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Vilfredo Pareto

(1848 – 1923)

A família de Vilfredo Pareto, originária da Ligúria, detinha o título de nobreza desde o início do século XVIII. Seu avô, Giovanni Benedetto Pareto, foi nomeado Barão do Império por Napoleão em 1811. Seu pai, recebeu asilo em Paris devido às suas idéias republicanas e antipiemontesas. Lá se casou com Marie Méténier.

Em 1867 a família de Pareto volta à Itália onde este conclui os estudos secundários clássicos e estudos científicos na Universidade Politécnica de Turim.

Durante o período de 1874 e 1892 vive em Florença, tendo sido engenheiro ferroviário e Diretor-Geral das estradas de ferro italianas. Nesta época também participa da Sociedade Adam Smith em Florença e junto a esta em manifestações contra o socialismo de Estado, o protecionismo e o militarismo do governo italiano. Era adepto, na época, da democracia e do liberalismo. Em 1882 é candidato ao cargo de deputado sem sucesso.

Em 1889 casa-se com Alessandra Bakunin.

Entre 1892 e 1894 publica estudos sobre os princípios fundamentiais da economia pura, entre outros pontos da teoria econômica. Em 1892, após contato com L. Walras, este o indica para tomar seu lugar na cadeira de economia política da Universidade de Lausanne. Em 1893 assumiria o cargo.

Em 1897 executou um estudo sobre a distribuição de renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela da população (20%).

Depois de separar-se de Alessandra Bakunin em 1901, passa a viver com Jeanne Régis em 1902.

A partir de 1907, por motivos de doença passa a reduzir, pouco a pouco, seu trabalho como professor.

Manteve relações amistosas com Benito Mussolini, a quem conheceu quando este era um agitador socialista refugiado na Suíça e frequentou as aulas do economista. Pareto considerava Mussolini "um grande estadista" e em outubro de 1922, em telegrama enviado da Suíça, no qual escreveu "agora ou nunca", encorajou-o a lançar a Marcha sobre Roma e tomar o poder.

Em 1923 Vilfredo Pareto é nomeado Senador do Reino de Itália. Publica então dois artigos nos quais se aproxima do fascismo recomendando aos adeptos desta ideologia uma atitude liberal.

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Economia

Pareto introduziu o conceito de ótimo de Pareto e ajudou o desenvolvimento da microeconomia com a idéia de curva de indiferença.

A partir de então, tal princípio de análise, conhecida com Lei de Pareto, tem sido estendido a outras áreas e atividades tais como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX.

Sociologia

Na sociologia, Pareto contribuiu para a elevação desta disciplina ao estatuto de ciência. Sua recusa em atribuir um caráter utilitário à ciência, mas antes apontar para sua busca pela verdade independentemente de sua utilidade, o faz distinguir como objeto da sociologia as ações não-lógicas diferentemente do objeto da economia como sendo as ações lógicas.

A utilidade é o objeto das ações, enquanto que o da ciência é a verdade ao que Pareto se propõe a estudar de forma lógica ações não-lógicas, que, segundo ele, são as mais comuns entre os seres humanos. O homem para Vilfredo Pareto não é um ser racional, mas um ser que raciocina tão somente. Frequentemente este homem tenta atribuir justificativas pretensamente lógicas para suas ações ilógicas deixando-se levar pelos sentimentos.

A relação entre ciência e ação para Pareto se dá diretamente com as ações lógicas, uma vez que estas, ao se definirem pela coincidência entre a relação objetiva e subjetiva entre meios e fins (tal relação é verdadeira tanto objetivamente, constatada pelos fatos, quanto subjetivamente, presente na consciência humana, que conhece os fatos), está pautada pelo conhecimento das regularidades entre uma causa X e um efeito Y. No entanto, a ciência é limitada, ela conhece parte dos fatos e está em constante desenvolvimento, por isso, as ações baseadas nos conhecimentos produzidos por ela serem raras sendo mais frequentes as ações não-lógicas, que não conhecem a verdade dos fatos, mas que são baseadas nas intuições e emoções dos indivíduos e grupos.

Há, mesmo assim, probabilidades de sucesso nestas ações: aqueles que agem motivados por um ideal podem produzir efeitos objetivos na realidade, ainda que no curso de sua ação tenham que modificá-la para adaptá-la às circunstâncias até então desconhecidas.

É preciso, no entanto, ressaltar que a ciência não pode resolver os problemas impostos pela ação. Aquela não pode indicar quais os melhores fins para esta, pode somente indicar os meios mais eficazes para atingí-los uma vez escolhidos. A ciência, portanto, não se propõe a efetuar juízos de valor a respeito das ações individuais ou da organização social, não poderá solucionar seus problemas. Poderá sim criticá-los enquanto não-lógicos, ou seja, pautados numa relação falsa, não objetiva, entre meios e fins.

Créditos do texto a:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vilfredo_Pareto

Por: Jose Donizetti Moraes - 03/08/2012