A Armada Invencível - Diego Kalinouski Pedroso

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A Armada Invencível

Diego Kalinouski Pedroso

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© 2001 Diego Kalinouski Pedroso

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A ArmadaInvencível

“Uma história de romance de um dosmaiores erros da humanidade, qual acarre-tou o grande fracasso do ataque invencível”.“Drama nesta aventura épica, Uma das mais

grandiosas de todos os tempos”.(Roberto Di Geneto, da Glover Book).

“Escrever um épico é mais difícil do quegravar um filme nessa categoria, mesmoassim achei que superou muitas super-

produções americanas”.(Diego Kalinouski Pedroso, o Autor).

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A Armada Invencível2001

WWW.AARMADAI.CJB.NEThttp://WWW.AARMADAI.CJB.NET

[email protected](11)6742 9070 - SP - São Paulo

Diego Kalinouski PedrosoRua Afonso Porto, 134, Artur Alvim - BrasilComo Base o livro Os Grandes Mistérios do

Passado, da Reader’s Digest.1a. Edição Março de 2001

Impresso no Brasil

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1a Obra Prima de Diego Kalinouski PedrosoIndicações ao Glover Book em:Melhor AutorMelhor ObraMelhor LivroMelhor Livro na Categoria: DramaMelhor Livro na Categoria: ÉpicoMelhor Roteiro AdaptadoMelhor Livro em EspanholMelhor Livro em PortuguêsMelhor da DécadaVencedor do Glover Book em:Melhor Livro na Categoria: ÉpicoMelhor Roteiro AdaptadoMelhor Livro em PortuguêsNome Original: La Felicísima ArmadaTempo de Leitura: Entre 90 a 120 minBrasil - 2001 - 16 anos - Português

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Alguns fatos e nomes contidos na obra sãoreais já que esta foi feita de um roteiroadaptado.Esta obra não pode ser copiada, oumodificada.© 2001 Todos os Direitos Reservados aDiego Kalinouski Pedroso.

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A ArmadaInvencível

Por Diego Kalinouski Pedroso

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Capítulo I

Era agonizante o estado da viúva do Mar-quês de Santa Cruz naquele dia, não a viparar de chorar desde o início do velório.Claro que se pode explicar tal modo que secomportava, ainda não era possível explicaro motivo da morte de seu marido. Eu estavaficando atormentado em pensar como aquelamulher podia agüentar tamanha desgraça.Com o fim do velório, tudo voltava a sercomo era antes, fomos para aquele nojentoquartel general.

Mal amanheceu e aquele calor de verãoanunciava o substituto do Marquês para ocargo de líder da tropa, o Duque de MedinaSidónia, que pouca saúde podia apresentarpara exercer tamanha responsabilidade. Eraum homem de confiança do rei Felipe II, e

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logo Don Alonso de Guzmán el Bueno fora seapresentar para conosco.

O capitão-geral de Andaluzia trazia consigoo Estandarte que iria ao Galeão principal;algo nele me despertou o interesse, umafrase junto à imagem de Cristo e VirgemMaria, que dizia:

“Erguei-vos, Senhor, e sustentai a vossacausa”.

Não saberia explicar mas algo ali soavacomo um aviso, que mais tarde viria à tona.

Ele trazia consigo um soldado, forte e ro-busto, que parecia de sua total confiança, ooficial denominava-se Rafael. Ainda nãosabia o porque de tanta animação e o motivodo Duque Don Alonso estar com umEstandarte de guerra, é claro que se podiaconcluir que a Espanha entraria em guerra.Quando cheguei a esta conclusão fora anun-ciado a tropa em alta e clara voz o seguinte:

“Homens, aqui é Rafael, porta voz doDuque, quero avisá-los da reunião que

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haverás aqui conto com a presença marcadade todos líderes de tropa, só para deixá-los apar do assunto, trata-se de um combinadopara guerra, que vem sido preparado desde oano passado, obrigado”.

Bom estava claro que o alvo seria aInglaterra, já que os motivos eram religiosos,e o novo líder, o Duque, era católico devoto,e a Inglaterra era recentemente quase que nasua totalidade protestante. Claro que issonão seria motivo de guerra, mas esse conflitoreligioso já se agrava há 30 anos, e agoracom o Duque a guerra seria proclamada,saberei tudo na reunião.

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Capítulo II

Depois de muita conversa jogada fora,Felipe nos explicou seu plano que contavacom ajudas externas. Ele disse que iríamoscom uma esquadra poderosa avançar peloCanal da Mancha, onde encontraríamos umcomandante espanhol vindo da Holanda, oDuque de Parma, que nos apresentaria umaarmada de trinta mil homens para reforço.Iríamos a barcaças desembarcar em Margatee indo pelo Tamisa para tomar Londres. ODuque de Medina Sidónia mal deixou o reifalar e complementou dizendo que con-taríamos com cerca de cento e trinta naviosequipados com muitas armas.

Seriam desde enormes Galeões até galerasmanipulada a remo. Sua grande empolgaçãochegou até a denominar a expedição de A

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Armada Invencível, aquela história me deix-ou fascinado, mas sabia que algo não estavacerto, principalmente por nós estarmos lut-ando sem saber o motivo.

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Capítulo III

Os preparativos já começaram, e falta pou-co para começar algo que sinto que não darácerto, mas estou aqui para isso, e tenho quefazer o que me mandam. Agora que pedipara vir aqui que percebo como a casa deminha mãe está velha, juro que quando vol-tar reformarei. A felicidade de minha mãeera imensa, lembro como se fosse ontemquando parti, não por obrigação, mas esperoum conflito com os ingleses desde que meupai foi pego como prisioneiro há dezoitoanos. Essa é a chance que tenho de vingançae talvez de encontrar meu pai. Minha mãe jáperdeu as esperanças dele estar vivo, mas eunão. Ela me perguntou o motivo dessaguerra, e até eu, general da tropa, não sabia.

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Decidi que falaria com Rafael, e exigiria ex-plicações. Ele não quis me contar entãoameacei deixar meu posto, claro que depoisde muita custa resolveu dizer, mas eu já sus-peitava, religião.

Com a morte de Mary da Inglaterra, ocatolicismo caiu em decadência, os líderesprotestante tinham muita influência e umcomplô para derrubar Elizabeth I estava ar-mado. A Espanha acreditava na morte dafrágil rainha inglesa e a sucessão de suaprima, Mary rainha da Escócia. Mas a filhade Henrique VIII e Ana Bolena deu ordem demorte a sua prima e logo Felipe precisara to-mar uma atitude, já que esse confronto foideclarado por Henrique VIII desde que de-sistiu da igreja católica para formar a anglic-ana e casar-se com a mãe de Elizabeth.

Com o Duque de Medina Sidónia no posto,a frota marítima espanhola bateria a inglesa,era o que queria.

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Era Janeiro de 1588, estávamos prontospara iniciar a batalha, apenas esperando peloresto da tropa que viria de Satander.

Começaram a surgir os primeiros de-sastres, já que a tropa só conseguiu se reunirno final do mês, as bolachas e carnes es-tavam começando a se deteriorar e as urcasjá estavam lacradas nas caravelas e galeões.

A água armazenada desde Outubro de 1587já estava imbebível, e a tripulação entediadapor falta de afazeres, com o pouco dinheiroque restara, Felipe comprou água e bolachaspara os homens que acabaram se reunindono norte de La Conuña. Só em Julho queprosseguimos.

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Capítulo IV

A situação estava começando a ficar deses-peradora. Acabara quase todo alimento epara piorar dois marinheiros acabaram mor-rendo por motivos ainda desconhecidos. Hágrandes sinais de existência de ratos nos na-vios – talvez comeram comidas estragadas.

Mas dois homens de toda aquela esquadranão eram coisa para se preocupar, mas paramim poderia ser sinal de doença. Uma vezquando era pequeno adorei medicina, egostava de alquimismo.

Quando maior estudei um pouco de medi-cina, o suficiente para saber que comida es-tragada não deixava aqueles sintomas. Claroque suspeitei de uma praga, mas mais nen-hum caso de doença atacara meu navio.

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Estava no galeão principal, o da frente daarmada, que se posicionava em forma de luacrescente, a bordo estava o Duque, Rafael eum enviado do rei, parente próximo doDuque de Parma que viera da Holanda. OEstandarte principal aqui estava, a confiançaera grande, a ponto de nosso transportechamar La Invencible. Começaram a morrermais homens com o tempo, não de doença,mas de fome. Estávamos a dias de nos en-contrar no Canal da Mancha com o Duque deParma, e começarmos a guerra.

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Capítulo V

Como uma forte doença, outros vinte pas-saram mal, com aqueles sintomas, mais mor-tes excedendo cem falecidos em um mês. Asituação era desesperadora. Se não bastasse,um dos que estavam com sintomas era Ra-fael, e a pressão sobre o Duque era enorme jáque não apresentava muita saúde. Isso tudono nosso navio. Quando paramos no portofrancês recebemos então a noticia que nototal a fome matara quinhentos homens e apeste cinqüenta homens, pois só houve casosno nosso navio e na caravela de AntonioSalino, outro forte oficial de confiança dogeneral, o Duque de Medina Sidónia.

Começaram então fortes tempestades, eisso atrasou nossa partida, forçando-nos a sódesembarcar em Julho. Chegou então uma

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grande esquadra, que logo vimos que eraduque de Parma chegando. Formamos a en-tão grande armada e partimos em direção aInglaterra. Fui ver a situação de Rafael queestava sendo medicado por um dos marin-heiros no porão do navio.

Sua situação não era de se desesperar, poisestava se recuperando com o tempo.

Nisso só se escuta a algazarra quando oDuque de Parma apresenta sua filha, Adri-ana van Hangber nascida na Holanda, quecomandaria a partir de então o ataque juntodos duques.

Fora apresentado eu a ela que me pareceuuma pessoa boa audaciosa e firme – com cer-teza poderia governar uma tripulação.

Reparei com o tempo que suas ordens nãoeram obedecidas, a vi triste no canto e nãotive medo de conversar. Foi quando me con-tou que a tripulação não queria obedecer auma mulher, prometi ajudar, depois com otempo, conversa vai e vem, nos conhecemos

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bem e percebemos que poderia crescer umaboa amizade.

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Capítulo VI

O Duque de Parma anunciou que obvia-mente por interesses políticos Adriana secasaria com o filho do Duque de MedinaSidónia, que estava residente na Inglaterra.

Não sei porque, mas essa noticia não meagradou, Rafael chegou a comentar comigopara refletir e descobrir o porque de nãoaceitar isso. Ele sabia o motivo, mas disse-me que o único a descobrir teria de ser eu.

No início achei que era por ela ser minhaúnica amiga mulher, e foi no que acreditei. Acada dia que se passava a vontade de vê-laaumentava, me pegava olhando o luar epensando em nós dois juntos contemplandoo estrelar, porque?

Como ainda era inexperiente não percebi oóbvio e às vezes olhava para ela quando

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falava comigo de um modo que ela tambémme olhava, conversávamos sobre qualquerbesteira apenas gostaria de ouvir sua voznovamente, e isso às vezes acontecia com ela,começava a falar e ela olhava para meus ol-hos, minha boca e não entendia o que falava,mas não fazia importância – só de estar emsua frente me sentia satisfeito.

Fazia exatamente uma semana desde quechegou e eu não me segurei: queria ficar aoseu lado até na hora de dormir, ouvir maisum pouco de sua conversa, dormir em paz.

Já fazia dias que não dormia bem, a comidae bebida acabara, gente morrendo de fome edoença, e eu me sentia inutilizado vendotudo isso e não podendo fazer nada.

Só me sentia bem ao lado dela, acabava meesquecendo dos problemas, me sentia leve,quando me dei conta do que haviaacontecido.

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Foi quando em uma das melhores noitesaté aqui resolvi ir aos seus aposentos, de-sabafar e ouvir sua opinião.

Estava escuro mas via alguma coisa nocaminho, escutei um barulho e não queriaque meus homens me vissem a aquela horade pé. Virei-me e comecei a voltar, mil coisasse passavam em minha mente, resolvi voltare da escuridão é ela quem vejo.

Estava linda mesmo com roupa de dormir,gostaria de saber o que estava fazendo ali,mas sentia que estávamos ali pelo mesmomotivo, bastaram olhares, por um curto masum dos melhores momentos da minha vida,nos aproximamos, ficamos como se es-tivéssemos lendo um a mente do outro, meveio na cabeça a pergunta do que estavafazendo ali, ela é comprometida, mas nãopodia deixá-la escapar, nos olhamos nos ol-hos, ficamos bem perto um do outro, emesmo sem palavras contamos um ao outroo que faríamos, nos entregamos.

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Capítulo VII

Nenhum dos dois duques poderia saber denada, e até ela mudou depois da primeiranoite, ficou atormentada e me evitou, se es-tava na proa ela na popa e assim por diante.

Não soube explicar, será que ela me usou?Acho que isso não é a verdade, ela pode nãoter gostado, ou pode estar pensando alguémviu ou sei lá o que se passa em sua cabeça.

Bastou uma noite apenas para conhecê-la eter a certeza que uma das melhores mulheresdo mundo esteve em meus braços. Ela temum irmão, Fausto de dezessete anos, tam-bém está na Inglaterra. Prometi para mimmesmo que saberia porque ela age assim eque ao desembarcar na Inglaterra não deix-arei que ela fique com o filho do duque.

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Os marinheiros do barco armaram uma ar-madilha e conseguiram muitos peixes, aindamais que chegou um navio que trazia com-ida, da Holanda, e eles armaram uma festa.

Estava tristonho e refletivo no meu cantoquando vejo na porta Adriana. Logo levanteie com sinal ela me disse para sentar, obedeci.Logo atrás vinha seu pai, o duque. Ela veioaté mim e me comprimentou com a mão. Elame deu um papel, que dizia para ir ao porãoem cinco minutos.

Quando cheguei lá a porta fechou e logo elame cobriu de beijos e abraços. Não entendibem o que estava acontecendo até ela me ex-plicar que um dos homens de segurança doduque tinha nos vistos juntos e ameaçoucontar a meu pai e ao duque de Parma sobrenosso romance, ela teve de dar dinheiro ejóias a ele para não contar, por isso meevitava. Estávamos nos entregando nova-mente quando percebemos e a paixão era

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incalculável, ela disse estar estranha, e queeu fui seu primeiro homem.

Já estava fazendo um mês do nosso ro-mance, tudo escondido e cada vez mais in-tenso. Ela queria conversar comigo, mas ter-ia de ser rápido.

Corremos para o porão como sempre e mecontou algo que mexeu comigo. Não men-struava há muito tempo e isso só tem umaexplicação, estava grávida.

Não sabia o que pensar, só que como líderque ela era poderia atrapalhar o bebê queviria, mas ela não poderia esconder a barrigae estamos a três meses de encontrar com seunoivo. Pedi para assumirmos, mas ela negavae dizia que a família dependia dessecasamento já que o pai estava a falecer. Asaúde do duque de Medina Sidónia semprefoi frágil, mas dessa vez estava pior, ao olharpode se dizer que tem poucos dias de vida.

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Capítulo VIII

Anoitece e um barulho vem do porão,quando vou verificar sinto fogo, e a voz deAdriana implorando a verdade, dizendo quenão foi ela. Corro e separo meus homens deperto dela, cobro explicações e a tropa dizque ela matou o pai para governar no lugardele, digo que não é verdade, mas eles nãome ouvem. Coloco cada um nos seus lugarese a levo para meu quarto. Pela primeira vezdormimos juntos, mesmo ela estando tãoatormentada.

Pela manhã ela não está ao meu lado, saiodo quarto e a vejo chorando na ponta do na-vio olhando o mar onde o pai foi atirado.

Eu a consolo, mas não adianta muito, algome desperta curiosidade e logo ela me faz amesma pergunta, quem o matou?

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Com tudo que aconteceu esqueci de Rafael,vou até seu quarto para conversar e ver comoele está. Escuto uma conversa entre ele e oDuque de Parma. O Duque disse:

“Escondas a prova, eu sou suspeito, vocênão, cuidado com que fala senão o próximo air nadar será você, aqui está o que lhe pro-meti, guarde”.

Sem dúvida, saio correndo e pensando,porque? Justo ele.

Estamos a dias de nos encontrar comFausto e o noivo de Adriana, Conde Hectorde Medina Sidónia.

Já não dá para esconder a barriga de Adri-ana e o duque de Parma a força falar dequem é o filho – ela resiste até chegar noporto de Higglebe, na Inglaterra.

Fausto e eu procuramos todo o barco edamos ordens aos homens, mas ninguém aacha.

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Fausto some também, e logo quatro ho-mens do duque me levam a um lugar secreto,parece ser compartimento de comida.

Eles me acertam com algo que me faz des-maiar. Acordo preso a uma madeira, e Hect-or dizendo, que a queria pura e agora elesirão se enfrentar, eu aceito.

É quando surge o duque trazendo algo en-rolado em um pano e mostra ser meu filhoarrancado da barriga de Adriana que équeimada na frente do navio.

O sangue sobe à minha cabeça, fico sem pa-lavras, não sinto o corpo, sem palavras,gostaria de ir junto.

O ódio é enorme só meu olhar assusta atripulação, cortam pedaços das minhas per-nas e mãos, Fausto é torturado em minhafrente.

Rafael corta as cordas, e me solta, joga umaespada e começo a duelar com Hector.

O duque pega uma de suas armas, carrega eatira, só escuto o barulho e um frio, mas a

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raiva é grande e antes de morrer tenho dematar Hector, sinto cortar minha mão, masnão sinto dor, e a minha espada atravessa opeito de Hector que cai.

Rafael mata o duque com uma espada pelascostas.

Sinto uma espécie de sono e caio, os sonsvão ficando baixos, vejo tudo embaçado,pego na mão de Fausto e Rafael e...

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Capítulo IX

Uma luz forte ofusca meus olhos, enfim osabro. Não vejo nada, apenas uma forte luzbranca em todos os lugares. Vêm vindo duaspessoas, cada vez mais perto.

Era Adriana e seu pai, eu queria falar comela, mas não consegui me mexer nem falar,ela começa a falar comigo sem mexer a bocadizendo que:

“Amor, você deve ter muitas coisas parafalar, mas não será possível ainda. Você nãoestá em seu lugar certo, vai voltar logo, masquero que saiba que eu meu pai e seu filhovamos ficar te esperando, não estou triste,mas você não completou sua missão. Cuidede meu irmão como se fosse seu filho e gov-erne o ataque, aí sim um dia virá aqui, nãoqueira ficar, tudo tem seu tempo”.

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As luzes fortes vão ficando claras até quereconheço que o que vejo é o sol e vejo meushomens, Fausto e Rafael sorrirem e dizendo:

“Deus está do nosso lado”.Com toda essa desgraça o capitão passa a

ser Fausto, mas ele pega na minha mão e dizque o pai dele lhe disse que eu deveriacomandar, e por incrível que pareça acredito.

Todos os homens do duque de Parma sãojogados vivos no mar, a minha ordem. Peçoque Rafael seja o Tutor de Fausto, que logose dão bem.

Algo me perturbava, gostaria de saberporque Rafael matou o duque de Parma seestava trabalhando para ele e porque matouo Duque de Medina Sidónia.

Ele aponta para Fausto e diz:“Era o duque ou meu filho, com a mulher

dele”.A semelhança era realmente incrível, mas

quem acreditaria que Fausto era filho de Ra-fael com a mulher do duque.

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Estava na hora, em dois dias atacaremospela primeira vez a Inglaterra.

Espero que tudo ocorra bem.

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Capítulo X

Já é possível avistar o penhasco de Doverem Plymonth. Com certeza eles já avistaramnosso ataque e devem estar preparando-separa a guerra, temos que chegar logo paraque eles não hajam tempo para montar o ex-ército. O impossível aconteceu: muitos ho-mens estavam nos seguindo pela costa, comcerteza esperando tentarmos desembarcar.Não tínhamos espaço e a baía começara a en-cher, dificultando e atrasando nossos planos.As minhas primeiras ordens foram a de vol-tar, e preparar no porto francês de Calais oexército de travessia. Nada poderia dar er-rado, além do exército inglês já estarreunido.

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Alguns de nossos navios tentaram desem-barcar sem a minha autorização, perdemostodos.

A comida estava acabando, não tinhatamanha experiência, sentado olhando o marvejo o Duque de Medina Sidónia andandosobre o mar, acho que estou delirando, masnovamente ele fala comigo, sem mexer aboca.

Ele me disse que é hora de armar a luacrescente apontada para os inimigos, nãosabia o que estava acontecendo, mas Faustoque estava ao meu lado sem saber disse paraobedecer a ele, parece que ele também vê es-tas coisas.

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Capítulo XI

Não sabia mais o que fazer, nem achar umabrecha para atacar, fiz a construção da cres-cente e logo uma marcação cerrada há es-quadra inglesa. Já era noite e dei ordem depermanecer com a marcação, quarenta navi-os ficariam de pé, os outros descansavam.Foi olhando o luar, pensando em Adriana emeu filho, querendo ir para junto deles, masquerendo construir uma vitória, que decidiatacar a noite, mandei na surpresa trinta na-vios, atacar em Tilbury, onde estavam cercade dezessete mil ingleses, com armas poder-osas e infelizmente vendo sangue jorrar, erauma armadilha, estes trinta navios eramiscas para cinqüenta que atrás estava, dosoitenta que partiram ainda nenhum haviam

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regressado, e o sol começara a surgir nohorizonte.

Seria a derrota perder oitenta dos cento evinte e cinco que sobraram. Para meu aliviosetenta e seis retornaram, demonstrando queos ingleses recuaram, mas mandaram umamulher, alguém para tentar diplomacia.

Era uma linda mulher, uma inglesa filha deespanhóis, que queriam ver a guerra acabar.

Ela veio a mando dos generais ingleses, oLord Howard of Effingham e o pirata SirFrancis Drake.

Ela disse que veio, pois os generais haviamde estar jogando boliche, manifestando tertempo suficiente de acabar um jogo e lutar.

Rafael me chamou a atenção de terchegado uma mensagem do rei dizendo oseguinte:

“Duque de Parma, o que houve de não teracabado com o susto ainda, está levandomuito a sério”.

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Aquela mensagem me abalou, homensmorreram tudo por causa de uma brin-cadeira do rei, essa fato irá manchar parasempre a história espanhola, mas eu não voudesistir, perdi uma mulher e um filho, perdera guerra não vai fazer diferença.

Com os maremotos, ventos e neblina foiimpossível atacar a Inglaterra, mesmo comuma forte marcação.

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Capítulo XII

Estava na hora do ataque invencível, Mistya inglesa que tentou acordo teve uma res-posta minha de continuar a guerra, mas serecusara a retornar à pátria.

Parei para pensar, porque tudo isso, porcausa de religião de dois desgraçados gen-erais, pessoas morriam aos montes por puravontade de infelizes já mortos. Pensei por di-versas vezes em desistir, mas isso seria pior,a imagem e meu dever na Terra.

Corria para a proa do navio esperando queaparecesse alguém para me ajudar, masnada, eles só apareciam quando não o esper-ava. Olhando para o mar um dos soldadosme disse que se precisasse de ajuda era paracontar com ele, agradeci, mas não sei o quelevou a pensar que me abriria com ele. Logo

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ele me disse que como prova de confiançame dava uma dica, mandar um dos soldadosmortos, que estavam com aquela doença.Colocá-lo em um barco com a roupa de Mistypara acharem que era ela e levá-lo até suasembarcações. A idéia não era má e assim eufiz.

Misty nos ajudou plenamente, e não sei oque houve para ela odiar tanto sua pátria aponto de nos ajudar e não querer retornar.

O barco com o corpo ficou no mar por umbom tempo até que uma brisa o arrastoupara a costa.

Com o barco fora também uma carta queescrevi, dizendo o seguinte:

“Guardes o corpo, fará muita falta quandoprecisarem”.

Sabia que não entenderiam, mas foi o queRafael me disse para fazer. Logo entendi oque queria e mandei preparar as armas eapontar para o navio que carregava comida,eram quatro e deveríamos acertar todos

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simultaneamente, logo acabariam comendoa carne daquele corpo, e assim passando adoença para a esquadra de Plymonth.

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Capítulo XIII

Na hora nem me dei conta, mas depois deum tempo notei que esta foi uma das atit-udes mais infantis, um corpo vem pelo mar ecom falta de comida eu como ele, idéiaidiota.

Por tempos me esqueci que era o líder, quehavia de mandar, fazer algo pela Espanha,ganhar a guerra.

Resolvi então que falaria com aquelesoldado que havia me dada aquela dica, fuiaté seus aposentos, mas fiquei na portaquando o vi conversando com Misty, nova-mente escuto o que não devo, percebo elapedindo a ele que me ajudasse, que não ten-tasse terminar com o conflito, que nãohaveria jeito, nisso Rafael grita de longe queme procurava, teria em mãos uma carta do

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rei, logo pedi para ele ficar quieto, ele en-tendeu e os dois que estavam lá dentro tam-bém, pois não os vi mais, apenas Misty,dormindo.

Percebi que ali haveria de estar algo errado,mas logo esqueci quando li a mensagem dorei:

“Conde Ariel de Verona, eu como re-sponsabilidade máxima da Espanha, informoque a guerra está dada como encerrada as-sim nossa nação pedindo desistência, porfalta de comida e condições de luta no marna situação em que se encontra. Se des-culpando pelo marco o qual ficará nahistória, Felipe II”.

Não sabia o que dizer, fazer, só que não oobedeceria. Estava mais que na hora de ata-car, não sabia porque, mas achava que algosoava errado, como um aviso, não sabia doque.

Desde o inicio, antes de embarcarmos tinhauma sensação de que não daria certo, mas

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agora outra sensação me surge, sabia que eraum aviso, poderia ser o de obedecer ao rei eretornar, mas eu vou seguir meu dever evingar mortes inúteis que houve aqui, prin-cipalmente de minha mulher, e filho.

Rasguei aquele papel e logo me dirigi à salaescura, mandei Rafael ir para lá e levar ummarinheiro experiente, Fausto, alguém datripulação, um líder do exército e um mestrede artilharia.

Logo reunimos todos e pedi que antes dissochamasse dois amigos, logo Rafael trouxeamarrados Misty e um marinheiro.

O marinheiro não era o que estava noquarto de Misty, aquele que deu a idéiaidiota. Libertei-o e comecei o plano.

Fiz questão que Misty visse tudo, o planoera o seguinte:

“Primeiro os marinheiros levariam a es-quadra até a barragem inglesa, de modo quenão a invadimos, depois colocaremos nossasarmas em ponto de bala, logo após

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prepararíamos barcos de pequeno porto paracarregar em um só ataque metade do exér-cito divido em cerca de três mil barcospequenos levando de dois a três soldados emunição. A tropa seria comandada porJacques Develloa, que estava presente à re-união, o inesperado, seria que a tropa de in-vasão surpreenderia os ingleses quando est-ivermos um a um, isso no porto de Calais.Era infalível, já que Francis Drake não colo-caria homens a mais do que nós, acreditandoem seu potencial, mas nós apareceremoscom mais dois mil homens e venceremos aguerra destruindo metade da frota inglesa”.

Logo ao anoitecer colocaríamos em práticaa então Armada Invencível.

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Capítulo XIV

A noite chegava e logo íamos até a fronteirade Plymonth, onde não havia exército inglês,eles já estavam preparados, mas como nós aesquadra não iria, claro se ele mandasse adele atacaríamos Londres, então só poderiaarriscar metade do exército, que comparadoao nosso não chegava à metade, mas as duasforças ficariam iguais até o porto de Calais,na França.

Haveria de estar tudo certo, um descuido,uma falha e a experiência e força inglesa nosbateriam.

Estavam a esperar meu comando. Sentia-me como um rei, mas também como umsoldado, não mandaria meus homens eficaria olhando, iria junto, participar da

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guerra, como faria se não fosse o líder daarmada.

Para piorar mais um pouco, a baía encherae o ataque teria de ficar para o amanhecer.

Ao ir dormir alguém aparece em meuquarto, branco, alto e forte, com uma roupade nobre francês, olha para mim e sem falarnada fica parado em uma parte escuras doquarto, como se esperasse que eu começassea falar com ele. Trazia consigo uma típica es-pada nobre francesa, e estende o braçodizendo:

“Pegue-na e em troca me dê sua mão”.Algo me pareceu estranho, principalmente

o que queria pela espada, e que espada,muito bonita, mas querer a minha mão, istonão entendi.

Logo respondi o que queria com isso, e meexplicou que querendo minha mão é umtermo significando minha ajuda, disse mais,queria em troca da espada dois mil homens.

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Isso era um absurdo, mas ele afirmou queesta espada, denominada Demolier, salvariaa Espanha.

Não sabia o que, mas parecia que dizia averdade, logo clareou a porta, e aquelehomem com roupa de exército, que disseaquela idéia do corpo, surge na porta.

Parecia que aqueles dois se conheciam hámuito tempo, e me disse para não aceitar.

Pareceu-me que ele não havia escutadominha conversa, mas sabia sobre a espada.As coisas ficavam cada vez mais confusas,eles apareciam em meu quarto, sumiam ahora que queriam e não pertenciam à es-quadra, e o francês chegava a ponto de pedirum exército, e o outro me dar palpites, quemeles acham que são?

Cheguei a pegar a espada na mão, ela eradiferente, me sentia mais leve, forte e cora-joso, parecia até que possuía poderes, e comela na mão por alguns instantes não vi meuquarto estava fascinado por ela, mas quando

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olhei ao redor estava tudo branco, e vi Adri-ana vindo. Novamente sem mexer os lábiosfalou comigo.

“Saiba, o futuro está com você, faça aescolha certa, logo entendera”.

A espada escapou da minha mão eenxerguei tudo ao redor, estava fraco comodaquela vez que tomei o tiro, e já não vi maisa espada e os dois.

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Capítulo XV

No momento do sol nascer, de pé estamosa ponto de lutar. Estávamos a metros dafronteira e minutos da guerra, desde a noiteque não vi os dois, desde aquele momento decontato com a espada, que não me sintocomo antes. Assim que ver aquele homem denovo faço a tal troca.

Acabávamos de passar a fronteira e umagrande escolta estava em nosso caminho. Deiordem de preparar as armas e evitar contatomuito próximo, logo percebi a agitação delestentando armar os navios, mas era tarde,logo após minha ordem de fogo, todos os na-vios de escolta foram derrubados, mas per-demos dois, claro que foi um ganho.Avançamos e logo vimos a frota inglesa ànossa espera. A Guerra começaria agora.

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Partimos carregados na direção do inimigo,e eles começavam a preparam pequenas bar-caças para um contato próximo.

Chegaram rapidamente e logo descemos aprancha e invadimos as pequenas frotasinglesas, mas com um descuido horrível, osnavios principais. No ponto em que estáva-mos meus homens não obedeciam nem es-cutavam minhas ordens, e éramos bom-bardeados pelos inimigos. Era sangue por to-das as partes, e desesperos, barco tombado eafundando, quando preparamos nossasarmas estávamos em uma grande armadilha,cercado por todos os lados. Nem tinha idéiadas baixas, sabia que eram muitas, principal-mente do nosso lado, com aquela confusãodei uma ordem de nossos barcos se espalhar-em, fazendo com que os ingleses não con-seguissem uma boa artilharia, mas éramosisca e a horas do porto de Calais. Preparamosas armas e abrimos fogo, pela primeira vezestávamos lutando disputados, mas era por

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pouco tempo, ate chegar na França. Foi aique aquele homem de roupa preta e de nobrefrancês surgiu, e com a Demolier na mão.Logo apontei para o nordeste e disse queaqueles eram os homens dele, e ele logo meentregou a espada, isso tudo sem dizer umapalavra. Novamente me senti forte, mas logofui interrompido, um dos meus oficiais disseque a tropa de invasão não estava preparada,e que até às quatro horas da tarde não seriapossível, e logo presumi que se não seriapossível resgatá-los depois deste horário, ter-íamos de agir sem eles.

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Capítulo XVI

Estava errado, minha esquadra teve muitasbaixas, enquanto os ingleses estavam intac-tos. Sabia que a guerra estava perdida, mastinha de lutar bravamente. Quando percebique estava errado, era tarde, assistimos umaenorme frota inglesa à espera de nós e seaproximando, e vi também um navio, lid-erado por aquele homem indo em direçãodos rochedos, vi sumirem na neblina. Min-has ordens foram claro a de fugir, mas nãopodíamos voltar, teríamos de avançar emdireção da Irlanda, dando a volta na GrãBretanha. Tivemos de dar manobras es-petaculares para sair da marcação que vinhade ambos os lados, e nesta perdemos força,assim dizendo, barcos e navios. A guerra dagrande armada espanhola tivera sido vencida

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pelos ingleses, e nos feito fugir em seus ter-ritórios. Quando tentei ver o que estavaacontecendo novamente vi aquele homem,no meu navio. Corri em sua direção quer-endo saber do barco que lhe entreguei, e logoaquele outro soldado, o de branco, entregouuma espada ao de preto e travaram umduelo. O que me espantava é que não haviame mexido, e mesmo assim não havia cor-rido em direção dele, era como se tivessevoltado. Pior ainda foi quando percebi quemeus homens preparavam munição eataques sem se dar conta que eles estavamali brigando.

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Capítulo XVII

Tentei terminar com aquela luta, mas nãoconseguia me mover, Misty chegou perto demim e me disse:

“Será que você ainda não notou? Você é tãoingênuo assim?”.

Foi aí que notei, o bem e o mal no meu na-vio duelando, por isso ninguém notava, só euvia, e o pior foi saber que havia entregadomeus homens ao mal, em troca de uma es-pada. Nesse instante me movi e olhei fixa-mente nos olhos de Misty. Não sabia o quesentia, apenas Sabia que deveria tomar umadecisão e ela se aproximou, nós íamos nosbeijar quando percebi o que estava fazendo eme desviei e joguei a espada para o soldadode branco.

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Misty me disse porque estava evitando-a edisse que não era nada com ela, mas que dojeito que as coisas iam logo me encontrariacom minha mulher, claro que ela rebateu,dizendo que se eu me entregasse a ela emtroca me oferecia vida longa, e eu logo per-cebi, foi fácil, quem poderia oferecer vidalonga e ver coisas daquele tipo como eu? Ouela era uma das forças do bem ou era do mal.

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Capítulo XVIII

Um clarão surgiu, e logo olhei a luta, elesnão estavam mais lá, e me viro, Misty tam-bém não. Minha esquadra estava totalmenteem desvantagem, e novamente a inglesa semriscos. Estávamos prestes a despistar eles.

Não sabia o que pensar, essas coisasacontecendo comigo, vendo mortos, de umahora para a outra virar o líder da esquadra, omal e o bem lutando, e perder a guerra. Semsaber o que fazer vou para o proa e vejo algoescrito:

“Não prossiga, fique na Inglaterra atéamanhã”.

Isso era loucura, fazia tempo que não viaRafael, Fausto, nem sei o que pensar. Sóporque eu? Tudo isso acontecendo comigo.

“É porque você é especial, meu filho”.

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Quando viro vejo meu pai, me dizendo paraficar aqui, e eu negando, não poderia, erameu dever continuar, e logo ele sumiu.

Só pensava no momento, o que deveriafazer agora, encarar a luta e salvar a vida demeus homens, mesmo que isso custe aminha vida.

É quando vejo a minha espada, a espadamaldita. Causou a morte de meus homens, ede me deixar neste estado. Eu a pego e jogono mar. A Água formava uma espécie detúnel para ela, até chegar no fundo, e virarum pedaço de bambu, era algo que nuncahavia visto na minha vida, mas tudo que estáacontecendo comigo é novidade, e logo per-cebi que a esquadra inglesa desacelerou emandei aumentar a velocidade.

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Capítulo XIX

Parece que desistiram de nos seguirem, es-tavam satisfeito com a vitória. Então seguirumo a Espanha. Finalmente aparece Faustoe Rafael, muito felizes. Parece que meuamigo contou a verdade a seu filho, e ficomuito alegre com ele, mas começo a lembrardo um que não cheguei a conhecer, e atristeza bate, sinto saudade de meu pai, Adri-ana, meu filho e até do Duque.

Começo então a lembrar de tudo queaconteceu comigo, de brigas, amores, visõese coisas muito estranhas que aconteceramcomigo, mas não estou triste, apenas quandopenso em minha mãe. Não sei porque, masela é a única destas pessoas vivas e mesmoassim sinto saudade e tristeza quando pensonela.

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Começa a trovejar e aquele arrepio volta,como se fosse um pressentimento.

Misty corre em minha direção me dá umbeijo demorado e diz:

“Agora é tarde, adeus meu amor”.E se joga no mar. Tentei evitar, mas não

consegui, e aquela frase ficou na minhacabeça. Começa a chuva, forte como nunca viantes. O barco começa a tremer e ondasenormes vêm em nossa direção.

Minha ordem foi de tentar achar um lugarpara desembarcar, pois sentia algo de ruim.Foi logo depois que um clarão vermelhoapareceu, dois navios se chocaram e foramem direção dos rochedos, não sei como, masestava pegando fogo, e tentaram sair embotes e o desespero muitas pessoas para pou-cos botes eles começaram a tombar, pessoasatropelando as outras para fugir, outros bar-cos tentando ajudar e relâmpagos der-rubando eles. Estava me sentindo culpado,principalmente por terem me avisado.

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Capítulo XX

Rafael e Fausto vinham correndo emminha direção para avisar que o navio emque estamos estava afundando. Queriam queeu fosse com eles, mas algo me dizia paraficar, não sair, e foi ai que olhei para os céus,no meio daquela chuva e gritei a frase quemarcou a expedição:

“Deus, queria lutar com os ingleses nãocom a natureza”.

E resolvi, iria junto com a esquadra para ofundo do mar. Rafael tentou me avisar, masnão adiantou, gritei com ele e ele disse quenão sairia do barco sem que eu fosse junto.Disse que se não fosse por ele, mas por seufilho, que salvasse a vida de Fausto. Ele meabraçou e correu para dentro do navio. Oclarão apareceu novamente, e era minha

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mulher, meu pai e meu filho com aproxima-damente cinco anos pedindo para se juntar aeles. Olhei em volta e estava praticamente nofundo do mar o navio pegava fogo e pedi aDeus que me perdoasse, pois a culpa eraminha, e que cuidasse da minha mãe, virei efui de encontro a eles.

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Capítulo XXI

Dias Atuais:30 de Janeiro de 2001O Médium Artur Capacci entrega a psico-

grafia feita há um ano com Ariel de Veronadescrevendo. Este se chama O Diário da Ar-mada Invencível, na Espanha. Virou um liv-ro que contou a verdadeira história do fato aseus conterrâneos. Agora ele descreveu o queaconteceu depois do trágico dia 21 de Setem-bro de 1588:

— Rafael e Fausto fugiram em um barco eforam apanhados por um navio, que re-tornou a Espanha.

— Foram entregues dados descrevendo quehouve mais de 15.000 baixas.

— Apenas 67 navios retornaram ao portode Santander.

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— A Rainha Elizabeth comemorou até comcanções a vitória.

— O Rei Felipe II, inconformado, disse queseus homens iriam enfrentar homens, nãoDeus.

— Uma lenda disse que dias antes dabatalha, os generais ingleses jogavam umapartida de boliche sem se preocupar com osespanhóis, mesmo sabendo do ataque.

— Anos depois, Ariel de Verona foi santific-ado, pelo papa que atribuiu a ele milagres decura e de enfrentar forças do mal.

— Disse ao médium, Ariel está muito felizcom seus familiares, e sua mãe que morreudurante a expedição de infarto.

— Anos depois livros foram feitos relatandodiferentes pontos de vista sobre a história.

— Até o momento não há registro de filmescontando esse acontecimento.

— Os espanhóis aprendem nas escolas oque aconteceu nesses dias, culpando aderrota vinda pelos mares.

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Explicações

O autor Diego Kalinouski Pedroso escre-veu uma história de um fato verdadeiro comum enredo fictício, alguns fatos da capítuloXXI são reais, o que envolve o médium e ospersonagens são contos não registrados. Es-pero que tenham gostado da leitura.

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© 2001 Diego Kalinouski Pedroso

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Janeiro 2001

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