Análise de aspectos codicológicos de manuscrito oitocentista ...
A Sociedade Oitocentista Uma sociedade de classes.
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A Sociedade Oitocentista
Uma sociedade de classes
Sociedade de Classes – definição
• Sociedade onde todos os indivíduos nascem livres e com igual estatuto jurídico
• As distinções entre os homens radicam no poder económico, profissão, grau de cultura, valores e comportamentos
• Existe mobilidade social
• Principais Grupos Sociais:
1. Grande Burguesia
2. Classes Médias
3. Proletariado fabril (operariado)
• Ocupação:Ocupação: Empresários Industriais, Homens de Negócios, Grandes Proprietários, Banqueiros, Directores de Companhias de Transportes, etc.
• Importância:Importância: a) Económica: controlavam os meios de produção e as
fontes de riqueza;
b) Política: eram verdadeiras dinastias familiares, poderosas e influentes, que ocupavam cargos políticos e administrativos (deputados, ministros, presidentes), consolidando o poder económico
c) Social: através do ensino, da imprensa e das modas, dominam a sociedade, impondo os seus valores
1. Grande Burguesia
• Valores:Valores:- imitação da velha nobrezaimitação da velha nobreza (propriedades,
procura de respeitabilidade, comportamentos requintados) que levou à fusão das elites nobre e burguesa
- Consciência de ClasseConsciência de Classe com virtudes baseadas no trabalho, estudo, honestidade, sacrifício, poupança,
- Possuem uma mentalidade própriamentalidade própria marcada pela ambição, pelo prestígio social, pela importância da família pelo culto da imagem e pelo individualismo.
- O objectivo de vida é o êxito individual que permite a ascensão social (SELF MADE MANSELF MADE MAN)
2. Classes Médias ou “Colarinhos Brancos”
• A Industrialização na Europa fez crescer o número dos que se situam entre a estreita faixa da burguesia e a multidão de trabalhadores manuais (operários): as classes médias
• Este grupo heterogéneo incluía milhões de indivíduos que ascenderam socialmente a partir dos estratos populares (mobilidade social)
• Ocupação: Ocupação: – Pequenos empresários industriais
– Donos de bens fundiários, bens imóveis e acções que vivem de rendimentos
– Empregados de comércio e serviços
– Profissionais liberais (advogados, médicos, farmacêuticos, engenheiros, intelectuais, artistas)
– Funcionários do Estado (função pública) (administrativos, empregados de correios, impostos, militares, polícias, professores, etc.)
• Importância: Importância: - Trabalhavam nas repartições do Estado e das empresas, nos bancos e companhias de seguros
- Possuíam grau de instrução e capacidades, vencimentos, trajes e hábitos que os distinguia do mundo operário
- Com o final do século XIX a expansão do direito de voto, torna-os uma força política e eleitoral importante
• Valores: Valores: - Eram socialmente conservadores: tinham a alta burguesia como modelo e repugnava-lhe o mundo operário
• Respeitavam a ordem, as convenções, as hierarquias, a decência, o gosto pelo trabalho, a responsabilidade, a aparência e a importância da família
• Promoviam a poupança, o conforto material e davam-se a pequenos “luxos”
A Revolução Industrial trouxe a fábrica e fez nascer o OPERÁRIO
3. O Operariado
Os operários nada possuem a não ser a força dos seus braços (trabalho) que vendem ao patrão em troco de um salário
São multidões de camponeses sem terra que abandonam os campos e procuram a sua sorte nas cidades (nas fábricas, nas minas, nas docas e nos armazéns, etc.)
Constituem uma mão-de-obra desqualificada, numerosa e por isso mal paga, sujeitos à exploração patronal.
Condições de Trabalho:
• Trabalhavam 12 a 16 horas por dia
• Recebiam salários muito baixos determinados pelos patrões
• O despedimento era livre
• A mão-de-obra feminina e infantil era muito utilizada e mais barata, muitas vezes chicoteados
• Não possuem descanso semanal
• Faltavam condições de segurança no trabalho, havendo acidentes frequentes
• Não existem férias, assistência médica, subsídios de desemprego ou reformas
Condições de Vida:
Viviam nos bairros mais velhos e degradados das cidades.
As casas era exíguas e miseráveis sem condições de higiene, partilhadas por várias famílias
Alimentavam-se mal e passavam frio
Eram vítimas de doenças (cólera, raquitismo, asma e tuberculose), do alcoolismo, da prostituição, da violência, da criminalidade e de envelhecimento precoce
O voto censitário ou a obrigatoriedade de saber ler e escrever não lhes permitia votar
O Movimento Operário: associativismo e sindicalismo
Desde cedo os operários agitam-se e revoltam-se contra as condições duras de vida e trabalho
- destruindo as máquinas geradoras de desemprego
- saqueando residências de industriais
- Fazendo greve
As consequências eram dramáticas:
- repressão policial, prisões, deportações, condenações à morte
Os operários começam então a organizarem-se:
a) Através do AssociativismoAssociativismo: criação de associações de socorros mútuos, que acudiam na morte, na doença, na velhice, no desemprego ou nas greves
b) Através do SindicalismoSindicalismo: criação de associações de trabalhadores (sindicatos), para defesa dos seus interesses, usando como armas, a pressão junto dos patrões e as greves
c) Em 1874, as Trade-UnionsTrade-Unions britânicas possuíam um milhão de sindicalizados e na Europa industrializada eram uma força capaz de convocar greves gigantescas
d) A reivindicação do dia de trabalho de 10 e 8 horas, a melhoria dos salários, o direito ao descanso semanal e a indemnização em caso de acidente eram as principais bandeiras (objectivos) do Movimento Operário