Universidade Federal de ViçosaCentro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção
Avaliação Ergonômica de Algumas Atividades de
Implantação Florestal – Análise da atividade
Gabriela Fonseca Parreira – Bolsista
Luciano José Minette – Orientador
Amaury Paulo de Souza – Professor
Emília Pio Silva - Estudante
Projeto desenvolvido com recursos financeiros do CNPq
Introdução
• Definição de ergonomia
• Objetivos da ergonomia • Por que fazer uma avaliação ergonômica
das atividades de implantação florestal?– Crescimento deste setor– Condições de trabalho
Objetivos
• Realizar uma Avaliação Ergonômica de Algumas Atividades de Implantação Florestal. Especificamente:– Caracterizar o perfil dos trabalhadores– Avaliar a carga de trabalho físico por meio da
freqüência cardíaca– Fazer uma avaliação biomecânica– Avaliar o Risco de Lesão por Esforço
Repetitivo (LER).
Materiais e Métodos
• Região de Estudo– Coordenadas:19° 13’ 12’’ de latitude sul e
42° 29’01’’ de longitude oeste.
• População e Amostra
Materiais e Métodos• Atividades Analisadas:
– Coveamento manual: • Fluxograma 1: Ciclo operacional do coveamento manual
Perfurar cova Deslocar pelo terreno
Materiais e Métodos• Coveamento semimecanizado
– Fluxograma 2: Ciclo operacional do coveamento semi-mecanizado
Ponto de apoio
Abastecermotocoveadora
Limpar lâmina
Perfurar cova
Deslocar entre umacova e outra
Pausa Pausa
Materiais e Métodos• Plantio Florestal Manual com Aplicação de Gel
– Fluxograma 3: Ciclo operacional do plantio florestal manual com aplicação de gel
Caminhão de apoio
Abastecer o costal
Abastecer reservatóriode mudas
Deslocar até a área deplantio
Plantar as mudas
Reabastecer
Materiais e Métodos• Aplicação de corretivo de solo
– Fluxograma 4: Ciclo operacional da aplicação de corretivo de solo.
Depósito de calcáriona estrada
Abastecer a bolsa decalcário
Distribuir o calcário
Reabastecer a bolsa
Materiais e Métodos• Caracterização do Perfil
– Aplicação de questionário– Análise por meio do software EPI INFO
versão 3.3.2 (2005)• Avaliação da Carga de Trabalho Físico
– Utilização do sistema Polar Vantage NV• Avaliação Biomecânica
– Utilização do programa computacional de predição de posturas e forças estáticas, desenvolvido pela Universidade de Michigan.
Materiais e Métodos
• Avaliação do risco de LER– Foi aplicado um Check-list proposto por COUTO
(COUTO et. al. 1998).
Resultados e Discussão• Perfil
– Quadro 1: Dados pessoais dos trabalhadores florestais.
Variáveis analisadas Valores médios e porcentagem
Idade 32,4 anosPeso 68,8 KgEstatura 1,70 metros
Cútis:Branca 11,6%Negra 31,9%Mestiça 56,5%
LateralidadeCanhoto 8,7%Destro 91,3%
Resultados e Discussão• Quadro 2: Parte do corpo que os trabalhadores sentiam
mais dores ao fim da jornada de trabalho.
Atividade Parte do corpo que sentiam mais dores
Coveamento manual Punhos e coluna
Coveamento semi-mecanizado
Coluna, membros inferiores e dedos
das mãos.Plantio manual com
aplicação de gelColuna, membros
inferiores e ombrosAplicação de
corretivo de soloMembros inferiores e
coluna
Resultados e Discussão
• Carga de Trabalho FísicoCoveamento manual
020406080
100120140160180
0 8
17 25 33 41 50 58 66 74 83 91 99
107
Tempo em (min)
Freq
uênc
ia C
ardí
aca
Coveamento Semi-mecanizado
020406080
100120140160180200
1 181 361 541 721 901 1081 1261 1441 1621 1801 1981
Tempo (min)Fr
eqüê
ncia
Car
díac
a
Gráfico 1: Freqüência cardíaca observada na atividade de coveamento manual.
Gráfico 2: Freqüência cardíaca observada na atividade de
coveamento semi-mecanizado.
Resultados e Discussão
Plantio
020406080
100120140160180200
0 5 10 15 19 24 29 34 39 44 48 53 58 63 68 73
Tempo (min)
Freq
üênc
ia C
ardí
aca
Aplicação de Calcário
020406080
100120140160180200
0 4 8
12 15 19 23 27 31 35 38 42 46 50 54 58 61 65
Tempo (min)
Freq
üênc
ia C
ardí
aca
Gráfico 3: Freqüência cardíaca observada na atividade de plantio.
Gráfico 4: Freqüência cardíaca observada na atividade de aplicação de calcário.
Resultados e Discussão
Avaliação da Carga Cardiovascular
0%10%20%30%40%50%60%
Coveamentomanual
Coveamentosemi-
mecanizado
Plantio Aplicação decorretivo de
solo
• Carga cardiovascular permitida
• Carga cardiovascular real
• Gráfico 5: Avaliação da carga cardiovascular
Resultados e Discussão
ATIVIDADE FASE DO CICLO FORÇA DE COMPRESSÃO NO DISCO L5-S1 (N)
Coveamento semi-mecanizado
Perfurar covas 362±30
Deslocamento entre covas 2223±158
Coveamento manual Perfurar covas 4402±330
Plantio
Plantio 1131±67
Abastecimento do costal 4724±366
Deslocamento entre covas 1469±95
Calcário
Enchimento da bolsa 2185±177
Levantamento da bolsa do solo 3623±275
• Biomecânica– Quadro 3: Força de compressão no disco L5/S1
Atividade
Fase do Ciclo
Postura adotada
Articulações e suas respectivas condições de suportar a carga (*)
Coto-velos Ombros
Disco L5/S1
Coxofe-murais Joelhos
Torno-zelos
Covea-mento semi-meca-nizado
Perfurar cova SRL SRL SRL SRL SRL SRL
Desloca-mento entre covas
SRL CLR CLR CLR CLR CLR
Covea-mento manual
PerfurarCova CLR CLR CLR CLR SRL SRL
Plantio
Plantio SRL SRL SRL CLR SRL CLR
Abastecimento do Costal
CLR CLR CLR CLR CLR CLR
Deslocamento entre covas
SLR SRL SLR CLR CLR SRL
Aplicação de Calcário
Enchi-mento da bolsa
SRL SRL CLR CLR CLR CLR
Levan-tamento da bolsa
SRL SRL CLR CLR CLR CLR
• Quadro 4: Avaliação biomecânica das atividades.
• Legenda:SRL: Sem Risco
de Lesão
CLR: Carga Limite Recomendada Ultrapassada.
Resultados e Discussão• LER/DORT
– A atividade de coveamento semi-mecanizado e aplicação de corretivo de solo apresentaram riscos de lesão por esforço repetitivo.
– Figura 1:Perfuração de covas no coveamento semi-mecanizado
Vibração e força
Figura 2: Distribuição de corretivo de solo
ForçaRepetição de
movimento
Resultados e Discussão
Conclusão• Todos os trabalhadores acham a atividade cansativa e desgastante.• 83,3% dos trabalhadores tem que se esforçar para cumprir a meta
estabelecida.• A carga cardiovascular foi superior ao valor recomendado (40%) em
todas as atividades.• O coveamento manual e semi-mecanizado são consideradas
atividades pesadas e o plantio manual e aplicação de corretivo de solo são consideradas moderadamente pesadas.
• A organização do trabalho em meta não tem contribuído para a redução da fadiga do trabalhador.
• Os trabalhadores adotam posturas inadequadas e transportam cargas superiores ao limite recomendado (concepção de novos equipamentos e alteração na organização do trabalho).
• As articulações mais propensas a desenvolverem doenças ocupacionais são punhos e mãos para a atividade de coveamento semimecanizado e articulação dos ombros para a atividade de aplicação de calcário.
Referências Bibliográficas• APUD, E. Guidelines on ergonomics study in forestry.Genebra:
ILO,1989. 241 p.• APUD, E.; GUTIÉRREZ, M.; LAGOS, S.; MAUREIRA, F.; MEYER,
F.; ESPINOSA, J. Manual de Ergonomia Forestal. Laboratório de ergonomia de la Universidad de Concepción, Chile, 1999.
• COUTO, H.A. Fadiga física no trabalho. Belo Horizonte, Ergo Editora, 1983, 42 p. (Cadernos Ergo, 5).
• COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho : o manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: Ergo Editora, 1995, V. 1. 353p.
• COUTO, H. A.; NICOLETTI,S.J.;LECH, O. Como gerenciar a questão das LER/DORT.Belo Horizonte: Ergo,1998.437p.
• COUTO, H. A. Ergonomia aplicada ao trabalho em 18 lições. Belo Horizonte: Ergo, 2002. 202p.
Referências Bibliográficas• GRANDEJEAN, E. Fitting the task to the man – na ergonomic
approach. London: Taylor & Francis, 1982. 379 p.• IEA – International Ergonomics Association. Definição
internacional de ergonomia. Santa Mônica: USA 2000. Disponível: http://ergonomics-iea.org.
• IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 1990, 465p.
• MINETTE, L. J. Análise de fatores operacionais e ergonômicos na operação de corte florestal com motosserra. Viçosa, MG: UFV, 1996. 211p. Dissertação (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, 1996.
• RIO, R.P.; PIRES, L. Ergonomia: fundamentos da prática
ergonômica. Belo Horizonte: Health, 3 ed, 2001, 225 p.
Top Related