Teatro de Porão - A Póetica de Wlad Lima

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WebPortifolio V. 1 da Encruzilhada Poética de Wlad Lima. O Portifólio mostra a produção de teatro de porão da década de 90 do Séc. XX e a primeira década do Séc. XXI na cidade de Belém do Pará - Amazônia - Brasil.

Transcript of Teatro de Porão - A Póetica de Wlad Lima

WebPostfolio v.1de Wlad Limaatualizado em 2010

Wladilene de Sousa Lima - É artista-pesquisadora, atriz, diretora e cenógrafa de teatro, na cidade de Belém do Pará.

Possui graduação em Ciências Sociais pelaUNAMA - União das Escolas Superiores doPará. Doutorado e mestrado em ArtesCênicas pelo Programa de Pós-graduaçãoem Artes Cênicas da Universidade Federalda Bahia PPGAC/UFBA.

É professora-pesquisadora na UniversidadeFederal do Pará - UFPA, nos cursos técnicosde Formação de Ator e de Cenógrafo, naGraduação em Dança e em Teatro, naEspecialização em Estudos Contemporâneosdo Corpo e no mestrado em Artes e Culturado Programa de Pós-graduação em ArtesPPGArtes - do Instituto de Ciências da ArteICA.

É Colaboradora dos Projetos de Extensão,Construtores de Netcenas e doObservatório do Teatro na Web, daETDUFPA.

É coordenadora do Projeto de PesquisaTeatro d@ Floresta: Uma História do Teatroda Amazônia do Tempo Presente inscrita naWeb pelo Grupo de Pesquisa PACA -Pesquisadores em Artes Cênicas naAmazônia.

WLAD LIMATem experiência na área de Formação de Ator, comênfase na concepção de Ator-criador, na Formação deJovens Encenadores com ênfase na Encenação eMemória e na Formação de Pesquisadores orienta naconstrução de Netcenas (Blogs e Wikis), atuandoprincipalmente sobre os seguintes temas:

Matrizes de encenação.

Processos de criação.

Cartografias poéticas.

Dramaturgia pessoal do ator.

Histórias de vida em cena.

Dráōterapia

(autopoiésis na dimensão libertária do teatro).

ARTICULADORA GORDAWLAD

Na categoria artística atua como presidente d’ATRAMA - Associação de Teatro e Dança daAmazônia (Dramática Companhia, Companhia deInvestigação Cênica e Teatro Porão Puta Merda)

Diretora Artística da Dramática Cia;

Criadora e Administradora do Teatro Porão PutaMerda;

Artista-articuladora do Fórum Permanente deTeatro do Estado do Pará e da Rede Brasileira deTeatro de Rua.

É membro - titular do Colegiado Setorial de Teatrodo MinC (2010/2011) representando a RegiãoNorte.

Administradora da Rede Teatro d@ Floresta,disponível na internet pelo linkhttp://redeteatrodafloresta.ning.com/

UMA CARTOGRAFIA DO TEATRO DE PORÃO

POÉTICA DE WLAD LIMA

1990

A DAMA DA NOITEGRUPO CUÍRA DO PARÁFUNÇÃO: DIRETORA

Montagem do Grupo de Teatro Cuíra do Pará, numa livre adaptação de Kil Abreu, do conto de Caio Fernando Abreu, com o mesmo título.

Sua estréia data de 08 de dezembro de 1990.

Foi o primeiro espetáculo teatral apresentado no Porão Cultural da UNIPOP e o primeiro dessa natureza assinado por Wlad Lima.

Seu ambiente cênico é de um banheiro público. Toda a cena é conduzida pelo ator Cláudio Barros, em solo.

Os espectadores, sentados em vasos sanitários, bidês, bancos de banheiro, têm a função da contracena, assumindo no jogo o papel do “rapaz” com quem “ela” quer conversar e, talvez, fazer um programa.

O texto trata da solidão, amor, sexo, AIDS, medo, perdas etc. –temas recorrentes no início da década de 90, em todo o país.

1992

HAMLETGRUPO DE TEATRO DA UNIPOPFUNÇÃO: DIRETORA

Estreou em 08 de dezembro de 1992, no Porão Cultural daUNIPOP, desta feita propondo, como ambiente palaciano, opróprio estado daquele porão, com suas salas, cubículos,corredores, escadas, janelas, grades, passagens estreitas e nemuma porta fechada ao público, que trafegava livremente e nuncasentava, compondo sua própria história. A concepção traz omote do Príncipe encenador do seu próprio destino. Nessamontagem, o texto de Shakespeare ganhou uma leitura políticaque enfatizava a proposta metalingüística da diretora-encenadora.

1996

MARIANOESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPAFUNÇÃO: DIRETORA

Estreou no dia 08 de março de 1996 e inaugurou um novoespaço cênico, nos porões da Etdufpa. A ação do coletivode alunos e da encenadora teve repercussão tão grande,que o espaço ganhou o nome de Mariano. O espetáculo éuma farsa e uma metáfora dos bastidores da cena. Colocaos espectadores sentados dentro do camarim ondeassistem o ensaio de toda a trama do texto e daencenação, poucas horas antes da primeira batida deMoliére. O texto original, escrito como tragédia, é dePaulo Faria.

1997Do que brincam os meninos que serão poetas?ESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPA

FUNÇÃO: DIRETORA

O espetáculo respondeu a

essa pergunta, contando a

vida e obra do poeta Garcia

Lorca.

Espetáculo tramado com os

fatos e ficções deste autor

que fizeram dele um mártir

de seu povo.

A encenação é a própria

andança do La Barraca, seu

grupo de teatro e sua ação

política.

O espetáculo estreou em 04

de abril de 1997, no Teatro

Cláudio Barradas da

Etdufpa.

1999

1999

MARAVILHOSA ORLANDOESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPAFUNÇÃO: DIRETORA

Estreou em 04 de março de

1999. Uma sátira aos

comportamentos sexuais e

familiares da sociedade

brasileira.

Conta a história de Hermes

Afrodite, um hermafrodita

que, convivendo em

diferentes grupos sociais, vai

aprendendo a vencer

discriminações, obstáculos

profissionais e conquistas

amorosas. A encenação

dividiu a platéia em homens

e mulheres, criando um

estado de disputa bem

humorada. A sonoplastia,

executada ao vivo por uma

banda, embalava a todos

com as canções românticas

de Roberto Carlos, numa só

voz.

2001CIRCO VITÓRIAESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPAFUNÇÃO: DIRETORA

Montagem da Oficina Básica

de Teatro da Etdufpa. Os

personagens de um drama

mambembe são coringados

entre os atores. A proposta

circense é cercada por um

picadeiro de garrafas. Dentro

delas, histórias contadas

através de desenhos. Atores

livres para a

criação/improvisação;

personagens presos nos

seus destinos. Circo Vitória

fez sua estréia na cidade, no

Teatro Cláudio Barradas, no

dia 20 de junho de 2001, em

uma única apresentação,

antes que a luz do desejo de

ser artista, dos jovens

atores, se apagasse.

Foi uma declaração de

amor ao teatro. Sua

encenação desenvolveu um

diálogo entre três diferentes

concepções de cena: o

teatro naturalista, o teatro

brechtiano e o teatro pós-

moderno.

Atores expressaram suas

histórias de vida, opiniões,

sensações, pensamentos.

Os espectadores e os

atores estavam na cena,

virtual e presencialmente.

Esse espetáculo teve a sua

estréia no dia 10 de agosto

de 2001,

2001

COMO UM BEIJA-FLOR A DOIS METROS DO CHÃODRAMÁTICA COMPANHIA \ A TRAMAFUNÇÃO: DIRETORA

Na cena, a história e a

produção de Artur Bispo

do Rosário. A encenação

dilata o palco cortando o

espaço, na horizontal, em

dois planos. Para entrar

no espaço e chegar à

platéia, o espectador

tinha que se abaixar.

Sua travessia era feita

dentro do carro-dispensa

dos artistas, lugar onde

estavam em exposição

objetos-reproduções das

obras de Bispo, e livres

criações dos atores sobre

seus próprios tormentos.

O espetáculo estreou no

dia 19 de outubro de

2001, no projeto de

implantação/divulgação

do novo Teatro Bufo.

2001

DEVAGARINHO...EU DEIXODRAMÁTICA COMPANHIA \ ESCOLA DE BUFÕES \ A TRAMAFUNÇÃO: DIRETORA

Estreou em 13 de dezembro

de 2001, inaugurando a

Escola de Bufões, projeto de

formação de jovens atores da

Dramática Cia, dentro da

proposta do Teatro Bufo.

O espetáculo foi um exercício

sobre caracterização do ator,

mais especificamente, no uso

dos recursos cênicos na

construção de personagens

“tipos” (maquiagens,

apliques, postiços, figurinos,

objetos etc.)

A encenação privilegiou uma

cena em arena, usando

somente praticáveis.

Baseado no romance de

Gabriel Garcia Marques,

sobre a cidade ficcional de

Macondo. O realismo

fantástico do romance

atravessou o palco, colocando

o espectador nos diferentes

tempos da obra.

O ambiente cenográfico abria-

se ao espectador. Era ele o

construtor de sentidos. Essa

ambiência transformava-se

em muitos lugares. Mais uma

vez, se cortou o porão em

dois, multiplicando assim suas

dimensões. Somem-se a isso,

ações de escalada dos atores-

criadores na estrutura

cenográfica.

O espetáculo teve sua estréia

no dia 31 de janeiro de 2002,

no Teatro Cláudio Barradas

Estreou no Teatro Bufo, no dia 21 de fevereiro de 2002. Com esse trabalho, o Grupo

Cuíra se juntou à Dramática Cia., numa ação política para a preservação do Teatro

Bufo. Levou à cena o Projeto 2 em 1, como estímulo à formação de platéias para

aquele teatro. Água Ar Dente propunha um jogo ardente, ácido e sensual, num

triângulo amoroso, rigorosamente masculino, muito próximo ao espectador.

2007

EM CARNE E OSSOGRUPO CUÍRA DO PARÁ E COLETIVO TEATRO PUTA MERDA \ A TRAMA FUNÇÃO: ATRIZ \ DRAMATURGISTA \ CENÓGRAFA \ DIRETORA

Estreou no Teatro Porão Puta

Merda, no dia 11 de abril de 2007.

Esse trabalho foi uma parceria

artística entre o Coletivo Teatro

Porão Puta Merda e o Grupo

Cuíra do Pará.

O espetáculo propunha ser menos

a dramatização de uma história

ficcional, vivida por personagens,

e muito mais um experimento dos

princípios e procedimentos da

poética de Teatro de Porão da

pesquisadora-encenadora Wlad

Lima.

Além de presenciar a vida em

curral do menino Sereno,

personagem central da cena, os

espectadores sentiam de forma

tátil a fabulação material, acionada

na construção dessa modalidade

de fazer teatral, que é o Teatro de

Porão.

Um debate-vivo encerrava o

espetáculo.

ESTE ESPETÁCULO, EM CARNE E OSSO, FOI O EXPERIMENTO CÊNICO DA TESE

DE DOUTORADO DE WLAD LIMA INTITULADA O TEATRO AO ALCANCE DO TATO:

UMA POÉTICA ENCRAVADA NOS PORÕES DA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ,

DEFENDIDA EM MAIO DE 2008 PELO PPGAC-UFBA SOB A ORIENTAÇÃO DA

PROFª DRª SÔNIA RANGEL E SOB OS AUSPÍCIOS DA CAPES.

TEATROS-PORÕES DE BELÉM DO PARÁ

O Porão Cultural da UNIPOP

• Situado na AV. Senador Lemos № 557, bairro do Telégrafo.

• O Porão Cultural da Unipop inaugurado em 1990. Este espaço teve e tem uma importância enorme, não apenas para as atividades artísticas e culturais da UNIPOP, como para toda a categoria teatral paraense. Este espaço está identificado, como um “teatro de tipologia múltipla”, com a capacidade de 80 lugares, dependendo da sua proposta de utilização.

O Teatro Cláudio Barradas da

UFPA

• Situado a av. Magalhães Barata 611, bairro de São Brás. Lado esquerdo

• Inaugurado em 27 de março de 1997. Foi concebido com o caráter de Teatro Experimental este teatro tinha o recurso de platéia móvel, podia ser construída com cadeiras e praticáveis de acordo com a proposta de encenação do espetáculo. Uma escada permanente podia ser usada tanto para palco como para platéia.

• Este espaço foi desativado como Teatro, em 2004.

O Espaço Mariano da UFPA

• Situado a av. Magalhães Barata 611, bairro de São Brás. Lado direito

• Inaugurado em março de 1996, como laboratório de experimentação, o espaço Mariano seria mais um, dentre os espaços cênicos existentes na ETDUFPA, em apoio às atividades de formação.

• Este espaço foi desativado como Teatro, em 2004.

O Teatro Bufo• Situado na AV. Nazaré № 435,

no bairro de Nazaré.

• Inaugurado no dia 10 de agosto de 2001, como uma ação política da Dramática Companhia. O Bufo foi considerado um Teatro de Bolso, inclusive, o primeiro da cidade a receber esta denominação. Com platéia e palco móveis, o Bufo poderia atingir um público máximo de 40 pessoas.

• Este espaço foi desativado como Teatro Bufo, em 2004.

• Atualmente, é a sede de um grupo de teatro da cidade

UMA TESE UMA CASA UMA PAIXÃO

Para a construção do experimento cênico que acompanhousua tese de doutoramento havia a impossibilidade deutilização de qualquer um dos porões já vivenciados. O PorãoCultural da UNIPOP recebe toda a programação cultural e deformação da instituição, apresentando constantemente, apauta de utilização do espaço, congestionada. O TeatroCláudio Barradas e o Espaço Mariano, ambos da ETDUFPA,foram desativados devido à transferência daquela instituiçãopara outro prédio, histórico, mas sem porão. O Teatro Bufo,não resistindo à falta de incentivo da política cultural local aosgrupos de teatro da cidade, saiu de cena.

Por tudo isso, ela precisava de uma casa com porão! Umporão passível de habitação, experimentação, convivência.Um lugar para um novo acontecimento teatral.

Wlad Lima, chegou a Rua Riachuelo, mais conhecida como a

“Rua das Putas”, ao № 69, em plena Zona do Baixo Meretríciode Belém.

Em princípio, nada disso foi levado em consideração para afutura construção espetacular - a questão do entorno, davizinhança. O que importava era que este porão deveria serpassível de virar um Teatro-Porão, denominação quecomeçara a vir a ela, bem lentamente, sem muitas certezasnaquele momento.

Assim começou o seu agenciamento com uma casa da décadade 30, com traços arredondados, arquitetura densa, alta,geométrica, com os seus telhados ocultos e um corpo-casaque avança sobre a rua e que a difere um pouco daarquitetura Art decor do período, entre 1925-1930.

É com todo o prazer que apresento a todos vocês a sua casa-corpo-cosmo: o Teatro Porão Puta Merda.

CASA-CORPO-COSMO

Biblioteca

Acervo com mais de cinco mil livros

Os ateliês: um para desenho e construção de objetos e um outro para costura.

Espaços de convivência:

um jardim externo, um jardim interno e um

camarim aberto.

O Camarim aberto na área de circulação

Espaço cênico 1

Caixinha preta Teatro Brinquedo

Imagem dos primeiros momentos

do Teatro Brinquedo

Espaço cênico 2

Laboratório Puta Merda

Ele mede em torno de 20m², com altura de 2m.

Atualmente, este espaço está desativado em virtude

da ampliação da biblioteca. Esta, especializada em

Artes e Humanidades – especialmente, o Teatro

A cidade de Belém possui

uma outra opção em termos

de Teatro de Porão: o Teatro

U-Porão de propriedade de

Léo Bitar - ator e sonoplasta

de teatro.

Este espaço fica situado na

Campos Sales, também no

bairro da Campina,

congregando um triângulo

alternativo de Teatros – com

o Circuito TÁ NA ZONA.