Post on 22-Apr-2015
Como fazer negócio Como fazer negócio com a China?com a China?
Oportunidade ou Ameaça ?Oportunidade ou Ameaça ?
Política como alma da lei1949-1978: “rule of man” renzhi
zhuyi
Política como alma da lei1949-1978: “rule of man” renzhi
zhuyi
• A política esta à frente do sistema legal
• Apoio à codificação das leis = sinal de oposição ao sistema socialista
• “igualdade perante a lei” = benevolência para com os inimigos de classe
• Perseguição aos desafetos
• Excessos cometidos durante a Revolução Cultural
• As pessoas que faziam parte do partido-estado se colocavam acima das leis
Reformas de Deng 1978-hoje: “rule of law” fazhi
zhuyi
Reformas de Deng 1978-hoje: “rule of law” fazhi
zhuyi
• O partido continua como força motriz do sistema
• Repensamento do papel das instituições legais a partir da sociedade
• Reconhecimento dos direitos do cidadão
• Governar o país por meio de um sistema legal cristalizado.
Deng “igualdade perante a lei”Deng “igualdade perante a lei”
• “É melhor ter leis do que não tê-las, e é melhor se o processo (de fazê-las) for rápido do que lento”
• Traria estabilidade e previsibilidade às ações do Estado.
• Evitaria o perigo que o renzhi gerava ao centralizar o poder nas mãos de um ou de um grupo reduzido de líderes.
• Erradicação dos resquícios da Revolução Cultural,
• Reestruturação do sistema legal do país,
Rápido desenvolvimento da economia
NecessidadeNecessidade
• Crescente internacionalização da economia
• Predominantemente: área cível e comercial.
• Suas leis passaram a ter que seguir padrões internacionais, garantindo princípios da livre concorrência, contratos e propriedade intelectual.
• Formação de bons quadros com capacidade de compreender outros sistemas jurídicos.
TransiçãoTransição
• Falta de experiência e aplicação da lei
• Prezavam a manutenção do poder do Partido
• Falta de profissionalismo tornou falha e ineficiente a análise dos sistemas jurídicos
estrangeiros.
• As leis até então em vigor, feitas para uma economia planificada, tinham pouca utilidade no desenvolvimento de uma economia de mercado.
Traria segurança institucional contra mudanças na liderança política, porém assegurando a influência do
Partido.
MeioMeio
• 2002: cerca de 200 juízes foram enviados a HK
• 8.500 freqüentaram cursos sobre litígios de comércio internacional na Faculdade de Direito da Universidade de Pequim
• Abriu espaço para a crescente influência do direito romano-germânico, notadamente utilizado por Macau
• Assim como “common law”, cuja fonte principal de influência é Hong Kong.
• 1996: sancionada a lei sobre os advogados, que cria oficialmente essa profissão, significando um marco para
o desenvolvimento do rule of law no país.
HojeHoje
• Três principais instituições envolvidas no processo de elaboração de leis: o Comitê Central, o Congresso Nacional do Povo e o Conselho de Estado e os ministérios
• O Partido ainda detém o poder.
• O processo de criação de leis parece estar bem mais democrático. Ainda é cedo para se afirmar com clareza se o Partido conseguirá ou não manter as rédeas de todo o sistema, principalmente com opiniões destoantes dentro de sua própria estrutura, e a dispersão do processo de formulação de regras.
Quadro dos profissionaisQuadro dos profissionais
• o número de advogados e juízes ainda é pequeno,
• 2002 :um juiz para cada sete mil habitantes,
• Um advogado para cada onze mil habitantes
• Tem mais juízes que advogados (esta profissão foi criada há apenas dez anos)
• há uma concentração de advogados nas cidades
• grande número de juízes e promotores tem formação limitada na área,
• governo começou a exigir que juízes, promotores e advogados fizessem
• exames conjuntos, numa tentativa de nivelar o conhecimento jurídico dos profissionais da área.
• baixos salários geram incentivos à corrupção.
ConclusãoConclusão
• O sistema jurídico chinês parece ser um dos pilares de sustentação do poder do PCC sobre o país;
• Fazhi zhuyi, nos moldes ocidentais, traz sérios riscos àquela organização.
• Conflito: Trade off enfrentado pelo Partido, continuar as reformas, permanência no poder, sucesso econômico e a fragmentação gradual de sua liderança.
• Crescente uso da lei, aumentará a consciência do povo sobre sua relação com o Partido, as ações deste acompanhadas de forma mais clara.
Resta saber como o PCC e as demais instituições do Estado se relacionarão entre si e com os chineses.
Importância da China Importância da China
PIB: cresceu 10,7% a/a, em 2006;
4ª maior economia mundial, reserva de US$ 1,03 trilhão;
Taxa de juros interna: 2,52% a/a para empréstimos
Consumo: 2º em petróleo, 1/3 de aço, 50% do cimento mundial;
450 das 500 maiores empresas do mundo estão na China;
Entrada na OMC em 2001.
Exportação do Brasil? I Exportação do Brasil? I
Maioria de baixo valor agregado;
Exportador brasileiro precisa nomear uma empresa para importar com conta em moeda estrangeira para atuar como Agente de distribuição;
Pequenas empresas: dificuldades para emissão de L/C;
A China controla importação: Licenças, cotas, inspeção, qualidade e condições sanitárias.
Exportação do Brasil I Exportação do Brasil I
Produtos difíceis de exportar:
Fibra acrílica
Equip. de ar condicionado
Compressor de ar
Cereais
Veículos e peças automotoras
Borracha natural
Fibra de poliéster
Fio de poliéster
Açúcar
Tabaco e afins
Óleos vegetais
Pneus
Vinhos.
Importação do Brasil IImportação do Brasil I
Importação do Brasil II: Produtos Importação do Brasil II: Produtos
Diversificada, alto valor agregado;
Produtos piratas: 25% do total exportado;
Eximbank da China: visão política, com melhores taxas;
6 bancos comercias financiam exportação: taxas mais altas;
Bancos estrangeiros: emitem L/C resgatáveis e L/C standing
by.
“Se inventamos o papel, a tinta,
os fogos de artifícios e nunca
recebemos um centavo de
Royalties do Ocidente, por que
teríamos que pagar pelo uso de
invenções ocidentais?”
Importação do Brasil III Vantagens e Desvantagens
Importação do Brasil III Vantagens e Desvantagens
Produtos baratos da China - controle da inflação; Redução dos custos de investimento das indústrias; Produtos chineses: economia de US$ 600/ano para o
consumidor
norte-americano; Classe mais baixa: maior acesso a produtos, como DVD.
Ameaça às indústrias locais. CAPITAL PARA ABRIR UMA TRADING NA CHINA:
exportador, US$ 50.000; importador com sócio chinês, US$ 1mi; importador sem sócio chinês, US$ 1,5mi.
Vantagens
Desvantagens
Abertura econômica - início 1978 Abertura econômica - início 1978
Princípios para incentivar a produção, investimento em:
Infra estrutura: 5% do PIB;
Energia: 30 novas usinas nucleares até 2016;
Incentivo à exportação: juros baixos, outros incentivos ;
Atração de empresas estrangeiras: tapete vermelho;
Tecnologia: pagamento de até US$ 10 mi para levar um cientista à China;
Alta tecnologia: exigência de que seja em joint-venture;
Atualmente, 70/80% das exportações são realizadas por empresas estrangeiras;
Investimentos estrangeiros em 2006: US$ 63 bi, 4 x mais que no Brasil.
Densidade demográficaDensidade demográfica
Áreas de DesenvolvimentoÁreas de Desenvolvimento
Porto, comércio,finanças,Logística,construção,
Indústria em geral,petroquímica.
Agricultura-Fruticultura, Horticultura, portos
Centro político,
cultural, comercial, financeiro, agrícola.
Indústria pesada, agricultura.
Agricultura, sericicultura,
Cultura de pérola, piscicultura.
Setor de minerais, turismo e petróleo,
pecuáriae ovicultura.
Facilidades para investimento estrangeiro
Facilidades para investimento estrangeiro
Isenção de IR de 15% por 2 a 5 anos; renovável 50%;
Exportador pode ter restituídos 15%, 13% ou 5% do IR;
Em 5 anos, pode haver reembolso de até 40% do investimento;
Em 10 anos, pode haver devolução do imposto pago do 5º ao 10º ano;
Imóveis: doação e 3 anos sem imposto, 1,2% do imóvel;
Pessoa Física: desconto de US$ 500 da base de cálculo de IR.
INCENTIVOS DEPENDEM DA ATIVIDADE E DA REGIÃO
Ano Brasil China Brasil China2006 36 18,5 137 970
Carga Tributária Exportações(% do PIB) US$ bi
11º Programa Qüinqüenal - 2006-2010 Assembléia Popular Nacional 11º Programa Qüinqüenal - 2006-2010 Assembléia Popular Nacional
Em 2005: tensões entre a população rural; 87.000 rebeliões, 38 mi de pessoas;
PRIORIDADE: reduzir a disparidade entre campo e cidade; investimento de US$ 42 bi em saúde, educação, previdência no meio rural;
REDUÇÃO DA POLUIÇÃO: importação de tecnologia e equipamentos brasileiros;
NOVAS FONTES DE ENERGIA: etanol em fase experimental; demora de 1 a 3 anos para maturação.
PIB de US$ 3,2 tri, em 2010, e de US$ 4 tri, em 2020; PIB: crescimento de 7,5% nos próximos 5 anos; Sistemas de saúde: cooperativas, de 23% para 80%; População urbana: de 41% para 47%; Educação: de 2,7% para 5% do PIB; Previdência social urbana: 174 mi para 223 mi de pessoas.
Fusão das 180 maiores estatais em apenas 80
Ex: Lenovo comprando PC da IBM. (IBM não é estatal)Aquisição de tecnologia e mercado. ???
11º Plano Qüinqüenal - 2006-2010 11º Plano Qüinqüenal - 2006-2010
Índices econômicos esperados:
Consumidor chinêsConsumidor chinês
Classe média: 1/5 da população;
Renda per capita urbana: US$ 1.300; rural: US$ 400;
Taxa de poupança elevada: 50% PIB;
Acesso restrito à saúde ;
Vaidosos; (Cosméticos? Produtos de beleza? Supérfluos?)
Apreciam gastronomia;
Gostam de produtos de marca e de luxo;
Alto poder aquisitivo 6 a 8 x maior que o Brasil;
Necessidade de consumo por demanda reprimida.
Dificuldade de acesso à boa educação;
Menos de 10% da população tem seguro-saúde;
Aposentadoria em implantação inicial: sustento dos pais idosos é obrigação filial;
Pessoa/carro: 47 na China; 8 no Brasil e 1,2 nos EUA;
Número de acidentes é grande; um fator: novos motoristas;
Turismo: 31 milhões viajaram para exterior em 2005.
1. Entrada de 250milhões de consumidores em 2005;
2. Crescimento da demanda de energia, matérias-primas, alimentos, serviços, tecnologias;
3. Aumento das vendas a varejo: 13% em 2005.
Consumidor chinêsConsumidor chinês
Conclusão
Investimento no Brasil Visão chinesa
Investimento no Brasil Visão chinesa
Projetos de matérias primas: apenas ferro, petróleo;
Não tem política para investir em soja;
Controle rigoroso de remessa de dólar para o exterior;
Impressões negativas do Brasil: violência, CLT, instabilidade econômica, câmbio instável, imposto alto;
Descrédito até de bons bancos tensões entre a população rural : BB, Itaú; (Itaú-BBA em Shanghai)
Investimentos para apoiar exportação: Gree, Huawei, SVA;
Investiu até hoje no Brasil apenas US$ 159 milhões.
Comunicação com tradutor, perde o feeling; Em geral, não espere acordos rápidos; perguntas
infindáveis;
Negociadores exímios, com visão estratégica; Senso de oportunismo e sobrevivência, buscam
vantagens; Preferem negociar com empresas do mesmo porte; Analisam e checam tudo que você fala; Em geral, respostas indiretas; Medem forças: decisão ocorre no último minuto; Ocidentais: menos pacientes, mais transparentes;
em geral, não abertos para a cultura oriental.
Negociar com chinês é difícil!Por quê?
Negociar com chinês é difícil!Por quê?
“Tempo é tempo” e “dinheiro é dinheiro”. Paciência é
sinônimo de caráter forte;
Perfil de executivo chinês Perfil de executivo chinês
50 anos, origem modesta; muitos não falam inglês;
Participou e sobressaiu na revolução cultural;
Pertence ao Partido Comunista;
Centralizador, autoritário, arrogante, desconfiado; precisa de
auto afirmação;
Quer demonstrar o poder que detém;
Nunca diz que não sabe;
Excelente uso da neurolinguística;
Usa o “Guanxi” (pistolão) para atingir objetivos;
Em geral, acha que não precisa respeitar a etiqueta social dos
estrangeiros;
Comanda a reunião.
Negociando com chinês: desafios
Negociando com chinês: desafios
Não demonstra interesse pelo produto ou serviço; Não demonstra emoção; sinal de autocontrole e
virtude; Trata de explorar as mínimas contradições; Ceticismo e erros de percepção dele; Grupos diferentes de negociadores a cada reunião; Períodos longos de inatividade.
Confiança: gentis, recíprocos, abertos a concessões
mais fáceis; Confiança questionável: usam táticas manipuladoras
e dissimuladas para obter vantagens; Sob pressão e em desvantagem, causam dificuldades;
tratam de alterar acordos já firmados.
Evolução da Negociação
Contrato: visão chinesa Contrato: visão chinesa
Símbolo da harmonia das relações entre as partes; Nada do que está escrito no contrato é imutável; As coisas mudam, mas a confiança não; A relação é uma negociação contínua; os contratos devem ser
modificados para ajustes (do meio???); Advogado, mal dos ocidentais (mas são cada vez mais numerosos
na China);
Encare o contrato como carta de intenções; Problemas: sentar-se frente-a-frente, ou solucionar através de “Guanxi” (pistolão); Como não há uma justiça capaz de ajudar (agora há), apoiar-se no
confucionismo (já era): ganhar a longo prazo; Se levar advogado para reuniões, use consultor; Apenas uma pessoa assina dentro de cada empresa; Arbitragem em HK.
Sugestões:
Sugestões Sugestões
Exportação: Alimentos; Cosméticos; Serviços: saúde, educação, consultoria, marketing, Bom gosto: roupa, decoração, calçados, biquínis; Produtos: controle de poluição; Etanol: dentro de um a três anos; Ferro, soja, níquel, outros metais: difícil.
Importação: Equipamentos, manufaturados, eletroeletrônicos, vestuário,
calçados, brinquedos, etc.
Meio:
Presença de uma trading de confiança, que conheça os dois mercados e assuma o risco China;
Investir em marketing. Ex: Tequila e cerveja Sol (do México), tabaco e castanha de caju (dos EUA), todos entraram na China.
Chaves para sucesso I Chaves para sucesso I
“Guanxi”: complexa rede de relações indispensáveis ao funcionamento social, político e organizacional na China, um “intermediário” (pistolão) de confiança;
Chinês gosta de fazer negócio com chinês; Não perguntam quem você é, mas quem você conhece ou a
que grupo pertence; Visite a China em grupo; Evite profissionais menores de 35 anos; “Quebre o gelo” antes de iniciar o negócio (com banquetes); Preconceito contra mulher (é maior no Interior); Pesquise bem, conheça o mercado e o local; Conheça os programas do governo chinês; Contrate bons intérpretes; Invista na região litorânea: maior maturidade, menor risco.
Chaves para sucesso II Chaves para sucesso II
Escolha do parceiro;
Nunca entre sozinho na China, alto risco;
Não espere dos chineses um comportamento ocidental;
busque entender a cultura chinesa;
Projetos médios e grandes precisam de apoio político;
PACIÊNCIA: em geral, contrato leva 6-18 meses. Jeitinho brasileiro não tem vez; mas, alguns setores já se agilizam;
Sem conhecimentos apropriados, fazer negocio na China
pode ser um convite ao fracasso.
MILAGRE NÃO EXISTE!
Conclusão Conclusão
Dificuldades x potencialidades; Poucas empresas grandes brasileiras estão na China; Se bem que importante, o mercado chinês ainda não é
atacado com agressividade pelas empresas brasileiras; Intercâmbio cultural ainda muito restrito; Exportador brasileiro não investe, não tem persistência nem visão de longo prazo; Desafio do Brasil: diversificar a pauta de exportações; Governo brasileiro: discussão 1,1% da importação total da
China: escovas, etc Planejamento econômico da China é mais maduro, flexível e
eficiente que o do Brasil.Temos que aprender com ela; Trabalho de planejamento deve ser iniciado já, com
participação de todos: empresários, governo,escolas; Visão de longo prazo e muita paciência.
AgradecimentosAgradecimentos
Sr. Chen Duqing - Embaixador da China no Brasil
Sr.João Mendonça - Cônsul do Brasil em Shanghai
Sr. Maurício Alvarenga - Trading Factum
Mr. Wen Hou Ting e Tian Weimin - Tenwin Consultoria de Macau em Beijing
Tendência Consultoria
Referências Bibliográficas:
1. The Chinese Century - Oded Shenkar;
2. A Arte da Guerra: Suntzu Sun Pin;
3. O renascimento do Império China - Cláudia Trevisan;
4. Negócios com a China - Tom Chung; São Paulo, 28 de Fevereiro 2007.
011-31152366 011-31152323
Chao En Hung V. de Oliveira
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