CRISTINA FERNANDES GARBINO
TABAGISMO & ADOLESCÊNCIA
Canoas, 2009
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CRISTINA FERNANDES GARBINO
TABAGISMO & ADOLESCÊNCIA
Trabalho de Conclusão apresentado para a banca
examinadora do Curso de Ciências Biológicas do Centro
Universitário La Salle - UNILASALLE, como exigência
parcial para obtenção do título de Licenciado em
Ciências Biológicas, sob orientação da Profª Drª
Alessandra Marqueze.
Canoas, 2009
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TERMO DE APROVAÇÃO
CRISTINA FERNANDES GARBINO
TABAGISMO & ADOLESCÊNCIA
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de
licenciatura do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle –
UNILASALLE, pelo avaliador:
Profª Drª Alessandra Marqueze Unilasalle
Canoas, ____/____/2009.
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A meu marido e filho pela paciência e compreensão nas horas que abriram mão de momentos de convívio, que sofreram a minha ausência quando o dever e o estudo me chamavam, e aos meus pais que recebi o dom mais precioso do universo: a vida, e a maior herança que se pode deixar para um filho: o conhecimento. Amo todos vocês!
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A Profª Drª Alessandra Marqueze que quando deveria ser professora foi mestre, muito mais que mestre, amiga. Dedicou seu tempo e sua experiência para que a minha formação fosse também um aprendizado de vida, fazendo-me acreditar que sou capaz de criar e ousar, meu respeito, gratidão, carinho.
5
"Quando amamos e acreditamos do fundo de nossa alma, em algo, nos sentimos mais fortes que o mundo, e somos tomados de uma serenidade que vem da certeza de que nada poderá vencer a nossa fé. Esta força estranha faz com que sempre tomemos a decisão certa, na hora exata e, quando atingimos nossos objetivos ficamos surpresos com nossa própria capacidade." Paulo Coelho”.
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RESUMO
O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a incidência do tabagismo
entre adolescentes no ensino médio na cidade de Canoas. Foi aplicado um
questionário padronizado individual não identificado a fim de traçar um perfil dos
estudantes com idade entre 14 e 18 anos completo freqüentadores das escolas da
rede pública e particular nas seguintes instituições de ensino: Instituto Estadual
Educacional Dr.Carlos Chagas, Escola Estadual de Ensino Médio Barão do
Amazonas, Escola Estadual de Ensino Médio José Gomes Vasconcelos Jardim,
Colégio Ulbra Cristo Redentor, Colégio Espírito Santo e Colégio La Salle Niterói.
Segundo os resultados obtidos 86% dos entrevistados não apresentam o hábito de
fumar, a principal influência para o tabagismo foi devido a seus amigos (46% nas
escolas estaduais e 33% nas escolas particulares) e dos 137 adolescentes 74% nas
escolas particulares e 72% nas estaduais afirmam que as escolas e professores não
abordaram nenhum assunto a respeito dos malefícios do cigarro.
Palavras chaves: Tabagismo – Adolescente – Saúde – Escola estadual - Escola particular - Questionário
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ABSTRACT
The present work is objective investigation of the smooching adolescents in the teach
medium of the Canoas city. Application of the questions to obiter profile of the
students with 14 and 18 years old in the public school and private school: Instituto
Estadual Educacional Dr.Carlos Chagas, Escola Estadual de Ensino Médio Barão do
Amazonas, Escola Estadual de Ensino Médio José Gomes Vasconcelos Jardim,
Colégio Ulbra Cristo Redentor, Colégio Espírito Santo e Colégio La Salle Niterói. The
results evidence of the 86% students doesn’t smooching. In the smooching students,
the principal influence from to friends(46% public school and 33% private school) and
thus 137 adolescents 74% in the private school and 72% public school speak to
school and teachers doesn’t speak about to maleficent of the smooching.
Key-words: smooch – adolescents –health- public school- private school -questions
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................9
1.1Fisiologia.............................................................................................................10
1.1.1 Sistema Circulatório .........................................................................................10
1.1.2 Sistema Respiratório ........................................................................................12
1.1.3 Sistema Nervoso ..............................................................................................13
1.2 Tabaco................................................................................................................14
1.3 Tabagismo .........................................................................................................15
1.3.1 Efeito no SNC...................................................................................................15
1.4 Doenças relacionadas ao tabaco .....................................................................15
1.5 O Tabagismo e os adolescentes ......................................................................17
2 OBJETIVO .............................................................................................................18
3 METODOLOGIA ....................................................................................................19
4 RESULTADOS & DISCUSSÃO .............................................................................21
5 CONCLUSÕES ......................................................................................................29
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................34
REFERÊNCIAS.........................................................................................................35
ANEXO A – Modelo do questionário que será entregue aos alunos.........................37
ANEXO B - Declarações de comparecimento nas escolas.......................................39
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1 INTRODUÇÃO
Atualmente o tabaco é considerado a droga mais utilizada e disseminada no
mundo, tornando-se um dos mais graves problemas de saúde pública mundial e um
dos principais causadores previsíveis de morte (PINTO & RIBEIRO, 2007). Hortense
e cols. em seu artigo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem em 2008,
aponta que o número de fumantes no mundo fica em torno de 1,25 bilhões,
correspondendo a cerca de 47% da população masculina e 12% da população
feminina. E que no Brasil estes números ficam em torno de 1,2 milhões de mulheres
fumantes e 16,7 milhões para os homens.
Exceto a desnutrição e a miséria, nenhum outro fator de risco como o fumo foi
tão evidenciado pelo mundo científico, como o causador de milhões de mortes
evitáveis e incalculável sofrimento, na história da espécie humana (MURRAY e
LOPEZ, 2000).
Os prejuízos causados à saúde pelo hábito de fumar são amplamente
conhecidos, sendo o seu controle considerado pela Organização Mundial da Saúde
como um dos maiores desafios da saúde pública no mundo atual. O controle do vício
tabágico pode fazer mais pela saúde do homem e sua expectativa de vida do
qualquer outra ação preventiva isolada (Horta e cols. 2001).
Segundo Horta e cols. (2001), uma vez que as maiorias dos adultos tabagistas
iniciam a fumar na adolescência, campanhas antitabágicas devem ser
especialmente dirigidas para essa população. Conseqüentemente, a identificação
10
aqueles grupos de adolescentes que apresentam maiores risco de consumir tabaco
é de importância para o desenvolvimento e a implementação dessas campanhas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) abordam o tabagismo como um
dos principais problemas de saúde da sociedade e que esse assunto deve ser
trabalhado transversalmente por fazer parte da vida social de crianças e jovens para
o conhecimento dos malefícios que tabaco acarreta.
Os PCNs que são referências para o Ensino Fundamental e Médio de todo o
país e cujo objetivo é garantir a toda criança e jovem brasileiro, mesmo em locais
com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir o conjunto de
conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania,
afirma que:
“... as doenças cardiovasculares, típicas de países desenvolvidos, vêm ganhando crescente importância entre as causas de morte, associadas principalmente ao estresse, a hábitos alimentares impróprios, ao tabagismo compulsivo, à vida sedentária e à ampliação da expectativa de vida...”
“Em suma, convive no Brasil a antiga necessidade de implantação efetiva de ações básicas para a proteção da saúde coletiva e a exigência crescente de atendimento voltado para as chamadas doenças modernas.”
Conforme descrito pelos PCNs, frente ao aumento progressivo das doenças
modernas, este trabalho justifica-se pela necessidade de se levantar dados a
respeito dos jovens tabagistas com o fim de implantar ou aprimorar projetos de
contenção a este vício, pois, pode-se observar que há uma grande desinformação
das instituições públicas de ensino a respeito do tabagismo entre seus próprios
alunos e a grande maioria não tem dados específicos a este respeito. Por não
conhecerem o perfil destes jovens a aplicação de projetos torna-se bastante ineficaz.
1.1 Fisiologia
1.1.1 Sistema Circulatório
O coração está dividido em quatro cavidades: átrio direito, átrio esquerdo,
ventrículo direito e ventrículo esquerdo (TORTORA; CRABOWSKI, 2006).
11
Segundo Costanzo (2005), os vasos sangüíneos são de três tipos básicos:
artérias, veias e capilares. As artérias são vasos de parede espessa, que saem do
coração levando sangue para os órgãos e tecidos do corpo. A pressão exercida pelo
sangue contra a parede das artérias é o que denominamos pressão arterial. Em um
adulto com boa saúde, a pressão nas artérias durante a sístole ventricular – pressão
sistólica ou máxima – é da ordem de 120 mmHg. Durante a diástole, a pressão
diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a pressão diastólica ou mínima.
As artérias coronárias constituem-se nos primeiros ramos emergentes da aorta
e são responsáveis pela irrigação do músculo cardíaco. A coronária direita se
encarrega da irrigação do átrio e ventrículo direitos, da porção posterior do septo
interventricular, dos nós sinusal e atrioventricular e, ainda, de parte da parede
posterior do ventrículo esquerdo. A coronária esquerda é responsável pela irrigação
da parede ântero-lateral do ventrículo esquerdo, átrio esquerdo e da porção anterior
e mais significativa do septo interventricular. Como a irrigação dos ventrículos é
muito mais preponderante do que a dos átrios, quase sempre a descrição se refere
aos ramos ventriculares. As veias são os vasos de paredes menos espessas que
chegam ao coração trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. Além disso,
diferentemente das artérias, as veias de maior calibre apresentam válvulas em seu
interior, que impedem o refluxo de sangue e garantem sua circulação em um único
sentido (GUYTON; HALL, 2002).
Berne e cols. (2005) citam que os capilares sangüíneos são vasos de pequeno
calibre que ligam as extremidades das arteríolas às extremidades das vênulas. A
parede dos capilares possui uma única camada de células, correspondente ao
endotélio das artérias e veias. Quando o sangue passa pelos capilares, parte do
líquido que o constitui atravessa a parede capilar e espalha-se entre as células
próximas, nutrindo-as e oxigenando-as. As células, por sua vez, eliminam gás
carbônico e outras excreções no líquido extravasado, denominado líquido tissular. A
maior parte do líquido tissular é reabsorvida pelos próprios capilares e reincorporada
ao sangue. Apenas 1 a 2% do líquido extravasado na porção arterial do capilar não
retorna à parte venosa, sendo coletado por um sistema paralelo ao circulatório, o
sistema linfático, quando passa a se chamar linfa e move-se lentamente pelos vasos
linfáticos, dotados de válvulas.
O trabalho cardíaco produz sinais elétricos que passam para os tecidos
vizinhos e chegam à pele, através das células condutoras: nodo sinoatrial
12
(marcapasso), nodoatrioventricular, feixe de His e sistema de Purkinje. Assim, com a
colocação de eletrodos no peito, podemos gravar as variações de ondas elétricas
emitidas pelas células condutoras do coração. O registro dessas ondas pode ser
feito numa tira de papel ou num monitor e é chamado de eletrocardiograma (ECG)
(COSTANZO, 2005).
1.1.2 Sistema Respiratório
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões, que são
dois órgãos especializados nas trocas gasosas, e uma bomba que ventila os
pulmões, composta pela parede torácica, pelos músculos respiratórios, que
aumentam e diminuem o tamanho da cavidade torácica, e pelos tratos e nervos que
ligam o cérebro aos músculos. Em repouso, o ser humano normal respira 12 a 15
vezes por minuto. Seis a oito litros por minuto (ou 500 ml de ar por incursão
respiratória) são inspirados e expirados. Esse ar mistura-se com os gases presentes
nos alvéolos e, por difusão simples, o O2 entra no sangue dos capilares pulmonares,
ao mesmo tempo em que o CO2 entra nos alvéolos. Dessa forma, 250 ml de O2
entram no corpo por minuto e 250 ml de CO2 são eliminados. Quantidades mínimas
de outros gases (ex.: metano produzido pelos intestinos) também são detectadas no
ar expirado. Álcool e acetona são expirados quando presentes em quantidades
significativas no corpo. Na verdade, já foram identificadas mais de 250 substâncias
voláteis diferentes no ar exalado pelos seres humanos (GUYTON; HALL, 2002).
Para Berne e cols. (2005), os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com
aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana
serosa denominada pleura. Nos pulmões, os brônquios ramificam-se profusamente,
dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente
ramificado de bronquíolos é chamado árvore brônquica ou árvore respiratória. A
base de cada pulmão apóia-se no diafragma, órgão músculo-membranoso que
separa o tórax do abdômen, presente apenas em mamíferos, promovendo,
juntamente com os músculos intercostais, os movimentos respiratórios. Localizado
logo acima do estômago, o nervo frênico controla os movimentos do diafragma.
A ventilação pulmonar subdivide-se em: inspiração e expiração. A inspiração,
que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do
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diafragma e dos músculos intercostais. A expiração, que promove a saída de ar dos
pulmões, dá-se pelo relaxamento da musculatura do diafragma e dos músculos
intercostais (COSTANZO, 2005).
Segundo Guyton e Hall (2002), a respiração é controlada automaticamente por
um centro nervoso localizado no bulbo. Desse centro partem os nervos responsáveis
pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e músculos intercostais).
Impulsos iniciados pela estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem
afetar a respiração. Em condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada
5 segundos, um impulso nervoso que estimula a contração da musculatura torácica
e do diafragma, fazendo-nos inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto
a freqüência como a amplitude dos movimentos respiratórios, pois possui
quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH do plasma. Essa capacidade
permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que necessitam, além de
remover adequadamente o gás carbônico.
1.1.3 Sistema Nervoso
Segundo Guyton & Hall (2002), o sistema nervoso, juntamente com o sistema
endócrino, provê a maior parte das funções de controle do corpo. Em geral ele
controla as atividades rápidas, como as contrações musculares, eventos vicerais
que se alteram rapidamente e mesmo a secreção de algumas glândulas endócrinas.
O sistema nervoso é inigualável dentro da vasta complexidade das ações de
controle que pode desempenhar, pois pode receber literalmente milhões de
informações a partir de diferentes órgãos sensoriais e depois integra todas elas para
determinar a resposta a ser dada pelo corpo.
Este sistema é dividido em dois subsistemas principais: (1) o sistema nervoso
central (SNC) e (2) Sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é constituído pelo
encéfalo, um dos maiores órgãos do corpo humano pesando cerca de 1,300g,
composto de aproximadamente 100 bilhões de neurônios e pela medula espinhal
que está localizada no interior do canal vertebral da coluna vertebral cuja parede é
essencialmente um anel ósseo que a protege. Basicamente o SNC integra e
correlaciona muitos tipos diferentes de informação sensitiva, sendo também fonte de
pensamentos, emoções e memórias. A maioria dos impulsos nervosos que estimula
14
a contração muscular e a secreção glandular se originam nele (TORTORA &
GRABOWSKI, 2006).
O SNP, constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, inclui todo o tecido
nervoso localizado fora do sistema nervoso central. Este tecido nervoso forma uma
rede ramificada de nervos, com tal extensão que, dificilmente, pode haver um único
milímetro cúbico de tecido no corpo que não possua terminações nervosas. Um
nervo periférico se constitui de um grande número de feixes de fibras nervosas que
podem ser classificadas em dois tipos quanto a sua funcionalidade: fibras aferentes,
cujo objetivo é transmitir informações sensoriais para a medula espinhal e para o
encéfalo e as eferentes que transmitem as informações originadas no sistema
nervoso central de volta para a periferia, especialmente para os músculos
esqueléticos (GUYTON, 1988).
Portanto, de acordo com Guyton & Hall (1998), pode-se afirmar que o plano
geral do sistema nervoso se constitui de duas partes: a divisão sensorial, onde a
maior parte das atividades do sistema nervoso é iniciada, pois emana dos
receptores sensoriais, quer sejam eles receptores visuais receptores auditivos,
receptores táteis ou outros tipos de receptores e a Divisão Motora que desempenha
o papel final mais importante do sistema nervoso que é o de controlar as várias
atividades corporais. Isto é feito controlando a contração dos músculos esqueléticos
por todo o corpo, a contração dos músculos lisos dos órgãos internos e a secreção
das glândulas exócrinas e endócrinas em muitas partes do corpo; estas atividades
são chamadas coletivamente de funções motoras do sistema nervoso e os músculos
e as glândulas são chamados de efetores, porque desempenham as funções ditadas
pelos sinais nervosos.
1.2 Tabaco
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é
extraída uma substância chamada nicotina. O tabaco pode ser fumado na forma de
cigarros, charutos ou cachimbos (CARLINI e cols. 2001). Seu uso surgiu
aproximadamente no ano 1.000 a C., nas sociedades indígenas da América Central,
em rituais mágico-religiosos. (CEBRID - Centro Brasileiro de Informação sobre
Drogas Psicotrópicas).
15
Os termos tabacum e tabaco vêm do nome de um tipo de junco vazado que era
usado pelos nativos americanos para inalar o fumo. Nicotiana vem do nome de um
médico francês, Jean Nicot (1530-1600), que introduziu a planta com sucesso na
França. Nicot estudou a fundo os efeitos da nicotina e a recomendava como uma
substância que “curava - tudo” (Cunha e cols. 2007).
1.3 Tabagismo
Tabagismo é uma toxicomania (consumo compulsivo de substâncias
psicoativas) causada pela dependência física e psicológica da nicotina. O tabagismo
é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de
morte evitável em todo o mundo.
1.3.1 Efeito no SNC
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve
do humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um
estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatar que se sentem
relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela
diminuição do tônus muscular (CARLINI e cols. 2001).
1.4 Doenças relacionadas ao tabaco
A fumaça do cigarro contém mais de quatro mil substâncias químicas, muita
das quais podem contribuir para os efeitos reforçadores positivos do tabaco (Cunha
e cols. 2007). Dentre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono e o
alcatrão (CARLINI e cols. 2001).
A nicotina, componente do cigarro, é transportada pelo sangue até o cérebro,
onde excita os neurônios. Estes produzem o estimulante dopamina, um dos
responsáveis pela dependência. A carência do corpo em relação à nicotina reforça
os vínculos psicológicos que estabelecem entre o fumante e o ato de fumar, fazendo
com que muitos tenham dificuldade em abandonar o vício (Matos, 2000).
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O alcatrão é constituído por diversas substâncias comprovadamente
carcinogênicas, os hidrocarbonetos policíclicos, as aminas aromáticas e
nitrosaminas (CARVALHO, 2000).
O monóxido de carbono, devido a sua grande afinidade com a hemoglobina,
interfere no transporte do oxigênio para os tecidos (CARVALHO, 2000).
Alguns estudos atuais mostram resultados alarmantes e chega a comparar o
tabagismo a uma pandemia, infecção contagiosa de grandes proporções, já que
cerca de 5 milhões de indivíduos vão a óbito no mundo por doenças relacionadas ao
tabaco e destes, 140 mil são somente mortes relacionadas a doenças
cardiovasculares (ALMEIDA & MUSSI, 2006). Segundo Marcopito e cols. (2007), o
tabagismo é tido como principal fator de risco para doença coronariana, hipertensão
arterial sistêmica, acidente vascular encefálico, bronquite, enfisema e câncer; diz
também que no Brasil o número de mortes ocasionadas por estas doenças
relacionadas ao tabaco chega a 200 mil por ano.
Destes problemas acima citados, merecem ser destacados os seguintes:
1. Câncer: o tabaco constitui o mais importante fator isolado previsível do
câncer, responsável por cerca de 30% de todas as mortes devidas à
neoplasia maligna. Está relacionado com 90% dos casos de câncer de
pulmão, pois no fumo são identificados de 60 a 70 componentes
cancerígenos (JARDIM & OLIVEIRA, 2007).
2. Doenças vasculares: aproximadamente 25% dos casos de mortes por
moléstias cardiovasculares estão associadas ao tabagismo, pois a nicotina é
responsável pelo aumento da liberação de catecolaminas e o
desenvolvimento de obstrução vascular e, o monóxido de carbono reduz a
oferta de oxigênio para os tecidos (JARDIM & OLIVEIRA, 2007).
“....a nicotina contribui para a contração das artérias e outros vasos sanguíneos. Com isso, aumenta a probabilidade de obstrução desses canais por um coágulo, dando origem a um acidente vascular. O maior diâmetro das artérias também reduz o fluxo do sangue dirigido à periferia do corpo, o que pode causar sérias complicações circulatórias.” (MATOS, 2000. pág. 66).
3. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): cerca de 85% a 90% dos
portadores de DPOC são fumantes. O número de pacientes com esta doença
têm aumentado em proporções alarmantes. Nos últimos 30 anos, a
17
freqüência aumentou na ordem de 600%. O tabaco possui diversas
substâncias irritantes que desencadeiam uma resposta inflamatória crônica
dos brônquios provocando uma limitação ao fluxo aéreo. Além disto, provoca
um desequilíbrio proteaseantiprotease responsável pela destruição do
parênquima pulmonar (JARDIM & OLIVEIRA, 2007).
O tabagismo é uma doença, que pode ainda acarretar outras doenças. Segundo
Menezes e cols. (2002), a eliminação total do tabagismo levaria à prevenção de 54%
do câncer de esôfago, 71% do câncer de pulmão e de 86% do câncer de laringe.
1.5 O Tabagismo e os adolescentes
No Brasil, 30 milhões de indivíduos com 15 ou mais anos de idade são
fumantes regulares. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, cerca de
370 mil jovens entre 10 e 14 anos e 2,3 milhões entre 15 e 18 anos, fumam com
regularidade. No território nacional, as mortes causadas pelo uso do tabaco
correspondem a 200 mil a cada ano (INCA 2007).
A adolescência é a fase de maior risco para o início do hábito de fumar, pois os
adolescentes são mais suscetíveis às influências do meio em que vivem. O início do
tabagismo vem ocorrendo cada vez mais freqüente e precocemente. Os jovens
começam a fumar em resposta a influências sociais de amigos, pais e familiares
fumantes e pela publicidade do uso do cigarro (VIEGAS, 2004).
Estudos evidenciam que 90% dos fumantes iniciaram esse comportamento até
os 19 anos e 50% dos que já experimentaram um cigarro se tornaram fumantes na
vida adulta (CINCIPRINI e cols. 2004).
A respeito dos adolescentes, Pinto & Ribeiro (2007), afirmam que os jovens
consumidores regulares de tabaco possuem sérias tendências a se tornarem adultos
fumantes e que é nesta faze da vida em que se encontra o grupo de maior risco para
iniciação do tabagismo. No entanto, para que seja evitado este consumo por jovens,
foram criadas algumas leis para evitar este consumo indevido de tabaco, ou
qualquer outra droga, por jovens, um exemplo disto é o Estatuto da criança e do
Adolescente, artigo 81, inciso III, diz que “... é proibida a venda a criança ou
adolescente de produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica, ainda por utilização indevida”.
18
2 OBJETIVO
Este trabalho tem o objetivo avaliar a incidência de adolescentes tabagistas
traçando um perfil dos mesmos, através da aplicação de um questionário.
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3 METODOLOGIA
Foi utilizado um questionário padronizado individual não identificado com 19
questões sendo que 11 destas são de respostas afirmativas ou negativas e oito de
múltipla escolha. Este questionário tem relação à Saúde, mais especificamente
sobre o tabagismo, com linguagem adequada, perguntando sobre experimentação
de cigarro, fumo habitual, por qual motivo começou a fumar, tabagismo entre pais,
irmãos e amigos, diálogo sobre tabagismo no ambiente familiar, a partir das quais se
procura traçar um perfil dos alunos tabagistas freqüentadores das escolas de rede
pública e particular de ensino médio. Este questionário foi respondido por todos os
escolares presentes em sala de aula no momento da visita, simultaneamente, foi
entregue uma fotocópia para cada aluno que preencheram em aproximadamente 10
minutos, de forma individual com a presença do professor (ANEXO A). Foram
respondidos 153 questionários, 16 destes foram excluídos por terem sido
preenchidos de forma inadequada.
A pesquisa foi realizada no Município de Canoas, RS em seis escolas nos
primeiros anos do ensino médio, três públicas e três particulares. Participaram do
estudo estudantes com idade entre 14 e 18 anos completos no período de 11 a 30
de março de 2009 nas seguintes instituições de ensino: Instituto Estadual
Educacional Dr.Carlos Chagas, Escola Estadual de Ensino Médio Barão do
Amazonas, Escola Estadual de Ensino Médio José Gomes Vasconcelos Jardim,
Colégio Ulbra Cristo Redentor,Colégio Espírito Santo e Colégio La Salle Niterói.
20
A aplicação desta metodologia constituiu em obter dados sobre o tema
tabagismo do ponto de vista dos alunos e, assim ter conhecimento da prevalência de
adolescentes usuários de tabaco. Foi uma metodologia adequada para
levantamento de dados e, portanto qualificou os alunos tabagistas e traçou um perfil
destes com relação ao consumo de tabaco.
O questionário foi adaptado a partir de COELHO, Talita Regina (2005), PINTO,
Denise da Silva & RIBEIRO, Sandra Aparecida (2007) e HORTA, Bernardo Lessa,
CALHEIROS, Paulo, PINHEIRO, Ricardo Tavares e cols. (2001).
21
4. RESULTADOS & DISCUSSÃO
Com base na análise dos questionários aplicados nas escolas estaduais e
particulares podemos observar que houve um predomínio do sexo feminino 52% na
escola estadual e 59% na escola particular (Fig.1). No estudo de Pinto & Ribeiro
(2007) foi observado também a prevalência de adolescentes do sexo feminino em
ambas as instituições (61,6% na escola pública e 56,2% na escola particular). Este
resultado se dá tanto nas Escolas Estaduais como nas Escolas Particulares
(Tabelas I, II e III).
Figura 1 – Percentagem de alunos do sexo feminino e masculino.
Alunos Entrevistados
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Masculino Feminino
E. Estadual
E. Particular
59%52%
41%
48%
22
Quanto à escolaridade de todos os pais foi verificado que 21% possuem o
ensino fundamental, 45% o ensino médio e de 34% o ensino superior (Fig. 2).
Figura 2 – Percentual da escolaridade dos pais
Verificou que a diferença de escolaridade dos pais no ensino fundamental é
de 37% de escola estadual contra 5% para pais de alunos de escola particular,
esta diferença também aparece quando se referente ao ensino superior 56% para
pais de alunos de escola particular contra 13% para pais de alunos de escola
estadual. Quando se analisa a porcentagem de pais que cursaram o ensino médio
51% para Estaduais e 39% para particular nota-se a diferença muito clara do
poder aquisitivo dos pais.
Figura 3 – Escolaridades dos pais de alunos de escolas estaduais e escolas particulares.
Escolaridade dos Pais
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
E. Fundamental E. Médio E. Superior
E.Estadual
E. Particular
39%
13%
56%51%
5%
37%
Escolaridade dos Pais
21%
45%
34% E. Fundamental
E. Médio
E. Superior
23
Tabela I – Resultados obtidos entre alunos das Escolas Estaduais
Escolas Estaduais:
I.E.E.Dr. Carlos Chagas
E.E.E.M. Barão do
Amazonas
E.E.E.M. José de
Vasconcelos Jardim
Total
Dia da entrevista: 11/3/2009 11/3/2009 11/3/2009 Turno: Manhã Manhã Manhã Total de alunos: 23 27 21 71 Sexo Masculino: 9 15 10 34 Sexo Feminino: 14 12 11 37
Quantos alunos por idade: 14 anos 1 aluno 3 alunos 10 alunos 14 15 anos 9 alunos 7 alunos 7 alunos 23 16 anos 5 alunos 8 alunos 2 alunos 15 17 anos 6 alunos 8 alunos 1 aluno 15 18 anos 2 alunos 1 aluno 1 aluno 4
QUESTIONÁRIO
INFORMAÇÕES PESSOAIS
1- Qual a escolaridade de seus pais? Ensino Fundamental 7 8 11 26 Ensino Médio 14 13 9 36 Ensino Superior 2 6 1 9 2- Sua mãe fuma atualmente? Sim 3 4 3 10 Não 20 23 18 61 3- Seu pai fuma atualmente? Sim 10 8 5 23 Não 13 19 16 48 4- Seus amigos próximos fumam? Sim 9 11 11 31 Não 13 16 10 39 Não respondeu 1 0 0 1 5- Seus pais conversam com você a respeito do tabagismo? Sim 16 15 11 42 Não 7 12 10 29
QUEM JÁ EXPERIMENTOU CIGARRO, MAS NÃO FUMA.
6- Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez? 14anos ou menos 8 7 6 21 Entre 15 e 16 anos 1 5 1 7 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 0 7- O que o levou a experimentar o cigarro? Curiosidade 8 8 6 22 Curiosidade e amigos 1 0 0 1 Propaganda 0 0 0 0 Para se parecer mais velho 0 1 0 1 Com os pais 0 0 0 0 Amigos 0 3 1 4 Ídolos 0 0 0 0 8- Você se sente incomodado quando outras pessoas fumam perto de você? Sim 14 17 12 43 Não 5 6 3 14 Não respondeu 4 4 6 14
24
SE VOCÊ FUMA RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR.
9- Com que idade experimentou o seu primeiro cigarro? 14anos ou menos 5 2 3 10 Entre 15 e 16 anos 1 2 0 3 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 0 10- Com que idade você começou a fumar? 14anos ou menos 4 2 2 8 Entre 15 e 16 anos 1 2 1 4 Entre 17 e 18 anos 1 0 0 1 11- O que o levou a fumar? Curiosidade 2 1 0 3 Curiosidade e amigos 0 1 1 2 Propaganda 0 1 0 1 Para se parecer mais velho 0 0 0 0 Com os pais 0 0 0 0 Amigos 6 1 1 8 Ídolos 0 0 1 1 12-Seus pais sabem que você fuma? Sim 4 2 0 6 Não 2 2 3 7 13- Porque você fuma? Diminui a ansiedade 1 1 1 3 Raiva ou frustração 2 1 1 4 O cigarro relaxa 1 2 1 4 Se sente com mais energia 0 0 0 0 Hábito 2 0 0 2 14- Já tentou alguma vez parar de fumar? Sim 3 1 2 6 Não 3 3 1 7 15- Quando tentou parar de fumar, sentiu alguma dificuldade? Sim 0 1 1 2 Não 3 0 1 4 16- Você acredita que o cigarro é ruim para a saúde? Sim 5 4 3 12 Não 0 0 0 0 Não respondeu 1 0 0 1
INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA
18- A sua escola alguma vez já apresentou alguma palestra a respeito dos malefícios do cigarro? Sim 6 9 5 20 Não 17 18 16 51 19- Algum Professor já falou com a turma a respeito do tabagismo em suas aulas? Sim 8 16 8 32 Não 15 11 13 39
25
Tabela II – Resultados obtidos entre alunos das Escolas Particulares
Escolas Particulares:
Colégio
Ulbra Cristo Redentor
Colégio
Espírito Santo
Colégio La Salle
Niterói
Total
Dia da entrevista: 20/3/2009 25/3/2009 30/3/2009 Turno: Manhã Manhã Manhã Total de alunos: 23 25 18 66 Sexo Masculino: 11 9 7 27 Sexo Feminino: 12 16 11 39
Quantos alunos por idade: 14 anos 11 alunos 9 alunos 7 alunos 27 15 anos 12 alunos 16 alunos 11 alunos 39 16 anos 3 alunos 2 alunos 2 alunos 7 17 anos 3 alunos 0 aluno 0 aluno 3 18 anos 0 aluno 1 aluno 0 aluno 1
QUESTIONÁRIO
INFORMAÇÕES PESSOAIS
1- Qual a escolaridade de seus pais? Ensino Fundamental 0 1 2 3 Ensino Médio 12 6 8 26 Ensino Superior 11 18 8 37 2- Sua mãe fuma atualmente? Sim 4 3 4 11 Não 19 22 14 55 3- Seu pai fuma atualmente? Sim 2 2 3 7 Não 21 23 15 59 4- Seus amigos próximos fumam? Sim 6 5 6 17 Não 17 20 12 49 Não respondeu 0 0 0 0 5- Seus pais conversam com você a respeito do tabagismo? Sim 12 19 8 39 Não 11 6 10 27
QUEM JÁ EXPERIMENTOU CIGARRO, MAS NÃO FUMA.
6- Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez? 14anos ou menos 2 4 7 13 Entre 15 e 16 anos 0 0 0 0 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 0 7- O que o levou a experimentar o cigarro? Curiosidade 1 3 6 10 Curiosidade e amigos 0 0 1 1 Propaganda 0 0 0 0 Para se parecer mais velho 0 0 0 0 Com os pais 0 1 0 1 Amigos 1 0 0 1 Ídolos 0 0 0 0 8- Você se sente incomodado quando outras pessoas fumam perto de você? Sim 8 10 12 30 Não 4 3 3 10 Não respondeu 11 12 3 26
26
SE VOCÊ FUMA RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR.
9- Com que idade experimentou o seu primeiro cigarro? 14anos ou menos 0 2 3 5 Entre 15 e 16 anos 1 0 1 2 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 0 10- Com que idade você começou a fumar? 14anos ou menos 0 2 2 4 Entre 15 e 16 anos 1 0 1 2 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 0 11- O que o levou a fumar? Curiosidade 0 2 0 2 Curiosidade e amigos 0 0 2 2 Propaganda 0 0 0 0 Para se parecer mais velho 0 0 0 0 Com os pais 0 0 0 0 Amigos 1 0 1 2 Ídolos 0 0 0 0 12-Seus pais sabem que você fuma? Sim 0 1 2 3 Não 1 1 1 3 13- Porque você fuma? Diminui a ansiedade 0 0 0 0 Raiva ou frustração 0 0 1 1 O cigarro relaxa 1 0 0 1 Se sente com mais energia 0 0 0 0 Hábito 0 2 2 4 14- Já tentou alguma vez parar de fumar? Sim 0 0 1 1 Não 1 2 2 5 15- Quando tentou parar de fumar, sentiu alguma dificuldade? Sim 0 0 0 0 Não 0 0 1 1 16- Você acredita que o cigarro é ruim para a saúde? Sim 1 2 3 6 Não 0 0 0 0 Não respondeu 0 0 0 0
INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA
18- A sua escola alguma vez já apresentou alguma palestra a respeito dos malefícios do cigarro? Sim 4 9 4 17 Não 19 16 14 49 19- Algum Professor já falou com a turma a respeito do tabagismo em suas aulas? Sim 4 16 4 24 Não 19 9 14 42
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Tabela III – Resultados obtidos entre as Escolas Estaduais e Particulares.
ESCOLAS:
ESTADUAIS
PARTICULARES
TOTAL
Total de alunos entrevistados: 71 66 137 Sexo Masculino: 34 27 61 Sexo Feminino 37 39 76 Quantos alunos por idade:
14 anos 14 43 57 15 anos 23 12 35 16 anos 15 7 22 17 anos 15 3 18 18 anos 4 1 5
QUESTIONÁRIO
INFORMAÇÕES PESSOAIS
1- Qual a escolaridade de seus pais? E. Fundamental 26 3 29 E. Médio 36 26 62 E. Superior 9 37 46 2- Sua mãe fuma atualmente? Sim 10 11 21 Não 61 55 116 3- Seu pai fuma atualmente? Sim 23 7 30 Não 48 59 107 4- Seus amigos próximos fumam? Sim 31 17 48 Não 39 49 88 Não respondeu 1 0 1 5- Seus pais conversam com você a respeito do tabagismo? Sim 42 39 81 Não 29 27 56
QUEM JÁ EXPERIMENTOU CIGARRO, MAS NÃO FUMA.
6- Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez? 21 13 34 14anos ou menos 7 0 7 Entre 15 e 16 anos 0 0 0 Entre 17 e 18 anos 7- O que o levou a experimentar o cigarro? 22 10 32 Curiosidade 1 1 2 Curiosidade e amigos 0 0 0 Propaganda 1 0 1 Para se parecer mais velho 0 1 1 Com os pais 4 1 5 Amigos 0 0 0 Ídolos 8- Você se sente incomodado quando outras pessoas fumam perto de você? 43 30 73 Sim 14 10 24 Não 14 26 40 Não respondeu 21 13 34
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SE VOCÊ FUMA RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR.
9- Com que idade experimentou o seu primeiro cigarro? 14anos ou menos 10 5 15 Entre 15 e 16 anos 3 2 5 Entre 17 e 18 anos 0 0 0 10- Com que idade você começou a fumar? 14anos ou menos 8 4 12 Entre 15 e 16 anos 4 2 6 Entre 17 e 18 anos 1 0 1 11- O que o levou a fumar? Curiosidade 3 2 5 Curiosidade e amigos 2 2 4 Propaganda 1 0 1 Para se parecer mais velho 0 0 0 Com os pais 0 0 0 Amigos 6 2 8 Ídolos 1 0 1 12-Seus pais sabem que você fuma? Sim 6 3 9 Não 7 3 10 13- Porque você fuma? Diminui a ansiedade 3 0 3 Raiva ou frustração 4 1 5 O cigarro relaxa 4 1 5 Se sente com mais energia 0 0 0 Hábito 2 4 6 14- Já tentou alguma vez parar de fumar? Sim 6 1 7 Não 7 5 12 15- Quando tentou parar de fumar, sentiu alguma dificuldade? Sim 2 0 2 Não 4 1 5 16- Você acredita que o cigarro é ruim para a saúde? Sim 12 6 18 Não 0 0 0 Não respondeu 1 0 1 17- Quantos cigarros você fuma por dia? 10 ou menos 9 5 14 20 3 1 4 30 ou mais. 1 0 1
INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA
18- A sua escola alguma vez já apresentou alguma palestra a respeito dos malefícios do cigarro? Sim 20 17 37 Não 51 49 100 19- Algum Professor já falou com a turma a respeito do tabagismo em suas aulas? Sim 32 24 56 Não 39 42 81
29
No que se diz respeito ao consumo de tabaco, verificou-se que dos 137
adolescentes questionados apenas 19 eram fumantes 14% (fig.3). Esse resultado se
assemelha ao de Horta e cols. (2001) em seu estudo foi observada uma taxa de
11% de adolescentes tabagistas.
Figura 4 – Percentual de alunos fumantes e não fumantes Conforme Horta e cols. (2001) os resultados da ocorrência de adolescentes que
fazem uso do cigarro são de 14,6% na escola publica e 7% na escola particular. Os
resultados adquiridos nessa pesquisa são de 18% nas escolas estaduais e 9% nas
escolas particulares ficando bem próximo dos resultados dos autores citados
anteriormente (Fig.5).
Figura 5 – Percentual de fumantes e não fumantes de escolas estaduais e escolas particulares.
Não fumantes X Fumantes
0%
20%
40%
60%
80%
100%
E. Estadual E. Particular
Fumante
Não fumante
9%
91%82%
18%
Não fumantes X Fumantes
14%
86%
Fumante
Não fumante
30
Quando se refere à curiosidade de experimentar o cigarro (Fig.6) as meninas
(34%) são mais curiosas que os meninos (26%), mas são mais os meninos (15%)
que se tornam fumantes do que as meninas (13%).
Figura 6 – Percentual de meninas e meninos que já experimentaram e que continuaram a fumar.
Os fumantes alegam que a principal influência para o tabagismo atual foi devido
a seus amigos (46% nas escolas estaduais e 33% nas escolas particulares), seguido
pela sua própria curiosidade (23% nas escolas estaduais e 33% nas escolas
particulares (Fig.7). Nesta analise Horta e cols. (2001) o tabagismo atual foi devido a
curiosidade (62,1% da escola pública e 73,1% da particular), seguido pela influencia
dos amigos (29,3% da escola pública e 19% da particular).
Figura 7 – Percentual dos estudantes fumantes atuais de acordo com a principal influência para o fumo.
Influências
23%
8%
46%
8%
33% 33%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Curiosidade Propaganda Amigos Ídolos
E. Estadual
E. Particular
Meninas X Meninos
34%
13%
26%
15%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Experimentou Fuma
Meninas
Meninos
31
O perfil escolar se demonstrou bastante deficiente tanto nas escolas estaduais
como nas particulares com relação ao tema Tabagismo. Segundo os dados obtidos
com os alunos constatou-se que as escolas não proporcionam qualquer tipo de
programa de combate ao tabagismo. Dos 137 adolescentes 74% nas escolas
particulares e 72% nas estaduais afirmam que as escolas não apresentaram
nenhuma palestra ou debate a respeito dos malefícios do cigarro.
Figura 8 – percentual de escola estadual e particular que apresentou alguma
palestra sobre Tabagismo.
Escola X Tabagismo
28%
72%
26%
74%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Sim Não
E. Estadual
E. Particular
32
Em relação à abordagem do assunto pelos professores, não foi citada uma
disciplina especifica, foi questionado qualquer professor de qualquer disciplina.
Conforme pode ser observado no gráfico abaixo, os professores pouco têm
abordado o assunto tabagismo em sala de aula, isso pode demonstrar uma pouca
preparação, falta de informação ou indiferença frente a este assunto.
Figura 9 – Percentual de professores que já abordaram o assunto tabagismo em sala de aula.
Professores X Tabagismo
41%
59%
Sim
Não
33
5 CONCLUSÕES
Através dos dados obtidos podemos concluir que:
� A maioria dos adolescentes destas escolas não apresenta o hábito de fumar;
� Nas escolas Estaduais prevalecem adolescentes tabagistas;
� Entre os adolescentes que são tabagistas prevalece o sexo masculino;
� A iniciação ao uso do tabaco, nos adolescentes, deve-se à influência de amigos;
� As escolas e professores não abordam este assunto com os adolescentes.
34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
� Para uma análise de resultados mais precisa será necessário uma coleta de
dados mais abrangente;
� Investigar se existe relação entre os adolescentes fumantes atuais e não
fumantes com a autopercepção do rendimento escolar;
� Investigar se há relação entre o início do tabagismo e o meio escolar.
35
REFERÊNCIAS
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Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais apresentação dos temas transversais, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1998.
CARLINI, Elisaldo Araújo.; NAPPO, Solange Aparecida José.; GALDURÓZ, Carlos Fernandes.; NOTO, Ana Regina. Drogas psicotrópicas - o que são como agem. Revista IMESC. nº. 3 - outubro – 2001. pp. 9-35. CINCIPRINI, P.M.; HECHT, S.S.; HENNINGFIELD, J.E.; MANLEY, M.W.; KRAMER, B.S. Tobacco Addiction: Implications for Treatment and Cancer Prevention. In: INISTÉRIO DA SAÚDE. VIGESCOLA. Vigilância de tabagismo em escolares. Rio de Janeiro: INCA, 2004.
COELHO, Talita Regina. Perfil do adolescente fumante de uma escola do ensino médio e fundamental do município de Cascavel – PR. 2005. 70 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) Fisioterapia. Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2005.
COSTANZO, Linda S. Fisiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
CUNHA, Gilmara Holanda da, JORGE, Antonio Rafael Coelho, FONTELES, Marta Maria F., SOUSA, Francisca Cléa F., VIANA, Glauce Socorro B., VASCONCELOS, Silvânia Maria Mendes. Nicotina e tabagismo. Revista Eletrônica Pesquisa Médica, vol. 1, nº. 4 p. 1-10 , Out. – Dez. 2007
36
GUYTON, Arthur C.. Fisiologia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E.. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro Guanabara-Koogan, 2002.
HORTA, Bernardo Lessa, CALHEIROS, Paulo, PINHEIRO, Ricardo Tavares e cols. Tabagismo em adolescentes de área urbana na região Sul do Brasil. Rev. Saúde Pública, vol.35, nº. 2, p.159-164, Abr. 2001. HORTENSE, Flávia Tatiana Pedrolo, CARMAGNANI, Maria Isabel Sampaio & BRETAS, Ana Cristina Passarella. O significado do tabagismo no contexto do câncer de laringe. Revista Brasileira de Enfermagem, vol.61, no.1, p.24-30, Jan./Fev. 2008.
JARDIM, JR; OLIVEIRA, JCA. Tabagismo. Pneumoatual. Disponível em http:// www.pneumoatual.com.br. Acessado em: 10 de setembro de2008. MARCOPITO, Luiz Francisco; COUTINHO, Ana Paula; VALENCICH, Dalva Maria de Oliveira; MORAES, Marco Antonio de; BRUMINI, Rodolfo; RIBEIRO, Sandra Aparecida. Exposition to smoking and attitudes: comparison between inquiries applied to adult population in São Paulo City, 1987 and 2002. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2007, vol.89, n. 5. MATOS, Carlos Eduardo. Uma droga chamada cigarro. Revista Nova Escola, n. 138, dezembro 2000. pág. 66. MENEZES, A.M.B.; HORTA, B. L.; OLIVEIRA, A.L.B.; KAUFMANN, R. AC.; DUQUIA, R.; DINIZ, ALESSANDRO; MOTTA, L. H.; CENTENO, M. S.; ESTANISLAU, G.; GOMES, L. Risco de câncer de pulmão, laringe e esôfago atribuível ao fumo. Revista Saúde Pública, vol.36 nº 2, p. 129- 34, 2002. Ministério da Saúde. Ações nacionais integradas para prevenção e controle do Câncer - INCA. Disponível em: www.inca.gov.br Ministério da Saúde. Organização Mundial da Saúde (OMS). Portal da saúde. Disponível em: www.saude.gov.br MURRAY, C.J.; LOPEZ, A.D. The global burden of disease: a comprehensive assessment of mortality and disability from diseases, injuries and risk facors in 1990 and projected to 2020. In: MENEZES, A. M. B. E ACHUTTI, A. Fumo ou saúde/ direitos ou deveres?. Jornal de Pneumologia, vol.26, nº6, 2000.
37
PINTO, Denise da Silva & RIBEIRO, Sandra Aparecida. Variáveis relacionadas à iniciação do tabagismo entre estudantes do ensino médio de escola pública e particular na cidade de Belém - PA. Jornal Brasileiro de Pneumologia, Set./Out. 2007.
VIEGAS, C.A.A. (org). Diretrizes para a cessação do tabagismo. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v 30, suplemento 2, p. 2-76, agosto. 2004.
TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra R. Fundamentos de anatomia e fisiologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Unifesp - Universidade Federal de São Paulo. Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas. - CEBRID. Disponível em: www.unifesp.br.
38
ANEXO A – Modelo do questionário que será entregue aos alunos
Idade: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Escola: ( ) Pública ( ) Privada
INFORMAÇÕES PESSOAIS
1- Qual a escolaridade de seus pais? ( )Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior 2- Sua mãe fuma atualmente? ( )sim ( )não 3- Seu pai fuma atualmente? ( )sim ( )não 4- Seus amigos próximos fumam? ( )sim ( )não 5- Seus pais conversam com você a respeito do tabagismo? ( ) Não ( ) Sim
SE VOCÊ JÁ ESPERIMENTOU CIGARRO ALGUMA VEZ RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR.
6- Quantos anos você tinha quando experimentou pela primeira vez? ( ) 14anos ou menos ( ) entre 15 e 16 anos ( )entre 17 e 18 anos 7- O que o levou a experimentar o cigarro? ( )curiosidade ( )propaganda ( )para se parecer mais velho ( ) com os pais ( )amigos ( ) ídolos 8- Você se sente incomodado quando outras pessoas fumam perto de você? ( )sim ( )não
SE VOCÊ FUMA RESPONDA AS QUESTÕES A SEGUIR.
9- Com que idade experimentou o seu primeiro cigarro? ( ) 14anos ou menos ( ) entre 15 e 16 anos ( )entre 17 e 18 anos 10- Com que idade você começou a fumar? ( ) 14anos ou menos ( ) entre 15 e 16 anos ( )entre 17 e 18 anos 11- O que o levou a fumar? ( )curiosidade ( )propaganda ( )para se parecer mais velho ( ) com os pais ( )amigos ( ) ídolos 12-Seus pais sabem que você fuma? ( )sim ( )não 13- Porque você fuma? ( )diminui a ansiedade ( )raiva ou frustração ( )o cigarro relaxa ( ) se sente com mais energia ( )hábito 14- Já tentou alguma vez parar de fumar? ( )sim ( )não 15- Quando tentou parar de fumar, sentiu alguma dificuldade? ( )Sim ( )Não 16- Você acredita que o cigarro é ruim para a saúde? ( )Sim ( )Não 17- Quantos cigarros você fuma por dia? ( )10 ou menos ( )20 ( ) 30 ou mais.
INFORMAÇÕES SOBRE A ESCOLA
18- A sua escola alguma vez já apresentou alguma palestra a respeito dos malefícios do cigarro? ( ) Não ( ) Sim 19- Algum Professor já falou com a turma a respeito do tabagismo em suas aulas? ( ) Não ( ) Sim
39
ANEXO B - Declarações de comparecimento nas escolas
40
41
42
43
44
45