Resumo
A literatura contemporânea em economia industrial e economia regional são
repletas de estudos de caso sobre arranjos produtivos locais. De fato, o entendimento destes
tipos de organização regional passou a ser importante na implementação de políticas de
desenvolvimento industrial, tecnológico e regional. Conseqüentemente, parte considerável
dos estudos empíricos tem se concentrado em análises de arranjos já amplamente
conhecidos, realizando uma avaliação das características destes arranjos e suas
contribuições para o desenvolvimento local/regional/nacional. Em contraste, raros são os
estudos que procuram (ou são capazes de) identificar o surgimento destes arranjos. Este
fato, sem dúvida, cria grandes dificuldades para o entendimento da natureza e do padrão de
desenvolvimento destes arranjos, uma vez que não permite identificar as condições que dão
origem a tais arranjos no momento em que estes estão se formando. Do ponto de vista da
elaboração de políticas de desenvolvimento econômico e regional, está lacuna é grave, pois
leva a privilegiar arranjos já estabelecidos em detrimento daqueles em formação. Em vista
disto, faz-se necessário avançar no desenvolvimento de metodologias que permitam suprir
esta deficiência. Este é o objetivo deste trabalho , que procura desenvolver uma
metodologia de identificação do arranjo produtivo local da Apicultura a partir de dados
secundários. Através das técnicas e de análises indicando o potencial do setor em uma
região específica para se transformar em um arranjo produtivo local.
1. Introdução
Segundo pesquisas do SEBRAE (2008) as últimas décadas vêm sendo marcadas
por profundas modificações no cenário sócio-econômico mundial. Com a aceleração da
concorrência inter-capitalista e a busca de novas formas de acumulação de capital, a palavra
de ordem passou a ser a competitividade. A busca de empresas e organizações pelo
aumento da competitividade tem produzido, também, mudanças acentuadas na
operacionalização das mesmas e, mais ainda, estas mudanças têm se refletido nas relações
inter-empresariais.
A mudança nas relações se reflete, principalmente, através das “parcerias”
comerciais e de fornecimento, a implantação de atividades como os aspectos de controle e
reposição de estoques, movimentação de materiais e mesmo desenvolvimento de produto.
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Tais alterações têm conduzido a novas formas de arranjos inter-empresas tornando as
relações mais estreitas e vinculadas, sem o estabelecimento de relações setoriais formais e
propiciando vínculos diretos.
É neste cenário que está caracterizado o “Arranjo Produtivo Local Apícola”
escolhido como tema deste trabalho, por ser considerada uma das atividades econômicas
das mais rentáveis para o pequeno agricultor familiar e por este na região não trabalhar em
conjunto e sem contar a flora silvestre já existente .
Apicultura é o ramo da agricultura que estuda as abelhas produtoras de mel e as
técnicas para explorá-los convenientemente em beneficio do homem. Incluem técnicas de
criação de abelhas, extração e a comercialização de mel, cera, geléia, pólen e própolis.
Hoje todos os estados praticam a apicultura de forma racional, em maior ou menor
força, dada a expansão do número de enxames nativos, e de apiários, apoiada na grande
quantidade e variedade da flora apícola brasileira. Soma a esse processo o aparecimento de
diversas empresas especializadas na venda de insumos e apetrechos para criação de
abelhas. Além da criação de diversas linhas de pesquisa sobre o tema nos vários centros
espalhados pelo País.
Com as fronteiras de países como o Japão, França, Inglaterra, Alemanha e outros
sendo abertas para o mel, pólen, própolis e outros produtos brasileiros, este tem chegado
aos países importadores em escala cada vez maior, pois grande parte do mel brasileiro pode
ser considerada orgânica, visto que as abelhas retiram o néctar e o pólen de flores
pertencentes à flora silvestre, além das espécies introduzidas como eucaliptos, sendo estás
isentas de produtos químicos e ainda considerando a importância da apicultura como fonte
alternativa de renda aos pequenos e médios produtores, por poder ser criada em conjunto
com outros tipos de agricultura e pecuária como o gado, com isso tentamos desenvolver
formas de torna possível a APL Apícola na região.
Na busca deste objetivo serão desenvolvidos estudos bibliográficos aprofundados
sobre apicultura, como fonte secundária a fim de obter embasamento teórico, pesquisas de
campo com elaboração de questionários, visitas em apiários, cooperativas, órgãos públicos
e instituições de ensino.
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Sendo abordado no estudo os seguintes temas: Arranjo Produtivo Local, produção
de mel e outros produtos apícolas, custos e investimentos, comercialização, apoio público e
privado para formação dos Arranjos Produtivos Locais e exportação.
O objetivo é identificar a realidade existente na região, se existe a possibilidade para
formação de Arranjo Produtivo Local, visando identificar a atividade apícola, suas
características, estrutura, dificuldades e potencialidades, assim como os benefícios
econômicos para o município.
2. Objetivos
Implantação de projetos que sejam capazes de aproveitar as pontencialidades do
município e região, pelo clima tropical e a produção agrícola aqui existente (café,
fruticultura, eucaliptos, etc.)
Garantir um desenvolvimento sustentável aos municípios, com ações que evitem a
saída da população rural de seu habitar natural, prevenindo o empobrecimento de suas
populações, principalmente os da área urbana com crescimento desordenado e sem
planejamento.
2. 2 Objetivo Geral
Debater na literatura atual a economia regional, destacando os arranjos produtivos
locais como um mecanismo fundamental para o desenvolvimento regional, avaliando os
reais benefícios/ prejuízos , tanto para a população como para as organizações que estão
investindo no projeto. Analisando a dinâmica da Cadeia Produtiva Apícola na região do
sul de minas a fim de oferecer subsídios para o fortalecimento dos atores desta.
2. 3 Objetivo Específico
Promover a integração, cooperação e a sustentabilidade do negócio;
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Estimular parcerias nos processos de criação de abelhas, desenvolvendo a produção
e comercialização dos produtos oriundos de apiários;
Estreitar e integrar produtores envolvidos no processo de desenvolvimento do
arranjo;
Orientar as ações do arranjo produtivo para os mercados atuais e/ou potencias;
Favorecer a inclusão de micro e pequenos produtores no mercado de maneira justa,
com distribuição de riqueza (conhecimento, poder e renda);
Desenvolver ações organizadas e padronizadas que seja auto-sustentável e
duradoura;
Incentivar o aumento do capital social, promovendo a integração e cooperação entre
os apicultores, estabelecendo relações de confiança;
Promover a entrada e acesso ao conhecimento, educação, pesquisa, saúde, linhas de
financiamento, crédito, comercialização, logística e outros;
Preservar o meio ambiente em todo o processo de produção, avaliando as ações
desenvolvidas;
3. Metodologia
Para poder, atingir nossos objetivos nesse estudo, ele foi dividido em duas partes,
sendo que a primeira etapa do trabalho teve como propósito o levantamento de dados
secundários, através de pesquisas bibliográficas em livros, revistas, jornais e em sites
especializados, a respeito de termos que foram de extrema utilidade no decorrer do estudo,
sendo eles: APL, Clusters, Cadeia Produtiva e Apicultura.
Na segunda etapa, foi realizada a coleta de dados primários e pesquisas de campo,
nos municípios de Boa Esperança- MG e Alfenas- MG, onde foram levantadas informações
da Estrutura do Apiário, através de entrevistas (questionário abertos) aos atores
participantes do processo produtivo do mel, coleta de informações relacionadas ao projeto
através de observações de campo, entre outras que julgamos necessário ao bom
desenvolvimento do trabalho.
Ainda na segunda etapa do trabalho, foram aplicados estudos voltados a avaliar a
viabilidade do projeto, assim como, o impacto gerado por sua implantação na região do sul
de Minas Gerais.
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O estudo foi confeccionado exclusivamente a partir de pesquisas qualitativas, a qual
segundo parâmetros destacados por Triviños (1987), é quando o pesquisador está
preocupado com o processo e não simplesmente com os resultados e com o produto. Além
disso, o significado é as preocupações essenciais da abordagem, sendo importante
considerar o que pensam os sujeitos das suas experiências de vida e de seus projetos.
Ainda segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa possibilita estudar os
fenômenos que envolvem os seres humanos e suas relações sociais, estabelecidas em
diversos ambientes; os estudos qualitativos buscam analisar um fenômeno numa
perspectiva integrada, considerando-se os pontos de vistas das pessoas envolvidas e
também os pontos de vistas relevantes.
Por tudo, isso se resolve empregar no trabalho a pesquisa qualitativa por possuir
uma ampla área de análise, pois ela ressalta a diversidade existente entre os trabalhos e
enumera um conjunto de características essenciais capazes de identificar uma pesquisa
desse tipo, como :
0 ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como
instrumento fundamental;
0 caráter descritivo;
0 significado que as pessoas dão as coisas e a sua vida como preocupação do
investigador;
enfoque indutivo.
Como mencionado anteriormente, foram aplicados questionários semi-estruturados
na coleta de informações, os quais são definidos segundo Nanun (1995) como sendo um
recurso de pesquisa, onde se busca levantar informações considerando opiniões abertas dos
participantes do processo.
4. Referencial Teórico
Com base em informações coletadas através de dados secundários na bibliografia e
em sites especializados, realizamos a seguir o estudo de alguns termos que serviram de base
para uma boa compreensão e interpretação das pesquisas que foram realizadas com a
utilização de dados primários, e observação de campo.
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Arranjos Produtivos Locais, Clusters e Cadeia Produtivas
A “economia baseada no conhecimento” é caracterizada por um ambiente
competitivo, com forte conhecimento, globalização da produção e do financeiro e
liberalizado comercialmente. Entretanto, o conhecimento e os processos de aprendizagem e
de construção de competências a eles relacionados, na medida em que são processos
essencialmente interativos e incorporados em pessoas, organizações e relacionamentos, são
influenciados pelo território localizado, que funcionam como um espaço primordial de
interdependências intencionais e não-intencionais; tangíveis e intangíveis; comercializáveis
e não-comercializáveis. Assim, pode-se pensar o território localizado como um espaço
socialmente construído, uma superfície ativa e aberta, que influencia e é influenciada pelas
interações localizadas.
A partir deste resgate conceitual do território “real”, não abstrato, disseminou-se
uma vertente de estudos, que se propõem a estudar as relações inter-firmas imersas no
ambiente localizado, ou seja, no sistema de produção local ou clusters. Genericamente,
clusters ou sistemas locais de produção podem ser definidos como sistemas locais de
produção/inovação com aglomerações regionais de empresas, que se organizam ou
coordenam-se sob formas determinadas, atuando em atividades similares ou relacionadas e
beneficiando-se de relevantes economias externas locais. Diferentes fatores institucionais,
sociais e culturais influenciam a formação e desenvolvimento dos clusters. Essa forma
particular de organização das atividades de produção e inovação tem recebido crescente
atenção de economistas e governos em diferentes países, por sua importância para a
geração de empregos, crescimento econômico, desenvolvimento tecnológico e das
exportações. Os Clusters podem ser classificados conforme demonstração a seguir:
Micro Cluster ou Local – é o conjunto geograficamente próximo de
empresas e instituições, inter-relacionadas por elementos comuns e
complementares, atuando em uma atividade comum (no mesmo ramo ou o
mesmo segmento de um setor). Essas empresas simultaneamente são
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concorrentes e são capazes de cooperar entre si, e com isto, aumentam a
competitividade local.
Cluster industrial ou cluster – é o conjunto de empresas inter-relacionadas,
de fornecedores especializados, de prestadores de serviços, de empresas
pertencentes a indústrias relacionadas e de instituições associadas (desde
universidades a centros de certificação de qualidade e a associações
comerciais) que desenvolvem a sua atividade em ramos de atividades
diferentes,recorrendo a tecnologia distinta, mas complementares, e que pela
inovação que umas geram se concretizam benefícios para as outras, todas
beneficiam da melhoria na competitividade.
Cluster regional – é na essência um cluster industrial, cuja articulação
principal funciona em um determinado espaço geográfico regional. Essas
articulações podem repetir-se total ou parcialmente em outras regiões do
País, próximas geograficamente, cuja dinâmica de interação poderá levar a
competitividade e a inovação a todo o conjunto.
Mega Cluster- é um conjunto de atividades distintas, mas cujos bens ou
serviços satisfazem a procura de uma mesma grande área funcional de
procura final, recorrendo às competências básicas complementares que
podem explorar vantagens de interligação e articulação em rede, entre si e
com outras entidades,destacando as permitem acumulação do “capital
imaterial” para o conjunto das empresas envolvidas.
Independentemente da forma que o sistema produtivo local ou cluster assuma - em
função da presença ou não de alguns dos elementos mencionados - é amplamente
reconhecido, tanto teoricamente quanto empiricamente, que esta forma de organização da
produção no espaço tem auxiliado empresas dos mais variados tamanhos e, particularmente
pequenas e médias empresas, a superarem barreiras ao seu crescimento, através de .
articulação entre economias externas, ações conjuntas dentro do próprio cluster levando a
resultados no desenvolvimento de redes de cooperação e a ganhos de “eficiência coletiva”.
A proximidade física das empresas propiciaria o surgimento de um mercado de
trabalho especializado e a criação por outro lado de condições para uma interação
cooperativa. Através de redes horizontais, as firmas poderiam, coletivamente, atingir
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economias de escala acima da capacidade individual de cada empresa; realizar compras
conjuntas de insumos; realizar marketing conjunto; entre outros. Através de redes verticais,
por outro lado, as firmas poderiam especializar-se no seu core business e dar lugar a uma
divisão externa do trabalho, mas interna ao local, através da interação entre usuários e
produtores. Com isso poderiam, também, reduzir os riscos associados à introdução de
novos produtos e o tempo de transição da inovação entre o projeto e o mercado, além,
permitiriam a cooperação, que tornaria possível a criação de um “espaço de aprendizagem
coletiva”, com as idéias sendo trocadas e desenvolvidas e o conhecimento compartilhado
numa tentativa coletiva de melhorar a qualidade de produtos e processos; de ocupar
segmentos de mercado mais lucrativos; de coordenar ações e de realizar a resolução de
problemas conjuntamente.
Porém a forma como as firmas se articulariam e o papel por elas desempenhado em
cada sistema produtivo local poderia variar, dependendo do formato específico do sistema,
neste caso, os atributos sócio-econômicos, institucionais e culturais; o sistema de
governança; a capacidade inovativa; os princípios de organização e a qualidade dos
encadeamentos produtivos internos e externos ao “espaço industrial” determinariam a
conformação de diferentes tipos de sistemas produtivos locais.
Entretanto, na medida em que clusters ou sistemas de produção local são produtos
históricos do espaço social local, deve-se reconhecer o caráter específico que assumem na
periferia capitalista, onde:
(a) as capacitações “inovativas” são, via de regra, inferiores às dos países
desenvolvidos;
(b) o ambiente organizacional é aberto e passivo , as funções estratégicas
primordiais são realizadas externamente ao sistema, prevalecendo, localmente, uma
mentalidade quase exclusivamente produtiva;
(c) o ambiente institucional e macroeconômico é mais volátil e permeado por
constrangimentos estruturais; e
(d) o entorno destes sistemas é basicamente de subsistência, a densidade urbana é
limitada, o nível de renda per capita é baixo, os níveis educacionais são baixos, a
complementaridade produtiva e de serviços com o pólo urbano é limitado e a imersão social
é frágil.
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Neste sentido, um grupo de autores vem adotando o termo geral arranjos produtivos
locais (APLs) para definir aqueles sistemas de produção local associados ao processo de
formação histórico periférico. Definido da seguinte forma arranjo produtivo local é o
termo que se usa para definir uma aglomeração de empresas com a mesma especialização
produtiva e que se localiza em um mesmo espaço geográfico. Os APLs mantêm vínculos de
articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si, contando também com apoio de
instituições locais como Governo, associações empresariais, entre outros.
Com este foco observa-se que este possui um papel fundamental papel
no desenvolvimento econômico, social e tecnológico de uma região, beneficiando todas as
empresas e engajando comunidades locais, centros de tecnologia e pesquisa, instituições de
ensino e entidades públicas ou privadas. Tudo isso possibilita a geração de maior
competência às empresas, maior competitividade e inserção em novos mercados, inclusive
externos. As empresas instaladas em APLs exercem o aprendizado coletivo, a troca de
informações, a eficiência coletiva e o aumento da competitividade.
Os APLs atuam em torno de uma atividade produtiva principal abrangendo um
território definido. Apresentam um grau intensivo de cooperação e interação entre as
empresas e se organizam por meio de um sistema de governança local representativo do
APL. Vejamos agora outras características do Arranjo Produtivo Local:
Concentração geográfica e setorial em torno da cadeia produtiva principal. São
empresas concentradas em uma mesma região.
Predominância de pequenas e médias empresas e ausência de uma firma líder ou
dominante na estrutura de mercado que imponha barreiras á entrada no setor. Pode
haver grandes empresas, mas a predominância é das pequenas e médias.
Ativas organizações, instituições públicas e privadas que dão suporte a agentes
econômicos dentro do território.
Presença de encadeamento para frente e para traz, há pequenas compradoras e
fornecedores e há um fluxo de compra e venda tudo próximo.
Considerável especialização em nível local, causada pela presença marcante de uma
indústria que liga em um conjunto, vários setores relacionados ao produto local
típico.
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Desintegração vertical em nível de empresa e alto nível de divisão do trabalho entre
as firmas.
Considerável especialização da produção ao nível da firma que limita o campo de
atividade, estimula a acumulação de conhecimento específico.
Uma identidade sócio - cultural que facilita a cooperação no arranjo.
Ativo governo municipal e regional atuando no fortalecimento da capacidade
inovativa da indústria local.
Existência de um eficiente sistema de transmissão de informação ao nível local que
garante a rápida circulação de informações acerca dos canais de mercado.
Produção nos distritos flexíveis, adaptáveis as transformações e exigências do
mercado.
Presença de alto nível de trabalhadores especializados na área como um resultado da
sedimentação histórica de conhecimento sobre a tecnologia aplicada.
Existência de competição cooperativa existe competição, mas existem elementos
cooperativos.
Para estabelecer o APLs é necessário o conhecimento do significado de cadeia
produtiva do produto, onde se caracteriza por uma rede constituída por deveres dos atores
que geram relações de forças coletivas que influenciam, diretamente as estratégias
mercadológicas e comercias.
Para melhor entendermos o conceito de cadeia produtiva, é importante
identificarmos as principais estruturas que compõem a rede:
Sistema –Ator: é a definição para os fornecedores da matéria-prima, ou
seja,os atores iniciais que compõe a cadeia. É a partir deles que se inicia o
processo de desenvolvimento de produtos ou serviços.
Função técnica: são os atores responsáveis pela transformação da matéria-
prima em produto final, os quais serão encaminhados para a
comercialização.
Comercialização : depois de industrializados, os produtos deverão passar
pela penúltima fase da cadeia produtiva, onde serão empregadas técnicas de
venda, ou até mesmo de agregação de valor, objetivando viabilizar o
consumo dos bens.
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Consumidores: Embora não se caracterize empiricamente como um ator da
cadeia produtiva, por não agregar valor ao produto ou serviço, este agente é
responsável pela concretização do fluxo de comercio. Sendo sua
participação essencial na geração de lucros empresariais.
Outro aspecto importante a se considerar, e com relação a características típicas do
termo Cadeia Produtiva, os quais podem ser compreendidos através da observação feita por
(Morvan 1988):
A cadeia de produção e uma sucessão de operações de transformação dissociáveis,
capazes de ser separadas e ligadas entre si por um encadeamento técnico.
A cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras
que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca,
situado de montante a jusante, entre fornecedores e clientes.
A cadeia de produção e um conjunto de ações econômicas que presidem a
valorização dos meios de produção e asseguram a articulação das operações.
As Cadeias Produtivas são constituídas por grupos de interesses; estes grupos
podem se classificar como Diretos, Indiretos, Instituições de apoio, além daqueles que
participam de forma independente.
Representados como elos da cadeia, esses grupos de interesse possuem fundamental
importância dentro do processo de produção, pois os resultados positivos só serão
alcançados, desde que haja uma participação efetiva de cada elo.
No grupo definido como Diretos, os elementos da cadeia participam diretamente do
processo de produção, seja oferecendo matéria prima, mão de obra, industrialização ou
comercialização dos produtos.
No grupo dos Indiretos, a participação e de forma paralela ao processo de produção,
ou seja, a contribuição do agente se dá de maneira terciária, oferecendo suporte ao grupo de
interesse Direto, como é o caso de empresas de manutenção, fornecedor de maquinários,
entre outros.
Já no grupo de interesse definido como Instituições de Apoio, a participação do
agente é fundamental para que haja principalmente suporte tecnológico e financeiro. As
universidades que desenvolvem pesquisas, as instituições bancárias que financiam projetos,
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e até mesmo o setor público que muitas vezes atua como elemento incentivador nos
processos de produção de determinadas cadeias produtivas.
Basicamente, as cadeias produtivas possuem quatro agentes envolvidos com sua
estrutura organizacional, são eles:
Agentes do setor público: governos estaduais, municipais, empresas
publicas e órgãos da administração pública.
Agentes do setor privado: Empresas de natureza privada como, fabricantes,
fornecedores de serviços e materiais, etc.
Agentes financeiros e de fomento: Caixa Econômica Federal, Bancos
Estaduais, BNDES etc.
Agentes de fiscalização e de direito econômico: PROCON, Inmetro.
5. Histórico do Mel
5.1 Abelha e o Mel
Antes do surgimento do homem neste planeta a abelha já existia, e acredita-se que
ela surgiu quando já havia razão e meio para existir. Quando o homem surgiu começou a
consumir o produto como uma mistura de mel, pólen e cera
Pesquisas arqueológicas demonstram que as abelhas já produziam e estocavam mel
há 20 milhões de anos, antes do surgimento do ser humano na Terra. O homem das
cavernas saía à caça dos insetos, mas não sabia como separar os produtos do favo. O
alimento era ingerido como uma mistura de mel, pólen, crias e cera.
Ao longo tempo o mel e as abelhas já foram utilizados na medicina, como bebida
alcoólica, chegando a ser colocado na legislação 1300 a.c., tempos depois no antigo Egito
começou a ser maneja através de potes de barro, já foi símbolo de importância cultural e
religiosa sendo considerados sagrados por muitas civilizações
Na época do historiador Hesíodo, contemporâneo de Homero, a apicultura
sistemática já era um fato, pois se menciona o “simblous, ou simvlus”, que eram um tipo de
colméia construída por mãos humanas.
A exploração econômica do mel cresceu na Idade Média, quando as abelhas
chegaram a ser considerado símbolo de poder para reis e papas, aparecendo em brasões,
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cetros, coroas, moedas e mantos reais. Em algumas regiões da Europa, os enxames eram
registrados em cartório e deixados de herança.
5.2 Criação de Abelhas no Brasil
As abelhas nativas já habitavam o território brasileiro antes da chegada dos
colonizadores. Mas a apicultura, como forma organizada de produção, começou com os
enxames trazidos pelos jesuítas que estabeleceram nas fronteiras entre o Brasil e o Uruguai,
no noroeste do Rio Grande do Sul. Essas abelhas provavelmente se espalharam pelas matas
quando os jesuítas foram expulsos da região e delas não se tiveram mais notícias.
Em 1839, o padre Antonio Carneiro Aureliano mandou vir colméias de Portugal e
instalou-as no Rio de Janeiro. Em 1841 já haviam mais de 200 colméias, instaladas na
Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores alemães trouxeram abelhas da Alemanha e
iniciaram a apicultura nos Estados do sul. Entre 1870 e 1880, Frederico Hanemann trouxe
abelhas italianas para o Rio Grande do Sul. Em 1895, o padre Amaro Van Emelen trouxe
abelhas da Itália para Pernambuco.
Em 1906, Emílio Schenk também importou abelhas italianas, porém vindas da
Alemanha. Por certo, além destas, muitas outras abelhas foram trazidas por imigrantes e
viajantes procedentes do Velho Mundo, mas não houve registro desses fatos. Iniciava-se
assim a apicultura brasileira. Durante mais de um século ela foi se desenvolvendo,
principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também em
São Paulo e Rio de Janeiro havia uma atividade bem desenvolvida.
A atividade se expandiu a partir de 1956, com o cruzamento das espécies européias
e africanas, que resultaram na raça africanizada.
A diversificação da flora brasileira contribuiu para a expansão da atividade, que
hoje está presente em todos os estados.
5.3 Apicultura
É o ramo da agricultura que estuda as abelhas produtoras de mel e as técnicas para
explorá-las convenientemente em benefício do homem. Inclui técnicas de criação de
abelhas e a extração e comercialização de mel, cera, geléia real e própolis.
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As abelhas melíferas são criadas em áreas onde haja abundância de plantas
produtoras de néctar, como a laranjeira. Como norma, os maiores produtores de mel
estabelecem suas colméias em zonas de agricultura intensiva, já que não é prático cultivar
plantas para a produção de mel.
China, México e Argentina são os principais países exportadores; Alemanha e Japão
os maiores importadores. A apicultura é uma atividade muito antiga, suas origens estão na
pré-história.
A exploração dessa atividade sempre foi feita de maneira muito rudimentar, e os
enxames eram quase totalmente destruídos no momento da colheita do mel, tendo que se
refazer a cada ano. Mas, com o conhecimento adquirido através dos tempos, hoje o
convívio com a abelha é diferente.
O apicultor é a pessoa que se encarrega de cultivar os produtos proporcionados
pelas abelhas. As colméias artificiais que o homem fornece às abelhas são muito variadas e
têm evoluído com o tempo. As mais rústicas eram simples troncos ocos ou cestos de vime;
hoje em dia, utilizam-se diferentes tipos de caixas, que são muito mais práticas e fáceis de
manejar.
O apicultor sabe qual é o melhor momento para colher o mel e que quantidade pode
extrair sem prejudicar as abelhas. Tira unicamente os favos que contêm mel maduro e os
coloca em uma máquina centrífuga, que extrairá o mel sem quebrar os favos, que podem
ser utilizados novamente. Antes de engarrafá-lo, filtra-o para que fique livre dos restos de
cera.
5.4 Criação de Abelhas
A espécie de abelha mais comum criada no Brasil e no mundo inteiro é a Apis
mellifera. As abelhas são criadas por apicultores em colméias, que é uma caixa, ou um
conjunto de caixas empilháveis, dispostas sobre um fundo (ou chão) e cobertas por uma
tampa (ou teto). Geralmente, é feita de madeira. Dentro das caixas, ficam os quadros (ou
caixilhos), que são estruturas retangulares, como molduras, destinadas a conter os favos
feitos pelas abelhas. Cada quadro possui uma placa com cera alveoláda (cheia de alvéolos)
onde as abelhas irão depositar seu mel ou suas crias. O modelo de caixa mais comum é o
Langstroth. A parte destinada a conter os quadros com mel é chamada de melgueira.
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Figura 1- Caixa das Abelhas
Figura 2 – Quadros dentro das Caixas
Figura 3 – Quadro
Figura 4 – Cera Aveolada As colméias ficam dispostas em um apiário, geralmente sobre suportes, em um local
apropriado que ofereça segurança para o manuseio e com disponibilidade de flores e de
água.
Para iniciar o povoamento de um apiário pode-se comprar uma colméia ou utilizar-
se de caixas-iscas, que irão capturar um enxame para uma de suas caixas, e a partir daí
iniciar a criação. A quantidade de colméias a se iniciar é variável.
Um item importante na ciração de abelhas é a vestimenta, recomenda-se o uso de
botas, jaleco e calças ou macacão, luvas e máscara. O ideal é que sejam usadas apenas
cores claras, de preferência o branco, pois elas estimulam menos a agressividade das
abelhas.
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O macacão, ou o conjunto de jaleco e calça, pode ser feito de algodão (brim) ou de
tecidos sintéticos, como nylon ou albene, sem qualquer fresta ou aberturas.
Na hora do manejo, as ferramentas essenciais são o fumegador, e o formão.
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Figura 5- Formão Figura 6 – Disposições e local das Colméias.
Figura 7- Fumegador e Vestimenta CompletaO fumegador fará a fumaça, essencial para acalmar as abelhas.
O formão é utilizado para abrir as caixas, que geralmente encontram-se semi-
lacradas pela própolis , importante para retirar cuidosamente as abelhas dos quadros para a
correta visualização dos mesmos.
Figura 8- Fumegador liberando fumaça
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Figura 9- Utilização do Garfo
A colméia deve ser revisada aproximadamente uma vez por semana, verificando-se
o correto desenvolvimento das abelhas e se já há mel depositado nos alvéolos. Quando o
mel está pronto as abelhas fecham o alvéolo com cera, indicando que já está na época de
colheita.
Devem-se então retirar os quadros cheios de mel, retirar cuidosamente as abelhas e
leva-los até um local apropriado chamado Casa do mel, onde será feita a extração do mel
dos quadros.
Figura 10 – Retiradas dos Quadros
Na casa do mel faz-se a desoperculação, que é a abertura dos opérculos fechados
utilizando-se um garfo ou uma faca em um equipamento chamado mesa desoperculadora.
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Os quadros são então colocados numa centrífuga, na posição vertical. Eles ficam apoiados
no "cesto" da centrífuga, que gira junto com o eixo até que todo o mel saia dos opéculos e
caia no recipiente da centrífuga. Após a centrifugação o mel deve ser passado por uma
peneira fina. A seguir, o ideal é deixá-lo decantando por alguns dias e só depois colocar em
baldes, latas ou tambores.
Figura 11 – Centrifuga em funcionamento
Figura 12 – Mel passando pela peneira
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Figura 13 – Mel sendo colocado nos baldes
Figura 14 – Garfo
6. Desenvolvimento
Pretende-se neste trabalho, através da disciplina de práticas gerenciais IV em
comunhão com as demais disciplinas identificar a potencialidade de um Arranjo Produtivo
Local apícola, analisando a produção, a estrutura de toda cadeia produtiva e identificando a
cadeia produtiva existente hoje, considerando fatores como espaço geográfico,
investimentos e custos, viabilidade, comercialização, exportação, apoio de órgãos públicos
e instituições de ensino.
A exploração de mercados há oito anos atrás, em relação aos produtos apícolas
representada majoritariamente pelo mel era inexpressiva se comparada com o mercado
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mundial. Dado o preço praticado que não dava estímulos ao aumento da produção, a época
quase que totalmente direcionada ao mercado interno.
No entanto com a ocorrência de problemas envolvendo dois dos principais
fornecedores mundiais em meados do ano 2000, China e Argentina, houve forte queda na
oferta do produto no mercado internacional da ordem de 50.000 toneladas. Tal fato elevou
o preço do produto a níveis antes nunca registrados o que deu impulso necessário á
explosão na produção de mel no Brasil como um todo.
A região sul foi a principal fonte de produção de mel no país com 45,4% a região
nordeste vem na segunda posição com 33,4% da produção nacional.(fonte IBGE 2007)
Seguindo o regime normal de produção, entre 2000 e 2004 o Brasil encontra-se na
décima primeira posição em relação á produção mundial com 1.650 toneladas/ano, cerca de
2,82% do total mundial. Hoje ele está localizado na quinta posição do ranking com uma
produção de bem maior que a dos anos anteriores.
Abaixo alguns dados referentes a produtos apícolas:
O pólen no Brasil ainda há falta no mercado, dada a falta de divulgação de
informações sobre o sistema de produção e o reconhecimento de demandas que
justifiquem tal iniciativa. Dessa forma há dificuldade de exportação em escala do
pólen no momento dada há pequena produção registrada.
O mercado de própolis ganhou dinamismo nos últimos anos, principalmente por
causa do resultado de uma pesquisa que revelou que as abelhas reconhecem
instintivamente as propriedades de algumas plantas, que ajudam na proteção da
colméia e também podem ser muito úteis para o homem, inclusive no combate de
doenças.
A geléia real apresenta aço biocatalizadora nos processos de regeneração de células
no corpo humano dada a sua composição e quantidade proteínas, carboidratos,
vitaminas, hormônios enzimas e substâncias minerais. Sua produção é incipiente,
com foco em demandas de ordem médica.
Estudos científicos revelam ainda que o veneno das abelhas operárias é um eficiente
medicamento para saúde humana, recomendada para doenças como artrite,
reumatismo, tendinite, bursite, nefrite afecções cutâneas, doenças oftalmológicas
entre outras.
22
Pode-se notar o grande potencial da atividade apícola no Brasil, porém ocorrem
algumas limitações que prejudicam os apicultores associações e cooperativas que vendem
seus produtos exclusivamente para o mercado local e regional, havendo um pequeno
percentual que comercializa para prefeituras, varejistas e distribuidores.
As principais dificuldades encontradas no comércio apícola são:
Falta de produção para atender o mercado consumidor de grande porte;
Preços baixos;
Desconhecimento de alternativas de vendas;
Sazonalidade da demanda;
Altas taxas de impostos;
Qualidade do produto que não atende o mercado consumidor;
Desta forma verifica-se que a região do sul de minas apresenta produção de produtos
apícolas, porém de forma descentralizada onde não é explorada a potencialidade do
mercado consumidor.
Assim torna-se viável a constituição de um Arranjo Produtivo Local (APL), que
consiste em aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território que apresentam
especializações produtivas e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e
aprendizagem entre si e com outros atores locais, como governos associações empresariais,
instituições de crédito, instituições de ensino e pesquisa.
Poderiam aproveitar iniciativas como programas de desenvolvimento de Arranjos
Produtivos Locais do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas do Sebrae
Nacional, em parceria com entidades públicas e privadas.
6.1 Participação Pública
As proposições de políticas governamentais discutidas são de aspecto genérico ao
setor e deve contar com a participação efetiva dos agentes diretamente interessados. Assim
considera-se que a proposição de políticas ao setor deve contemplar a criação de políticas
que assegurem condições de novos investimentos setoriais, visto que a estrutura financeira
23
atinge as possibilidades de estratégias a serem implementadas e afetam diretamente as
pretensões tecnológicas de inovação e de desenvolvimento tecnológico, que por sua vez
podem estabelecer câmaras setoriais para discussão dos problemas para cadeia produtiva.
Assim o governo federal deve assumir suas funções específicas como: a promoção da
estabilidade, a definição de mecanismos legais de incentivos a regulação de cooperação
entre as firmas, a legislação de contratos e incentivos fiscais e colados a esses aspectos, a
promoção de condições de infra-estrutura envolvendo condições físicas de educação e
saúde.
Para SEBRAE (2004) “a estratégia para fortalecer a lógica da aglomeração visa o
fortalecimento das próprias empresas. A transição para os Arranjos Produtivos Locais seria
um passo a frente que dependeria de indicadores como instituições formadoras de mão-de-
obra especializada, de associação de empresários que atue como animador do APL, entre
outros”.
A união das pequenas e médias empresas em cooperação pode garantir o sucesso da
atividade, promovendo a capacitação para novos surtos de investimentos.
Estes se fazem a partir de ganhos conseguidos da união das pequenas e médias
empresas, com a conseqüente expansão do crescimento endógeno, amparado fortemente na
valorização do conhecimento tácito no interior das empresas participantes do arranjo.
6.2 Arranjos Apícolas
Foram encontradas algumas formações de APLs apícolas na área do Arranjo
Produtivo do Mel, que inclui parte do norte do Estado da BA. Em destaque estão Ribeira do
Pombal, Nova Soure, Inhambupe, Sátiro Dias, Araci, Tucano, Jeremoabo e Paulo Afonso.
Em todo o Estado existem hoje em torno de 30 mil colméias e 3500 apicultores, reunidos
em 70 associações e 9 cooperativas singulares e uma central de cooperativas. As
cooperativas singulares, que são à base do trabalho do Arranjo Produtivo do Mel, têm
aproximadamente 600 cooperados. O número total de apicultores que atuam na região está
estimado em 1.600. Eles produzem basicamente mel, sendo que os produtores não
cooperados também comercializam sua produção através das cooperativas. Outros arranjos
24
produtivos a serem destacados são de Santa Luzia do Paruá, São João do Batista, Nova
Olinda do Maranhão entre outras , todas localizadas no Maranhão, etc.
6.4 Cadeia Produtiva Apícola
Com levantamento feito e entrevistas realizadas na região de Boa Esperança, foram
constatados dados como: atividade descentralizada, pequenos apiários, atividade
diversificada com Mel, Própolis, Pólen, Geléia Real, Cera e Veneno.
Este setor requer permanente busca de tecnologia e conhecimento: Atividade
integrada com o meio ambiente, propagação de plantas nativas, recuperação de áreas
degradadas, matas ciliares, nascentes água. O que se pode observar foi: Baixo manejo com
os enxames, cooperativismo praticamente inexistente, falta de centro de pesquisa apícola
regional, grande distância do potencial produtivo da produção real, raros incentivos de
entidades de fomento agrícola e empresarial para a atividade na região.
O nível de instrução dos produtores varia muito, desde de primário até alguns de
nível superior, predominando pessoas com o 2º grau. As principais matérias-primas
utilizadas são oriundas da natureza, das floradas e das abelhas. Mercado consumidor local
com distribuição no comércio local.
As principais queixas dos produtores são as dificuldades para se legalizarem e
obterem certificações de qualidade, a falta de acompanhamento de entidades públicas
dando suporte técnico e a falta de políticas locais de incentivo a formação de APLs.
Pelo roteiro foram escolhidos os seguintes atores a serem entrevistados:
UNIFENAS, representando instituição de ensino, EMATER local, Secretaria de
Agricultura e Meio Ambiente, representando entidades públicas e apicultores da região,
onde foi questionada a viabilidade da implantação de um Arranjo Produtivo Local apícola
na região do sul de minas. Todos aprovaram a idéia e ressaltaram que dessa forma a
atividade ficaria organizada e com maior força no mercado nacional e possivelmente
internacional, sendo essas informações, a maior prova da atividade apícola isolada e com
verdadeiro potencial regional, climático, e tecnológico inexplorado.
6.4 Formação da Cadeia Produtiva Apícola
25
Figura 15 – Cadeia Produtiva Apícola
7. Atividades e Produtos fornecidos pelas colméias
7.1 Polinização
Figura 16- Polinização
26
Além de produzir mel, as abelhas podem ser úteis na agricultura, na fruticultura e na
preservação da biodiversidade, contribuindo para a polinização das plantas.O Brasil é um
dos pioneiros na utilização de polinizadores como auxiliares na produção agrícola,
promovendo maior produtividade e aumentando a renda dos apicultores ele pode criar
colméias móveis que podem ser alugados. Entre tipos de polinização das abelhas já
utilizados se destacam na cultura da maça, do melão e estudos recentes mostram que a a
abelha pode trabalhar também na produção de mamona e do girassol fazendo com que a
produção do óleo e na qualidade das sementes dos produtos aumente, ajudando na produção
do Biodisel e no aumento de produção de mel.
O governo já vem incentivando este tipo de polinização atualmente ele trabalha em
13 projetos sendo aqui em minas na cultura do tomate.
7.2 Mel
Figura 17 – Mel sendo filtrado Dos produtos fornecidos pelas abelhas, o mel sem dúvidas é o mais importante.
Segundo APACAME, "O mel é o produto final da elaboração pelas abelhas do
néctar retiradas das flores e submetido a transformações químicas dentro de seu corpo e
depois, já nas células de evaporação sob a ação do calor e ventilação dentro da colméia".
O homem utiliza-se fartamente do mel como alimento, entretanto, sem conhecer
suas qualidades medicinais.
Conhecido desde a Antigüidade, o mel durante muito tempo, o único produto doce
usado pelo homem em sua alimentação, até ser substituído, gradualmente, por açucares
refinados manufaturados, de qualidade incomparavelmente inferior, como os extraídos da
cana-de-açúcar e da beterraba.
27
O mel é, na verdade o único produto doce que contém proteínas e diversos sais
minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. É ainda um alimento de alto potencial
energético e de conhecidas propriedades medicinais. Além disso, o mel é dos poucos
alimentos de reconhecida ação antibactericida, que contém em proporções equilibradas:
fermento, vitaminas, minerais, ácidos e aminoácidos.
A partir da revista GLOBO RURAL (2000) “O mel, no Nordeste, pode ter gosto de
marmeleiro, caju, cipó-uva, angico-de-bezerra ou jequitirina, mais, conferem á região o
terceiro lugar, com 4,2 mil toneladas, antes vêm o sul e o sudeste, na produção dessa
substância doce elaborado pelas abelhas”.
Produto processado a partir do néctar das flores, o mel tem sua cor e sabor
diretamente relacionados com a predominância da florada. Com relação à coloração, há,
basicamente, os méis claros e os méis escuros. Geralmente, os méis de coloração clara
apresentam sabor e aroma mais suaves e por isso mesmo, são mais apreciados. É o caso,
por exemplo, do conhecido mel de flor de laranja, obtido em pomares da fruta, que tem alta
cotação no mercado. No entanto, os méis de coloração escura são sais mais ricos em
proteínas e sais minerais, sendo, portanto, mais ricos do ponto de vista nutritivo. Além de
vitaminas e sais minerais, o mel apresenta ainda em sua constituição proteínas, enzimas,
hormônios, partículas de pólen e de cera, aminoácidos, dextrinas e um grande número de
ácidos que apresenta, o pH do mel (isto é seu grau de acidez) são de 3,9.
Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a maioria dos méis puros, genuínos,
acaba cristalizando-se (açucarando) com o tempo.
A partir da entrevista realizada com o apicultor as condições necessárias para uma
boa produção de mel é: Água abundante de boa qualidade distante do apiário até 500 mts,
de pasto apícola que tenham ao seu redor as floradas do assarpeixe, aroeira e mata-pasto.
Informou ainda e que o mel pode ser produzido totalmente a céu aberto, pois, esta
prática aumenta a produtividade do apiário. A melhor época para produção e colheita do
mel seria no final de setembro até novembro onde a produção aumenta devido à época de
floradas e na estação de inverno a produção diminui consideravelmente.
Segundo o entrevistado, o mel tem média de produção de 18 kg por colméia com
duas colheitas ao ano e que no ano de 2005 com 65 colméias, foram produzidos aproxim.
1.000 kg de mel e a previsão de produção para 2006 será de 1.500 kg de mel com 100
28
colméias instaladas. A comercialização do mel é feita de forma artesanal no próprio
município com clientela já formada e fidelizada.
Devido o mel ser o produto principal e de mais saída e lucratividade, a APL adotará
determinados procedimentos para a garantia do sucesso, o mel oculta muitos segredos
relacionados a manejo como boas práticas de higiene que deverão ser passados para as
pessoas que terão contato direto visando à sanidade apícola, procedendo desta forma
poderemos garantir a produtividade e lucratividade.
Composição média por 100 g:
Carboidratos ................................... 65 - 92 %
Proteínas ......................................... 0,6 - 02 %
Sais minerais .................................. 0,02 - 02 %
Calorias .......................................... 300 - 330 Kcal
Açucares: frutose, glicose, levulose, sacarose, maltose, etc.
Enzimas (diastases), ácidos orgânicos (málico, cítrico, fórmico, etc.), ácido
nicotínico (Niacina).
Vitaminas: B1 (Tiamina), B2 (Riboflavina), C (ác. ascórbico), B6 (piridoxina), etc.
Sais minerais: fosfatos de cálcio e ferro, potássio, enxofre, cloro, sódio, fósforo,
manganês, magnésio, ferro, bário, níquel, silício, etc.
7.3 Cera
Figura 18 – Cera aveolada
29
A cera é uma substância produzida por glândulas existentes no abdômen das abelhas
operárias, usadas para a construção de favos. Segundo APACAME (2006) “A cera é
matéria prima para a fabricação de velas de alta qualidade, para pastas de polimento e
ilustração de móveis e veículos, para industrias de componentes eletrônicos e de
cosméticos. Também na industria farmacêutica têm seu uso". O quilo equivale a mais ou
menos 10 reais.
O próprio apicultor necessita muito de cera pura, para troca das envelhecidas das
colméias. Um importante aperfeiçoamento da apicultura moderna foi o desenvolvimento da
cera alveolada. Com este material o produtor poupa trabalho de sua abelhas e ganha tempo
na produção de mel. A cera alveolada é uma lâmina de cera prensada, que apresenta, de
ambos os lados, o relevo de um hexágono do mesmo tamanho do alvéolo, que servirá de
guia para a construção dos alvéolos dos favos. A cera é fixada por meio de um arame que
corre por dentro dos quadros. Normalmente, os quadros já são vendidos com o arame, e sua
instalação é fácil de ser feita. Para soldar a cera ao arame, use a extensão de uma tomada
com fio dos dois pólos elétricos ligados a uma resistência dessas que servem para
aquecimento de ambientes - com duas saídas: descanse a lâmina de cera sobre o arame. Em
seguida, com o auxilio de dois fios condutores, provoque um pequeno rápido curto nas
extremidades do arame. Pronto! A cera se soldará automaticamente pela ação do calor
provocado pelo curto-circuito, atenção porque uma descarga muito prolongada poderá
derreter a cera - impossibilitando sua fixação. Mas o método é prático e largamente
empregado pelos apicultores.
O trabalho com a cera alveolada é indispensável, para grandes arranjos produtivos
locais, pois como dito acima há necessidade de substituição das envelhecidas e o adianto na
produção do mel. O uso da centrifuga será obrigatória para que haja o aproveitamento de
100% dos alvéolos evitando ser esmagados e conseqüentemente inutilizados.
7.4 Geléia Real
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Figura 19- Geléia Real
A geléia real é uma substância gelatinosa, de cor clara, produzidas pelas glândulas
das abelhas jovens.
Segundo SAUDEANIMAL (2006) "A geléia real é um produto natural, secretado
pelas abelhas jovens e contém notáveis quantidades de proteínas, lipídeos, carboidratos,
vitaminas, hormônios, enzima, substâncias minerais, fatores vitais específicos, substâncias
biocatalizadores nos processos de regeneração das células, desenvolvendo uma importante
ação fisiológica". Na colméia, é utilizada na alimentação das larvas de abelhas operárias até
o terceiro dia de vida, e das larvas dos zangões. A geléia real é mais conhecida como
alimento por excelência da rainha. Pode-se dizer a grosso modo, que é graças à geléia real
que a abelha rainha é superior, biologicamente falando, em relação às operárias.
Segundo APACAME (2006) "Os estudos e experiências com a utilização da geléia
real pelo homem como alimento e dosagens controladas, tem demonstrado resultados
benéficos a saúde". Para o homem a geléia real tem ação vitalizadora e estimulante do
organismo, aumenta o apetite e tem comprovado efeito anti-gripal. Não se conhecem, na
biologia e medicina, outra substância com semelhante efeito sobre o crescimento,
longevidade e reprodução das espécies.
Segundo os apicultores de Alfenas, a produção de geléia real em escala econômica
exige além de equipamento especializado, muita experiência do apicultor, por ser de difícil
obtenção e alcança a produção máxima de 70 gramas mensais por colméia e é
31
comercializada em lojas de produtos naturais, por isso será um caso a ser avaliado, pois a
difícil obtenção poderá elevar o custo e assim não ser viável para que seja adotado na APL.
Sua composição é complexa, contendo várias proteínas, aminoácidos, ácidos
orgânicos, esteróides, fenóis, açúcares, minerais dentre outros.
A Geleia Real compõem-se de água, proteínas, lipídios, açúcares, vitaminas como
tiamina (vitamina B1), riboflavina (vitamina B2), adermina (vitamina B6), ácido
pantotênico (vitamina B5), ácido ascórbico (vitamina C), calciferol (vitamina D), alfa-
tocoferol (vitamina E), motina (vitamina 14), ácido fólico (vitamina BC) e mais, hormônios
e minerais, tais como cálcio, fósforo e magnésio.
7.5 Pólen
Figura 20- Pólem
O pólen é o alimento masculino da planta cuja função é fecundar o elemento
feminino e produzir novos seres da mesma espécie.
Segundo APACAME (2006) “É coletado pelas ”campeiras“ nas primeiras horas da
manhã quando ainda úmido pelo orvalho, e transportado para o interior da colméia em
forma de pequenas bolotas que são depositadas no interior das células de armazenamento".
O pólen constitui um alimento muito rico em substâncias gordurosas elementos
minerais, vitaminas e fermentos. Conhecido também como pão das abelhas, o pólen é um
produto riquíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios de crescimento, encerrando todos
os elementos indispensáveis à vida dos organismos vivos. Sua importância é tal que basta
32
dizer que, na falta de pólen, as abelhas não sobrevivem. É um produto tão perfeito que, até
hoje, o homem não conseguiu elaborar um substituto que pudesse ser fornecido às abelhas.
Apesar de ser riquíssimo em vitaminas (principalmente A e P), proteínas e
hormônios, o pólen ainda não é muito empregado como produto medicinal. No entanto,
pesquisadores soviéticos asseguram que o pólen apresenta ação eficaz nos casos de anemia,
regulariza o funcionamento dos intestinos, abre apetite, aumenta a capacidade de trabalhar,
baixa a tensão arterial e aumenta a taxa de hemoglobina do sangue.
A partir de SAUDE ANIMAL (2006) "Pesquisadores franceses demonstraram que
cobaias alimentadas com pequenas doses de pólen acusaram desenvolvimento mais rápido
e acelerado ganho de peso".
O pólen pode ser usado para: fortificante geral para desgaste físico e intelectual,
descongestiona a próstata, rins e fígado, melhora a pele e fortifica os cabelos, estimula o
pâncreas, combatendo os diabetes, favorece a virilidade e a fertilidade, nos transtornos de
gravidez e menopausa e nas afecções orgânicas funcionais (coração, estômago, veicula
biliar e digestão). O pólen não é remédio e sim um alimento que fortalece o organismo.
Com a difusão do hábito de alimentação natural a sua procura tem crescido
intensamente. O preço pago pelo quilo de pólen varia de 16 a 25 reais. Nesse caso há
também restrições. Mesmos nas colônias populosas só é possível coletar 50 á 300 gramas
ao dia, em 02 ou 03 operações semanais. Aumentar a freqüência compromete a
sobrevivência das abelhas que utilizam o pólen das flores como alimento.
Segundo os apicultores entrevistados em Alfenas, diz que a coleta de pólen não é
efetuada por pequenos apicultores devida o risco de destruição de enxames como
mencionado. O pólen é o alimento das abelhas, e somente um profissional com muita
experiência deverá assumir esta tarefa nos apiários.
Composição média por 100g:
Carboidratos ............................................. 20 à 35 %
Proteínas .................................................. 10 à 35 %
Lipídeos ................................................... 02 à 01 %
Sais minerais ........................................... 0,2 à 01 %
Calorias ................................................... 300 à 330 Kcal
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Vitaminas: Tiamina (B1), Riboflavina (B2), piridoxina (B6), cianocobalamina
(B12), nicotinamida, ácido pantotenico, biotina, ácido fólico, ácido ascórbico ( ( C ),
Vitamina D, Vitamina E ou tocoferol, etc.
Sais minerais: Potássio, magnésio, cálcio, fósforo, ferro, silício, enxofre, manganês,
cobre, cloro, etc.
Aminoácidos: Ácido glutâmico, Isoleucina, Leucina, Arginina, Lisina, Metionina,
Fenilalanina, Cistina, Treonina, Triptofano, Histidina, Valina, etc.Enzimas ou fermentos:
catalizadores de alguns processos orgânicos.
7.6 Própolis
Figura 21- Própolis
A própolis é uma substância resinosa, colhida nas hastes, folhas, gomos, botões de
arvores pelas abelhas, constituída de resinas vegetais, cera, pólen e ácidos e gorduras, a
própolis é uma substância que as abelhas processam para fechar frestas da colméia, soldar
peças e componentes móveis da sua morada e diminuir a entrada do alvado nas épocas
frias.
Segundo APACAME (2006) "Misturada com pólen, mel ou saliva e cera em
proporções diferenciadas conforme a finalidade, fazem dois tipos de própolis: o betume e o
balsamo. O betume, as abelhas utilizam para vedação e fixação, ou envolve corpo estranhos
ao enxame, que não possam ser removidos. O bálsamo, as abelhas utilizam para
higienização dos alvéolos, antes da postura pela rainha". Seu maior interesse para o
homem, no entanto, são suas ações analgésicas, antibióticas e anti-sépticas.
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As abelhas empregam a própolis para impermeabilizar e envernizar as paredes da
colméia. Além disso, qualquer corpo estranho que não consiga remover para fora da
colméia como pequenos animais mortos, camundongos, por exemplo é encapado com uma
camada de própolis, para impedir ou retardar o processo de putrefação. Desta forma, o
cadáver do animal fica mumificado com a camada de própolis, e seu processo
decomposição é retardado por vários anos.
Além de propriedades antibióticas, a própolis apresenta ações imunológicas,
anestésicas, cicatrizantes e antiinflamatórias. Comercialmente, a própolis é vendida em
solução alcoólica, em concentrações variáveis. O produto tem sido testado
experimentalmente, em doenças como faringites, câncer de garganta, pulmão e infecções
gerais, em diferentes concentrações.
A partir da revista GLOBO RURAL (2000) “Dentre os produtos apícolas, a própolis
é o mais procurado. O mercado japonês paga por quilo in natura ou sob a forma de extrato,
de 40 a 90 reais". Mas existe um fator limitante: cada colméia rende anualmente de 50 a
250 gramas da substância.
A própolis, sem dúvida, é um dos produtos apícolas de maior eficácia, quanto aos
princípios ativos transmitidos da planta ao homem. Por ser um produto muito potente,
largamente utilizado na Europa, URSS, Estados Unidos, mas pouco conhecido no Brasil, os
estudiosos recomendam os seus uso com cautela, sem exagero e sempre com pouca
constância (máximo de 90 dias), pois a própolis possui a propriedade comprovada de um
antibiótico natural. Assim, ela não deve ser usada como um profilático medicinal, apesar de
não possuir contra indicações.
A partir da entrevista realizada com o apicultor, para que haja qualidade e aumento
excessivo na produção da própolis e conseqüentemente uma ótima comercialização pela
APL é necessária que as colméias fiquem protegidas da luz solar, pois, o sol escurece e
torna-a mais sólida ficando imprópria para a comercialização.
Segundo entrevistado a própolis tem média de produção de 0,80 g por colméia a
cada dez dias e que no ano de 2005, foram produzidos aproximadamente 40 kg de própolis
e que a própolis é vendido a um apicultor de Formiga / MG que exporta para o Japão.
Lembrando que a retirada excessiva da própolis prejudicará a produção de mel,
assim seria mais apropriada a retirada ou a venda da própolis só em época de alta no preço.
35
Composição:
Muito variável, já foram encontrados mais de 300 substâncias diferentes.
Resinas e bálsamos ...................................... 50 à 55 %
Ceras ........................................................... 05 à 30 %
Óleos essenciais .......................................... 08 à 10 %
Pólen, minerais (alumínio, vanádio, ferro, cálcio, silício, manganês, estrôncio).
Ácidos fenólicos, flavonóides*, terpenóides, hidrocarbonetos e seus ésteres.
Aminoácidos (ác. aspártico, ác. glutâmico, leucina, treonina, serina, lisina, etc.
7.7 Veneno
O veneno ou apitoxina é um produto sintetizado pelas glândulas de veneno das
operárias e da rainha. É basicamente composto por uma ampla mistura de enzimas,
proteínas e outras moléculas menores. Operárias em fase de guarda ou forrageamento
possuem entre 100 e 150 mg (milionésimos de grama) e as rainhas possuem, em média, 700
mg de veneno. As abelhas injetam o veneno, com o auxílio do ferrão, nos seus predadores
(reais ou presumidos). Algumas de suas substâncias causam dor, enquanto outras provocam
uma reação alérgica de intensidade variável, que depende do porte e da sensibilidade da
vítima. O veneno ainda é objeto de muito pesquisa no mundo inteiro. O seu uso nos
tratamentos de dessensibilização é prática corrente. Diversas pesquisas também apontam
para uma possível utilidade no tratamento de artrite reumatóide, uma doença degenerativa
das articulações, muitas vezes acompanhada por dor intensa.
De acordo com APACAME (2006) “O veneno é uma substância química complexa,
formada por água, aminoácidos, açúcares, histamina e outros componentes".
O veneno das abelhas também está a serviço da saúde humana, porém sua obtenção
exige técnicas de laboratórios e situa-se num plano mais elevado da atividade apícola.
Apesar de ser um produto letal para o homem, quanto aplicado em grandes proporções, o
veneno das abelhas é, paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diversos
distúrbios e afecções.
Em países como os Estados Unidos e a União Soviética, o veneno das abelhas é um
remédio popular indicado contra várias doenças. Sem dúvida, o tratamento contra
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reumatismo, a base de veneno de abelha, é bastante conhecido.
Mas a apitoxina, é empregada com sucesso em tratamento contra nevrites e
nevralgias, afecção cutânea, doenças oftálmicas, na redução da taxa de colesterol do sangue
contra a hipertensão arterial. No Brasil, a apitoxina é praticamente desconhecida, e sua
aplicação é empírica, limitando-se aos casos de reumatismo. Nos países de maior
desenvolvimento na apicultura, como os Estados Unidos e União Soviética, a apitoxina é
administrada por meio de picadas naturais das abelhas, injeções subcutâneas, pomadas,
inalações e até mesmo comprimidos.
A extração do veneno é uma das mais recente atividade relacionadas à apicultura, o
veneno das abelhas é o mais valioso de todos os produtos: a cotação do grama é de 07 a 10
vezes superior ao valor do ouro. Entretanto, para conseguir 01 grama é preciso extrair
veneno de quase 100 mil abelhas. A comercialização é restrita ao exterior.
A partir da entrevista realizada com o apicultor, como ainda o mercado é pequeno
para a comercialização da apitoxina, será quase improvável que a APL como a maioria dos
pequenos apicultores adote esta atividade nos apiários, mas é um caso a se pensar, pois
havendo facilidade na extração futuramente poderá existir esta atividade, caso as abelhas
não sejam prejudicadas.
8. Investimentos e Custos
Máscara com Chapéu
Tem como finalidade de proteger o rosto do apicultor contra as ferroadas das
abelhas.
Valor Unitário : R$ 23,00
Luvas
Utilizadas na manipulação das abelhas, fabricadas em material a prova de ferrões,
como vaqueta, em curvin branco ou tecido branco reforçado.
Valor Unitário: R$ 11,00
Macacão
É a vestimenta do apicultor para se proteger das ferroadas das abelhas durante o
trabalho no apiário ou com abelhas em geral.
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Valor Unitário : R$ 71,00
Bota
Bota branca com fechamento seguro, completam a indumentária do apicultor para
sua proteção.
Valor Unitário: R$ 28,00
Fumigador
Serve como proteção do apicultor para se defender da agressividade da abelha
através da fumaça abundante e sem interrupção que libera.
Valor Unitário : R$ 77,00.
Formão do Apicultor
Utilizado no manejo das colméias para desgrudar e levantar a tampa, soltar os
quadros, raspar a própolis e auxiliar a limpeza da colméia.
Valor Unitário : R$ 5,40
Centrifuga Horizontal de inox 16 quadros- Radial/ Manual
Servem para retirar o mel dos alvéolos dos favos pela força centrifuga, sem destruir
os favos, podendo ser reaproveitados na colméia, aumentando a chance de produzir mais
mel.
Valor Unitário: R$ 999,00
Garfo Desoperculador
Garfo que serve como desoperculador dos alvéolos ou células fechadas dos favos,
ou remoção do opérculo, que é uma espécie de selo ou tampa do favo.
Valor Unitário : R$ 13,00
Tanque Decantador 25 kg aço inox
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É onde o mel recém-centrifugado deve descansar para a separação das impurezas
por suspensão ou sedimentação por gravidade.
Valor Unitário : R$ 300,00
Mesa Desoperculadora 16 quadros aço inox
É uma mesa de formato retangular construída em aço inoxidável, com espaço
correto para os quadros e receptáculo para receber os opérculos e deixar escorrer o mel.
Valor Unitário: R$ 550,00
Colméia Completa com Melgueiras
Casa onde ficam as colméias
Valor Unitário: R$ 58,00
Balde de inox para 15 litros
Guardar o mel e para o transporte do menos.
Valor Unitário : R$ 75,00
Esticador de Arame
No quadro que vai dentro das melgueiras e dos ninhos há um arame passado,
para assegurar a Cêra alveolada, o esticador serve para prender o quadro para executar
este serviço (passar o arame no quadro e estar esticado).
Valor Unitário: R$7,00
Cera Alveolada
Ela pode ser comprada ou feita na no próprio apiário, no caso que vimos eles colem
e a terceirização da cera para se tornar cera alveolada.
Valor Unitário : R$ 20,00 o kg
Núcleo para captura e transporte de exames
39
Utilizado no transporte e na captura de exames.
Valor unitário : 19,00
Peneira para tanque de decantação
Serve para coar o mel.
Valor Unitário : 75,00
Bandeja Galvanizada
Utilizada na colheita do mel
Valor Unitário: R$ 30,00
Suporte Individual para Colméias
Onde ficam as colméias.
Valor Unitário: R$ 25,00
Arame Galvanizado n° 24
Utilizado nas melgueiras e nos ninhos
Valor Unitário : R$ 18,50 kg
Carretilha manual p/ incrustar cera nos quadros
Auxilia para incrustar a cera nos arames .
Valor Unitário : R$ 30,00
Laminador de Cera
Serve para incrustar a cera no sentido correto para a formação dos favos.
Valor Unitário: R$ 39,00
Tinta Óleo
Tinta branca para pintar as colméias já que abelhas só convivem bem com a cor
branca.
Valor Unitário: R$ 8,20
Casa de Mel 15 m²
40
Casa onde feita à manipulação dos favos de mel.
Valor Unitário: R$ 6.000,00
ORÇAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE APIÁRIO COM 50 COLMÉIAS
ESPECIFICAÇÃO UNIDADE QTD R$ UNIT. R$ TOTAL
Máscara com Chapéu UND. 04 23,00 92,00
Luva (par) UND. 04 11,00 44,00
Macacão UND. 04 71,00 284,00
Bota (par) UND. 04 28,00 112,00
Fumigador UND. 02 77,00 154,00
Formão do Apicultor UND. 03 5,40 16,20
Centrifuga UND. 01 999,00 999,00
Garfo Desoperculador UND. 03 13,00 39,00
Tanque Decantador UND. 01 300,00 300,00
Mesa Desoperculadora UND. 01 550,00 550,00
Colméia Completa UND. 50 58,00 2900,00
Balde de Inox UND. 02 75,00 150,00
Esticador de Arame UND. 02 7,00 14,00
Núcleo para captura e
transporte de exames
UND. 05 19,00 95,00
Peneira para tanque de
decantação
UND. 02 75,00 150,00
Cera Alveolada KG. 76 20,00 1520,00
Bandeja Galvanizada UND. 02 30,00 60,00
Suporte Individual para
Colméias
UND. 50 25,00 1250,00
Arame Galvanizado n°24 KG. 14 18,50 259,00
Carretilha manual para
incrustar cera nos quadros
UND. 02 30,00 60,00
Tinta Oléo Galão 03 8,20 24,60
Casa de Mel m² 15 400 6.000,00
41
Total 15.072,80
OUTROS PRODUTOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO E MANUTENÇÃO DE
UM APIÁRIO
Potes
Armazenamento da cera, própolis entre outros
Valor Unitário e preços :
Bisnaga para mel de plástico – 200 gr. R$ 0,40
Bisnaga para mel redonda de plástico – 500 gr R$ 0,68
Pote de plástico para mel – 500 gr. R$ 0,70
Pote de plástico para mel – 1000 gr R$ 0,94
Vidro âmbar 20 ml p/ próp. C/ tampa e gotejador R$ 0,78
Vidro âmbar 20 ml com bomba spray R$ 1,00
Pote para pólen cristal/ambar 45 gr R$ 1,00
Pote para Geléia Real cristal/âmbar com tampa 15 gr R$ 0,40
Transporte
Carro para o transporte do produto, saveiro.
Valor Unitário: R$ 33.000,00
Escritório
Casa para Escritório
Valor Unitário: R$ 20.000,00
Computador
Valor Unitário : R$ 2.000,00
Mesa de escritório
Valor Unitário : R$ 80,00
42
Cadeira de escritório
Valor Unitário : R$ 100,00
Materiais Diversos de Escritório (grampeador, furador , folhas sufite, grampos, xeroz,
etiqueta)
Valor Total : R$ 800,00
Impressora
Valor Total: 698,29
Mão de obra Administrativa Total (2 pessoas)
Valor Total : 2.000,00
Custeio (mão de obra da produção)
Implantação de apiário
Valor Unitário: R$ 5,00 H/D/Ano
Captura de exames
Valor Unitário: R$ 5,00 H/D/Ano
Manutenção colméia/ beneficiamento de mel
Valor Unitário: 5,00 H/D/Ano
Resp. Manutenção col./ benef./ mel
Valor Unitário: R$ 5,00 por H/D/Ano
ORÇAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE APIÁRIO COM 50 COLMÉIAS
OUTROS PRODUTOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO E MANUTENÇÃO DE
UM APIÁRIO
43
Bisnaga para mel de
plástico
200 gr 300 0,40 120,00
Bisnaga para mel redonda
de plástico
500g 300 0,68 204,00
Pote de plástico para mel 500 g 300 0,70 210,00
Pote de plástico para mel 1000g 300 0,94 282,00
Vidro âmbar p/ próp. C/
tampa e gotejador
20 ml 300 0,78 234,00
Vidro âmbar com bomba
spray
20 ml 300 1,00 300,00
Pote para pólen
cristal/ambar
45 gr 300 1,00 300,00
Pote para Geléia Real
cristal/âmbar com tampa
15 gr 300 0,40 120,00
Automóvel Unidade 1 30.000,00 30.000,00
Casa do escritório m² 20 700 14.000,00
Computador Unidade 1 2.000,00 2,000,00
Mesa de escritório Unidade 2 80,00 160,00
Cadeira de escritório Unidade 6 100,00 600,00
Diversos Escritório Unidades - 800,00 800,00
Impressora Unidade 1 698,29 698,29
Mão de obra ( Adm) Unidade 2 800,00 1.600,00
Implantação do apiário H/D/Ano 40 5,00 200,00
Captura de exames H/D/Ano 120 5,00 600,00
Manutenção colméia/
beneficiamento de mel
H/D/Ano 116 5,00 580,00
Resp. Manutenção col./
benef./ mel
H/D/Ano 60 5,00 300,00
Total 52.984,29
Total da primeira parte 15.072,80
44
Total da segunda parte 52.984,29
Investimento total inicial 68.057,09
Avaliação De Investimento
Na APL Apícola identificamos a necessidade de elaborar um projeto de implantação
de uma empresa com objeto social de produção de mel, que exigirá um investimento inicial
de R$ 68.057,09 , e remunerará o capital investido conforme quadro a seguir:
ANO RETORNO AO FINAL DE CADA ANO
1º E 2º Anos 22% do Investimento inicial a.a.
3º E 4º ANOS 25% do Investimento inicial a.a
5º E 6º ANOS 28% do Investimento inicial a.a.
45
Fluxo de Caixa
Período Valor TMA VPL TIRInvestimentos 00 -R$ 68.057,09 10,0000% R$ 4.473,88 12,3145%
01 R$ 14.972,56 22%02 R$ 14.972,56 22%03 R$ 17.014,27 25%04 R$ 17.014,27 25%05 R$ 19.055,99 28%06 R$ 19.055,99 28%
Siglas:TMA - Taxa Mínima de AtratividadeVPL - Valor Presente LíquidoTIR - Taxa Interna de Retorno
Como (TIR) 12,3145 a.a. > 10 % a.a. , OU SEJA, A TIR E MAIOR QUE O CUSTO DE CAPITAL, O PROJETO SERÁ VIÁVEL.
9. Incentivos Públicos na Apicultura.
Segundo MINSTÉRIO DA AGRICULTURA 2006 “Estimular o aumento da
produção agropecuária e o desenvolvimento do agro negócio, com o objetivo de atender o
consumo interno e formar excedentes para exportação”. Essa é a missão institucional do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que tem como conseqüência a
geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a inclusão social e a
redução das desigualdades sociais.
Para cumprir sua missão, o Ministério da Agricultura formula e executa políticas
para o desenvolvimento do agro-negócio, integrando aspectos mercadológicos,
tecnológicos, científicos, organizacionais e ambientais, para atendimento dos consumidores
brasileiros e do mercado internacional. A atuação do ministério baseia-se na busca de
sanidade animal e vegetal, da organização da cadeia produtiva do agro- negócio, da
modernização da política agrícola, do incentivo às exportações, do uso sustentável dos
recursos naturais e do bem-estar social.
As Delegacias Federais de Agricultura e as empresas vinculadas ao ministério
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Comissão
Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Companhia de Entrepostos e
Armazéns de São Paulo (Ceagesp), a Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas
Gerais (Casemg) e a Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa/MG) também
executam as políticas públicas voltados ao agro negócio.
Uma das inovações da atual gestão do Ministério da Agricultura foi à criação de
câmaras setoriais das diversas cadeias produtivas do agro-negócio (carne, leite, avicultura,
açúcar e álcool, fruticultura, entre outras). Elas reúnem representantes do governo e do
setor privado para debater e propor políticas públicas para o agro-negócio brasileiro.
Tem como um de seus braços a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e
Cooperativismo-SDC.
As prioridades de aplicação dos recursos do Departamento ocorrerão conforme as
linhas de ação, a seguir:
Capacitação tecnológica da base produtiva, de comercialização e distribuição de
associações rurais e cooperativas em geral:Visa apoiar o ajustamento da base
tecnológica dos diversos ramos de produção destas organizações associativas e de
seus processos de comercialização, marketing e distribuição.
Educação associativista rural e cooperativista, expansão de organizações de
economia social rural e modernização gerencial e administrativa de cooperativas,
associações, federações e confederações: Visa orientar e difundir as práticas
associativistas e cooperativistas para os públicos potenciais, bem como orientar os
associados, cooperados e administradores quanto aos processos de autogestão e
gestão social e na avaliação, monitoria e melhoria das operações gerenciais, de
modo a se obter excelência empresarial.
Capacitação de cooperativas em geral para exportação: Visa estimular a entrada de
novas cooperativas nos negócios de exportação e aprimoramento daquelas já
operantes, a modernização gerencial e administrativa e o ajustamento da base
tecnológica dos diversos ramos de produção e do processo de marketing destas
organizações.
Formação e operação de incubadoras de cooperativas populares: Visa proporcionar
apoio técnico e financeiro a entidades, especialmente universidades, que se
disponham a desenvolver metodologias para a "incubação" de organizações de
economia social em comunidades carentes, instalar e operar incubadoras com
aquela finalidade.
Cooperação entre Cooperativas: Visa apoiar e estimular o processo de cooperação
integral, horizontal e vertical, entre cooperativas nacionais e internacionais, em seus
diversos ramos, de modo a propiciar a prestação de serviços e troca de informações
sobre experiências que resultaram em melhoria de desempenho da organização e no
aumento da renda dos seus associados.
Instrumentalização Institucional Interna: Objetiva a instrumentalização técnica e
operacional do Denacoop para se integrar ao sistema cooperativista mundial,
mediante a capacitação de seu corpo técnico-funcional, da aquisição de móveis e
equipamentos e instalações de redes de informação, comunicação e de apoio ao
processo decisório gerencial (sistemas de planejamento, acompanhamento e
avaliação de projetos/atividades) além da sua necessária inscrição/filiação aos
organismos internacionais do cooperativismo.
Para SECRETÁRIA DA AGRICULTURA DO ESTADO DA BAHIA 2005. “O
novo conceito de visualizar a atividade como um processo que vai da propriedade rural ao
consumidor final e que este processo passa por uma interação com fornecedores de
insumos e serviços, com os agentes de distribuição, certamente, garantirá um retorno
seguro aos investimentos do governo e dos próprios apicultores.”
Tem como objetivo Viabilizar o apoio à Cadeia Produtiva da Apicultura mediante
ações de transferência de tecnologias de ponta e na construção de entidades capazes de
estruturar a comercialização dos produtos da abelha.
Difundir tecnologias concernentes a manejos de apiários com vistas ao incremento
da produtividade e da melhoria da qualidade dos produtos em toda a área geográfica do
Estado, através de cursos, seminários, encontros, workshop, e congresso;
Apoiar a construção de Cooperativas Singulares e de Cooperativa Central dos
Apicultores nas diversas regiões administrativas do Estado, iniciando com a região nordeste
da Bahia em decorrência de já existir um trabalho consistente neste sentido;
Capacitar os dirigentes das Cooperativas Singulares e da Central em "Gestão e
Gerenciamento" de cooperativas objetivando a eficiência e a eficácia técnica e
administrativa dessas estruturas;
Assistir tecnicamente os apicultores da região nordeste do Estado com vista à
definição de um sistema de produção único e capaz de uniformizar a produção e a
qualidade do mel produzido;
Divulgar, em todo o Estado da Bahia, o Programa de Desenvolvimento da
Apicultura e trabalhar, em parceira com as entidades de classe dos apicultores, no
marketing de seus produtos nas feiras e exposições agropecuárias;
Serão ministrados cursos de manejo avançado para os apicultores, de gestão e
gerenciamento para os dirigentes das cooperativas singular e central. As reuniões técnicas
programadas terão a finalidade de estimular e conscientizar os apicultores da necessidade
da organização. A assistência técnica se constituirá em um instrumento importante na
estruturação da cadeia produtiva, que começa a ser delineada na região nordeste com a
formalização da Cooperativa Central, esperando-se que quando consolidada venha aglutinar
outras associações e cooperativas de outras regiões do Estado.
Vale salientar a participação financeira no Projeto de entidades parceiras que
operam com a atividade no Estado, a exemplo do SEBRAE E BN, e técnica a exemplo das
Universidades Estaduais, CEPLAC, UFBA/EAUFBA, Escola Agrotécnica de Catu, e
recentemente, em fase de negociação, a CAR.
Sendo os beneficiários todos os apicultores da Bahia. Tendo como incentivos e
serviços:
Assistência técnicas da EBDA e profissionais autônomos, financiamento através de
Bancos Oficiais, treinamento de apicultores no Centro de Profissionalização de
Apicultores-CENTRAPIS. Os impactos serão a criação de mais de 30.000 empregos diretos
e indiretos; agregação à renda do produtor em torno de 12 milhões de reais/ano.
Ainda em nível nacional o ministério da fazenda através do banco central tem
Programa de Desenvolvimento da apicultura - (Prodamel), que tem como finalidade
incentivar o desenvolvimento da apicultura no Brasil o limite é de R$ 20 mil por produtor a
taxa de juros: 8,75% a.a.
O Governo de Minas Gerais possui um eficiente e ágil sistema de apoio ao
empresário. Dentre as instituições que promovem e fomentam o desenvolvimento do
Estado, o Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais (INDI) se destaca como
uma agência única e moderna, um real parceiro de todas as horas do empreendedor já
estabelecido ou que pretenda iniciar um novo negócio no Estado.
O INDI tem como missão diversificar do parque produtivo mineiro; reforçar setores
já consolidados, como mineração, metalurgia (ferro, alumínio, zinco, magnésio), têxtil e de
minerais não-metálicos; estimular a agroindústria; consolidar a indústria de autopeças e
contribuir para o desenvolvimento das indústrias química, eletrônica, biotecnológica e de
mecânica de precisão. Para tanto, trabalha em conjunto com os demais órgãos de fomento
do Governo de Minas, como a Cia. de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais
(CODEMIG), o BDMG, a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC) e o
Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de Minas Gerais (SEBRAE-MG), e na
solução de questões energéticas, com a CEMIG.
Segundo o INDI 2005 “O Governo do Estado, através do trabalho do INDI e dos
demais órgãos de fomento, vem conseguindo manter a indústria mineira em destaque no
cenário nacional. No período de 1992 a 2004, ela apresentou uma taxa média de
crescimento acumulada da produção física, para a indústria de transformação, de 39,55%,
ao passo que São Paulo, maior parque industrial do Brasil, cresceu 32,7%. Já o Rio de
Janeiro, que disputa com Minas Gerais a posição de segunda economia do País, caiu
8,26% e o parque industrial brasileiro como um todo 32,65% no mesmo período.”
Ainda em Minas Gerais CT-Agronegócio – Fundo Setorial de Agronegócio que tem
como foco desse fundo é a capacitação científica e tecnológica nas áreas de agronomia,
veterinária, biotecnologia, economia e sociologia agrícola, atualização tecnológica da
indústria agropecuária, estímulo à ampliação de investimentos na área de biotecnologia
agrícola tropical e difusão de novas tecnologias.
Dezessete e meio por cento dos recursos do CT-Agronegócio é oriundo da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), cuja arrecadação advém da
incidência de alíquota de 10% sobre a remessa de recursos ao exterior para pagamento de
assistência técnica, roylties, serviços técnicos especializados ou profissionais.
Apesar de o PRODEAGRO – Programa de Desenvolvimento do Agronegócio, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comportar uma linha de crédito para
o financiamento de investimentos em apicultura, com juros anuais de 8,75%, o apoio
governamental carece de uma postura mais pro ativa no que respeita ao fomento,
constatando-se uma atitude de pouca divulgação quanto aos benefícios potenciais da
criação de abelhas em simbiose com o cultivo de lavouras de importância econômica,
notadamente a fruticultura.
É oportuno, neste momento, sustentar que os Estados brasileiros melhor colocados
na produção de mel e outros derivados – Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Piauí
– instituíram formas de apoio e estímulo à apicultura, porém, em sua maioria, não dispõe de
maior respaldo da pesquisa científica e tecnológica para a condução dos apiários e criação
em moldes racionais. Com efeito, uma simples consulta às páginas dos Centros de Pesquisa
da EMBRAPA na Internet não revela, em seus programas, a existência de projetos de
pesquisa visando quantificar a influência de uma polinização planejada na produtividade
das lavouras, particularmente das fruteiras. A escassa informação existente é, em certa
medida, gerada nas universidades e cursos de pós-graduação.
No Estado de Minas Gerais. A Lei 14.009, de outubro de 2001, criou o PROMEL -
Programa de Incentivo à Apicultura do Estado de Minas Gerais. A criação desse Programa
foi Fruto de um trabalho conjunto de associações de apicultores, professores, técnicos e
assessores. A referida Lei fomenta a apicultura, dotando a atividade de estrutura e recursos
materiais, técnicos e financeiros que promovem o seu desenvolvimento em todo o Estado.
No sul de Minas Gerais especificamente na região de Alfenas e num raio de 100km,
segundo as entrevistas realizadas não foi encontrada nenhuma forma concreta de apoio
tanto financeiro como técnico destinado à atividade apícola, até mesmo porque de certa
maneira existe a falta de conhecimento por parte dos apicultores e conseqüentemente por
falta de divulgação dos órgãos públicos responsáveis e pela atividade apícola ocorrer de
forma descentralizada, o que também foi comprovado com as entrevistas realizadas com
vários atores locais.
10. Marketing no Setor Apícola
O Marketing não está relacionado somente apenas com propaganda veiculada nos
meios de comunicação. O MKT é muito abrangente e é utilizada diariamente pelas
organizações, pessoa, sem que seja percebido.
O estudo de MKT está sendo pesquisado de várias formas pelos especialistas na
área e deverá ser continuo devido as constantes mudanças que estão ocorrendo no meio
mercadológico e empresarial.
As fronteiras da maioria dos campos de estudo estão sendo constantemente
redefinidas á medida em que as bases materiais, tecnológicas e culturais da sociedade
passam por mudanças. MKT não é uma exceção, ele deve necessariamente significar
diferentes coisas e assumir diferentes tarefas á medida em que a sociedade passa de estágio
de desenvolvimento econômico para outro.
Segundo Phellipe Kotler 1998, “administração de marketing é a analise, o
planejamento, a implantação e o controle de programas destinados a levar o efeito às
trocas desejadas com públicos visados e tendo por objetivo o ganho pessoal ou mútuo. Ele
se baseia fortemente na adaptação e na coordenação de produto, preço, promoção e praça.
A administração de marketing trabalha tanto na adaptação de produtos e de mensagens ás
atitudes e aos comportamentos já existentes quanto no ajustamento de atitudes e de
comportamento aos novos produtos e idéias”.
Nas entrevistas realizadas com representantes de órgãos públicos, instituições de
ensino e apicultores, constatou-se totalmente a falta de infra-estrutura referente ao setor no
que tange ao marketing e comercialização dos produtos apícolas. O setor apícola na região
é pouco conhecido e não existe um planejamento e nem mesmo perspectivas para que a
atividade apícola seja divulgada maciçamente e expandida em curto, médio e longo prazo.
A atividade apícola na região conforme entrevistas realizadas pode ser comparada
com o crescimento desordenado de cidades da região, onde não há infra-estrutura adequada,
má qualidade de vida dos habitantes, desemprego, etc.
O ramo da apicultura na região está se expandindo com crescentes números de
pequenos agricultores instalando colméias em todos os espaços existentes, sem terem
conhecimento adequado de manejo, investimento, custo, marketing e comercialização.
A atividade não é planejada, padronizada e está sendo executada de forma isolada,
onde cada um produz conforme aprendeu, vendendo os produtos sem ter noção de mercado,
comercialização, não explorando a potencialidade natural de nossa região, sendo esta
atividade de suma importância econômico-financeira para os apicultores do município de
Alfenas e região.
Pode-se concluir que o Marketing, muitas vezes é confundido como se fosse
somente propaganda. O MKT é muito mais abrangente e atinge além das organizações
produtoras de bens ou serviços à vida cotidiana das pessoas.
A origem do MKT é de muitos anos, desde a época das trocas de mercadorias pelos
antigos povos e recentemente começou a ser explorado com mais intensidade no mercado
globalizado.
Segundo a Revista Brasileira de Apicultura 1991. “Todo consumidor de mel e
mesmo de outros produtos das abelhas, pergunta sempre ao apicultor: É puro mesmo? E
quer saber características – porque o mel cristaliza, para que servem como consumir
própolis, geléia real, perguntam sobre o pólen e até o veneno das abelhas.”
Nas entrevistas realizadas não se constatou a presença do Marketing no setor
apícola da região. Nossa esperança é que após a finalização deste trabalho APL apícola, o
resultado seja divulgado aos apicultores, órgãos públicos, entidades de ensino, associações
comerciais e comunidade em geral, para que se possa verificar a real situação dos
apicultores e do setor apícola na região, iniciando assim um novo ciclo do setor que é de
suma importância para a economia dos municípios da região e traz benefícios ao meio
ambiente, flora e fauna, pelo trabalho que as abelhas desenvolvem junto à natureza.
11. Exportação de Mel
De acordo com o site: PORTAL DO AGRONEGÓCIO, “depois de bater recordes
na produção e exportação de grãos, os produtores rurais descobriram mais um produto que
faz sucesso lá fora: a exportação de mel praticamente triplicou nos últimos dois anos”.
E apicultores do Brasil principalmente no sul de Minas Gerais reconhecem ainda
que faltam apicultores no mercado, podendo ainda aumentar mais ainda a exportação.
O comércio externo tem dado muito incentivo à produção de mel. Tudo o que a
gente produz, tem onde comercializar. Os números mostram porque o homem do campo
anda empolgado com a perspectiva de bons negócios. A exportação de MEL teve um
aumento muito representativo nos últimos anos, passaram de R$ 700 mil, em 2001 para R$
46 milhões, em 2003. De 18 toneladas em 1999, passou para 20 mil toneladas em 2003, já
são 500 mil Apicultores no Brasil, 2,5 milhões de colméias instaladas.
A Alemanha atua tanto como grande País importador como também por exportador
(5,27%) do mercado mundial. Nesse cenário, o Brasil aparece na quinta posição com cerca
de 19.273 mil toneladas exportadas (4,8% do mercado mundial). Os dados quanto aos
principais exportadores de mel no mundo em 2003 encontram-se na Tabela a baixo.
TABELA 1 . Principais exportadores de mel no mundo em 2003.
País Volume (toneladas) Valor (mil US$) Valor unitário (US$/kg)
China 84.328 106.001 1,26
Argentina 70.499 159.894 2,27
México 25.018 67.947 2,72
Alemanha 21.161 79.291 3,75
Brasil 19.273 45.545 2,36
Hungria 15.807 52.040 3,29
Canadá 15.041 47.253 3,14
Turquia 14.776 36.421 2,46
Chile 12.810 33.186 2,59
Espanha 11.633 38.385 3,30
Vietnã 10.548 18.917 1,79
Outros 100.690 260.667 2,59
Total 401.584 945.547 2,35
A produção do mel brasileiro representava, até um passado recente, cerca de 5% do
mercado internacional, sendo praticamente, toda produção destinada para o mercado
interno. Recentemente, fatores externos acabaram beneficiando a apicultura nacional,
fazendo com que ocorresse uma surpreendente elevação das exportações. Tal fato ocorreu
quando os maiores exportadores mundiais, China e Argentina, tiveram suas exportações
vetadas por questões de ordem sanitária, notadamente a constatação da presença do
cloranfenicol, antibiótico cancerígeno, empregado no combate a doenças das abelhas
(China) e processos antidumping movido pelos Estados Unidos (Argentina).
A explicação para o excesso de procura está no exterior. Os chineses, maiores
produtores do mundo, deixaram de vender porque o mel de lá foi contaminado com
antibióticos. Os brasileiros aproveitaram a oportunidade e provaram que também têm
qualidade para competir no mercado internacional. O que era um negócio da China, agora
também é do Brasil.
De maneira similar a outros países, este mercado tem crescido pela procura por
produtos naturais de alta qualidade e, mais diretamente, por produtos que atendam a anseios
específicos do consumidor, porém com formulações naturais.
Não há uma empresa com marca forte, a nível internacional, que consiga atender a
demanda dos consumidores por produtos de alta qualidade com preços competitivos.
A procura por produtos naturais, sem contaminações de quaisquer espécies, coloca o
Brasil em situação privilegiada de fornecimento de produtos nesse setor, tendo por base a
biodiversidade de nossa flora, a rusticidade de nossas abelhas e as características do nosso
clima.
Na Tabela abaixo são apresentados dados quanto às exportações brasileiras por
estado entre 2001 e 2004. No geral, pode ser verificado crescimento expressivo a partir de
2001, dada condição extremamente favorável no mercado externo. Verifica-se majoritária
participação do estado de São Paulo com 56,42 % em 2004, seguido de Santa Catarina com
27,59% e Ceará com 15,73%.
Cabe lembrar que ocorre também movimentação de mel dentro do país, logo, a
produções de alguns estados pode estar sendo comercializada por centros concentradores da
produção com São Paulo-SP, Teresina-PI e Fortaleza-CE. Cita-se como exemplo o caso do
Baixo Jaguaribe-CE que enviam grande parte de sua produção para esses três centros. Com
relação ao preço praticado, tem-se que o mesmo tem crescido nos últimos anos, partindo de
US$ 1,07/kg em 2000 para US$ 2,02/kg em 2004, contudo, verifica-se que a tendência
mundial é o re-estabelecimento do preço praticado historicamente que é de US$ 1,00/kg do
produto.
TABELA 2 . Exportações totais de mel do Brasil por estado entre 2001 e 2004
2001 2002 2003 2004
EstadoT Mil
US$
T Mil
US$
T Mil
US$
T Mil
US$
%
04
São Paulo 197 250 5.387 10.349 6.337 14.98
8
8.554 17.245 56,42
Santa Catarina 1.814 2.042 2.718 4.634 4.036 9.511 4.183 8.518 27,59
Ceará 244 237 1.966 3.462 2.342 5.642 2.385 4.524 5,73
Piauí - - 741 1.278 3.010 6.996 1.748 3.325 11,53
Paraná 123 147 849 1.682 11.912 4.590 1.735 3.896 1,44
R. G. do Sul zero zero 77 165 555 1.282 1.691 3.340 11,15
Minas Gerais 2 50 902 1.568 814 1.900 88 621 1,90
Rio de Janeiro 0 0 0 1 0 0 61 477 1,72
Bahia - - - - 245 579 122 297 0,81
Outros 61 67 0 1 20 48 61 128 0,40
Total
2.483 2.793 12.640 23.140 19.272 45.5
37
21.028 42.372 -
Segundo o site CAMINHOS DO CAMPO, “a União Européia suspendeu no dia
vinte de março de 2006 a importação de mel produzido no Brasil, alegando que o país não
tem equivalência com o bloco no que se refere às diretivas para controle de resíduos e
qualidade do produto”. A UE estipulou um prazo de seis meses, a partir do dia vinte de
março de 2006, para o ministério reestruturar o Programa Nacional de Controle de
Resíduos a fim de se adequar às normas da UE para exportação.
O eventual embargo ao produto brasileiro gera um grande impacto social para o
país, pois o mel brasileiro é produzido, em sua maioria, em pequenas propriedades.
Apicultores brasileiros estão enfrentando dificuldades, há pelo menos um mês, em
virtude do embargo que proibiu o Brasil de exportar mel. Estados como o Ceará e Piauí,
que juntos exportaram no ano passado US$ 4,1 milhões em mel, são um dos que mais
devem sentir com a medida.
O produto brasileiro não apresenta qualquer problema em termos de qualidade.
Inclusive, laboratórios da Alemanha realizaram mais de 160 testes nos produtos, nos anos
de 2004 e 2005, e em nenhum dos casos foi encontrada alguma impureza, ou resíduos de
medicamentos.
Para tentar retomar as vendas para o mercado europeu, os técnicos do Ministério da
Agricultura prestarão novos esclarecimentos à Direção de Saúde e Proteção do Consumidor
da UE, detalhando as ações de fiscalização e controle de resíduos no mel.
Pela decisão do bloco, o embargo não se aplicará às remessas do produto em
trânsito antes da entrada em vigor da medida. E para tentar convencer a UE a retomar as
importações do mel brasileiro, o ministério argumentará que o Programa Nacional de
Controle de Resíduos para o exercício 2006 inclui o monitoramento do produto e prevê
exames de 19.613 amostras, cerca de mil amostras a mais que em 2005.
O Ministério da Agricultura pretende minimizar os futuros problemas com medidas
como buscar outros mercados fora da Europa para que o mel brasileiro seja comercializado;
solicitar os requisitos sanitários desses países; implementar as promoções do mel brasileiro;
incentivar a certificação do produto como orgânico; dar apoio às associações de produtores
de mel; verificar programas de educação sanitária e formação para que consiga ampliar a
exportação do mel.
Nas entrevistas realizadas com os apicultores de Boa Esperança não se constatou
uma taxa muito baixa de exportação de mel e própolis. As informações foram de que para
se adequar junto aos órgãos fiscalizadores e certificadores de marca é muito difícil e
demanda muita paciência, fazendo com que muitos produtores desistam da idéia de
exportação.
12. Conclusão
Conclui-se que após terminar as várias etapas realizadas no trabalho APL
Apicultura (pesquisas, visitas, entrevistas, etc). Constata-se que a atividade no sul de Minas
Gerais, especificamente na região de Alfenas abrangendo um raio de 100 Km, esta
totalmente desorganizada. Não foi encontrada nenhuma forma concreta de apoio tanto
financeiro como técnico destinado à atividade apícola, até mesmo porque de certa maneira
existe a falta de conhecimento por parte dos apicultores. Conseqüentemente por falta de
divulgação dos órgãos públicos responsáveis e pela atividade apícola ocorrer de forma
descentralizada, o que também foi comprovado com as entrevistas realizadas com vários
atores locais. O lado positivo que se observou das entrevistas, mesmo com o setor
desfragmentado atualmente, foi à preocupação e a boa vontade por parte dos apicultores
entrevistados, representante da instituição de ensino, em buscar soluções para que a
atividade apícola possa se tornar realidade e viável a formação de APL na região. A
potencialidade da região do sul de Minas Gerais na atividade apícola (Muzambinho,
Carvalhópolis, Boa Esperança, Machado e outras) já foi comprovada por pesquisadores
japoneses que estiveram estudando as condições naturais para a produção de mel e própolis
para serem exportadas para o Japão (fonte: entrevista professora). Acredita-se na
potencialidade da região e com o término do diagnóstico (trabalho) leva-se ao
conhecimento de todos os envolvidos através da universidade, o resultado final do trabalho
referente à formação de APLs na região de Alfenas, para que se possa alavancar o
progresso sócio-econômico do município e região. Não se pode somente tomar
conhecimento dos resultados, deve-se motivar e mobilizar os apicultores, instituições,
poder público e sociedade em geral aplicar os conhecimentos e viabilização e implantação
de APLs que poderão trazer benefícios e desenvolvimento a todos.
13. Bibliografia
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v. 27 nº 211;
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2004, v. 28 nº 214;
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Revista Brasileira de Apicultura, v. 02, 1991;
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http://www.pronatu.com.br/Apicultura.htm 24/10/2008 as 20:30
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www.caminhosdocampo.ondarpc.com.br, 29/10/2008, 09:00 hs
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