APRESENTAÇÃO
Era o ano de 1985. A SERECSEREC acabava de ser fundada, por 4 ex-funcionários da filial
brasileira de uma empresa francesa de consultoria em saneamento básico (Societé
SERETE), quando esta já havia deixado o país, e o DMAEDMAE, antecipando-se ao
crescimento urbano acelerado da época, avaliava a necessidade de ampliar suas
instalações.
Surgiu então o primeiro contrato celebrado pela SERECSEREC ao longo destes últimos 19
anos, quando a empresa se especializou no atendimento aos organismos federais,
estaduais, municipais e privados, na área de estudos e projetos de saneamento básico
e ambiental.
O contrato visou a ampliação e melhorias da Estação de Tratamento de Água São
Benedito, foi concluído, a obra foi executada, e até hoje a ETA constitui uma das peças
fundamentais do sistema de abastecimento de água de Poços de Caldas.
Além de gravar o início das operações da SERECSEREC, o contrato deu início a uma relação
técnico-profissional extremamente bem sucedida e altamente gratificante, entre a
empresa e o DMAEDMAE, visto que seguiram-se o Plano Diretor do Sistema de
Abastecimento de Água, o Projeto Técnico do Sistema de Abastecimento de Água, o
Plano Diretor do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto Executivo da ETA Cipó, o
Projeto Técnico do Sistema de Esgotos Sanitários, o Projeto de Redes de Distribuição
de Água, o Parecer sobre a ETE Piloto, intercalados pela constante troca de
informações sobre o estado da arte, com os técnicos do DMAEDMAE.
Tendo como diretrizes esses trabalhos complementados, moldados, ajustados,
corrigidos, implantados e mantidos pela equipe técnica do DMAEDMAE os sistemas de
Poços de Caldas apresentam hoje elevados níveis de atendimento da população, com
notável qualidade, compatível com os melhores sistemas em operação no Brasil e no
mundo desenvolvido.
É, portanto, com muito orgulho que a SERECSEREC ostenta a galhardia de sentir-se parte
desse processo tão importante para a saúde pública de uma população da magnitude
de Poços de Caldas, objetivo maior de nossa atividade profissional.
1
Esse sucesso do DMAEDMAE somente foi possível e podemos afiançar essa assertiva
com base em nossa vivência de 19 anos no setor por todos o país graças ao
profissionalismo, dedicação, seriedade e isenção, dos responsáveis pela condução
técnica do DMAEDMAE, notadamente os Engos. José Wanderley Franco, e Eduardo Lopes
Carvalho, com quem SERECSEREC sempre teve oportunidade de discutir e aprimorar as
soluções, durante todo esse período.
Evidentemente, a equipe técnica do DMAEDMAE não se restringiu aos seus dois principais
condutores ao longo do período, tendo sido absolutamente importantes também, as
participações de todos os seus técnicos e funcionários, mesmo os não envolvidos
diretamente nos contatos com a SERECSEREC, razão pela qual nos é impossível registrar,
neste documento, os nomes de todos, como seria necessário. Tomando como seus
representantes, citamos aqueles com quem os contatos menos freqüentes nos
permitiram fixar nomes, como os Engos. Menezes, Rabello (in memoriam) e com grande
participação, embora mais recentemente, o Engº. Luiz René Ballerini.
O apoio dos Srs. Prefeitos Municipais e Presidentes do DMAEDMAE, a essa equipe
técnica mencionada foi fundamental para alcançar o excelente nível vigente, e é
importante ressaltar sua visão e capacidade administrativa, principalmente
considerando-se que o DMAEDMAE logrou essa posição invejável contando com escassos
recursos financeiros quando confrontados com os requeridos pelas obras e
operação de sistemas tão complexos e sofisticados como os de tratamento e
distribuição da água limpa, e de coleta e afastamento dos esgotos urbanos a
exemplo de todos os municípios brasileiros, sem hoje ostentar graves problemas
econômico-financeiros, ou deficiências operacionais nos sistemas, tópico em que se
diferencia da grande maioria dos municípios mencionados.
A decisão de atualizar seus Planos Diretores de Abastecimento de Água e Esgoto
Sanitários é mais uma das iniciativas que certamente permitirão a manutenção de
Poços de Caldas no elevado nível em que encontra, do ponto de vista sanitário e
ambiental, e até possibilitar sua ascensão nesse mister.
Os Planos Diretores ora desenvolvidos, refletindo uma característica sempre presente
na atuação da SERECSEREC, de procurar constante aprimoramento e se possível antecipar-
se ao desenvolvimento da consultoria especializada no Brasil, não se limitam ao
2
estabelecimento do diagnóstico e das diretrizes, como outrora eram destinados a
desenvolver. Pelo contrário, com auxílio de uma ferramenta digital denominada
Sistema Integrado de Planejamento, Projeto e Controle de Redes de Água (SIPPCSIPPCaa), e
o equivalente para Esgoto (SIPPCSIPPCee), implantados juntamente com o desenvolvimento
dos Planos Diretores, o DMAEDMAE dispõe agora de instrumentos para uma constante
atualização do planejamento dos sistemas, além de propiciar a mais ágil e
tecnicamente correta elaboração de projetos de redes, simulações, estimativas de
custos, etc.
Dessa forma, mesmo que novas atualizações de natureza mais abrangente possam (e
talvez devam) ainda requerer contratação de Consultoria especializada, como neste
caso, o planejamento de partes do sistema, ou o planejamento global mais simplificado,
poderão ser desenvolvidos no próprio DMAEDMAE, eventualmente com consultoria pontual,
com a inestimável vantagem de operar com informações e simulações absolutamente
atualizadas, inerentes ao próprio sistema local, e com análise da evolução de cada
parâmetro praticamente em tempo real.
Com mais esse avanço, cuja plena funcionalidade estará naturalmente condicionada à
possibilidade do DMAEDMAE utilizar com freqüência os instrumentos agora disponíveis,
SERECSEREC tem convicção de que o DMAEDMAE continuará evoluindo para manter-se, e
certamente galgar posições ainda mais elevadas, no meio das concessionárias
municipais de serviços de saneamento básico e ambiental, em benéfico da população
local e de toda a região da bacia hidrográfica em que se situa.
No que se refere ao sistema de abastecimento de água, as ações já desenvolvidas
pelo DMAEDMAE ao longo dos anos, têm permitido que sua administração se coloque à
frente dos problemas, o que permite considerar as ampliações apontadas no Plano
Diretor do Sistema de Abastecimento de Água francamente plausíveis.
O último grande entrave ou seja, a construção de sua estação de tratamento de
esgotos para possibilitar o aprofundamento das ações do DMAEDMAE no sentido de tornar
seus sistemas ainda mais modernos, é assunto abordado no Plano Diretor do Sistema
de Esgotos Sanitários, uma vez que as medidas já levadas adiante no sistema de
afastamento também permitem considerar as ampliações e melhorias previstas nesse
particular como plausíveis.
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A SERECSEREC espera assim, que esse entrave possa ser brevemente removido, e se
coloca, como sempre, à disposição do DMAEDMAE e seus técnicos para troca de
informações, sugestões e desenvolvimento de trabalhos em sua área de atuação.
São Paulo, março de 2004
4
INDICE
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................7
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA......................................................................................................9
2.1. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO....................................................................................................................9
2.2. LOCALIZAÇÃO..........................................................................................................................................10
2.3. ACESSO E CLIMA......................................................................................................................................13
2.4. MEIO-AMBIENTE......................................................................................................................................15
2.5. ECONOMIA.................................................................................................................................................15
2.6. INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS........................................................................................................17
3. ÁREA DE PLANEJAMENTO........................................................................................................................20
3.1. ÁREA ATUALMENTE OCUPADA..........................................................................................................20
3.2. VETORES DE EXPANSÃO.......................................................................................................................20
3.3. ÁREA DE PLANEJAMENTO....................................................................................................................21
4. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS........................................................................................................................23
4.1. EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA REGIONAL E LOCAL.......................................................................23
4.2. PROJEÇÕES POPULACIONAIS.............................................................................................................30
4.3. ZONEAMENTO URBANO........................................................................................................................45
5. SISTEMA EXISTENTE DE ESGOTO..........................................................................................................51
5.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................51
5.2. BACIA 1........................................................................................................................................................52
5.3. BACIA 2........................................................................................................................................................53
5.4. BACIA 3........................................................................................................................................................55
5.5. BACIA 4........................................................................................................................................................56
5.6. BACIA DI......................................................................................................................................................56
6. LEVANTAMENTO DE VAZÕES E CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS.........................................57
6.1. DEMANDAS DE ÁGUA..............................................................................................................................57
6.2. VAZÕES DE ESGOTOS.............................................................................................................................59
6.2.1. PRELIMINARES.........................................................................................................................................59
6.2.2. BACIAS 1, 2, 3 E 4.......................................................................................................................................59
6.2.3. BACIA DO DISTRITO INDUSTRIAL.....................................................................................................61
6.3. CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS....................................................................................................64
7. ANÁLISE DE ALTERNATIVAS....................................................................................................................66
7.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................66
7.2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS ALTERNATIVAS...............................................................69
7.2.1. ALTERNATIVA 1.......................................................................................................................................69
5
7.2.2. ALTERNATIVA 2.......................................................................................................................................72
7.2.3. ALTERNATIVA 3.......................................................................................................................................73
7.3. ANÁLISE DO GRAU DE TRATAMENTO NECESSÁRIO ÀS ETES.................................................73
7.4. ANÁLISE DO PROCESSO DE TRATAMENTO....................................................................................75
8. SISTEMA PROPOSTO....................................................................................................................................79
8.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................79
8.2. SISTEMA DA ETE-1...................................................................................................................................80
8.2.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................80
8.2.2. OBRAS DE 2ª ETAPA.................................................................................................................................82
8.2.3. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................83
8.3. SISTEMA DA ETE-2...................................................................................................................................84
8.3.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................84
8.3.2. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................84
8.4. SISTEMA DA ETE-3...................................................................................................................................85
8.4.1. OBRAS PRIORITÁRIAS OU DE 1ª ETAPA...........................................................................................85
8.4.2. OBRAS COMPLEMENTARES.................................................................................................................87
9. ESTIMATIVAS DE CUSTOS.........................................................................................................................88
ANEXOS:
ANEXO 1 - REGRESSÕES MATEMÁTICAS
ANEXO 2 - DADOS CENSITÁRIOS
ANEXO 3 - ESTUDO DE AUTODEPURAÇÃO
ANEXO 4 - PREDIMENSIONAMENTO DE ETEs
ANEXO 5 - PLANILHAS DE CÁLCULO DE COLETORES TRONCO E INTERCEPTORES
ANEXO 6 - MEMÓRIA DE CÁLCULO DAS ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTOS
ANEXO 7 - MEMÓRIAS DE CÁLCULO DO ORÇAMENTO
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1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho é fruto do contrato celebrado entre o DMAEDMAE – Departamento
Municipal de Água e Esgoto de Poços de Caldas e a SERECSEREC – Serviços de Engenharia
Consultiva Ltda., para a realização dos Planos Diretores e Sistemas Integrados de
Abastecimento de Água e Esgotos Sanitários.
O presente documento é o Plano Diretor do Sistema de Esgotos Sanitários de Poços
de Caldas, que além da presente introdução é formado pelos seguintes capítulos:
- Capítulo 2. Caracterização Geral da Área: onde é feita uma caracterização sucinta
dos principais aspectos do município;
- Capítulo 3. Área de Planejamento: onde é definida a área do município objeto do
planejamento do presente trabalho;
- Capítulo 4. Estudos Demográficos: onde são levantados o número de economias e
habitantes ao longo do período de planejamento, bem como é feito uma distribuição
física destes elementos na área de planejamento;
- Capítulo 5. Sistema Existente de Esgotos: onde é feita uma breve descrição dos
principais aspectos deste sistema existente, dentro da divisão de bacias proposta
no plano;
- Capítulo 6. Levantamento de Vazões: onde são estimadas as vazões de esgotos ao
longo do período de planejamento, por bacias de esgotamento, tendo como base os
estudos demográficos apresentados anteriormente, o levantamento de demandas
do Plano de Abastecimento de Água e parâmetros diversos de planejamento;
- Capítulo 7. Análise de Alternativas: onde são propostas e analisadas alternativas
para o futuro sistema de esgotos, com definição da alternativa aconselhável;
- Capítulo 8. Sistema Proposto: onde são descritas e caracterizadas, a nível
preliminar, as principais unidades componentes do sistema de esgotos proposto;
- Capítulo 9. Estimativa de Custos: onde são levantados os custos, a nível preliminar,
das principais unidades do sistema proposto;
7
Diversos elementos coletados e estudos realizados para elaboração do Plano Diretor
são apresentados na forma de anexos para não tornar o texto, apresentado nos
capítulos anteriormente descritos, demasiadamente técnico e/ou maçante. Assim são
apresentados 5 anexos com os seguintes conteúdos:
- Anexo 1: Regressões matemáticos utilizados nos estudos demográficos;
- Anexo 2: Dados censitários utilizados nos estudos demográficos;
- Anexo 3: Estudo de autodepuração dos corpos receptores de esgotos;
- Anexo 4: Pré-dimensionamento das estações de tratamento de esgotos propostos.
- Anexo 5: Planilhas de Cálculo dos Coletores-Tronco e Interceptores;
- Anexo 6: Memorial de Cálculo das Elevatórias;
- Anexo 7: Memória de Cálculo do Orçamento.
8
2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
3.1.HISTÓRICO DO MUNICÍPIO
Localizada na Serra da Mantiqueira, a história de Poços de Caldas se iniciou a partir da
descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVII, onde as águas raras
e com poderes de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade desde o início.
A região era habitada pelos índios Cataguases que foram expulsos pelas “Bandeiras
Unidas Paulistas” durante a “febre do ouro”. Com o declínio da atividade aurífera na
região de minas, as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros desiludidos,
que inicialmente se dedicaram à criação de gado, sendo obrigados a percorrer longas
distâncias em busca de pasto para os animais.
A região onde se situa hoje a cidade pertencia desde 1818, ao capitão José Bernardes
Junqueira, que doou 96 hectares de suas terras, junto aos poços de águas sulfurosas,
para a fundação da cidade, em 06 de novembro de 1872, data em que se comemora o
aniversário da cidade.
Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, a partir das águas sulfurosas e
termais, utilizada para tratamento de doenças cutâneas; em 1889 fundou-se outro
estabelecimento semelhante, onde, no final dos anos 20, implantou-se o que é hoje as
Thermas Antônio Carlos.
Também em 1889 a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à
categoria de vila e município. O nome relaciona-se com a família real portuguesa, onde
na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de
Caldas da Rainha, em Portugal, era uma importante terma utilizada para tratamentos e
muito freqüentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em
funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados
por animais determinou-se o nome Poços de Caldas.
Na época em que o jogo era liberado no Brasil, Poços de Caldas teve seu grande
momento, pois pelos salões do Palace Casino e Palace Hotel, desfilava a nata da
9
aristocracia brasileira e até internacional, assim como grandes artistas e proeminentes
figuras da política nacional.
A proibição do jogo, em 1946 pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra e a
descoberta do antibiótico causaram forte impacto no turismo local. A economia de
Poços sofreu forte abalo, mas encontrou alternativa no “ciclo da lua-de-mel”, quando se
tornou elegante passar núpcias na cidade, com isso o turismo sobreviveu. Após esse
período o turismo de Poços de Caldas sofreu alteração, pois a classe média e grandes
grupos passaram a freqüentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos interesse
da cidade.
Hoje a cidade vem investindo para aumentar o fluxo turístico diversificando para o
turismo ecológico, cultural, de aventura e esportes radicais, buscando assim, outros
atrativos de que dispõe e angariado turistas de todas as idades.
3.2.LOCALIZAÇÃO
A cidade de Poços de Caldas localiza-se na mesoregião sul-sudoeste do Estado de
Minas Gerais, conforme figura F 2/1, bem na divisa com o Estado de São Paulo e faz
limites com oito municípios: Botelhos e Bandeira do Sul ao norte; Andradas ao sul;
Caldas a leste; Águas da Prata, São Sebastião da Grama, Caconde e Divinolândia,
estes pertencentes ao Estado de São Paulo, a oeste.
O relevo do planalto em que se encontra Poços de Caldas, tem altitude média de cerca
de 1300 m e um conjunto de seis montanhas com altitudes que variam entre 1600 e
1800 m em relação do nível do mar. É essa a origem da lenda de que o município está
localizado dentro de um vulcão inativo.
O município ocupa uma área total de 533 km², divididos em 70 km² de área urbana e
463 km² de zona rural.
Poços de Caldas apresenta um posicionamento estratégico, pois dista: 260 km da
cidade de São Paulo, 465 km de Belo Horizonte e 497 km do Rio de Janeiro com
rodovias asfaltadas; e por estar integrada às rotas das estâncias hidrominerais
paulistas de: Serra Negra, Águas de Lindóia, Socorro, Monte Alegre do Sul e Águas da
10
Prata, e também com as mineiras de: Caldas (Pocinhos do Rio Verde), Cambuquira,
Lambari, Caxambu e São Lourenço. Além disso, Poços de Caldas encontra-se muito
próxima das regiões mais desenvolvidas de São Paulo, como Ribeirão Preto (175 km),
Campinas (163 km) e São José dos Campos (316 km).
11
Aqui entra a Figura F2/1, com o mapa da regiãode governo.
Contrato/ C238pdp/PDE/Texto/Figuras/F2-1.dwg
12
3.3.ACESSO E CLIMA
O acesso a Poços de Caldas pode ser feito, a partir de São Paulo, pela Rodovia dos
Bandeirantes (SP-348) até Campinas, acessando em seguida a rodovia Dom Pedro I
(SP-65) até a saída para a rodovia Adhemar Pereira de Barros (SP-340), seguindo por
esta até a SP-342 alcançando: São João da Boa Vista, Águas da Prata e
conseqüentemente Poços de Caldas. Desde Belo Horizonte acessa-se a rodovia
Fernão Dias (BR-381) até entrada para Varginha seguindo pela BR-491 até Paraguaçu,
daí por estradas vicinais pavimentadas que alcançam Machado, Campestre do Sul e
finalmente Poços de Caldas. Partindo do Rio de Janeiro, o acesso é feito a partir da
rodovia Dutra (BR-116) até Lorena, seguindo pela BR-459 (Rota Tecnológica) passa-se
por Itajubá, posteriormente cruza-se a rodovia Fernão Dias até alcançar Pouso Alegre,
Caldas e finalmente Poços de Caldas. Esses acessos podem ser visualizados na figura
F 2/2.
A cidade possui também, um aeroporto que se localiza a cerca de 6 km do centro, por
ruas pavimentadas; consiste em uma pista de 1200 m de comprimento por 30 de
largura , adequada para aeronaves de pequeno porte e balizamento noturno, o que
possibilita decolagens e aterrissagens 24 horas por dia. Atualmente a área do
aeroporto vem sofrendo reformas buscando melhoria do mesmo.
Poços de Caldas reúne diversos fatores que a torna um excelente local para se morar e
para atrair turista, pois possui uma temperatura média anual em torno de 17,6ºC e
média pluviométrica de cerca de 1745 mm ao ano, considerando-se 190 dias de chuva
no ano e a umidade relativa do ar em torno de 79%, prevalecendo duas estações bem
definidas durante o ano: verão e inverno.
O verão ocorre de outubro a março onde apresenta clima bem ameno, porém com
temperaturas mais elevadas, algo em torno de 21ºC, aumentando com isso o índice
pluviométrico que é de cerca de 1430 mm. Enquanto o inverno, que se observa de abril
a setembro, apresenta temperaturas bem mais baixas, chegando a – 6ºC e
prevalecendo um clima seco, com taxa pluviométrica em torno de 315 mm e
temperatura média de 15ºC.
13
Aqui entra a Figura F2/2, com o mapa deacessos à região
Contrato/ C238pdp/PDE/Texto/Figuras/F2-2.dwg
14
3.4.MEIO-AMBIENTE
Poços de Caldas é conhecida como uma das principais Estâncias Hidrominerais do
país, por conta das propriedades físico-químicas singulares de suas águas minerais, e
as águas termais adequadas ao tratamento de diversas enfermidades, que tornaram a
cidade um pólo de referência de turismo mineral e termal. O município tem procurado
resgatar este importante patrimônio, desenvolvendo ações integradas de gestão das
águas, sem agredir o meio ambiente.
Com isso, encontra-se em implantação projetos de reflorestamento no entorno de
nascentes e/ou represas responsáveis pelo abastecimento de água como o das sub-
bacias dos Ribeirões Ponte Alta, Várzea de Caldas e Vai-e-Volta, em parceria com
órgãos estaduais e iniciativas privada, recompondo matas ciliares e entorno de
nascentes; assim como a construção de cacimbas para contenção de águas pluviais
para proporcionar recarga do lençol freático, evitar erosão do solo e reter sedimentos.
Outras ações ambientais foram: a transformação do antigo lixão em aterro controlado,
com pequenas intervenções locais que contribuíram para a preservação dos recursos
hídricos da região; parcerias com empresas privadas para a construção de estações de
tratamento de esgotos para contribuir com a despoluição da represa Bortolan;
demarcação do Parque da Serra São Domingos, com limpeza da mesma e
demarcação de 400 hectares de área verde; criação da guarda verde atuando em:
ações preventivas e repreensivas em apoio aos diversos órgãos municipais relativos ao
meio ambiente, segurança patrimonial e de pessoas do Parque da Serra de São
Domingos, apoio ao turismo rural e participação em atividades escolares relacionadas
ao meio ambiente; recuperação e construção de fontes e fontanários preservando as
águas minerais do município e tombamento das águas termais.
3.5.ECONOMIA
O Estado de Minas Gerais representa a terceira força econômica do país com o
Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de R$108 bilhões, em 2000, gerados pela
agropecuária (8,5%), setor de serviços (48,6%) e industrial (42,8%).
15
O Sul de Minas, pela localização estratégica de proximidade com grandes centros
como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, possui várias cidades de porte
médio como Poços de Caldas, Varginha, Três Corações, Pouso Alegre, Itajubá,
Extrema, Camanducaia, Brasópolis e Santa Rita do Sapucaí, onde se encontram
instaladas empresas de diversos setores como: mecânico, agroindustrial,
eletroeletrônico, confecções, calçados e minerais não-metálicos, dentre outros.
Também conta com expressiva produção agrícola sendo a principal região produtora
de café do Brasil.
A cidade de Poços de Caldas tem como algumas das atividades econômicas, dentro
das indústrias de transformação, os segmentos de metalurgia básica com a Alcoa
Alumínio S/A de fios e cabos elétricos; os minerais metálicos e não-metálicos com a
Mineração Corumbaba Ltda., Indústrias Nucleares do Brasil S/A – INB, Companhia
Brasileira de Alumínio, Minaspedras Ltda., Togni S/A Materiais Refratários, Cristais São
Marcos Ltda., Ca D’oro Ltda., Marmoaria Caldense Ltda., Marmoaria Poços de Caldas
Ltda.; produtos alimentícios e bebidas com a Danone S/A, Frigorífico Tamoyo Ltda.,
Indústria de Panificação Newbread Ltda., Ferrero do Brasil S/A, Águas Minerais Poços
de Caldas Ltda. EPP., Santa Maria Agropecuária e Comercial Ltda., dentre outras;
artigos de vestuário e acessórios com Tothal Indústria e Comércio de Confecções
Ltda., Jamer Confecções, Indústria e Comércio Ltda., Malharia Santa Inês Ltda., dentre
outras; fabricação de produtos químicos com Rhodia-Ster Fipack Ltda., Fertilizantes
Mitsui S/A Indústria e Comércio, Perfumaria Flores de Poços de Caldas Ltda.; assim
como fabricação de celulose, papel, artigos de borracha e plástico, máquinas e
equipamentos, dentre outros.
O setor industrial, conforme os exemplos citados acima, está distribuído em vários
locais do município, entretanto, a cidade já conta com uma área destinada a um Distrito
Industrial com área de cerca de 300 alqueires, situada na zona rural às margens da
rodovia Geraldo Martins Costa (rodovia do Contorno), com capacidade de abrigar cerca
de 400 micro e pequenas empresas.
No âmbito agrícola ocupa posição de destaque em batata, tomate, cebola, milho e
mandioca e no pecuário na bovinocultura, suinocultura e avicultura.
16
Dentro da classificação da FIBGE, Poços de Caldas caracteriza-se como “capital
regional” em função da centralidade que a cidade desempenha sobre outros municípios
da região no processo de bens e serviços, polarizando diretamente várias cidades
vizinhas como Botelhos, Caldas, Campestre, Cabo Verde, Santa Rita de Caldas e
Ibitiura de Minas dentre outras.
3.6. INFRA-ESTRUTURA E SERVIÇOS
O Sistema de Abastecimento de Água assim como o Sistema de Esgotamento
Sanitário encontram-se sob a responsabilidade do DMAE DMAE – Departamento Municipal
de Água e Esgoto.
Poços de Caldas é dotada de um sistema de saneamento relativamente completo. Sua
população é totalmente abastecida por água tratada e servida por rede coletora.
Entretanto, o atendimento por unidades de transporte/afastamento
(interceptores/emissários) e tratamento de seus despejos encontra-se incompleto e
conseqüentemente deficitário.
O sistema de abastecimento de água é formado por 6 captações de água bruta, cada
uma num manancial diferente, 5 estações de tratamento de água, 42 reservatórios, 23
estações elevatórias de água tratada e cerca de 600 km de redes de distribuição,
unidades que deverão ser reavaliadas quanto às suas capacidades e necessidades no
presente estudo.
O sistema de esgotos sanitários é dotado de cerca de 400 km de redes coletoras,
coletores-tronco nos diversos fundos de vale, 4 estações elevatórias, interceptores e
uma estação de tratamento (ETE-2), situada no Jardim Kennedy, na região sul da
cidade. Assim como para o sistema de abastecimento de água, as unidades
componentes do sistema de esgotos sanitários também deverão ser reavaliadas no
presente estudo.
O serviço público de energia elétrica é prestado pelo Departamento Municipal de
Energia Elétrica (DME), autarquia municipal, cujo fornecimento atende 100% das
unidades habitacionais do município, tanto na zona urbana como na rural. O município
17
gera 60% da energia que consome através de usinas próprias, comprando apenas 25%
da CEMIG e até 15% da CESP.
O serviço de telefonia é operado pela TELEMAR, que atua em 100% do território
nacional. Os serviços de correio são realizados pela Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos, com uma agência central e algumas em regime de franquia.
O sistema de saúde é dotado de 4 hospitais, 651 leitos, 72 unidades laboratoriais, 21
postos de saúde, 4 centros de saúde e aproximadamente 235 médicos.
A cidade de Poços de Caldas tem tradição de ser um dos mais ativos centros culturais
do Estado, sendo dotada de instituições educacionais em todos os níveis de ensino.
Contabilizam-se cerca de 43 estabelecimentos de ensino fundamental, 14 de ensino
médio e 60 pré-escolar. Possui ainda instalações do SESI, SENAC e SENAI, que
dispõem de laboratórios de ensino profissionalizante, promovendo cursos em diversas
áreas. O ensino de nível superior é oferecido pela PUCMINAS (Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais), UNIFENAS (Universidade de Alfenas) e UEMG
(Universidade do Estado de Minas Gerais).
Além das emissoras nacionais a cidade conta com uma emissora local, a TV Poços de
Caldas, afiliada da Rede Minas e com uma sede da EPTV Sul de Minas, retransmitida
pela Rede Globo. As emissoras de rádio são em número de seis, sendo duas AM e
quatro FM. São encontrados os principais jornais e revistas de São Paulo, Belo
Horizonte e Rio de Janeiro e são editados quatro jornais diários: Jornal da Mantiqueira,
Jornal da Cidade/Jornal dos Negócios, Jornal de Poços e Folha Popular; existe ainda a
edição mensal do Brand News.
O município conta com uma rede bancaria com cerca de 13 agências, com a presença
dos seguintes bancos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Bilbao
Viscaya do Brasil, HSBC Bank, Itaú, Mercantil de São Paulo, Mercantil do Brasil,
Santander-Meridional, Real e Unibanco.
O transporte urbano coletivo é efetuado por uma única empresa concessionária, a
Circullare Poços de Caldas Ltda., que opera em 33 linhas de ônibus urbanas que ligam
o centro a diversos bairros locais e também à zona rural.
18
A cidade possui ainda um terminal rodoviário que está localizado na área urbana
apresentando administração privatizada. Nove empresas de ônibus fazem a ligação
direta com cerca de 80 cidades, gerando movimento diário de aproximadamente 127
partidas, sendo elas: Gardênia, Mil e Um, Nasser, Rápido D’Oeste, Rápido Luxo
Campinas, Santa Cruz, São Geraldo, Viação Cometa e Gontijo.
Como conseqüência natural do turismo a indústria hoteleira é a mais desenvolvida da
região, sendo extremamente diversificada e extensa, contando com cerca de 50 hotéis
e pousadas classificados de A a E, quanto à disponibilidade de serviços.
Poços de Caldas, como uma boa cidade mineira, apresenta vários restaurantes de
comida típica, além de culinária diferenciada como as italiana, japonesa e chinesa.
Conta também com o Mercado Municipal onde se comercializam doces, queijos,
geléias, frutas, artesanatos, especiarias, flores e outros produtos.
Possui também os cinemas São Luiz e Ultravisão, sendo o último também teatro; as
seguintes igrejas: 5 católicas, o Santuário de Nossa Sra. de Fátima, 2 presbiterianas, 1
Universal do Reino de Deus, 1 metodista, 1 Internacional da Graça de Deus, 1 do
Evangelho Quadrangular, 1 Ceifa de Poços de Caldas, 1 Assembléia de Deus, 1
Adventista do Sétimo Dia, 1 Congregação Cristã do Brasil e 1 Evangélica Sara Nossa
Terra, e 4 bibliotecas.
A cidade destaca-se também pelas lojas e feiras especializadas em artesanatos,
souvenires e mercearias espalhadas pela cidade, destacando-se os trabalhos em tricô,
crochê, bordados, cestas de palhas, sabonetes, diversos doces e queijos, sendo o
doce de leite e o queijo fresco os mais apreciados.
Finalizando, Poços de Caldas é conhecida internacionalmente pelos cristais, existindo
na cidade quatro fábricas, algumas delas permitindo visitação à produção e sendo seus
donos descendentes de famílias de vidreiros artísticos que viviam na Ilha de Murano,
próximo a Veneza, na Itália.
19
3. ÁREA DE PLANEJAMENTO
3.7.ÁREA ATUALMENTE OCUPADA
A área atualmente ocupada pela sede do município de Poços de Caldas, não difere
muito da apresentada como Área de Planejamento que pode ser observada no
desenho nº 238-50-001.
Os limites da área ocupada podem ser assim definidos: ao norte a ocupação alcança
as encostas da serra por ser um limitante natural. A oeste observa-se que a ocupação
restringe-se até as imediações da fazenda Chiqueirão; a leste o limitante é o município
de Caldas que já se confunde com o de Poços de Caldas e ao sul a ocupação
encontra-se limitada aproximadamente pelo córrego Papão e a represa Saturnino de
Brito.
A área apresentada anteriormente não se encontra totalmente ocupada devido à
topografia local; a ocupação se intensifica nos locais onde a topografia tende a ser
plana e próximo às vias de acesso e fuga do município com predominância
comercial/industrial nas duas últimas.
3.8.VETORES DE EXPANSÃO
Para a definição da área de planejamento buscou-se identificar os vetores de expansão
do perímetro urbano, procurando-se evitar distorções de avaliação de crescimento e
ocupação, assim como, aproveitar ao máximo as unidades constantes do sistema
tornando-o exeqüível.
Para isso a SERECSEREC avaliou juntamente com os técnicos da Secretaria de Planejamento
da Prefeitura de Poços de Caldas (SEPLAN) e do DMAEDMAE, e de posse da Lei de
Zoneamento Vigente, visitas a campo e avaliação de estudos existentes, esses
possíveis vetores de expansão.
A partir dessas avaliações definiu-se que ao norte a serra continua a ser o limitante
natural e de difícil transpasse para resultar em vetor de expansão.
20
Essas áreas ficariam restritas à zona leste, quase com a divisa de Caldas, onde se
observa a implantação de alguns loteamentos como a Morada dos Pássaros e o
Parque dos Lagos, sendo que o primeiro encontra-se bem ocupado.
Na Estrada Cachoeirinha, a nordeste, observa-se o bairro Pontal de Santa Clara,
região também considerada como vetor de expansão, principalmente por ser uma
opção de acesso à rodovia Geraldo Martins da Costa (rodovia do Contorno), sem que
seja necessário atravessar a cidade.
À oeste se nota a implantação de alguns loteamentos próximos à represa Bortolan
como: Campo da Antas, Campo da Cachoeira, Jardim dos Manacás, Campo das
Aroeiras, dentre outros, que mesmo com pouca ou quase nenhuma ocupação, tem sua
infra-estrutura em andamento ou implantada.
A sudoeste a ocupação tende a ser mais industrial com a existência da Rhodia, CBA e
Mitsui. Nesta região onde está prevista a implantação de um distrito industrial e um
loteamento com cerca de 150 lotes conforme informações obtidas.
A zona sul encontra-se em franco adensamento dos bairros existentes e nota-se o
surgimento de novos, ocupando os vazios.
E, finalmente ao longo da rodovia Geraldo Martins da Costa (rodovia do Contorno)
previu-se uma faixa de 100 m do eixo da pista para ambos os lados visualizando uma
ocupação de cunho comercial e/ou industrial que vem se iniciando, principalmente
entre as Avenidas Wenceslau Brás e Edmundo Cardillo.
3.9.ÁREA DE PLANEJAMENTO
Considerando-se as ocupações existentes e os vetores de expansão encontrados foi
possível a determinação da área de planejamento que pode ser visualizada no
desenho nº 238-50-001, com a seguinte descrição:
Ao norte a área de planejamento fica delimitada pela encosta da serra variando entre
as cotas de 1300 e 1350, desde o Ribeirão das Antas até o limite de município co
Caldas.
21
A leste o limitante é o município de Caldas e a rodovia Geraldo Martins da Costa
(rodovia do Contorno) até a avenida Alcoa.
Desse ponto o limite, já na zona sul, desce em direção pela Chácara Flora até a Alcoa
(Divisão de Condutores) inclusive, e depois paralelamente ao córrego Avelino até a
cabeceira deste e do córrego Papão, sendo o limitante ao sul.
A partir da nascente do córrego Papão o limite desce por esse até atingir a rodovia
Geraldo Martins da Costa, abrangendo a Alcoa Alumínio do Brasil S/A., segue para
sudoeste até o Distrito Industrial, seguindo em direção a Mitsui, Rhodia e CBA voltando
novamente para a rodovia Geraldo Martins da Costa.
A oeste o limite de planejamento segue desde a Fazenda Chiqueirão até o loteamento
Alto da Boa Vista passando pelos bairros de Bortolan e Campo do Saco, até alcançar a
fábrica da Danone. Deste ponto o limite segue em direção ao Parque Véu da Noivas,
descendo até o limite da subestação de Furnas inclusive, daí segue em direção aos
bairros Campo das Antas, Maria Imaculada, Pontifícia Universidade Católica (PUC),
Jardim Novo Mundo, Bandeirantes até alcançar a avenida Edmundo Cardillo.
Algumas dessas áreas não são abastecíveis, por contribuírem para a represa Saturnino
de Brito que é manancial da cidade, e devem ser visualizadas como áreas de proteção
de mananciais. Essas localidades podem ser observadas no desenho nº 238-50-001.
22
4. ESTUDOS DEMOGRÁFICOS
Neste capítulo apresenta-se o estudo demográfico desenvolvido para o município de
Poços de Caldas, visando avaliar, exclusivamente do ponto de vista do saneamento
básico, a evolução populacional na área urbana do município, que serviu como
subsídio para a Elaboração dos Planos Diretores dos Sistemas de Abastecimento de
Água e Esgotos Sanitários, para um horizonte de planejamento de 20 anos.
A metodologia adotada para a determinação da evolução populacional consiste,
basicamente em: a partir dos dados da evolução histórica passada do município
(população recenseada nos últimos censos demográficos elaborados pela FIBGE),
elaborar projeções da população ao longo do horizonte de planejamento por meio de
regressões matemáticas representativas das diversas velocidades de crescimento,
definindo a mais provável, com base na análise da correlação dos diversos valores
obtidos com as projeções existentes e suas respectivas interações com o contexto
populacional da Região Administrativa e do Estado onde se insere.
3.10. EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA REGIONAL E LOCAL
Foram obtidos os dados de população e domicílios dos Censos de 1980, 1991 e 2000
e da Contagem de 1996, da FIBGE. Admitiu-se as considerações a seguir
apresentadas, para o número de domicílios, por representarem dados
aproximadamente equivalentes, apesar das nomenclaturas diferenciadas adotadas nos
diversos censos: para 1980 e 1991 consideraram-se os domicílios particulares
permanentes, para 1996 admitiram-se os domicílios particulares permanentes e
improvisados, mais os coletivos, e finalmente, para 2000 foram contabilizados os
domicílios recenseados particulares e coletivos, desconsiderando-se os vagos,
conforme observa-se no quadro Q4/1.
De acordo com os censos realizados pela FIBGE e apresentados no quadro Q4/1, para
o município de Poços de Caldas, a relação habitante/domicílio urbana vem caindo de
4,18 em 1980, para 3,76 em 1991, para 3,48 em 1996 e 3,20 hab/dom em 2000,
conforme tendência observada no País, fruto de maior controle da natalidade.
23
Urbana Rural Total Urbano Rural Total Urbana Rural Total
1980 81440 5532 86972 19479 1087 20566 4,181 5,089 4,229
1991 105205 4918 110123 27932 1113 29045 3,766 4,419 3,791
1996 117094 4737 121831 33591 1166 34757 3,486 4,063 3,505
2000 130764 4803 135567 40818 1212 42030 3,204 3,963 3,225
Obs.:1. Censo 1980 - considerados domicílios particulares permanentes 2. Censo 1991 - considerados domicílios particulares permanentes 3. Contagem 1996 - considerados domicílios particulares permanentes e improvisados e domicílios coletivos 4. Censo 2000 - considerados domicílios recenseados particulares e coletivos, desconsiderando-se os vagos 5. Para este quadro os valores do Censo 2000 foram obtidos da Sinopse.
RELAÇÃO (hab/dom)
QUADRO Q4/1
DADOS CENSITÁRIOS DE POÇOS DE CALDAS
ANOPOPULAÇÃO (hab) DOMICÍLIOS (un)
24
Não se pode esperar, contudo, a manutenção dessa queda acentuada da densidade
média habitacional, que já é declinante, como pode-se observar no gráfico G 4/1.
Admite-se mesmo que, somente em um horizonte bastante longo poder-se-ia atingir
uma relação igual 3,1 ou 3,0 hab/dom, ou seja, o equivalente a uma moradia por casal
com um filho (rigorosamente pouco mais de um filho).
Com este raciocínio foi montado o gráfico G4/1 onde, além dos resultados censitários,
foi estabelecido um valor mínimo de ~3,1 hab/dom, a longo prazo, como limite da
densidade habitacional de Poços de Caldas. Procurou-se representar assim, a
tendência de queda já demonstrada pelos dados censitários, bem como a redução
paulatina dessa queda até o limite considerado, em um horizonte ainda mais distante.
A partir da curva do gráfico G4/1 foi possível determinar a evolução da densidade
habitacional apresentada no quadro Q4/2.
Realizou-se a análise da evolução demográfica da região de governo onde se encontra
Poços de Caldas, considerando-se apenas os municípios constantes nos Censos de
1980, 1991 e 2000 e na Contagem de 1996, onde se obtiveram as taxas de
crescimento (tgc) apresentadas no quadro Q4/3.
A evolução populacional da região de governo teve comportamento semelhante à do
Estado, mas em índices menores, como pode ser observado nos quadros Q4/3 e Q4/4.
A década de 80 apresenta crescimento menor do que o observado no Estado, mas em
faixa próxima da média estadual. Tal tendência de crescimento volta a se reverter na
década de 90. Entretanto, tal redução, apesar de significativa, foi comum a todo o
Estado e País, motivada pela redução dos fluxos migratórios e consolidação dos
contingentes populacionais, e não por razões ligadas à região em si.
25
GRÁFICO G 4/1
EVOLUÇÃO DA DENSIDADE HABITACIONAL DE POÇOS DE CALDAS
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
1980 1991 1996 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 3000
PERÍODO
DE
NS
IDA
DE
(h
ab/d
om
)
26
ANO Relação (hab/dom)
2003 3,2039882004 3,2039842005 3,2039802006 3,2039762007 3,2039722008 3,2039682009 3,2039642010 3,2039602011 3,2039562012 3,2039522013 3,2039482014 3,2039442015 3,2039402016 3,2039362017 3,2039322018 3,2039282019 3,2039242020 3,2039202021 3,2039162022 3,2039122023 3,203908
QUADRO Q4/2
EVOLUÇÃO DA DENSIDADE HABITACIONAL DE POÇOS DE CALDAS
27
1980 TGC 1991 TGC 1996 TGC 2000
Albertina 2041 1,809 2486 1,703 2705 1,234 2841Andradas 24205 1,456 28377 0,770 29486 2,773 32895Bandeira do Sul 3328 1,915 4100 2,848 4718 0,935 4897Campestre 17288 0,080 17440 0,851 18195 3,032 20504Ibitiúra de Minas 2621 0,240 2691 1,332 2875 3,475 3296Inconfidentes 5650 0,879 6221 0,358 6333 0,556 6475Jacutinga 11694 3,752 17535 -1,664 16124 3,611 18582Monte Sião 10941 4,269 17328 1,351 18531 -0,488 18172Ouro Fino 22420 2,866 30593 -1,532 28320 0,974 29439Poços de Caldas 86972 2,169 110123 2,041 121831 2,707 135567
Região de Governo 187160 2,165 236894 1,011 249118 2,284 272668
Obs.: Não foram considerados os municípios de Botelhos, Caldas e Santa Rita de Caldas, pois ocorreram discrepâncias nos distritos existentes.
QUADRO Q4/3
EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA REGIÃO DE GOVERNO DE POÇOS DE CALDAS
MunicípioPopulação Total (hab) e Taxa Geométrica de Crescimento (%a.a.)
28
Urbana TGC Rural TGC Total TGC
1980 8.982.134 4.396.419 13.378.553 1991 11.786.893 2,501 3.956.259 -0,954 15.743.152 1,4911996 13.073.852 2,094 3.598.761 -1,876 16.672.613 1,1542000 14.651.164 2,889 3.215.238 -2,778 17.866.402 1,744
TGC91/2000 = 2,446 TGC91/2000 = -2,278 TGC91/2000 = 1,416TGC80/2000 = 2,477 TGC80/2000 = -1,552 TGC80/2000 = 1,457
QUADRO Q4/4
EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
AnoPopulação (hab) e Taxa Geométrica de Crescimento Demográfico (% a.a.)
29
É possível se observar no quadro Q4/3, que para a Contagem de 1996, algumas
regiões apresentaram populações totais menores que em 1991, determinando
crescimento negativo, apesar de não se ter verificado nenhum fator local que
justificasse esse êxodo, assim como uma queda tão brusca na tgc do período de
1991/1996 em relação ao período anterior, e uma elevação da mesma amplitude no
período seguinte (1996/2000), que ultrapassa a do período de 1980/1991. Como no
meio técnico existe um certo questionamento sobre a fidelidade dos valores censitários
obtidos na Contagem da população de 1996 para certas localidades, optou-se por
descartar, para o presente estudo, os valores referentes a 1996 como dados
balizadores para a definição da tendência de crescimento.
O município de Poços de Caldas teve evolução demográfica acompanhando o
crescimento da região de governo a que pertence, conforme quadro Q4/5, inclusive
com índices acima dos observados para a citada região.
Desprezando-se os valores da Contagem de 1996, o município apresenta tendência de
crescimento quase que constante desde 1980/1991( tgc 2,355 %a.a.) para 1991/2000
(tgc 2,446 %a.a.), enquanto para o Estado ocorre um pequeno declínio nessa
tendência (tgc 2,501 %a.a. –1980/1991 e tgc 2,446 %a.a.- 1991/2000).
3.11. PROJEÇÕES POPULACIONAIS
Inicialmente, através de regressões matemáticas, analisou-se a evolução populacional
verificada nas últimas décadas (1980-2000), para então projetar o crescimento
populacional ao longo do período de planejamento (2003-2023).
Foram realizados os cálculos das regressões matemáticas, que são apresentados no
Anexo 1 do volume de anexos, utilizando-se as equações das curvas: exponencial,
potencial, linear e logarítmica, propositadamente escolhidas por representarem
diferentes velocidades de crescimento; a exponencial reflete um crescimento
acelerado, como o que as áreas urbanas experimentaram no país, em décadas
anteriores; a potencial representa um ritmo menor, mas ainda intenso; a linear define
um crescimento moderado e a logarítmica um ritmo lento.
30
O gráfico G4/2 ilustra essas tendências, todas representativas do crescimento passado
até 2000, ano do último Censo.
31
Taxa deUrbana TGC Rural TGC Total TGC Urbanização(%)
1980 81440 5532 86972 93,641991 105205 2,355 4918 -1,064 110123 2,169 95,531996 117094 2,164 4737 -0,747 121831 2,041 96,112000 130764 2,799 4803 0,347 135567 2,707 96,46
TGC 91/2000 = 2,446 TGC 91/2000 = -0,263 TGC 91/2000 = 2,337
TGC 80/2000 = 2,396 TGC 80/2000 = -0,704 TGC 80/2000 = 2,244
QUADRO Q4/5
EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DE POÇOS DE CALDAS
AnoPopulação (hab) e Taxas Geométricas de Crescimento (% a.a.)
32
G4/2EVOLUÇÃO POPULACIONAL
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
220.000
240.000
1983 1988 1993 1998 2003 2008 2013 2018 2023
PERIODO DE PLANEJAMENTO
PO
PU
LA
ÇÃ
O (
ha
b)
Logarítmica
PotencialLinear
Exponencial
Faixa de Probabilidade
136.550 hab
195.300 hab
176.700 hab
33
34
De posse dos resultados das diversas regressões, a determinação da alternativa que,
representando diversas tendências passadas, ainda se pode considerar representante
da tendência atual de crescimento populacional do município, vem a partir da
comparação com a população estimada em 2003.
Para tanto, foram considerados os dados de sub-economias residenciais obtidas junto
ao DMAEDMAE, para o ano de 2003, uma vez que o atendimento pode ser considerado em
100% da área urbana. Esse número de sub-economias representa, então, o total de
domicílios hoje existentes na área urbana.
Na relação habitante/domicílio anteriormente comentada, adotou-se o critério de
considerar o número de domicílios exceto os vagos; assim, deveria ser adotado um
redutor para o número de sub-economias do DMAEDMAE uma vez que este contabiliza
também as economias vagas (ligações ativas porém não ocupadas). Para avaliar esse
redutor, observou-se que no Censo de 2000 o percentual de domicílios vagos em
relação ao total recenseado, girou em torno de 10%, assumindo-se, no caso do número
de sub-economias contabilizado pelo DMAEDMAE , um redutor de apenas 5%, por
segurança.
Com isso avaliou-se que o número de sub-economias residenciais ativas, relativas a
2003, seria o obtido junto ao DMAEDMAE, reduzido em 5%, o que conduziu ao seguinte
resultado :
Nº econ. resid. 2003 = 44.862 – 5% (44862) = 42.619 sub-economias residenciais
Com o nº de economias residenciais e a relação habitante-domicílio do ano de 2003,
obtida no quadro Q4/2 apresentado anteriormente, chega-se à provável ordem de
grandeza da população de 2003:
Pop.urb 2003 = 42.619 econ x 3,204 hab/econ = 136.550 habitantes
Pelas regressões matemáticas a curva que mais se aproxima do atual valor de
população de 2003 (136.550 hab), é a linear (136.900 hab), sendo por isso
considerada a que ainda representa a tendência de crescimento atualizada de Poços
de Caldas. Prolongando-se a regressão, estendendo-a agora como projeção para o
horizonte de 2023 e supondo mantidas para o futuro as mesmas tendências verificadas
35
até 2003, a população resultaria em torno de 186.000 habitantes. Ou seja, poderiam
ser considerados representativos dessa tendência valores pouco acima ou abaixo do
valor obtido, definindo-se então uma faixa de probabilidade de 176.000 a 195.000
habitantes, aproximadamente, como indicativa dessa tendência, como se observa no
gráfico G4/2.
Não existem, pelas análises e observações efetuadas, e em entrevistas de qualidade
realizadas com o apoio da Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de
Poços de Caldas, razões com fundamento suficiente para se suspeitar de um
comportamento futuro muito discrepante do observado no passado recente, para a
evolução populacional de Poços de Caldas.
Pode-se admitir que sua condição de polo regional deverá ser mantida e talvez um
pouco magnificada, a sempre crescente dinâmica própria já adquirida, em comparação
com os municípios vizinhos, e que no cômputo do Estado de Minas Gerais poderá
apresentar crescimento inferior, não por razões relacionadas com sua velocidade de
desenvolvimento, mas com a do restante do Estado, notadamente a Região
Metropolitana de Belo Horizonte e o Triângulo Mineiro, com desenvolvimento mais
acentuado, embora também com tendência declinante, trazendo consigo um
crescimento maior do Estado como um todo em relação a Poços de Caldas.
Para traduzir em números essa sensibilidade, e conseqüente determinação da projeção
populacional de Poços de Caldas, analisou-se a evolução da participação de Poços no
Estado de Minas Gerais e na Região de Governo a que pertence.
Para isso tornou-se necessário definir a projeção da população urbana dos Estados e
da Região de Governo.
Para se estimar, grosso modo, um crescimento coerente para o Estado de Minas
Gerais, observou-se o ritmo de crescimento das tgcs ocorrido entre 1980/1991(tgc
2,501 % a.a.) e 1991/2000 (tgc 2,446 % a.a.), que resultou em – 0,11 % a.a., indicando
que na década de 90 houve um crescimento contido em função da redução dos fluxos
migratórios e consolidação dos contingentes populacionais, como citado anteriormente,
característica comum a todo o país.
36
Extrapolando-se esse ritmo de crescimento de 2000 a 2025, alcança-se uma tgc média
da ordem de 2,38 % a.a., com resultados populacionais que podem ser vistos no
quadro Q4/6.
37
QUADRO Q4/6
Participação da População de Poços de Caldas em Função das Taxas de Crescimento - Minas Gerais
Poços de Caldas Estado - MG Região ParticipaçãoPopulação TGC População TGC População TGC Poços de Caldas
(hab) (% aa) (hab) (% aa) (hab) (% aa) Estado Região
TGC Poços de Caldas = 2,446 %aa1980 81440 8982134 187160 0,91 43,51991 105205 11786893 236894 0,89 44,41996 117094 13073852 249118 0,90 47,02000 130764 14651164 2,48 272668 1,90 0,89 48,02003 136550 2,27 15721891 2,38 281414 1,06 0,87 48,52008 154087 2,45 17683132 2,38 296620 1,06 0,87 51,92013 173877 2,45 19889030 2,38 312646 1,06 0,87 55,62018 196208 2,45 22370105 2,38 329539 1,06 0,88 59,52023 221407 2,45 25160684 2,38 347344 1,06 0,88 63,7
TGC Poços de Caldas = 1,058 %aa1980 81440 8982134 187160 0,91 43,51991 105205 11786893 236894 0,89 44,41996 117094 13073852 249118 0,90 47,02000 130764 14651164 2,48 272668 1,90 0,89 48,02003 136550 2,27 15721891 2,38 281414 1,06 0,87 48,52008 143928 1,06 17683132 2,38 296620 1,06 0,81 48,52013 151708 1,06 19889030 2,38 312646 1,06 0,76 48,52018 159905 1,06 22370105 2,38 329539 1,06 0,71 48,52023 168544 1,06 25160684 2,38 347344 1,06 0,67 48,5
TGC Poços de Caldas = 1,600 %aa1980 81440 8982134 187160 0,91 43,51991 105205 11786893 236894 0,89 44,41996 117094 13073852 249118 0,90 47,02000 130764 14651164 2,48 272668 1,90 0,89 48,02003 136550 2,27 15721891 2,38 281414 1,06 0,87 48,52008 147829 1,60 17683132 2,38 296620 1,06 0,84 49,82013 160040 1,60 19889030 2,38 312646 1,06 0,80 51,22018 173260 1,60 22370105 2,38 329539 1,06 0,77 52,62023 187571 1,60 25160684 2,38 347344 1,06 0,75 54,0
Ano
38
Para a avaliação, também grosseira, do crescimento da Região de Governo a que
pertence Poços de Caldas, utilizou-se a mesma metodologia anterior, onde o ritmo de
crescimento observado entre as tgcs de 1980/1991 (2,165 % a.a.) e 1991/2000 (1,575
% a.a.), foi de –1,578 % a.a., um pouco mais acentuado do que o declínio do ritmo
observado para o Estado de Minas Gerais; extrapolando-se esse ritmo para o período
de 2000/2025 alcança-se valor de tgc média de 1,06 % a.a., admitido para o presente
estudo. Os resultados populacionais devidos à utilização desse valor notam-se no
quadro Q4/6.
O crescimento previsto para a população urbana no Estado de São Paulo, foi obtido em
estudos realizados pelas Fundações SEADE e IBGE, por volta de 1996, constantes do
trabalho realizado pela SERECSEREC para UGP-PCJ, intitulado “Avaliação da Capacidade de
Endividamento e Alocação de Recursos Próprios dos Municípios das Bacias
Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – Relatório Final” (para utilização
no presente estudo as populações referentes a 1996 e 2000 foram corrigidas tendo por
base os resultados censitários mais recentes). A tgc média estaria em torno de 1,28 %
a.a., como se vê no quadro Q4/7.
Em seqüência analisaram-se as projeções para o município de Poços de Caldas,
considerando-se as tgcs de 2,446 % a.a. (taxa verificada no município na última
década), 1,06 % a.a. (crescimento adotado para a região) e 1,60 % a.a. (valor
intermediário).
Com as projeções para o Estado, Região e Cidade, nos anos de interesse, foi possível
determinar a participação de Poços de Caldas na Região e no Estado. Analisando-se
primeiramente as relações com o Estado de Minas Gerais, pode-se observar que para
a tgc de 2,446 % a.a., tendência que vem ocorrendo na última década, a participação
de Poços permaneceria praticamente constante no horizonte de projeto, variando de
0,87% em 2003 a 0,88% em 2023, enquanto que para a região aumentaria de
aproximadamente 48% em 2003 para cerca de 64% em 2023, o que parece
exagerado, pois a participação de Poços de Caldas no Estado de Minas Gerais tende a
diminuir, dado o peso do crescimento das regiões metropolitanas e centros industriais
mais desenvolvidos, como comentado; já para a região, Poços de Caldas é a cidade
mais importante, mas os valores encontrados são muito superiores aos esperados.
39
Além disso, a população obtida para o horizonte de projeto ultrapassaria muito os
patamares esperados para fim de plano (221.407 hab, muito maior que 195.000 hab,
limite máximo da faixa de probabilidade considerada, na ausência de indicadores de
ritmo de crescimento diferente do passado recente).
40
QUADRO Q4/7
Poços de Caldas Estado - SP ParticipaçãoPopulação TGC População TGC Poços de Caldas
(hab) (% aa) (hab) (% aa) Estado - SP
TGC Poços de Caldas = 2,446 %aa1980 81440 22118840 0,371991 105205 29314861 0,361996 117094 31769219 0,372000 130764 34529142 2,25 0,382003 136550 2,27 36796308 1,28 0,372008 154087 2,45 39212336 1,28 0,392013 173877 2,45 41786998 1,28 0,422018 196208 2,45 44530712 1,28 0,442023 221407 2,45 47454576 1,28 0,47
TGC Poços de Caldas = 1,058 %aa1980 81440 22118840 0,371991 105205 29314861 0,361996 117094 31769219 0,372000 130764 34529142 2,25 0,382003 136550 2,27 36796308 1,28 0,372008 143928 1,06 39212336 1,28 0,372013 151708 1,06 41786998 1,28 0,362018 159905 1,06 44530712 1,28 0,362023 168544 1,06 47454576 1,28 0,36
TGC Poços de Caldas = 1,600 %aa1980 81440 22118840 0,371991 105205 29314861 0,361996 117094 31769219 0,372000 130764 34529142 2,25 0,382003 136550 2,27 36796308 1,28 0,372008 147829 1,60 39212336 1,28 0,382013 160040 1,60 41786998 1,28 0,382018 173260 1,60 44530712 1,28 0,392023 187571 1,60 47454576 1,28 0,40
Ano
Participação da População de Poços de Caldas em Função das Taxas de Crescimento - São Paulo
41
Declinou-se também da utilização da tgc de 1,058 % a.a., verificado no crescimento da
região, pois com esse valor a participação da cidade no Estado cairia vertiginosamente
a patamares próximos de 0,6 % (0,87 % em 2003 para 0,67 % em 2023), o que
refletiria ou uma estagnação de Poços, ou um crescimento exageradamente elevado
do restante do Estado, ignorando-se não só o turismo na cidade, como também a maior
procura para fixação de moradia pela vocação de polo regional exercida, que seria
refletida na participação de Poços na Região, que se manteria em torno de 48,5 %
desde 2003 até 2023.
Optou-se então pela tgc de 1,60 % a.a., intermediária, buscando menores disparidades
com as expectativas que hoje podem ser colocadas, levando a um pequeno declínio na
participação da cidade no Estado, com valores que variam de 0,87 % em 2003 para
0,75 % em 2023, mas mantendo sua importância na região como vem ocorrendo há
décadas, com 48,5 % para 2003 até 54 % em 2023.
Dada a intensa relação da cidade com o Estado de São Paulo, não somente por sua
localização geográfica, mas pelo intercâmbio cultural e turístico com São Paulo e
cidades do Interior Paulista, analisou-se igualmente a participação de Poços de Caldas
em relação a esses universos.
Assim é que, utilizando-se a tgc de 2,446 % a.a., a participação cresceria muito,
acusando valores de 0,37 % em 2003 para 0,47 % em 2023.
Admitindo-se por outro lado a tgc 1,058 % a.a., a participação da cidade no Estado de
São Paulo, cairia de 0,37 % em 2003 para 0,36 % em 2023, o que não espelha a
realidade, visto que Poços de Caldas vem crescendo e aumentando sua importância
com relação a São Paulo.
E finalmente, para a tgc de 1,60 % a.a., a participação de Poços de Caldas no Estado
de São Paulo cresceria, como esperado, mas a valores menos intensos que para a tgc
de 2,446% a.a. O crescimento observado, de 0,37 % em 2003 para 0,40 % em 2023,
pode ser considerado de acordo com as expectativas, principalmente levando-se em
conta a esperada redução do ritmo de crescimento de São Paulo.
42
Convém registrar que esses números já espelham a diminuição do ritmo de
crescimento de todos os grupos considerados: o Estado de Minas Gerais, que foi de
2,501% a.a., entre 1980-1991, e de 2,446 % a.a., entre 1991-2000, cairia para a média
de 2,38 % a.a., entre 2000-2023; o da Região, nos mesmos períodos, de 2,165 % a.a.,
para 1,575 % a.a. e para 1,06 % a.a..
A taxa adotada para Poços de Caldas de 1,60 % a.a., também refletiria essa queda na
velocidade de crescimento, que passaria dos 2,396 % a.a. entre 1980-2000, para os
1,60 % a.a. considerados.
Taxas inferiores ao valor considerado conduziriam a projeções muito restritivas,
podendo resultar em sérias dificuldades futuras, se adotadas, para a ampliação dos
sistemas de abastecimento de água e de esgotos sanitários em pauta.
Taxas superiores levariam a valores muito distantes das expectativas, podendo
representar investimentos muito onerosos para a população atual, que poderiam se
tornar desperdício em caso de ocorrência de crescimento inferior.
O quadro Q4/8 mostra os valores da população projetada ano a ano, e para os anos-
marco deste planejamento. A médio prazo (ano 2013) espera-se uma população
urbana do município, de cerca de 160.000 habitantes, enquanto que a longo prazo (ano
2023), aproximadamente 188.000 habitantes.
A partir do quadro Q4/8 e da evolução da densidade habitacional, representada pelo
quadro Q4/2, determinou-se a projeção do número de economias no horizonte de
planejamento, que pode ser observada no quadro Q4/9.
43
QUADRO Q4/8
POÇOS DE CALDAS - ÁREA URBANA
Projeção Populacional Adotada
Ano População (hab)
2000 1307642001 1326652002 1345932003 1365502004 1387352005 1409552006 1432102007 1455012008 1478292009 1501942010 1525982011 1550392012 1575202013 1600402014 1626012015 1652022016 1678462017 1705312018 1732602019 1760322020 1788482021 1817102022 1846172023 187571
44
Ano Nº de Economias (un)
2000 408182001 414062002 420082003 426192004 433012005 439942006 446982007 454132008 461392009 468782010 476282011 483902012 491642013 499512014 507502015 515622016 523872017 532262018 540772019 549432020 558222021 567152022 576222023 58544
QUADRO Q4/9
POÇOS DE CALDAS
Número de Economias - Área Urbana
45
3.12. ZONEAMENTO URBANO
Para definição do zoneamento urbano, que é o balizador para a definição das
demandas de água e esgotos foram avaliadas informações de diferentes fontes. A
primeira foi o banco de dados de consumo do DMAEDMAE, a segunda a Lei de Uso e
Ocupação do Solo obtida juntamente com a SEPLAN (Secretaria de Planejamento) e
setores censitários de 2000, obtidos com a FIBGE.
Os setores censitários possibilitaram a determinação das relações de economias
domiciliares/hectare existentes na área de planejamento para 2000, a partir dos dados
e das áreas recenseadas e que podem ser observados no Anexo 2 do volume de
Anexos.
Para a utilização do banco de dados do DMAEDMAE tanto para a determinação das
densidades demográficas atuais e futuras, como a utilização pelo Sistema Integrado de
Planejamento, Projeto e Controle - SIPPC, foi necessário acerto do banco de dados de
consumo do DMAEDMAE com as quadras e setores da Prefeitura Municipal. Com o arquivo
das rotas de leitura cedidos pelo DMAEDMAE a SERECSEREC executou croquis dessas rotas, que
foram distribuídos aos leituristas juntamente com uma tabela contendo a rota, o código
da ligação, nome da rua e número do imóvel já preenchidos, sendo que os números de
setor e quadra da Prefeitura foram complementados pelos leituristas.
Esses croquis e as tabelas preenchidas podem ser observados no Anexo 3 do volume
de Anexos.
Com o banco de dados do DMAE DMAE interagido com as quadras e setores da Prefeitura
Municipal, foi possível, com o auxílio do SIPPC, a determinação da relação economia
domiciliar/hectare existente para o ano de 2002 (data do banco utilizado), e as
possíveis densidades de saturação.
Em visita à Secretaria de Planejamento Municipal foi possível obter a Lei de Uso e
Ocupação do Solo Vigente (Lei nº 4161) com vários incisos que vão desde 1988 a
2002, e que orientaram juntamente com os dados anteriores, a definição do
zoneamento proposto. Também nesta visita tomou-se conhecimento de que a
46
Prefeitura possui a intenção de gerar um novo Plano Diretor do Município, que
possivelmente provocaria alterações em algumas das zonas existentes.
A lei de Zoneamento existente resume-se em:
Zona Habitacional (Z);
Zona Central (ZC);
Zona do Setor Estrutural (ZSE);
Zona Especial (ZE);
Zona Industrial (ZI).
Sendo que a zona habitacional caracteriza-se pelo uso residencial, com escala variável
de comércio e serviços, de acordo com cada zona dividindo-se desde Zona 1 a 6, que
vão de uso estritamente residencial até misto com comercialização de produtos
agropecuários e hortifrutigranjeiros, respectivamente.
A ZC abrange a área central da cidade, mais especificamente o quadrilátero
compreendido basicamente entre as ruas: Pernambuco, Correa Neto, 15 de Novembro
e Minas Gerais, com uso comercial varejista e de serviços de atendimento imediato e
freqüente à população (farmácias, padarias, supermercados, ensino, dentre outros);
instituições de crédito; serviços de alojamento, alimentação, reparação, conservação,
diversão, médicos, odontológicos, etc..
As ZSE são áreas localizadas ao longo dos eixos viários principais, onde são
permitidos todos os usos com atendimento de nível urbano e regional, exceto indústrias
de grande porte ou poluente de qualquer porte.
As zonas especiais se dividem em: zona de proteção e preservação (ZE-1), tratando-se
de matas, fundos de vales, mananciais e proteção paisagística; zona de uso
institucional (ZE-2) como: cemitério, aeroporto, autarquias, parques, conjuntos
poliesportivos e subestações; zona de projetos especiais (ZE-3) como sistemas viários,
eixos ferroviários e áreas para programas de habitação; e zonas de atividades
turísticas (ZE-4).
47
As zonas industriais, como o próprio nome diz, são áreas destinadas ao uso industrial,
em especial de grande e médio porte ou que apresentem incômodos para outras
funções urbanas.
A divisão desses limites pode ser observada no desenho nº 238-50-002.
A partir das densidades (ec/ha) obtidas do censo de 2000, banco de dados de 2002 do
DMAEDMAE, da avaliação da Lei de Uso e Ocupação do Solo e visitas locais, foi possível a
determinação do zoneamento urbano a ser adotado e descrito na seqüência.
Foram determinadas 10 zonas demográficas, sendo que 4 delas se subdividem em
duas, e podem ser observadas no desenho nº 238-50-003, assim descritas:
- Zonas Homogêneas ZH-1 a ZH-4 são zonas residenciais diferenciadas pelas
densidades demográficas maiores ou menores, e suas tendências, e pelos tipos de
ocupação. Estendem-se por toda a área de projeto. Correspondem às zonas Z1 a
Z6 da Lei de Uso e Ocupação do Solo;
- Zona Homogênea ZH-5 - zonas predominantemente comerciais que correspondem
às zonas central e dos setores estruturais da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
Localizam-se basicamente ao longo da avenida João Pinheiro e rodovia Geraldo
Martins da Costa (rodovia do Contorno) e a região central da cidade. Possuem uma
pequena densidade que apresenta-se relativamente constante de 2000 a 2002;
- Zona Especial ZE – tratam-se de parte das zonas especiais definida pela Lei de Uso
e Ocupação do Solo, correspondentes às zonas: turísticas, de proteção
paisagística, cemitérios, entidades de ensino, parque, fundos de vale, aeroporto,
dentre outras. Onde se encontra conforme censo e banco de dados uma densidade
muito pequena;
- Zona Especial – Asilo – Tratam-se segundo informações do censo de 2000 de
asilos que podem, se diluídos em uma área comum, provocar resultados distorcidos
da realidade presente e futura, portanto foram considerados isoladamente;
- Zona Industrial – Definiu-se como zona industrial àquelas onde se detectaram
existências de fábricas e/ou indústrias, ou ainda, as apresentadas na Lei de Uso e
Ocupação do Solo;
- Zona de Proteção Ambiental são aquelas definidas na Lei de Uso e Ocupação do
48
Solo referente à proteção de mananciais e matas, onde no presente caso tratam-se
das represas Bortolan e Saturnino de Brito, e uma região na encosta da serra,
próxima aos bairros de Santa Rosália e Jardim dos Estados, e
- Zona de Expansão - que são os vetores de expansão ou aquelas regiões que
apresentam densidades muito baixa, quase inexistentes, mas tendem a futura
ocupação.
- Distrito Industrial – na região sudoeste localiza-se o distrito industrial onde
encontram-se duas áreas na rodovia Geraldo Martins Costa, ainda não ocupadas,
disponíveis para a implantação do citado distrito e, frente a ela, um loteamento de
cerca de 175 lotes. O que se encontra em operação são três industrias: Rhodia
Ster, Fertilizantes Mitsui e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que possuem
sistemas particulares. Este distrito deverá ser tratado como um sistema isolado para
atendimento futuro, pois a demanda de um distrito industrial depende
fundamentalmente do tipo de indústrias a serem instaladas e sua localização dista
muito da malha urbana. Desse modo deverá ser estudado na época de sua
implantação a integração ao sistema.
As zonas ZH-2, ZH-3, ZH-4 e ZHE foram divididas em duas, a primeira definida na
região norte da cidade e a outra na região sul, isso devido às densidades encontradas
para 2000 e 2002, que se unificadas sub-dimensionariam o sistema da zona norte e
super-dimensionariam o da zona sul.
A saturação para definição das densidades futuras foi determinada com o auxílio do
SIPPC, onde através da ferramenta que permite sucessivas análises de densidades,
podem-se estabelecer valores de saturação que espelham a situação futura,
excluindo-se valores absurdos, dado o crescimento atual.
Assim definiram-se os seguintes valores de saturação:
- A ZH1 apresenta densidades relativamente baixas com relação ao restante da área
de planejamento, tratam-se de regiões com densidade rarefeita e que, no horizonte
de 20 anos terão crescimento moderado;
- As ZH2 e ZH2-ZS são localidades predominantemente residenciais, de padrão
médio a médio baixo, que apresentaram crescimento moderado e continuarão com
esse ritmo até o horizonte de planejamento;
49
- As ZH3 e ZH3-ZS são regiões mais densamente povoadas, predominantemente
residenciais, com a presença de algum estabelecimento de serviços, possuem
padrão médio a médio baixo. As densidades encontradas para a zona norte
encontram-se próximas da saturação, já na zona sul, próximo ao Jardim do
Contorno observa-se à possibilidade de um adensamento maior do que o
observado para a zona norte, mas tendendo ao mesmo, portanto a densidade
estabelecida para a saturação de ambas as zonas é igual;
- As ZH4 e ZH4-ZS são muito semelhantes às ZH3 e ZH3-ZS com a diferença de
estarem mais adensadas, tendendo a uma densidade de saturação pouco maior
que o observado para as zonas anteriores. Observa-se que o tipo de ocupação na
zona norte e sul é muito semelhante, aliás característica predominante em Poços de
Caldas, com raras exceções como a região do Jardim dos Estados, a área central
da cidade, e alguns novos loteamentos que apresentam lotes com grandes áreas;
- A ZH5 apresenta uma densidade tímida, apesar de tratar-se de zona de cunho
comercial, mas a exemplo do centro e nas ruas adjacentes ao longo da avenida
João Pinheiro é possível observar ocupação domiciliar. Acredita-se que nas faixas
que compreendem a rodovia Geraldo Martins Costa, apesar de prever-se uso
comercial será inevitável alguma ocupação residencial vinculada ao comércio que
porventura possa ocorrer, devido a isso previu-se uma saturação muito próxima do
valor existente;
- Como a ZHE e ZHE-ZS tratam-se de zonas de equipamentos de utilidade e/ou
serviços públicos, optou-se por manter a densidade existente como saturação,
admitindo que o que ocorre hoje permanecerá até o horizonte de planejamento;
como para a zona sul não foi observada ocupação, por se tratar do aeroporto,
cemitério e UNIFENAS, não haverá saturação para a mesma;
- A ZHE-Asilo terá na saturação o mesmo valor encontrado atualmente, supondo que
a capacidade existente não será ampliada;
De posse das densidades obtidas de 2000 e 2002 e as propostas para saturação para
cada zona homogênea, foi possível a determinação, a partir da curva logística, das
densidades por zonas homogêneas nos diferentes anos de interesse do planejamento,
assim como, o número de economias domiciliares nos mesmos anos, conforme pode-
se observar no quadro Q 4/10.
50
DENSIDADE
2000 2002 SATURAÇÃO
(m) (b)
ZH1 513,725 7,660 7,666 11 0,43603 -0,001225947 7,669 7,683 7,697 7,711 7,725 3940 3947 3954 3961 3969
ZH2 360,691 12,783 13,307 15 0,15782 -0,170478005 13,520 14,226 14,550 14,692 14,754 4877 5131 5248 5299 5322
ZH2-ZS 137,875 9,840 9,845 12 0,19919 -0,001414664 9,847 9,858 9,870 9,881 9,893 1358 1359 1361 1362 1364
ZH3 653,685 21,321 22,339 25 0,17255 -0,185289521 22,749 24,057 24,618 24,847 24,939 14870 15726 16092 16242 16302
ZH3-ZS 43,294 15,700 15,763 25 0,59236 -0,005388957 15,794 15,950 16,105 16,259 16,412 684 691 697 704 711
ZH4 428,254 18,500 22,250 27 0,45948 -0,383269708 23,570 26,434 26,915 26,987 26,998 10094 11320 11527 11558 11562
ZH4-ZS 184,826 20,168 22,652 27 0,33877 -0,284072199 23,592 26,089 26,774 26,945 26,987 4360 4822 4949 4980 4988
ZH5 692,156 2,457 2,475 3 0,098989 -0,042622 2,484 2,522 2,555 2,581 2,603 1719 1746 1768 1787 1802
ZHE 285,760 0,602 1,203 2 2,32 -0,62684668 1,477 1,970 1,999 2,000 2,000 422 563 571 572 572
ZHE-ZS 209,981 0,000 0,000 - - - - - - - - - - - - -
ZHEASILO 1,565 96,475 96,476 100 0,03653 -8,28398E-05 96,476 96,478 96,479 96,481 96,482 151 151 151 151 151
ZHI 353,368 0,000 0,000 - - - - - - - - - - - - -
ZHProteção 134,603 0,000 0,000 - - - - - - - - - - - - -
DI 680,451 0,000 0,000 - - - - - - - - - - - - -
ZHEXP 1952,279 0,232 - - - - 0,074 0,350 1,861 3,822 6,046 144 684 3633 7461 11803
2008 2013 2018 20232013 2018 2023 2003(ec/ha)D = S/(1+ m*(e^bt))
2003 2008HOMOGÊNEAS (ha) (ec/ha) (ec/ha)
QUADRO 4/10
DENSIDADES DEMOGRÁFICAS DE POÇOS DE CALDAS
ZONAS ÁREADENSIDADES PARÂMETROS DENSIDADES PROJETADAS
Nº DE ECONOMIASCURVA LOGÍSTICA (ec/ha)
51
5. SISTEMA EXISTENTE DE ESGOTO
3.13. INTRODUÇÃO
No presente capítulo é abordado o sistema existente de esgotos sanitários de Poços de
Caldas. Nesta abordagem foi considerado como existente, diversos projetos em
andamento ou em obras existentes no DMAEDMAE.
O sistema existente de esgotos sanitários, em função da área de planejamento definida
anteriormente, da sua configuração e da topografia da região, pode ser agrupado, para
efeito de descrição e planejamento, em 5 bacias de esgotamento, mostradas no
desenho nº 238-50-004, a seguir relacionadas:
- Bacia 1: drenada basicamente pelos ribeirões da Serra, Ponte Alta e Caldas,
engloba a maior parcela do sistema existente, o centro da cidade e as regiões mais
densamente povoadas do município;
- Bacia 2: situada a oeste do centro da cidade, engloba uma pequena parcela do
sistema existente, situada em bairros localizados as margens do trecho final da
represa Bortolan e sua descarga, o ribeirão Antas;
- Bacia 3: situada ao sul do centro da cidade, engloba uma grande região do sistema
situada no entorno do aeroporto municipal, drenada basicamente pelo córrego
Várzea de Caldas;
- Bacia 4: trata-se de uma pequena região formada basicamente pelos bairros de
Maria Imaculada e Campo das Antas, que é drenada por pequenos córregos
afluentes a margem direita do ribeirão Antas pouco a montante da represa Bortolan;
- Bacia do Distrito Industrial (Bacia DI): situada a sudoeste do centro municipal, é
drenada por diversos córregos afluentes a represa Bortolan engloba uma região
onde atualmente situam-se as industriais Rhodia, CBA e Mitsui, o distrito industrial
municipal em implantação e um loteamento residencial em projeto anexo ao distrito.
O sistema existente, esquematizado no desenho nº 238-50-005, é formado por um
extenso sistema de coleta e afastamento, formado por redes coletoras, coletores-
52
tronco, interceptores e elevatórias, que coletam e afastam os esgotos das edificações
situados nas diversas bacias de forma razoável.
Este sistema, em dezembro de 2002, segundo o DMAEDMAE atendia 48843 economias,
sendo 44181 residenciais, 4283 comerciais, 307 públicas e 72 de origem industrial.
Segundo cadastro composto pelo SERECSEREC, a partir de informações coletadas no DMAEDMAE
até dezembro de 2003, o sistema de coleta e afastamento possuía uma extensão da
ordem de 466 km, com diâmetros variando entre 150 e 1.000 mm, 5 elevatórias em
operação e 6 em projeto ou em construção.
O sistema de tratamento é bastante precário e é formado por duas pequenas ETEs,
uma existente que atende a Bacia 3, e outra em construção, de caráter experimental,
que atenderá a Bacia 2 e a indústria Rhodia situada na Bacia DI.
A seguir o sistema é descrito da forma sucinta, dentro da divisão de bacias exposta
anteriormente.
3.14. BACIA 1
Os esgotos da bacia 1 são conduzidos basicamente por gravidade, através de redes
coletoras e coletores-tronco para dois grandes interceptores que drenam a bacia,
denominados de Interceptor da Serra e Interceptor Ponte Alta.
O interceptor da Serra tem início no extremo leste da Bacia 1, próximo ao Loteamento
Campos Elíseos, se desenvolve ao longo do ribeirão da Serra e da margem direita do
ribeirão de Poços, até as proximidades do estádio municipal Dr. Ronaldo Junqueira.
Nesta localidade cruza o ribeirão de Poços, recebe o Interceptor Ponte Alta, e se
desenvolve ao longo da margem esquerda do ribeirão de Poços, até sua descarga no
ribeirão das Antas.
O Interceptor Ponte Alta inicia-se nas proximidades do Jardim Quisisana e Jardim Del
Rey, se desenvolve ao longo do ribeirão de Caldas e da margem esquerda do ribeirão
de Poços interligando-se com o Interceptor da Serra,em seu final.
53
Pequenas áreas situadas a leste da Bacia 1 e na margem esquerda do ribeirão das
Serras são esgotadas através de 2 elevatórias, que recalcam os esgotos para o
Interceptor da Serra, a seguir relacionadas:
- EEE-1 (Alvorada): possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo submersível, cada um
com vazão de 12,25 l/s, altura manométrica de 10,60 m, potência de 5 cv, e uma
linha de recalque com extensão de 164 m e 100 mm de diâmetro;
- EEE-2 (José Carlos): possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo submersível , cada
um com vazão de 6 l/s, altura manométrica de 17 m, potência de 5 cv, e uma linha
de recalque com extensão de 150 m e 100 mm de diâmetro;
O principal problema do sistema de esgotos desta bacia é a inexistência de uma
estação de tratamento. Os esgotos são lançados “in natura” no ribeirão das Antas, a
montante da Cascata das Antas, pólo turístico municipal, degradado pela poluição
provocada pelo lançamento.
3.15. BACIA 2
Os esgotos da bacia 2 estão sendo atualmente equacionados pelo DMAEDMAE através da
construção de uma estação de tratamento localizada na margem esquerda do ribeirão
Antas, ao lado da indústria Danone.
Para esta estação serão conduzidos os esgotos da bacia 2 e da indústria Rhodia,
situada na bacia Distrito Industrial, que está financiando a construção da estação de
tratamento.
Em sua configuração final, o sistema de coleta e afastamento de esgotos será formado
por redes coletoras, coletores tronco e 4 elevatórias, a seguir relacionadas (Vide
desenho 238-50-005):
- EEE-1 Cachoeira (em projeto): possuirá 1 + 1 conjunto motor-bomba do tipo
submersível, cada um com vazão de 17,15 l/s, altura manométrica de 21,2 m, potência
de 5 cv, e uma linha de recalque com extensão de 522 m e 150 mm de diâmetro;
- EEE-2 Cachoeira (em projeto): possuirá 1 + 1 conjunto motor-bomba do tipo
submersível, cada um com vazão de 12,4 l/s, altura manométrica de 40,6 m, potência
54
de 5 cv, e uma linha de recalque com extensão de 341 m e 100 mm de diâmetro;
- EEE-3 Cachoeira (em projeto): possuirá 1 + 1 conjunto motor-bomba do tipo
submersível, cada um com vazão de 7,82 l/s, altura manométrica de 24 m, potência de
1 cv, e uma linha de recalque com extensão de 317 m e 75 mm de diâmetro;
- EEE-1 Bortolan (em construção): possuirá 1 + 1 conjunto motor-bomba do tipo auto
escorvante, cada um com vazão de 12,25 l/s, altura manométrica de 10,60 m, potência
de 5 cv, e uma linha de recalque com extensão de 1440 m e 150 mm de diâmetro;
A ETE está sendo construída pela CODISTIL/DEDINI, com um processo bastante
inovador, ainda não implantado em outras localidades, razão pela qual o DMAEDMAE
considera o empreendimento como uma ETE piloto, cujos resultados futuros indicarão
a viabilidade, ou não, da incorporação definitiva da instalação ao sistema.
Esta ETE possui os seguintes parâmetros básicos de dimensionamento:
- Vazão média: 80 m3/h (22,22 l/s)
- Vazão máxima: 110 m3/h (30,55 l/s)
- Concentração de DBO5: 280 mg/l
- Concentração de SS: 200 mg/l
- Concentração de nitrogênio (NTK): 25 mg/l
- Concentração de fósforo: 6 mg/l
- pH: 6,5 a 7,0
- temperatura: 18 a 30o C
A estação que está sendo construída e formada por: 1 peneira rotativa; duas caixas de
areia; 1 elevatória de esgoto; 1 reator UBOX e 1 queimador de biogás.
O reator UBOX é formado basicamente por um reator UASB sob um sistema de lodos
ativados. A eficiência esperada para a remoção de DBO é de 90% (efluente com DBO
de 28 mg/l). A produção de lodos é estimada em 4,2 m3/dia, com concentração de
sólidos de 4%. Não foram previstas unidades para a desidratação dos lodos.
55
3.16. BACIA 3
Os esgotos da Bacia 3 são conduzidos por redes coletoras e coletores tronco para uma
elevatória, denominada EEE-7, que recalca os esgotos para uma ETE. Existe ainda na
bacia uma pequena elevatória, a EEE SESI-CAIC, que recalca os esgotos de uma
pequena parcela da bacia para coletor tronco afluente a EEE-7.
As características principais das elevatórias existentes são as seguintes:
- EEE-7 Aeroporto: possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo submersível, cada um
com vazão de 35 l/s, altura manométrica de 12 m, potência de 10 cv, e uma linha de
recalque com extensão de 555 m e 300 mm de diâmetro;
- EEE-2 Sesi-Caic: possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo auto escorvante , cada
um com vazão de 4 l/s, altura manométrica de 6 m, potência de 5 cv, e uma linha de
recalque com extensão de 76 m e 100 mm de diâmetro;
A ETE está situada em uma quadra de um loteamento situada entre o aeroporto
municipal e o córrego Várzea de Caldas.
A ETE era uma antiga instalação formada por 2 tanques Imhoff seguidos de 2 filtros
anaeróbios, que apresentavam uma baixa eficiência, que foi reabilitada pelo DMAEDMAE,
com base em projeto da SERECSEREC. Nesta reabilitação, basicamente as obras civis de
dois tanques Imhoff foram aproveitados para configurar dois reatores UASBs.
A ETE atualmente é composta por 2 grades manuais, 2 desarenadores, 2 reatores
UASBs, 1 queimador de biogás, e 6 leitos de secagem. Esta instalação, segundo o
projeto, deveria atender uma população da ordem de 20.000 habitantes, e uma vazão
média de aproximadamente 36 l/s.
Existe na área da ETE mais 2 antigos filtros anaeróbios, que segundo o projeto
poderiam também ser transformados em reatores UASBs, para ampliar a capacidade
da estação.
Quando a ETE foi implantada, a área da estação encontrava-se isolada, sem
residências próximas.
56
Atualmente a estação encontra-se cercada por residências, cujos moradores sempre
reclamaram dos odores emanados da instalação, a ponto do DMAEDMAE ter que paralisar a
operação da ETE. Atualmente a ETE está operando com um sistema de controle de
odores, desenvolvido pelo próprio DMAEDMAE, existindo no órgão dúvidas se o problema
não voltará a ocorrer.
3.17. BACIA 4
Os esgotos desta bacia são revertidos para a Bacia 1 através de 2 elevatórias
operando em série, com as seguintes características principais:
- EEE Campo das Antas: possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo auto escorvante,
cada um com vazão de 8,6 l/s, altura manométrica de 33 m, potência de 15 cv, e
uma linha de recalque com extensão de 1080 m e 100 mm de diâmetro;
- EEE Maria Imaculada: possui 1 + 1 conjunto motor bomba do tipo auto escorvante ,
cada um com vazão de 10 l/s, altura manométrica de 23 m, potência de 10 cv, e
uma linha de recalque com extensão de 446 m e 150 mm de diâmetro;
3.18. BACIA DI
Atualmente os únicos esgotos existentes na Bacia DI são os das indústrias Rhodia,
CBA e Mitsui, visto que os outros empreendimentos previstos para a bacia estão
desocupados (Distrito Industrial) ou em projeto (Loteamento anexo ao DI).
O DMAEDMAE está implantando na bacia uma elevatória, a EEE-Rhodia, que deverá numa
1ª etapa recalcar os esgotos da Rhodia para a Bacia 2. Existem planos para recalcar
também os esgotos domésticos das indústrias Mitsui e CBA, através da mesma
elevatória.
A EEE-Rhodia, em implantação, apresenta as seguintes características principais: 1 +1
conjunto motor bomba do tipo auto escorvante, cada um com vazão de 6,28 l/s, altura
manométrica de 60,42m, potência de 20 cv, e uma linha de recalque com 3020m de
extensão e 100mm de diâmetro.
57
6. LEVANTAMENTO DE VAZÕES E CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS
3.19. DEMANDAS DE ÁGUA
O levantamento das vazões de esgotos foi baseado no levantamento de demandas de
água apresentados no Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água.
Em linhas gerais, a demanda de água de Poços de Caldas, apresentada no Quadro Q-
6/1, foi estimada considerando-se os seguintes parâmetros:
- A evolução do número de economias ao longo do período de planejamento, oriunda
dos estudos demográficos constante do capítulo 4;
- Uma demanda de água domiciliar, considerando consumos de 0,40
m3/economia.dia para a zona sul (região no entorno do aeroporto) e 0,43
m3/economia.dia para o restante da área;
- Uma demanda de água não domiciliar igual a 5% da demanda de água domiciliar
para a zona sul, e 12% para o restante da área;
- Perdas decrescentes ao longo do período de planejamento de 33 a 25% para a
zona sul e de 38 a 25% para o restante da área;
- Coeficientes de variação do dia de maior consumo K1 = 1,2, e da hora de maior
consumo K2 = 1,5.
No Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Água as demandas totais,
apresentadas no Quadro Q-6/1 foram regionalizadas, através do estudo de densidades
demográficas apresentado no capítulo 4, em três grandes setores: norte/leste; oeste e
sul.
As demandas de água da região do Distrito Industrial não foram abordadas no Plano
Diretor de Abastecimento de Água, face a proposição de criação de um sistema
produtor isolado para o atendimento da região.
58
QD QND VGC Vperdas Qmédia Qmáxdia Qmáxhor(l/s) (l/s) (l/s) (l/s) (l/s) (l/s) (l/s)
2003 42619 209,47 22,78 20,00 149,63 401,88 482,26 723,392004 43300 212,80 23,13 20,00 147,05 402,98 483,58 725,372005 43992 216,19 23,49 20,00 144,57 404,25 485,10 727,652006 44695 219,63 23,85 20,00 142,20 405,68 486,81 730,222007 45410 223,13 24,22 20,00 139,92 407,26 488,71 733,062008 46136 226,68 24,59 20,00 137,72 408,99 490,79 736,192009 46874 230,29 24,97 20,00 135,62 410,87 493,05 739,572010 47625 233,96 25,35 20,00 133,59 412,90 495,48 743,222011 48388 237,70 25,74 20,00 131,63 415,07 498,08 747,122012 49163 241,49 26,13 20,00 129,75 417,37 500,84 751,272013 49951 245,34 26,54 20,00 127,93 419,81 503,77 755,662014 50745 249,21 26,93 20,00 126,15 422,28 506,74 760,112015 51554 253,15 27,32 20,00 124,42 424,89 509,87 764,812016 52376 257,15 27,72 20,00 122,76 427,64 513,16 769,752017 53212 261,22 28,13 20,00 121,16 430,51 516,62 774,922018 54063 265,37 28,55 20,00 119,61 433,52 520,23 780,342019 54929 269,58 28,97 20,00 118,12 436,66 523,99 785,992020 55809 273,86 29,39 20,00 116,67 439,93 527,92 791,882021 56705 278,22 29,83 20,00 115,28 443,33 532,00 797,992022 57617 282,66 30,27 20,00 113,93 446,86 536,23 804,342023 58544 287,17 30,72 20,00 112,63 450,51 540,61 810,92
ANO Nº ECON.DEMANDAS DE ÁGUA
QUADRO Q 6/1
DEMANDAS DE ÁGUA
59
3.20. VAZÕES DE ESGOTOS
6.1.1. Preliminares
As vazões de esgotos, necessárias ao planejamento do sistema foram levantadas por
bacia de esgotamento, nos anos de maior interesse, ou seja, 2003, 2013 e 2023.
As vazões de esgotos das Bacias 1, 2, 3 e 4 foram levantadas a partir dos consumos
de água mencionados anteriormente, e as da Bacia do Distrito Industrial foram
levantadas a parte.
6.1.2. Bacias 1, 2, 3 e 4
As vazões de esgotos consideradas para as Bacias 1, 2, 3 e 4 estão mostradas no
Quadro Q-6/2, e foram levantados considerando-se os seguintes parâmetros:
- A divisão de bacias apresentada no desenho 238-50-004;
- O estudo de densidades demográficas apresentado no capítulo 4 e desenho 238-
50-003;
- As demandas de água mencionadas anteriormente, considerando-se como perdas
um valor de 40% das perdas consideradas para as demandas de água;
- Relação esgoto/água = 0,8;
- Coeficiente relativo a vazão mínima K3 = 0,5;
- Infiltração na rede coletora considerando um fator de 0,015 l/s.ha.
60
2003 2013 2023Qmédia Qmaxdia Qmaxhor Qmédia Qmaxdia Qmaxhor Qmédia Qmaxdia Qmaxhor
BACIA 1 222,338 258,665 367,647 244,113 283,938 403,412 265,132 308,303 437,815BACIA 2 7,648 8,533 11,190 10,546 11,814 15,620 16,037 18,207 24,717BACIA 3 46,499 52,984 72,446 54,938 62,736 86,129 66,875 76,681 106,100BACIA 4 9,011 10,223 13,859 11,098 12,666 17,368 13,771 15,811 21,930
Total 285,495 330,405 465,143 320,695 371,153 522,528 361,815 419,002 590,562
QUADRO Q 6/2
CONTRIBUIÇÕES DE ESGOTOS POR BACIA DE ESGOTAMENTO
61
6.1.3. Bacia do Distrito Industrial
Na bacia do Distrito Industrial existem atualmente as indústrias Rhodia, Mitsui e CBA.
Além destas indústrias a prefeitura municipal implantou na bacia um Distrito Industrial,
atualmente ainda desocupado, sendo previsto a implantação de um loteamento
residencial anexo ao distrito.
As vazões de esgoto de fim de plano destes empreendimentos, apresentadas a seguir,
foram estimadas com base em informações levantadas pelo DMAEDMAE junto aos
empreendedores e em parâmetros usuais de projeto:
- RHODIA: É intenção da indústria enviar para o sistema público de esgotos
sanitários uma vazão máxima de 3 l/s;
- MITSUI e CBA: É intenção destas indústrias enviar para o sistema público de
esgotos sanitários somente os esgotos domésticos de seus funcionários. As vazões
foram estimadas da seguinte forma:
Nº de funcionários da MITSUI = 150;
Nº de funcionários da CBA = 100;
Nº total de funcionários = 250;
Consumo médio por funcionário = 100 l/dia;
Nº de horas de operação/dia = 10 h;
Vazão média = 0,69 l/s.
- DISTRITO INDUSTRIAL: A vazão máxima do distrito foi estimada pelo DMAEDMAE, em
38,15 l/s, considerando a área do distrito de 84,78 ha e um coeficiente de máxima
vazão de 0,45 l/s.ha;
- LOTEAMENTO: A vazão máxima considerada, de 5,2 l/s foi extraída do projeto do
sistema de esgotos do loteamento.
No Quadro Q-6/3, é apresentado um resumo das vazões consideradas para a bacia do
Distrito Industrial, considerando-se a estimativa anterior e, na ausência de melhores
62
informações, coeficientes de variação de vazão semelhantes aos usuais adotados para
esgotos sanitários, ou seja, K1 = 1,2, K2 = 1,5 e K3 = 0,5.
Atualmente o DMAEDMAE está implantando um sistema para afastamento dos esgotos da
RHODIA para o sistema público em implantação na Bacia 2.
Para efeito de planejamento foi considerado que este sistema numa 1ª etapa atenderá
todos os esgotos atualmente existentes na bacia, ou seja, da RHODIA, MITSUI e CBA.
Numa 2ª etapa, prevista para se realizar até 2013, seriam atendidas as demais
contribuições da bacia.
63
MÉDIA MÁXIMA DIÁRIA MÁXIMA HORÁRIA MÍNIMA
- Rhodia 1,67 2,00 3,00 0,83- Mitsui e CBA 0,69 0,83 1,24 0,35- Total 2,36 2,83 4,24 1,18
- Distrito Industrial 21,19 25,43 38,15 10,60- Loteamento 2,89 3,47 5,20 1,45- Total 24,08 28,90 43,35 12,05
26,44 31,73 47,59 13,23TOTAL GERAL
1ª(Imediata)
2ª (Até 1993)
QUADRO Q 6/3
ESTIMATIVA DE VAZÕES DA BACIA DO DISTRITO INDUSTRIAL
VAZÕESETAPA EMPREENDIMENTO
64
3.21. CARACTERÍSTICAS DOS ESGOTOS
Para avaliação das características dos esgotos de Poços de Caldas, procurou-se
inicialmente definir a concentração média de DBO5 dos esgotos. Na ausência de uma
série histórica de medições, a SERECSEREC adotou duas metodologias independentes para
avaliar este parâmetro, a seguir descritas:
a) Através de amostragens do esgoto bruto
Foram coletadas 3 amostras de esgotos brutos na entrada da ETE existente na Bacia
3, aproximadamente às 10:00 horas, horário onde usualmente a concentração dos
esgotos é próxima a média. A seguir a concentração do DQO dos esgotos das
amostras foi levantada pelo laboratório do DMAEDMAE. O resultado foi o seguinte:
Amostra Dia Hora DQO (mg/l)
1 17/12/03 10:00 597
2 18/12/03 10:00 581
3 19/12/03 10:25 742-----------
Média 640
Assumindo-se relações usuais de DQO/DBO5 de 2 e 2,3, existentes em esgotos brutos
sanitários, é possível estimar a concentração média de DBO5 dos esgotos sanitários de
Poços de Caldas entre 278 e 320 mg/l, com média no entorno de 299 mg/l.
b) Através de parâmetros usuais de projeto
Assumiu-se a existência de 42619 economias no ano 2003 nas Bacias 1,2,3 e 4, uma
relação de 3,2 hab/economia oriundo do último Censo, uma carga média de 54 g
DBO5/hab.dia, e a vazão média estimada para as bacias em 2003 constante do
Quadro Q 6/2, e foi obtida a seguinte concentração média de DBO5;
-número de economias em 2003: 42619;
65
-relação hab/economia:3,2;
-população em 2003: 136380 hab;
-carga orgânica per capita: 54 g DBO5/hab.dia:
-carga orgânica total: 7364 kg DBO5/dia;
-vazão média em 2003: 285 l/s;
-concentração média dos esgotos: 299 mg/l.
c) Conclusões
As duas metodologias permitem estimar a concentração média de DBO5 dos esgotos
de Poços de Caldas no entorno de 300 mg/l.
Assim, pode-se dizer que os esgotos de Poços de Caldas apresentam-se como muito
concentrados dentro da classificação proposta por Metcalf e Eddy.
Com base na concentração média de DBO5 e na classificação proposta por Metcalf e
Eddy, a seguir são relacionados as concentrações médias dos esgotos estimados para
Poços de Caldas e adotadas no presente plano:
- DBO5: 300 mg/l
- SS: 340 mg/l;
- N total: 60 mg/l;
- N orgânico: 20 mg/l;
- N amoniacal: 40 mg/l;
- P total: 10 mg/l.
66
7. ANÁLISE DE ALTERNATIVAS
3.22. INTRODUÇÃO
Conforme o já mencionado, no capítulo 5, o sistema existente de esgotos sanitários de
Poços de Caldas pode ser dividido em 5 bacias de esgotamento, que apresentam os
seguintes aspectos no tocante a montagem de grandes esquemas alternativos:
- A Bacia 1 possui um sistema de coleta e afastamento de esgotos com concepção
básica já definida de forma bastante razoável. Esta bacia, a maior da cidade,
necessita de uma estação de tratamento de esgotos, doravante denominada de
ETE-1, cuja localização encontra-se em dúvida;
- A Bacia 2 está com a concepção básica do sistema de esgotos já definida, também
de forma razoável. Existem dúvidas se a estação de tratamento em construção na
bacia apresentará resultados satisfatórios, face ao processo de tratamento
empregado ser bastante inovador. Esta estação será doravante denominada de
ETE-2;
- A Bacia 3, como as anteriores também possui um sistema de esgotos com
concepção já bem estabelecida. O maior problema diz respeito a ETE existente,
que já foi reabilitada uma vez, possui uma eficiência relativamente baixa, da ordem
de 65% em termos de remoção de DBO, está muito mal localizada, em uma quadra
urbana cercada por residências, cujos moradores reclamam constantemente de
odores emanados da instalação. No entender da SERECSEREC esta ETE deveria ser
desativada, construindo-se outra, ora denominada de ETE-3, na própria bacia em
terreno mais isolado. Não se cogita a reversão dos esgotos desta bacia para a
Bacia 1 e ETE-1, visto a necessidade de execução de um extenso emissário,
margeando o ribeirão Antas e represa Bortolan de elevado custo e grande
dificuldade construtiva, face as características dos terrenos por onde passaria o
emissário, geralmente alagados e com declividade muito baixa;
- A Bacia 4 possui uma pequena vazão, da ordem de apenas 4% da vazão média
final do sistema, e já possui um sistema razoável que reverte os esgotos desta
bacia para a Bacia 1. Não é justificável novos investimentos nesta bacia para
criação de um novo pólo de tratamento, de pequeno porte e alguma complexidade
operacional face ao corpo receptor, a represa Bortolan. Este pólo de tratamento
67
talvez se torne mais viável, no futuro, caso surja algum grande empreendimento na
fazenda existente no final da bacia, junto a represa Bortolan;
- Na Bacia DI, atualmente, só existem os esgotos das indústrias Rhodia, CBA e
Mitsui. Atualmente o DMAEDMAE está implantando uma elevatória na bacia (EEE-
Rhodia) para reverter os esgotos da Rhodia para a Bacia 2 e ETE-2. Este sistema
possui alguma folga e poderá receber os esgotos domésticos da CBA e Mitsui,
como o pretendido pelas indústrias. Caso o distrito industrial municipal e loteamento
anexo venham a vingar, existem dúvidas se não seria mais razoável implantar uma
ETE nesta bacia e desativar a reversão, em construção, para a Bacia 2.
Em função do exposto anteriormente foram montados três grandes alternativas para o
sistema de esgotos de Poços de Caldas, a seguir delineadas:
- Alternativa 1: Esta alternativa, esquematizada no desenho 238-50-006, propõe uma
estação de tratamento de esgotos para cada bacia, exceto para a Bacia 4, cujos
esgotos continuariam a ser revertidos para a Bacia 1;
- Alternativa 2: Esta alternativa, esquematizada no desenho 238-50-007, propõe
estações de tratamento para as Bacias 1, 2 e 3. Os esgotos da Bacia DI
continuariam a ser revertidos para a Bacia 2 ao longo do período de planejamento.
- Alternativa 3: Nas alternativas anteriores foi considerada a manutenção da ETE-2,
em construção na Bacia 2. Conforme o já mencionado, existe alguma dúvida sobre
a viabilidade técnica desta estação. A Alternativa 3 propõe soluções futuras, caso
seja necessário desativar esta estação, caso se opte de imediato pelas Alternativas
1 ou 2. Na Alternativa 3 é proposto o envio dos esgotos afluentes a ETE-2 para a
Bacia 1 e ETE-1. A Alternativa 3 admite duas variantes: uma variante A, caso se
opte pela Alternativa 1, esquematizada no desenho 238-50-007; e uma variante B,
esquematizada no desenho 238-50-008, caso se opte pela Alternativa 2.
No Quadro Q-7/1 são apresentadas as vazões afluentes as diversas ETEs das várias
alternativas, levantadas com insumos de estudos apresentados no capítulo 6.
68
MÉDIA MAX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H.
ETE 1 B1 + B4 231,35 268,89 381,51 255,21 296,60 420,78 278,90 324,11 459,75ETE 2 B2 7,65 8,53 11,19 10,55 11,81 15,62 16,04 18,21 24,72ETE 3 B3 46,50 52,98 72,45 54,94 62,74 86,13 66,88 76,68 106,10ETE DI DI 2,36 2,83 4,24 26,44 31,73 47,59 26,44 31,73 47,56
287,86 333,23 469,39 347,14 402,88 570,12 388,26 450,73 638,13
MÉDIA MAX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H.
ETE 1 B1 + B4 231,35 268,89 381,51 255,21 296,60 420,78 278,90 324,11 459,75ETE 2 B2 + DI 10,01 11,36 15,43 36,99 43,54 63,21 42,48 49,94 72,28ETE 3 B3 46,50 52,98 72,45 54,94 62,74 86,13 66,88 76,68 106,10
287,86 333,23 469,39 347,14 402,88 570,12 388,26 450,73 638,13
MÉDIA MAX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H.
ETE 1 B1 + B4 + B2 239,00 277,42 392,70 265,76 308,41 436,40 294,94 342,32 484,47ETE 3 B3 46,50 52,98 72,45 54,94 62,74 86,13 66,88 76,68 106,10ETE DI DI 2,36 2,83 4,24 26,44 31,73 47,59 26,44 31,73 47,56
287,86 333,23 469,39 347,14 402,88 570,12 388,26 450,73 638,13
MÉDIA MAX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H. MÉDIA MÁX.D. MÁX.H.
ETE 1 B1 + B4 + B2 + DI 241,36 280,25 396,94 292,20 340,14 483,99 321,38 374,05 532,03ETE 3 B3 46,50 52,98 72,45 54,94 62,74 86,13 66,88 76,68 106,10
287,86 333,23 469,39 347,14 402,88 570,12 388,26 450,73 638,13
ANO 2023ETE BACIA
ANO 2003 ANO 2013
QUADRO Q 7/1
VAZÕES AFLUENTES ÀS ETES POR ALTERNATIVA
TOTAL
ALTERNATIVA 2
ALTERNATIVA 1ANO 2003 ANO 2013 ANO 2023
BACIAETE
TOTAL
ALTERNATIVA 3A
ETE BACIAANO 2003 ANO 2013 ANO 2023
TOTAL
TOTAL
ALTERNATIVA 3B
ETE BACIAANO 2003 ANO 2013 ANO 2023
69
3.23. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DAS ALTERNATIVAS
7.1.1. Alternativa 1
a) Bacia 1
Nesta alternativa os esgotos da Bacia 1, atualmente descarregados no ribeirão das
Antas pelo Interceptor da Serra, seriam encaminhados para uma estação de tratamento
de esgotos denominada ETE-1.
A localização da ETE-1, há vários anos é uma grande polêmica. Projetos elaborados
pela Planidro (1972) e pela SERECSEREC (1991) propunham a implantação da ETE-1 em
áreas disponíveis nas proximidades da confluência dos ribeirões Antas e Caldas. Na
Ilustração I-7/1 são mostradas as áreas então cogitadas; a Área 1 foi a escolhida pela
Planidro e a Área 2 pela SERECSEREC.
Apesar de bastante próximas da cidade, estas áreas foram escolhidas levando em
conta a dificuldade em se encontrar áreas relativamente planas, a jusante destes
locais, compatíveis com o processo de tratamento então escolhido, o processo de
lodos ativados por aeração prolongada. Os terrenos existentes a jusante destas áreas,
ao longo das margens do ribeirão Antas, são extremamente acidentados. Encontram-
se áreas relativamente planas só a cerca de 3 km a jusante das Áreas 1 e 2.
Tendo em vista na natural repulsa de se ter uma ETE próxima a entrada da cidade, o
DMAEDMAE, posteriormente cogitou a implantação da ETE 1 na Área 5 da Ilustração I-7/1. A
proposta foi paralisada, tendo em vista o alto custo do emissário necessário para
conduzir os esgotos até a Área 5, que se desenvolveria por regiões extremamente
acidentadas.
Atualmente, a implantação da ETE-1 nas Áreas 1 e 2 é bem mais complexa. Ao lado
destas áreas está sendo construído um grande Shopping Center. Este fato tem
valorizado muito as áreas disponíveis próximas, que, aparentemente, sofrerão um
processo de urbanização de alto padrão. O DMAEDMAE acredita que teria grandes
dificuldades em desapropriar e implantar uma ETE nestas áreas, o que a SERECSEREC
concorda plenamente.
70
ILUSTRAÇÃO I-7/1
71
Procurando contornar este problema, a SERECSEREC e o DMAEDMAE inspecionou a região
procurando áreas mais afastadas do Shopping Center, porém não tão distantes como a
Área 5, que exigiria extenso emissário. Nestas inspeções a SERECSEREC procurou áreas
compatíveis com novos processos secundários de tratamento, do tipo de reatores
UASBs segundo de flotação, que exigem áreas menores e não tão planas para serem
implantados, como os processos anteriormente escolhidos.
Esta procura levou a escolha de duas áreas alternativas, as áreas 3 e 4 mostradas na
Ilustração I-7/1.
As duas áreas apresentam uma topografia acidentada, não muito desejável, porém
aceitável para implantação de estações de tratamento dentro de novos processos de
tratamento.
A implantação da ETE-1 na Área 4 apresenta as seguintes desvantagens: seria
necessário um emissário mais extenso para conduzir os esgotos até a estação; o
terreno da Área 4 é bem mais acidentado do que o da Área 3.
Por outro lado, a Área 4 apresenta as seguintes vantagens: segundo o DMAEDMAE é bem
mais barato e fácil desapropriar a Área 4, existindo dúvidas se não seria necessário
algum litígio para desapropriar a Área 3; a Área 3 exigirá um tratamento urbanístico e
um sistema de controle de odores para estação, muito mais sofisticado e caro; o
aproveitamento da Área 3 exigiria um recalque de esgoto bruto maior, com maiores
custos de energia elétrica; a ETE-1 na Área 3, ficaria ainda relativamente próxima da
entrada da cidade e do Shopping Center.
Levando em conta estes aspectos o DMAEDMAE optou pela utilização da Área 4. Assim, na
presente alternativa, bem como nas demais é proposto a implantação da ETE-1 na
Área 4.
b) Bacias 2 e DI
Numa 1ª fase os esgotos da Bacia 2 e das indústrias Rhodia, Mitsui e CBA seriam
tratadas na ETE-2 em construção, como o DMAEDMAE atualmente está planejando.
72
Numa 2ª fase, a partir da ocupação do Distrito Industrial e de loteamento anexo, seria
desativado o recalque da EEE-Rhodia, e seria implantada uma estação de tratamento
de esgotos na Bacia DI.
Observa-se que a ETE-2 está sendo implantada com capacidade para tratar cerca de
22 l/s de vazão média, o que permitiria, sem ampliações, tratar os esgotos da Bacia 2
até o final do plano (16 l/s).
c) Bacia 3
É basicamente proposto a desativação da ETE existente na bacia, e a implantação de
uma nova, a ETE-3, em terreno da ALCOA situado mais distante da malha urbana.
Aparentemente, segundo o DMAEDMAE, não existiriam grandes dificuldades para obter uma
área da ALCOA para se implantar a ETE-3.
É proposto, também, a relocação da EEE-7 implantada em via pública, para local mais
próximo à estação atual e da ETE-3.
d) Bacia 4
Seria mantido o sistema existente na bacia, com eventuais ampliações, que reverte os
esgotos da bacia para a Bacia 1.
7.1.2. Alternativa 2
Nesta alternativa são propostos sistemas iguais aos da Alternativa 1 para as Bacias 1,
3 e 4.
É proposto na Alternativa 2 a manutenção do sistema de esgotos atualmente em
implantação que reverte os esgotos da Bacia DI para a Bacia 2. Este sistema seria
ampliado, quando necessário, para atender o distrito industrial municipal e loteamento
anexo.
Assim, na Alternativa 2, os esgotos das Bacias DI e 2 seriam tratados em conjunto na
ETE-2, e não seria previsto uma ETE para Bacia DI.
73
A ETE em implantação, numa 2ª fase de obras deveria ser duplicada, passando sua
atual capacidade (Vazão média ~ 22 l/s) para atender as contribuições das Bacias DI e
2 (Vazão média ~ 43 l/s).
7.1.3. Alternativa 3
Caso no futuro seja necessário desativar a ETE-2 é proposto um emissário por
gravidade para conduzir os esgotos afluentes ao emissário final que alimentaria a ETE-
1.
Caso prevaleça a Alternativa 1, seria implantada no futuro a Variante A da Alternativa
3. O emissário que interligaria a Bacia 2 à Bacia 1 deveria comportar apenas as vazões
da Bacia 2. A ETE-1 e seu emissário deveriam também ser ampliados para comportar
as vazões adicionais
Caso prevaleça a Alternativa 2, seria implantada no futuro a Variante B da Alternativa
3. O emissário que interligaria a Bacia 2 à Bacia 1 deveria comportar as vazões das
Bacias DI e 2. A ETE-1 e seu emissário deveriam também ser ampliados para
comportar as vazões adicionais.
3.24. ANÁLISE DO GRAU DE TRATAMENTO NECESSÁRIO ÀS ETES
Para verificar o grau de tratamento necessário às ETEs propostas nas várias
alternativas, foi elaborado um estudo de autodepuração dos corpos receptores,
apresentado no Anexo 3 do presente plano.
Neste estudo considerou-se basicamente a classe 2 dos corpos receptores, a
legislação ambiental vigente, as vazões e cargas orgânicas médias das ETEs
propostas e as vazões mínimas dos corpos receptores (Q7,10) extraída de estudo
hidrológico utilizado no Plano Diretor do Sistema de Abastecimento de Poços de
Caldas.
No estudo adotou-se o modelo de autodepuração proposto por STREETER-PHELPS,
alimentado com parâmetros existentes na literatura técnica, e uma remoção de DBO 5
74
mínima nas ETEs de 60%, conforme o permitido pela Deliberação Normativa COPAM
nº 46 de 09/08/01.
As principais conclusões do estudo foram as seguintes:
- A proposição da ETE DI, prevista na Alternativa 1 e na Variante A da Alternativa 3,
não é aceitável. A ETE DI mesmo com um grau de tratamento elevado para o nosso
país (tratamento secundário com remoção mínima de 90% de DBO5 e pós-aeração
para produção de um efluente com OD mínimo de 4 mg/l), imporá uma
concentração de OD em regiões da represa Bortolan, abaixo de 5 mg/l, contrariando
a classe 2 do corpo receptor;
- As proposições da Alternativa 2 e da Variante B da Alternativa 3 são plenamente
aceitáveis, dentro das seguintes condicionantes:
A ETE 3 deverá ter, desde a 1ª etapa, uma eficiência mínima de 90% de
remoção de DBO e deverá produzir um efluente tratado com concentração
mínima de 4 mg/l de OD e concentração máxima de 103 coliformes fecais/100
ml. É recomendável a implantação da ETE com possibilidades para remoção
imediata de fósforo e futura para nitrogênio, para não propiciar problemas de
entrofização na represa Bortolan devido ao lançamento do efluente da ETE-3;
A ETE-2 poderá ter uma eficiência mínima de remoção de DBO de apenas 60%
até o fim de plano, porém deverá produzir um efluente tratado com um máximo
de 103 coliformes fecais/100 ml;
A ETE-1, numa 1ª etapa, até o ano 2013, poderá ter uma eficiência mínima de
apenas 65% de remoção de DBO, porém deverá produzir um efluente tratado
com concentração máxima de 103 coliformes fecais/100 ml e concentração
mínima de OD de 6 mg/l, possível de ser realizada com baixo custo através de
uma escada hidráulica de pós-aeração que aproveite o desnível existente entre
a saida da ETE e o corpo receptor. Numa 2ª etapa, a partir de 2013, a eficiência
mínima da ETE, em termos de remoção de DBO, deverá passar para 90%.
Tendo em vista as conclusões do estudo, abandonou-se as Alternativas 1 e 3 A. Desta
forma, a SERECSEREC recomenda para o sistema de esgotos de Poços de Caldas a
Alternativa 2.
75
Recomenda-se, também, implantar a Alternativa 1, no tocante a ETE-1 e seu emissário
final, dentro da Variante B da Alternativa 3. Desta forma, o emissário final da Bacia 1 e
ETE-1 já teriam capacidade para atender a Bacia 2 e DI, caso seja necessário
desativar, por qualquer razão, a ETE-2.
Cumpre salientar que esta recomendação não imporá custos adicionais significativos
para o emissário final da Bacia 1 e ETE-1, visto que as vazões das Bacias 2 e DI
representam apenas 15% da vazão da Bacia 1. O investimento adicional sugerido
nunca seria perdido, mesmo que seja mantida a ETE-2, visto que proporcionaria uma
vida útil maior para o emissário final da Bacia 1 e ETE-1.
3.25. ANÁLISE DO PROCESSO DE TRATAMENTO
Tendo em vista a disponibilidade de áreas de terreno existentes bastante exíguas para
a implantação das ETEs propostas para Poços de Caldas, e o grau de tratamento
necessário nas etapas finais de implantação das estações, somente os processos de
tratamento mais compactos e complexos são viáveis, sendo totalmente inviáveis os
processos de tratamento mais simples e que ocupam grandes áreas, como o processo
de lagoas de estabilização em suas diversas variantes.
Dentre os processos mais compactos, de uso público em nosso país, que poderiam
atender as necessidades das ETEs de Poços de Caldas, poderiam ser cogitados os
seguintes processos de tratamento: lodos ativados convencional ou por aeração
prolongada; reatores anaeróbios de fluxo ascendente (reatores UASBs) seguidos de
filtros biológicos; e reatores UASBs seguidos de flotação.
O processo de lodos ativados seria a solução mais clássica e de amplo uso
internacional para a solução do problema. As outras alternativas, de reatores UASBs
seguidos de um pós-tratamento, são de desenvolvimento mais recente e vem sendo
aplicadas em nosso país cada vez com maior freqüência, face a diversas vantagens
em relação a solução clássica.
Recentemente a SERECSEREC realizou para o município de Bauru, no Estado de são Paulo,
um estudo onde foram comparados os três processos de tratamento. O resultado deste
estudo, efetuando-se correções nas dosagens de produtos químicos da alternativa de
76
reatores UASBs seguido de flotação, para levar em conta recentes avanços na
pesquisa do processo, foi basicamente o seguinte (R$ 1.000,00):
Neste estudo observou-se sempre vantagens para o processo de reatores UASBs
seguido de flotação, tanto em termos de investimentos como em termos operacionais.
Este fato pode ser comprovado em recente visita à SANEPAR realizado pela SERECSEREC
com técnicos da SANASA. Na ocasião foi visitada a ETE Cambuí, com capacidade da
ordem de 100 l/s, situada em Campo Largo, próxima a Curitiba. Esta estação vem
operando de forma razoável, dentro do processo de reatores UASBs seguidos de
flotação, com uma eficiência superior a 90% em termos de remoção de DBO5, com um
efluente bastante cristalino, via de regra com turbidez abaixo de 5 UT. Foi relatado,
nesta visita, que a SANEPAR irá implantar duas novas estações de grande porte em
Curitiba, dentro deste processo de tratamento, face ao menor investimento inicial e,
também, pela menor necessidade de área do processo.
Com base nestes exemplos, e no do município de Uberlândia em Minas Gerais, que
estava construindo uma grande ETE dentro deste processo. A SERECSEREC propôs duas
CUSTOS UASBs UASBs COM FILTROS LODOS ATIVADOS
COM FLOTAÇÃO BIOLÓGICOS CONVENCIONAIS
- Investimentos
. 1ª etapa 29412 34496 35425
. 2ª etapa 4742 6408 6721
. Total 34154 40904 42146
- Valor presente dos investimentos 31698 (100%) 37582 (119%) 38662 (122%)
- Despesas operacionais em valor
presente
. Pessoal 3700 3700 4343
. Energia elétrica 4546 3583 8007
. Produtos químicos 3179 965 1336
. Transporte de lodo 3025 3025 4187
. Total 14450 11273 17873
- Valor presente total 46146 (100%) 48855 (106%) 56535 (123%)
77
novas estações para a SANASA para o sistema de esgotos de Campinas, com o
processo de reatores UASBs seguidos de flotação; a ETE Anhumas (Vazão média:
1.200 l/s) e a ETE Sousas (Vazão média: 100 l/s).
Mais recentemente, a Escola de Engenharia de São Carlos da USP, elaborou uma
análise econômica e financeira para a escolha do processo de tratamento dos esgotos
do município de São Carlos. O estudo, também, indicou o processo de reatores UASBs
seguidos de flotação.
Além deste fato, o processo apresenta também alguns atrativos técnicos de interesse a
seguir relatados de forma sucinta:
- O efluente da ETE apresenta um elevado teor de oxigênio dissolvido, sempre
superior a 4 mg/l, devido a flotação, que elimina a pós-aeração necessária à ETE-3;
- O processo implantado apenas para a remoção de DBO5, permite uma razoável
redução de fósforo, sem nenhum custo adicional. Com um aumento relativamente
pequeno, na dosagem de cloreto férrico necessário a flotação é possível obter
teores de fósforo da ordem de 1 mg/l no efluente da ETE. Conforme o já
mencionado, é recomendável a remoção de fósforo na ETE-3 para não contribuir
com a entrofização da represa Bortolan;
- O processo permite também, no futuro, remover nitrogênio, como o recomendado
para a ETE-3, bastando introduzir um tanque de aeração entre os reatores UASBs e
a flotação, transformar um dos reatores UASB em reator anóxico e introduzir uma
recirculação no sistema;
- O processo pode ser implantado em etapas, escalonando-se ao longo do tempo os
investimentos necessários, procurando-se uma melhoria gradativa na remoção de
DBO, como o proposto para a ETE-1. Pode-se, numa 1ª etapa, implantar apenas os
reatores UASBs com remoções de DBO entre 65 e 70%, e numa 2º etapa implantar
a flotação, elevando esta remoção para no mínimo 90%;
- O efluente do processo apresenta características estéticas bastante agradáveis: é
muito cristalino, com turbidez usualmente abaixo de 5 UT; não possui odor ofensivo
pelo elevado teor de oxigênio dissolvido.
78
Tendo em vista os aspectos mencionados anteriormente, a SERECSEREC considera o
processo de reatores UASBs seguidos de flotação, uma boa opção para a remoção de
DBO e fósforo, razão pela qual será adotado para o sistema de esgotos de Poços de
Caldas.
Para a remoção de coliformes, a SERECSEREC propõe o processo de desinfecção com luz
ultravioleta, por exigir menor espaço para implantação, bem como por não produzir
trihalometanos considerados cancerígenos.
No caso específico da ETE-1, onde será necessário, desde a 1ª etapa, um efluente
tratado com OD mínimo de 6 mg/l, é proposto uma pós-aeração natural através de
escadaria hidráulica, de baixo custo, que aproveitará parte do grande desnível
existente entre a área da ETE e o corpo receptor.
79
8. SISTEMA PROPOSTO
3.26. INTRODUÇÃO
No desenho 238-50-010 é apresentado um esquema, em nível de plano diretor, do
sistema de esgotos sanitários proposto para Poços de Caldas, montado dentro da
concepção básica da Alternativa 2, considerada anteriormente como a opção
recomendada para o sistema.
No Anexo 5 são apresentadas planilhas de cálculo dos principais coletores-tronco,
necessários por gravidade e interceptores, onde são analisadas as unidades existentes
e pré-dimensionados as novas unidades. As análises das unidades existentes foram
feitas com base no cadastro existente no DMAEDMAE, que apresenta algumas imperfeições
que podem impor incorreção as conclusões, mostradas nos desenhos 238-50-011 e
238-50-012 folhas 1/5 a 5/5. Assim as obras propostas no tocante aos principais
coletores-tronco, emissários por gravidade e interceptores, devem ser considerados
como um indicativo preliminar das necessidades do sistema, a ser confirmado através
de um melhor cadastro a ser elaborado na fase dos projetos das obras propostas.
No Anexo 6 é apresentado um memorial de cálculo onde são analisados as elevatórias
existentes e pré-dimensionadas as novas unidades. A pedido do DMAEDMAE procurou-se,
nas novas unidades utilizar conjuntos motor-bomba do tipo auto-escorvante. Em
diversos casos, a nível preliminar, não foi possível tal fato, visto que este tipo de
equipamento usualmente apresenta alturas manométricas máximas limitadas a cerca
de 30 m. Nestes casos são propostos conjuntos motor bomba submersíveis, a nível de
Plano Diretor. Por ocasião dos projetos destas elevatórias é recomendável consultar os
fornecedores de conjuntos motor bomba autoescorvante, para verificar a utilização
deste tipo de equipamento, onde ora são propostos conjuntos motor bomba
submersíveis. No desenho 238-50-013 são mostrados esquemas preliminares das
elevatórias propostas.
No Anexo 4 é apresentado um pré-dimensionamento das ETEs propostas, dentro dos
processos de tratamento anteriormente selecionados. Nos desenhos 238-50-014 a 016
são apresentados esquemas preliminares dessas ETEs, com intuito de elucidar o
80
processo proposto e, principalmente definir as áreas de terreno necessários para a
implantação das estações.
A seguir o sistema proposto é descrito de forma sucinta, agrupados em 3 sistemas
isolados a seguir relacionados:
- Sistema da ETE-1, que atenderá as Bacias 1 e 4;
- Sistema da ETE-2, que atenderá as Bacias 2 e do Distrito Industrial;
- Sistema da ETE-3, que atenderá apenas a Bacia 3.
3.27. SISTEMA DA ETE-1
Os esgotos das Bacias 1 e 4 serão coletados e afastados em direção a ETE-1, a ser
implantada na margem esquerda do ribeirão das Antas, nas proximidades da cascata
das Antas (área 4 da Ilustração I-7/1, apresentada anteriormente).
Para tanto são propostas diversas obras que podem ser classificadas como prioritárias
ou de 1ª etapa, de 2ª etapa a serem implantadas em 2013, e complementares, a serem
implantadas quando necessário e a serem confirmadas através de projetos.
8.1.1. Obras Prioritárias ou de 1ª Etapa
a) Prolongamento do Interceptor da Serra, desde o atual ponto de lançamento, para
conduzir os esgotos das Bacias 1 e 4 para a ETE-1. Estima-se ser necessário
construir um sifão no ribeirão das Antas e um prolongamento no interceptor com
extensão da ordem 1468 m e diâmetro de 1.000 mm. É proposto o
dimensionamento do prolongamento do interceptor com capacidade para veicular
também as vazões das Bacias 2 e do Distrito Industrial, conforme o mencionado
anteriormente.
b) Construção da 1ª etapa da ETE-1
As unidades seriam implantadas para o fim de plano e com capacidade para
eventualmente absorverem também os esgotos das Bacias 2 e DI, conforme o
mencionado anteriormente.
81
Nesta etapa seriam implantados unidades necessárias a se obter uma redução mínima
de DBO5 da ordem de 65%, e a produção de um efluente tratado com concentração
máxima de 103 coliformes fecais/100 ml e com concentração mínima de OD de 6 mg/l,
conforme o previsto anteriormente.
Para tanto, são propostas as seguintes unidades da ETE mostrados nos desenhos
258-50-014 e 013:
- Uma Estação Elevatória de Esgoto Bruto, dotada de 2+1 conjuntos motor bomba de
velocidade variável, cada um com vazão mínima de 135 l/s, vazão máxima de 260
l/s, altura manométrica máxima estimada ao redor de 20 m.c.a., e potência no
entorno de 125 cV. A montante da elevatória são previstas 1+1 grade grosseira
mecanizada, com espaçamento de barras de 50 mm;
- Um tratamento preliminar composto por: 1+1 grade fina mecanizada, com
espaçamento de barras de 3 mm; 1 calha Parshall com garganta de 45,7 cm; 2
desarenadores mecanizados do tipo quadrado em planta com lados de 5,50 m;
- Quatro reatores UASBs, cada um com 24,50 m de comprimento, 21 m de largura e
4,7 m de altura útil, totalmente cobertos e com um sistema de queima de biogás
formado por 1+1 queimador do tipo “flare”, cada um com capacidade para queimar
até 160 N m3/h de biogás;
- Dois canais de desinfecção, ou tubos de desinfecção, com luz ultravioleta cada um
com capacidade para 270 l/s e para produção de efluente com teor de coliformes
fecais abaixo de 103 NMP/100 ml;
- Uma escadaria de pós-aeração com 10 m de largura, com desnível de 5 m com
degraus com base de 0,50 m e altura de 0,25 m;
- Uma casa de desidratação de lodos com um tanque de estocagem de lodo com 80
m3 dotado de misturadores e 1+1 conjunto de desidratação, cada um formado por
uma bomba helicoidal e uma centrífuga com capacidade para 9,5 m3/h e um
dosador de polímero seco com capacidade para dosar até 30 kg/dia;
- Unidades auxiliares: 1 portaria; 1 casa de operação e um reservatório de água
potável.
82
c) Implantação do sistema de esgotos do Pontal de Santa Clara para impedir a
chegada de esgotos de loteamento Pontal de Santa Clara e hotel anexo na
captação de água potável da represa Saturnino de Brito.
Estima-se necessário implantar cerca de 1990 m do coletor tronco do Pontal de
Santa Clara com diâmetro de 150 mm e a EEE de mesmo nome.
A EEE Pontal de Santa Clara recalcaria os esgotos para o coletor tronco SB-6, teria
1+1 conjunto motor bomba do tipo submersível, cada um com vazão de 9,5 l/s,
76 m de altura manométrica e potência de 20 cv, recalcando por uma linha de
recalque com diâmetro de 150 mm com extensão de 1.820 m.
8.1.2. Obras de 2ª Etapa
É previsto a implantação da 2ª etapa da ETE-1 para ampliar a eficiência do tratamento
para remover 90% da DBO5 dos esgotos brutos.
Para tanto deverá ser implantado um sistema de flotação com ar difuso, que receberá o
efluente dos reatores UASB e enviará o líquido clarificado para a desinfecção. O lodo
flotado seria encaminhado para a desidratação mecânica da 1ª etapa.
O sistema de flotação com ar difuso seria formado basicamente por:
- 1 calha Parshall com garganta de 45,7 cm, para efetuar mistura rápida de cloreto
férrico;
- 4 floculadores mecanizados, anexos a 4 flotadores. Cada floculador teria 5,5 m de
lado e 3 m de altura útil e seria dotado de 4 agitadores do tipo turbina com gradiente
de velocidade de 80 s-1. Cada flotador teria 5,5 m de largura, 12 m de comprimento,
3 m de altura útil e um removedor mecânico de lodo;
- 3 sistemas de saturação, um para cada 2 flotadores e um de reserva. Cada sistema
seria formado por uma bomba (Q = 38 l/s, HM = 60 m, P ~ 50 cV), um vaso de
saturação e 1 compressor;
- 1 sistema de dosagem de cloreto férrico, formado por 4 tanques de estocagem de
fibra de vidro, cada um com 20 m3, e 1+1 bomba dosadora com capacidade para
até 300 l/h;
83
- 1+1 bomba helicoidal para o recalque de lodo flotado;
- Sistemas auxiliares para eventual dosagem de soda, polímero e anti-escumante.
8.1.3. Obras Complementares
São obras que deverão ser implantados a medida do necessário para reforçar ou
ampliar o sistema existente. Estas obras deverão ser confirmadas através de projetos.
Estima-se serem necessárias as seguintes obras:
- CT Morada dos Pássaros: extensão de 649 m e diâmetro de 150 mm;
- CT SB 9: reforços com 683 m de extensão com diâmetros de 150, 200 e 300 mm;
- CT SB 32: reforços com 746 m de extensão com diâmetros de 150, 200 e 250 mm;
- Interceptor Ponte Alta: reforços com 1.167 m de extensão com diâmetros de 150,
200, 250, 300, 400 e 800 mm;
- Interceptor da Serra: reforços com 1.293 m de extensão com diâmetros de 150,
200, 250, 300 e 500 mm;
- EEE Morada dos Pássaros (nova): com 1+1 conjunto motor bomba submersível,
cada um com vazão de 6 l/s, altura manométrica de 35 m e potência de 5 cv,
recalcando em uma linha de recalque com 650 m de extensão e 100 mm de
diâmetro;
- EEE SB2 (nova): com 1+1 conjunto motor bomba submersível, cada um com vazão
de 13,5 l/s, altura manométrica 43 m e potência de 15 cV, recalcando em uma linha
de recalque com 900 m de extensão e 150 mm de diâmetro;
- EEE Maria Imaculada (existente): troca dos conjuntos motor bomba existentes, por
1+1 conjuntos novos do tipo auto-escorvante, cada um com vazão de 16 l/s, altura
manométrica de 21 m com potência da ordem de 10 cv;
- EEE 1 Alvorada (existente): troca dos conjuntos motor bomba existentes, por 1+1
conjuntos novos do tipo submersível, cada um com vazão de 24,5 l/s, altura
manométrica de 13,35 m e potência de 7,5 cv, e reforço da linha de recalque com
implantação de linha paralela com 164 m de extensão e 150 mm de diâmetro;
84
- EEE 5 José Carlos (existente): troca dos conjuntos motor bomba existentes, por
1+1 conjuntos novos do tipo submersível, cada um com vazão de 19,5 l/s, 14,86 m
de altura manométrica e potência de 7,5 cv, e reforço da linha de recalque com
implantação de linha paralela com 150 m de extensão e 150 mm de diâmetro.
3.28. SISTEMA DA ETE-2
Os esgotos das Bacias 2 e do Distrito Industrial serão coletados e afastados em
direção a ETE-2 que está sendo construída na margem esquerda do ribeirão das
Antas, nas proximidades da Indústria Danone.
8.1.4. Obras Prioritárias ou de 1ª Etapa
a) Conclusão da ETE-2 em construção pela CODISTIL/DEDINI. Esta estação
segundo projeto do fornecedor poderá atender até uma vazão média de 22 l/s, o
suficiente para atendimento até fim de plano das vazões da Bacia 2 e das
Indústrias Rhodia, Mitsui e CBA situados na Bacia do Distrito Industrial.
Considera-se prudente o DMAEDMAE verificar se não é necessário implantar um sistema
de desidratação mecânica de lodos, e um sistema de desinfecção do efluente final,
ambos não previstos no projeto e considerados necessários pela SERECSEREC.
O fornecedor da ETE garante uma remoção de DBO da ordem de 90%. Esta
eficiência deverá ser verificada pelo DMAEDMAE após o início de operação da ETE. A
critério do DMAEDMAE poderão ser aceitas eficiências menores ditados pelas
características do corpo receptor, até um mínimo de 60% de remoção de DBO.
b) Conclusão da EEE Rhodia, EEE 1 Bortolan ambos em construção, conforme o
previsto nos projetos existentes.
8.1.5. Obras Complementares
Quando for ocupado o Distrito Industrial e loteamento anexo são previstas as seguintes
obras:
- EEE Rhodia: ampliação da EEE implantada na 1ª etapa, ou construção de uma
85
nova elevatória, para abrigar 2+1 conjuntos motor bomba submersíveis, cada um
com vazão de 24 l/s, altura manométrica de 36,2 m e potência de 20 cv, bem como
construção de linha de recalque de reforço, paralela a existente, com 3.020 m de
extensão e 250 mm de diâmetro;
- EEE 1 Bortolan: ampliação da EEE implantada na 1ª etapa, ou construção de uma
nova elevatória, para abrigar 2+1 conjuntos motor bomba auto-escorvante, cada um
com 30,5 l/s de vazão, altura manométrica de 23,4 m e potência de 20 cv, bem
como construção de uma linha de recalque de reforço, paralela a existente, com
1.440 m de extensão e 250 mm de diâmetro;
- CT SB 40: reforços com 818 m de extensão com diâmetros de 150, 200, 250 e 400
mm;
- CT Bortolan: reforços com 184 m de extensão com diâmetros de 200 e 500 mm;
- Ampliação da ETE-2: implantação de unidades para duplicar a capacidade da ETE
em construção;
- Complementação do CT Bortolan, caso seja necessário desativar a ETE-2
(Alternativa 3B): extensão de 2.556 m, com diâmetro de 500 mm.
3.29. SISTEMA DA ETE-3
Os esgotos da Bacia 3 serão coletados e afastados em direção a ETE-3 nova, a ser
implantada em terrenos da Alcoa.
8.1.6. Obras Prioritárias ou de 1ª Etapa
a) Prolongamento do CT Sul, para conduzir os esgotos da antiga EEE 7, a ser
desativada, para a nova EEE 7. Este coletor teria uma extensão de 536 m e
diâmetros de 500 e 600 mm;
b) Implantação da nova EEE 7 para recalcar os esgotos para a nova ETE-3. Esta
elevatória teria 1+1 grade mecanizada, 2+1 conjuntos motor bomba do tipo auto-
escorvante, cada um com vazão de 53 l/s, altura manométrica de 17,9 m e potência
de 25 cv, e uma linha de recalque com 405 m de extensão e 300 mm de diâmetro.
Na 1ª etapa seriam implantados 1+1 conjunto motor bomba;
86
c) Implantação da nova ETE-3
Esta ETE teria capacidade para tratar uma vazão média de 67 l/s, e seria
implantada em uma única etapa.
O processo de tratamento proposto é formado por um tratamento preliminar,
reatores UASBs, flotação com ar difuso e desinfecção com luz ultravioleta, para
remover 90% da DBO e produzir um efluente tratado com OD mínimo de 4 mg/l,
coliformes fecais máximos de 103NMP/100 ml e fósforo com teor da ordem de 1
mg/l.
No desenho 238-50-016 é apresentado um esquema da estação proposta,
basicamente composta pelas seguintes unidades:
- Tratamento preliminar composto por: 1+1 grade fixa mecanizada com espaçamento
de barras de 3 mm; 1 calha Parshall com garganta de 9”; 2 desarenadores
mecanizados do tipo quadrado em planta com lados de 2,44 m;
- Quatro reatores UASBs, cada um com 10,20 m de comprimento, 10,20 m de largura
e 4,7 m de altura útil, totalmente cobertos e com um sistema de queima de biogás
formado por 1+1 queimador do tipo “flare”, cada um com capacidade para queimar
até 35 Nm3/h de biogás;
- Um sistema de flotação composto por: 1 calha Parshall com garanta de 9”; 2
floculadores mecanizados, cada um com 2,60 m de largura, 7,80 m de
comprimento, 2,5 m de altura útil e com 3 agitadores do tipo turbina com gradiente
de velocidade de 80s-1; 2 flotadores, cada um com 2,6 m de largura, 10 m de
comprimento, 2,5 m de altura útil e um removedor mecânico de lodo; 1+1 sistema
de saturação; 1 sistema de dosagem de cloreto férrico, com 2 tanques de fibra de
vidro de 10 m3 cada e 1+1 bomba dosadora para até 60 l/h; 1+1 bomba helicoidal
para o recalque de lodo flotado; sistemas auxiliares para eventual dosagem de
soda, polímero e anti-escumante;
- Dois canais de desinfecção, ou tubos de desinfecção, com luz ultravioleta, cada um
com capacidade para 55 l/s e para produção de efluente com teor de coliformes
fecais abaixo de 103 NMP/100 ml;
- Uma casa de desidratação de lodos com um tanque de estocagem de lodo com 31
87
m3 dotado de misturadores e 1+1 conjunto de desidratação, cada um formado por
uma bomba helicoidal e uma centrífuga com capacidade para 2 m3/h e um dosador
de polímero seco com capacidade para dosar até 6 kg/dia;
- Unidades auxiliares: 1 casa de operação e um reservatório de água potável.
No layout da ETE proposta foi deixado espaço para futuras unidades para remoção de
nitrogênio, caso seja eventualmente necessário.
8.1.7. Obras Complementares
São obras que deverão ser implantadas a medida do necessário para reforçar ou
ampliar o sistema existente na Bacia 3. Estas obras deverão ser confirmadas a través
de projetos. Estima-se serem necessários as seguintes obras:
- CT Sul: reforços com extensão de 2199 m com diâmetros de 150 a 800 mm;
- CT SB 43: reforço com extensão de 38 m com diâmetro de 150 mm;
- CTs SB 44 a 47: reforços com extensão de 611 m, com diâmetros de 150 e 200
mm;
- Implantação de mais um conjunto motor bomba na EEE 7.
88
9. ESTIMATIVAS DE CUSTOS
No presente item são apresentados os custos das obras propostas no item 8.
Apresenta-se no Anexo 7, a memória de cálculo para obtenção dos custos
apresentados na seqüência.
Para a determinação dos custos das unidades lineares (coletores tronco, emissários
por recalque e interceptores), foram levantados os quantitativos dos principais serviços
e fornecimentos envolvidos; para os serviços foram aplicados preços constantes do
banco de dados da SERECSEREC, provenientes do banco de preços utilizados pela Sabesp,
para a praça São Paulo.
Para as estações elevatórias de esgotos foram utilizadas curvas de custos em função
da potência, provenientes de estudos e planos diretores desenvolvidos para a Sabesp,
portanto com base no mesmo banco de preços, expresso em dólares americanos. A
taxa de conversão utilizada foi de R$ 3,00/US$, e a curva adotada consta do Anexo 7.
A estimativa de custos das estações de tratamento de esgotos ETEs 1 e 3 foi
construído um gráfico de custo por vazão, obtido a partir de trabalhos recentes
realizados pela SERECSEREC para Campinas, envolvendo o mesmo tipo de tratamento
proposto. Esse gráfico, também pode ser observado no Anexo 7.
As obras foram divididas em três sistemas isolados, assim denominados: ETE 1, ETE 2
e ETE 3, e classificados em etapa prioritária ou 1ª etapa, 2ª etapa e etapa
complementar.
A seguir são apresentados os custos das unidades a serem implantadas em cada
sistema por etapa.
a) Sistema da ETE 1
a1) Obras prioritárias ou de 1ª etapa
- Prolongamento do Interceptor da Serra (L=1468m Ø1000mm) – R$ 611.233,00
- ETE 1 (capacidade de 321 l/s – sem flotação) – R$ 14.500.000,00
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- CT Pontal de Sta. Clara (L=1990m Ø 150 mm) – R$ 146.227,00
- EEE Pontal de Sta. Clara ( Q=9,5 l/s e H=76,26 m) – R$ 285.000,00
- Emissário por recalque da EEE Pontal de Sta. Clara – R$ 265.680,00
a2) Obras de 2ª etapa
- ETE 1 (implantação do sistema de flotação) – R$ 1.650.000,00
a3) Obras Complementares
- CT Morada dos Pássaros (L=649 m e Ø 150 mm) – R$ 47.672,00
- CT SB 9 (L=684 m e Ø de 150, 200 e 300 mm) – R$ 63.542,00
- CT SB 32 (L=746 m e Ø de 150, 200 e 250 mm) – R$ 66.876,00
- Interceptor Ponte Alta (L= 1167 m e Ø de 150 a 800 mm) – R$ 150.140,00
- Interceptor da Serra (L=1293,25 e Ø 150 a 500 mm) - R$ 143.798,00
- EEE Maria Imaculada ( Q=16 l/s e H=21 m) – R$ 78.750,00
- EEE SB 2 (Q= 14 l/s e H= 43 m) – R$ 255.000,00
- Emissário por recalque da EEE SB2 – R$ 71.153,00
- EEE Morada dos Pássaros (Q= 6l/s e H= 35 m) – R$ 180.000,00
- Emissário por recalque EEE Morada dos Pássaros – R$ 35.153,00
- EEE 1 - Alvorada (Q=25 l/s e H=13 m) – R$ 68.250,00
- Emissário por recalque da EEE 1 - Alvorada – R$ 12.966,00
- EEE 5 - José Carlos (Q= 20 l/s e H= 15 m) – R$ 68.250,00
- Emissário por recalque da EEE 5 – José Carlos – R$ 11.859,00
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b) Sistema da ETE 2
b1) Obras prioritárias ou de 1ª etapa
- ETE 2 (capacidade 22 l/s ) – R$ 600.000,00
b2) Obras Complementares
- EEE Rhodia (Q=48 l/s e H=36 m) – R$ 390.000,00
- Emissário por recalque da EEE Rhodia – R$ 409.985,00
- EEE 1 – Bortolan (Q=62 l/s e H= 24 m) – R$ 390.000,00
- Emissário por recalque da EEE 1 - Bortolan – R$ 195.490,00
- CT SB 40 (L=818.38 m e Ø 150 a 400 mm) – R$ 73.721,00
- CT Bortolan (L= 184 m e Ø 200 e 500 mm) – R$ 24.292,00
- ETE 2 (capacidade de 42 l/s) – R$ 1.600.000,00
- CT Bortolan 1 (L=2556 m e Ø 500 mm) – R$ 531.254,00
c) Sistema da ETE 3
c1) Obras prioritárias ou de 1ª etapa
- CT Sul (L=536 m e Ø 500 e 600 mm) – R$ 132.219,00
- EEE 7 – Aeroporto (Q=65 l/s e H=16 m) – R$ 420.000,00
- Emissário por recalque da EEE 7 – Aeroporto – R$ 71.993,00
- ETE 3 ( capacidade 67 l/s) – R$ 7.970.000,00
c2) Obras Complementares
- CT Sul (L=2199 m e Ø 150 a 800 mm) – R$ 307.142,00
- CT SB 43 (L=38 m e Ø 150 mm) – R$ 2.818,00
- CT SB 44 a 47 (L=611 m e Ø 150 e 200 mm) – R$ 112.999,00
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- EEE 7 – Aeroporto (Q=107 l/s e H=18 m) – R$ 147.000,00
d) Resumo dos Custos por Etapa
- Etapa Prioritária ou 1ª Etapa – R$ 25.002.352,00
- 2ª Etapa – R$ 1.650.000,00
- Etapa Complementar – R$ 5.438.110,00
As intervenções necessárias para que o Sistema de Esgotamento Sanitário de Poços
de Caldas seja complementado, foi dividida em três fases descritas no capítulo 8 e
denominadas de: etapa prioritária ou 1ª etapa, 2ª etapa e etapa complementar. Os
custos necessários por fase encontram-se descritos anteriormente.
As intervenções propostas constituem apenas uma indicação de prioridades, que
devem ser atualizados constantemente, visando primeiramente o bem estar da
população e buscando, sempre, um sistema completo que satisfaça as exigências em
âmbito federal, estadual e principalmente municipal.
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