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141 Coleção SENAR ABELHAS Apis mellifera Instalação do apiário

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abelhas

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    SENA

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    Api

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    ifera

    141 Coleo SENAR

    ABELHASApis melliferaInstalao do apirio

    SGAN Quadra 601, Mdulo KEd. Antnio Ernesto de Salvo - 1 andarBraslia-DF - CEP: 70830-903Fone: + 55 61 2109.1300 - Fax: + 55 61 [email protected] / www.senar.org.br

    www.canaldoprodutor.com.br Acesse tambm o portal de educao distncia do SENAR:

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  • Servio Nacional de Aprendizagem Rural

    Presidente do Conselho Deliberativo Joo Martins da Silva Jnior

    Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo

    Confederao da Agricultura e Pecuria do Brasil - CNA Confederao dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG

    Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento - MAPA

    Ministrio da Educao - MEC Organizao das Cooperativas Brasileiras - OCB

    Agroindstrias / indicao da Confederao Nacional da Indstria - CNI

    Secretrio Executivo Daniel Klppel Carrara

    Chefe do Departamento de Educao Profissional e Promoo SocialAndra Barbosa Alves

  • Coleo SENAR

    TRABALHADOR NA APICULTURA

    141

    AbelhAsApis mellifera

    Instalao do apirio

  • IMPRESSO NO BRASIL

    2009, SENAR Servio Nacional de Aprendizagem Rural

    Coleo SENAR - 141

    AbElhAS Apis melliferaInstalao do apirio

    FOTOGRAFIAIvana leite borges

    IlUSTRAOAndr Tunes

    AGRADECIMENTOSEdiney de Oliveira Magalhes

    Centro Regional de Apicultura da Comisso Executiva do Plano da lavoura Cacaueira, rgo do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    por ceder suas instalaes e equipe tcnica.

    SENAR - Servio Nacional de Aprendizagem Rural.

    Abelhas Apis mellifera: instalao do apirio / Servio Nacional de Aprendiza-gem Rural. -- 3. ed. Braslia: SENAR, 2011.

    80 p. : il. ; 21 cm -- (Coleo SENAR; 141)

    ISBN 978-85-7664-048-6

    1. Abelhas criao. 2. Mel - produo. I. Ttulo. II. Srie.

    CDU 638.1

  • sumrioAPRESENTAO 5

    INTRODUO 7

    INSTAlAO DE APIRIO 8

    I - CONhECER AS AbElhAS 9

    II - CONhECER OS MATERIAIS bSICOS UTIlIzADOS NA APICUlTURA 19

    1 - Conhea a caixa padro langstroth 20

    2 - Conhea o fumigador 25

    3 - Conhea a indumentria 26

    4 - Conhea os principais acessrios utilizados na apicultura 27

    III - PREPARAR OS qUADROS DA CAIxA lANGSTROTh PARA O POvOAMENTO 29

    1 - Rena o material 30

    2 - limpe os quadros com a escova 30

    3 - Retire a cera acumulada nos quadros 31

    4 - Coloque o arame nos quadros 31

    5 - Incruste a cera alveolada no quadro aramado 32

    Iv - PREPARAR O FUMIGADOR 37

    1 - Rena o Material 38

    2 - Destampe o fumigador 38

    3 - Coloque um pouco de material carburante 39

    4 - Coloque o papel 39

    5 - Acenda o fumigador 40

    6 - Acione o fole 40

    7 - Complete a capacidade do fumigador 41

    8 - Tampe o fumigador 41

  • v - INSTAlAR O APIRIO 43

    1 - Conhea os tipos de apirio 44

    2 - Escolha o local 45

    3 - Instale o apirio 49

    vI - POvOAR AS CAIxAS 53

    1 - Compre colmeias povoadas 54

    2 - Capture enxames voadores com o uso de caixas iscas 54

    3 - Capture enxames alojados 61

    vII - DISTRIbUIR AS COlMEIAS NO APIRIO 69

    vIII - CAlCUlAR OS CUSTOS DE IMPlANTAO 73

    1 - Calcule o investimento inicial 74

    2 - Calcule o material de consumo 75

    3 - Calcule o custo da mo de obra 76

    Ix - CAlCUlAR OS RENDIMENTOS 77

    REFERNCIAS 79

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    Apresentao Os produtores rurais brasileiros mostram diariamente sua competncia na produo de alimentos e na preservao ambiental. Com a eficincia da nossa agropecuria, o Brasil colhe sucessivos bons resultados na economia. O setor responsvel por um tero do Produto Interno Bruto (PIB), um tero dos empregos gerados no pas e por um tero das receitas das nossas exportaes.

    O Servio Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) contribui para a pujana do campo brasileiro. Nossos cursos de Formao Profissional e Promoo Social, voltados para 300 ocupaes do campo, aperfeioam conhecimentos, habilidades e atitudes de homens e mulheres do Brasil rural.

    As cartilhas da coleo SENAR so o complemento fundamental para fixao da aprendizagem construda nesses processos e representam fonte permanente de consulta e referncia. So elaboradas pensando exclusivamente em voc, que trabalha no campo. Seu contedo, fotos e ilustraes traduzem todo o conhecimento acadmico e prtico em solues para os desafios que enfrenta diariamente na lida do campo.

    Desde que foi criado, o SENAR vem mobilizando esforos e reunindo experincias para oferecer servios educacionais de qualidade. Capacitamos quem trabalha na produo rural para que alcance cada vez maior eficincia, gerenciando com competncia suas atividades, com tecnologia adequada, segurana e respeito ao meio ambiente.

    Desejamos que sua participao neste treinamento e o contedo desta cartilha possam contribuir para o seu desenvolvimento social, profissional e humano!

    tima aprendizagem.

    Servio Nacional de Aprendizagem Rural www.senar.org.br

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    IntroduoEsta cartilha o primeiro volume referente criao de abelhas do gnero Apis. Aborda, de maneira objetiva, os aspectos tcnicos da implantao de apirio dando nfase ao conhecimento da biologia das abelhas, escolha do local, conhecimentos dos materiais utilizados e formas de aquisio dos enxames. Apresenta tambm duas planilhas, uma para anotao de plantas apcolas de cada regio e outra para custos de implantao, que devero ser preenchidas pelo prprio apicultor.

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    Instalao de apirioApicultura a atividade de criao de abelhas denominada Apis mellifera. Essas abelhas foram trazidas ao brasil da Europa, por imigrantes, e da frica, pelo prof. Warwick Estevan Kerr (1956). O resultado do cruzamento natural entre as abelhas europeias e africanas, no brasil, conhecido como abelhas africanizadas.

    Sua criao tem a finalidade de produzir mel, plen apcola, prpolis, geleia real, cera, apitoxina (veneno das abelhas para uso medicinal) e, o mais im-portante, contribuir com o aumento da produo e produtividade agrcola por meio da polinizao.

    Os produtos das abelhas tm boa aceitao no mercado consumidor, pro-porcionando rendimentos econmicos compensadores, desde que sejam produzidos dentro de normas tecnicamente corretas.

  • Conhecer as abelhas i

    Em um enxame existem trs tipos de indivduos diferentes: rainha, zango e operria.

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    Populao de um enxame

    1 rainha

    At 80.000 operrias

    0 - 400 zanges

    Funo de cada indivduo na colmeia:

    Rainha:

    a me de todos os indivduos da colnia. S existe uma rainha na colmeia que, para ser fecundada, realiza o voo nupcial. O fato acontece no incio da sua vida reprodutiva. Neste voo a rainha pode ser fecundada por vrios zanges.

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    Cinco a seis dias aps a fecundao, inicia-se a postura, podendo a rainha pr at 3.000 ovos por dia, em condies de grande florada.

    A rainha pode viver at cinco anos, no entanto, nas condies tropicais brasileiras, sua vida til de aproximadamente dois anos.

    A rainha consegue manter as abelhas unidas dentro da colmeia por meio de um cheiro produzido por ela, o feromnio de agregao. Com o passar do tempo, a rainha envelhece diminuindo a postura e a produo de fero-mnio, fazendo com que as abelhas operrias a substitua.

    Na apicultura moderna, importante que o apicultor selecione as abelhas rainhas visando o aumento da produtividade.

    Operrias:

    As abelhas operrias so responsveis por todas as tarefas dentro e fora da colmeia. Suas atividades obedecem a uma escala de trabalho que nor-malmente est associada com a idade do indivduo e ao desenvolvimento de suas glndulas.

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    Do 1 ao 3 dia de vida

    As abelhas so denominadas faxineiras. Elas tem a funo de limpar a col-meia, os depsitos de mel e as clulas de nascimento das abelhas oper-rias, rainhas e zanges.

    Do 4 ao 14 dia de vida

    Nessa idade, elas elaboram a geleia real e alimentam a rainha e as larvas (jovens), motivo pelo qual so batizadas de abelhas nutrizes.

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    Do 14 ao 21 dia de vida

    So batizadas de abelhas engenheiras, por ser esse o perodo no qual elas se dedicam produo da cera e construo dos favos.

    Do 21 ao 38/42 dia de vida

    Aps os 21 dias de idade, as operrias do incio atividade de coleta de nctar no campo (fonte de acares), plen (fonte de protena, minerais, leos e vitaminas), resina e gua. Por isso so chamadas de campeiras.

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    Zango

    So os indivduos machos da comunidade. No apresentam estrutura espe-cfica para o trabalho e sua funo na colmeia fecundar a rainha. Atingem a maturidade sexual aos 12 dias de vida e, aps fecundar a rainha, mor-rem, por perderem parte dos seus rgos sexuais, os quais ficam presos na genitlia da rainha.

    Ciclo de vida das abelhas

    Fases de Desenvolvimento

    IndividuoOvo(dias)

    Larva(dias)

    Pupa(dias)

    Nasce com:

    Rainha 3 5 7 15 dias

    Operaria 3 5 12 20 dias

    Zango 3 6,5 14,5 24 dias

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    Morfologia Externa (O Corpo das Abelhas)

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    Cabea: Nela esto inseridos os olhos compostos, ocelos, aparelho bucal e antenas. As abelhas enxergam quatro cores diferentes: amarelo, azul, verde azulado e ultravioleta.

    Trax: nele esto inseridos trs pares de patas (pernas) e dois pares de asas. As operrias possuem na parte posterior do ltimo par de patas uma cavidade chamada corbcula, na qual o plen transportado.

    Abdmen: dividido em segmentos e, na parte posterior, se encontra o ferro, utilizado em defesa da colmeia.

    Morfologia interna (O Corpo das Abelhas)

    Ateno:

    A indumentria e os equipamentos no devem ser de cores escuras para no irritar as abelhas.

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    Abelhas coletam o nctar nas flores com a glossa (lngua) e o transpor-tam no papo.

    Nas glndulas hipofaringeanas e mandibulares, as abelhas elaboram a geleia real.

    A glndula nasanov (de cheiro) responsvel pela agregao da famlia.

    As glndulas cergenas so em nmero de quatro pares e secretam a cera utilizada na construo dos favos. Para a produo de um quilo de cera, necessrio que as abelhas consumam em torno de 7 a 8 quilos de mel.

    A glndula que produz veneno atinge a maturidade com 19 dias.

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    Anotaes:

  • Conhecer os materiais bsicos utilizados na apicultura ii

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    1 - Conhea a caixa padro langstrothA caixa langstroth a mais utilizada no brasil devido praticidade de ma-nejo e s necessidades biolgicas das abelhas.

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    Tampa

    145 mm

    mnimo de 30 mm

    Melgueira

    Ninho

    Fundo

    555 mm

    440 mm

    440 mm

    50 mm 20 mm

    20 mm120

    mm

    240 mm

    10 mm

    40 mm

    20 mm

    1.1 - Conhea o fundo

    Exemplo de dimensionamento de caixa langstroth.

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    1.2 - Conhea o ninho

    1.3 - Conhea a melgueira

    1.4 - Conhea a tampa

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    1.5 - Conhea o quadro do ninho

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    1.6 - Conhea o quadro da melgueira

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    2 - Conhea o fumigadorO fumigador pea indispensvel no trabalho com as abelhas. O uso da fu-maa induz as abelhas a ingerirem mel fazendo com que a vescula melfera (papo) fique cheia, o que dificulta a utilizao do ferro.

    a) Cilindro; b) Fole; c) Tampa com bico; d) Grelha; e) bico de pato

    Ateno:

    1 - As medidas so internacionalmente padronizadas e devem ser obedecidas para facilitar o manejo da colmeia.

    2 - A pintura protege as caixas, aumentando a sua durabilidade. Caso a atividade apcola seja direcionada para a produo orgnica deve-se evitar pintar a mesma.

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    3 - Conhea a indumentria A indumentria o equipamento de proteo individual (E.P.I.) do apicultor. composta de macaco, mscara, luvas, botas e chapu e deve ser usada completa para proteger o apicultor e diminuir os riscos de ferroadas.

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    4 - Conhea os principais acessrios utilizados na apicultura

    Ateno:

    1 - A indumentria deve ser confeccionada na cor branca e mantida sempre limpa

    2 A mscara deve ser de tecido resistente, de cor clara, com tela fina e escura no visor, de forma a permitir melhor visualizao.

    Precauo:

    Odores forte provocam maior defensividade das abelhas, ocasionan-do ferroada no apicultor.

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    Formo

    vassourinha

    Ncleo

    Alimentador boardmam

    Alimentador de Topo

    Tela excluidora

  • Preparar os quadros da caixa Langstroth para o povoamento iii

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    1 - Rena o materialquadros com orifcios para passagem do arame, pregos ou tachas de ponta fina, alicate de corte, alicate universal, martelo, arame galvanizado (n 24 ou 22) ou inoxidvel, limpador de ranhuras, esticador de arame, mesa, ban-co, lmina de cera alveolada, carretilha, cera bruta, caneco soldador, panela pequena, fogareiro, fsforo, colher, tbua de apoio, botijo de gs e escova.

    2 - limpe os quadros com a escovaA limpeza feita para a retirada das sujeiras.

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    3 - Retire a cera acumulada nos quadrosCom auxlio do limpador de ranhuras retire a cera acumulada nos quadros.

    4 - Coloque o arame nos quadrosO arame deve ser colocado no quadro e fixado com pregos, para sustentar as lminas de cera alveolada, evitando, assim, que o favo se quebre duran-te a centrifugao e as revises.

    Ateno:

    quadros defeituosos ou quebrados devem ser des-cartados

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    4.1 - Fixe os preguinhos ou tachinhas at a metade, nas laterais do quadro, rente ao furo

    4.2 - Use dois pregos, um em cada lateral do quadro, para amarrar as pontas do arame

    4.3 - Passe o fio de arame pelo orifcio e estique-o com o esticador

    5 - Incruste a cera alveolada no quadro aramado5.1 - encaixe a lmina de cera alveolada na ranhura

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    Apoie a lmina de cera alveolada no arame de forma a encaix-la na ra-nhura do quadro.

    5.2 - Derreta a cera bruta em banho-maria

    5.3 - Despeje a cera derretida na ranhura.

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    Para soldar a lmina de cera alveolada na ranhura utilize o caneco soldador ou a colher.

    5.4 - esquente a carretilha

    Precauo:

    Deve-se tomar cuidado ao manusear a cera quente.

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    5.5 - Molhe a tbua de apoio com gua fria.

    5.6 - Ajuste o quadro com a cera alveolada sobre a tbua de apoio.

    Ateno:

    Ateno:

    A gua evita que a cera se cole na tbua.

    O arame deve ficar voltado para cima possibilitando a passagem da carretilha.

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    5.7 - Passe a carretilha aquecida sobre o arame.

    Ateno:

    Ao final da operao, verifique se a cera est bem incrustada.

  • Preparar o fumigador iV

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    1 - Rena o MaterialFumigador, fsforo, papel, material carburante (maravalha ou serragem grossa, cepilho, palha de milho ou qualquer produto de origem vegetal).

    2 - Destampe o fumigador

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    3 - Coloque um pouco de material carburante

    4 - Coloque o papel

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    5 - Acenda o fumigador Coloque fogo no material carburante com ajuda de papel.

    6 - Acione o fole Acione o fole levemente para acender o fogo.

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    7 - Complete a capacidade do fumigadorComplete a capacidade do fumigador com o material carburante.

    8 - Tampe o fumigador

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    Anotaes:

    Ateno:

    1- A fumaa deve ser fria, para no irritar as abelhas.

    2 - A fumaa deve ser aplicada com, pelo menos, 20 cm de distncia da colmeia.

  • instalar o apirio V

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    1 - Conhea os tipos de apirio Apirio um conjunto de colmeias (caixas com abelhas) devidamente ins-taladas e manejadas racionalmente.

    1.1 - Apirio fixo

    caracterizado pela permanncia das colmeias durante todos os meses do ano, em um mesmo local, no qual as abelhas vo explorar as fontes florais disponveis em seu raio de ao (1500 m).

    1.2 - Apirio migratrio

    caracterizado pela mudana do apirio de uma regio para outra acom-panhando as floradas, com vistas produo de mel e tambm a prestao do servio de polinizao em lavouras visando o aumento da produtividade.

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    2 - escolha o localO local a ser escolhido para a instalao do apirio deve considerar as normas de segurana para pessoas e animais, a disponibilidade de flora apcola e de gua.

    2.1 - Observe as fontes de nctar e plen

    O local a ser escolhido dever ter flora apcola abundante que fornea nctar (matria prima para a produo de mel) e plen (fonte de protena e vitaminas para a alimentao das abelhas)

    Ateno:

    O raio de ao das abelhas na coleta de nctar e plen de aproxi-madamente 1500m.

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    Abelha coletando nctar e plen Abelha coletando nctar

    O Apicultor deve fazer o levantamento da flora apcola existente em sua re-gio para planejar suas atividades ao longo do ano. Com o auxlio da tabela ele deve anotar os nomes das plantas, o ms ou meses de ocorrncia das floradas e se as plantas fornecem plen ou nctar.

    Tabela: exemplo de preenchimento da tabela para levantamento da flora apcola.

    Nome da Planta

    JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Assa-peixe PN

    Coqueiro P P P P P P P P P P P P

    Cip-uva N

    Corticeira PN PN PN PN PN PN PN PN

    Cambar N N N N N

    Bracatinga PN PN PN

    Aroeira N N N N N N

    legenda: P= plen N = nctar PN= plen + nctar

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    2.2 - Observe as fontes de gua

    A gua essencial para o bom desenvolvimento das colnias. locais com gua parada devem ser evitados, pois podem ser focos de doenas. A fonte de gua no deve estar a uma distncia superior a 200 m. Em locais com escassez de gua, deve-se instalar bebedouro.

    Ateno:

    1 - Observe as plantas que esto com flores.

    2 - Observe a presena de plen nas patas das abelhas (corbcula) ao visitar a flor, isso um indicativo que a planta fornecedora de plen.

    3 - Ao observar a abelha visitando a flor sem a presena de plen em suas patas indicativo de que a planta fornecedora de nctar.

    4 - Existem plantas que fornecem tanto plen como nctar ou so-mente um desses produtos.

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    2.3 - Considere a facilidade de acesso ao apirio

    O acesso deve permitir a aproximao de veculos para transportar mate-riais, colmeias e o escoamento da produo.

    Precauo:

    Na instalao do apirio (zona rural) devem-se observar as distn-cias de segurana: escolas e residncias rurais - 500 metros; cria-es de animais domsticos confinados - 300 metros; estradas e rodovias- 300 metros.

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    3 - Instale o apirio3.1 - Reuna o material

    Enxado ou enxada, faco, cavadeiras, trena, machado, cavaletes.

    3.2 - limpe a rea escolhida

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    3.3 - Marque a rea com piquetes

    3.4 - Coloque os cavaletes

    Os cavaletes podem ser distribudos de diversas formas, o que depende de vrios fatores: topografia, vegetao existente, objetivo do apirio e aspectos climticos, como vento.

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    Ateno:

    1 reas sujeitas a inundaes e ventos fortes devem ser evitadas.

    2 Em regies com temperatura altas, instalar apirio em locais parcialmente sombreados.

    3 Evitar colocar as colmeias em locais totalmente sombreados, para evitar a umidade excessiva.

    4 - Escolher locais que apresentem facilidade de aproximao de veculos.

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    Anotaes:

  • Povoar as caixas Vi

    Existem diferentes formas de povoamento das caixas para aqueles que es-to iniciando na atividade apcola. So elas: aquisio por meio de compra, captura de enxames ativo (que j esto alojados) e captura de enxames passivos (que abandonaram suas moradias e que tambm esto em pro-cesso de enxameao, ou processo de diviso natural).

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    1 - Compre colmeias povoadasOs enxames devem ser adquiridos de empresas apcolas com experincia no ramo ou de apicultores idneos. Na compra, devem ser observados a sanidade dos enxames, o tamanho da famlia e a idade da rainha.

    2 - Capture enxames voadores com o uso de caixas iscasAs caixas-iscas podem ser confeccionadas em madeira ou papelo. Aps a preparao, devem ser colocadas de 2 a 4 metros de altura em relao ao cho. A poca ideal para a colocao das caixas-iscas a mesma da enxa-meao, o que coincide com a poca das floradas intensas (safra do mel).

    2.1 - Rena o material

    Caixa de papelo ou madeira (destinadas ao acondicionamento de verduras) com as dimenses de 26 cm de altura x 48,5 cm de comprimento x 22cm de largura, 5 quadros de ninho, cera alveolada nova, sarrafo de madeira, pregos, martelo, folhas de erva cidreira, plstico, arame, faca e fita crepe.

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    2.2 - Coloque os sarrafos nas laterais superiores da caixaA finalidade de se colocar sarrafos nas laterais superiores da caixa dar sustentao aos quadros de ninho com cera nova.

    2.3 - esfregue folhas de erva cidreira nas partes internas da caixa-iscaO uso das folhas ajuda a atrair os enxames e diminuir ou eliminar cheiros estranhos na caixa de papelo.

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    2.4 - Coloque os quadros com a tira de cera alveolada na caixa-isca

    2.5 - Feche a caixa com fita crepe.

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    2.6 - Abra o alvado

    O alvado construdo por meio de uma abertura de aproximadamente 1,5 cm de altura por 3,0 cm de comprimento, na parte inferior da caixa.

    2.7 - Forre a caixa-isca com saco plstico transparente

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    2.8 - Pendure a caixa-isca forrada em rvores

    A caixa-isca deve ser pendurada em rvores, em uma altura de 2 e 4 metros.

    2.9 - Verifique a entrada do enxame.

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    2.10 - Retire a caixa-isca da arvore.

    2.11 - Transfira os quadros com as abelhas para um ncleoA transferncia deve ser feita quadro por quadro e na mesma sequncia que se encontrava na caixa-isca, certificando- se que a rainha foi transfe-rida em segurana.

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    2.12 - Transporte a caixa-ncleo

    Ao anoitecer a caixa-ncleo deve ser fechada com espuma para ser trans-portada para o apirio.

    Precauo:

    1 - A indumentria completa deve ser usada durante toda a operao;2 - Colocar fumaa na caixa-isca antes de passar os quadros para o ncleo.

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    3 - Capture enxames alojados o mtodo de transferncia de enxames alojados em locais como cupins, rvores e residncias para colmeias racionais. Pode ser feito em qualquer poca do ano.

    3.1 - Rena o material

    Cavalete, enxado, machado, fumigador, maravalha, p de cabra, faco, ncleo, ninho, quadros aramados, cobertura, alimentador boardmam, xa-rope, gua com acar, caneca, liga de borracha, fsforo, gaiola de rainha, vassoura, redutor de alvado, lanterna, faca, espuma, balde com tampa, saco plstico e indumentria.

    3.2 - localize o enxame

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    3.3 - Aplique a fumaa no enxame

    3.4 - limpe a rea que abriga o enxame

    Ateno:

    A aplicao da fumaa deve ser feita de forma moderada. Espere 3 minutos para iniciar o trabalho. Repita a aplicao da fumaa, de acordo com a necessidade.

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    3.5 - localize os favos

    3.6 - Retire os favos em sequncia

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    3.7 - Corte os favos de cria no tamanho do quadro

    Ateno:

    1 - Os favos que contm crias devem ser transferidos para a caixa de captura.

    2 Favos com mel devem ser colocados em balde com tampa, para evitar saque pelas abelhas.

    3 - Os favos, escuros, com plen, ressecados e vazios devem ser co-locados em sacos plsticos ou em baldes para serem reaproveitados.

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    3.8 - Fixe os favos de cria nos quadros do ninhoO favo de cria deve ser fixado no quadro, utilizando a liga de borracha) ou barbante, na mesma posio encontrada no enxame capturado.

    3.9 - Transfira as abelhas para a caixa de captura A transferncia das abelhas do enxame capturado para a caixa de captura deve ser feita utilizando recipiente como caneca ou concha.

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    3.10 - Observe o comportamento das abelhasOperrias com o abdmen voltado para cima ou entrando espontaneamen-te na colmeia um indicador de que a rainha l se encontra.

    Caso as operrias no estejam entrando espontaneamente na caixa de cap-tura, observe se h formao de cachos de abelhas nas proximidades do local, o que pode ser indicativo de que a rainha no entrou na colmeia.

    3.11 - Coloque a colmeia sobre o cavalete

    3.12 - Alimente o enxame capturadoAps a captura, o enxame deve ser ali-mentado com xarope (mistura de gua com acar na proporo de 1:1).

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    3.13 - Transporte o enxame capturado para o apirio

    Ateno:

    1 - A colmeia deve ficar no local da captura pelo perodo mnimo de trs dias, para que os favos sejam soldados no quadro de ninho pelas abelhas.

    2- Alimente artificialmente (xarope) as abelhas capturadas, para substituir a reserva de mel retirada.

    3 - Alimentao artificial, colocao de cera alveolada, recebimento de crias fechadas de outra colmeia e troca de rainhas so cuidados necessrios para o bom desenvolvimento do enxame no apirio.

    Precauo:

    O uso do EPI necessrio para esta operao.

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    Anotaes

  • Distribuir as colmeias no apirio Vii

    As colmeias podem ser distribudas de diversas formas no apirio depen-dendo da rea disponvel (tamanho, declividade, sombreamento). As col-meias devem ficar em cavaletes individuais, com distncias mnimas de 2 m entre as caixas e de 4 a 5 m entre as fileiras. Exemplos:

    Distribuio em linha

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    Distribuio em U

    Distribuio em crculo

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    Distribuio em quadrado individual

    Distribuio em zigue zague

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    Anotaes:

  • Calcular os custos de implantao Viii

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    A planilha abaixo permite que se faa uma estimativa dos valores a serem gastos na implantao de um apirio.

    1 - Calcule o investimento inicialPlanilha para o clculo do custo de implantao do apirio

    ESPECIFICAO UNIDADE QUANTIDADEVALOR UNITRIO

    VALOR TOTAL

    Alimentador tipo Boardmam

    Carretilha manual para incrustar cera nos quadros

    Colmeia completa com uma melgueira

    Esticador de arame

    Formo para apicultor

    Fumigador

    Ncleo para captura e transporte de enxames

    Cavalete individual para colmeia

    Telha de zinco ou alumnio

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    2 - Calcule o material de consumoPlanilha para o clculo do custo do material de consumo

    ESPECIFICAO UNIDADE QUANTIDADEVALOR UNITRIO

    VALOR TOTAL

    Arame no 22 ou 24

    Bota de borracha

    Cera alveolada

    Chapu de palha aba dura tipo safri

    Luvas

    Macaco para apicultor

    Mscara para apicultor

    Pregos

    Tinta ltex (opcional)

    Tinta leo (opcional)

    Vassourinha de crina

    TOTAL

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    3 - Calcule o custo da mo de obraPlanilha para o clculo do custo da mo-de obra

    legenda: h/d/ano - hora/dia/ano

    ESPECIFICAO UNIDADE QuantidadeVALOR UNITRIO

    VALOR TOTAL

    Implantao de apirio h/d/ano

    Captura de enxames h/d/ano

    Manuteno da colmeia h/d/ano

    Beneficiamento do mel h/d/ano

    TOTAL

  • Calcular os rendimentos iX

    Planilha para o clculo dos rendimentos

    legenda: Kg = quilo

    No primeiro ano, considera-se a produo de 50% do potencial total e a partir do segundo registra-se a capacidade total.

    No brasil, a produo de mel varia de acordo com a regio e o manejo aplicado.

    ESPECIFICAO UNIDADE QuantidadeVALOR UNITRIO

    TOTAL

    Comercializao de mel 1o ano

    Kg

    Comercializao de mel 2o ano

    Kg

    Comercializao de mel 3o ano

    Kg

    Comercializao de mel 4o ano

    Kg

    Comercializao de mel 5o ano

    Kg

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    Anex

    o -

    Tabe

    la p

    ara

    leva

    ntam

    ento

    da

    flora

    ap

    cola

    lege

    nda:

    P =

    pl

    en

    N

    = n

    cta

    r

    PN

    = p

    len

    + n

    cta

    r

    Nom

    e da

    Pl

    anta

    JAN

    FEV

    MAR

    ABR

    MAI

    JUN

    JUL

    AGO

    SET

    OUT

    NOV

    DEZ

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    RefernciasAlvES, Eloi Machado. Identificao botnica da flora e caracterizao do mel orgnico de abelhas africanizadas produzido nas Ilhas Floresta e la-ranjeira do alto Rio Paran, 2008, 72f. Tese (Doutorado em Produo Ani-mal- Apicultura) - Universidade Estadual de Maring, Maring-PR, 2008.

    AlvES, Eloi Machado. Polinizao e composio de acares do nctar de soja (Glycine Max l. merrill) variedade Codetec 207, 2004, 72f. Tese (Dou-torado em produo animal- Apicultura) - Universidade Estadual de Marin-g, Maring-PR, 2004.

    APICUlTURA: Manual do agente de desenvolvimento rural. braslia: SEbRAE, 2004. (Projeto APIS Apicultura Integrada e Sustentvel).

    COSTA, Paulo Srgio Cavalcanti; OlIvEIRA, Juliana Silva. Manual prtico de criao de abelhas. viosa : Aprenda Fcil, 2005.

    COUTO, Regina helena Nogueira. Apicultura: manejo e produtos. 2.ed. Jabo-ticabal: Editora Afiliada, 2002.

    ESPNDOlA, Evaristo Antnio et all. Curso profissionalizante de apicultura: informaes tcnicas. Florianpolis : EPAGRJ, 2003. (boletim Didtico; 45).

    FREIRE, Ulysses Costa. Origem da prpolis verde e preta produzida em Minas Gerais. 2000, 50f. Dissertao (Mestrado em Entomologia) Uni-versidade Federal de viosa, viosa-MG, 2000.

    MAGAlhES, Ediney de Oliveira; bORGES, Ivana leite. Manual de apicultura. CEPlAC-bA, brasil. 2006. Mod. I, II e III; 1 CD-ROM.

    MARqUES, Agenor Neves. Apicultura em marcha. Santa Catarina: Dehon, 1989.

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    80

    SANTANA, Claudinei Neiva; MARTINS, Maria Amlia SEAbRA; AlvES, Rogrio Marcos de Oliveira. Criao de abelhas para produo de mel. 2.ed. braslia : SENAR, 2004. (Coleo SENAR; 17 Trabalhador na Apicultura)

    SANTOS, Guaracy Telles dos; bOAvENTURA, Marcelino Champagnat. Produ-o de prpolis. braslia : SENAR, 2007. (Coleo SENAR; 126 Trabalha-dor na Apicultura).

    WIESE, helmuth. Apicultura. Santa Catarina: livraria e Editora Agropecu-ria, 2000.

    WINSTON, Mark l. A biologia da abelha. Traduo de Carlos A. Osouski. Porto Alegre : Magister, 2003.