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PLANO DE TRABALHO DOCENTE - PTD: controle administrativo ou prática de reflexão pedagógica?
Nivaldo Corrêa1
RESUMO:
Este artigo faz parte do Programa de Desenvolvimento Escolar (PDE/2010) ofertado pelo Governo do Estado do Paraná aos educadores da rede pública de ensino. A área de estudo volta-se ao planejamento e avaliação e o objeto pesquisado trata da importância de incutir na prática pedagógica dos professores e professoras da rede pública de ensino, a percepção de que a elaboração e o cumprimento do Plano de Trabalho Docente (PTD) se constituem em atividades essencialmente pedagógicas, em oposição ao entendimento de que sua elaboração em regra apresenta caráter estritamente burocrático. Para tanto, tomou-se como público alvo da intervenção pedagógica os docentes do Colégio Estadual Júlia Wanderley-EFM de Jaboti, estado do Paraná, Núcleo Regional de Educação de Ibaiti.
Palavras-chave: Plano de Trabalho Docente; Planejamento; Instrumento; Mediação.
This article is inserted in line with the School Development Program (PDE/2010) offered by the State Government of Paraná educators from public schools. The study area back to the planning and evaluation and the object studied is the importance of instilling in the pedagogical practice of teachers of public schools, the perception that the development and implementation of the Plan of Work Lecturer (PTD) are constituted essentially educational activities, as opposed to understanding that their development has usually strictly bureaucratic. To this end, we took as target of the pedagogical intervention teachers State School Julia Wanderley-EFM to Jaboti, Paraná, Regional Education Center for Ibaiti. Keywords: Teaching Work Plan; Planning; Instrument; Mediation.
1 Professor da rede pública de ensino, graduado em Educação Física e Pedagogia, com
especialização em Educação Física Escolar e Gestão de Sistema Estadual de Ensino.
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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O objetivo deste artigo é realizar uma discussão sobre a importância do PTD
como parte do trabalho docente. Em primeiro plano, buscar o enfrentamento a
descrença frente à necessidade de elaboração e cumprimento do PTD por parte dos
professorados da rede pública de ensino do estado Paraná, se constituiu como
interesse deste estudo. Para tanto, foi pretensão resgatar nos educadores a
credibilidade de que à luz da melhor teoria pedagógica o PTD é um instrumento
educacional indispensável ao planejamento de ensino.
Neste caminhar, foi pretensão enveredar esforços para analisar, discutir e
refletir sobre as reais situações que motivaram ao longo dos tempos a percepção de
mero ritual burocrático atribuída ao dever de elaboração e cumprimento do ato de
planejar.
Diante disso, é possível manter o entendimento de que só compreendendo os
acontecimentos que motivaram a descrença frente aos reais fins desta prática
pedagógica, será possível planejar ações para uma segura interferência no fazer
pedagógico do professor.
É relevante destacar que houve intensa preocupação em se manter um
embasamento teórico sustentado por autores cujas visões também se solidificam na
experiência da sala aula, por entender-se que este é o principal local de
aprendizagem.
Ainda, o texto traz a baila, reflexões e críticas a respeito do entendimento
teorizado por parte significativa de estudiosos de que o planejamento de ensino não
vem alcançando as finalidades pedagógicas a que se propõe, fato este motivado
pelas ações dos educadores que só percebem a razão burocrática de sua
construção, e diante disso, o constroem de forma mecanizada somente para cumprir
com os deveres que a função delega.
Em razão disso, elaborou-se este estudo, levantando-se a tese de que em
sua grande maioria, os professores e professoras do Colégio Estadual Júlia
Wanderley-EFM, de Jaboti, estado do Paraná, Núcleo Regional de Educação de
Ibaiti, percebem o PTD como uma tarefa de caráter estritamente burocrática, e,
portanto, desprovida de finalidade pedagógica, porém, de fazer obrigatório, servindo
somente como forma de controle administrativo por parte do sistema estatal.
Por fim, tomando-se como fundamentação teórica o texto em destaque, foi
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pretensão responder a alguns dos questionamentos que povoam a prática
pedagógica de parte significativa dos docentes que atuam no sistema público de
ensino. Vejamos: Quais foram os fatos que motivaram o professorado a criar a
percepção de que o PTD não cumpre com as funções de orientação e
direcionamento da prática pedagógica? Por que o professor não utiliza o PTD como
instrumento de reflexão, planejamento e replanejamento das práticas de ensino?
Será a elaboração e o cumprimento do PTD uma tarefa essencialmente pedagógica
ou mais uma obrigação burocrática, cujo fim é servir de controle sobre o fazer do
professor em sala de aula? É possível o PTD ser considerado um instrumento de
planejamento que pode ser utilizado também como fonte avaliadora do processo de
ensino e aprendizagem? E ainda, ao elaborar o PTD, o professor analisa se os
conteúdos curriculares selecionados estão em consonância com projeto político
pedagógico e com a proposta pedagógica curricular do estabelecimento de ensino?
Nesta perspectiva, elaborou-se este escrito, desprovido da pretensão de
apresentar modelos e ações definitivas para a reversão da situação, mas certo da
indicação de possíveis caminhos, que aliado aos inúmeros estudos que afloram nos
vastos campos educacionais deste país, contribua para a instauração de uma
grande e aberta discussão rumo à validação do PTD como instrumento essencial de
planejamento do ato de ensinar.
2 DOS CONCEITOS, DAS CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS TERMOS PLANEJAMENTO DE ENSINO E PLANO DE TRABALHO DOCENTE (PTD)
A utilização do termo PTD para designar as atividades de planejamento dos
conteúdos curriculares a serem ministrados pelos professores a uma determinada
turma/série/ano durante um tempo letivo (mensal, bimestral, semestral ou anual) tem
sido objeto de estudo de muitos pesquisadores. Porém, nem sempre se utilizou da
nomenclatura PTD para sua designação, comumente os estudiosos em regra se
serviam e ainda se servem de nomenclaturas como planejamento de ensino,
planejamento participativo, plano coletivo de ações, plano de aula e plano de
unidade.
Enfim, variadas são as denominações encontradas em nossa literatura para
representar quase sempre a mesma finalidade, que se traduz pela organização e o
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delineamento do fazer pedagógico do professor em determinado tempo e para
determinada turma.
Com a lei de diretrizes e bases da educação nacional, Lei Nº 9.394/96,
comumente conhecida com LDB, parece que os autores tomando-a por base,
começaram a demonstrar preferência pela utilização PTD em prevalência a
planejamento de ensino, quando estão a se referir ao instrumento utilizado pelo
corpo docente para mediar os conteúdos curriculares e a prática em sala de aula.
Diante disso, é preciso buscar esclarecimentos sobre os conceitos,
as convergências e as divergências existentes entre estes termos para somente
depois compreender a necessidade de sua elaboração e cumprimento.
Neste sentido, abaixo serão apresentadas várias conceituações sobre os
termos em discussão, tomando-se como fundamentação teórica autores renomados,
além das impressões pessoais deste pesquisador.
Diga-se, são visões e entendimentos de cunho pessoal, que embora
sustentado por teorias comprometidas com o conhecimento científico não traduzem
certezas ou verdades absolutas, até porque não é este o propósito que encerra este
escrito, mas sim, se propõe em promover a discussão, a reflexão e o debate acerca
do tema, situações que somente são alcançadas quando se permite visões
diferenciadas e entendimentos diversos, afinal, são nas contradições que se fundam
os conhecimentos, e permite-se a aprendizagem, portanto, cabe ao leitor através de
uma visão crítica e reflexiva a extração dos saberes que lhe tenham significado.
Sendo assim, do ponto de vista de Hengemühle (2004), o PTD é uma espécie
de planejamento, constituído por etapas, que de certa forma antecedem o trabalho a
ser realizado em sala de aula.
O Plano de Trabalho é o planejamento seqüencial às etapas anteriores e
que nos leva à sala de aula. Se temos contextos a problematizar e habilidades a serem desenvolvidas, então agora precisamos tomar a decisão de COMO vamos desenvolver as habilidades em cada momento metodológico e como encaminharemos o processo de avaliação, para conhecer as limitações e os avanços dos alunos em relação às habilidades planejadas e desenvolvidas (HENGEMÜHLE, 2004, p. 228).
Nota-se, que a autora em tela busca definir o PTD como um planejamento
sequencial constituído por etapas que antecedem o conteúdo a ser trabalhado em
sala de aula, e com o objetivo de demonstrar sua relevância procura explicitar que é
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necessário utilizar o verbo COMO no sentido de que forma, de qual caminho a ser
seguido para a busca de soluções em relação a um problema existente.
Em suma, após ser identificada a dificuldade ou a meta a ser perseguida, é o
plano de trabalho docente que vai direcionar as ações a serem executadas, com
vista à promoção de situações de aprendizagem.
Registra-se, que concordamos com o desfecho encaminhado na intenção da
conceituação oferecida pela autora em destaque, porém, imprimimos uma nova
leitura no sentido de que as etapas que antevêem a prática em sala de aula, devem
ser precedidas de uma análise prévia dos saberes que os alunos já trazem
incorporados aos seus conhecimentos, prática que em nosso entendimento irá se
constituir em marco inicial para que o professor saiba onde está e o caminho que
deverá seguir a partir dali.
Veja, estamos a falar de dois momentos distintos ou níveis de conhecimento,
isto a depender do planejamento dos conteúdos curriculares que serão organizados
e selecionados, se inicial, oriundo do senso comum ou decorrente de um
estágio mais formalizado, em ambos os casos é dever do professor identificar, ou
seja, diagnosticar os saberes que os alunos já dominam para em seguida
estabelecer as estratégias e a seleção dos conteúdos curriculares que melhor
permitirão o aprendizado de cada um.
Igualmente, para melhor compreensão acerca dos temas, planejamento e
plano de trabalho docente, abaixo serão apresentadas novas percepções sobre a
conceituação de planejamento de ensino.
Para Clódia (1975), que se refere ao planejamento de ensino como um
processo contínuo voltado para onde se deseja ir e quais as maneiras para lá
chegar, parece não haver distinção entre as duas terminologias.
Planejamento de ensino se trata de um processo contínuo que se preocupa com o “para onde ir e quais as maneiras adequadas para chegar lá”, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto às do indivíduo (CLÓDIA, 1975, p.14).
Em síntese, mesmo passadas mais de duas décadas, destaca-se o ponto de
vista da referida educadora, onde se percebe o quanto contemporânea é a lição
tirada da definição, uma vez que em seu entendimento é através da elaboração do
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planejamento de ensino que se possibilitará a intermediação entre os saberes
trazidos pelos alunos e o conhecimento cientificamente elaborado. Diga-se, também
é esta uma das finalidades do PTD, portanto, em sua essência não há relevante
divergência entre os termos planejamento de ensino e plano de trabalho docente,
trata-se apenas de uma questão preferencial de uso.
Neste caminhar, é interessante também analisar as definições de autores
como Vianna (1986) e Gandin (1994), os quais não apresentam em seus
entendimentos visões diferenciadas entre os conceitos de planejamento de ensino e
PTD, com a ressalva de que para estes, a questão da organização dos recortes dos
conteúdos a serem trabalhados pelos docentes, se reporta ao denominado
planejamento participativo, cuja conceituação de ambos é bem próxima. Diante
disso, Gandin (1994), ao tratar dos pontos básicos do planejamento participativo
leciona que:
Planejar – NÃO É fazer alguma coisa antes de AGIR. - É AGIR - de um DETERMINADO MODO – para determinado fim - indicados pelas pessoas que atuam na instituição em vista da razão de ser da instituição. - É O PROCESSO de construir a realidade com as características que se deseja para a mesma. - É INTERFERIR na realidade para transformá-la numa direção claramente indicada (GANDIN, 1994, p.34).
Assim, para o renomado autor o planejamento participativo implica em uma
tomada de decisão conjunta entre todas as pessoas que estão envoltas a instituição
escolar e que estejam comprometidas com as suas funções educacionais.
Sob o mesmo ponto de vista, Vianna (1986), em seus escritos já defendia a
tese de que o planejamento participativo, necessariamente se estabelece a partir do
envolvimento integral da escola, da família e da comunidade, onde de forma
conjunta estariam atuando rumo ao desenvolvimento global do aluno.
O Planejamento Participativo procura compreender o homem em sua
realidade pessoal e em seu contexto sócio-histórico-político-cultural. Leva
em conta as expectativas e contradições de ambos – o homem e seu
contexto - facilitando o encontro correlacional e possibilitando ao primeiro
ser um grande agente de mudança do segundo (VIANNA, 1986, p. 23).
E conclui, “genericamente, o planejamento participativo constitui-se de uma
estratégia de trabalho, que se caracteriza pela integração de todos os setores da
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atividade humana social, num processo global, para a solução de problemas
comuns”. (VIANNA, 1986, p. 23).
Similarmente, os autores analisados, apresentam e discutem em suas
principais obras a temática do planejamento participativo, e defendem a tese de que
é preciso a participação de todos os seguimentos da comunidade escolar na busca
das possíveis soluções para as situações problemas que a escola apresenta.
Ainda no que se trata de planejamento, visto de forma participativa, ou seja,
como um instrumento a ser elaborado por toda comunidade escolar, vale também
apresentar as percepções de Veiga (2005) a respeito do tema:
[...] o planejamento participativo com base na escola, deve ser discutido, tratando-o como instrumento teórico-prático capaz de facilitar a convergência entre o refletir e o agir, no espaço escolar. Como ferramenta capaz de vitalizar experiências educativas e instituições e de respaldar a construção, com democracia, do projeto político-pedagógico da escola (VEIGA, 2005, p.132).
Nota-se, que a autora em tela tem a preocupação de demonstrar que ao
planejar de forma democrática, o plano de trabalho se tornará um instrumento
teórico-prático que será capaz de facilitar a convergência, ou seja, a relação entre o
agir e o refletir dentro do ambiente escolar, até como forma de validar as atividades
propostas no (PPP) projeto político pedagógico da escola.
Ainda em relação à conceituação de planejamento, Vasconcelos (1995),
apresenta que se trata de um instrumento que media o pensar e o fazer docente.
O planejamento é uma mediação teórico-metodológica para a ação consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isso é necessário “amarrar”, “condicionar”, estabelecer as condições – objetivas e subjetivas – prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que vêm primeiro, o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais (que recursos, materiais, equipamentos serão necessários), bem como a disposição interior, para que aconteça; caso contrário vai se improvisando, agindo sob pressão, administrando por crise (VASCONCELOS, 1995, p. 42).
Vale destacar, que embora se refira ao termo planejamento, o objeto de
estudo disposto está intrinsecamente relacionado ao que pretende também a
elaboração do PTD, ou seja, permitir que o professor de forma consciente
proporcione condições para que o aluno se aproprie de forma intencional dos
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saberes historicamente produzido pela humanidade. Também, que é o planejamento
organizado das atividades educacionais que proporcionará um caminho seguro rumo
à forma de aprendizagem consciente, evitando improvisações ou o ensino sem
intencionalidade.
Dando-se ainda seguimento à busca de fundamentações teóricas que
subsidiem a compreensão dos conceitos, convergências e divergências entre os
temas em discussão, é de importância ímpar a leitura que a própria Secretaria de
Estado da Educação – SEED/PR tem feito a respeito das definições de PTD,
asseverando que se trata de “[...] um documento que antecipa a ação do professor,
organizando o processo de ensino e aprendizagem. Nele pensa o que fazer, como
fazer, quando fazer, com que fazer e para que fazer [...] (PARANÁ, 2010, p. 36)”.
Por este entendimento, o plano de trabalho é uma ação intencional e
necessária ao professor para que este estabeleça de forma segura a organização
dos conteúdos curriculares que deverão fazer parte do ensino e da aprendizagem
dos alunados. Portanto, os conteúdos após sofrerem os devidos recortes passam a
integrar o planejamento de ensino, o qual por sua vez se materializa com a
elaboração do plano de trabalho docente ou nos dizeres da própria Secretaria de
Estado da Educação.
O plano é a representação escrita do planejamento do professor. Neste sentido, ele contempla o recorte do conteúdo selecionado para um dado período, tal conteúdo traz consigo essa intencionalidade traduzida a partir dos critérios de avaliação. Para que isto se efetive, o professor deve ter clareza do que o aluno deve aprender (conteúdos), por que aprender tal conteúdo (intencionalidades-objetivos), como trabalhá-lo em sala (encaminhamentos metodológicos), e como serão avaliados (critérios e instrumentos de avaliação) (PARANÁ, 2010, p. 36).
Assim, parafraseando as definições apresentadas pela Secretaria de Estado
da Educação – SEED/PR, através da Superintendência de Gestão Escolar – SGE,
em relação à conceituação de PTD, é possível o entendimento de que este se refere
ao instrumento que em suma serve para registrar o que se intenciona fazer, quando
e como fazer, e por fim a quem se destina. Portanto, como já dito anteriormente, é o
PTD que irá organizar os recortes dos conteúdos curriculares para um determinado
tempo ou período escolar, tomando-se por base os objetivos propostos, as
estratégias de ensino e as características dos alunados.
Diante das reflexões realizadas até o presente momento, percebe-se a
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dificuldade que permeia a distinção entre os dois institutos, planejamento de ensino
e PTD, também neste sentido caminham o entendimento dos estudiosos, ou seja, é
difícil estabelecer as fronteiras entre um e outro.
No entanto, é deveras possível falar em algumas particularidades
específicas de cada um, porém jamais será sensato separar um do outro, até porque
é o PTD que corporifica o planejamento de ensino, ou seja, é o documento em que
se vai registrar o objeto do ato consciente e organizado de planejar.
Neste diapasão, como já arduamente defendido, é preciso incutir na prática
do professor que o PTD tem caráter extremamente pedagógico, pois permitirá que
se não alcançado um objetivo planejado, seja possível buscar outros meios e
caminhos para que os alunos se apropriem do saber transmitido.
Diante do exposto, é possível afirmar que é preciso discutir o PTD de forma
participativa, tomando-se por base a escola, os alunados, os professores, os
funcionários e toda a comunidade que se encontra ao entorno da escola, como
forma de refletir coletivamente o agir no espaço escolar.
Ademais, é preciso ter claro que o caráter democrático da prática do
planejamento se vincula à necessidade de envolvimento de todos os segmentos da
escola na realização do trabalho escolar.
Diante disso, o PTD está intrinsecamente amarrado à organização coletiva da
escola, pois os conteúdos curriculares devem ser elaborados em consonância com
o projeto político pedagógico (PPP), e este por sua vez deve estar constituído de
base curricular (proposta pedagógica curricular) que ao mesmo tempo contemple a
realidade social e os saberes trazidos pelos alunos, sem perder de vista o ato de
ensinar, que se constitui pela transformação dos conhecimentos oriundos do senso
comum em saberes científicos.
Assim, é competência dos profissionais de ensino através do PTD selecionar
os conteúdos específicos referentes a cada disciplina, tomando-se por base os
saberes oriundos dos conhecimentos empíricos trazidos pelos alunos, sem perder
de vista a construção do conhecimento científico sistematicamente organizado.
Diante disso, confirma-se o entendimento de que o professor fará a
intermediação entre os saberes denominados de senso comum e os conhecimentos
intencionalmente acumulados pela humanidade ao longo dos tempos. Para tanto
fará uso do PTD como forma de organização e planejamento de seu agir intencional.
Por fim, é possível manter o entendimento de que o PTD mais do que um
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instrumento de registro do planejamento docente, se constitui em objeto
indispensável para o fazer pedagógico do professor, e será através deste que se
procederá a análise reflexiva da prática educativa realizada em sala de aula, bem
como só em posse de esses saberes, o professor tomará a elaboração e execução
do PTD como uma atividade de caráter estritamente pedagógica, e o perceberá
como um instrumento essencial à prática da atividade educacional, descobrindo a
razão da obrigatoriedade de sua construção.
3 DO DEVER LEGAL DE ELABORAÇÃO E CUMPRIMENTO DO PTD
Estabelecer a relação entre a obrigatoriedade de elaboração e cumprimento
do PTD e a questão da necessidade de sua compreensão como importante
instrumento de planejamento do ensino, se torna a nosso ver passo relevante no
resgate de sua motivação como fonte imprescindível de reflexão e organização da
prática docente em sala de aula.
Neste caminhar, é pretensão refletir sobre a questão legal do dever atribuído
a todo o professor de elaborar e cumprir o seu plano de trabalho, e de sua
percepção como instrumento que irá direcionar e nortear o agir docente em face da
proposta pedagógica curricular estabelecida pela escola onde atua.
Diante disso, é intenção apresentar subsídios teóricos que fundamentem o
entendimento do professorado em face das determinações legais que sustentam a
questão do dever de elaboração e cumprimento do PTD, resgatando ao mesmo
tempo a percepção deste como instrumento de organização da prática pedagógica
em sala de aula.
Por dever pode ser compreendido tudo aquilo que se tem a obrigação de
realizar, de fazer, de executar, ou seja, não é dada à pessoa a autonomia para
decidir sobre sua realização, deve-se cumprir em obediência aos dispositivos legais
(Leis, resoluções, instruções, editais, etc.) oriundos de uma autoridade
hierarquicamente superior.
Em mesma linha de entendimento caminha a teoria dicionarista ao definir que
dever “é ter que pagar, ter como dívida, ter dívidas, obrigações, obrigação, tarefa,
incumbência (LUFT, 2000, p. 243)”.
Assim, entende-se que ao se referir a um dever do agente institucional,
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busca-se estabelecer a incumbência e a obrigação em se realizar determinada
tarefa por força do cargo ou função que se desempenha.
Sendo assim, ao fazer parte do quadro de servidores do Estado, seja por
meio de contrato temporário ou por meio de concurso público, o professor passa a
ter uma relação empregatícia com este Ente Político e, por conseguinte, torna-se
sujeito de direito e obrigações para com o serviço público, devendo, portanto,
cumprir com o ônus que a profissão ostenta, e dentre estes afazeres se vislumbra o
dever de elaboração e cumprimento do PTD.
Vale destacar, que a observação dos deveres ou obrigações que a função a
ser desempenhada requer, tem a anuência do próprio servidor ao aceitar e assinar o
termo de posse, no caso dos professores concursados ou em razão da relação
contratual assumida pelo professor temporário.
Neste sentido, é dever inerente ao cargo ou função, e encontra respaldo em
vários dispositivos legais, com destaque para Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) – Lei 9.394/96, para as instruções e para as orientações
provenientes de expedientes oriundos da SEED, no caso do Estado do Paraná.
De imediato, destaca-se a legislação mandamental estatuída pela LDB,
especificamente a descrita no art. 13, II, do respectivo ordenamento jurídico.
Art.13. Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino: II – elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica
do estabelecimento de ensino; III – zelar pela aprendizagem dos alunos; IV – estabelecer estratégias de recuperação para alunos de menor
rendimento; V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade (BRASIL, 1996, p. 26).
Portanto, conforme apregoa o artigo em discussão, cabe aos docentes a
elaboração e o cumprimento do PTD, também, que a estes são incumbidos os
deveres de se dedicarem integralmente aos períodos destinados à confecção dos
planejamentos de ensino.
Vale ainda registrar, que embora a determinação expressa no inciso II, do
Artigo em destaque, expresse somente o vocábulo plano de trabalho, a terminologia
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se refere ao plano de trabalho docente, pois trata das incumbências destinadas aos
docentes, e, portanto, torna-se cristalina a intencionalidade da norma de se referir à
questão do plano de trabalho cuja competência principal se volta aos professores e
professoras que fazem parte dos estabelecimentos escolares.
Igualmente às determinações expressas na Lei Nº 9.394/96, vistas
anteriormente, vale ainda ressaltar, que em face do estado do Paraná, a Secretaria
de Estado da Educação - SEED regula em vários dispositivos legais a questão da
obrigatoriedade de elaboração e cumprimento do PTD por parte dos profissionais do
ensino, com destaque para os docentes e também para os pedagogos.
A título de conhecimento, iremos destacar os editais 10 e 11/2007 –
GS/SEED, que estabeleceram as regras para o concurso público de ingresso no
magistério do Estado do Paraná2.
O Edital nº 10/2007, no relacionado às atribuições das funções inerentes ao
cargo de pedagogo determina que:
[...] conforme o Projeto Político Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e as Políticas Educacionais da SEED; coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico a partir da Proposta Pedagógica Curricular e do Projeto Político Pedagógico da Escola; participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como do processo de aquisição de livros e periódicos; orientar o processo de Elaboração dos planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de professores da escola, promovendo estudos sistemáticos, troca de experiências, debates e oficinas pedagógicas, [...], (PARANÁ, GS/SEED, 2007). (Grifo Nosso).
Assim, ao ingressar na carreira do magistério como pedagogo, este
profissional do ensino precisa ter claro as suas competências, ou seja, carece ter
ciência das funções que irá desempenhar como servidor público, em especial como
agente educacional de ímpar importância para o processo de ensino e
aprendizagem.
Diante disso, sustenta-se a afirmativa de que dentre as diversas atribuições
de competências atinentes ao cargo de pedagogo, se sobressai a função de orientar
o processo de elaboração do PTD, para tanto, precisa este profissional auxiliar todos
os docentes que fazem parte do estabelecimento de ensino, seja através de
2 Os editais ainda estão em vigor.
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sugestões de atividades, de apresentação de bibliografias, de auxílio na seleção de
conteúdos curriculares e no uso de metodologias adequadas. Enfim, precisa dar
subsídios para que o professor estruture sua prática pedagógica através de uma
teoria que possibilite alcançar os objetivos a que se propõe.
É importante frisar, que o pedagogo não irá direcionar a prática pedagógica
do professor, nem determinar por qual caminho deve seguir, mas deverá apresentar
teorias que proporcione a fundamentação segura de sua prática.
Portanto, cabe ao pedagogo oferecer possibilidades, porém o caminhar só
poderá ser realizado pelo próprio professor, uma vez que é este profissional o
detentor dos conhecimentos específicos de sua disciplina.
Visto o dever de orientação atribuído ao pedagogo no relacionado à tarefa de
construção do PTD, abaixo será apresentado mais um dispositivo legal que regula
sua construção e execução, porém no relacionado à competência exclusiva do
professorado.
Estatui o Edital nº 11/2007, que entre as obrigações dos professores do
quadro próprio do magistério, está o dever de:
[...] contribuir para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico dos Estabelecimentos de Ensino em que atua; elaborar o planejamento anual e de aulas de sua área/sub-área, zelando pelo seu cumprimento em consonância com a proposta do estabelecimento de ensino e tendo como norteador os princípios contidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais e políticas da SEED para a educação profissional; estabelecer a relação teoria-prática no desenvolvimento das atividades curriculares de acordo com os conhecimentos disciplinares selecionados, atendendo as características do curso [...], (PARANÁ, GS/SEED, 2007). (Grifo Nosso).
Observa-se, que o referido edital regulador do concurso, trata do dever do
professor de elaborar o planejamento anual e de aulas, assim, os preceitos contidos
neste dispositivo tem a intencionalidade de tonar clara quais são as funções
daqueles que ingressam no magistério em face do PTD.
Assim, o professor por força da assunção dos deveres atinentes à função
docente tem a obrigação de elaborar e de cumprir as atividades pedagógicas
contidas no Plano de Trabalho Docente.
Como já visto, é de suma importância reafirmar que o PTD deve estar em
consonância com a proposta pedagógica curricular (PPC) do estabelecimento de
ensino, com o projeto político pedagógico e com as políticas educacionais
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emanadas da Secretaria de Educação - SEED/PR. Também, que é preciso estar
atento aos conteúdos curriculares específicos, uma vez que a seleção destes
saberes necessariamente precisa ser precedida de rigorosa análise, tomando-se por
base àqueles que têm significado para o aprendizado dos alunos.
Por fim, conclui-se que o professor tem por força de lei o dever funcional de
elaborar e executar o PTD, o qual por sua vez deve estar em consonância com a
proposta pedagógica curricular do estabelecimento de ensino em qual atua.
Entretanto, é necessário incutir na prática pedagógica do professor a
compreensão de que a elaboração do PTD, mais do que uma obrigação instituída
por determinação legal, se constitui em ação pedagógica essencial ao ensino e a
aprendizagem, bem como é através deste instrumento educacional que se torna
possível a percepção de qual procedimento didático está dando certo e qual precisa
ser reformulado.
Em suma, é a utilização do PTD como instrumento essencialmente
pedagógico que vai oferecer subsídios para que o corpo docente defina os
conteúdos curriculares que serão objetos de ensino.
Além disso, é preciso ter a compreensão de que não se trata de qualquer
planejamento, mais sim de um plano de trabalho que tenha em sua confecção a
participação de todos os sujeitos que de forma direta ou indireta interagem no
processo educativo, bem como deve necessariamente seguir critérios que o
expressem como instrumento mediador entre o professor e o seu fazer pedagógico.
4 BREVE ANÁLISE DO MODELO DE PTD OFERTADO PELA SEED-PR
A Secretaria de Estado da Educação (SEED/PR) por intermédio do
Departamento de Educação Básica (DEB) tem encaminhado aos estabelecimentos
da rede pública de ensino um modelo de PTD, o qual tem servido de parâmetro para
a organização e execução das atividades curriculares a serem desenvolvidas nas
escolas de ensino fundamental e médio do estado do Paraná.
Por este instrumento de planejamento, os conteúdos curriculares podem ser
organizados de forma mensal, bimestral, trimestral e semestral, a depender da
preferência do professor e da proposta pedagógica de cada estabelecimento de
ensino.
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Destarte, que se trata de um documento ‘modelo’, portanto, não vem
carregado de obrigatoriedade de realização exatamente nos moldes que foi
proposto, em oposição à autonomia dos professores de elaborarem seu próprio
PTD.
Porém, ao que pese ser sua utilização nos moldes como está posto, um
instrumento modelo, recomenda-se a sua utilização em face da forma como foi
pensado e construído, uma vez que sua organização possibilita ao corpo docente
que o planejamento dos conteúdos curriculares se realize de forma sistemática e
intencional.3
Neste sentido, analisar os elementos constitutivos do PTD utilizado pelo
estabelecimento de ensino parece ser a principal e mais importante finalidade deste
estudo, uma vez que a dificuldade de compreensão e clareza acerca de cada um
deles, pode se caracterizar como uma das razões ou fator motivador da aversão de
professores e professoras ao ato de planejar.
Tais percepções são compreensíveis, pois em toda e qualquer situação é
deveras difícil defender com clareza aquilo que não se compreende, e muito mais
complexo ainda é justificar a necessidade de elaboração e execução de algo que se
desconhece.
Assim, não estando em posse de saberes que possibilitam a compreensão do
que se está fazendo, por que se está fazendo e principalmente para quem se está
fazendo, os docentes percorrem o caminho mais fácil, ou seja, passam a defender a
idéia de que a construção do PTD é desnecessária, uma vez que se traduz por mero
preenchimento de formulário preestabelecido, cuja finalidade é somente burocrática
e não pedagógica, e, portanto, justificam-se ações tais como cópias ou reproduções
de formulários preenchidos em anos anteriores, sem qualquer preocupação com a
análise do que deu certo ou do que não deu certo e precisa ser replanejado.
Diante disso, é pretensão buscar subsídios teóricos que fundamentem o
entendimento do professorado acerca dos vários elementos que constituem o PTD,
e assim, possam compreender a real finalidade do planejamento de ensino como
ação insubstituível na busca da melhoria da qualidade do ensino e da
aprendizagem.
3 Recentemente abriu-se proveitosa discussão em face das chamadas “expectativas de aprendizagem”, porém,
não é mansa e pacífica sua definição, já que prevalece dúvidas sobre sua distinção em relação aos já existentes “objetivos (justificativas)”.
16
Feitas as considerações iniciais, o documento é estruturado em 05 (cinco)
partes, a saber: conteúdos; justificativa; encaminhamento metodológico e recursos;
avaliação e referências. Vejamos cada uma delas:
Conteúdos: Definidos por conteúdos estruturantes, ou seja, saberes – conhecimentos de grande amplitude, conceitos ou práticas – que identificam e organizam os diferentes campos de estudo das disciplinas escolares, sendo fundamentais para a compreensão do objeto de estudo das áreas do conhecimento (Arco-Verde, 2006). O desdobramento dos conteúdos estruturantes em conteúdos específicos será feito pelo professor em discussão com os demais professores da área que atuam na escola. O professor deve dominar o conteúdo escolhido em sua essência, de forma a tomar o conhecimento em sua totalidade e em seu contexto, o que exige uma relação com as demais áreas do conhecimento. Esse processo de contextualização visa a atualização e aprofundamento do conteúdo pelo professor, possibilitando ao aluno estabelecer relações e análises críticas sobre o conteúdo. Objetivos (justificativa): Referem-se às intenções educativas. Expressam as intenções de mudanças no plano individual, institucional e estrutural. Estão voltados aos conteúdos e não às atividades. Explicita a escolha dos conteúdos estruturantes e específicos como opção política, educativa e formativa. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos: O conjunto de determinados princípios e recursos para chegar aos objetivos, o processo de investigação teórica e de ação prática. Critérios e instrumentos de avaliação/recuperação: Critérios definem os propósitos e a dimensão do que se avalia. Para cada conteúdo precisa-se ter claro o que dentro dele se deseja ensinar, desenvolver e, portanto, avaliar. Os critérios refletem de que forma vai se avaliar, são as formas, previamente, estabelecidas para se avaliar um conteúdo. Deve constar a proposta de recuperação dos conteúdos. Referências: As referências permitem perceber em que material e em qual concepção o professor vem fundamentando seu conteúdo. Fundamentar conteúdos de forma historicamente situada implica buscar outras referências, não sendo, portanto o livro didático o único recurso (SEED, 2006).
Como visto, no PTD os conteúdos básicos terão abordagens diversas a
depender dos fundamentos que recebem de cada conteúdo estruturante e quando
necessário, serão desdobrados em conteúdos específicos, sempre se considerando
o aprofundamento a ser observado para a série e etapa de ensino.
É preciso ainda construir o entendimento de que a partir dos conteúdos
estruturantes, o professor tem competência para organizar os conteúdos
específicos, tarefa que deverá estar associada aos demais professores que atuam
17
em mesma ou áreas afins. Neste sentido, a relação dos conteúdos planejados por
uma disciplina exigirá sempre uma complementaridade com os conteúdos de outras
disciplinas, numa ampla visão de totalidade dos conhecimentos.
Neste caminhar, ao perceber que os saberes não são isolados, ou seja, não
estão em compartimentos ou gavetas específicas, e sendo responsabilidade
somente de uma disciplina, os alunos percebem que os conhecimentos fazem parte
de um todo, que apenas estão subdivididos em disciplinas, pelo simples motivo de
organização didática, cujo fim não é outro senão sistematizar o ensino para facilitar a
aprendizagem.
Em relação à justificativa dos conteúdos, cabe ao professor explicitar o
porquê da escolha e da relevância do aprendizado daquele conteúdo para o
alunado.
Já ao se referir ao encaminhamento metodológico e aos recursos didáticos o
professor deve ter claro como se realizará o desenvolvimento das aulas diante dos
recursos que por ele serão utilizados, trata-se de organizar o andamento da prática
na sala de aula.
É importante ainda lembrar que a utilização do recurso didático adequado irá
inibir a improvisação e o fazer por fazer, somente para preencher as lacunas do não
planejamento, em nome de uma falsa flexibilidade de ação.
Por fim, em relação aos critérios e instrumentos de avaliação e a recuperação
paralela, o professor deve utilizar o instrumento que melhor for adequado à
verificação da aprendizagem pretendida (provas, exercícios, trabalhos escritos,
testes, observações, etc.), de acordo com a proposta pedagógica em face das
particularidades previstas no regimento interno da escola.
É preciso ainda destacar, que é direito do aluno conhecer os critérios de
avaliação utilizados pelo estabelecimento de ensino, bem como lhe é assegurado de
mesma forma a oportunidade de recuperação dos conhecimentos não apreendidos,
e que por outro lado é dever da escola propiciar mecanismos para estes se realizem.
4.1 Da análise do PTD utilizado pelo Estabelecimento de ensino
O Colégio Estadual Júlia Wanderley-EFM, utiliza como referencial o PTD
semestral, e todos os professores e professores utilizam o modelo ofertado pela
SEED/PR.
18
Em breve análise comparativa realizada no Plano de Trabalho Docente de
algumas disciplinas4, referente aos anos de 2010 e 2011, observou-se que as
amostragens não apresentavam inovações e/ou qualquer espécie de alteração ou
ressalva em face de um ano para o outro.
Em regra, os professores e professoras em sua totalidade, optaram por
manter no ano de 2011, o mesmo planejamento trabalhado no ano de 2010.
Diante disso, conclui-se que são cópias do ano imediatamente anterior, já que
não houve qualquer alteração na metodologia de trabalho utilizada pelo professor,
mesmo mantendo-se a percepção de que se está diante de uma nova clientela,
cujas características nem sempre são equivalentes.
De mesma forma não se percebeu alterações significativas em face dos
conteúdos estruturantes, já que em regra são os mesmos trabalhados nos anos
anteriores, apesar do significativo número de reprovações e do abandono
detectados no ano letivo de 20115.
Sendo assim, é seguro afirmar que o fracasso escolar (reprovação e
abandono) não são objetos considerados por ocasião da elaboração do PTD, bem
como não prevalece o cuidado em se planejar de forma diferenciada as atividades
educacionais e/ou ações que não lograram êxito no ano anterior. Desta forma, o
PTD tornou-se apenas um instrumento de construção obrigatória, não se atribuindo
a este o caráter eminentemente pedagógico de sua elaboração e cumprimento.
4.2 Do binômio – PTD e Livro de registro de classe
Em breve pesquisa documental realizada com o intuito de comparar os
conteúdos curriculares contidos no PTD e aqueles escriturados no livro de registro
de classe, constatou-se que todos estavam de acordo com os recortes planejados
para a respectiva etapa letiva.
Sendo assim, se mantém a assertiva de que de forma generalizada os
conteúdos estruturantes foram trabalhados de forma efetiva conforme o
planejamento de ensino ou o professor manteve o registro de forma a adequá-los ao
4 Optou-se por não divulgar os nomes das disciplinas pesquisadas, por se entender que ao torná-las pública, os
professores também seriam identificados, e assim poderiam ocorrer constrangimentos para o professor responsável pela elaboração do respectivo PTD. 5 Conforme dados do Ideb, o índice de abandono e repetência no ano de 2011 foi de 21% (fonte:
HTTP//sistemasideb.inep.gov.br/resultado).
19
Plano de Trabalho Docente. Desta forma, não é seguro a emissão de um parecer
conclusivo, pelo motivo de que o pesquisador somente procedeu a analisar
comparativamente os conteúdos curriculares registrados no livro de registro de
classe com os elencados no PTD6.
5 DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA
Para a implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola, o
encaminhamento metodológico seguido foi o da pesquisa qualitativa, onde de início
se realizou criteriosa pesquisa bibliográfica com o escopo de garantir uma segura
fundamentação teórica.
Feito isso, deu-se forma à pesquisa de campo, através de coleta de dados e
informações oriundos da aplicação de questionários, e de reuniões que foram
realizadas com o público alvo (professores) utilizando-se o espaço disponível, que
em regra se traduziu na utilização da hora-atividade e parcos grupos de estudos.
Também se realizou importante pesquisa documental mediante a análise
comparativa entre o PTD e a escrituração contida no livro de registro de classe dos
professores, bem como do estudo envolvendo o Projeto Político Pedagógico (PPP),
as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) e a Proposta Pedagógica Curricular
(PPC) do estabelecimento de ensino.
5.1 Da escola de implementação e do público objeto da intervenção
O presente estudo se realizou no Colégio Estadual Júlia Wanderley-EFM, de
Jaboti. Este estabelecimento de ensino se reporta de forma administrativa e
pedagógica ao 32º Núcleo Regional de Educação de Ibaiti, tem como entidade
mantenedora o governo do estado do Paraná, e como parceira a Escola Municipal
Professora Maria Lenira de Carvalho, funcionando em mesmo prédio, na forma de
dualidade administrativa.
6 Este entendimento não pode ser comprovado, uma vez que os livros de registro de classe não foram
analisados à luz dos cadernos dos alunados.
20
A escola pesquisada possui em torno de 663 (seiscentos e sessenta e três)
alunos, destes 395 (trezentos e noventa e cinco) estão no ensino fundamental e 268
(duzentos e sessenta e oito) se encontram matriculados no ensino médio.
O estabelecimento de ensino funciona em três turnos (matutino, vespertino e
noturno), sua clientela é marcada pela proporcionalidade entre alunos oriundos da
zona rural e alunos provenientes da zona urbana, não havendo diferenças
significativas.
Por sua vez, o grupo focal ou o público objeto da intervenção a ser alcançado,
se resumiu a 30 (trinta) professores efetivos, além de 09 (nove) professores
contratados pelo PSS (processo seletivo simplificado).
Todos os professores receberam o questionário, porém nem todos
responderam e devolveram a pesquisa, dados que serão discutidos logo abaixo.
5.2 Da coleta de dados e Informações
Para a coleta de dados e informações, objetos iniciais desta pesquisa foram
elaborados questionários investigativos voltados exclusivamente ao entendimento
das percepções que carregam em sua prática os professores e professoras do
Colégio Estadual Júlia Wanderley de Jaboti.
O questionário elaborado para a pesquisa contém em sua estrutura
organizacional 5 (cinco) questões, sendo todas de cunho fechado.
TABELA 1: Percentual do grupo focal pesquisado.
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Nº de Questionários Enviados 39 100%
Nº de Questionários Devolvidos Nº de Questionários Não Devolvidos
30
09
77%
23%
Total 39 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
Foram distribuídos 39 questionários (Tabela 1), conforme o número total de
professores e professoras que se encontravam à época na escola.
21
Dos 39 questionários enviados ao grupo focal, 30 retornaram, ou seja, 77%
(setenta e sete por cento) dos professorados participaram efetivamente da pesquisa,
conforme se demonstra no gráfico abaixo, dado que seguramente viabiliza e valida
os resultados da pesquisa.
TABELA 2: A LDB – Lei Nº 9.394/96, em seu art. 13, II, define que é dever do
professor a elaboração e o cumprimento do plano de trabalho. Nesse sentido, você
acredita que o PTD (plano de trabalho docente) cumpre as funções de orientação e
direcionamento do trabalho docente?
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Sim
Não
23
07
76.4%
23.6%
Total 30 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
Elaborou-se a interrogativa, com o fim de perceber as expectativas que os
docentes carregam em relação as finalidade de orientação e direcionamento das
práticas pedagógicas presentes na elaboração do PTD.
Como resultado, pode-se observar que em sua grande maioria (76.4%) dos
professores e professoras guardam o entendimento de que o planejamento de
ensino alcança o fim de orientar, ou seja, de dar um direcionamento aos conteúdos
curriculares em razão das expectativas de aprendizagem pretendidas para o
momento educacional planejado.
Por outro lado, ficou demonstrado que 23.6% dos entrevistados entendem
que o planejamento de ensino não orienta e nem direciona o fazer pedagógico.
TABELA 3: Você utiliza o plano de trabalho docente - PTD como instrumento de
planejamento e de replanejamento das práticas de ensino?
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Sim
Não
18
12
60%
40%
Total 30 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
22
Observa-se a relevância das informações colhidas na presente pesquisa, em
face de que 60% dos docentes pesquisados afirmaram que utilizam o PTD como
instrumento de planejamento e/ou replanejamento das práticas de ensino, e diante
disso, é possível guardar o entendimento de que a maioria dos professorados
planeja os conhecimentos a serem compartilhados com os educandos, bem como
estão envoltos a replanejar as ações que não lograram o êxito pretendido.
Porém, é deveras preocupante, o entendimento de que 40% dos
entrevistados não utilizam o PTD como fonte de planejamento e replanejamento das
práticas de ensino.
O presente dado remete à percepção de que parte significativa dos
educadores não está planejando as aulas de forma adequada, o que guardadas as
devidas proporções pode levar ao entendimento de que ou os docentes acreditam
que detém “todos” os conhecimentos, em face da experiência profissional, ou, em
nome de uma possível flexibilização do plano de trabalho, estão improvisando os
conteúdos curriculares trabalhados em sala de aula.
TABELA 4: Em sua opinião o Plano de Trabalho Docente – PTD apresenta cunho
essencialmente pedagógico ou simplesmente se torna mais uma tarefa burocrática,
a ser realizada pelo professor:
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Sim
Não
15
15
50%
50%
Total 30 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
Dados importantes foram colhidos no presente questionamento, cujo objetivo
se pautou na investigação sobre a visão que os docentes pesquisados guardam em
relação á problemática motivadora da presente pesquisa, onde se levantou a
hipótese de que os professores e professoras do estabelecimento de ensino em
estudo, detinham o entendimento de que o PTD serve mais a fins burocráticos, do
que a cumprir sua real finalidade pedagógica. Porém, a hipótese levantada não se
confirmou em sua plenitude, e também não foi majoritariamente negada, uma vez
23
que 50% dos entrevistados afirmaram que o PTD apresenta cunho essencialmente
pedagógico, e 50% acreditam que se está diante de mais uma tarefa burocrática a
ser realizada pelo professor.
TABELA 5: Ao planejar o ensino e a aprendizagem (conteúdos, objetivos,
estratégias, etc.), você procura utilizar o PTD como fonte avaliadora do processo de
ensino e aprendizagem?
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Sim
Não
18
12
60%
40%
Total 30 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
A avaliação da aprendizagem se constitui em um dos principais componentes
do PTD, entretanto, é possível afirmar que ao avaliar o conhecimento dos
educandos, o professor também tem a possibilidade de avaliar o seu próprio
trabalho.
Sendo assim, elaborou-se a presente questão com o fim de buscar o
entendimento a respeito da utilização do planejamento de ensino como fonte
avaliadora do processo de ensino e aprendizagem.
Constatou-se que 60% dos docentes utilizam o PTD como fonte avaliadora do
processo de ensino e aprendizagem. No entanto, 40% utilizam o planejamento como
um fim em si mesmo, ou seja, não toma os resultados avaliativos como fonte
primordial de busca da melhoria da qualidade de ensino, através de um
redirecionamento das ações que não alcançaram os objetivos.
Por este entendimento, percebe-se que a avaliação do ensino e da
aprendizagem serve apenas para se atribuir uma nota ao aluno, o que comumente
vai definir sua aprovação ou reprovação.
Por derradeiro, é preciso cultivar na prática pedagógica do professorado que
o PTD é também um instrumento avaliativo que serve para conhecer os avanços e
as limitações dos alunados, e, com efeito, seja possível construir outros caminhos
para que os alunos se apropriem dos conhecimentos de forma significativa.
24
TABELA 6: O Plano de Trabalho Docente – PTD elaborado por sua disciplina está
em consonância com o PPP e com a proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino?
Área Pesquisada Frequência Frequência Relativa
Sim
Não
27
03
90%
10%
Total 30 100%
Fonte: CEJW de Jaboti, ano de 2011.
Ao analisar a afirmativa de que 90% dos professores e professoras entendem
que o PTD por eles elaborado está de acordo com as finalidades e expectativas,
constante no Projeto Político Pedagógico e na Proposta Pedagógica Curricular do
estabelecimento de ensino, é possível manter o entendimento de que ao elaborar o
planejamento existe a preocupação de se atender às legislações pertinentes, e ao
mesmo tempo, mantém-se o cuidado em se adequar o conhecimento à realidade
local, e para tanto, leva-se em consideração todos os condicionantes sociais
presentes no interior da escola, sem perder de vista o objetivo principal da escola
que é o ensinar e ensinar bem.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Elaborar uma reflexão crítica sobre as reais finalidades do dever de
elaboração e cumprimento dos planos de trabalho pelos professores da rede pública
de ensino do estado do Paraná, como já dito anteriormente, foi a principal pretensão
desta pesquisa.
Para tanto, a problemática levantada por ocasião do projeto que originou este
estudo partiu do pressuposto de que os professores e professoras do Colégio
Estadual Júlia Wanderley-EFM de Jaboti, estado do Paraná, Núcleo Regional de
Educação de Ibaiti, em sua grande maioria, percebiam o PTD como uma tarefa de
caráter estritamente burocrática, servindo unicamente ao cumprimento de mais um
dos deveres que o exercício do magistério exige.
25
Como forma de se buscar resposta à hipótese levantada, optou-se por
realizar o estudo de forma qualitativa, através de pesquisa bibliográfica e de campo.
Concluído os estudos, foi possível manter a afirmativa de que a hipótese
investigada se realizou, senão em sua plenitude, porém, em percentual significativo,
uma vez que 50% dos educadores afirmaram que o PTD apresenta características
burocráticas, servindo em regra, como instrumento de controle a ser utilizado por
parte dos pedagogos, no sentido de fiscalizar e/ou acompanhar o trabalho
pedagógico a ser desenvolvido em sala de aula.
Diante disso, chegou-se ao entendimento de que é preciso criar ou recriar nos
professorados a cultura do planejamento de ensino, em especial do ato intencional
de planejar as atividades curriculares a serem trabalhadas no cotidiano da escola, e,
por conseguinte na sala de aula. Para tanto, é necessário atuar na esfera do
convencimento do professor, para que este agente assuma o papel que lhe é de
direito no processo educacional, de pesquisador, de planejador e de executor do
plano de trabalho.
Também, como já explanado na inicial deste trabalho, pretendeu-se buscar
ao final deste estudo respostas para algumas das principais indagações que
comumente os docentes guardam em relação à tarefa de elaboração e cumprimento
do PTD, vejamos:
1. Quais foram os fatos que motivaram o professorado a criar a percepção de que o
PTD não cumpre com as funções de orientação e direcionamento da prática
pedagógica?
Para este questionamento, após as investigações realizadas é possível
manter a afirmativa de que aos olhos de grande parte dos professorados o PTD não
vem cumprindo com as finalidades a que destina, pois de forma generalizada após a
sua elaboração, os planos são arquivados, engavetados, e raramente existe uma
retomada de suas ações.
Planos semestrais ou anuais, a nosso ver favorecem este “esquecimento”,
pois, ao cumprir com o mero dever de elaboração somente no início do ano letivo, o
professor entende que termina aí sua tarefa, diante disso, esquece que o PTD é um
instrumento dinâmico, vivo, que precisa estar sempre à mão, e constantemente
realimentado.
Sendo assim, entende-se que apesar de mais trabalhosos os planos de
ensino bimestrais seriam uma boa medida, para que não fiquem no esquecimento, já
26
que ao estabelecer ações a curto e médio prazo se abriria a possibilidade de que a
prática pedagógica fosse revista em espaço mais curto de tempo.
2. Por que o professor não utiliza o PTD como instrumento de reflexão,
planejamento e replanejamento das práticas de ensino?
Acredita-se que esta questão em muito tem contribuído para a descrença do
PTD como instrumento de mediação entre os saberes e o fazer pedagógico, uma
vez que em regra os educadores não utilizam o plano de ensino como instrumento
de reflexão, planejamento e replanejamento das práticas de ensino. Tal situação se
deve ao fato de que em sua grande maioria os professores percebem o PTD como
um instrumento estático, acabado, e sendo assim, não se preocupam em retomar as
ações que não alcançaram as expectativas de aprendizagem previstas para a
respectiva etapa de ensino.
Por tudo isso, mantém-se o entendimento de que as obrigações do professor
terminam com a entrega em tempo hábil do PTD ao pedagogo ou a equipe diretiva.
Observa-se como ponto agravante da situação o fato de que muitas escolas
“guardam” os planos de trabalho em local de difícil acesso, e para se chegar a eles o
professor precisa de autorização expressa da chefia.
Aconselha-se deixar cópias na sala dos professores para estes tenham
acesso ao planejamento sempre que necessitem, também, na biblioteca, e/ou ainda
disponíveis na rede como forma de se dar publicidade ao trabalho pedagógico
realizado pela escola.
3. Será a elaboração e o cumprimento do PTD uma tarefa essencialmente
pedagógica ou mais uma obrigação burocrática, cujo fim é servir de controle sobre o
fazer do professor em sala de aula?
Indubitavelmente, o PTD é um instrumento pedagógico em toda a sua
dimensão, não é possível imaginar que um professor, não faça uso efetivo do
planejamento de ensino. Seria inviável pensar a aprendizagem sem o ato intencional
e sistemático de se planejar o que fazer, como fazer, quando fazer e para que fazer.
Sendo assim, é preciso atuar junto ao coletivo da escola no sentido de criar
ou recriar a crença na finalidade pedagógica do Plano de Trabalho Docente.
4. É possível o PTD ser considerado um instrumento de planejamento que pode ser
utilizado também como fonte avaliadora do processo de ensino e aprendizagem?
Perceber quais os objetivos educacionais que foram ou não foram
alcançados, se as estratégias de ensino deram ou não deram certo, se o aluno
27
conseguiu se apoderar de forma significativa dos conteúdos trabalhados são
funções que um bom plano de trabalho desempenha no cotidiano da escola. Por
conseguinte, é possível manter a afirmativa de que o PTD é uma constante fonte de
realimentação dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula,
desempenhando ainda importante papel no sentido de possibilitar que o processo de
ensino como um todo seja repensado sempre que necessário for.
5. Ao elaborar o PTD, o professor analisa se os conteúdos curriculares selecionados
estão em consonância com projeto político pedagógico e com a proposta
pedagógica curricular do estabelecimento de ensino?
Esta é uma prática que precisa ser incentivada dentro dos estabelecimentos
escolares, é fundamental que os educadores conheçam as principais leis que regem
o funcionamento da escola, e em especial o Projeto Político Pedagógico, as
Diretrizes Curriculares Estaduais, a Proposta Pedagógica Curricular do
Estabelecimento de Ensino, enfim, saiba qual é a filosofia, e o norte que segue a
escola em que trabalha, e ainda qual o perfil de sua clientela. Sem estes
conhecimentos é difícil imaginar que os conteúdos previamente selecionados
venham a atingir as expectativas de aprendizagem planejadas para a etapa escolar.
Em síntese, são estas as considerações finais apresentadas como fecho para
este estudo científico, onde foi possível comprovar avanços significativos no
entendimento e na compreensão de que é preciso retomar a cultura do
planejamento de ensino, e que para tanto é necessário atuar na esfera do
convencimento do professor, demonstrando as finalidades pedagógicas de sua
elaboração e cumprimento.
Finalmente, prevalece a certeza da validade desta pequena contribuição para
todo aquele que acredita no poder construtivo da educação, e mais ainda que é
possível sim, mesmo através de pequenos ensaios colaborar para a melhoria do
ensino e da aprendizagem de nossos educando, razão maior da existência da
escola pública.
28
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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www.diaadiaeducacao.pr.gov.br. Acesso: 16/02/2012.
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