicos urbanos difundidos a partir das experiências inglesas, francesas e americanas e surgiram de ações concretas, em situações geográfica e historicamente específicas. A provisão de parques públicos é função do município, e ocorre a partir da necessidade de existência de tais equipamentos, de sua presença nos planos e da tendência contemporânea das reivindicações por parques e áreas verdes. Parques Urbanos - o Conceito Nas obras de referência, o termo parque mostra a confusão conceitual que o aproxima de outros espaços livres como praça e jardim. Alguns exemplos: Parque: terreno de uma certa extensão, murado ou vedado, em que há arvoredo abundante e onde se passeia ou caça. - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira Parque (parc): terreno fechado, arborizado, tendo por finalidade a recreação ou a caça ( sendo que o verbete se estende em exemplos de jardins) _ Grand Larousse Em trabalho do Department of Planning and Development e do Department of Park and Recreation da cidade de Toronto, Canadá, citado por BARTALINI , o tipo de espaço livre definido como parque urbano é definido como: " um grande espaço aberto público, que ocupa uma área de pelo menos um quarteirão urbano, normalmente vários, localizado em torno de acidentes naturais,

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Introdução

Dentre as possíveis formas de encontrar o equilíbrio entre o processo de urbanização contemporâneo e a preservação do meio ambiente, o parque urbano surge com novos contornos culturais e estéticos, desenhando o perfil, entorno e identidades, devendo ser encarados nos seus diferentes tempos, funções e usos.     Comentar sobre parques urbanos implica, primeiramente, em considerar a definição do que seja parque, dificultada pelas diferenças de dimensões, formas de tratamento, funções e equipamentos, incluindo os parques lineares.      As funções que desempenham não se submetem a um padrão pois, alguns estão vinculados à proteção ambiental, apresentando uso restrito e outros atraem multidões. Quanto às formas de tratamento, compreendem desde a linguagem formal até a ambiência naturalista. Com relação aos equipamentos, variam dos que têm seu ponto alto nos equipamentos culturais, esportivos e recreativos aos que possuem como atração principal os caminhos e as áreas de estar sob uma densa arborização. Essa diversidade é reflexo das necessidades do parque, do pensamento e do gosto de um grupo, de uma época.      As variações e imprecisões da definição de parque mostra a importância do levantamento das possibilidades do tema, acrescentando-se o estudo da origem e evolução desse espaço livre no pensamento das cidades, para que se perceba as mudanças do seu significado. As pesquisas justificam-se com o objetivo de conhecer os pontos que atuam entre a idéia e sua materializtação.      Os parques são equipamentos públicos urbanos difundidos a partir das experiências inglesas, francesas e americanas e surgiram de ações concretas, em situações geográfica e historicamente específicas. A provisão de parques públicos é função do município, e ocorre a partir da necessidade de existência de tais equipamentos, de sua presença nos planos e da tendência contemporânea das reivindicações por parques e áreas verdes.

Parques Urbanos - o Conceito

Nas obras de referência, o termo parque mostra a confusão conceitual que o aproxima de outros espaços livres como praça e jardim. Alguns exemplos:     Parque: terreno de uma certa extensão, murado ou vedado, em que há arvoredo abundante e onde se passeia ou caça. - Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira      Parque (parc): terreno fechado, arborizado, tendo por finalidade a recreação ou a caça ( sendo que o verbete se estende em exemplos de jardins) _ Grand Larousse     Em trabalho do Department of Planning and Development e do Department of Park and Recreation da cidade de Toronto, Canadá, citado por BARTALINI , o tipo de espaço livre definido como parque urbano é definido como:      " um grande espaço aberto público, que ocupa uma área de pelo menos um quarteirão urbano, normalmente vários, localizado em torno de acidentes naturais, por exemplo ravinas córregos, etc.., fazendo divisa com diversos bairros"; os limites principais de um parque urbano são ruas, sua organização espacial (paisagem) apresenta um "equilíbrio entre áreas pavimentadas e ambiências naturais". O parque urbano pode abrigar " o uso informal, de passagem, caminhos secundários de pedestres, esportes recreativos, centros comunitários, festivais, playgrounds, piscinas, etc."

Algumas definições:

 "Os parques urbanos são espaços públicos com dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados a recreação." KLIASS     "... reservo a palavra parque para lugares com amplitude e espaço suficientes e com todas as qualidades necessárias que justifiquem a aplicação a eles daquilo que pode ser encontrado na palavra cenário ou na palavra paisagem, no seu sentido mais antigo e radical, naquilo que os aproxima muito de cenário." OLMSTEAD

Parques Urbanos - Sobre as Origens

No final do século XVIII, na Inglaterra, o parque surge como fato urbano relevante e tem seu pleno desenvolvimento no século seguinte, com ênfase maior na reformulação de Haussmann em Paris, e o Movimento dos Parques Americanos- o Park Moviment liderado por Frederick Law Olmstead e seus trabalhos em New York, Chicago e Boston. No século XIX surgiram os grandes jardins contemplativos, os parques de paisagem, os parkways, os parques de vizinhança americanos e os parques franceses formais e monumentais.

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     O parque, nesse período, preocupa-se com as demandas de equipamentos para recreação e lazer, a necessidade de expansão urbana, o novo ritmo de trabalho, além da necessidade de criação de espaços amenizadores da estrutura urbana, bastante adensadas, com funções de " pulmões verdes", saneadoras, representando oásis de ar puro, de contemplação, estimulando a imaginação. Os modelos paisagísticos dos parques ingleses do século XVIII transformaram-se em fontes de inspiração para o parque urbano deste período.      A pesquisa sobre o desenvolvimento dos parques urbanos europeus e americanos esclarece como as várias concepções de parque foram se modificando de acordo com a época, influenciados tanto por características sócio- econômicas quanto culturais das populações e em parte pela localização nos vários territórios. Percebe-se que os projetos dos países desenvolvidos acabam por influenciar as idéias dos paisagistas nos países em desenvolvimento e que não existe um projeto ideal de parque que possa atender a todos os usuários e mantenedores nos diferentes países ou em diferentes cidades.      Pesquisas recentes em parques de cidades européias e americanas tratam de aspectos do comportamento e percepção. aspectos sócio- culturais e do planejamento de espaços além de enfocar a participação dos usuários no planejamento e na gestão dos parques.      Pode-se afirmar que como os projetos paisagísticos de parque variam, igualmente, as funções e os usos serão variados, pelo fato de que os projetos são pensados como resposta a funções específicas e que devem refletir o modo de vida da população.

Evolução do Parque Urbano no século XX - Novas Tendências

Não é possível tratar dos grandes parques urbanos deste século, sem a devida referência ao movimento conservacionista do "Park Moviment" e aos grandes projetos do século passado, às atuações de Olmsted. Ele defendia a utilização econômica dos espaços livres, criando oportunidades de recreação e também de preservar os recursos naturais, controle de enchentes, proteger os mananciais, criando espaços agradáveis para passear e morar. Esses trabalhos, além de inspirar a criação de inúmeros parques e da Cidade-jardim de Howard, mudou o conceito de qualidade ambiental urbana.     Superado o modelo de parque do século XIX, idealizado em bairros burgueses e para exibição social, o parque do século XX busca novos espaços verdes, expressando uso coletivo. Procura recriar as condições naturais que a vida urbana insiste em negar, local de sociabilidade onde o povo encontre suas origens, no contato físico e ativo com a natureza. São lugares de socialização para jogos e ginástica, como o Volkspark, na Alemanha.      Os anos 30 foram marcados, na Europa, pela revisão dos modos de projetar o ambiente urbano. De 1943 a 1963, foi implantado o Bosque de Amsterdã, importante exemplo de parque da cidade moderna funcionalista, experiência de vanguarda, de gestão urbana e territorial, criando um território de recreação na natureza. No mesmo período, na Holanda, o planejamento territorial corresponde a verdadeiros manifestos da nova estética ambiental, com a formulação de ambientes que unem os âmbitos rural e urbano.      Em Estocolmo, há uma difusão de espaço verde em pequena escala, por toda parte, como um tecido paisagístico contínuo, espontâneo e simples. Na Inglaterra de 1946, as newtowns superam a idéia estética da cidade-jardim de Howard, introduzem um novo conceito de plano paisagístico, que transforma o sentido do verde urbano. Programa paisagístico e urbanístico se sobrepõe numa idéia de paisagem total.      Segundo PANZINI, na década de 50 afirma-se a tendência do neopaisagismo no plano de parques, valorizando características cênicas das áreas verdes, com ambientes agradáveis variados, capazes de despertar o interesse e a fantasia dos usuários.      Nos anos 60, novos parques paisagísticos surgem em todos os lugares: em Hamburgo, em Munique, em Paris, Naterre. Nos anos 70, uma tendência mais romântica e parques mais exuberantes: Olympia Park, Munique- jogos olímpicos. Equipamento esportivos, estádios, edifícios, espelhos d'água, passeios e pequenos bosques formam uma paisagem dinâmica com as estruturas tensionadas de Frei Otto.      Com o emergir do movimento ecológico, reivindicações concretas se fazem sentir quanto à qualidade do ambiente urbano. Em Amsterdã, o Thÿssepark- primeiro parque público ecológico. Na recuperação de áreas degradadas, busca-se uma requalificação das cidades industriais, o movimento da renaturierung- renaturalização da cidade, reforçando a ligação de áreas verdes num sistema independente, com percursos para pedestres e ciclismo.      Nos anos 80, surge a exigência de melhorar a qualidade dos bairros degradados e a cultura paisagística, preocupada com o jardim público, pesquisa categorias funcionais, valores estéticos, significados simbólicos. Como na arquitetura pós-moderna, o abandono dos estilos decretados pela cultura moderna utiliza-se de composição eclética que vincula o jardim à tradição clássica. Vêem-se exemplos em Barcelona- laboratório de requalificação urbana nos jardins com assimetrias,

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descontituidades, paisagens temáticas.      O Parque La Villete, considerado por muitos, o parque símbolo da década, da visão projetual. Pela sua dimensão, custos e carga figurativa foi idealizado para testemunhar a arquitetura do jardim do final do século. Em Paris também, foi inaugurado o Parque André Citroën, em 1993, confirmando a tendência de retorno ao desenho, do seu papel cultural com geometria marcante, unificando as fragmentadas intervenções. Nos parques, hoje, mesmo que projetados como composição formalizada, as ligações da ecologia são consideradas.      No Brasil, podem ser citados: o Parque do Ibirapuera, o Parque do Carmo, em São Paulo, o Parque Barigui, em Curitiba, entre outros e mais recentemente destacam-se: o Parque Setorial, em São José do Rio Preto/ SP, projetado por Jamil Kfouri e Mirthes Baffi, em área de fundo de vale, um dos prolongamentos da faixa de preservação dos mananciais, formando uma área verde destinada à recreação e à prática de esportes, com arborização significativa e localização estratégica, acessível a toda população e o Parque Central em Santo André/ SP, projeto de Raul Pereira, Martha Gavião e Henrique Zanetta, implantado em área bastante densa, abandonada e deteriorada, combinou recuperação ambiental e lazer, a área de nascente, foi tratada com a recomposição da mata ciliar e o paisagismo, devolvendo-lhe peixes e pássaros e a qualidade ambiental.

O Parque do Abaeté em Salvador/ BA, projeto de Rosa Kliass e Luciano Fiaschi, tem a lagoa como foco, com as dunas que vinham sendo degradadas, ao seu redor. Foi criado um envoltório de proteção para o local, com equipamentos de recreação e espaços para espetáculos, a vegetação utilizada foi a da flora nativa, mantendo o caráter da paisagem natural.

Os Parques Gleba E e Prof. Mello Barreto, projetos de Fernando Chacel e Sidney Linhares, no Rio de Janeiro/ RJ, sendo que o primeiro, apresenta características de parque linear, buscou recuperar o manguezal e a faixa marginal de proteção à lagoa, criação de vegetação de restinga e áreas de parque; o segundo, com objetivo de recuperação de área degradada e implantação de área livre urbana para lazer, com área de preservação permanente de manguezal e área de uso extensivo, com equipamentos paisagístico- ambientais. Em ambos foram utilizados princípios conservacionistas, buscando uma estética própria do paisagismo proposto, segundo DOURADO(1997) compatível com o ecossistema da região em processo de extinção.     Não se pode deixar de citar também as paisagens reconstruídas das Usinas Hidreléticas, projetadas por Fernando Chacel, Azis Ab' Saber e Nina Tsukumo em Paraitinga e Paraibuna/ SP; o projeto de Ilha das Cabras em Ilhabela/SP, de Rodolfo Geiser; o Parque do Aquário, projeto de Saide K. P. Souza e Iracy Leme em Itapecerica da Serra/SP e outros Parques e Praças de enorme valor paisagístico e de contribuição para a recuperação da qualidade ambiental, que não será possível abordar nesse trabalho, mas que se encontram cadastrados, alguns no Projeto Quapá- FAUUSP (1997), no livro de DOURADO(1997) ou no CD ROM: Arquitetura da Paisagem, FAUUSP.

Os Parques Lineares

Criados, a princípio, para uso recreativo, os parques lineares podem ser utilizados, à medida do possível, para ir ao trabalho, à escola, às compras. Produz a valorização das terras no seu entorno, surgem como elementos que melhoram a qualidade de vida e atrativos. A qualidade de vida tem se tornado um índice muito importante para medir o futuro das cidades. Além do caminhar, andar de bicicleta como forma de recreação, esses corredores passam a interessar mais como maneira de chegar a diferentes lugares e fazer ligações com áreas esportivas, culturais e de lazer.     O projeto do parque linear ou corredor verde ao longo dos córregos, onde os fundos de vale servem hoje como depósito de lixo, é um projeto modesto, exeqüível e democrático. É de fundamental importância que sejam levados em conta alguns pontos na criação destes novos parques:     1º Conectar o local com os bairros onde está inserido e oferecer conexões adicionais pela variedade de possíveis lugares de interesse: campos, escolas, bibliotecas, quadras, centros comerciais, esportivos, médico, cultural, de lazer, profissionalizante, exposições, feiras, serviços.      2º Segurança: experiência com policiais equipados, telefones, câmeras de segurança. Pela sua permeabilidade e continuidade da forma, o parque linear evita os perigos de isolamento e desconexões dos parques urbanos tradicionais.      3º Abrir o processo de criação do parque para ser fiscalizado por setores o mais amplo possível: autoridades, técnicos, usuários, vizinhança.      O parque linear é um elemento de fácil acesso e democrático, visto que não beneficia só um lugar da cidade. O processo pode ir acontecendo através de fóruns públicos, comunicações e informação constante quanto às etapas do

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desenvolvimento de projetos.      Esses projetos, segundo Diana Balmori, arquiteta paisagista de Connecticut, em artigo da revista argentina Summa n.25, de 1997, não tendem a funcionar bem se são avaliados por concurso que não discute com os grupos, pois são os rituais comunitários que conectam a criação e a renovação vegetativa do espaço com o ciclo anual, além do que as etapas da vida dos participantes tem grande valor para a "unificação" social, fato que estes corredores permitem.      É colocado o exemplo do North Central Trail, construído em 1984 em Maryland, cujo sucesso, na década de 90 levou à criação de uma legislação nacional específica (I.S.T.E.A- Intermodal Surface Transportacion Enablement Act) que favorecia os outros estados, com verba federal, para a construção de sistemas de transporte coletivo que não fossem automotores (bicicletas, passeios) aproveitando a rota natural de linhas ferroviárias abandonadas, das margens de rios, servindo para usos recreativos imediatos, o que acabou valorizando as áreas, com grande utilização nos deslocamentos para o trabalho, compras, escola, outros parques, a pé ou de bicicleta, melhorando a qualidade de vida dos espaços, atraindo pessoas, com projetos possíveis.

Por fim, ao ir se desenvolvendo a idéia de parque linear e analisando em termos de novos enfoques ecológicos, descobre-se outra função possível, a de regeneração natural, podendo representar um jardim contínuo, linha contínua de tecido vivo e saudável, de experiência direta com a natureza, que foi perdida na era industrial. Trata-se de um singelo passo para a regeneração da vida e do meio ambiente que permite que a cidade continue sendo habitável.     Tais corredores apresentam possibilidades econômicas que compensam os investimentos necessários para criá-los e mantê-los. Pelo fato de atravessarem tantas áreas, de características tão diferentes, não deve ser obra de um único profissional de projeto, para se ter as respostas adequadas é necessário um fórum, do qual participem todos os segmentos da sociedade, dos que tenham a ver com o que se encontra no seu percurso. Isto feito, será possível a implantação desse sistema de parques, de grande importância para o futuro, criando uma nova idéia de cidade.

Considerações Finais

Atualmente, parte dos trabalhos com a paisagem vem, mais e mais, se ligando ao planejamento dos espaços livres públicos como um sistema integral de recursos naturais, contínuos e com integridade ecológica. Tendo em vista o crescente número de pessoas que busca a recreação neste tipo de paisagem, a provisão destes espaços cumprem, também, uma função cívica.     É emergente a busca pela aproximação dos "fragmentos" da cidade atual, preservando as diferenças culturais. Para o estabelecimento desse elo, junto com o projeto de arquitetura e de espaços livres, é necessário a experimentação social, num trabalho coletivo, a serviço do interesse comum, no sentido de materializar o direito à cidade, criando oportunidade de comprometimento com as necessidades da população, capaz de promover e canalizar novas formas de relações sociais, incluindo as minorias e as relações transculturais, de mudança de mentalidades.      Do conhecimento das condições urbanas atuais, surge como iminente a criação de parques, passeios, jardins que, a curto e médio prazo, sejam viabilizados pelo remanejamento de alguns setores urbanos com estrutura obsoleta e problemas ambientais. visto que são poucos os últimos sítios com potencial para parques, ir restabelecendo as deficiências sociais, físicas e psicológicas da cidade, estabelecendo conexões, preenchendo vazios, representando meios propícios para difundir a cultura.      Através da proposição de lugares e espaços com alta qualidade formal e espacial, polifuncionais, para a prestação de serviços comunitários, geração de rendas e convívio, com implantação de programas múltiplos de atendimento à comunidade, preocupado com a recuperação dos recursos naturais, fornecimento de infra-estrutura e mobiliário urbano adequados, o arquiteto pode contribuir para o direcionamento de seu dever de cidadão transformando, mediante o projeto e enunciados apontados, as condições atuais.