CAMPUS APUCARANACURSO TECNOLÓGICO EM DESIGN DE MODA
TATIANA TOSTI LEMES
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
APUCARANA
2010
TATIANA TOSTI LEMES
ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado do Curso de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, como requisito para obter aprovação nesta disciplina.
Orientador: Profº Nélio Pinheiro
APUCARANA
2010
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................1
1.1 IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO........................................................................................................1
1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO............................................................................................................2
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTÁGIO........................................................................................................2
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA.....................................................................................................2
2.1 HISTÓRICO DA EMPRESA...........................................................................................................3
2.2 PÚBLICO ALVO...........................................................................................................................4
2.3 PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA EMPRESA............................................................................4
2.4 EQUIPE TÉCNICA........................................................................................................................5
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS......................................................................................................5
3.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES....................................................................................................6
3.1.1 MODELAGEM...........................................................................................................................6
3.1.2 CORTE E REVISÃO DAS PEÇAS PILOTO................................................................................6
3.1.3 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E SISTEMA.....................................................................6
3.1.4 DESPACHO E RECEBIMENTO DAS PEÇAS PELAS FACÇÕES TERCEIRIZADAS.......................7
3.1.5 PRODUÇÃO DE MODA, CATÁLOGO INVERNO 2010...............................................................7
3.2 EMBASAMENTO TEÓRICO...........................................................................................................8
3.2.1 MODELAGEM PLANA...............................................................................................................8
3.2.2 MOULAGE...............................................................................................................................8
3.2.3 CORTE E REVISÃO DA PEÇAS PILOTO....................................................................................9
3.2.4 AVIAMENTOS........................................................................................................................10
3.2.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E SISTEMA...................................................................10
3.2.6 CONTROLE DA QUALIDADE..................................................................................................12
3.2.6.1 ERA DA INSPEÇÃO............................................................................................................12
3.2.7 PRODUÇÃO DE MODA, CATÁLOGO INVERNO 2010.............................................................13
3.3 ANÁLISE TEÓRICA PRATICA.....................................................................................................14
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................14
5. REFERÊNCIAS..............................................................................................................................15
6. ANEXO ........................................................................................................................................16
1
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho pretende-se descrever as atividades e importância do estágio
realizado na empresa de roupas femininas Núbia. Ainda procurou-se nesse trabalho
descrever todas as atividades que a estagiária desenvolveu na empresa e ainda
fazer o embasamento teórico de todas as atividades. Posteriormente, foi realizado a
análise teórica e pratica sobre o conteúdo desenvolvido em estágio, evidenciando o
que se aprendeu entre academia e estágio.
1.1 IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO
O estágio, segundo Art 1º e 2º, do Regulamento de estágio da UTFPR de
2010, é ato educativo supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, afim
de preparar o estudante que esteja frequentando o ensino superior, para o mercado
de trabalho.
Descrevendo a importância do estágio, Abondanza (2002, p.31-46) diz que a
realização do estágio supervisionado não é tão somente uma imposição legal, é
antes de tudo uma forma de inserir o acadêmico no campo profissional. Neste
contexto entende-se que o acadêmico deve receber uma preparação em sala de
aula do que na realidade é uma empresa, assim a proposição de um novo modelo
de concepção do estágio. Neste modelo a proposta é de que o aluno deverá ser
submetido a um exercício de abstração em sala de aula, simulando-se desta forma o
funcionamento de uma empresa virtual, para que o acadêmico possa neste exercício
vivenciar a sua atuação profissional. Pretende-se com este modelo reduzir o grau de
insatisfação por parte das empresas que recebem o estagiário sem qualquer preparo
para a sua nova experiência. A mudança não ocorrerá somente no aluno, mas
também no professor orientador, que passa a ter um papel de gestor da carreira do
aluno.
2
1.2 OBJETIVOS DO ESTÁGIO
Para cumprir os objetivos do estágio, foram seguidos todas as condições
impostas pelo Regulamento de estágio da UTFPR de 2010.
Para Berbel (1982), o estágio tem vários objetivos: a) estágio como um meio
de preparação profissional; b) é um elo entre teoria e prática; c) estágio como
integração entre Universidade e o meio empresarial; d) estágio favorecendo o
ajustamento do Ensino Superior ao mercado de trabalho; e) estágio com fator de
retroalimentação do sistema de ensino.
1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTÁGIO
De acordo com as normas e regras da UTFPR, os alunos do Curso Superior
de Tecnologia em Design de Moda estão aptos a iniciarem seus respectivos
estágios supervisionados a partir da matricula no 3° período. O estágio deverá ter no
mínimo a carga horária total de 400 horas, respeitando a carga horária diária de no
máximo seis horas.
O estágio em questão, teve início no dia oito de julho de 2009 e seu término
no dia oito de dezembro de 2009, realizando 30 horas semanais das 11:00 hrs as
17:00 hrs, cumprindo ao final um total de 660 horas.
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
Estágio realizado na Nubia Confecções, empresa de pequeno porte que
produz, comercializa e distribui roupas para o segmento feminino jovem. O método
de produção da empresa em questão, consiste na terceirização dos processos de
facção, corte e bordados, sendo os processos de desenvolvimento (criação,
modelagem, encaixe, etc.) e acabamento realizados na própria empresa.
3
Comercializa e distribui principalmente nos polos de confecção atacadista de
Maringá e Cianorte, além da loja de fábrica em Londrina, que atende tanto atacado,
como em varejo.
1.4 HISTÓRICO DA EMPRESA
Nubia Rossival Powidayko iniciou seu trabalho informalmente em 1985
desenvolvendo peças exclusivas sob encomenda feitas de malharia retilínea em tear
manual. Logo verificou o crescimento da demanda e passou para um tear
computadorizado. Após um tempo, Nubia sentiu uma demanda por roupas de
malharia (na época: cotton, gorgurão..) e começou a fabricar em pequena escala,
contratando seus primeiros funcionários e iniciando a empresa formalmente em
1990. Seu método de criação era empírico, e não havia uma pesquisa planejada,
apenas olhava na vitrine da concorrência, copiava de revistas como Manequim, Elle,
etc.
Passado um tempo, participou de um grupo da Rhodia onde recebia visitas
técnicas que auxiliavam a criação e também começou a frequentar feiras específicas
como a FENIT em São Paulo. Assim a empresa foi crescendo, aumentando a
produção e atendendo apenas Londrina, quando em 2000 seu marido e sócio Milton
Assis Powidayko entrou na empresa e abriram as lojas de atacado em Maringá e
Cianorte. Através das lojas de atacado, Nubia observou uma necessidade de
profissionalização da sua empresa, principalmente na criação, pois a concorrência
nesses grandes polos era, e é muito intensa. Em 2004, a sua filha e então estudante
da faculdade de estilismo em moda na UEL, Rafaella Rossival Powidayko, começou
a trabalhar na empresa a principio como aprendiz, apenas observando o
funcionamento da fábrica e da criação feita até então pela mãe Nubia.
Passado mais ou menos 2 anos, Rafaella assumiu a parte de criação,
inserindo aprendizados trazidos na un iversidade para a empresa. Hoje, o setor de
criação conta apenas com Rafaella, que por se tratar de uma empresa de pronta
entrega de atacado, não conta com coleções fechadas, e sim com produtos novos
repostos nas lojas semanalmente. Para não perder o foco, Rafaella vai em palestras
4
como Senac Moda Informação em São Paulo e em palestras de fornecedores de
tecidos, onde há verificação das tendências gerais para todas as empresas. Logo,
há uma filtragem destas tendências e sua escolha parte da premissa das propostas
que mais se adaptam ao público alvo da Nubia. Definida as tendências a serem
utilizados, Rafaella gera o máximo de alternativas possíveis, e nunca para de gerar
alternativas, devido à necessidade de “novidades” constantes. Junto a sua mãe,
Rafaella escolhe as melhores alternativas geradas e os tecidos com que serão
testados a primeira peça, faz a ficha técnica e passa para a modelista.
Todas as peças produzidas, são resultados de uma peça piloto, testada,
aprovada para depois ser produzida. Há uma preocupação muito grande com a
vestibilidade do produto devido ao publico alvo ser de mulheres reais, cujo corpo não
é o ideal de modelos magras e “perfeitas”. Depois de aprovada é produzida. Quando
prontas, vão para as lojas de atacado e Rafaella recebe um feed back das peças
que mais venderam, e sua coleção como não é fechada vai se direcionando e
focando mais nos itens que mais foram aceitos, gerando diferenciações, ou muitas
vezes até repetindo alguns modelos em tecidos diferenciados.
Hoje a empresa produz cerca de 8.000 peças por mês e já sente necessidade
de uma especialização maior no setor de criação, onde Rafaella poderia delegar
tarefas e dividir a criação com pessoas especializadas em estamparia, linha de
básicos e linha de tamanhos especiais.
1.5 PÚBLICO ALVO
Mulheres de 28 a 38 anos, classe média, mulheres que se dividem entre ser
mãe, esposa e trabalhadora.
1.6 PRODUTOS DESENVOLVIDOS PELA EMPRESA
Blusas e Camisas em tecido plano e malharia, vestidos em tecido plano e
malharia, calças e bermudas de alfaiataria. (macacões, coletes, casacos, itens
5
sazonais dependendo da demanda da coleção). Pode ser também chamado de fast
fashion.
1.7 EQUIPE TÉCNICA
A Equipe Técnica é composta pela seguinte equipe:
02 Modelistas;
01 Estilista;
02 Pilotistas;
01 Modelista de Audaces – Área de Desenvolvimento
Número total de funcionários registrados: 43
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades que foram desenvolvidas pela estagiária consistiram em:
1-Modelagem;
2-Corte e revisão das peças piloto;
3-Organização do espaço físico e sistema;
4-Despacho e recebimento das peças pela facções terceirizadas;
5-Produção de moda catálogo Inverno 2010;
6
1.8 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
1.8.1 MODELAGEM
A modelagem consistia na confecção do molde de peças básicas, sempre
utilizando bases de peças já produzidas.
Os moldes eram confeccionados a partir dos resultados das pesquisas de
mercado e tendências realizadas pela estilista. Eram utilizadas a modelagem plana a
moulage.
1.8.2 CORTE E REVISÃO DAS PEÇAS PILOTO
Com a ficha técnica contendo desenho do modelo, o tecido, aviamentos e
medidas, a modelista confecciona o molde. O molde pronto, junto com a ficha
técnica, era repassado a estagiária, para que o tecido fosse localizado no estoque e
cortado de acordo com as informações.
Após o corte e identificação das partes, essas são repassadas as pilotistas
junto com a ficha técnica, para que elas possam montar a peça.
Após a confecção a peça volta para a estagiária que revisa a costura, as
etiquetas e o acabamento (no caso de botões, ilhós, passadoria, etc).
Com a peça aprovada é conferido as medidas do molde e repassado para o
modelista da Modelagem Computadorizada, que realizará o encaixe, a graduação e
plotagem dos moldes para o corte.
1.8.3 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E SISTEMA
Apesar do pequeno porte da empresa, a desorganização do ambiente de
trabalho na produção era algo presente no dia-a-dia. Tanto no estoque de tecidos e
aviamentos, quanto no sistema de controle das peças. A empresa não trabalha com
nenhum tipo de controle sobre o estoque e o sistema informatizado de controle de
produção. O sistema era sub utilizado, usado apenas o módulo para cadastrar
novas peças, isso ocorria por falta de treinamento do funcionário.
7
Uma das funções exercidas pela estagiária em relação a desorganização do
espaço físico foi a organização prévia tanto do estoque de matéria-prima quanto das
peças prontas que estavam estocadas de forma irregular e misturadas.
Depois de receber o treinamento sobre as funções do sistema, foi possível
auxiliar no gerenciamento de controle de entrada e saida das peças prontas. A partir
do conhecimento adquirido em treinamento, foi possível conhecer toda a capacidade
de gerenciamento que o sistema proporcionaria para a empresa, se fosse utilizado
da maneira adequado, o sistema só traria benefícios para empresa, pois através do
sistema seria possível um melhor controle gerencial sobre tudo o que acontece
dentro da empresa, inclusive o controle da produção. Porém a empresa ainda sub
utiliza os recursos que o sistema oferece, o que implica em um prejuizo acumulado.
1.8.4 DESPACHO E RECEBIMENTO DAS PEÇAS PELAS FACÇÕES TERCEIRIZADAS
Após o enfesto e corte, as peças são separadas, etiquetados por tamanho e
embaladas para serem despachadas para as facções.
O papel da estagiária nessa função, consistia em montar uma espécie de
ficha técnica para as facções e controle interno contendo informação sobre o lote,
data de saída e chegada das peças. Conferir o papagaio (pedaço do enfesto para
constar a quantidade de tecido cortado), confeccionar a etiqueta de composição,
separar a etiqueta da marca especificada na ficha e aviamentos.
No recebimento as peças chegam separadas por cor e tamanho para serem
revisadas, no caso de defeitos, as peças são marcadas e voltam para facção, o
restante é repassado junto com a ficha e aviamentos necessários para o setor de
acabamento.
1.8.5 PRODUÇÃO DE MODA, CATÁLOGO INVERNO 2010
Com as peças prontas e escolhidas para fotografar, definimos os looks a
serem montados, já em estúdio foi escolhido o cabelo, maquiagem e cenário para
produção.
8
A função da estagiária nessa produção, foi auxiliar na escolha de sapatos e
acessórios e depois das fotos prontas, escolher as melhores para a montagem do
catálogo.
1.9 EMBASAMENTO TEÓRICO
1.9.1 MODELAGEM PLANA
É o método de recriar a figura do papel em tamanho real para depois
transferir ao tecido, pode ser utilizado apenas para um protótipo ou para grandes
quantidades dentro de uma indústria, para isso é preciso que se tenha um padrão de
medidas que é calculado dentro da média de manequins variados para que sirva ao
maior número de consumidores possíveis. (FULCO, 2003, p. 7)
De acordo com Doris (2003, p. 154) a tabela de medidas serve como
referencia para a construção de bases que reproduzem em duas dimensões as
curvas do corpo humano, após a base, o modelista deve interpretar o modelo para
que possa se adaptar ao modelo do desenho técnico seguindo a determinação do
estilista.
Com o molde pronto são acrescentadas a margem de costura, marcados os
piques de encaixe e pences se houverem, marcação de fio reto nome e tamanho e a
identificação de cada parte, podendo assim recortar o papel para o corte do
protótipo. (DORIS, p. 156)
1.9.2 MOULAGE
De acordo com Jones (2005, p. 148) Moulage em francês significa
literalmente moldagem, é o método característico da alta - costura onde se modela o
tecido diretamente ao corpo ou em um manequim de tamanho adequado. Funciona
melhor com tecidos maleáveis e quantidades generosas, o tecido deve ser fino e de
cor clara para que se possa enxergar melhor e fazer as marcações e recortes
necessários.
9
Essa técnica é usado para confecção de peças trabalhadas no viés pois é
possível moldar o tecido e conferir o movimento, pode ser usado tanto nas peças
volumosas quanto nas justas ao corpo. Depois de pronto o tecido é removido e
copiado para o papel para que se possa fazer o corte da peça piloto.
1.9.3 CORTE E REVISÃO DA PEÇAS PILOTO
De acordo com Jones (2005, p.156), para o corte da peça piloto deve-se
seguir os seguintes passos:
1-Verificação do tecido a ser cortado: tecidos listrados, barrados ou xadrezes
devem ser colocados cuidadosamente para que o resultado seja satisfatório, no
caso de malha e tecidos com elastano devem estar descansados para que depois
de cortados as peças não encolham. Alguns tecidos possuem direção (ex. Veludo
cotelê) ou seja devem ser cortados todos do mesmo lado para que não de diferença
de cor e textura.
2-Encaixe dos moldes: com o tecido estendido sobre a mesa de corte coloque
as partes encaixando de modo que não se desperdice, fixando-os com peso de
metal ao contrário dos alfinetes que podem puxar fio ou enrrugar, ao contornar os
moldes com giz ou lápis macio, deve-se fazer um esboço do encaixe, para que se
for necessário o corte de outra peça piloto não desperdiçar tempo.
3-Corte: As peças pilotos são cortadas a mão com a tesoura de costura,
usando toda a extensão da lâmina em ângulos retos e nunca levantando o tecido, no
caso de peças de malha alguns detalhes como o debrum e acabamentos devem ser
enrolados junto as demais peças chamados de fardo, para que se evite o
amarrotamento e fixados a ficha junto com o desenho técnico.
Com base na reportagem escrita por Sérgio Amorin consultor sênior da S.A
Consultoria o custo de uma peça piloto é pelo menos três vezes maior do que a
mesma peça no meio produtivo, por isso quando a piloto precisa de ajustes
normalmente são acrescentadas aos moldes e não montam outra peça, isso pode
causar grandes prejuízos pois a informação pode se perder ou simplesmente a
pessoa responsável esquecer de anotar, e o problema aparecer quando o produto ja
estiver em produção. Por isso deve se ter uma pessoa responsável para verificar
10
elementos e detalhes da costura, viés, bainha, posições da etiqueta, quantidade de
pontos por cm entre outros
Para Doris (2003, p. 158) quando o protótipo apresenta falhas, o molde deve
ser corrigido e outro protótipo deve ser feito a partir do novo molde, por isso
designers, modelistas e piloteiras devem acompanhar todo o processo, para que
possam apontar dificuldades e propor alterações para que o meio produtivo se torne
mais fácil. Pilotos não aprovados devem se manter na empresa e serem colocados a
venda com preço de segunda linha apenas depois que a coleção ja estiver pronta
para evitar a espionagem que possa copiar as idéias.
1.9.4 AVIAMENTOS
Segundo Jones (2005, p.162) o acabamento de uma roupa pode significar o
sucesso ou o fracasso de uma roupa, por isso deve se levar em consideração
aspectos técnicos, estéticos e econômicos. Aviamentos utilizados como forma de
decoração podem aumentar o valor de impostos sobre as peças , gerando um valor
alto das importações e vendas das roupas de luxo.
Cada aviamento deve ser escolhido com base no modelo e tecido, para
roupas justas e calças por exemplo a melhor escolha é o zíper, tecidos finos usar
botões chatos e leves devem estar bem presos e em pontos estratégicos para que
não possam abrir.
1.9.5 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E SISTEMA
De acordo com Slack. et al. (2009, p.54), o PCP, Planejamento e Controle da
Produção são atividades responsáveis pela decisão do melhor emprego aos
recursos que serão utilizados durante o processo de produção, assegurando a
execução das atividades que foram anteriormente previstas. Ou seja, planejar e
gerenciar as atividades de produção, de modo a satisfazer as demandas dos
consumidores de forma contínua. (SLACK. et al., 2009, p. 313)
Slack. et al. (2009, p.54) afirma que existem certas operações que são mais
difíceis de controlar, como as que tem um alto grau de contato com os
consumidores, devido a variabilidade que os consumidores possam impor as
11
mesmas em relação a demanda por esses produtos. Como no caso do mercado de
moda, em que existe um ciclo de vida dos produtos muito pequeno, devido a alta
demanda do mercado por produtos novos.
Para Martins e Laugeni (2006, p. 213) o PCP vai além, ele é PPCP, ou
Planejamento da Programação e do Controle da Produção. Os autores afirmam que
este é um sistema para a área de decisão da manufatura, quanto um sistema de
transformação de informações. Sistema para a área de decisão da manufatura, pois
tem como objetivo o planejamento e o controle de todos os recursos que são
envolvidos no processo produtivo afim de gerar bens e serviços. Também é um
sistema de transformação de informações pois gerencia informações sobre
estoques, vendas previstas, linha de produtos, modo de produzir, capacidade
produtiva e tem a incumbência de transformar essas informações em ordens de
fabricação. Concluindo Martins e Laugeni (2006, p.213) afirmam que esta área de
administração é muito importante , pois lida com o planejamento até o
gerenciamento e controle dos suprimentos de materiais e atividades de processo de
uma empresa, afim de garantir que os produtos sejam produzidos e entregues ao
consumidor.
Para Corrêa. et al. (2001, p. 21), os Sistemas de Administração da Produção
são os sistemas de informação que dão apoio a tomada de decisões táticas e
operacionais referentes as seguintes questões: o que produzir e comprar; quanto
produzir e comprar; quando produzir e comprar; com quais recursos produzir; para
que os objetivos estabelecidos sejam alcançados.
Entre todas as alternativas existentes para o controle da produção, devemos
destacar algumas que sempre são utilizadas de maneira complementar para auxiliar
a administração da produção. As três principais são os sistemas MRP II/ERP, que
são os sistemas de cálculo de necessidades de recursos a partir de necessidades
futuras de produtos, os sistemas JIT, ou Just In Time, onde o principal objetivo é
manter o mínimo de estoque necessário para atender a demanda e os sistemas de
programação da produção com capacidade finita, que são técnicas que se utilizam
de simulação em computador.
12
1.9.6 CONTROLE DA QUALIDADE
O conceito de qualidade é utilizado a milênios, mas apenas nos últimos
tempos que ela vem sendo empregada nos termos que envolvem a gerência da
empresa e reconhecida como parte essencial da estratégia da empresa. (GARVIN,
1988)
De acordo com Martins e Laugeni (2006), o conceito de qualidade começa a
ser utilizado efetivamente pelas empresas por volta nos anos 70, com a indústria
japonesa, que utilizou a qualidade como item de vantagem competitiva,
desbancando na década seguinte os americanos no mercado automobilístico.
Já para Deming (1990), qualidade depende de quem irá consumir/utilizar o
produto, pois somente ele pode fazer juízo sobre o que irá consumir/utilizar.
“[...] na opinião do operário, ele produz qualidade, se
puder se orgulhar de seu trabalho. Baixa qualidade, para
ele, significa perda de negócios e talvez de seu emprego.
Alta qualidade, pensa ele, manterá a empresa no ramo”
“[...] qualidade para o administrador de fábrica, significa
produzir a quantidade planejada e atender as
especificações. Sua função é também, o constante
aperfeiçoamento dos processos e a constante melhora
de sua liderança”
1.9.6.1 ERA DA INSPEÇÃO
A maioria dos produtos dessa época eram feitos artesanalmente, produzidos
em pequenas quantidade, as peças que tinham que se encaixar eram elaboradas a
mão, e após a produção delas, passam por uma inspeção para garantir alta
qualidade, se esta inspeção fosse de fato feita. (GARVIN, 1988)
A inspeção formal, foi necessária a partir de quando começou a se produzir
em massa e a necessidade de peças encaixáveis entre si, pois as partes que se
encaixavam não poderiam ser mais elaboradas a mão: isso requeria uma grande
quantidade de mão de obra qualificada para o serviço e bastantes tempo para a
13
execução deste serviço, sem contar que eram bastante caras, especialmente para
maquinas e equipamentos, inviabilizando também os governos, ao tentarem fazer
uma grande compra de armas de fogo. Essas pressões ao sistema de produção,
deu origem ao Sistema Americano de Manufatura, com o propósito de utilizar
maquinário capaz de produzir peças intercambiáveis, especialmente para servir o
militarismo americano.(GARVIN, 1988)
O ponto chave que tornou o processo de produção padrão, foi a utilização de
gabaritos e moldes, que seguravam a peça no lugar, permitindo que o trabalhador
pudesse trabalhar de forma precisa. Todas as peças e moldes vinham com formatos
e posições padrão, assegurando a padronização da peças, assim existia uma
garantia de alta intercambiabilidade entre elas, e, para assegurar a qualidade das
mesmas e a garantia de que as peças se encaixarão perfeitamente, o processo de
inspeção de qualidade era feito durante todo o processo de produção da peças.
(GARVIN, 1988)
Em 1922, G.S. Radford, publicou um livro sobre qualidade, onde pela primeira
vez, o tema Qualidade foi abordado como sendo algo distinto a ser gerenciado, onde
foram abordados temas como o design da qualidade, a interligação entre os
departamentos afetando a qualidade, a relação entre qualidade e redução de custos,
etc.(GARVIN, 1988)
O Controle de Qualidade era limita a apenas a inspeção e outras atividades
similares como contar, classificar e fazer reparos. (GARVIN, 1988)
1.9.7 PRODUÇÃO DE MODA, CATÁLOGO INVERNO 2010
De acordo com Doris (2003, p.193) existem dois tipos de catálogos , o
instiucional e o de vendas. O institucional possui fotografias artísticas que valorizam
a atitude e o clima da coleção é enviado para imprensa, clientes especiais e pontos
de venda, enquanto o de vendas o produto é centro das atenções mostrando o
tecido, aviamentos, estampas etc., é enviado por mala direta para compradores e
lojistas.
As fotos para o catálogo devem ser tiradas com os próprios protótipos
enquanto as peças já estão em andamento na produção para que ambos fiquem
14
prontos juntos. Para muitas empresas o catálogo é a mais importante ferramenta de
divulgação da marca e coleção.
1.10 ANÁLISE TEÓRICA PRATICA
Realizando a análise teórica, pode-se perceber a importância da teoria para a
aplicação no ambiente de trabalho, ainda que seja limitado o trabalho do estagiário a
apenas atividades operacionais e não gerenciais. Dentre as matérias estudadas as
mais aplicadas ao estágio foram: modelagem plana, modelagem tridimensional,
administração da produção, gestão da qualidade, tecnologia da confecção e gestão
interpessoal .
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir que o estágio obrigatório é uma excelente forma de inserir
o aluno no mercado de trabalho, trazer uma experiência valiosa para a vida
profissional e ainda ter a chance de ser contratado pela empresa. Na opinião da
autora deste trabalho o estágio deveria ser feito a partir do primeiro ano de curso e
ter um treinamento específico sobre o papel do estagiário dentro da empresa, com
pelo menos duas empresas diferentes para se ter uma noção maior e descobrir qual
atividade se encaixa com suas habilidades.
Para finalizar vale lembrar que o estágio é visto sob os olhos do empresários
de uma maneira muito depreciada, visto que tudo que se aprende na faculdade,
muitas vezes não se pode aplicar no ambiente de trabalho devido ao empresário
acreditar que o estagiário é mão-de-obra barata que serve apenas para resolver
problemas imediatos, sem ter a chance de criar sistemas de prevenção que possam
ocorrer a longo prazo.
15
5. REFERÊNCIAS
AMORIN, Sérgio. Peça Piloto ou Projeto Piloto. Disponível em: <http://www.costuraperfeita.com.br/secoes/mostrar_noticia.php?id=736> Acessado em 31/10/2010
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. Estudo dos estágios curriculares na Universidade Estadual de
Londrina. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/download/
6308/5742> Acessado em 28/10/2010
CORRÊA, Henrique. GIANESI, Irineu G. N. CAON, Mauro. Planejamento, programação e controle
da produção:MRPII/ERP:Conceitos, uso e implantação. 4 ed. São Paulo:Atlas, 2001.
DEMING, Edwards W. Qualidade, a Revolução da Administração. 1ª ed. Rio de Janeiro:
Editora,1990.
DORIS, Treptow. Inventando moda:planejamento de coleção. Brusque:D.Treptow, 2003.
FULCO, Paulo de Tarso. Modelagem plana masculina. Rio de Janeiro:Senac, 2003.
GARVIN, David A. Managing Quality: The Competitive Estrategic Edge. 1ª ed. Nova York:Free
Press,1988.
JONES, Sue Jenkyn. Fashion Design – manual do estilista: Sue Jenkyn Jones. São Paulo:Cosac
Naify, 2005.
MARTINS, Petrônio Garcia. LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 2 ed. São
Paulo:Saraiva, 2006.
SLACK, Nigel. CHAMBERS, Stuart. JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 2. ed. São
Paulo:Atlas, 2002.
16
6. ANEXO
17
Top Related