A Razão e a Fé a Luz dos Evangelhos- Na Seara do Mestre
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A Razão e a Fé à Luz dos A Razão e a Fé à Luz dos EvangelhosEvangelhos
Na Seara do Mestre
Vinícius
Durante muitos séculos, a Razão e Fé viveram em conflito.
Da mesma forma que Ciência e Religião viviam em divórcio.
Uma das grandes conquistas do espiritismo está na harmonia entre a Razão e Fé, e, conseqüentemente,
o ajuste da Religião à Ciência.
A verdadeira fé é aquela que encara a razão face a face em todas as
épocas da Humanidade.
Kardec, estabeleceu:
O caráter da fé é o destemor, a energia latente que encerra e
transmite àqueles que a cultivam.
Tal valor deriva da natureza íntima da Fé que percebe e sente a sua
própria força.
Ora, perceber é ato de raciocínio, portanto,não pode afastar-se da
razão que é o instrumento do qual o Espírito se serve para investigar e
assimilar a Verdade.
A relação natural entre a Razão e a fé é de colaboração, e não de
rivalidade.
Deus não nos deu o sentimento para crer e o entendimento para
repelir a crença.
O coração não tem por função combater o cérebro; todos os
órgãos agem para o mesmo fim, por isso que a vida física depende da
sinergia, isto é, da simultaneidade ou concurso de ação de todos os
aparelhos orgânicos.
O mesmo fenômeno se verifica no que respeita à vida psíquica.
A fé que o sentimento aninha deve ser controlada pela razão.
A razão é o instrumento que empregamos, tateando embora nas
trevas da nossa ignorância, para descobrirmos a luz.
A razão, no entanto, quanto mais utilizada, maior capacidade
aquisitiva e poder de discernimento adquirirá.
Inversamente, quanto menos empregada, menores serão as suas
possibilidades.
Submetamos ao “cadinho” da razão todas as questões que nos afetam, especialmente as que se referem
aos destinos do nosso “ser”.
A fé cega, baseada em alheia autoridade, precisa e deve ser
substituída pela fé lúcida apoiada e alicerçada na legítima autoridade
da razão própria de cada um.
Bem aventurados os que viram e creram – é uma sentença sábia, que encerra a apologia do raciocínio em matéria de crença. Ensina que não é com os olhos que se crê, mas com
a razão.
Os que se louvam exclusivamente no testemunho dos sentidos são,
em geral, crentes superficiais cuja fé não tem base sólida.
Paulo definiu a fé como:
“ A dedução do que não conhecemos através do que
conhecemos.”
Portanto, a fé nasce da observação. É fruto de dedução e indução,
processos estes de investigações e de estudos racionais.
A fé que resulta dos sentido, e só nos sentidos se apóia, é ilusória, é
uma espécie de miragem que se vai desvanecendo à medida que a
inteligência firma o seu império.
Ninguém pode crer no que não entende. Naquilo que não passou
no crivo de nossa razão, recebendo, através dessa faculdade, a devida
confirmação.
Há notável diferença entre crer e aceitar. Os que crêem, reformam-se e se transformam continuamente. A fé é força que supera e remove todos os obstáculos, por maiores
que sejam.
Os que aceitam permanecem estacionários e petrificados, sem
nenhuma alteração em seu estado e condições anteriores.
A luz do corpo são os olhos.
A luz do espírito é a razão
Os olhos vêem o exterior que nos cerca.
A razão, mediante a inteligência, vê o interior.