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Suicídio
Ivete Contiéri FerrazMédica PsiquiatraCuritiba-Pr2011
Suicídio
“dar a morte a si mesmo; matar-se, causar a própria ruína.”(FERREIRA, A.B.H.2004, p.755)
"todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir este resultado". (Durkheim)
FENÔMENO COMPLEXO Envolve as áreas de saúde, teologia, filosofia,
sociologia, artes, literatura.
Suicídio
Ação voluntária de matar a si mesmo, envolvendo uma tríade:
a vontade de morrer, de ser morto e de matar Cataldo Neto A , et. Al,
1998
História
Primeira utilização do termo: 1642 Vikings: forma condecorosa e honrosa Esquimós: anciãos se retiram para não trazer peso
para seu povo Viúvas Hindus cometaim suicídio Suicídios coletivos: índios américas, caso de
Massada Gregos: crime hediondo Romanos: penalizavam por questões econômicas
História
Início do Cristianismo: martírio era visto como uma forma de se chegar ao paraíso;
Sec IV: Sto Agostinho condena o suicídio – passa a ser considerado crime e só a tentativa já levaria a excomunhão;
Sec XII: São Tomás de Aquino: o suicida não seria enterrado em terras cristãs;
História
Humanismo Renascentista: Montaigne – “Costume da ilha de Quios” – não defende a morte voluntária universal, queria apenas compreendê-la quando ocorria em determinadas circunstâncias;
1621: Richard Burton – Anatomia da Melancolia – componente somático em relação a esse tipo de morte.
Durkheim: o Suicídio – obra sociológica
Epidemiologia
OMS: mortalidade por suicídio aumentou em 60% nos últimos 45 anos;
Os maiores coeficientes de suicídio mudou da faixa mais idosa para faixa entre 15 e 45 anos;
No ano 2000, aproximadamente um milhão de pessoas cometeram suicidio e um número 10 a 20 vezes maior de pessoas tentaram o suicídio. Isso representa uma morte a cada 40 segundos.
Epidemiologia
Em indivíduos entre 15 e 44 anos , o suicídio é a sexta causa de incapacitação;
Para cada suicídio há em média, 5 – 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas;
Apesar do Brasil estar entre os países com baixas taxas de suicídio (3,9 a 4,5 para cada 100mil habitantes/ano), está entre os países com maior número absoluto por ser país muito populoso.
Psicopatologia
Continuum Suicida
Ideação
Tentativas
Suicídio Consumado
Werlang e Botega, 2004; Bahls, 2004
Psicopatologia
Ideação Suicída
Ameaças de suicídio
Tentativas de suicídio
Suicídio Consumado
Psicopatologia
Quebra da Pulsão instintiva de vida
Síndrome Pré-Suicída Impulsos patológicos que englobam o comportamento suicída,
auto-mutilações e auto-agressões
Distorções perceptivas
Ponderação, reflexão e execução da vontade estão prejudicadas
Humor após a decisão= há redução da ansiedade
Constrição cognitiva
Psicopatologia
Características Comuns na mente do suicída: 1- Ambivalência: muito mais o desejo de viver sem
sofrimento do que de morrer.
2- Impulsividade: transitório, duração de minutos ou horas.
3- Rigidez: constritos a idéia suicida. Não veêm outra saída.
Psicopatologia
Motivação e significado: 4 temas
Suicídio como luta Suicídio como fuga Suicídio como medo Suicídio como peso
Murray, 1967
Psicopatologia
1- Idéias de morte; 2- Idéias suicídas; 3- Desejo de suicídio; 4- Intenção de suicídio; 5- Plano de suicídio; 6- Tentativas de suicídio; 7- Atos impulsivos; 8- Suicídio
Suicídio
Prevenção
Intervenção
Posvenção
Primária
Secundária
Terceária
Acesso a informação
Acesso a armas
Álcool
Chumbinho e pesticidas
Dx precoce de Transt. Psiq.
Antidepressivos
Integração de linhas de socorros imediatos
Tentativas anteriores
FATORES DE RISCO NA ADOLESCÊNCIA = gravidez, abuso de substâncias, questões relacionamento afetivos
Fatores de Riscos
Fatores de risco proximais:
nem suficientes nem necessários – mas podem ser desencadeantes.
Fatores de risco distais: necessários mas insuficientes.
FATORES DE RISCO PROXIMAIS + DISTAIS = SUICIDIO!!!!
Fatores de Risco
fatores de riscos modificáveis: a depressão, que, com tratamento adequado e eficaz, progride a um potencial de letalidade menor. Intoxicação pelo
fatores não modificáveis: a história pregressa do indivíduo, a história familiar e aspectos como sexo e idade, podendo também estar incluso o desemprego e as dificuldades financeiras, que são fatores de difícil transformação, pelo menos em curto prazo.
álcool.
Fatores de Risco
Intoxicação por Álcool/ Dependência
Internamento em Hospital Geral
Tentativas Prévias
Fatores de Risco/ Álcool
Álcool = fator de risco proximal e distal 50% das vezes de tentativas há intoxicação pelo
álcool; Álcool aumenta a expresão da agressividade,
diminui o medo e aumenta a impulsividade. Álcool = aumenta taxa de suicídio e homicídio. 3 características marcam o ato suicída produzido
por alcoólatrasImpulsividade da tentativa
Aumento do consumo de álcool na véspera
Intoxicação alcoolica precedendo a tentativa
Fatores de Risco/ HG
Hospital Geral
Risco 3 a 5 x maior!!!
Idade avançada, doenças orgânicas incapacitantes, perda da mobilidade, dor crônica intratável e lesões desfigurantes, sindromes cerebrais orgânicas, delirium.
Fatores de Risco/ TP
Tentativas Prévias
MAIOR FATOR DE RISCO
Até 6 meses = muito alto
1 mês ou menos = altíssimo!!
Atendimento Médico
Fortes sentimentos no médico examinador; Relutância em falar do assunto – ansiedade
de cometer erro; Tempo e energia emocional gastos são
consideráveis; Tranquilidade – pois os suicídios aumentar
na mesma proporção da reação negativa do médico!!
Atendimento Médico
Médico deve obter o máximo de informações possíveis: sintomas, perdas recentes.
Uso de psicofármacos: início recente ou interrupção;
Verificar a disponibilidade de meios ou métodos e a chance deste ser socorrido.
•Tentativas prévias;
Atendimento Médico
Pós tentativa:
Pode ser um grande fator de risco.
Tempo
Demanda
Paciente tem sentimento de fardo e isso pode ser reforçado pelo médico
Desconhecimento do médico
Julgamento
Riscos
Perguntando sobre a presença da ideação suicída – OMS (2000)
1- Tem obtido prazer nas coisas que tem realizado? 2- Sente-se útil na vida que está levando? 3- Sente que a vida perdeu o sentido? 4- Tem esperança de que as coisas vão melhorar? 5- Pensou que seria melhor morrer? 6- Pensamentos de por fim a própria vida?
Riscos
7- São idéias passageiras ou persistentes? 8- Pensou em como se mataria? 9- Já tentou, ou chegou a fazer algum preparativo? 10- Tem conseguido resistir a esses pensamentos? 11- É capaz de se proteger e retornar para a
próxima consulta? 12- Tem esperança de ser ajudado?
Riscos
RISCO IMINENTE
Avaliar se a pessoa apresenta um plano definido para cometer suicídio:
Investigar se a pessoa possui meios para o suicídio;
Descobrir se a pessoa fixou alguma data para cometer suicídio.
Riscos
3 “is”- relação com o sofrimento:
-intolerável;
-inescapável;
-indeterminável.
Risco suicídio Sintoma Avaliação Ação
0 nenhum
1 Com problemas emocionais
Perguntar sobre pensamentos suicidas
Escutar com empatia
2 Idéias vagas de morte Perguntar sobre pensamentos suicídas
Escutar com empatia
3 Ideação suicida vaga Avaliar a intecionalidade (plano e método)
Explorar as possibilidades e identificar apoio
4 Idéias suicidas SEM transtornos psiquiátricos
Avaliar a intecionalidade (plano e método)
Explorar as possibilidades e identificar apoio
5Idéias suicidas E Transtornos psiquiátricos ou fatores estressores graves
Avaliar a intecionalidade (plano e método)
Estabelecer contrato
Encaminhar para um psiquiatra
6Idéias suicidas E Transtornos psiquiátricos ou fatores estressores graves
Ficar com o paciente para prevenir acesso aos meios letais
Hospitalizar
OMS - 2000
Determinação do Risco
Ex clinico e psiquiátrico
Fatores protetores Fatores de riscoPerguntas sobre suicídio
especificamente
Proximais Distais
Nível do Risco
Baixo, médio ou alto
Métodos
Letalidade!
Brasil chumbinho ( carbamato)
enforcamento
Posvenção
Abordagem inicial1. Administração de tiamina e glicose
2. Administração de naloxone e flumazenil na suspeita de intoxicação por opiáceos ou benzodiazepínicos, respectivamente;
3. Prevenção da absorção da toxina pelo trato gastro intestinal através de esvaziamento gástrico e administração de carvão aditivado
4. Estimulação da eliminação da toxina através da manipulação de Ph urinário;
5. Remoção extracorpórea de toxinas através de hemodiálise;
6. Administração de antídotos
7. Cuidados de terapia intensiva
Posvenção
Indicação de hospitalização:1. Paciente psicótico
2. Tentativa violenta, quase letal premeditada
3. Precauções para evitar o resgate ou o salvamento
4. Paciente com remorso de estar vivo ou sem remorso de ter tentado suicídio
5. Paciente do sexo masculino, mais de 45 anos, com doença psiquiátrica de início recente, com pensamentos suicídas;
6. Paciente com suporte social precário....
7. Plano de alta letalidade
8. Alta intencionalidade
Posvenção e Prevenção
Carbonato de lítio iniciado e mantido Clozapina para pacientes EZF Psicoterapia
Música
Obrigada