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A Codificação Clínica e os problemas associados à qualidade dos dados: perspetiva dos médicos codificadores
V e r a A l o n s o P i r e s
v e r a l o n s o @ m e d . u p . p t
1
Macro-to-nano Human Sensing:
Towards Integrated Multimodal
Health Monitoring and Analytics
ObjetivosO principal objetivo deste estudo consiste em identificar problemas associados à qualidade dosdados codificados, nomeadamente, problemas decorrentes da transição para ICD-10-CM/PCS.
Para a concretização do objetivo principal, surgiram como objetivos secundários do estudo, aidentificação de problemas:
• ao nível dos Registos Clínicos;
• relativos à formação e aos recursos disponíveis para aprendizagem dos médicos codificadores;
• associados ao processo de codificação, nomeadamente, associados ao processo de abstração,à forma de codificação, ao sistema de codificação; e
• referentes à reutilização dos dados codificados, como por exemplo, na investigação.
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MétodosRealização de 4 focus group com 10 médicos codificadores pertencentes a 4 hospitais da ZonaNorte
Sessões foram gravadas e foram feitas as suas transcrições integrais
Análise de Conteúdo Categorial Temática, resultando 69 categorias Todas as transcrições foram anonimizadas
Foram selecionadas algumas das transcrições que comprovam
as conclusões
3
Categorias
4
Registos Clínicos e a sua
qualidade
Registos Clínicos como base da
codificação
Evolução da Qualidade dos
Registos Clínicos
Qualidade dos registos clínicos a
variar com a especialidade
Nota de Alta
Registo Operatório e
Folha de Anestesia
Categorias
5
Registos Clínicos e a
sua qualidade
Abreviaturas
Portal da Codificação e
Variações nas descrições dos diagnósticos
Falta de especificidade do
diagnóstico
Evolução dos Registos Clínicos em Papel
para Registos Clínicos Eletrónicos
Desvantagens dos Registos Clínicos
Eletrónicos
Normas dos Registos Clínicos
Norma SOAP e a sua importância
Acesso aos registos clínicos
Categorias
6
Registos Clínicos e a
sua qualidade
Auditorias aos processos
clínicos
Atitude das instituições e dos
profissionais de saúde
Penalização para profissionais de saúde e serviços
Atribuição de códigos pelos
clínicos
Internos a fazer os registos
Entidades com um papel
importante
Categorias
7
Interação entre codificadores e outros profissionais de saúde
Dúvidas relativamente ao documentado no
Registo Clínico
Devolução dos processos quando existem dúvidas
relativamente ao documentado
Reação dos profissionais de saúde responsáveis pela devolução dos processos
Retorno dos processos
quando estes são devolvidos
Categorias
8
Processo de Codificação
Clínica
Processo de codificação
online ou em papel
Programas utilizados na
codificação online
Fatores que influenciam o
tempo despendido
Processo de abstração
Codificação de
diagnósticos
Diferentes formas de
codificação
Necessidade de se fazerem consensos
Categorias
9
Processo de Codificação
Clínica
Processo de codificação por
área
Sistema de classificação ICD-9-
CM
Sistema de classificação ICD-
10-CM/PCS
Transição para a ICD-10-CM/PCS
A transição e a qualidade dos dados
Variações no tempo despendido e na produtividade
Especificidade da ICD-10-CM/PCS
Aumento de códigos e de caracteres
Diagnósticos/sintomas combinados
Códigos de lesões
ICD-10-PCS
Rootoperations
Categorias
10
Processo de Codificação
Clínica
Atraso na codificação
Auditorias à codificação clínica
Auditorias em ICD-10-CM/PCS
Funcionamento dos hospitais
Funcionamento dos gabinetes de codificação
Atitude dos codificadores
Categorias
11
Formação dada aos intervenientes
envolvidos no processo de codificação
Formação na
faculdade
Formação/pedagogia aos profissionais de saúde nos serviços
Formação dada aos
codificadores
Formação inicial
Pré-formação
Formação contínua
Intervenção da AMACC e da Ordem dos Médicos
Categorias
12
Finalidades dos dados codificados
Financiamento Hospitalar
Financiamento Hospitalar e a transição para ICD-10-CM/PCS
Pagamentos de produção adicional
Dados codificados serem usados em
investigação
Entidades com um papel importante na
atividade de codificação
AMACCOrdem dos
MédicosACSS, SPMS
1. Registos Clínicos e a sua qualidade
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Os Registos Clínicos e a sua qualidade têm uma grande importância não só para a atividade de codificação, como também para a estatística e o para o ato médico. A ausência de algum dos
componentes ou a falta de qualidade são um impedimento para a codificação:
• “Obviamente que o registo clínico tem que ser dado no geral, nós quando falamos em registo clínico, falamos na parte estatística, no doente e na codificação.” (I7)
• “(…) não há codificação boa, nem boa nem má, quer dizer não há codificação plena se não houver um registo clínico correto e completo daquele episódio, seja de internamento, seja do que for.” (I7)
Foi da opinião geral que a qualidade dos Registos é muito variada e que pode variar de acordo com os hospitais, os serviços e os profissionais:
• “Alguns são maus, uns são excessivos, outros são escassos de mais, acho que não há meio termo.” (I5)
• “Eu acho que é diferente de hospital para hospital, seguramente, a qualidade dos registos clínicos.” (I8)
• “(…) e sobretudo também constatamos que é diferente consoante o serviço que estamos a codificar.” (I6)
1.1. Registos Clínicos como base da codificação
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E constatamos, ao longo das sessões que, muitas vezes, nem estes documentos considerados importantes estão presentes no processo clínico.
Os participantes apresentaram como documentos importantes para a codificação de um episódio a folha de anestesia, o registo operatório, a nota de admissão, a nota de alta, os
relatórios de anatomia patológica e alguns registos de enfermagem:
“Porque o que está normalizado agora é que a nota de admissão e alta, o diário clínico, o relato operatório, a anatomia patologia, no nosso caso concreto, Hospital Z, a folha de anestesia fica, e alguns registos de enfermagem, normalmente as escaras, isso já se faz… contudo, mesmo assim, vamos tendo dificuldades.” (I7)
1.1. Registos Clínicos como base da codificação
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Os documentos que usam para a codificação de um episódio variam de hospital para hospital, há hospitais que codificam só pela nota de alta e
outros que codificam pela totalidade do registo o que, provavelmente, leva a variações na codificação. E, segundo a opinião dos que codificam pela
totalidade do registo, a codificação feita somente pela nota de alta não é uma codificação plena:
• “Nós no Hospital X combinamos, resolvemos, decidimos que iríamos codificar pela nota de alta.” (I6)
• “Há outros hospitais que ainda fazem o pleno da codificação. Isto não é igual, ou está uma nota de alta muito, muito, muito bem feita, ou é muito mais fácil codificar só com a nota de alta, isto é, quem tiver maior documentação quer para codificar quer para depois ser analisada é muito pior quem tem esta codificação maior do que quem tem a codificação pequena.” (I7)
1.2. Notas de Alta
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• “As notas de alta, em geral, são boas.” (I1)• “Nos episódios de cirurgia de ambulatório raramente há uma nota de alta, e isso também faz com que
falte muita informação.” (I10)• “Imagine uma carta com 7 páginas. É extraordinariamente difícil tentar extrair o que é que o doente
tem efetivamente.” (I2)• “(…) transcrevem integralmente os exames, (…). E a gente chega ao fim, lê aquilo e, às vezes, eles nem
têm um diagnóstico para a gente codificar.” (I5)
Afirmam que ainda “há serviços que não preenchem nenhuma nota de alta” (I2). A presença e a qualidade da nota de alta variam com a especialidade e de
hospital para hospital. Há serviços com notas de alta muita extensas mas, por vezes, incompletas, dificultando a seleção da informação essencial a codificar:
1.3. Abreviaturas
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Foi do consenso geral que a sua utilização é mais um dos pontos
negativos do registo e que os profissionais de
saúde não deviam fazer uso das mesmas:
“Eu sou contra abreviaturas. Sempre fui. As pessoas têm de escrever as coisas, qual é o problema?” (I2)
“Em relação às abreviaturas é muito difícil.” (I6)
“FCP? Num processo de obstetrícia, o que é que quer dizer?” (I9), momentos mais tarde, o participante diz o significado da abreviatura, sendo irónico ao dizer que a percebeu, “FCP eu percebi que era a ferida corrigida no períneo.” (I9)
“Claro que podemos ir ao Google a toda a hora e o Google vai-nos dizer.” (I6)“(…) eu consulto [o Portal da Codificação].” (I3)
1.4. Copy & paste
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O copy & paste é a causa para as transcrições enormes nos registos, sem informação de relevância, o que vem complicar e atrasar o processo de codificação. E, por sua vez, faz com que os erros persistam desde o primeiro ao último diário, tendo
implicações ao nível da codificação:
• “Os copy & paste dos registos anteriores, a gente começa a ler, começa a codificar, chega ao fim, é pá, isto não é de agora,” (I3)
• “E se por acaso há uma coisa errada num diário, continua o erro até ao fim.” (I2)
2. Processo de Codificação Clínica2.1. Processo de Codificação Online ou em Papel
Verificou-se que a forma de codificação varia de hospital para hospital:o Codificam diretamente
no SIMHo Codificam em
programas próprios e as introdutoras passam os dados para o SIMH
o Codificam em papel e as introdutoras introduzem no SIMH
• “[codificar online] dá-nos a perspetiva do que estamos [a fazer], enquanto eu estou a escrever num papel uma série de letras e de números, aquilo não me diz nada (…) quando eu estou a digitar aquilo e a ver o resultado, é completamente diferente.” (I9)
• “Nós estamos a codificar online (…) o codificador não toca num papel.” (I7)
• “(…) ainda é o clássico, nós fazemos numa folha e elas introduzem no sistema.” (I6)
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2.1. Processo de Codificação Online ou em Papel
Os que codificam em papel foram dando a conhecer
problemas decorrentes desta forma de codificação.
Inferimos que codificar em papel demora mais tempo,
pois os codificadores afirmaram que perdem
muito tempo a “desenhar” as letras e os números:
• “Por exemplo, 5 e S, l e j, 7 e Z. Tem de haver muito cuidado. (…) E já cheguei ao cúmulo, quando, numa altura em que vi, que fazia auditoria, via imensos erros, escrevo assim “é letra”.” (I2)
• “A probabilidade de erros depois é maior.” (I1)
• “(…) eu perco um tempão, às vezes apago, volto a fazer…” (I2)
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2.1.1. Programas utilizados na codificação onlineFoi discutida a dificuldade de
introdução dos dados no SIMH, uns opinaram que a
introdução dos dados continua a ser um problema,
mas um dos intervenientes afirmou que “o SIMH está a
melhorar” (I9).Foram também dadas
opiniões sobre as alternativas de mercado:
“A introdução dos dados foi muito problemática. O sistema não funciona. E ainda continua assim, problemático.” (I1)“O programa, por exemplo da [empresa D], a alternativa ao SIMH, está muito bem feito. Se eu quiser procurar um diagnóstico ou um procedimento, por exemplo, “anemia”, eu escrevo “anemia” e vem-me os capítulos todos.” (I9)“Nós temos isso tudo online. E mais ainda, ainda pode construir a sua própria cábula.” (I7)
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2.2. Fatores que influenciam o tempo despendido
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Melhorias a nível dos Registos Clínicos
Codificação Online
Menor tempo despendido
na codificação
• “(…) Porque se os colegas fizessem uma nota de óbito, resolveríamos o assunto em pouco tempo.” (I2)
• “É dramático e atrasa a codificação.” (I7) [referindo-se às abreviaturas]
• “(…) aquilo poupa muito tempo (…).” (I7)
2.3. ICD-10-CM/PCS
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Todos afirmaram estar a ter uma boa adaptação e preferir a ICD-10-
CM/PCS:
“Eu acho que estamos bem e que nos adaptamos.” (I9)
“Agora a ICD-10 tem uma lógica de pensamento que concordo, é fácil.” (I1)
O tempo despendido aumentou e a produtividade baixou:
“(…) evidente que demora mais tempo, até porque escrever o código demora o triplo do tempo. Portanto, agora é mais lento o processo de codificação.” (I2)
“Eu não codifico 1000 em ICD-10, mas eu já codifiquei 1000, alguns meses, em ICD-9.” (I5)
2.3. ICD-10-CM/PCS
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Todos afirmaram estar a ter uma boa adaptação e preferir a ICD-10-
CM/PCS:
“Eu acho que estamos bem e que nos adaptamos.” (I9)
“Agora a ICD-10 tem uma lógica de pensamento que concordo, é fácil.” (I1)
O tempo despendido aumentou e a produtividade baixou:
“(…) evidente que demora mais tempo, até porque escrever o código demora o triplo do tempo. Portanto, agora é mais lento o processo de codificação.” (I2)
“Eu não codifico 1000 em ICD-10, mas eu já codifiquei 1000, alguns meses, em ICD-9.” (I5)
Os que defenderam que a produtividade se manteve justificaram que foi graças aos apoios e ao seu próprio esforço:
• “Mas nós, com os apoios e tal, mantivemos.” (I7)• “(…) mantemos um certo nível, um certo ritmo, com o nosso esforço,
sobretudo de ir treinando.” (I6)
2.3.1. ICD-10-PCS
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Falta de Guidelines
Falta de Consensos
Atualização de códigos
Falta de bilateralidade
Dificuldades na codificação de procedimentos
2.3.1. ICD-10-PCS
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Falta de Guidelines
Falta de Consensos
Atualização de códigos
Falta de bilateralidade
Dificuldades na codificação de procedimentos
“Na ICD-10, principalmente nos procedimentos, como ainda não temos algumas guidelines para certas situações, permite, às vezes, variação, pela possibilidade que a gente tem para compor um código.” (I3)
2.3.1. ICD-10-PCS
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Falta de Guidelines
Falta de Consensos
Atualização de códigos
Falta de bilateralidade
Dificuldades na codificação de procedimentos
“(…) e depois fica outro problema, que vai ser grave na resolução, que foi aqui tocado, que são os consensos na codificação para a execução daquele procedimento ou outro, que tem de estar perfeitamente estandardizado a nível nacional e não pode ficar a critério.”(I7)
2.3.1. ICD-10-PCS
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Falta de Guidelines
Falta de Consensos
Atualização de códigos
Falta de bilateralidade
Dificuldades na codificação de procedimentos
“A barreira é eles lançarem 6000 procedimentos num ano. Lançam assim de repente (…).” (I4)
2.3.1. ICD-10-PCS
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Falta de Guidelines
Falta de Consensos
Atualização de códigos
Falta de bilateralidade
Dificuldades na codificação de procedimentos
“Porque há algumas root operations onde há bilateralidade e noutras deixa de haver (…). Órgãos bilaterais devia haver bilateralidade para tudo.” (I2)
2.3.1. ICD-10-PCS
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Dificuldades na codificação de procedimentos
Aspetos positivos
Maior detalhe
Maior abrangência
Forma como está
estruturada
“Foi um passo, mas um passo brutal, eu penso que resolveram um problema para 10 anos ou mais… penso eu. Aquelas caixinhas…” (I7)
“E nos procedimentos também nos dá mais resposta do que a ICD-9, muito mais detalhado.” (I3)
2.4. Diferentes formas de codificação
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Falta de Consensos
Diferentes formas de
interpretação
Diferentes formas de
codificação
• “(…) não é uma grande linha de raciocínio, que esteja estipulado no hospital que é assim. Porque eu falo com o Dr. A é de uma forma, falo com a Dra. B diz-me que é de outra, e eu depois tenho que seguir uma linha.” (I10)
• “Os problemas graves que temos agora na codificação é falta de consensos. Há aqui problemas pequenos, mas que são problemas que surgem todos os dias e que é preciso consenso.” (I7)
• “Uma nova plataforma, como tem aquela do ICD-9, se se conseguisse fazer no ICD-10 é que era bom.” (I3)
Um novo Portal da Codificação ajudaria à normalização
2.4. Diferentes formas de codificação
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Falta de Consensos
Diferentes formas de
interpretação
Diferentes formas de
codificação
• “(…) não é uma grande linha de raciocínio, que esteja estipulado no hospital que é assim. Porque eu falo com o Dr. A é de uma forma, falo com a Dra. B diz-me que é de outra, e eu depois tenho que seguir uma linha.” (I10)
• “Os problemas graves que temos agora na codificação é falta de consensos. Há aqui problemas pequenos, mas que são problemas que surgem todos os dias e que é preciso consenso.” (I7)
• “Uma nova plataforma, como tem aquela do ICD-9, se se conseguisse fazer no ICD-10 é que era bom.” (I3)
Um novo Portal da Codificação ajudaria à normalização
“Mas estas situações depois vão ter de acabar, por questões de financiamento, por questões de GDH, por questões de
igualdade ao longo de hospitais, (…).” (I7)
2.5. Atraso na codificação
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Verificamos que o atraso variacom o hospital e a
especialidade:
• “Porque estamos com um atraso de mais de um ano (…) em algumas especialidades.” (I2)
• “E nós temos as coisas mais ou menos em dia também por isso, não é por acaso que têm andado bem, ou relativamente bem.” (I7)
Dois dos participantes demonstraram que o atraso
se deveu à transição:
• “Nós conseguíamos com a ICD-9 acabar os processos todos até ao dia 8 do mês seguinte, e agora há pessoas que estão a entregar março (…) portanto, estamos com estes meses de atraso.” (I1)
• “(...) dado o atraso que veio trazer a implementação da ICD-10 a nível da codificação” (I9)
Dois participantes eram da opinião que o atraso ainda vai
piorar:
• “(…) nós temos um ano de atraso e vamos ter dois anos de atraso a curto prazo.” (I2)
• “Está a piorar o atraso.” (I5)
2.6. Auditorias em ICD-10-CM/PCS
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Não há auditores
Falta de tempo
Não existe o Programa
Auditor
“E também não há auditores de ICD-10.” (I5)
“Agora o problema é que eu não tenho tempo para fazer isso. Ou codifico ou audito…” (I2)
“(…) nós não temos o Programa Auditor, quer dizer, os auditores não têm aquela ferramenta que tinham. Eu acho que isso é essencial.” (I4)
2.6. Auditorias em ICD-10-CM/PCS
35
Fazer normalizações analisando a base de dados existente:
“Acho que quem de direito, que deve olhar para a base de dados que já tem, e ver o que é que está a ser feito (…) “vamos lá ver esta situação como é que se está a codificar? É pá, tantas variações, é preciso intervir aqui”, “esta aqui? Não, olha toda a gente tem feito da mesma maneira.” (I9)
Para poderem começar as auditorias externas vão ter de existir, primeiramente, normalizações:
“Traduzam isto a nível nacional. Imaginem que as auditorias externas começam não sei quando, mas imaginem que começam… eu neste momento gostava de saber, quem tiver esse trabalho de ir fazer uma auditoria como é que vai fazer, porque não é fácil, dizer eu faço assim, eu faço assim, eu faço assado.” (I7)
2.6. Auditorias em ICD-10-CM/PCS
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Fazer normalizações analisando a base de dados existente:
“Acho que quem de direito, que deve olhar para a base de dados que já tem, e ver o que é que está a ser feito (…) “vamos lá ver esta situação como é que se está a codificar? É pá, tantas variações, é preciso intervir aqui”, “esta aqui? Não, olha toda a gente tem feito da mesma maneira.” (I9)
Para poderem começar as auditorias externas vão ter de existir, primeiramente, normalizações:
“Traduzam isto a nível nacional. Imaginem que as auditorias externas começam não sei quando, mas imaginem que começam… eu neste momento gostava de saber, quem tiver esse trabalho de ir fazer uma auditoria como é que vai fazer, porque não é fácil, dizer eu faço assim, eu faço assim, eu faço assado.” (I7)A falta de auditorias poderá estar a afetar a qualidade dos dados codificados:
• “É nesse aspeto que eu acho que esta falta de auditoria poderá alterar um bocado a qualidade dos dados.” (I4)
• “(…) atendendo à não auditoria recente que se tem feito dos processos, poderá haver (…).” (I6)
2.7. Funcionamento dos hospitais
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A atividade de codificação assume uma importância diferente de hospital para hospital e, consequentemente, as condições oferecidas aos codificadores e a
disponibilização de materiais é também variável:
• “Nuns hospitais dão os livros, no nosso, por exemplo, não dão. (…) o nosso gabinete de codificação, acho eu, no meu hospital não tem os livros atualizados, por exemplo.” (I1)
• “No hospital temos todas as condições para codificar bem. Temos tudo, temos livros, temos apoios (…).” (I2)
Complexidade dos processos de um hospital, a falta de incentivos, as diferentes valorizações e as diferentes formas de pagamento aos codificadores
foram apontados como causas para a redução do número de codificadores:
• “Não, porque os processos no hospital X são terríveis.” (I2)
• “A pessoa pode fazer durante X dias e não é estimulado por isso e porque é pago da mesma maneira.” (I6)
2.8. Atitude dos codificadores
38
Quanto ao futuro da codificação, defenderam que devia deixar de ser uma mera competência e passar a ser uma
subespecialidade:
• “Estou convencida que poderíamos, neste momento, até com a quantidade de médicos codificadores que somos, poderíamos partir para uma subespecialidade, porque merece, absolutamente, merece.” (I2)
3. Financiamento Hospitalar e a transição
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Demonstraram que veem com preocupação esta questão, uma vez que o agrupamento em GDH foi afetado e o agrupador também não está
totalmente adaptado a esta versão:
• “Eu penso que neste momento já toda a gente percebeu que é uma análise que não é fácil (…) portanto, penso que mesmo quem de direito, e quem está responsável pelo financiamento, com o atraso na receção da informação também não tem noção. Dentro de cada um, já se percebeu que há algumas situações que são codificadas de uma forma ou de outra, vão gerar GDH que eram distintos daqueles que eram gerados previamente (…). Também sabemos que o próprio agrupador não está adaptado na totalidade a esta versão. (…). Eu vejo com preocupação esta questão.” (I9)
4. Entidades com um papel importante na área da codificação
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Revelaram haver falta de organização e interação entre as entidades e os codificadores, e ainda, falta de eficácia por parte das entidades. Um dos intervenientes defendeu que há
necessidade de maiores intervenções a todos os níveis da área da codificação, começando pelos Registos Clínicos, e que se houvesse mais intervenções “progrediriam mais rapidamente”:
• “Eu acho que ainda não estamos organizados.” (I4)
• “Agora claro que ambas não têm eficácia.” (I6) [falando da AMACC e da Ordem dos Médicos]
• “(…) eu penso que se houvesse uma coordenação a nível nacional destas coisas, podem ser as tais organizações, com peritos ou técnicos ou pessoas que se entendessem melhor de um lado para o outro, progrediríamos mais rapidamente.” (I7)
4.1. AMACC
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Quanto à intervenção da AMACC, as opiniões dividiram-se. Os intervenientes que teceram uma opinião positiva, falaram nos congressos e nas ações de formação dinamizados pela associação:
• “A AMACC eventualmente temos o congresso anual, poderá haver novidades. Será mais a esse nível…” (I3)
• “Não tem transparecido nada.” (I6)
Dois intervenientes defenderam que a AMACC devia ter mais poder, uma vez que é a únicaentidade em que os codificadores estão em “pé de igualdade”, e uma entidade que zelarásempre pela qualidade da codificação, pois não tem quaisquer interesses políticos:
• “Para garantir a qualidade, porque aí temos a certeza que há qualidade. (…) se for uma associação só de codificadores não há políticas. Há interesse pela qualidade.” (I4)
• “(...) e a AMACC vai gerir mais a parte técnica? Não sei. Mas que tem que ter, tem. Porque é o único sítio onde estão representados os codificadores e o único sítio onde estão em pé de igualdade.” (I7)
4.1. AMACC
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Quanto à intervenção da AMACC, as opiniões dividiram-se. Os intervenientes que teceram uma opinião positiva, falaram nos congressos e nas ações de formação dinamizados pela associação:
• “A AMACC eventualmente temos o congresso anual, poderá haver novidades. Será mais a esse nível…” (I3)
• “Não tem transparecido nada.” (I6)
Dois intervenientes defenderam que a AMACC devia ter mais poder, uma vez que é a únicaentidade em que os codificadores estão em “pé de igualdade”, e uma entidade que zelarásempre pela qualidade da codificação, pois não tem quaisquer interesses políticos:
• “Para garantir a qualidade, porque aí temos a certeza que há qualidade. (…) se for uma associação só de codificadores não há políticas. Há interesse pela qualidade.” (I4)
• “(...) e a AMACC vai gerir mais a parte técnica? Não sei. Mas que tem que ter, tem. Porque é o único sítio onde estão representados os codificadores e o único sítio onde estão em pé de igualdade.” (I7)
“Exatamente. Talvez seja algo a discutir. Acho que será um assunto que talvez fosse bom ser discutido no próximo
congresso. Para as pessoas porem as suas dificuldades. (…) e se calhar o congresso é a oportunidade de as pessoas
falarem.” (I4)
4.2. ACSS e SPMS
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As opiniões sobre a sua intervenção foram negativas. Deram exemplos de intervenções incorretas, como por exemplo, não permitirem atualizações no Portal da Codificação, não
terem feito a transição para ICD-10-CM/PCS da melhor forma e não permitirem a integração de dados de outros programas no SIMH:
• “De repente quando damos conta, não sabemos o que é que se passa, nem os meandros, nem estou a dedicar-me a isso. Já está tudo na ACSS. Também não está bem, nós temos uma associação (…).”(I4) [Portal da Codificação]
• “(…) mas há um mérito no arrojo da ACSS ter lançado para o ar a poeira toda e agora arranja-se. Foi o que ela fez no fundo.” (I7)
• “Não tem ajudado nada a SPMS, para responder, não tem ajudado nada. Ponto. Vamos ficar por aqui.” (I7)
• “Eu penso que neste momento não quer que se criem alternativas ao SIMH. Alternativas, quer dizer, coisas que complementem o SIMH.” (I7)
4.2. ACSS e SPMS
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• “Acho que podemos ter alguma esperança, penso que a nossa tutela andou assim um ano, meio para um lado e para o outro e não pensou em nós, agora já foram organizados novos cursos e eu penso que estará na intenção de organizar também mais qualquer coisa no sentido de nos ajudar a clarificar e a ter conceitos mais definidos e normalizar procedimentos, sobretudo normalizar procedimentos.” (I9)
• “Não, porque a tutela acho que vai fazer força para que as pessoas comecem a introduzir. Porque chegaram à conclusão de que há erros a escrever e a introduzir.” (I9)
Um dos intervenientes defendeu que a ACSS se está
a preocupar mais, organizando novos cursos e
começando a fazer força para que os dados codificados sejam inseridos online,
evitando os erros de introdução:
Limitações
Inerentes à metodologia dos focus group:Tamanho reduzido da amostra
Amostra de conveniência
Influência do grupo
Subjetividade do investigador
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Trabalho Futuro
oApós estarem identificados alguns dos problemas associados à qualidade dos dados codificados, será importante hierarquizá-los a nível nacional
oIdentificar as áreas onde é necessária uma intervenção
oSensibilizar as entidades responsáveis para os problemas nacionais associados à qualidade dos dados codificados
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