Post on 16-Feb-2017
Behaviorismo: definição e história
Ms. Erick R. Huber
Definição e História
• Ideia central: é possível uma ciência do comportamento.
• alguns behavioristas: a ciência do comportamento deve ser a psicologia
• Não é ponto pacífico – alguns defendem que a psicologia não é ciência
• O debate ainda continua
Baum (2006)
Definição e História
• Behaviorismo : não é a ciência – é a filosofia da ciência
• Oferece uma visão alternativa – Vai contra o pensamento tradicional sobre o agir• “Já que as visões tradicionais não se tem pautado pela
ciência” (P. 17)
• Implicação imediata: determinismo
Baum (2006)
De filosofia a ciência
• Nascimento da química: quando os pensadores abandonaram especulações e começaram a confiar na observação das mudanças da matéria
• O raciocínio passou a aludir apenas a termos naturais– Ignorou qualidades sugeridas pela filosofia
• Fisiologia: abriram animais e viram funcionamento diferente do sugerido pelos filósofos– Funcionamento mais próximo a uma máquina (eventos
naturais)
Baum (2006)
De filosofia a ciência
• Darwin: seleção natural como processo mecânico– Choque com entidades religiosas
• Com psicologia: mesma coisa – porém ruptura recente– Até 1940 poucas universidades tinham
departamento de psicologia• Em geral, vinculados aos departamentos de filosofia
Baum (2006)
De filosofia a ciência• Como estudar a mente?
– Psicólogos adotaram mesmo método dos filósofos: instrospecção
– Tarefa difícil pois precisamos de fatos científicos fidedignos– Nascimento da psicologia objetiva e comparativa
Baum (2006)
Psicologia Objetiva
• Insatisfação com instrospecção
• Pouco confiável• Muito vulnerável a distorções pessoais• Muito subjetiva• Outras ciências: métodos objetivos– Replicáveis em laboratórios pelo mundo
Baum (2006)
Psicologia Objetiva• Com métodos objetivos
– Possível notar diferenças de procedimento que explicassem resultados diferentes
• Donders: tempo de reação (diferença de tempo entre a apresentação de um estímulo e a reação de uma pessoa a ele)
• Fechner: menor diferença física entre duas luzes ou som que uma pessoa podia detectar
• Ebbinghaus: tempo para aprender e reaprender listas de sílabas sem sentido (medida de aprendizagem e memória)
• Pavlov: medida de um reflexo simples transferido para novos estímulos
• Em comum: expectativa de que, ao seguir métodos objetivos, a psicologia poderia se transformar em verdadeira ciência
Baum (2006)
Psicologia Comparativa
• Comparações entre espécies para conhecer melhor nossa própria espécie: origem da psicologia comparativa
• Noção de continuidade: as espécies se assemelham à medida que compartilham a mesma história evolutiva
• Efeito da teoria da evolução sobre a disciplina• Seres humanos não são mais entes à parte• Compartilhamos com vários animais traços comportamentais
(além de anatômicos)
Baum (2006)
Psicologia Comparativa• Formas de descrever semelhantes
– Raciocínio, desagrado, frustração, felicidade em bichos» Especulações sobre estados mentais, pensamentos e emoções
– Troca de anotações desse tipo por observações rigorosas
• Muitas pesquisas com labirintos– Tempo (aumento ou declínio)– Número de erros
• s
Baum (2006)
A primeira versão do Behaviorismo• Watson (1913): “Psychology as the behaviorist views it”
– Crescente insatisfação dos psicólogos com a introspecção e analogia enquanto métodos
– Argumentou que “uma técnica melhor fornecerá resultados passíveis de reprodução” (p. 163)
– Critica também analogia entre animais e seres humanos no tocante à consciência: “absurda situação de tentar construir o conteúdo da mente do animal” (p. 159)
• Crítica incisiva: “sentimo-nos obrigados a dizer alguma coisa sobre os possíveis processos mentais de nosso animal” (p. 160)– Demonstramos:
» Capacidade de aprendizado» Simplicidade ou complexidade dos métodos de aprendizagem» Efeitos de hábitos passados sobre respostas presentes» Faixas de estímulos às quais responde
Baum (2006)
A primeira versão do Behaviorismo• Watson (1913): “Psychology as the behaviorist views it”
– Crescente insatisfação dos psicólogos com a introspecção e analogia enquanto métodos– Argumentou que “uma técnica melhor fornecerá resultados passíveis de reprodução” (p. 163)– Critica também analogia entre animais e seres humanos no tocante à consciência: “absurda situação de
tentar construir o conteúdo da mente do animal” (p. 159)• Crítica incisiva: “sentimo-nos obrigados a dizer alguma coisa sobre os possíveis processos
mentais de nosso animal” (p. 160)– Demonstramos:
» Capacidade de aprendizado» Simplicidade ou complexidade dos métodos de aprendizagem» Efeitos de hábitos passados sobre respostas presentes» Faixas de estímulos às quais responde
• ParaWatson a confusão só aconteceu porque a psicologia era vista como ciência da consciência– Gerando métodos pouco confiáveis e especulações infundadas
» Isso não permitia à psicologia se tornar uma ciência• Sugeriu então que a psicologia fosse a ciência do comportamento
Baum (2006)
A primeira versão do Behaviorismo• Watson
– Ciência geral do comportamento – compreender todas as espécies, inclusive os humanos
• Essa ciência– não utilizaria nenhum dos termos tradicionais referentes à mente e consciência– Evitaria subjetividade da introspecção – Evitaria analogias entre animal e humano (no tocante a processos mentais)– Estudaria apenas comportamento objetivamente observável
• Porém, ainda restava o problema: o que significa objetivo e comportamento? – Controvérsias iniciais entre os próprios behavioristas
Baum (2006)
A primeira versão do Behaviorismo• Ponto comum entre todos (behavioristas)
– É possível criar uma ciência natural do comportamento– Psicologia pode ser essa ciência
• Darwin agrediu ao deixar Deus fora da explicação• Behavioristas agridem ao deixar de fora o poder das pessoas
de controlar seu próprio comportamento– Desafia-se a [venerada] noção de lívre-arbítrio
Baum (2006)
Livre-arbítrio versus Determinismo• Ciência do comportamento
– Ordenado– Pode ser explicado– Pode ser previsto (se tivermos os dados necessários)– Pode ser controlado (se tivermos os meios necessários)
• Determinismo: comportamento determinado unicamente por– Hereditariedade– Ambiente
• Objeções ao determinismo– Vai contra tradições culturais de longa data (que atribuem responsabilidade pelos atos ao indivíduo)– Tendência de atribuir crédito e culpa às pessoas– Problema: supõe algo dentro do indivíduo
Baum (2006)
Livre-arbítrio versus Determinismo• Livre-arbítrio libertário X livre-arbítrio
• Para provar livre-arbítrio– Embora se conhecesse todos os possíveis fatores determinantes de um ato, o comportamento assumisse sentido
contrário
• Argumentos sociais– Talvez seja bom acreditar no livre-arbítrio– Acreditar que a escolha desaparece é simplista– Compreensão científica pode ser usada para aumentar liberdade política– Num sentido prático, sempre vamos considerar as pessoas como responsáveis pelos seus comportamentos
(práticas judiciais)
• Argumentos estéticos– Quanto mais sabemos das razões de um comportamento, menos nos inclinamos a atribuir os fatos ao livre arbítrio– Como um evento não-natural podem causar um evento natural?
» Eventos naturais se relacionam no tempo e no espaço– Outra crítica: se falta livre-arbítrio aos animais, como surgiu de repente em nossa espécie? Como evoluiu?
Baum (2006)
Livre-arbítrio versus Determinismo• Argumentos estéticos
– Abordagens científicas do comportamento que excluem livre-arbítrio são possíveis
– Defender a ciência do comportamento contra a suposição de que o comportamento humano não pode ser compreendido porque as pessoas tem livre arbítrio
Baum (2006)
Resumo (Baum, 2006 – Cap. 1)• Ciência do comportamento: possível• Ciências nasceram da filosofia – e dela se separaram
– Abandonaram preocupação com coisas sobrenaturais» Observando o universo natural
• Explicando eventos naturais por referência a outros eventos naturais
• Ruptura da psicologia com filosofia:– Psicologia Objetiva
» Observação e experimentação– Psicologia Comparativa
» Origem comum das espécies
Baum (2006)
Resumo (Baum, 2006 – Cap. 1)• Comportamento tratado cientificamente - controverso
– Desafiar livre-arbítrio
• Determinismo– Herança genética– Eventos ambientais– Livre arbítrio: desconsidera genética e ambiente
Baum (2006)
O behaviorismo como filosofia da ciência
Baum (2006)
• “O que é ciência?”• “O que confere caráter científico ao estudo do comportamento?”• Primeiros behavioristas• Ideias diferentes dos behavioristas radicais
• Behaviorismo Radical / Pragmatismo• Behaviorismo Metodológico / Realismo
Realismo
Baum (2006)
• Há um mundo real fora do sujeito • Dá origem a nossas experiências
• Universo Objetivo• Tales: Sol se movia em torno da Terra • Abandono de explicações misteriosas• Descrição coerente de fatos observados• Propôs universo como um mecanismo compreensível
• Mecanismo compreensível• Mecanismo real: fora do sujeito (dualista)
•
Descoberta e Verdade
Baum (2006)
• Ao estudarmos cientificamente o universo, descobrimos coisas sobre eles
• Descoberta por descoberta• Alcançamos a verdade sobre o modo como o universo
funciona
Dados Sensoriais e Subjetividade
Baum (2006)
• Aproximação da verdade: lenta e incerta• Não podemos estudar o mundo objetivo diretamente• Só temos acesso àquilo que nossos sentidos produzem• Se só temos acesso ao que sentimos, como sabemos que o
mundo existe e não somos enganados pelos sentidos?
• Cientista estuda dados sensoriais para tentar conhecer mundo real
• Dados sensoriais: internos• Através deles: tentar entender o que está fora
Pragmatismo
Baum (2006)
• Contrasta com o realismo
• Pragmático = prático
• Força da investigação científica • Não na descoberta da verdade• Mas no que nos permite fazer
• Método para solucionar controvérsias
Pragmatismo
Baum (2006)
• Se a resposta a uma pergunta não promoverá mudança no proceder da ciência• Então pergunta equivocada e inútil
• A verdade para o pragmatismo: poder explicativo
• Ideias podem ser mais ou menos verdadeiras• Se uma ideia explica mais e compreende melhor nossa
experiência, então é mais verdadeira
Behaviorismo Radical e Pragmatismo
Baum (2006)
• Behaviorismo Radical: baseado no pragmatismo
• Ciência: busca de descrições econômicas e abrangentes da experiência natural humana
• Por que optar pelo pragmatismo?• Realismo: dualista (portanto, incompatível com uma ciência do
comportamento)• Eventos não-naturais influenciando eventos naturais?
Behaviorismo Radical e Pragmatismo
Baum (2006)
• Behaviorismo Metodológico: realismo• Distinção entre mundo objetivo e subjetivo• Ciência voltada para o método de estudar o que está fora do
sujeito• Rejeição de inferências sobre o mundo interior por não
considerar científicas• Foco em comportamentos públicos (observáveis)
• Ignorando consciência
• Behaviorismo Radical: pragmatismo• Não distingue mundo objetivo e subjetivo• Foco em conceitos e termos (linguagem)• Rejeita realismo por definições confusas de comportamento
• Foco na mecânica e não na função
Resumo Cap. 2 (Baum, 2006)
Baum (2006)
• Behavioristas Radicais: pragmatismo• Pragmatismo contrasta com realismo• Realismo:
• Há um mundo real fora de nós• Esse mundo dá origem a experiências internas • Mundo externo considerado objetivo• Mundo interno considerado subjetivo• Ciência busca descobrir verdade sobre universo objetivo• Porém, não temos conhecimento direto do mundo externo• Logo, observação de dados sensoriais
• Pragmatismo:• Não faz suposição sobre o mundo externo• Concentra-se em compreender experiências• Foco em perguntas que ajudem a entender o que acontece a nossa volta