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Fones: 23-9719 e 23-9850 - Telex (0432) - 208 - Cx. Postal 106186.100 - Londrina - Paraná

N9 15 - Set.82 - 08p.

ISSN 0100-6606

MEDIDOR DE PERDAS NA COLHEITA DE SOJA E TRIGO

Cezar de M. Mesquita1 e Celso de A. Gaudencio1

o desconhecimento de um processo simples e eficiente demedição das perdas constitue um dos obstáculos para a sua reduçãodurante a colheita de soja e trigo. As necessidades de ajustagens,regu1agens ou mesmo de cuidados na operação, só serao evidenciados se o indice de perdas for elevado ou acima do nive1 considerado normal. Por outro lado, os cálculos de perdas por estimativasvisuais, quase sempre são valores subestimados, pois e praticame~te impossive1 visua1izar todas as sementes deixadas sobre o soloapos a colheita.

A primeira forma utilizada para estimar as perdas envo1V1a uma sequencia de regras de três que determinava as perdas emkg/ha ou sacos/ha ou ainda sacos/a1queire.~egbintes etapas de trabalho:

Este medodo exige as

1. Fazer uma armação de área conhecida.

2. Catar as sementes no interior da armaçao.

3. Contar as sementes .

lEng9 Agr9, Pesquisador da EMBRAPAde Soja - Caixa Postal 1061 - CEPo

Centro Nacional de Pesquisa86.100 Londrina, PR.

COMUNICADO TÉCNICO

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4. Estimar, por regra de tres, o número de sementes/ha.

5. Estimar, por regra de tres, o peso de sementes/ha, considerandoum determinado peso media de 100 sementes.

Este metddo, julgado trabalhoso e de nível elevado paraa maioria dos produtores, tem-se mostrado ineficiente, interrompe~do as etapas seguintes do processo de redução das perdas.

Procurando simplificar a metodologia, as regras de tresforam aglutinadas em fórmulas que tambem estimam as perdas em var~as unidades. Assim, as fórmulas das perdas em sacos/ha e sacos/

-alq. s ao :

N x PPERDAS EM SACOS/HA

S x 600

N x P x 2,42PERDAS EM SACOS/ALQ.

S x 600

Onde: N numero de sementes perdidas no interior da armaçao.

P peso media de 100 sementes (; l6g) em gramas ou peso media de 100 sementes da cultivar colhida, ou ainda o p~so media de varias amostras de 100 sementes que estaosendo colhidas.

S area de armação 2em m .

Este metodo, embora simplifique os calculas, tambem e ~neficiente para adoção a nível do produtor pelos mesmos motivos doanterior.

Atualmente, o metodo utilizado e difundido no Estado doParana, consta de uma tabela onde o número de sementes perdidas,e as areas de contagem, permitem a leitura direta das perdas emsacos por hectare ou sacos por alqueire. Esta tabela, confecciona

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da para a soja, baseou-se no peso medio de 100 sementes igual ã 16gramas e nas fórmulas anteriormente mencionadas. Apesar de eliminar os calculos, este metodo exige a contagem de sementes, que emmuitos casos e demorada, sujeita a erros, alem das estimativas sofrerem desvios. consideraveis quando o peso de 100 sementes diferemuito de 16 gramas. Por outro lado, na cultura do trigo qualquerprocesso de contagem torna-se praticamente inviavel pelo tamanho equantidade de sementes.

Metoào volumetrico de estimativa de perdas

Para eliminar a contagem de sementes no processo de avaliação das perdas, foi realizado um estudo para verificar o nivelde correlação entre o volume e o peso de sementes.das 34 amostras de 100 sementes de sOJa, incluindo

Foram utilizaas cultivares

recomendadas no Parana. A analise estatistica mostrou um coeficiente de correlação (r) igual a 0,99 indicando alto correlacionamento ou dependência linear entre peso e volume (Figura 1).ciente de regressão, representando a densidade aparente,râmetro utilizado nos calculos para a confecção da tabeladas pelo metodo volumetrico. Seu valor, igual a 0,69982,ximado para 0,7 e a equação que estima o peso da amostraguinte:

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PESO 0,7 x VOLUME

Urna tabela, a ser impressa num recipiente medidor, indicaas perdas de so j a e trigo em sacos por hectare (Figura 2), sendo osvalores estimados pela fórmula:

VOLUME x DENSIDADEPERDAS EM SACOS/HA

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Onde: VOLUME = é o volume de sementes medidos no recipiente em cm3.DENSIDADE = é a densidade aparente da soja ou trigo.

- - 2S = area da armaçao em m .

Para co,nferir o grau de correlação entre peso e volume,outra análise foi realizada, desta vez considerando a densidadereal da soja. Para isso foi considerado o peso das amostras e ap~nas o volume ocupado pelas sementes, eliminando-se os espaços vazios entre as mesmas. O coeficiente de correlação na análise de378 amostras foi de 0,96, confirmando a alta correlação entre pesoe volume.

Para o trigo, foram analisadas 344 amostras colhidas nostres últimos anos, de 14 cultivares recomendadas para o Paraná noano de 1982. A densidade aparente encontrada, segundo o peso dohectolitro, e adotada nos cálculos foi de 0,75 (Figura 3).

Copo medidor de perdas (Figura 4)

Apos urna série de testes, com provetas de diferentes dimensoes, na medição dos volumes de perdas que ocorrem com ma10rfrequência, concluiu-se que um copo cilíndrico com 4,Scm de diâmetro e 14 cm de altura atenderia os objetivos pesquisados, entreos quais a acomodação mais natural possível das sementes e a leitura distinta dos níveis de perdas. Quanto ao material, sugere-seum copo de plástico flexível, nao deformável, transparente, inqu~brável que não altere o volume e permita a visualização do níveldas sementes no seu interior.

Portanto, o método volumétrico de estimativa das perdasresume o número de operações na catação das sementes e na leituradireta no copo medidor,. simplificando ainda mais a metodologia. Assim, espera-se maior adoção da tecnologia para redução de perdasna colheita.

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FIG. 1.

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GR~FICO VOLUME COM PI.50 REAL E PESO NEnL ESTIMADO

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9.6 12 ..8 16 -19.2

Distribuição linear dos pesos real e estimado de 34 amostras de soja correlacionados com o volume. CNPSo/EMBRAPA,Londrina, 1982.

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N **Ãrea de armação = largura da plataforma x 0,5 metro.

COMO MEDIR AS PERDASl. Coletar - solo denos g~aos que e s tao no -tro da armaçao.2. Depositar -os graos no copo.3. Verificar a perda na coluna correspog

dente - de - utilizada.a area armaçaoEx: Utilizando-se uma armação de 2,lm2 e o nível

dos grãos de soja ficando sobre a linha en-tre 4,8 e 4,2, a perda é de 4,2 sacos de soja por hec tare. -

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N9 15 - Set/82- 7 -

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GRÁFICO DENSIDADE APARENTE COM PERCENTUAL DA FREQUENCIA - TRIGO

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DENSIDADE APARENTE

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FIG. 3. Representação gráfica do percentua1 de frequência dasdensidades aparentes das amostras de trigo.BRAPA, Londrina, 1982.

CNPSO/EM

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-=RDAS EM SACOS POR H:-. '-

6,9 6,0 8,66,4 5,6 7,95,8 5,1 7,35,3- 4,6 6,64,8 4,2 6,04,2 3,7 5,33,7 3,2 4,63,2 2,8 4,02,6 2,3 2,32,1 1,9 2,61,6 1,4 2,01,1 0,9 1,30.5 0.4 0,7

FIG. 4. Ilustração em perspectiva demodelo do copo medidor.CNPSo/EMBRAPA, Londrina, 1982.