Plano Municipal De
Desenvolvimento Rural De
Barra do Guarita.
Barra do Guarita/RS, Março de 2017.
Atores:
1
Prefeitura Municipal de Barra do GuaritaPrefeito Municipal: Rodrigo Locatelli TisottVice-Prefeito: Anildo AlieviSecretário Municipal da Agricultura e Meio Ambiente: Jurandir Bottega
EMATER/RS-ASCAR:- Diogo Cansi – Técnico em agropecuária.- Sirlei Joana Cansi Vogt – Extensionista Social.
COLABORADORES:- Charlei Mantellil – Técnico em Agropecuária – Assessor de Desenvolvimento Municipal.- Jandir Sgaranotto – Gestor Ambiental.- Altair José Vargas – Técnico em Agropecuária.- Liliane Vanessa Sehn Vogel – Médica Veterinária.
Endereço
Rua Sobradinho 09Bairro: CentroCEP: 98530-000Barra do Guarita-RS
Telefone:(055) 3616 – 1010
e-mail: [email protected]
Site:www.barradoguarita.rs.gov.br
1 - Introdução
2
A Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, do município de Barra
do Guarita, juntamente com a EMATER/RS desenvolve propostas de trabalho e
estratégias de atuação, na perspectiva de melhor qualificar, a atuação no campo,
principalmente nas ações técnicas e sociais. O papel da Secretaria Municipal da
Agricultura e Meio Ambiente e EMATER, insere-se na perspectiva de construir
processos que promovam o desenvolvimento local de forma sustentável e esse
esforço articula-se com uma rede ampla de instituições parceiras e instâncias de
representação e construção coletiva, sejam de âmbito municipal, regional e estadual.
Essas entidades, incorporam de forma crescente os desafios contemporâneos
de orientar e articular políticas que tenham efetividade na geração de renda e
aumento da qualidade de vida no meio rural com centralidade na agricultura familiar
e suas organizações e foco na sustentabilidade.
Partindo do pressuposto que a capacidade de organização social de uma
região é o fator endógeno por excelência na promoção do desenvolvimento, cabe ao
poder público, ou seja, à Extensão Rural pública, o papel de cooperar na ativação,
organização e estruturação desta sociedade. Para alcançar este desenvolvimento é
imprescindível a participação da sociedade local no planejamento. Para isso
atuamos tendo como precedente o Planejamento Participativo, ou seja, estabelecer
com a comunidade uma interação efetiva e cotidiana, que permite adotar e rever
continuamente os passos e ações estabelecidos, na busca de correção dos erros e
multiplicação dos acertos.
2 - Dados Gerais do Município de Barra do Guarita
2.1- Histórico
A história de Barra do Guarita: Situada no extremo noroeste do Estado do RS,
na confluência do Rio Guarita com o Rio Uruguai (daí o seu nome), próximo à cidade
de Itapiranga/SC (onde o que separa as duas cidades é o Rio Uruguai), e próximo a
divisa com a província de Missiones (Argentina), remonta ao século passado.
A região era originariamente habitada por índios Caingangues e Guaranis,
ainda hoje presentes e reunidos no Toldo do Guarita município vizinho de Tenente
Portela. Os primeiros habitantes brancos chegaram nessa área, segundo relatos,
3
durante a Revolução Federalista de 1893, quando ali se refugiaram, aproveitando a
densa mata e o isolamento provocado pelas barreiras naturais.
Por volta de 1911 começou a exploração racional e econômica da região de
Tenente Portela, então denominada "Pari", termo indígena que denomina uma
pequena rede de taquara usada na pesca. Em 1940, "Pari" passou a denominar-se
"Miraguay", em homenagem a um chefe indígena homônimo e, finalmente em 1942,
passou à denominação de Tenente Portela, em memória ao Tenente de Engenharia
Mário Portela Fagundes, membro da Coluna Prestes e morto na Barra do Rio Pardo
em 1925.
O Tenente Portela era filho de José Fagundes e Gabriela Portela Fagundes,
nascido a 15 de julho de 1898 na cidade de Pelotas. Estudou no Colégio Júlio de
Castilhos, de Porto Alegre, indo após para a Escola Militar de Realengo, no Rio de
Janeiro. Em 1924 o jovem e idealista Tenente engajou-se na Coluna Prestes que em
suas andanças deixou registrado um marco profundo na memória do povo do Alto
Uruguai. Proveniente de Santo Ângelo e acossada pelas tropas Legalistas, a Coluna
alojou-se na atual localidade de Alto Uruguai, no município de Três Passos.
Encurralada, a coluna precisava encontrar uma saída, ou para a Argentina ou para o
Estado de Santa Catarina. Optou pela última. O Tenente Portela foi encarregado de
achar um caminho para a travessia do Rio Uruguai e nessa missão, a 24 de janeiro
de 1925, à beira do Rio Pardo, já próximo a Santa Catarina, o Tenente tombou em
combate, atacado pelas tropas Legalistas provenientes de Palmeiras das Missões.
Em 1941, o Interventor Estadual, Coronel Osvaldo Cordeiro de Farias,
companheiro de farda do Tenente Portela, em visita à região, propôs a denominação
do Distrito de Miraguay como o seu nome.
Em 1955 Tenente Portela emancipou-se de Três Passos e em 1963 era
criado o Distrito de Barra do Guarita, para onde a partir de 1936, haviam migrado
muitas famílias provenientes da região de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e
também de Palmeira das Missões, iraí e Carazinho, tais como os Vogt, Santos,
Borges dos Santos, Pedroso, Vogel, Pompeo, Sala, Bernardi, Sangaletti, Berté,
Peirot, etc...
Por estar situada na margem oposta do Rio Uruguai junto a cidade de
Itapiranga, em Santa Catarina e que veio a oferecer abundantemente mão-de-obra
para muitos operários. Barra do Guarita se desenvolveu rapidamente ao longo das
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décadas de 1970 a 1980, justificando sua recente emancipação político-
administrativa.
Data do aniversário de Barra do Guarita: 20/MARÇO/1992.
2. 2 - Aspectos geográficos
O Município de Barra do Guarita, está localizado ao Norte do Estado do Rio
Grande do Sul, pertencente a Mesorregião Noroeste Rio-grandense e a Microrregião
Três Passos; as coordenadas geográficas do município são: Meridiano 53º 42’
53.02’’ de longitude Oeste e Paralelo 27º 11’ 15,36’’ de latitude Sul e Altitude da
Sede de 190 metros acima do nível do mar. Apresentando uma área de 63,372 Km2
representando 0.022% do Estado e 0.001% do território brasileiro. Seu índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é 0.734, segundo IBGE 2010.
Barra do Guarita é um município pequeno que se desmembrou do município
de Tenente Portela e que limita-se ao Norte com o Estado de Santa Catarina, a
Oeste com os Municípios de Tenente Portela e Derrubadas, a Leste com os
Município de Pinheirinho do Vale e ao Sul com o Município de Vista Gaúcha. Possui
uma população de 3.089 habitantes, segundo o censo do IBGE de 2010, das quais
1.371 habitantes residem na área urbana e, 1.718 habitantes residem na área rural
do Município. A economia é baseada no setor agropecuário.
O município de Barra do Guarita, encontra-se a uma distância de 491 km de
Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul e 1750 km de Brasília, capital
federal da Republica Federativa do Brasil.
2.3 - Comunidades
Um fator importante do município é a forte organização social, um legado
histórico dos colonizadores que fundaram e construíram as estruturas de 15
(Quinze) comunidades no interior do município. A relação das comunidades do
município encontra-se abaixo:
LOCALIDADES LOCALIDADES5
LINHA ESQUINA MARTINS LINHA REMANSO DO URUGUAILINHA BUENO LINHA CANHADA FUNDALINHA ESQUINA JABOTICABA LINHA JABOTICABALINHA SECA LINHA LAGEADO BETOLINHA COTOVELO DO PARIZINHO LINHA JABORITILINHA CAPOEIRA GRANDE LINHA SÃO JORGELINHA TIGRE LINHA FLOR DA SERRA
2. 4 - Dados econômicos do município de Barra do Guarita
O PIB do município de Barra do Guarita em 2014 foi de R$ 37.704.000,00, e a
renda per capita foi de R$ 11.687,54.
O valor adicional bruto do município de Barra do Guarita no ano de 2014 foi
de R$ 34.295.000,00. Sendo que a Agropecuária representou uma fatia de R$
10.167.000,00, ou seja, 29,65 % do total. Já a indústria teve uma participação de R$
1.779.000,00, o que representou um percentual 5,19 % do total. Os serviços foram
responsáveis por R$ 22.349.000,00 representando um percentual 65,16% do total.
2.5 - Dados da zona rural do município de Barra do Guarita
Número de estabelecimentos agropecuários: 395 estabelecimentos.
Área dos estabelecimentos agropecuários: 4.907 hectares.
Número de estabelecimentos com área de lavouras: 473 estabelecimentos.
Área de lavouras: 2462 hectares.
Área com pastagens naturais: 834 hectares.
Número de estabelecimentos com área de matas e florestas: 375 estabelecimentos.
Áreas de matas e florestas: 929 hectares.
Área de lavoura permanente: 3.296 hectares.
Lavouras de laranja: 03 hectares.
Lavouras de uva: 08 hectares.
Área de lavouras temporária: 2.711 hectares.
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Lavoura de soja: área plantada: 1.600 hectares.
Lavoura de feijão: área plantada: 8 hectares.
Lavoura de fumo: área plantada: 3 hectares.
Lavoura de milho: área plantada: 1.100 hectares.
Lavoura de trigo: área plantada: 200 hectares.
Número de estabelecimentos com bovinos: 339 estabelecimentos.
Número de cabeças de bovinos: 4.402 cabeças.
Número de estabelecimentos com produção de leite de vaca: 141 estabelecimentos.
Produção total de leite de vaca: 2.262.240 litros/ano.
Número de estabelecimentos com suínos: 257 estabelecimentos.
Número de cabeças de suínos comerciais: 15.000 cabeças.
Número de cabeças de suínos para subsistência: 1.225 cabeças.
Número de estabelecimentos comerciais de criação de suínos em terminação: 12
estabelecimentos.
Número de estabelecimentos com aves: 323 estabelecimentos.
Número de cabeças de aves comerciais: 80.000 cabeças.
Número de estabelecimentos comerciais de criação de aves de corte: 02
estabelecimentos.
2.6 - Dados de produção e econômicos das principais atividades agrícolas do município de Barra do Guarita
Conforme dados levantados realizados no ano de 2016 pela Secretaria
Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, EMATER do município de Barra do
Guarita, são 08 atividades da produção e Extração animal e vegetal que
correspondem em média 96% do retorno de ICMS do município de Barra do Guarita,
ficando assim distribuídos.
a) Suinocultura em terminação: principal atividade em geração de renda
agrícola do município e responsável por uma arrecadação de R$ 14.589.903,67, o
que corresponde 45,35% da arrecadação total. Com uma produção de 21.585
cabeças no ano de 2016 o município de Barra do Guarita ostenta um grande
destaque em termos de estado e país na produção de suínos, envolvendo 12
propriedades integradas. 7
b) Produção de Milho: responsável por uma arrecadação de R$ 2.928.919,63,
correspondendo a 9,10% da arrecadação total. O milho é um grande alimento
enérgico usado como: formulações de rações concentradas, grãos, farelo, silagem
de grão úmido ou silagem de planta inteira esta presente quase que na totalidade
das propriedades rurais do município, na alimentação do gado leiteiro, gado de
corte, suínos e aves, etc... e tem um valor inestimável na cadeia de produção de
leite e carne.
c) Fumo em folha: responsável por uma arrecadação de R$ 41.878,89,
correspondendo a 0,13% do total arrecadado. O fumo é uma alternativa de geração
de renda para a pequena propriedade, estando presente em aproximadamente 03
propriedades, com média de 2 ha de fumo cultivados por propriedade.
d) Bovinos: está incluída a venda de bovinos para corte e compra e venda de
matrizes entre os produtores do município, é responsável por uma arrecadação de
R$ 1.121.625,82, correspondendo a 3,49% do total arrecadado, sendo uma boa
alternativa para a pequena propriedade rural.
e) Aves de corte: responsável por uma arrecadação de R$ 4.780.059,47,
correspondendo a 14,86% do total arrecadado, vem numa crescente no município,
impulsionado por agroindústrias instaladas na região, atualmente o município conta
com 02 produtores integrados.
f) Leite: responsável por uma arrecadação de R$ 2.374.873,79,
correspondendo a 7,38% do total arrecadado, com uma produção anual de
2.114.083 litros. A produção de leite no município e região vem numa crescente,
impulsionada pela demanda desse produto no mercado interno e pela instalações de
agroindústrias na região. Estando presente em 82 propriedades é uma garantia de
renda mensal para as propriedades rurais. O grande objetivo além de aumentar a
produção e qualidade do leite é conscientizar o produtor a tirar nota no seu bloco de
produtor para dar retorno de impostos para o município, pois o leite merece um lugar
de melhor destaque no município pelo o que ele desempenha em termos sociais e
econômicos.
g) Soja: responsável por uma arrecadação de R$ 4.842.192,45,
correspondendo a 15,05% do total arrecadado.
h) Trigo: responsável por uma arrecadação de R$ 335.918,00,
correspondendo por 1,04% do total arrecadado.
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3 - Organizações Sociais
Considera-se uma questão relevante às organizações sociais na forma de
associações, conferindo um forte Capital Social, com um histórico de organização
comunitária, contando hoje com as seguintes organizações:
- Sindicato de Trabalhadores Rurais – STR;
- ADM- Associação de Desenvolvimento Municipal;
- Coopermista – Cooperativa Mista de Barra do Guarita;
- COMUDER – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural;
- CMMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente;
- EMATER.
4 - FATORES AMBIENTAIS
4. 1 - Clima
O clima é subtropical úmido com chuvas abundantes (média de 1800 mm
anuais). Na última década, tivemos varias secas em diferentes épocas do ano, como
aconteceram em toda a região noroeste do Estado. A temperatura é variável
chegando a mínima de -1ºC até a máxima de 40ºC, ficando na média de 19 ºC.
As chuvas são regulares, podendo ocorrer deficiências Hídricas nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro.
Os ventos são regulares e frequentes, predominando os de orientação Norte.
4.2 - Geologia
O Município corresponde em termos geológicos, à Província Paraná, que
engloba litológicas sedimentares de idades paleozoicas e mesozoicas que afloram
nas partes mais orientais, efusivas juro-cretáceas que representam mais da metade
de sua extensão, bem como arenitos supraderrames. O basalto é o material de
origem da região, que se apresentam como planície profundamente recortada pelos
afluentes do Rio Uruguai.
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4.3 - Pedologia
4.3.1 – Solos
O município de Barra do Guarita apresenta sob o aspecto pedológico, a
predominância dos solos pertencentes à unidade de Mapeamento Charrua,
associados aos solos da unidade de Mapeamento Ciríaco, que formam a
Associação Ciríaco Charrua.
A topografia do município apresenta-se ondulada, tornando-se acidentada
descendo ao nível dos rios e arroios, ocorrendo com frequência o afloramento das
rochas.
O tipo de solo predominante é de associação ciríaco-charrua caracterizada
por:
Solos argilosos;
Relevo ondulado a fortemente ondulado e acidentado;
Sujeito à forte erosão;
Boa fertilidade natural;
Mecanização impraticável, exceto em algumas áreas;
Afloramento de pedras e rochas, ocorrendo com frequência, especialmente
nas proximidades dos rios;
Bons teores de matéria orgânica.
O subsolo é pobre em recursos minerais.
Os solos derivam da decomposição de rochas basálticas, produto da erupção
vulcânica sendo nas classes I, II, III e IV, classificados como Latossolos, Neossolos
e Chernossolos.
Os solos Ciríaco são medianamente profundos (80 a 120cm),
moderadamente drenados, de coloração bruno-avermelhada-escura, textura argilosa
e desenvolvidos a partir de basaltos. Solos desenvolvidos a partir de rochas
eruptivas básicas (basaltos e metálicos). Em algumas áreas é comum esta rocha
apresentarem incrustações de calcita.
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Os solos Charruas, em geral, encontram-se nas escarpas dos vales,
ocupando a posição mais íngreme do relevo geral, situando-se os solos Ciríaco nas
áreas menos acidentadas e nas partes inferiores do declive.
Tanto os solos Ciríaco como Charrua não apresentam problemas de alumínio
trocável, mas necessitando de correção para fósforo, potássio e calcário. Solos
muito suscetíveis a erosão devido ao relevo movimentado em que ocorrem.
4.3.2 – Geomorfologia
Sob o ponto de vista geomorfológico, o Município de Barra do Guarita – RS,
pertence ao Subdomínio Morfoestrutural da Bacia e Coberturas Sedimentares do
Paraná, correspondendo esta entidade a um vastíssimo planalto monoclinal,
inclinado para o oeste em consequência do mergulho das rochas da Província
Paraná que, em sua parte oriental, apresentam tal sentido.
4.3.3 - Uso e Ocupação das terras no Município de Barra do Guarita
No Município foram classificados e identificados cinco tipos de usos da terra
para a paisagem, sendo eles: mata, agricultura, pastagem e área urbana.
DISTRIBUIÇÃO DO PERCENTUAL DOS USOS DA TERRA DO MUNICÍPIO
TIPOS DE USO PORCENTAGEM DE ÁREA(%)ÁREA URBANA 9
ÁREA RURAL 91
ÁREA DE MATA 20,7
ÁREA DE AGRICULTURA 61,3
ÁREA DE PASTAGENS 8
O Município de Barra do Guarita - RS caracterizava-se por possuir uma
floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, possuindo grandes áreas de
vegetação nativa. Hoje, essas áreas estão cada vez mais difíceis de serem
encontradas, devido a grande ação predatória extrativista do homem.
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A vegetação nativa vem sofrendo cada vez mais modificações com a
introdução da agricultura/pecuária. As áreas de mata nativa estão reduzidas e
isoladas, por áreas alteradas pela ação antrópica, como o uso agrícola e pastagens.
A classe agricultura/pecuária ficou com 62.5 % nos últimos anos, não
apresentando alterações consideráveis durantes o decorrer deste período,
mostrando com isso que a maior parte do território municipal é utilizada para a
prática agrícola constituindo-se na matriz de usos de solo.
4.3.4 – Hidrologia
O Município de Barra do Guarita localiza-se na Bacia Hidrográfica do Rio
Uruguai. No Município, margeamos o rio Uruguai que pelas características permite
transporte de pequenas e médias embarcações, não permitindo, porém, o
escoamento de produção e os demais rios são considerados de planalto com
corredeiras, margens altas e leito em declive, não se destacando como via de
transporte, não se destacando como via de transporte. Todos os rios e arroios
desembocam no Rio Uruguai, sendo dele afluentes ou subafluentes.
Os principais rios são: Rio Uruguai, Rio Guarita e Rio Parizinho.
As principais Bacias Hidrográficas, do município são:
- Bacia do Rio Uruguai, formada pelos Rios Uruguai, Guarita e Parizinho.
- Micro - Bacia do Rio Guarita, formada pelo Lajeado Tigre e o próprio Rio Guarita.
- Micro - Bacia do Rio Parizinho, formada pelos arroios: Lajeado Beto e Sanga da
Coruja.
O Município está muito bem servido por recursos hídricos com diversos
riachos, córregos e nascentes que abastecem de água a população e as criações de
animais.
A densidade de drenagem, que expressa o grau de desenvolvimento de um
sistema de drenagem é de 23,35 m/ha, sendo considerada como rica, segundo
DNAEE-EESC (1980), que afirma que a densidade de drenagem é considerada
pobre, quando menor que 7,5 m/ha, mediana, entre 7,5 a 15 m/ha; e rica, quando
maior que 15m/ha.
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4.3.5 - Fatores Bióticos
O Município de Barra do Guarita está localizado no Médio Alto Uruguai, região
fisiográfica do Alto Uruguai do Rio Grande do Sul.
A vegetação original era caracterizada, essencialmente, por formações
perenifólia mesófila-floresta subtropical, apresentando matas de porte gigantesco
que apresentavam várias espécies nativas pertencentes à formação florística
virgem. Esta vegetação, segundo o Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do
Sul (SEMA, 2002) é classificado como Floresta Estacional Decidual.
Essas matas originais apresentavam várias camadas superpostas de
vegetação; embaixo, o andar dos vegetais do solo, com gramíneas, ervas,
samambaias e arbustos; a seguir a mata média formada por cipós, taquaras,
espinheiros, xaxins, orquídeas, e finalmente a mata alta, formada pelas copas das
árvores altas características da região. Hoje subsistem pequenas extensões de mata
virgem, que paulatinamente vão sendo cada vez mais reduzidas.
Relação das espécies nativas de maior incidência no Município de Barra do
Guarita - RS:
FAMÍLIA BOTÂNCIA, NOME CIENTIFICO E NOME POPULAR DAS ESPÉCIES MAIS ENCONTRADAS NO MUNICÍPIO.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULARBoraginaceae Cordia trichotoma (Vell)
Arrab. Steud
Louro
Patagonula americana L. Guajuvira
Lauraceae Nectandra megapotamica
(Spreng.) Mez.
Canela-preta
Leguminosae Albizia sp. Angico-branco
Apuleia leiocarpa (Vog.)
Macbr.
Grápia
Ateleia glazioviana Bailon Timbó
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Dalbergia variabilis Vog. Rabo-de-bugio
Myrocarpus frondosus Fr.
All.
Cabriúva
Meliaceae Cedrela fissilis Cedro branco
Rutaceae Helietta longifoliata Britton Canela-de-veado
Tiliaceae Luehea divaricata Açoita cavalo
.
6 – A percepção para promover o desenvolvimento rural sustentável do município de Barra do Guarita.
O município tem como grande destaque a atividade suinícola, principalmente
na fase de terminação, ou seja, engorda para o abate. A avicultura desde a
implantação das unidades de abates localizados na região vem ganhando espaço no
setor primário do município.
Com objetivo de promover o desenvolvimento rural sustentável a atividade de
bovinocultura de leite vem proporcionando as nossas famílias rurais uma alternativa
de fonte de renda mensal, o qual nos orienta a destinar esforços para alavancar e
consolidar essa atividade como a principal atividade na pequena propriedade rural.
Estando presente em 163 propriedades no município de um total de 404
estabelecimentos rurais. Com os trabalhos da Secretaria Municipal da Agricultura e
Meio Ambiente e EMATER, pretendemos atingir grande parte desses produtores,
levando até eles conhecimentos em novas tecnologias de produção, para aumentar
a produtividade, melhorar a qualidade do leite e buscar melhor renumeração ao
produto, assim gerando maior renda e qualidade de vida para esses agricultores
familiares.
O município de Barra do Guarita possui uma singela patrulha agrícola,
onde presta serviços aos produtores de leite, como, plantio de milho, forrageiras de
inverno e verão, subsolagem, distribuição de esterco liquido e sólido, silagem, corte
de grama, entre outros. Também possui uma cooperativa de comercialização de
leite dos produtores rurais, alem de vários projetos em parceria, principalmente com
a EMATER, voltados para o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite.
A fruticultura seria uma excelente alternativa de renda para a agricultura
familiar, nosso clima é favorável a produção de citricultura, mas porem, ainda é
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pouco explorada. Um dos objetivos da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio
Ambiente e EMATER, será fomentar a produção de fruticultura.
Entre as culturas anuais se destacam as culturas do milho e da soja, seja
para produzir grãos para comercialização, grãos para alimentação animal ou para
produção de silagem de planta inteira. A assistência técnica desenvolve um trabalho
junto aos produtores de milho objetivando aumentar à produtividade através do
incentivo para fazer analises de solo e através dessa ferramenta poder recomendar
a melhor forma de adubações e correções desses solos partindo de um parâmetro,
que é a escolha do melhor híbrido, para cada situação entre elas: tecnologia
aplicada, produção esperada e finalidade de uso.
Ainda com pequena expressão a cultura do trigo é cultivada nas áreas
mecanizadas. O feijão é cultivado para fins de subsistência e o excedente é
comercializado.
A piscicultura também entre no processo como uma excelente alternativa de
fonte de renda nas propriedades, pois possuímos inúmeros tanques aptos para a
criação comercial nas propriedades devendo a Secretaria Municipal da Agricultura e
Meio Ambiente e EMATER, fomentar a produção.
Temos como objetivo trabalhar na conscientização ambiental, levando até
escolas municipais e estaduais, grupos, produtores as maneiras de preservar o meio
ambiente, através de pequenos gestos e mudanças de hábitos cotidianos.
7 - Estratégias de mobilização visando construir participativamente uma visão de futuro para o desenvolvimento sustentável no município
Juntamente com o poder publico municipal, associações, conselhos,
instituições financeiras e grupos de produtores rurais, promover debates
conjuntamente com as comunidades rurais para elaborar um planejamento e ações,
voltadas para as soluções de problemas diagnosticados no meio rural pelos
produtores rurais e parceiros, visando o desenvolvido rural sustentável das
atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares, buscando um envolvimento
maior dos membros envolvidos no processo de planejamento e execuções das
atividades que forem desenvolvidas.
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8 - Espaço de Relações Institucionais
- Prefeitura Municipal;
- Secretarias Municipais;
- Conselhos municipais;
- Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Guarita;
- Associações;
- Imprensa Escrita e Falada (jornais, rádios);
- Agentes financeiros;
- Escolas;
- Igrejas.
9 - TEMÁTICAS PLANEJADAS
9.1- Produção Sustentável de Leite
9.1.1 - Situação Atual
Nosso município conta com aproximadamente 82 produtores com produção
estimada diária de aproximadamente os 25.781 litros. Consequentemente a
produção média diária por mais de 65% dos estabelecimentos rural é abaixo de 50
litros diários.
Analisando os dados de produção, número de produtores e número de
matrizes produtivas, constata-se que a problemas na cadeia de produtiva de leite,
problemas que provém de diversos fatores: baixa tecnologia adotada pelos
produtores de leite, consequentemente as áreas melhores são destinadas para
outras atividades causando um déficit de produção de pastagens, fator determinante
para a produção. Outros fatores correlacionados a atividade é a falta de manejo
adequado em geral dado aos animais.
9.1.2 - Situação Projetada
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Buscar através de reuniões temáticas, intercâmbios municipais e regionais
entre as propriedades, assistência técnica a conscientização do produtor de usar
novas tecnologias de produção leiteira, como: implantação de pastagens perenes e
anuais bem manejadas visando a produção para o ano inteiro num processo de
pastoreio rotativo; produção de silagem de planta inteira de qualidade; dietas
equilibradas com uso de concentrado e sal mineral; manejo de criação de terneiras,
novilhas, vacas secas e vaca em lactação; manejo de controle de qualidade do leite;
manejo de reprodução e melhoramento genético; manejo sanitário; organização da
produção para comercialização; gestão da propriedade tornando o produtor um
empresário rural. 9.1.3 - Objetivo
O objetivo é capacitar os produtores, buscando aumentar a produtividade,
melhorar a qualidade do leite e priorizar a produção sustentável economicamente e
ambientalmente correta.
Fortalecer a associação de venda comunitária de leite a fim de agregar valor
ao produto comercializado.
Sensibilizar os produtores que a matriz produtiva das pequenas propriedades
devem ser voltadas a produção de leite, por ser uma atividade que agrega alto valor
por área.
9.1.4 - Fatores Impulsores;
-Assistência Técnica através da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio
Ambiente com técnicos e veterinário;
-Melhoramento genético através do uso da tecnologia de inseminação artificial
e o uso da técnica de acasalamento corretivo;
-Possui grande quantidade de dejetos suínos para uso como adubação;
-ATER Cadeia Produtiva do leite;
-Fomentar a associação dos produtores de leite para que realizem venda
conjunta e com boas possibilidades de aumentar o número associados;
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9.1.5 - Fatores Restritivos
-Falta de mão de obra (sucessão familiar);
-Falta de organização e metas da propriedade;
-Dificuldade de aceitar e executar novas tecnologias;
-Não encaram a atividade como uma prioridade;
-Oscilações do preço do leite;
9.1.6 - Metas
-Buscar a autossuficiência na dieta dos animais das propriedades assistidas;
-Trabalhar com alternativas forrageiras na entressafra;
-Atingir 75% das propriedades leiteiras com implantação de pastagens
perenes e anuais com uso de pastoreio rotativo, dimensionando a área a ser
implantada para suprir a demanda forrageira anual conforme número de animais na
propriedade;
-Aumentar o uso da ferramenta de análise de solo para corrigir a fertilidade
dos solos, utilizados por pastagens perenes e anuais;
-Intensificar a assistência direcionada a produção de leite com qualidade
conforme a normativa IN62;
-Trabalhar com a associação de produtores de leite;
- Alcançar a sustentabilidade econômica, social e ambiental;
9.1.7 - Estratégia
-Implantação de unidades de referência em Pastagens junto às comunidades.
-Realizar intercâmbios com propriedades consolidadas no pastoreio rotativo
dentro do próprio Município ou em Municípios próximos;
-Uso de adubos minerais com o complemento de dejetos líquidos de suínos
conforme analise de solo, usando os dejetos de forma racional conforme a
legislação ambiental vigente;
18
-Manejo e conservação dos solos e das águas, incentivando o plantio direto,
rotação de cultura e adubação verde;
-Dar seguimento nos trabalhos prestados aos produtores envolvidos e que
demonstrarem interesse vinculado ao programa ATER;
-Atividades práticas em grupos e individuais de como fazer um bom manejo
de ordenha, prevenção de mastite e limpeza de equipamentos de ordenha para
buscar a qualidade do leite;
-Motivar os produtores a trabalhar de forma de cooperativista e associativa
afim de buscar melhores preços na venda do leite e na compra de insumos;
9.1.8 - Envolvimento Institucional
- EMATER/RS - ASCAR
-Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente;
-Coopermista Barra do Guarita;
-Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural;
-Prefeitura Municipal;
- Sindicato dos Trabalhadores Rurais – STR.
10.2 – Fruticultura
10.2.1 - Situação Atual
Não existem pomares cultivados em nosso Município.
10.2.2 - Situação Projetada
Prestar assistência técnica aos produtores interessados e incentivar a
implantação de pomares, dando ênfase as tecnologias atuais para produção de
frutas com qualidade para abastecer o mercado local com frutas in natura;
10.2.3 - Fatores Impulsores
19
-PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar;
- PAA – Programa de Aquisição de Alimentos;
-Diversificação das atividades na propriedade;
-Feira do Produtor Rural.
10.2.4 - Fatores restritivos
-Distancia das agroindústrias processadoras de sucos;
-Distância dos grandes mercados consumidores;
-Organização de comercialização;
-Abandono e falta de manejo correto em pomares;
-Desestimulo dos produtores com a atividade devido a frustações passadas;
-Alto investimento para a implantação do pomar.
10.2.5 - Metas
Buscar novos produtores interessados em diversificar suas atividade na
propriedade.
10.2.6 - Estratégia
-Capacitação dos produtores interessados na atividade de fruticultura.
-Troca de experiência com produtores e técnicos da EMATER de municípios
tradicionais na produção de frutas.
10.2.7- Envolvimento Institucional
-Emater-RS/Ascar;
-Secretária Municipal da Agricultura e Meio Ambiente;
-Sindicato dos Trabalhadores Rurais;
10.3 - Suinocultura
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10.3.1- Situação Atual
A suinocultura em nosso Município é composta por aproximadamente 12
famílias onde a grande maioria é integrada ou parceira de empresas integradoras e
parceiros na produção de leitões, creches e terminação. A atividade de suinocultura
tem grande destaque.
10.3.2 - Situação Projetada
O número de novas integrações poderá crescer, mas num ritmo de menor
proporção.
10.3.3 - Fatores Impulsores
-A integração com garantias de comércio do produto final;
-A renda gerada com a atividade;
-Fornece adubação orgânica de qualidade e baixo custo;
-O associativismo existente (Associação)
-Proximidade das propriedades com a indústria abate e Fabrica de rações.
-Apoio do poder público municipal para instalação de uma noval pocilga;
10.3.4 - Fatores restritivos
- Alto custo para entrar na atividade;
- Dificuldade de conseguir novas parcerias com empresa integradoras;
- Rigidez para enquadramento das normas ambientais;
- Uso e distribuição correta dos dejetos suínos nas propriedades;.
10.3.5 - Metas
-Buscar maior eficiência no manejo dos dejetos;
21
-Recomendações de quantidades a ser distribuídas por áreas através da
análise de solo;
-Uso correto de distribuição seguindo as normas ambientais;
10.3.6 - Estratégia
Juntamente com a Secretária Municipal da Agricultura e Meio Ambiente,
sensibilizar os produtores através de reuniões e divulgações sobre a importância da
atividade para o município, mostrando que o fator ambiental é determinante para
continuidade com êxito da atividade;
10.3.7 - Envolvimento Institucional
-Escritório Municipal da EMATER/RS – ASCAR;
-Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente.
-Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.
-Conselho Meio Ambiente
-Prefeitura Municipal.
-Coopermista Barra do Guarita.
10.4 - Piscicultura
10.4.1 - Situação Atual
A piscicultura apesar de pouca expressão em nosso município, tem um
grande potencial em se tornar uma ótima fonte de renda em grande parte das
propriedades rurais. O problema é que os produtores encontra-se desorganizados,
onde cada um produz de forma individual, seja para subsistência ou
comercialização, e nisso tem encontrado grande dificuldade, seja ela para a
aquisição de alimentação que possui um alto valor agregado na produção e também
na hora da venda, comercialização da produção.
10.4.2 - Situação Projetada
22
Prestar assistência técnica qualificada e organizar os produtores em
associação, para a compra de alimentação e venda da produção, alem de buscar
recursos para a criação de uma agroindústria para beneficiamento da produção e
abastecimento do mercado local. Regulamentar o sistema de fiscalização de abate
dos peixes podendo assim não só abastecer o mercado local mas expandir para
outras regiões.
Incentivar a abertura de novos tanques, aos produtores interessados em
aumentar a atividade na sua propriedade, sempre observando as normas
ambientais.
10.4.3 - Fatores Impulsores
-PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar;
- PAA – Programa de Aquisição de Alimentos;
-Diversificação das atividades na propriedade;
-Feira do Produtor Rural
10.4.4 - Fatores restritivos
- Desorganização dos produtores de peixes;
- Não possui local adequado para o abate dos peixes;
-Distância dos grandes mercados consumidores.
10.4.5 – Metas
- Organizar os produtores, a produção de peixe e a comercialização da
produção.
10.4.6 – Estratégia
23
-Incentivar os produtores que estão na atividade, melhorando as técnicas de
produção;
-Troca de experiência com produtores e técnicos da EMATER de municípios
tradicionais na produção de peixes;
- Aproximar os produtores aos grandes canais de distribuição da produção;
- criação de uma agroindústria para beneficiamento da produção;
- regulamentar as leis de fiscalização de abate dos peixes.
10.4.7 Envolvimento Institucional
- EMATER/RS-ASCAR
- Secretária Municipal de Obras;
- Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente
- Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
- Conselho Municipal do Meio Ambiente
10.5 - Produção de Grãos
10.5.1 - Situação Atual
O grão esta inserido em nosso município, com uma área de aproximadamente
1100 há de Milho, aproximadamente 1600 ha de soja, aproximadamente 200ha de
trigo e uma área de aproximadamente 8 ha de feijão.
10.5.2 - Situação Projetada
A tendência para os próximos anos é que a cultura do milho se mantenha
estável ou com possível aumento de área, já as demais culturas vão permanecer
estáveis e até perder espaço para áreas de pastagens permanentes.
10.5.3 - Fatores Impulsores
-Acesso ao crédito.
24
-Assistência técnica do Escritório Municipal da EMATER, Secretaria Municipal
de Agricultura e empresas do ramo;
-Cadeia produtiva do leite;
-Facilidade de venda e escoação da safra;
10.5.4 Fatores restritivos
-Propriedades com pequenas áreas e com restrições a produção de culturas
anuais devido ao relevo acidentado;
-Alto custo de produção;
-incertezas quanto ao comportamento climático, devido aos períodos de
estiagens muito frequentes em nossa região;
-Preços da venda do produto muito acíclico.
10.5.5 - Metas
- Aumentar a área de milho para produção de grãos e silagem para utilização
da alimentação animal;
-Difundir o uso de novas tecnologias de produção de grãos, visando aumentar
produtividade das lavouras consequentemente a rentabilidade da propriedade;
-Incentivar a produção de feijão para subsistência e venda de excedentes;
10.5.6 - Estratégia
-Escolha de híbridos e cultivares corretas conforme zoneamento, finalidade de
uso, tipo de solo e relevo e tecnologia a ser empregada;
-Incentivar a produção de grãos para uso e consumo na propriedade;
-Uso, manejo e conservação do solo, incentivando o plantio direto, rotação de
cultura e adubação verde;
10.5.7 - Envolvimento Institucional
25
Buscar apoio e formar parcerias junto as entidades publicas, financeiras e
associativas.
10.6 - Gestão e Educação Ambiental
10.6.1 - Situação Atual
O município conta com a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio
Ambiente, estando apto a expedir licenças ambientais para atividades
potencialmente poluidoras e exercendo fiscalização sobre as mesmas e tem o poder
de notificar e autuar qualquer pessoa física ou jurídica que por ventura cometer um
dano ambiental nos limites do município.
Esta sendo desenvolvido no município projetos para conscientizar a
população da importância da separação do lixo domiciliar em parceria com a
CIGRES (Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos). O município
conta com a coleta de lixo domiciliar na zona urbana 2 vezes por semana. Também
está sendo organizada a coleta de embalagens de agrotóxicos e destino adequado
em pelo menos 1 vezes ao ano.
Por nós ter no município a atividade de suinoculturas e por produzir dejetos
líquidos de suíno, trabalhos estão sendo desenvolvidos para manejar esses dejetos
líquidos de uma propriedade para a outra, a construção de estrumeiras em
propriedades de pecuária de leite, que não contam com suinocultura, foi uma
alternativa encontrada para distribuir este dejetos, em forma de adubação para
pastagens, outra forma encontrada é o distribuidor de dejetos líquidos que a
Prefeitura Municipal disponibiliza para os produtores.
10.6.2 - Situação Projetada
Aproveitar da melhor forma possível o adubo orgânico produzido no município
e tentar que essa alternativa de adubação chegue na maioria das propriedades.
Minimizar o impacto produzido pelo uso excessivo e irracional de dejetos líquidos de
suínos, trabalhar de uma forma de conscientização do produtor rural para que use
26
essa alternativa de adubação de uma forma racional e respeitando as leis
ambientais vigentes.
Haverá um trabalho intensificado na conscientização da população urbana e
rural para que faça a separação do lixo em suas residências.
Trabalhar nas propriedades rurais sobre a importância da tríplice lavagem e
destinação correta de embalagens de defensivos agrícolas.
10.6.3 - Fatores Impulsores
-Aquisição de novos distribuidores de dejetos líquidos pela Prefeitura
Municipal;
-Trabalho desenvolvido pela diretoria da CIGRES em toda a região;
-Agentes comunitários de saúde;
-Meio ambiente municipalizado;
-Órgãos públicos estatual (FEPAM, PATRAM, MP)
-Trabalho conjunto entre SMAMA da EMATER/RS-ASCAR e demais
entidades;
-A população está cada vez mais consciente que tem que colaborar com
formas de minimizar os impactos ambientais.
10.6.4 - Fatores restritivos
-Falta de informação da população;
-Produtor rural desconhece as leis ambientais;
-Falta de pessoal para fiscalização;
-Falta de sensibilização por parte de alguns produtores.
10.6.5 - Metas
-Elaborar um plano em conjunto com os órgãos públicos estaduais,
municipais, associações e grupos para encontrar formas de divulgar e executar
ações de cunho ambiental;
27
10.6.5 - Estratégia
-Divulgar através da impressa escrita e falada ações ambientais;
-Palestras e reuniões nas comunidades sobre leis ambientais;
-Palestras nas escolas municipais e estaduais sobre a importância de
preservar o meio ambiente, fazendo a separação do lixo;
10.6.6 - Envolvimento Institucional
-EMATER/ RS – ASCAR;
-Conselho Municipal do Meio Ambiente;
-Ministério Público;
-Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente;
-Secretaria Municipal de Educação;
-Secretaria Municipal da Assistência Social;
-Secretaria Municipal da Saúde;
-Prefeitura Municipal;
-PATRAM;
-CIGRES;
10.7 - Segurança e Soberania Alimentar (Projeto Produzir para Viver Melhor)
10.7.1 - Situação Atual
Devido ao grande número de propriedades familiares no município de Barra
do Guarita, sendo que na grande maioria formada por propriedades com menos de
15 ha em áreas com relevos irregulares, assim diminuindo as áreas produtivas é
primordial que essas famílias produzam seus próprios alimentos, de maneira que
supra suas necessidades em termos de quantidade e qualidade e se possível
consiga comercializar os excedentes. Atualmente os alimentos de subsistência estão
deixando de ser produzida na propriedade por diversas razões, entre elas a
ocupação maior dos familiares com outras atividades ou pela falta de mão de obra.
28
10.7.2 - Situação Projetada
-Incentivar a agricultura familiar a voltar a cultivar em suas propriedades os
alimentos de subsistência com diversificação de produtos;
-Mostrar a viabilidade econômica de produzir seu próprio alimento ao invés de
busca-lo fora da propriedade;
-Abordar a importância dos alimentos produzidos em suas propriedades em
termos de origem e qualidade;
-Abordar a importância da qualidade da água consumida e usada na
produção e no preparo dos alimentos;
-Desencadear a preocupação com a qualidade dos alimentos produzidos e
também o sistema de produção, voltando para a produção orgânica ou de baixo uso
de químicos.
10.7.3 - Fatores impulsores
-Resgate cultural;
-Qualidade de vida;
-Economia familiar;
-Possível fonte de renda com venda de excedentes.
10.7.4 - Fatores restritivos
-Ocupação em outras atividades;
-Menor número de familiares no módulo familiar, mão de obra envelhecida;
-Comodismo: fácil acesso para aquisição desses alimentos;
-Falta de interesse;
-Produtos industrializados;
-Dependências de programas governamentais;
10.7.5 - Metas
29
-Orientação para implantação de hortas e pomares domésticos e coletivos;
-Orientação da importância de uma alimentação saudável e diversificada;
-Incentivar a produção de carne, frutas, leite, ovos, mandioca, batata, feijão,
folhosas, legumes, cereais, etc.. e o consumo dos mesmos com orientação sobre a
dieta alimentar correta dos mesmos. 10.7.6 - Estratégias
-Visitas as propriedades;
-Demonstração de métodos;
-Formação de hortas e pomares domésticos;
-Cursos e orientações;
-Divulgação da imprensa escrita e falada;
-Divulgação em feiras, escolas e grupos.
10.7.7 Envolvimento institucional
-Departamento Municipal de Assistência Social;
-Secretaria Municipal de Saúde;
-Secretaria Municipal de Educação;
-Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente;
-EMATER/RS – ASCAR;
10.8 - Sucessão Familiar.
10.8.1 - Situação Atual
Atualmente 1/5 da população rural do município é composta de jovens, a
grande maioria pertence a famílias tradicionais que possuem ao menos uma
atividade bem sucedida (suinocultura e/ou pecuária de leite). Os jovens de famílias
mais vulneráveis tem o meio rural como moradia, mas desempenham outras
atividades fora da propriedade.
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Existe um chamado natural dos jovens para os meios urbanos, precarizando a
permanência no meio rural, o apelo ao consumismo e as facilidades de acesso à
modernidade, impelem o jovem cada dia mais para os meios urbanos.
10.8.2 - Situação Projetada
O fortalecimento a agricultura familiar com as atividades de pecuária de leite,
suinocultura, piscicultura e hortifrutigranjeiros é uma das maneiras de conseguirmos
manter o jovem no campo produzindo, dessa forma iremos conseguir a sucessão
propriamente dita.
Sensibilizar os pais que o meio rural é viável para se ter uma vida digna e que
incentivem os seus filhos a permanecerem e trabalharem dando continuidade as
atividades desenvolvidas na propriedade e que a renda proveniente de uma
atividade planejada será mais atraente do que um salário ganho na cidade.
10.8.3 - Fatores Impulsores
-Incentivo por parte dos pais;
-Buscar com a Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente e
EMATER, possibilidades de melhoras ou de novas atividades mais convenientes
com a realidade da propriedade;
-Qualidade de vida no meio rural;
-Trabalha para si próprio e não como empregado, visando sucessão;
10.8.4 - Fatores Restritivos
- Desmotivação através dos pais da não permanência das filhas no campo;
- Patriarcalismo: os pais não dividem a renda das atividades com os filhos;
- O jovem é atraído para as cidades devido a uma propaganda que mostra os
prazeres da vida moderna;
- Cada vez mais o jovem busca se aperfeiçoar através de ensinos técnico ou
superior e acaba não retornando para a propriedade;
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10.8.5 - Metas
- Buscar alternativas de viabilizar o jovem no campo;
- Trabalhar a questão de cultural dos pais;
- Orientar o jovem das vantagens de se manter no meio rural;
10.8.6 - Estratégias
Trabalhar as metas acima citadas, conscientizando as famílias para as
vantagens de viver no meio rural, tendo como fator impulsor a qualidade de vida que
podemos ter e da importância de continuar trabalhando no setor.
10.8.7 - Envolvimento Institucional
- EMATER/RS – ASCAR;
- Secretaria Municipal da Educação;
- Escolas estaduais e municipais;
- Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente.
11 - Como Iremos Alcançar esse Desenvolvimento Rural Sustentável?
Como citamos acima, Barra do Guarita pertencente a Mesorregião Noroeste
Rio-grandense e a Microrregião Três Passos, umas das regiões mais pobres e
carentes de infraestrutura do estado. Somos contemplados com todas as chamadas
públicas para atender famílias rurais e tentar através da assistência técnica
proporcionar uma vida melhor para essas pessoas.
Mas precisamos de mais, precisamos de algo grande, precisamos além do
conhecimento de nossos extensionistas rurais, dar uma infraestrutura digna para
essas famílias a um custo baixo para eles.
Surgiu então a ideia que através da equipe técnica da Secretaria da
Agricultura e Meio Ambiente e EMATER, buscar novas tecnologias de produção
para a pecuária de leite, onde os produtores terão uma nova percepção da atividade,
dando ênfase na qualidade do solo, para uma maior produtividade de pastagem
32
conseguindo assim produzir um leite de baixo custo obtendo uma maior lucratividade
do negocio. Também faz parte do projeto a gestão da propriedade onde os
produtores não tem dado muita ênfase no que diz respeito ao custo da produção e a
real lucratividade.
Outro aspecto que necessita ser desenvolvido é a produção de alimentos
para subsistência das famílias, com o objetivo de que possam vender o excedente
da produção obtendo assim uma renda extra na propriedade. Nosso Papel como
setor publico é aproximar essas famílias com os canais de distribuição da produção,
pois a cadeia desse processo fica muito distante do produtor rural. Buscamos ainda
sempre que possível renovar toda a frota da patrulha agrícola do município para que
cada vez mais possamos prestar um serviço de qualidade aos produtores.
Barra do Guarita – RS – 28 de Março de 2017.
_____________________________Rodrigo Locatelli Tisott
Prefeito Municipal
_______________________________Jurandir Bottega
Responsável pela Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente
_________________________Sirlei Joana Cansi Vogt
Chefe Escritório da EMATER
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