Post on 21-Aug-2015
Gira Gira e o SolAutores e ilustradores: Todas as turmas da Escola da Chave
Montagem: Isabel Pinheiro
O meu nome é Adriana e esta é a minha amiga Girafa. Todos a tratam por Gira Gira.
Gosto de a ver andar muito direita, sem voltar a cabeça para lado nenhum. Gira Gira é muito alta. É o animal mais alto do mundo.
Ela é quase tão alta como um girassol gigante a brilhar no céu e a tocar nos raios do Sol.
Todas as manhãs, enquanto está quentinho, a Gira Gira passeia pelo planeta para descobrir coisas novas.
Um dia, depois de ter olhado bem para as nuvens, descobriu que elas faziam formas diferentes:
foca, tubarão, coração, borboleta, cão, flor, bola… A Gira Gira imaginou que essas formas poderiam ser verdadeiras
e pensou em várias cores para as colorir. - Se eu as pintasse com as cores certas, iria parecer o arco-íris.
A girafa ficou indecisa, sem saber o que fazer. Pensou, pensou, pensou…
Até que teve a grande ideia de chamar os seus amigos para a ajudarem a pintar as nuvens.
Trouxeram pincéis e a Gira Gira foi buscar tinta ao arco-íris. Era vê-los pendurados no pescoço da Gira Gira,
muito entusiasmados, a colorirem as nuvens.
As nuvens ficaram fantásticas, pareciam mesmo verdadeiras. Até o Sol estava cheio de pintinhas. Como é que aquilo teria
acontecido? Então, de repente, começou a chover. A chuva era muito diferente, as gotinhas de água eram agora todas
coloridas. Gira Gira divertiu-se imenso com os amigos, a brincar à chuva, e também as outras pessoas vieram para a rua
muito entusiasmadas e contentes.
Era uma chuva muito divertida. Depois de ter parado de chover, Gira Gira e os amigos
repararam que tudo tinha ficado às pintinhas: as casas, os jardins, os carros, as pessoas e o mar.
Gira Gira ficou preocupada
e decidiu voltar a pôr as nuvens como estavam antes. Puseram todos mãos à obra. A Gira Gira e os amigos pegaram
numa mangueira, encheram baldes com água, treparam pelo enorme pescoço da girafa
e quando chegaram lá acima despejaram a água sobre as nuvens.
Todas as pintas desapareceram como que por magia. Tudo ficou então com as suas cores naturais:
as árvores verdes, as casas brancas com telhados vermelhos,
as nuvens brancas e cinzentas, os carros de várias cores e os jardins verdes e coloridos, com muitas flores bonitas. Mas a Gira Gira e os amigos não sabiam como haviam de
limpar o Sol e este continuou às pintinhas, como se estivesse cheio de pintarolas.
Os seus raios atingiam as pessoas e transformavam-nas. Todos ficaram em pânico. O que estaria a acontecer?
As pessoas olhavam umas para as outras e viam-se às pintas de todas as cores.
Quanto mais o Sol brilhava, mais coloridas e assustadas ficavam as pessoas.
A girafa preocupada aconselhou toda a gente a fechar-se bem em casa, até encontrar uma solução.
Gira Gira pensou então, juntamente com os amigos, empurrar uma nuvem para tapar o Sol.
A ideia não resultou pois eles não conseguiam fixar a nuvem ao Sol.
A nuvem caiu e começou a chover novamente uma chuva muito colorida. As pessoas, que espreitavam às
janelas, então é que ficaram realmente assustadas! Todos estavam fartos de estar fechados em casa.
Ficar em casa não era solução para aquele problema. Resolveram sair e convocar uma reunião geral para tentar resolver o problema em conjunto.
A Adriana teve uma ideia: - Nós poderíamos subir pelo pescoço da Gira Gira,
puxar o arco-íris, fazer dele uma escada e subir até ao Sol para falarmos com ele.
Todos aceitaram esta proposta. Subiram pelo pescoço da Gira Gira, tentaram puxar o arco-íris, mas não conseguiram.
Então, decidiram enviar-lhe uma carta, utilizando um pombo-correio.
Entretanto, o Luís, que fazia parte do grupo de pessoas que tinha subido pelo pescoço da Gira Gira,
lembrou-se que tinha um pombo-correio em casa. Desceu calmamente do pescoço da girafa, para não sofrer nenhum
acidente e, finalmente, chegou ao chão dizendo: - Ufa, cheguei!
Dirigiu-se a casa, enquanto os outros escreviam a carta. Um pouco mais tarde, quando regressou, o Luís e os amigos colocaram a
carta na anilha do pombo.
Então, o pombo-correio voou, voou, até chegar muito próximo do Sol,
mas não conseguiu chegar tão perto como queria. Os raios do Sol iam queimando cada vez mais as suas asas
e o calor sufocante comprimia o seu coraçãozinho, fazendo com que ele não cumprisse a sua missão.
Ao vê-lo regressar, com a carta toda destruída, a Gira Gira e os amigos começaram a tentar
encontrar uma nova solução.
De repente, a Adriana teve outra ideia: - E se fôssemos ter com o Professor Frank Engenhocas?
- Aquele inventor que vimos no outro dia na Fábrica da Ciência -- acrescentou ela, vendo as caras intrigadas dos amigos.
- Sim, é uma boa ideia – disse a Gira Gira. - Mas sabes onde é a casa dele?! – perguntou o Leonardo.
- É a única casa na Rua dos Lírios que tem uma forma estranha, muitas equações pintadas nas paredes
e um letreiro no jardim a dizer: “Crescer com Ciência”.
- Boa! Ele talvez possa fazer-nos um antídoto e uma engenhoca para irmos até ao Sol e resolvermos o problema das pintas. Lá foram eles até à casa de Frank e ele recebeu-os com muito prazer.
- Precisamos dum antídoto e dum transporte para ir ao Sol. E o melhor é não demorar muito!
– exclamou a Gira Gira.
Passada uma hora, estava um aspeto do problema resolvido. - Aqui está – disse o Professor Frank, mostrando um frasco que não parava de largar fumo e pequenas bolhinhas de gás.
- Agora vou preparar a engenhoca solar. Estão com sorte porque ando há imenso tempo
a construir uma nave espacial muitíssimo especial. - Agora é só fazer umas adaptaçõezitas.
Num relâmpago, a engenhoca ficou pronta. Era uma nave absolutamente espetacular. Quando a Gira Gira e os amigos iam a subir para a nave, viram a Adriana um pouco afastada da entrada. - Não vens, Adriana? - Não, porque tenho medo de naves espaciais. Então, Gira Gira avançou a uma velocidade vertiginosa e só parou junto ao Sol. Os seus amigos lançaram corajosamente o antídoto sobre a estrela, protegidos por fatos espaciais muitíssimo especiais. Quando regressaram à Terra, já o Sol brilhava com os seus magníficos raios dourados. Então, foram logo a correr dizer a todas as pessoas que já podiam sair de casa.