UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EaD E SEUS FORMATOS
Por: Cristiane Binhote Mellado
Orientador
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EaD E SEUS FORMATOS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Docência do
Ensino Superior.
Por: . Cristiane Binhote Mellado
3
AGRADECIMENTOS
....aos amigos e parentes, colegas e
professores, ao meu orientador e a
todos que, de alguma forma
contribuíram para a conclusão desse
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu amado que tanto
colaborou para o sucesso deste trabalho.
Também a minha filha, que completa os
meus dias de alegria e a minha
família,.......
5
RESUMO
É necessário sempre ponderar que tecnologia é melhor para cada
caso. As formas ou formatos tecnológicos usados na EAD contribuem para
isso quando são fontes de análises dos avanços e das possibilidades de
ampliação de acesso e capacidade interativa. Porém, é importante lembrar
que, mesmo quando se cria uma nova geração com novos meios tecnológicos,
os meios utilizados antes não deixarão de existir, portanto os meios coexistem.
Este trabalho visa analisar os diversos formatos tecnológicos utilizados
na EaD.
Para qualquer pessoa que não tenha conhecimento dos formatos
utilizados na EaD, ao ler esse trabalho de pesquisa, terá noções básicas da
evolução histórica do ensino a distância no mundo e no Brasil, bem como os
diversos formatos tecnológicos usados nesse sistema, suas características e
as vantagens e desvantagens na utilização de um ou de outro.
6
METODOLOGIA
Que método usar para esse trabalho de pesquisa? Que tema escolher?
Dúvidas, mudanças de rota, materiais pesquisados e inutilizados, etc.
É importante ponderar sobre qual a metodologia usar, valorizar o debate
com os colegas, as conversas com os professores e principalmente as dicas e
conselhos do orientador.
A leitura de diversos artigos de revistas especializadas, artigo na
Internet, muita conversa com profissionais da área tecnológica e sites oficiais
ligados à educação, foi à metodologia utilizada na elaboração desse trabalho.
Vários meios didáticos podem ser usados na EaD, independentemente
de usarmos em tempo real ou diferido, o que importa mesmo é a busca dos
valores, dos resultados educativos alcançados e no uso adequado de cada
meio tecnológico.
O importante é que, os objetivos pedagógicos atinjam alunos
desfavorecidos, proporcionando uma educação permanente e ocupacional,
permitindo, com essa metodologia da EaD, o atendimento periódico, a não
dependência de deslocamentos, maior interatividade do aluno com o material
didático, com professores, colegas e com o sistema educativo.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I – Evolução histórica 10
CAPÍTULO II - Formatos utilizados na EaD 18
CONCLUSÃO 29
ANEXOS 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
ÍNDICE 33
FOLHA DE AVALIAÇÃO 35
8
INTRODUÇÃO
Antes de iniciarmos o estudo dos formatos da tecnologia na EaD, é
importante saber o significado de educação a distância.
Educação a distância, ensino a distância, aprendizagem a distância ou
simplesmente EaD, seja qual for o nome que assuma, é caracterizada pela
separação entre o professor e o aluno. O contato entre os dois é indireto,
acontecendo por meio de outros recursos.
É uma forma de proporcionar e fazer educação, sendo forte a
mediação de novas tecnologias de informação e comunicação (TIC). O
Decreto 5.622 que regulamenta a EaD no Brasil, caracteriza a modalidade de
EaD como modalidade educacional na qual a mediação didático–pedagógica
nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores
desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
Podemos entender a EaD como uma estratégia desenvolvida por
sistemas educativos para oferecer educação a setores ou grupos da população
que, por razões diversas, têm dificuldade de acesso a serviços educativos
regulares.
A EaD é caracterizada:
• pela separação do professor e aluno no espaço e/ou tempo;
• controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do
que pelo instrutor distante;
• comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos
impressos ou alguma forma de tecnologia.
9
Embora a tecnologia seja uma parte importante da EaD, qualquer
programa de sucesso deve focalizar mais nas necessidades instrucionais dos
alunos do que na própria tecnologia. Devem ser considerados, por exemplo,
suas idades, sua base cultural e sócio-econômica, interesses e experiências,
níveis de educação e familiaridade com métodos de educação à distância.
10
CAPÍTULO I
Evolução histórica
A EaD tem uma longa história, existe pelo menos desde o final
do século XVIII, com um largo desenvolvimento a partir de meados do
século XIX quando, foi criado o primeiro curso por correspondência, por Sir
Isaac Pitman, Correspondence Colleges – Reino Unido (Andrade, 2000).
É bem provável que a origem da EaD se deva a razões de ordem
social e profissional ou mesmo cultural, associadas a fatores como o
isolamento, a flexibilidade, a mobilidade, a acessibilidade ou a
empregabilidade. De um modo geral o nascimento da EaD tinha como objetivo
suprir as carências do ensino tradicional (Santos, 2000).
1.1 - EaD no Mundo
• Suécia - registra sua primeira experiência em 1833, com um
curso de Contabilidade;
• Inglaterra - inicia-se em 1840 e, em 1843, é criada a Phonografic
Corresponding Society; A Open University, criada em 1962, mantém um
sistema de consultoria, apoiando outras nações a "fazer" uma EaD de
qualidade;
• Alemanha - em 1856, fundou o primeiro instituto de ensino de
línguas por correspondência;
• EUA - inicia-se em 1874, com a Illionois Weeleyan University;
• Paquistão - a partir de 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal
inicia a formação de docentes via EAD;
• Sri Lanka - a partir de 1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka
tem procurado atender setores importantes para o desenvolvimento do país:
profissões tecnológicas e formação docente;
11
• Tailândia - a Universidade Aberta Sukhothiai Thommathirat tem
cerca de 400.000 alunos em diferentes setores e modalidades;
• Indonésia - Criada em 1984, a Universidade de Terbuka surgiu
para atender forte demanda de estudos superiores; prevê chegar a cinco
milhões de alunos;
• Índia - Criada em 1985, a Universidade Nacional Aberta Indira
Gandhi tem objetivo de atender a demanda de ensino superior;
• Austrália - É um dos países que mais investe em EAD, mas não
tem nenhuma universidade especializada só nesta modalidade; Universidades
de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin: a percentagem
de alunos a distância é maior ou igual à de alunos presenciais;
• México - Programa Universidade Aberta, inserido na Universidade
Autônoma do México, a partir de 1972;
• Costa Rica - Universidade Estatal a Distância da Costa Rica,
criada em 1977;
• Venezuela - Universidade Nacional Aberta da Venezuela, criada a
partir de 1977;
• Colômbia - Universidade Estatal Aberta e a Distância da
Colômbia, criada em 1983.
Os principais centros de divulgação da EAD são: França, Espanha e
Inglaterra.
1.2 - EaD no Brasil
É importante observar a grande aceleração no desenvolvimento
histórico da EAD no Brasil nos últimos anos, impedindo às vezes uma
descrição completa do fenômeno. Devido a isso, será apresentado um resumo,
através do quadro abaixo, facilitando o entendimento do fenômeno, os
movimentos tecnológicos e as modificações sofridas pela EAD ao longo do
tempo.
12
Segundo a cronologia desenvolvida com base nos trabalhos de
Fernandez e Pfromm Neto, ampliado pela autora, registra os aspectos
considerados mais importantes do desenvolvimento histórico da EAD no Brasil.
1904 - escolas internacionais que eram instituições privadas que ofereciam
cursos pagos, por correspondência;
1910 - Edgard Roquette Pinto, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro
cria a filmoteca do museu de caráter científico e pedagógico.
1916-1918 - Venerando da Graça realiza experiências com cinema educativo e
publica artigos na revista A escola primária.
1922 - Prontel – coordenação e apoio a teleducação no Brasil (MEC).
1922-1925 - Rádio Sociedade Brasileira
1923 - Fundação Roquette Pinto – radiodifusão.
1926 - Na revista Electron, da rádio Rio de Janeiro, Roquette Pinto publica o
primeiro plano nacional de rádio educativo.
1934 - Anísio Teixeira confia a Roquette Pinto, no Rio de Janeiro, a instalação
e o funcionamento de uma estação de rádio exclusivamente educativa
destinada, em especial, ao professor primário – a estação do Instituto de
Pesquisas Educacionais, PRD-5.
1936 - Doação da Rádio Roquette Pinto ao MEC.
1936 - Instituto Rádio Técnico Monitor com programas dirigidos ao ramo da
eletrônica.
13
1939 - Cursos por correspondência – Marinha e Exército
surge o Instituto Universal Brasileiro, em São Paulo;
1941 - Surge no Rio de Janeiro a Universidade do Ar que durou dois anos e
era destinada ao preparo do professorado leigo por intermédio de emissões
radiofônicas.
1941 - Instituto Universal Brasileiro, formação profissional de nível elementar e
médio utilizando mídia postal e material impresso.
1947 - Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC, SESC e Emissoras
Associadas;
1950 - Curso de alfabetização pelo rádio, emissora ZYM-7, em Marquês de
Valença, estado do Rio de Janeiro, dirigido por Geraldo Januzzi.
1959 MEB – A preocupação básica era alfabetizar e este projeto foi
desmantelado pela ação do governo pós-1964.
1960 - São ministrados os primeiros cursos sobre análise experimental do
comportamento e condicionamento operante, por Fred S. Keller, difundindo
assim a instrução programada.
1961/65 - Movimento de Educação de Base (MEB) - Igreja Católica e Governo
Federal, utilizava um sistema radioeducativo: educação, conscientização,
politização, educação sindicalista
1969 - TVE do Maranhão – cursos de 5ª. Série e 8ª. Série, com material
televisivo, impresso e monitores.
1970 - Criação do projeto MINERVA para atender as necessidades de
programação radiofônica educativa requeridas pela Portaria 408/70.
14
1972 - O Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores tendo à
frente o conselheiro Newton Sucupira: o relatório final marcou uma posição
reacionária às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um
grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta e a Distância no
Brasil;
1974 - Projeto Satélite Avançado de Comunicações Interdisciplinares (Saci) no
formato de telenovela atendia as quatro primeiras séries do 1º. Grau e
associada ao Inpe tinha material de rádio e impressão para o treinamento de
professores e o ensino fundamental.
1976 - Senac – Sistema nacional de teleducação, cursos por meio de material
instrucional.
1979 - Centro Educacional de Niterói – módulos instrucionais com tutoria e
momentos presenciais, cursos de 1º. e 2º. Graus para jovens e adultos,
qualificação de técnicos.
1979 - Colégio Anglo Americano (RJ) – atua em 28 países, com cursos de
correspondência para brasileiros, em nível de 1º. e 2º. Graus.
1979 - UnB – Cursos veiculados por jornais e revistas em 1989 se transforma
no CEAD e lança o Brasil EAD.
1991 - Fundação Roquette Pinto – programa Um salto para o Futuro , para a
formação continuada de professores do ensino fundamental.
1992 - UFMT/FAE/Nead – programa em nível de licenciatura em educação
para o exercício do magistério no ensino fundamental.
1992 - Projeto Acesso da PETROBRAS suplementação de 1º. e 2º. Graus no
próprio ambiente de trabalho.
15
1993 - Senai/RJ – centro de EAD desenvolve cursos de noções básicas em
Qualidade Total, Elaboração de material didático impresso (16 mil alunos),
cursos a distância para empresas na Argentina e Venezuela.
1993 - Implantação de programas de capacitação de docentes do ensino
fundamental e médio das escolas públicas do estado de MG, pela
Universidade Federal de Uberlândia.
1995 - Multi-Rio (RJ oferece cursos em nível de 5ª. a 8ª. Séries, por intermédio
de programas televisivos e material impresso).
1995 - Programa TV Escola.
1995 - Laboratório de Ensaio a distância do Programa de pós-graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
1996 - Projeto de Educação Continuada e a distância em Medicina e saúde,
DIM / LAMPADA, Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) com Home
Page .
1998 - UNIVIR-CO (Rede Universidade Virtual do Centro-Oeste que pretende
capacitar professores para atuar em EAD.
2000 - Projeto VEREDAS que foi iniciativa da Secretaria de Educação do
Estado de Minas Gerais com IEs públicas, comunitárias e privadas, com o
objetivo de formar professores leigos para atuar no ensino fundamental.
2000 - Cederj – Consórcio que reúne universidades estaduais e federais.
Conta com apoio e recursos do governo estadual para a instalação de
unidades de apoio e de infra-estrutura adequada de tutoria e equipamentos
16
para o oferecimento de cursos e programas na área de licenciatura em
pedagogia, ciências biológicas, matemática, física.
2001 - RICESU – Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior (CVA –
RICESU) que pretende organizar e implementar produtos em EAD, com foco
na interação entre os agentes de aprendizagem e em busca de inovação
educacional.
Abaixo, segue-se um apanhado da EAD no Brasil, destacando outros
projetos, que contribuíram para a disseminação da Educação à Distância.
• Na década de 70: Fundação Roberto Marinho - programa de
educação supletiva a distância, para 1º e 2º graus;
• Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei
403/92), podendo atingir três campos distintos:
• Ampliação do conhecimento cultural: organização de cursos
específicos de acesso a todos;
• Educação continuada: reciclagem profissional às diversas
categorias de trabalhadores e àqueles que já passaram pela universidade;
• Ensino superior: englobando tanto a graduação como a pós-
graduação.
• UFSC: Educação a Distância Mediada por Computador (EDMC) -
a partir de 1996, implantou um programa de pós-graduação em Engenharia de
Produção (mestrado e doutorado) envolvendo uma rede estadual de oito
universidades oficiais e privadas, além de diversas empresas de porte
tecnológico significativo.
• Mestrado Tecnológico em Logística para a Petrobrás: iniciado
em 28/07/97, com duração de 2 anos, com 22 alunos (localizados no Rio,
Macaé, Salvador, Belém e Natal), ministrado através do Laboratório de Ensino
a Distância, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da
UFSC. Utiliza videoconferência, Internet, mídias tradicionais.
17
• Faculdade Carioca: programa de graduação implantado com
base no Lotus Notes, envolvendo cerca de mil alunos em inúmeras disciplinas
das áreas de Informática, Administração, Economia, Ciências Contábeis,
Comunicação Social, Desenho Industrial, Matemática e Letras.
• Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP): pela
Escola de Comunicações e Arte da USP (ECA-USP) uma série de cursos via
BBS tais como Astronomia, Tratamento de Imagens e Atualização de
Professores de 1º e 2º graus.
• Universidade Federal Paulista (antiga Escola Paulista de
Medicina): seu Centro de Informática na Saúde (CIS-EPM) na Internet, além
de outros serviços, programas de educação em Biologia Molecular e
Engenharia Genética.
• Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-
CAMPINAS): opção de EDMC nas disciplinas de seu Mestrado em Informática
voltado para a área gerencial de sistemas de informação.
18
CAPÍTULO II
Formatos utilizados na EaD
A forma como os formatos são concebidos e produzidos, é
extremamente importante para a motivação dos estudantes.
A qualidade dos formatos utilizados é o primeiro sinal da qualidade da
formação. Não sendo obviamente o único, a qualidade dos formatos de
formação, é determinante para o sucesso da aprendizagem.
Os conteúdos curriculares são normalmente distribuídos aos
estudantes, em diversos formatos, tais como: Texto, vídeo, áudio, informático e
videoconferência.
Iremos analisar individualmente cada um destes formatos, suas
vantagens e desvantagens.
2.1 - Texto
Desde Gutemberg, que os documentos escritos são utilizados como
principal fonte de transmissão do conhecimento. Atualmente, verifica-se ainda
a predominância do suporte papel, no veicular da informação aos estudantes,
apesar da constante evolução tecnológica verificada ao nível dos suportes
eletrônicos e digitais de informação.
O texto tem sido largamente utilizado nos processos de EaD, e
durante muitos anos, foi mesmo o único. Com a evolução tecnológica, outros
invadiram um pouco o seu espaço, sem, no entanto, conseguirem afastá-lo de
uma posição de supremacia.
Na EaD este meio didático tem de ter um tratamento especifico, para
19
adaptá-lo à situação de ausência física do professor, por isso, deve possuir
uma linguagem simples que permita a sua leitura e compreensão sem recurso
a qualquer outro mediador (Martins, 1997).
2.1.1. Vantagens
Os suportes que materializam os textos em papel (livros, fotocópias,
etc.) são facilmente transportáveis e manuseáveis, não necessitando de outros
meios complementares para serem utilizados. Além disso, trata-se de um
meio barato, se comparado com outros meios de base tecnológica mais
avançada.
2.1.2. Desvantagens
Vamos enumerar algumas desvantagens típicas deste suporte, como
por exemplo: em caso de ser necessário a sua atualização, quer pelo tempo
necessário para se proceder à sua edição, impressão e reprodução, quer pelos
elevados custos que tal medida acarreta, bem como a sua pouca adequação a
populações estudantis com reduzidos hábitos de estudo, que são agora
facilmente superados com a edição eletrônica. Este tipo de edição, além de
permitir uma atualização rápida e fácil dos documentos, permite a organização
de layouts atrativos, tornando os textos mais motivadores e de leitura mais
fácil.
2.2. Vídeo
O suporte vídeo aparece na EaD, como suporte integrado num
conjunto de materiais de formação. De uma forma geral, o vídeo não veicula a
informação base da aprendizagem. Dadas as suas características próprias,
serve de complemento a outras mídias envolvidas como é o caso da televisão,
que combina a linguagem visual, oral, musical e escrita. Esta encontra
fórmulas que se adaptam a sensibilidade do homem, usando uma linguagem
20
concreta, com doses curtas de informação e com ritmo acelerado, e completa-
se com cenários, personagens, sons, imagens, ângulos e efeitos especiais.
As linguagens em televisão são dinâmicas, respondem à sensibilidade
dos que a vêem, trabalham com a imaginação, com os sentimentos e com a
emoção na dualidade ficção - realidade (Martins, 1997).
A tele-educação pode assumir tanto um caráter ativo como passivo.
Assumindo um caráter passivo, a tele-educação não passa de um conjunto de
elementos pré-produzidos e distribuídos em VHS, ou através de tecnologias
televisivas de transmissão. Em contraste, a tele-educação ativa, permite ao
estudante interagir tanto com o educador como com os outros estudantes,
quando ambos estão presentes na demonstração de um vídeo, permitindo a
análise de comportamentos, gestos e atitudes. É também um bom meio para
estimular a discussão.
2.2.1. Vantagens
A evolução tecnológica, com o aparecimento de equipamentos de
leitura e registro de imagens, vem permitir que o estudante possa rever as
emissões quando quiser e, mais importante, quantas vezes tiver necessidade.
Uma das principais funções do vídeo é o da ilustração. O vídeo é
particularmente útil, quando se apresenta sob a forma de documentários
acerca do mundo real, na visualização de experiências científicas e de
processos industriais, e na demonstração do desempenho de atitudes
comportamentais difíceis de ilustrar de outro modo.
Por outro lado, o vídeo pode proporcionar a visualização de aulas
ministradas por especialistas em determinados assuntos, sendo esta, talvez a
única forma de acesso a esta informação pelos estudantes.
21
2.2.2. Desvantagens
Porém, também o vídeo se torna facilmente obsoleto, particularmente
se mostram contextos considerados pelo público como antiquados, logo, com
pouca credibilidade.
A criação de programas para tele-educação torna-se cara, exigindo
disponibilidade e alguma tecnologia, bem como pessoal especializado. Na
maioria das vezes, os cursos pré-produzidos utilizam linguagens e material de
suporte bastante idêntico á imprensa, o que torna difícil, aos estudantes com
necessidades específicas, tirar o máximo partido das aulas. Por outro lado
quando usada com caráter passivo, a tele-educação pode tornar-se bastante
limitada, principalmente quando não é realizada por profissionais, tornando as
atualizações extremamente difíceis de realizar.
2.3. Áudio
As ferramentas educacionais de áudio mais utilizadas pelos
educadores, são: o telefone, a áudio conferência e o rádio de ondas-curtas.
O rádio é muito utilizado no domínio do aperfeiçoamento e estudos
avançados de línguas estrangeiras, onde a função do formato áudio é
importante. O estudante é colocado perante vários registros, de modo a
ambientar-se às diferentes sonoridades da língua. Mesmo no caso do ensino
de línguas por correspondência, de que há vários exemplos, o formato áudio
apresenta-se como um componente bastante forte no domínio da transmissão
das mensagens.
Outra possibilidade é o da sua utilização em certas formas de
aprendizagem da música, onde a audição de escalas sonoras e diferentes
trechos musicais apelam, sobretudo para o sentido auditivo do estudante.
22
A áudio conferência é um exemplo, podendo-se assistir a conferências
em tempo real, apenas com voz, ou apoiada por transmissão de imagens ou
informação – conferência audiovisual.
A áudio conferência utiliza o sistema telefônico, para ligar duas ou mais
pessoas distanciadas fisicamente. Para alargar este contato a um número mais
vasto de participantes, é necessário utilizar tecnologias adicionais, que permite
reduzir o ruído e as interferências.
A conferência audiovisual combina tecnologias de som e imagem.
Enquanto que a voz continua a ser o principal meio de comunicação, os
periféricos audiovisuais disponibilizam uma componente visual.
2.3.1. Vantagens
De fato, os suportes de áudio podem desempenhar funções variadas,
tais como (Martins, 1997):
• Introduzir os conteúdos veiculados em outros suportes de
formação;
• Orientar os estudantes na exploração de objetos reais (obras de
arte, visitas a exposições, exploração de diagramas e mapas);
• Orientar os estudantes na execução de tarefas práticas
(experiências).
• Laboratoriais, operações mecânicas, permitindo ter as mãos e
os olhos livres para a respectiva manipulação;
• Análise de formatos e de relações interpessoais;
• Audição de música;
• Aprendizagem de línguas estrangeiras.
Uma das maiores características e vantagens é o da sua fácil
integração com outras mídias.
23
Como contrapartida a tele-educação, a audio-educação é muito mais
barata de adquirir, instalar e manter. Por outro lado, utiliza a tecnologia
telefônica, o que permite alcançar um maior número de educadores e sendo
uma tecnologia amplamente conhecida, é mais fácil de utilizar.
2.3.2. Desvantagens
É natural encontrar-se algumas resistências quanto ao uso deste tipo
de tecnologia, principalmente por quem não está habituado à mesma. A partir
do momento em que o estudante se familiariza com o equipamento e o seu
funcionamento, a resistência tende a ser eliminada. A utilização de um
sistema de comunicação “por voz” torna-se impessoal, uma vez que não existe
qualquer fator visual, verificando-se uma certa restrição quanto à informação a
ser distribuída. Desta forma, nota-se uma maior liberdade de apresentação do
conteúdo programático com a tele-educação.
2.4. Digital
A utilização deste formato para fins educativos e de formação, não
está ainda ao alcance de toda a população, embora o computador venha a ser
uma ferramenta trivial.
As pessoas que usam esse tipo de formato são muito específicas,
sendo a sua utilização feita de um modo geral, no local de trabalho. Há
vantagens evidentes para a empresa, tal como para o indivíduo, que não
precisa de se deslocar para ter acesso à formação, podendo assim manter-se
atualizado profissionalmente, e por conseqüência, competitivo no mercado de
trabalho (Lagarto, 1997).
2.4.1. Vantagens
24
Na EaD, os computadores trazem benefícios uma vez que focalizam e
evidenciam o estudo individual, embora com possibilidades de ligação e
interação em tempo real com outros estudantes e educadores. São
por si só, uma ferramenta multimídia, integrando capacidades gráficas, de
impressão, áudio e vídeo, e podendo eficazmente ser ligadas a outras
tecnologias.
Com os computadores, o acesso à informação aumenta em qualidade
e quantidade. Sistemas ligados em rede ao nível local, regional, nacional e
internacional, permitem acesso a recursos e pessoas, onde quer que estes se
encontrem.
2.4.2. Desvantagens
As redes de computadores sejam elas por meio de cabos ou sem fio
(wireless) ainda são caras. Embora os computadores pessoais estejam
gradualmente se tornando mais acessíveis, e o mercado de programas de
informática seja um dos mais competitivos, montar uma rede de computadores,
e criar um sistema de gestão ainda é uma tarefa que requer alguma
disponibilidade financeira.
Sendo uma tecnologia de rápido desenvolvimento, os educadores que
buscam a inovação, estão constantemente necessitando trocar de
equipamento, a fim de acompanharem a evolução tecnológica.
2.5. Videoconferência
Foram necessários mais de quinze anos, desde a primeira transmissão
interativa de imagens e sons (ocorrida em 1967 entre Nova Iorque e Los
Angeles) para que fossem desenvolvidas técnicas que transformassem os
sinais analógicos em digitais, possibilitando que os dados, as imagens e os
25
sons pudessem ser digitalizados e transmitidos à distância por meio de linhas
telefônicas digitais.
As imagens digitalizadas requeriam canais ou linhas digitais com
bandas passantes largas, bem como equipamentos específicos de alto custo,
encarecendo o meio de transmissão.
Esse impasse foi resolvido com a aplicação de tecnologias de
compressão parcial ou total desses "bits", para que pudessem ser transmitidos
por linhas digitais de faixas mais estreitas, mantendo, ao mesmo tempo, a
resolução. Em 1986 uma dessas técnicas - o algoritmo MCT - conseguiu
reduzir a faixa de transmissão para uma imagem aceitável de 768 Kbps para
224 Kbps, o que tornava a videoconferência, em dois sentidos, menos
dispendiosa. [GUR97a].
Estas transmissões exigem um meio de comunicação, que pode ser
uma linha telefônica comum, uma comutada digital, uma rede local de
computadores ou a própria Internet. A principal diferença entre elas, está na
qualidade e velocidade da transmissão.
A melhor opção são as linhas de Redes Digitais de Serviços Integrados
– RDSI (Integrated Services Digital Network - ISDN).
Atualmente, os usuários podem optar por linhas especiais rápidas,
oferecidas pela EMBRATEL. Uma das vantagens das linhas RDSI, é o custo
reduzido (até três vezes mais barato do que as redes especiais). Outra é a
velocidade agregada à comunicação perfeita. Sem ecos ou ruídos. [AUD99].
Esta evolução assiste o progresso da videoconferência, permitindo a
utilização de novas ferramentas, fazendo da Internet o principal suporte para o
ensino à distância, agregando-se velocidade, qualidade e baixo custo (Figura 1
no Anexo).
26
Existem equipamentos de videoconferência para o uso de grupos e
para o uso individual. Os atuais equipamentos para grupos (usados em salas
de aula para EaD, são em geral, compostos dos seguintes módulos básicos:
• Uma câmera de vídeo acionada por controle local ou remoto;
• Um microfone;
• Um equipamento CODEC (abreviação de compressão e
descompressão - realizadas em imagens e sons digitalizados);
• Um televisor comum destinado a cada um dos locais (pontos
remotos, salas de aula) que recebe não só o vídeo como
também o áudio;
• Um console de controle de equipamento com diversas funções
(entre as quais, o acionamento local e remoto de câmeras e o
envio de imagens de outras cameras);
• Controle de áudio.
O equipamento ainda integra uma série de periféricos, tais como:
videocassete, câmeras de documentos, acesso a arquivos de computador,
além da câmera para o educador. [COS85]. Uma das características deste
equipamento é o "controle duplo de janelas". Este dispositivo permite que
através de uma tela possa se acompanhar o que os alunos estão assistindo,
enquanto na outra, apenas o educador tenha um preview de seu próximo
assunto da aula, ou, imagens de alguns dos sites remotos. Outra é o Personal
Picture in Picture, que possibilita a cada sala de aula remota ver, ao mesmo
tempo, a apresentação do professor e a imagem dele, mantendo o contato
visual contínuo, como numa sala de aula tradicional. A comunicação entre os
sites se dá via linha telefônica [GUR97].
A rapidez e a abrangência estão entre as principais características que
tem feito da videoconferência um meio eficiente de ensino à distância. Uma
página disponibilizada em um servidor WWW pode ser instantaneamente
27
visualizada, transformar-se em material didático e ser utilizada em qualquer
curso por qualquer educador. [OTS96].
Atrasos de disponibilização do material instrucional causam gastos,
esforços e perda de tempo (nos meios tradicionais a distribuição de material
impresso é realizada pelo sistema postal e exige a impressão do número de
cópias necessárias, além da postagem de cada uma delas). Quando o material
instrucional é disponibilizado através de ferramentas de CMC (e-mail,
newsgroup ou WWW), eliminam-se os atrasos de distribuição e de publicação.
Isto permite emitir e receber mensagens fora do horário das aulas e discutir
previamente assuntos que serão apresentados. [JON96].
2.5.1. Vantagens
• Economia de tempo. A videoconferência evita o deslocamento dos
professores e alunos de um curso. Com isto, ganha-se tempo e
produtividade que poderá ser usado para atividades afins ao evento.
[GUR97b]
• Economia de recursos. Considerando que a videoconferência evita o
deslocamento de professores e alunos, há um corte nos gastos com
viagens para aplicar um curso ou treinamento, reduzindo seu custo.
[GUR97b].
• Recurso para a pesquisa. Os equipamentos para videoconferência
permitem a gravação em fita de videocassete como registro
documental do processo. As fitas podem fazer parte de acervos para
futuras consultas e pesquisas. [TRE97]
• Facilidade de troca de informações. O contato direto, rápido e sem
barreiras, mesmo fora dos horários das aulas, facilita a troca de
informações entre professores, alunos, pesquisadores e demais
pessoas envolvidas no ensino à distância. [TRE97]
• Democratização do conhecimento. A Internet provê um acesso
igualitário a todas as pessoas que nela pesquisam. Seus recursos e
28
informações, mesmo que sejam raros, são compartilhados, facilitando,
especialmente, populações rurais ou distantes dos grandes centros de
pesquisa. [TRE97]
• Videoconferência aplicada ao ensino. Permite que o aluno assista e
até mesmo interaja ao vivo em aulas ou palestras de professores ou
cientistas, especialistas famosos.
2.5.2. Desvantagens
• Acessível a um público específico e seleto.
29
CONCLUSÃO
As tecnologias interativas, sobretudo, vêm evidenciando, na educação
a distância, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educação: a
interação e a interlocução entre todos os que estão envolvidos nesse processo.
Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual
(que conectam pessoas que estão distantes fisicamente como a Internet,
telecomunicações, videoconferência, redes de alta velocidade) o conceito de
presencialidade também se altera. Poderemos ter professores externos
compartilhando destinadas aulas, um professor de fora "entrando" com sua
imagem e voz, na aula de outro professor.
O conceito de curso, de aula também muda. Hoje, ainda entendemos
por aula um espaço e um tempo destinados. Mas, esse tempo e esse espaço,
cada vez mais, serão flexíveis. O professor continuará "dando aula", e
enriquecerá esse processo com as possibilidades que as tecnologias
interativas proporcionam: para receber e responder mensagens dos alunos,
criar listas de discussão e alimentar continuamente os debates e pesquisas
com textos, páginas da Internet, até mesmo fora do horário específico da aula.
Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes
em muitos tempos e espaços diferentes.
Com este trabalho, visamos dar um significado ao conceito de EaD,
sua evolução histórica, sua expansão no mundo e principalmente no Brasil,
além de identificar os formatos tecnológicos e listando as vantagens e
desvantagens na utilização de cada um dos formatos.
30
ANEXOS
Figura 1 – Ilustração da transmissão de imagens por videoconferência.
31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Academia Global (2001). Ensino à Distância em Portugal.
Aceituno, C. (1999). La Educación a Distancia.
Andrade, P. (2000). Ensino à Distância .
Carmo, H. (1997). Ensino Superior à Distância. Temas Educacionais –
Universidade
Martins, L. (1997). Aprender a Formar à Distância. Universidade Aberta –
Instituto de Comunicação Multimédia Ponte, J. (1997). As novas Tecnologias e
a educação. Texto Editora.
Santos, A. (2000). Ensino à Distância & Tecnologias de Informação – e-
learning. Editora Lidel.
[AUD99] Audi magazine. Revista Eletrônica. Documento disponível no
WWW:http://www.audi.com.br/audi_magazine/ed15/html/e15021ad.html.
[COS85] COSENZA, C. A. Um relato do estado atual da informática no ensino
no Brasil;Ministério da Educação e Cultura; Fundação Centro Brasileiro de TV
Educativa –Versão Preliminar; Brasília, Brasil; março, 1985.
[GUR97] GURJÃO, Deonei. Ensino à distância; Revista Eletrônica GAP -
Caderno G., número1, p.01, 1997. Documento disponível no WWW:
http://www.gapcom.com.br/cadernog/numero1/pagina5.htm
32
[GUR97a] GURJÃO, Deonei. Explicando a videoconferência; Revista
Eletrônica GAP –CadernoG., número 1, p.03, 1997. Documento disponível no
WWW:http://www.gapcom.com.br/cadernog/numero1/pagina3.htm .
[JON96] JONES, D. Computing by distance education: problems and solutions.
IntegratingTech. C.S.E. Barcelona, Espanha, 1996. ACM. P139-142.
[OTS96] OTSUKA, Joice L. Fatores determinantes na efetividade de
ferramentas deComunicação mediada por computador no ensino à distância.
TI 619. PortoAlegre: CPGCC da UFRGS, 1996
[TRE97] TRENTIN, Marco A. S. Serviços de rede para apoiar um centro de
ensino remotoInterativo. Dissertação de mestrado em ciência da computação.
UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, Instituto de Informática – CPGCC.
Porto Alegre,Brasil. 1997.International. 1996
33
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Evolução histórica 10
1.1 - EaD no Mundo 10
1.2 - EaD no Brasil 11
CAPÍTULO II
Formatos utilizados na EaD
2.1 - Texto 18
2.1.1 - Vantagens 19
2.1.2 - Desvantagens 19
2.2 – Vídeo 19
2.2.1 – Vantagens 20
2.2.2 – Desvantagens 21
2.3 – Áudio 21
2.3.1 – Vantagens 22
2.3.2 – Desvantagens 23
2.4 – Digital 23
2.4.1 – Vantagens 23
2.4.2 – Desvantagens 24
2.5 – Videoconferência 24
2.5.1 – Vantagens 27
34
2.5.2 – Desvantagens 28
CONCLUSÃO 29
ANEXOS 30
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31
ÍNDICE 33
35
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Pós-Graduação “Latu
sensu” – Projeto A VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: EaD e seus formatos
Autor: Cristiane Binhote Mellado
Data da entrega:
Avaliado por: Prof. Marcelo Saldanha Conceito:
Top Related