Post on 04-Jul-2015
Análise de Negócios em TI Curso Intermediário
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Introdução
No mercado de tecnologia, gestores e profissionais estão cansados de ouvir aquela velha
máxima que diz “é necessário alinhar tecnologia da informação aos negócios”. Falar é fácil,
mas para colocar isso em prática é necessário que as áreas de negócios e de tecnologia de
uma organização se entendam muito bem, o que geralmente é um grande desafio.
Para criar esse entendimento, existe um tipo de profissional específico no mercado: é o analista
de negócios. Por meio de uma convivência intensa com a área da empresa ou cliente que
demanda tecnologia, o profissional passa a conhecer toda a rotina de trabalho do usuário e
consegue coletar dados para orientar o projeto, de forma que ele ofereça as melhores
soluções.
O Analista de Negócios deve compreender as reais necessidades do usuário de tecnologia e
garantir eficiência das soluções.
Papel do Analista de Negócios
Segundo o BABOK, o papel do analista de Negócios é:
Trabalhar como uma ligação entre os diversos stakeholders (partes interessadas) para
levantar, analisar, comunicar e validar os requisitos para mudança de processos,
políticas e sistemas da informação.
Entender os problemas e as oportunidades do negócio e recomendar soluções que
possibilitem à organização atingir suas metas.
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O que é um Analista de Negócios?
O analista de negócios busca as melhores oportunidades para o negócio, analisa tendências,
cria novos produtos, recria produtos existentes, está sempre preocupado em encontrar novos
caminhos para a empresa. Ele está em permanente contato com o cliente e os donos do
negócio.
O analista de negócios, na nova abordagem da O&P (organizações e processos), antigo O&M
(organizações e métodos), vem de maneira a complementar o analista de processos e o
analista de sistemas. Os três tipos de analistas diferentes não devem ser confundidos entre si,
não são mutuamente exclusivos e eles podem se complementar naquilo que têm de melhor.
Fundamentalmente, esta função está atrelada ao conhecimento e facilidade em lidar com
negócios, assim como descrita acima, mas muito focada nos recursos de TI e de Sistemas (em
toda sua extensão) para poder prover soluções exequíveis para atingir um determinado
objetivo.
Escopo de um Analista de Negócios:
Um analista de Negócios não vai dominar todas as técnicas de Análise de Negócios.
O profissional vai se especializar em determinadas ferramentas, tipos de solução ou áreas de
mercado, conforme o seu crescimento e o desenvolvimento de sua carreira profissional.
Alguns autores defendem a proposta de dois perfis de Analista de Negócios:
Analista de Negócios – trabalha no contexto do negócio. É uma pessoa envolvida na
melhoria de processos, redução de custos e nas propostas de visão estratégica da
empresa.
Analista de Negócios em TI – trabalha no contexto dos projetos de TI.
Por que a empresa precisa de um Analista de Negócios?
Porque em geral, os stakeholders possuem dificuldade em externar suas necessidades
e problemas de comunicação.
Para reduzir o gap entra a visão estratégica e a execução (operação).
Para estabelecer uma linguagem comum entre o negócio e a tecnologia.
Construir uma ponte entre o negócio e a TI.
O ANALISTA DE NEGÓCIO PRECISA TER:
Visão de negócio (estratégia)
Visão de processos (operação)
Visão de tecnologia da informação
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Visão do Negócio
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IIBA, BABOK, CBAP e CCBA
IIBA (International Institute of Business Analysis)
Agrupou em um corpo de conhecimento, uma espécie de guia (BABOK), a soma das
atividades, habilidades e técnicas globalmente aceitas como sendo de uso dos
profissionais de Análise de Negócios.
BABOK (Business Analysis Body of Knowledge)
Proporciona a definição de um vocabulário comum e uma referência básica para todos
os praticantes dessa atividade.
CBAP (Certified Business Analysis Professional)
Processo de Certificação
CCBA (Certification of Competency in Business Analysis)
Nova certificação anunciada pelo IIBA em 2010
Possui os mesmos requisitos do CBAP com número de horas de experiência menor
IIBA
O IIBA (lnternational Instituto of Business Analysis) é uma associação sem fins lucrativos que
tem como objetivo facilitar o trabalho de profissionais que atuam na área de análise de negócio.
A análise do negócio possibilita entender a estrutura, as políticas e operações de uma
organização e recomendar soluções para que uma organização atinja seus objetivos.
O analista de negócio age como elo entre os integrantes de uma organização para obter,
analisar, comunicar e validar necessidades de alterações em processos, políticas ou sistemas
de informação. Ele entende os problemas e as oportunidades e recomenda soluções.
Seja qual for a sua responsabilidade – levantamento de requerimentos, análise de sistemas,
análise de negócio, gerenciamento de projeto, melhoria de processos – o IIBA tem como
objetivo facilitar o seu trabalho.
Áreas de Conhecimento do BABOK
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Planejamento e Monitoramento da Análise de Negócios
Planejamento da abordagem de análise de negócios.
Condução da análise de Stakeholders.
Planejamento das atividades de análise de negócios.
Planejamento da comunicação de análise de negócios.
Planejamento do processo de gestão de requisitos.
Planejamento, monitoração e divulgação da performance de análise de negócios.
Julgamento de especialistas.
Análise de Stakeholders.
Análise de requisitos de comunicação; análise de variação.
Replanejamento.
Sistema de controle de mudança.
Processo de lições aprendidas.
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Eliciação de Requisitos
Preparação para a eliciação.
Condução à eliciação.
Documentação dos resultados
Confirmação dos resultados
Brainstorming
Análise de documentos
Grupos focais
Identificação de interfaces
Entrevistas
Observação direta
Prototipação
Workshop de requisitos
Engenharia reversa
Pesquisa/questionários
Gerenciamento e Comunicação de Requisitos
Gerenciamento do escopo dos requisitos da solução
Gerenciamento da rastreabilidade dos requisitos
Manutenção dos requisitos para reuso
Preparação do pacote de requisitos
Comunicação de requisitos
Gerenciamento de conflitos com requisitos
Apresentação de requisitos
Revisão de requisitos
Aprovação formal de requisitos
Baseline
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Análise Corporativa
Definição das necessidades do negócio
Definição do gap nas capacidades para atender as necessidades do negócio
Determinação da abordagem recomendada para a solução
Definição do escopo da solução
Desenvolvimento de Business Case
Análise de competitividade e Benchmark
Análise decisória
Decomposição
Modelos econômicos e análise de benefícios
Arquitetura corporativa
Técnicas de estimativas
Análise de viabilidade
Análise de Gaps
Análise de objetivos
Análise de oportunidades
Análise de problemas
Análise SWOT
Análise de Requisitos
Priorização de requisitos
Organização de requisitos
Especificação e modelagem de requisitos
Determinação de premissas e restrições
Verificação de requisitos
Validação de requisitos
Regras de negócios
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Modelagem de dados
Modelagem de estados e eventos
Indicadores, métricas e relatórios.
Requisitos não funcionais
Modelagem organizacional
Cenários e casos de uso
Modelagem de processos
Avaliação e Validação da Solução
Avaliação de solução proposta
Alocação de requisitos
Determinação de quão pronta está a organização
Definição dos requisitos de transição
Validação da solução
Avaliação da performance da solução
Divulgação de defeitos e questões
Contratações por RFI, RFQ, RFP
Inspeções estruturadas
Testes de aceite de usuários (UAT)
Competências de um Analista de Negócios
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes.
Técnicas:
Conhecimento de metodologias, frameworks, padrões, normas, ferramentas,
técnicas, aplicações/sistemas e melhores práticas de gestão.
Negócio
Conhecer os processos (de negócio e de apoio), linha de negócio, estratégia
(visão, missão e valores), cadeia de valor da empresa.
Comportamentais:
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Empreendedorismo, comunicação, pró-ação, bom relacionamento pessoal,
responsável, ser facilitador, saber negociar, liderança, criatividade e pensamento
analítico e solução de problemas.
Mapeamento de Processos
O Mapeamento de Processos objetiva captar as atividades relativas a determinado processo,
organizá-las em ordem funcional, gerando um fluxograma de atividades, havendo uma
posterior descrição em relação às tarefas, responsáveis, duração, frequência, etc.
Gerenciamento de Processos de Negócio
O Gerenciamento de Processos de Negócio ou Gestão de Processos de Negócio (em inglês
Business Process Management ou BPM) é um conceito que une gestão de negócios e
tecnologia da informação com foco na otimização dos resultados das organizações através da
melhoria dos processos de negócio.
São utilizados métodos, técnicas e ferramentas para analisar, modelar, publicar, otimizar e
controlar processos envolvendo recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de
informação.
Modelagem de Negócio
Notação
A notação permite fazer representação gráfica das atividades, regras de negócio,
tarefas, papéis, responsabilidades e fluxo de trabalho do processo.
A notação do processo geralmente também define os seguintes elementos:
Objetivo do processo
Especifica as entradas
Especifica as saídas
Recursos consumidos
Regras de negócio
Atividades feitas em alguma ordem (fluxo de trabalho)
Eventos que conduz o processo
Alguns exemplos de notação:
IDF0
Fluxograma
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BPM
EPC
Ericson-Penker Business Extensions
UML
Exemplos de Notações
IDEF0
Integration Definition Function Modeling (IDEF0) é um padrão desenvolvido nos anos 70. Tem
grande aceitação pelo mercado.
IDEF0 é um método projetado para modelar decisões, ações e atividades de organização ou
um sistema.
IDEF0 foi derivada de outra linguagem gráfica chamada SADT (Structed Analysis and Design
Technique). Os modelos IDEF0 ajudam a organizar a análise de sistemas e promove a
comunicação entre os analistas e os clientes.
Principais Características:
Promove a comunicação;
Simplicidade
Diagramas são baseados em caixas (box) e setas
Modelo:
Exemplo:
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A linguagem IDEF0 pressupõe a explosão em níveis de abstração, do maior nível de abstração
ao menor nível, ou seja, o mais detalhado.
Fluxograma
Descrição:
O fluxograma é muito simples. Um retângulo é usado para indicar um passo de processamento.
Um losango representa uma condição e as setas mostram a orientação do fluxo de controle.
Exemplos:
BPMN (Business Process Modeling Notation)
O BPMN fornece uma notação para expressar os processos de negócio em um único diagrama
de processo de negócio (Bussiness Process Diagram – BPD).
Fornece uma notação que é compreensível por todos os usuários, analistas e técnicos do
negócio.
Garante que linguagens projetadas para a execução de processos de negócio, tais como o
BPEL4WS e o BPML sejam visualmente expressos com uma notação comum.
Simbologia do BPMN
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Um dos objetivos da BPMN é criar um mecanismo simples para o desenvolvimento dos
modelos de processos de negócio e ao mesmo tempo poder garantir a complexidade inerente
aos processos.
Quatro categorias básicas de elementos:
Objetos de Fluxo:
o Eventos
o Atividades
o Gateways
Objetos de Conexão:
o Fluxo de Sequência (Sequence Flow)
o Fluxo de Mensagem (Message Flow)
o Associação
Swimlanes:
o Pools
o Lanes
Artefatos:
o Objeto de Dados (Data Object)
o Grupo
o Anotação
EPC (Event-Driven Process Chain)
O EPC habilita a modelagem de processo com uma sequência lógica de funções.
Considerando o EPC como um processo que pode ser entendido como a quantidade de
funções que são disparadas por um ou mais eventos.
Exemplos:
A EPC foi desenvolvida em uma colaboração da empresa IDS (que desenvolveu a ARIS
Toolset) com a SAP AG, sendo o componente chave de modelagem de business process do
SAP R/3. A principal crítica com relação a este tipo de ferramenta é sobre o seu alto custo, a
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complexidade de utilização e barreira que este tipo de ferramenta impõe à participação de
todos os membros da equipe. Ela dificulta a atividade de “mão na massa”, distanciando um
pouco as pessoas do modelo gerado.
Eriksson-Penker Business Extensions (EPBE)
EPBE é um poderoso conjunto de conceitos que pode ajudar na modelagem de negócio. A
extensão é composta por: visões, diagramas, “constraints”, “tagged values” e estereotipo.
Notação:
O processo de negócio é uma coleção de atividades que tem como objetivo produzir um
resultado (saída). Ele implica em fluxo de atividades que começa da esquerda para direita.
Geralmente um elemento que representa um evento é colocado à esquerda do processo e
saídas são colocadas à direita.
Para demonstrar atividades internas do processo um diagrama de atividades (UML) pode ser
colocado dentro do elemento do processo de negócio que é uma coleção de atividades que
tem como objetivo produzir um resultado (saída).
A notação usada para representar um processo de negócio é apresentada abaixo.
Exemplo:
UML
A UML (Linguagem de Modelagem Unificada) é uma linguagem-padrão (OMG) para
elaboração da estrutura de projetos de software. A UML poderá ser usada para:
Visualização;
Especificação;
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Construção de modelos e diagramas;
Documentação.
A UML é adequada para a modelagem de sistemas, cuja abrangência poderá incluir sistemas
de informação corporativos a serem distribuídos por aplicações baseadas na Web e até
sistemas complexos embutidos de tempo real.
A UML é apenas uma linguagem e, portanto, é somente parte de um método para
desenvolvimento de software. Ela é independente do processo, apesar de ser perfeitamente
utilizada em processo orientado a casos de uso, centrado na arquitetura, iterativo e
incremental.
Exemplo:
O Diagrama de Atividades deve ser utilizado para facilitar o entendimento das regras de
negócio (principalmente para regras complexas):
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Elementos do diagrama de atividades:
Um business case (caso de negócio) tem foco em modelar o processo de negócio. Ele modela
os processos. Por exemplo, um business case para um processo de “Check IN” pode incluir os
seguintes passos:
1. Solicita o TKT do passageiro;
2. Verifica o TKT, nome, destino e nº do voo;
3. Solicita a bagagem;
4. Pesar e colocar a etiqueta de identificação na bagagem;
5. Entregar o TKT ao passageiro e
6. Despachar a bagagem.
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Anotações
Anotações
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