SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MARINEIDE CELERINO DA SILVA
A BIOLOGIA CELULAR NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E DIALÉTICA
MARINGÁ-PR
2010
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
MARINEIDE CELERINO DA SILVA
A BIOLOGIA CELULAR NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E DIALÉTICA
Material Didático na forma de Unidade Didática
apresentado como requisito para aprovação no
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
da Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Campus de Maringá.
Orientadora: Profa. Dra. Marli Aparecida Defani
MARINGÁ-PR
2010
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE:
MARINEIDE CELERINO DA SILVA
ÁREA DO PDE:
CIÊNCIAS
Núcleo Regional de Educação:
UMUARAMA - PR
PROFESSOR ORIENTADOR:
MARLI APARECIDA DEFANI
IES VINCULADA:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO:
COLÉGIO ESTADUAL PEDRO II – ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E
PROFISSIONAL.
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO:
7ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Título: A BIOLOGIA CELULAR NA
PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO
DIAGNÓSTICA E DIALÉTICA
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A BIOLOGIA CELULAR NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E DIALÉTICA
Autora Marineide Celerino da Silva
Escola de Atuação Colégio Estadual Pedro II – Ensino Fundamental, Médio e Profissional
Município Umuarama
N.R.E. Umuarama
Orientador Marli Aparecida Defani
I.E.S. UEM-Maringá
Disciplina/Área Ciências
Produção Didático-pedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Não possui
Público Alvo 8° ano ou 7ª série
Localização da escola de implementação
Colégio Estadual Pedro II – Ensino Fundamental, Médio e Profissional.
Avenida Duque de Caxias, n° 5910.
Apresentação:
A avaliação e o ensino-aprendizagem são temas que provocam constante reflexão e angústia em muitos educadores. Habitualmente, nota-se nos alunos um grande desinteresse pelo conteúdo ensinado. Isso tem se refletido, em Umuarama, num aumento do número de escolas tidas, até então, como de boa qualidade, passando à condição de Escola de Superação. Quando se trabalha um conteúdo abstrato como a célula, a barreira do desinteresse é ainda maior. Entretanto, pela importância do conteúdo para a compreensão de outros tópicos estudados nos demais anos, busca-se minimizar o problema por meio de metodologias baseadas na pedagogia histórico-crítica adotada por Gasparin, Luckesi e Hoffman, sob a visão diagnóstica e dialética visando a reduzir as dificuldades de ensino-aprendizagem e avaliação do conteúdo de estruturas celulares. Esta é uma pesquisa de intervenção com o objetivo de apontar metodologias que levem o educador a refletir sobre a relevância do valor social do conteúdo,
da análise diagnóstica sobre o conhecimento prévio dos alunos e da importância de direcionar o foco de estudo sobre o tema por meio da explicação partindo da demonstração dos tópicos e subtópicos com seus respectivos objetivos.
Palavras-chave Célula. Avaliação. Ensino. Diagnóstica. Dialética.
Sumário
Introdução .................................................................................................................... 8
Unidade 1 ................................................................................................................... 13
1.1 Prática Social Inicial ........................................................................................... 13
1.2 Questionários de investigação: .......................................................................... 14
1.3 Objetivos do estudo da célula ............................................................................ 15
Unidade 2 ................................................................................................................... 18
2.1 Problematização ................................................................................................ 18
2.2 Conteúdos e suas dimensões ............................................................................ 18
Unidade 3 ................................................................................................................... 21
3.1 Instrumentalização ............................................................................................. 21
3.2 O desenvolvimento do estudo da célula ............................................................ 21
3.2.1 Origem do termo célula ............................................................................... 24
3.2.2 Novas descobertas referentes à célula ....................................................... 25
3.3 Envoltórios celulares .......................................................................................... 27
3.3.1 Funções da membrana plasmática ............................................................. 29
3.4 Citoplasma, hialoplasma ou citosol .................................................................... 36
3.4.1 Estruturas da célula ..................................................................................... 37
3.4.2 Organelas ou orgânulos .............................................................................. 39
3.5. Técnica do Júri .................................................................................................. 44
3.5.1 Questões de entrevista para o debate da técnica do júri ............................. 46
3.6 Práticas para o estudo da célula ........................................................................ 46
3.6.1 Identificando partes da célula, formato e algumas funções ......................... 47
3.6.2 Questões de fixação: ................................................................................... 49
3.6.3 Características básicas da célula vegetal e movimento de ciclose ............. 49
3.6.4 Questões de fixação: ................................................................................... 51
3.6.5 Osmose em célula vegetal .......................................................................... 51
3.6.6 Questões de fixação: ................................................................................... 53
3.7 Montagens de células eucarióticas e procarióticas ........................................... 53
3.7.1 Célula bacteriana ........................................................................................ 54
3.7.2 Célula eucariótica ........................................................................................ 55
Unidade 4 ................................................................................................................... 58
4.1 Catarse .............................................................................................................. 58
4.2 Tópicos para a síntese ....................................................................................... 60
4.3 Modelos de avaliações sobre biologia celular .................................................... 62
Unidade 5 ................................................................................................................... 68
5.1 Prática social final .............................................................................................. 68
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 69
REFERÊNCIAS DE IMAGENS ................................................................................... 70
8
Introdução
Ao longo de quinze anos como docente, tenho observado uma grande
mudança no interesse dos educandos e dos pais que, ao comparecerem no
estabelecimento, buscam, na maioria das vezes, informações sobre a nota de seu
filho e não sobre a sua aprendizagem. Observo no município de Umuarama um
crescente número de escolas tidas, até então, como de boa qualidade, passando à
condição de Escola de Superação, devido ao baixo índice de aproveitamento na
Prova Brasil; à inadequação na idade/série; à evasão e à repetência. Também durante
a aproximação e na aplicação das provas, pode se constatar uma grande aflição dos
alunos, talvez, devido ao modo atual de ensino que se registra em documentos
oficiais como diagnóstico, mas se reduz à transmissão-verificação-registro.
Mesmo em um atual sistema de avaliação diagnóstica, mostra-se difícil à
prática, pois muitos professores foram formados por um sistema de educação
formativa e somatória e, ainda que se esforcem pela mudança, carregam dentro de si
a visão conteudista e autoritária, que lhes foi transmitida quando alunos.
Diante deste contexto é necessário analisar como o sistema de avaliação, que
é um dos pontos norteadores de todo o processo de ensino e aprendizagem, tem
influenciado a falta de interesse pela aprendizagem. Para mudar essa realidade,
partiremos da compreensão dos termos avaliar e verificar. Posteriormente,
implementaremos algumas sugestões metodológicas utilizando experiências de
autores ligados à área, dentre eles: Gasparin, Hoffmann, Luckesi, Vasconcelos e
Haydt.
Segundo Luckesi (2003, p. 92), o termo verificar vem do latim verum facere
que significa “fazer verdadeiro”, ou seja, investigar a verdade de alguma coisa. O
autor afirma que a verificação encerra-se com a obtenção dos dados, não implicando
que os educadores retirem desses dados conclusões novas ou informações
significativas.
Conforme Haydt (2008, p. 10) avaliar é fazer uma apreciação de alguém ou
de alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim a avaliação consiste
na coleta de dados e na interpretação desses resultados a partir de critérios definidos.
Luckesi (2003, p. 92) ressalta que o termo avaliar tem sua origem no latim,
vindo da composição a-valere, que quer dizer “dar valor a”. Avaliar implica em tomar
um posicionamento positivo ou negativo em relação aos resultados, exigindo uma
9
tomada de posição favorável ou desfavorável sobre o objeto da avaliação.
Como citado, a avaliação se diferencia da verificação no sentido de dar
importância a todo o processo ensino e aprendizagem e não somente ao resultado da
suposta aprendizagem. A avaliação deve ser parte do processo, como veículo que
direciona o educador a uma nova retomada, após o julgamento dos dados. Este
processo não é uma tarefa fácil, mas cabe ao educador refletir constantemente sobre
sua ação, uma vez que gastamos um tempo precioso e, em muitas vezes, não
obtemos resultados satisfatórios. Então, torna-se indispensável questionarmos como
a forma de correção das ditas provas ou avaliações tem orientado os alunos à
compreensão do que não foi aprendido. Também considera-se importante entender o
que é uma pedagogia histórico-crítica na perspectiva diagnóstica e dialética.
Segundo o dicionário, a pedagogia é uma ciência da educação que estuda
técnicas de ensino. Quando direcionado à concepção histórico-crítica visa à
transformação da sociedade por meio da reflexão sob o valor social do conteúdo.
Para uma melhor compreensão da transformação desta pedagogia em
didática, que se preocupa em expor técnicas de ensino valorizando a vinculação do
conteúdo com a realidade social, seguem, abaixo, concepções diagnósticas e
dialéticas de estudiosos da área.
Para Haydt (2008, p.16), a avaliação diagnóstica é aquela realizada no início
de um curso, período letivo ou unidade de ensino, com a intenção de constatar se os
alunos apresentam ou não o domínio dos pré-requisitos imprescindíveis para as
novas aprendizagens. É também utilizado para identificar eventuais problemas de
aprendizagem, numa tentativa de saná-los.
Conforme Luckesi (2003, p. 82), a avaliação diagnóstica é um instrumento
auxiliar da aprendizagem, preocupada com o crescimento do educando. Logo, o
resultado esperado da avaliação diagnóstica é a detecção de problemas, procurando
identificar causas e apontar soluções.
Para Gadotti (2000, p. 16, 28, 37), a dialética está relacionada ao movimento,
a antagonismos, à transformação, a uma maneira de pensar, que busca a verdade por
meio de contradições e ligações entre as unidades. Portanto, a dialética atual se
apresenta questionadora e contestadora de fatos sociais, por meio de um constante
reexame de teorias e da crítica sobre a prática.
Gasparin (2005, p. 2) ressalta que a avaliação dialética da aprendizagem do
conteúdo por meio de um trabalho pedagógico, na proposta histórico-crítica, deve ser
10
a expressão da prática, ou seja, o conhecimento deve se constituir como um
instrumento de compreensão da realidade e de transformação social, sendo
fundamental que os educadores se questionem sobre a finalidade social dos
conteúdos escolares.
Pode se constatar que a avaliação diagnóstica e a dialética se
complementam, porque ambas valorizam o conhecimento prévio do aluno e a
importância de utilizar a avaliação como ponto de retomada do conteúdo ainda não
compreendido. Contudo, a perspectiva dialética destaca a influência do valor social do
conteúdo para despertar o aluno para uma aprendizagem significativa. Então, torna-se
imprescindível que os educadores reflitam sobre o significado e a relevância do
conteúdo trabalhado para que possam demonstrar isto a seus alunos.
Sabemos que a célula é a unidade fundamental de construção de qualquer
ser vivo, sendo ela responsável por diversas funções para a manutenção da vida. Por
serem unidades vivas, elas são capazes de se nutrirem, crescerem, reproduzirem,
gerarem energia para a sua sobrevivência e morrerem.
Muito estudo e dedicação foram necessários para que os pesquisadores
pudessem desenvolver tecnologias essenciais, a fim de compreenderem melhor o
funcionamento e a morfologia celular.
Entretanto nota-se, por parte dos alunos, que o universo celular ainda
demonstra-se muito abstrato. Porém, ao trabalhar o conteúdo numa nova perspectiva,
tenta-se despertar a motivação e o interesse dos mesmos. Uma vez que o estudo da
célula servirá de base para a compreensão de outros conteúdos desenvolvidos na
série.
Então estudaremos a célula procurando destacar constantemente sua ligação
social a partir de seus aspectos históricos, suas definições, diferenciação de células
procarióticas de eucarióticas e os benefícios que os estudos trouxeram para a
humanidade. Passaremos, depois, para o estudo da membrana, analisando sua
composição e funções como a permeabilidade seletiva, sendo ela dividida em
transporte ativo (bomba de sódio e potássio) e transporte passivo que subdivide-se
em: difusão simples, difusão facilitada e osmose, além de funções como a endocitose
e exocitose. Finalmente, estudaremos o citoplasma, onde ocorrem importantes
processos fisiológicos por meio de suas organelas, destacando suas características e
funções.
Portanto, o material didático busca melhorar o processo de ensino e
11
aprendizagem, utilizando instrumentos que favoreçam uma explicação e avaliação,
diagnóstica e dialética, contribuindo para uma mudança de atitude na forma de
ensinar o conteúdo de estruturas celulares. O trabalho será composto por cinco
unidades que evidenciam: a pedagogia histórico-crítica na visão dialética de Gasparin;
a perspectiva diagnóstica de Luckesi e Hoffmann e técnicas de avaliação sugeridas
por Haydt. Essa união de idéias visa à desenvolver novas metodologias que resultem
em uma melhor aprendizagem do conteúdo relacionado a estruturas celulares.
Na primeira unidade serão abordadas as questões diagnósticas, que buscam
compreender o que os alunos sabem e o que gostariam de saber, além do anúncio da
unidade de estruturas celulares em tópicos e subtópicos, com seus respectivos
objetivos, que pretendem direcionar o foco de estudo dos alunos em relação aos
conteúdos.
Na segunda unidade será abordada a problematização, uma das etapas da
teorização seguida por Gasparin, que compreende outras etapas como a
instrumentalização e catarse. A problematização constará de questões-problema que,
confrontando o conteúdo com suas dimensões sociais, busca verificar as implicações
que esse conteúdo possui para a prática social. É o momento em que são
apresentadas as razões para o aluno aprender o conteúdo, porque ele será
estimulado a identificar os principais problemas postos pela prática social em relação
ao conteúdo.
Na terceira unidade, apresentar-se-á a instrumentalização por meio da
explicação do conteúdo sistematizado. Nesta etapa, o aluno e o objeto do
conhecimento são postos em recíproca relação pela mediação do professor. Assim, o
conhecimento sistematizado é posto à disposição dos alunos para que o assimilem, o
recriem, o incorporem, transformando o conhecimento em instrumento de construção
social e profissional, por meio de comparações intelectuais entre o conhecimento
cotidiano e o científico.
Na quarta unidade será apresentada a catarse, onde os alunos terão que
elaborar uma síntese de todo conhecimento incorporado, ou seja, devem estabelecer
uma ligação entre o cotidiano e o científico, demonstrando uma nova postura mental
em relação ao conteúdo estudado. Será realizada, logo após a síntese, uma análise
do conteúdo não incorporado e, posteriormente, uma averiguação da aprendizagem
por meio de uma avaliação escrita que atenda as dimensões trabalhadas em relação
ao conteúdo de estruturas celulares, buscando analisar como a perspectiva dialética e
12
diagnóstica contribuiu para a aprendizagem.
Na quinta unidade será apresentada a prática social final, ou seja, ocorrerá a
representação por meio de tabela, como sugestão das intenções e ações que os
alunos poderão desenvolver no seu cotidiano após a assimilação do conteúdo de
biologia celular.
13
Unidade 1
1.1 Prática Social Inicial
Informaremos que o conteúdo será trabalhado na perspectiva dialética por
meio de processos metodológicos baseados na pedagogia histórico-crítica de
Gasparin cuja finalidade é a transformação social. Também será reforçado pela
perspectiva diagnóstica de Luckesi e Hoffmann. Ainda utilizará sugestões de técnicas
de avaliação de Haydt.
Gasparin (2005, p. 24-26) afirma que a prática social inicial direciona o aluno
a fazer uma contextualização do conteúdo, cabe ao professor respeitar o nível
cognitivo de cada um, utilizando as informações como dados diagnósticos, sendo que
no encaminhamento das atividades deve-se partir do anúncio dos conteúdos e na
vivência do cotidiano, buscando entender o que o aluno sabe e o que gostaria de
saber sobre o tema.
Diante da citação, o conteúdo de estruturas celulares será estudado partindo
do senso comum e de seu uso na prática social cotidiana. De forma que o professor
obtenha subsídios para estabelecer o grau de conhecimento do aluno sobre o assunto
e, assim, tomar a melhor providência para que o aluno atinja o maior grau de
compreensão sobre o tema em questão. Neste momento faremos a aplicação de um
questionário diagnóstico, sugestão de Luckesi e Gasparin, e, posteriormente,
apresentaremos a unidade de estudo com seus tópicos, subtópicos e respectivos
objetivos.
Segundo Haydt (2008, p. 30-31), para garantir a validade do trabalho
devemos utilizar objetivos instrucionais ou comportamentais que visam a direcionar
todo o processo de ensino-aprendizagem, procurando obter, dos alunos,
comportamentos observáveis que forneçam orientações para melhor avaliar.
Conforme a autora (2008, p. 36), quando definimos objetivos devemos evitar verbos
como: adquirir, aprender, assimilar, conhecer, entender, compreender, saber,
desenvolver, perceber, etc. Estes verbos não demonstram comportamentos
observáveis, por apresentarem sentido vago e impreciso, prestando-se a muitas
interpretações. Para este processo recomendam-se verbos como: identificar,
reconhecer, diferenciar, comparar, escrever, relacionar, descrever, explicar,
exemplificar, justificar, classificar, escolher, selecionar, resolver, calcular, aplicar, usar,
14
analisar, sintetizar, etc.
Conforme citações, para demonstrar com mais objetividade o processo
didático-pedagógico, utilizar-se-á como exemplo o conteúdo célula, que segue abaixo,
com o questionário diagnóstico e a análise dos conteúdos com seus respectivos
objetivos instrucionais, que buscam melhor analisar a aprendizagem dos alunos.
O questionário de investigação será distribuído no inicio das atividades e no
momento da catarse, para que os alunos tenham dados que os direcionem na
produção do texto final.
1.2 Questionários de investigação:
1. Qual o nome da menor unidade viva capaz de se alimentar, respirar, reproduzir e
excretar?
2. O que diz a teoria celular sobre a constituição dos organismos vivos?
3. O que significa o termo célula e organela para você?
4. Um estudante afirmou que as células desempenham a mesma função. Se o corpo
é formado por tecidos diferentes, você acredita que isto pode ocorrer? Justifique sua
resposta.
5. Quais são as partes básicas de uma célula? Faça uma explicação sobre a
composição e funções de cada uma delas.
6. O funcionamento da célula necessita de estruturas membranosas presentes no
citoplasma. Cite o nome destas estruturas com suas respectivas funções.
7. O estudo da célula foi fundamental para melhorar a sobrevivência do homem no
planeta. Quem fez a primeira observação em uma estrutura que denominou de
célula? Explique o procedimento seguido por ele. Que benefícios e prejuízos estes
estudos tem oferecido a humanidade?
8. Sem a luz solar a vida na terra se extinguiria. Justifique esta afirmação
explicando a ligação entre cloroplastos e luz solar, cloroplastos e mitocôndrias e das
mitocôndrias com a luz solar.
9. O que mais gostaria de estudar sobre a célula?
10. Faça um desenho de uma célula e identifique, por nome, todas as estruturas que
forem lembradas.
11. Para você qual o valor social deste conteúdo?
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1.3 Objetivos do estudo da célula
Objetivos gerais:
Conhecer o funcionamento da célula a nível celular, tornando-se possível
compreender melhor o fenômeno da vida, estimulando a valorização do
desenvolvimento tecnológico; o cuidado com a saúde e organização na sociedade, a
partir da reflexão da importância do equilíbrio químico e a organização nos diversos
compartimentos da célula.
Tópico: O desenvolvimento do estudo da célula
Subtópicos:
Descoberta da célula (Robert Hooke e teoria celular)
Definições de célula
Tipos de células (procarióticas e eucarióticas)
Os benefícios e prejuízos do estudo das células (transgênicos e células-
tronco)
Objetivos específicos:
Analisar como o desenvolvimento tecnológico ajudou, a partir de Robert
Hooke, no estudo da célula, para identificar sua influência na vida humana;
Reconhecer a célula como parte integrante do todo que é o organismo,
buscando compreender sua influência no funcionamento do mesmo;
Explicar termos como: teoria celular, célula, células-tronco e transgênicos,
a fim de utilizá-los de maneira adequada para a análise em outros textos e
no dia a dia;
Diferenciar células procarióticas e eucarióticas, a fim de utilizar estes
conhecimentos para compreender a existência de seres diferentes;
Reconhecer alguns benefícios e prejuízos do uso da tecnologia em relação
ao estudo das células-tronco e transgênicos a fim de apoiar ou contestar
sua utilização.
16
Tópicos: Envoltórios celulares
Subtópicos:
Definições
Parede celular (composição e funções)
Membrana plasmática
Estrutura e permeabilidade da membrana (transporte ativo e passivo)
Tipos de transporte passivo e exemplos (difusão, difusão facilitada e
osmose)
Endocitose (fagocitose e pinocitose)
Exocitose
Objetivos específicos:
Explicar termos como: membrana plasmática, parede celular, transporte
ativo e transporte passivo, a fim de aplicá-los de maneira adequada para
análise em outros textos e no dia a dia;
Reconhecer a influência da composição da membrana plasmática, para
realização de funções como a permeabilidade seletiva, endocitose e
exocitose, assim como da parede celular, buscando entender como estes
processos atuam na manutenção de sua saúde e no bom funcionamento
da célula;
Diferenciar endocitose de exocitose;
Exemplificar o que é osmose;
Tópico: Citoplasma
Subtópicos:
Definições
Funções
Estruturas celulares: Citoesqueleto (microtúbulos e microfilamentos),
centríolo e ribossomos
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Definição de organelas
Tipos de organelas (características e funções) como: retículos
endoplasmáticos, complexo de Golgi ou dictiossomos, lisossomos,
peroxissomos, plastos (cloroplastos e leucoplastos), mitocôndrias e
vacúolos.
Objetivos específicos:
Explicar termos como: citoplasma, organelas, citoesqueleto, centríolo e
ribossomos a fim de exemplificar como estas estruturas celulares
influenciam no funcionamento, no formato e no movimento celular;
Relacionar as organelas, com suas respectivas funções, para reconhecer
sua influência no funcionamento da célula, a fim de aplicar os
conhecimentos adquiridos em relação a sua saúde e organização na
sociedade.
18
Unidade 2
2.1 Problematização
Para Gasparin (2005, p. 35-36), a problematização é o caminho que
predispõe o espírito do aluno para a aprendizagem significativa, porque representa o
momento em que a prática social é posta em questão pelo professor, buscando
verificar as implicações que esse conteúdo possui para a prática social.
Conforme as citações, este é o momento em que são apresentadas as razões
para o aluno aprender o conteúdo, porque ele será estimulado a identificar os
principais problemas postos pela prática social e pelo conteúdo, transformando os
desafios em questões problematizadoras. Portanto, no momento da problematização
serão apresentados aos alunos questionários com questões-problema sobre a célula
e suas implicações na sociedade.
Assim, dentro da unidade célula, na parte da problematização, serão
trabalhadas as dimensões e as respectivas perguntas, juntamente com a retomada
dos tópicos, subtópicos e objetivos dos conteúdos, como forma de melhor direcionar o
foco de estudo dos alunos. Seguem, abaixo, as dimensões do conteúdo com base na
tabela de Gasparin (2005, p. 47-49):
2.2 Conteúdos e suas dimensões
Conteúdo: O desenvolvimento do estudo da célula
Dimensões: Conceitual / Científica
Questões problematizadoras:
O que diz a teoria celular sobre a constituição dos organismos vivos? Para
que serve o alimento que comemos e o ar que respiramos? Como eles chegam até a
célula? O que significa o termo célula para você? Quais são as partes que compõe
uma célula? Sabemos que o nosso corpo é formado por tecidos diferentes e que
estes são formados por unidades menores, as células. Você considera que todas as
células são iguais? Justifique sua resposta. Por que as bactérias são consideradas
células procarióticas e os demais seres vivos eucarióticos? O que são produtos
transgênicos? O que são células- tronco?
19
Dimensão: Histórica
Questões problematizadoras:
Quem descobriu a célula? Qual a importância histórica da descoberta? Como
o homem utilizou historicamente o conhecimento sobre a célula?
Dimensão: Econômica
Questões problematizadoras:
Desde a descoberta da célula até hoje aconteceram várias outras descobertas
no meio científico. Você pode citar algumas delas? Qual a importância econômica dos
transgênicos e das células- tronco?
Dimensão: Religiosa
Questões problematizadoras:
Como a igreja vê a utilização dos transgênicos e células- tronco?
Dimensão: Política
Questões problematizadoras:
Quais as leis que amparam a utilização de células-tronco e transgênicos no
Brasil?
Conteúdo: Envoltórios celulares
Dimensão: Conceitual / Científica
Questões problematizadoras:
Qual a composição da parede celular e da membrana plasmática? A
composição dos envoltórios celulares tem ligação com suas respectivas funções?
Qual a importância da endocitose e da exocitose para o bom funcionamento da célula
e do seu corpo como um todo? Por que a alface murcha ao ser temperada muito
antes da refeição? O que acontece com a alface murcha ao ser colocada em um
recipiente com água destilada? Que tipos de modificações ocorrem no interior da
célula para a realização deste processo? O que acontece com um perfume quando
aberto dentro da sala?
Dimensão: Econômica
20
Questões problematizadoras:
Qual a importância econômica do estudo da membrana para prevenção de
doenças como fibrose cística, diabete mellitus ou diabete tipo II?
Conteúdo: Citoplasma
Dimensão: Conceitual / Científica
Questões problematizadoras:
O que sustenta o formato de suas células? Por que ao sofrer uma pressão as
células de nosso tecido não se rompem? O que é um citoesqueleto? Por que se diz
que a célula eucariótica é dividida em compartimentos? O que é centríolo? O que é
uma organela? Por que o citoesqueleto e o centríolo não são organelas como as
mitocôndrias e o retículo endoplasmático? Quais as organelas que compõem uma
célula? E quais as suas funções?
Dimensão: Social
Questões problematizadoras:
Como a organização na divisão de tarefas das organelas e a integração entre
elas influenciam seu bom funcionamento? No que a compreensão desse tópico pode
contribuir no seu papel social?
21
Unidade 3
3.1 Instrumentalização
Gasparin (2005, p. 53) afirma ser a instrumentalização necessária porque é o
caminho onde o conhecimento sistematizado é posto à disposição dos alunos para
que o assimilem, o recriem, o incorporem, transformando o conhecimento em
instrumento de construção social e profissional, por meio de comparações intelectuais
entre o conhecimento cotidiano e o científico.
Conforme a citação, na instrumentalização, serão utilizadas estratégias
didático-pedagógicas para o ensino e aprendizagem por meio de apresentação do
conteúdo sistematizado dialógico, utilizando-se para o processo a análise do site
(www.planetabio.com.br); técnica do Júri para debates sobre células-tronco e
transgênicos; montagem de maquetes de células com repasse para os alunos do
conteúdo ligado ao material produzido; pesquisa em site e observação de células com
questões de fixação.
O conteúdo será exposto de forma dialógica aos alunos por meio do site
citado acima, com momentos de parada, para análise das questões-problema.
Estudaremos a célula no seu aspecto histórico, desde a descoberta por Robert
Hooke, a teoria celular, os benefícios e prejuízos de suas descobertas, a análise da
membrana ao citoplasma com suas organelas e outros componentes celulares
existentes no citoplasma. No estudo das organelas serão destacadas as ligações
entre os nutrientes provenientes da alimentação com o trabalho e composição das
organelas, assim como a ligação entre elas para se estabelecer um bom
funcionamento.
Os alunos somente terão acesso ao conteúdo sistematizado, elaborado pela
professora, após a produção do texto em grupo, sendo esta uma etapa da catarse. O
texto servirá para complementação dos tópicos relacionados ao conteúdo.
Conteúdos sistematizados:
3.2 O desenvolvimento do estudo da célula
Ao entrar no universo celular e procurar compreender suas estruturas e
funcionamento, busca-se entender a rede de interações necessárias para a
22
manutenção da vida. Procura-se fazer uma análise do que ocorre dentro de nós para
que possamos crescer, cicatrizar ferimentos e ter energia para realizar todas as
nossas ações.
Será a resposta para isto, o alimento que ingerimos e o ar que respiramos?
Para entendermos tudo isso é necessário conhecermos a estrutura básica
que forma nosso corpo, a qual é responsável por todas estas transformações: a
célula.
A célula pode ser definida de várias formas:
Para Junqueira (2000, p. 2) a célula é definida como uma unidade que
constitui os seres vivos, podendo ocorrer isoladamente, nos seres unicelulares ou
formar tecidos em arranjos ordenados que constituam o corpo dos seres
multicelulares.
A célula pode também ser definida como uma unidade morfofisiológica de
construção do seres vivos, sendo que sua morfologia (forma) está relacionada com a
sua fisiologia (função). Ela é capaz de realizar funções como: absorção de nutrientes,
produção de energia, eliminação de resíduos e reprodução. (PAULINO, 2008, p.8)
Conforme citações dos autores, a célula poder ser entendida como uma
unidade que forma qualquer ser vivo, seja ele unicelular ou pluricelular, e que
apresenta uma morfologia (forma) inteiramente ligada a sua fisiologia (função). Por
ser capaz de executar funções, independente de outras células, é considerada uma
unidade viva. Tais citações definem claramente o que são células e onde elas podem
ser encontradas, além de destacar a importância do formato celular com sua
respectiva função. Para a análise dos compartimentos e da morfologia celular,
vejamos a Figura 1 e a Figura 2.
Site:< http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/
imagens/2biologia/6cel.jpg>.
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/biologia/5celanimal.jpg>.
FIGURA1 - CÉLULA VEGETAL Figura 2 - CÉLULA ANIMAL
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
23
Como podemos saber que somos formados por células se não as vemos?
A área da biologia que estuda a célula é a Citologia (cito=célula;
logos=estudo). Essa área só teve início com a invenção do microscópio, aparelho que
propicia um grande aumento da imagem de objetos. (LOPES, ROSSO, 2007, P. 56).
Segue Figura 3 do microscópio óptico composto para análise de algumas
partes que o diferenciam do microscópio simples.
Site:<
http://www.diaadia.pr.g
ov.br/tvpendrive/arquiv
os/File/imagens/2010/
biologia/9microscopio.j
pg>. Acesso em: 10
de mar.2010.
FIGURA 3 - MICROSCÓPIO ÓPITCO COMPOSTO
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
Cientistas acreditam, que o microscópio foi inventado em 1591 por Zacharias
Janssem e seu pai Hans Janssem, dois holandeses fabricantes de óculos, porém não
há registro que eles tenham utilizado sua invenção com finalidade científica. Contudo,
o holandês Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723) foi o primeiro a construir um
microscópio simples e utilizá-lo para investigação da natureza, registrando
cuidadosamente suas observações. Leeuwenhoek, utilizando um microscópio simples
(com uma única lente), observou água estagnada, sangue e esperma, descobrindo
microorganismos, hemácias e espermatozóides. (AMABIS, MARTHO, 2004, p. 90)
Após tais descobertas, cientistas ingleses encarregaram o físico Robert
Hooke (1635-1703) de construir um microscópio ainda mais poderoso que o de
Leeuwenhoek. Hooke construiu um microscópio composto, formado por duas lentes
ajustadas em um tubo de metal. (AMABIS, MARTHO, 2004, p. 90)
Dessa maneira, nota-se, nas citações acima, que a ciência conhecida como
citologia, surge do interesse em conhecer o desconhecido. Onde o homem, pelo
instinto de sobrevivência, busca mecanismos para novas descobertas que visem a
explicação de fenômenos da natureza. Entre estes mecanismos surge o microscópio
que, inicialmente, era simples e depois foi evoluindo para um microscópio composto o
24
que proporcionou à humanidade várias descobertas que ajudaram o homem a
derrubar algumas verdades tidas como absolutas, como a teoria da geração
espontânea, que afirmava que o ser vivo poderia surgir da matéria sem vida.
3.2.1 Origem do termo célula
Em 1663 Robert Hooke mostrou aos cientistas finas fatias de cortiça, um
material constituído por cavidades microscópicas que ele comparou a quartos (celas)
de um convento, denominando-as cellas e depois células. O termo célula deriva do
latim cellula, diminutivo de cella, que significa pequeno compartimento. Ao observar
partes vivas de plantas, ele e outros pesquisadores notaram a existência de células
semelhantes às da cortiça, com diferença que o espaço estava preenchido por um
material gelatinoso. (AMABIS, MARTHO, 2004, p. 91)
Segue Figura 4 que demonstra imagens de Robert Hooke e os modelos de
microscópios compostos utilizados e Figura 5 que apresenta a possível visualização
do pedaço de cortiça.
Site:< http://search.creativecommons.org/?q=robert+hooke&format=Image >. Acesso em: 10 de mar.2010. Imagem de
Robert Hooke com seus microscópios e a visão do pedaço de cortiça.
FIGURA 4 - HOOKE E SEUS MICROSCÓPIOS
FIGURA 5 - IMAGEM DE SUA OBSERVAÇÃO
FONTE: Creative commons (2010)
O autor acima tenta demonstrar como todo o processo de descoberta requer
análises e comparações. Contudo, nunca um conhecimento deve ser compreendido
como produto pronto, porque este passa por transformações ao longo do tempo a
partir de novas descobertas.
25
3.2.2 Novas descobertas referentes à célula
Para Amabis e Martho (2004, p. 90-92) a microscopia desenvolveu-se
rapidamente e, em 1832, Mathias Jakob Scheidem (1804-1881), ao estudar as
plantas, e Theodor Schwann (1810-1882), ao estudar a anatomia dos animais,
reuniram-se para discutir suas idéias sobre a organização dos seres vivos, lançando a
teoria celular, hipótese que todos os seres vivos são formados por células.
Entusiasmados com a hipótese da teoria celular, os cientistas passaram a se
questionar sobre a origem de sua existência. Então, em 1855, Rudoph Virchow (1821-
1902) emitiu a idéia que toda célula se forma de outra preexistente. A idéia de que a
célula poderia surgir espontaneamente foi perdendo credibilidade. Com as
observações de Walter Flemming (1843-1905), ao descrever as etapas de divisão de
uma célula em duas, que denominou de mitose, a teoria da geração espontânea
torna-se ainda mais desacreditada e a Teoria Celular se ampliou e passou a se apoiar
em três princípios fundamentais que são:
Todos os seres vivos são formados por células e por
estruturas que elas produzem; as células são, portanto, as
unidades morfológicas dos seres vivos.
As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem
no interior das células; estas são, portanto, as unidades
funcionais ou fisiológicas dos seres vivos.
Novas células se formam pela divisão de células
preexistentes, por meio da divisão celular; a continuidade da
vida depende, portanto, da reprodução celular. (Amabis,
Martho, 2004, p. 92)
A teoria celular, como citado acima, foi muito importante para a ciência porque
demonstrou que os seres vivos, apesar das diferenças, apresentam algo em comum:
a célula. Esta unidade morfofisiológica que se forma de outra preexistente por uma
divisão conhecida por mitose.
Em 1833, o cientista escocês Robert Brown (1773-1858) lançou a hipótese da
descoberta do núcleo, termo derivado da palavra grega nux, que significa semente,
por ser considerada tão importante como a semente é para o fruto. (AMABIS,
MARTHO, 2004, p. 93)
26
Em 1950, estudos com vírus demonstraram que eles são acelulares, ou seja,
não são formados por célula, sendo considerados parasitas intracelulares
obrigatórios, porque necessitam de componentes celulares para se reproduzirem.
(AMABIS, MARTHO, 2004, p. 93)
Posteriormente, conforme citações, novas descobertas surgem com a
evolução dos microscópios, ajudando a compreender o funcionamento da célula e a
organização dos vírus. Assim, a evolução da microscopia tem demonstrado que,
apesar das diferenças entre os seres, existem apenas dois tipos de células: as
procarióticas e as eucarióticas, sendo a distinção básica entre elas, a presença ou
não do núcleo.
Segundo Junqueira (2000, p. 2-3) as células procarióticas se caracterizam
pela pobreza de membrana, não tendo envoltório nuclear, nem citoesqueleto e o
seu DNA não apresenta associação com a proteína do tipo histona. No entanto,
as células eucarióticas são ricas em membrana, possuem envelope nuclear,
varias organelas membranosas e o seu DNA tem associação com a proteína do
tipo histona.
A citação de Junqueira torna-se importante, porque deixa claro outros
componentes que diferenciam as células procarióticas de eucarióticas. Estes dados
são necessários para uma melhor análise das diferenças entre as células, mas
normalmente não se encontram em livros didáticos de ensino fundamental e médio.
Segue Figura 6 para análise de alguns componentes que diferenciam células
procarióticas de eucarióticas.
Site:<
http://www.diaadia.pr.g
ov.br/tvpendrive/arquiv
os/File/imagens/2010/
biologia/organizacel.jp
g>. Acesso em: 10 de
mar.2010.
FIGURA 6 - ORGANIZAÇÃO CELULAR
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
27
3.3 Envoltórios celulares
Para Paulino (2008, p. 124) toda a célula, seja procarionte ou eucarionte,
apresenta uma membrana também conhecida como envoltório celular que isola o
meio intracelular do meio extracelular: a membrana plasmática. Certos organismos
como bactérias, fungos e plantas em geral, além da membrana apresentam outro
envoltório, a parede celular.
Junqueira (2000, p. 4 e 77) define membrana plasmática como sendo “a
parte mais externa do citoplasma, que separa a célula do meio extracelular”.
Para o autor a membrana contribui para manter o meio intracelular diferente do meio
extracelular, tendo cerca de 7 a 10 nm de espessura, sendo a principal responsável
pelo controle da penetração e saída de substâncias da célula por meio de seus
receptores específicos.
Paulino (2008, p. 124) define a parede celular como “uma estrutura de
revestimento externo, permeável, dotada de grande resistência e que tem a
capacidade de proteger e sustentar as células”. Para o autor, a parede celular, nas
células vegetais, é formada de açúcar do tipo celulose, sendo chamada de
membrana celulósica. Porém em fungos é composta de açúcar do tipo quitina e nas
bactérias por uma reunião de proteína e açúcar do tipo polissacarídeo.
As citações destacam um componente comum a todas as células, a
membrana plasmática, como uma estrutura fundamental para o controle da
composição do citoplasma. Busca também definir a parede celular, que não existe em
célula animal, porém é fundamental para vegetais, fungos e bactérias por ajudar na
proteção e na resistência celular. Entretanto salientam que a parede celular, nestes
seres vivos, apresenta uma diferença na sua composição. Os autores acima são
importantes por apresentar, de forma clara, o conceito de membrana e destacar
algumas de suas funções para a sobrevivência da célula e, em conseqüência, do
próprio ser vivo.
Para Amabis e Matho (2004, p. 109-110) a membrana plasmática é
constituída de fosfolipídios e proteínas. Por isso, costuma-se dizer que tem
constituição lipoprotéica. Estudos bioquímicos fizeram, em 1972, com que S.
Jonathan Singer e Garth L. Nicolson estabelecessem um modelo de membrana
conhecido como mosaico fluído.
Segue Figura 7 que apresenta o modelo de mosaico fluído, apresentado por
28
Singer e Nicolson, destacando os componentes que formam a membrana plasmática
para análise de suas funções.
Site:<http://www.diaadia.pr.g
ov.br/tvpendrive/arquivos/Fil
e/imagens/2010/biologia/3os
mose.jpg >. Acesso em: 10
de mar.2010.
FIGURA 7 - MODELO DE MEMBRANA PLASMÁTICA
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
Para Lopes e Rosso (2007, p. 61) o conjunto de características estruturais e
funcionais das camadas de lipídios e proteínas da membrana é o que determina as
suas funções. Os autores afirmam que foram identificados mais de 50 tipos de
proteínas, sendo que algumas delas formam poros que permitem a passagem de
moléculas de água e a captura de substâncias fora e dentro da célula ou mesmo
alertar a membrana sobre a presença de hormônios, além de reconhecer a presença
de outras células. Contudo, danos ou ausência de proteínas podem gerar doenças
como consta no quadro abaixo.
Diabete Mellitus ou tipo ll Fibrose cística
Doença que gera alto nível de
açúcar no sangue.
Pesquisas demonstram haver um
defeito na proteína da membrana das
pessoas que não identifica o hormônio
insulina, que dá o sinal para as células
absorverem glicose.
Portanto, uma forma de prevenção
e evitar a obesidade e cuidar da
alimentação.
Fonte: Santos, et al, 2010, p. 87.
Doença em que a proteína que leva o cloro
para fora da célula, passa a reter cloro, sódio e água
em seu interior. Com isso, as vias respiratórias
ressecam e a pessoa passa a respirar com
dificuldade e fica suscetível a contrair doenças
respiratórias. O pâncreas também é afetado, o que
prejudica a digestão e provoca diarréia e desnutrição.
Esse problema pode ser detectado com teste
genético, uma vez que a doença é causada por
defeito de um gene. O tratamento requer fisioterapia,
antibióticos e dieta para combater as infecções.
Fonte: Gewandsznajder, 2008, p.16 do
manual do professor.
Quadro 1 - DOENÇAS CAUSADAS POR PROBLEMAS NA MEMBRANA PLASMÁTICA
FONTE: Livro de Santos e livro de Gewandsnajder
29
Dessa forma, pode-se perceber que a membrana tem composição
lipoprotéica por apresentar, em maior quantidade, várias moléculas de proteínas e
lipídios que se associam a fosfato, daí o nome fosfolipídio. As proteínas podem
ultrapassar totalmente (chamada de transmembrana, Santos, et al, 2010, p. 86) ou
parcialmente (chamada de periférica, Santos, et al, 2010, p. 86) as duas camadas de
fosfolipídios, conhecida por bicamada lipídica. As proteínas da membrana são
fundamentais ao funcionamento da célula, por ajudar no transporte de substâncias
para dentro e para fora da mesma, portanto, seu estudo contribui para entender o
funcionamento da célula, fazer a prevenção e o tratamento de doenças que atingem a
humanidade.
3.3.1 Funções da membrana plasmática
Conforme Santos, et al (2010, p. 88-92) a membrana da célula realiza funções
como: permeabilidade seletiva, endocitose e exocitose. A permeabilidade seletiva
ocorre devido ao fato da membrana ser semipermeável, ou seja, permite somente a
passagem de certas substâncias e bloqueia, ou controla, a passagem de outras.
Entretanto, algumas substâncias podem atravessá-la livremente.
Para Santos, et al (2010, p. 88-93), a permeabilidade seletiva pode ser
classificada, de acordo com o gasto de energia, em: transporte passivo em que as
substâncias podem atravessar espontaneamente a membrana, sem que a célula
gaste energia, porque o deslocamento é a favor do gradiente de concentração.
Transporte ativo, onde a membrana também é capaz de absorver e expulsar certas
substâncias, gastando energia para isso, porque as substâncias estarão deslocando-
se contra a concentração da substância, necessitando a transformação da proteína
para o processo e, consequentemente, o consumo de energia.
As citações deixam evidentes as funções da membrana plasmática e a
diferença entre os dois tipos de transporte. Quando o deslocamento da substância é a
favor do gradiente de concentração não há necessidade da proteína consumir energia
para o processo, sendo conhecido como transporte passivo. No momento que a
proteína precisa deslocar substâncias contra o gradiente de concentração, ela deve
sofrer modificações, com isto, consome energia, em um processo conhecido por
transporte ativo.
Tipos de transporte passivo conforme Santos et al (2010, p. 89-92):
30
Difusão simples
Passagem de substâncias como átomos, moléculas, íons etc,
espontaneamente, de regiões mais concentradas para regiões em que sua
concentração é menor. Ex: transporte dos gases oxigênio e carbono entre os pulmões
e o sangue ou o deslocamento de sal (Soluto) de uma região mais concentrada para
outra menos concentrada.
Difusão facilitada
Passagem de substâncias pela membrana com a ajuda de uma proteína
carregadora ou transportadora, deslocando substâncias da região de maior
concentração para a de menor concentração, por meio do encaixe entre a substância
e a proteína ou pelos próprios canais da proteína. Ex: transportes de glicose,
aminoácidos e nucleotídeos pela membrana.
Osmose
Caso especial de difusão em que a membrana é impermeável ao soluto e
permeável somente ao solvente, que se difunde através da membrana semipermeável
das células. Esse deslocamento da água (solvente) através da membrana
semipermeável contra o gradiente de concentração de soluto- é chamado de osmose.
Nas citações, nota-se que o transporte passivo pode compreender três
processos que apresentam diferenças. Na difusão simples, ocorre a passagem de
gases e alguns sais pela membrana sem nenhuma dificuldade, porque são partículas
muito pequenas ou que possuem grande afinidade com a proteína da membrana, o
que diferencia da difusão facilitada, onde pelo tamanho das moléculas necessitam da
ajuda da proteína que recebe o nome de proteína transportadora. A osmose, porém é
um caso especial de difusão por ocorrer a passagem de água, e não de sais, pela
membrana, como pode ser observado na Figura 8 abaixo.
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivo
s/File/imagens/2010/biologia/3osmose.jpg >. Acesso
em: 10 de mar.2010.
FIGURA 8 - TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS: OSMOSE
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
31
Para Amabis e Martho (2004, p. 111-113) a osmose é influenciada pelo
número de partículas do soluto (sustância que é dissolvida). Duas soluções são
isotônicas quando contêm a mesma quantidade de partículas por unidade de
volume, mesmo que não sejam do mesmo tipo, mas que exerçam a mesma pressão
osmótica. Então, quando separados por uma membrana semipermeável, haverá fluxo
de água nos dois sentidos, de modo proporcional.
Quando se comparam soluções de concentrações diferentes, diz-se que a
solução que possui mais soluto e, portanto, maior pressão osmótica é hipertônica, e
a de menor concentração de soluto, tendo menor pressão osmótica é hipotônica.
Separado por uma membrana, o fluxo maior de água vai da solução hipotônica para a
hipertônica, até que as duas soluções se tornem isotônicas.
Dessa forma, como citado acima, podemos definir osmose como sendo a
passagem de água do meio hipotônico para o meio hipertônico, cujo objetivo é
favorecer o equilíbrio osmótico da célula, ou seja, controlar a quantidade de água em
seu interior, contribuindo para o seu bom funcionamento.
A osmose pode provocar alterações de volume celular, tanto de célula animal
quanto de célula vegetal. Contudo, uma hemácia humana em relação a uma solução
de cloreto de sódio a 0,9% (“solução fisiológica”) é isotônica mantendo se com volume
equilibrado. Ao se colocar a hemácia em um meio com maior concentração
(hipertônica), perde água e murcha. Caso contrário, se estiver em um meio mais
diluído (hipotônico), absorve água por osmose, aumentando de volume, podendo
romper num processo conhecido como hemólise.
Segue Figura 9 que representa o comportamento da hemácia em soluções de
diferentes concentrações.
Site:<
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/
File/imagens/2010/biologia/8osmose.jpg>.
Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 9 - OSMOSE EM HEMÁCIAS
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
32
Ao colocar uma película vegetal em uma solução hipotônica ela absorve
água, tornando-se túrgida, mas não corre o risco de estourar porque apresenta a
parede celular que exerce pressão sobre o citoplasma e faz a água sair. Entretanto,
ao colocarmos em uma solução hipertônica, a célula perde água, por osmose,
causando o deslocamento da membrana plasmática da parede celular. A célula,
nessas condições, é denominada de plasmolisada. Quando colocada novamente
em solução hipotônica, a membrana retorna a posição e diz-se que a célula está
deplasmolisada.
Abaixo apresenta a Figura 10 que demonstra o comportamento de uma célula
vegetal em soluções de diferentes concentrações para análise comparativa com a
célula animal anterior.
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/8transportes.jpg>. Acesso
em: 10 de mar.2010. FIGURA 10 - OSMOSE EM CELULA VEGETAL
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
O texto explicativo de Amabis e Matho é importante por demonstrar o
comportamento da célula vegetal e animal em diferentes soluções. Para que se possa
analisar a influência do fenômeno da osmose no seu funcionamento. Possibilitando
verificar a importância da parede celular na célula vegetal e abrir espaço para a
explicação do citoesqueleto em ambas as células, além de estabelecer conexões com
fenômenos do cotidiano, como o fato da alface murchar ao ser temperada e o feijão
de molho inchar.
Transporte ativo conforme Amabis e Martho (2004, p. 114):
33
As células vivas precisam manter uma diferença de concentração de íons e
moléculas em seu interior, diferente de seu meio exterior. Por isso, muitas células
fazem o transporte ativo, pois a proteína tem que alterar o seu formato, gastando
energia para deslocar sódio do meio intracelular menos concentrado para o meio
extracelular, mais concentrado. Posteriormente, desloca potássio do meio extracelular
menos concentrado para o meio intracelular mais concentrado. Esse bombeamento é
conhecido como bomba de sódio e potássio. Tal processo é importante para a
realização de funções como a passagem de impulsos nervosos, respiração celular,
etc.
A citação acima evidencia o transporte ativo, conhecido como de bomba de
sódio e potássio, onde estes sais atravessam a membrana semipermeável sendo
deslocando para fora e para dentro da célula, para garantir seu funcionamento. Como
o fluxo ocorre do meio menos concentrado, desses sais, para o meio mais
concentrado, a proteína da membrana precisa consumir energia para sofrer
transformações que vão ajudar no deslocamento dos sais, como demonstra a imagem
da Figura 11 abaixo, comparando transporte ativo com transporte passivo.
Site:< http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/transportes.jpg>. Acesso em: 10 de
mar.2010. A primeira imagem demonstra o processo de difusão facilitada e a segunda imagem o transporte ativo. FIGURA 11 - TIPOS DE TRANSPORTE PA SSIVO E ATIVO
FONTE: Dia a dia da Educação,TV multimídia (2010)
Outras funções da membrana conforme AMABIS e MARTHO (2004, p.
117-119):
34
Além do transporte ativo e passivo, certas substâncias entram na célula pela
formação de bolsas. Quando as bolsas se formam para dentro, para incorporar
partículas, ocorre a endocitose e quando as bolsas se fundem à membrana da
célula, para eliminação de resíduos, fala-se em exocitose.
Endocitose
Palavra de origem grega (endo=dentro / kyto=célula), ou seja, é o processo
de incorporação de partículas. Este processo se diferencia em: pinocitose e
fagocitose.
Pinocitose
A pinocitose (do grego pinein=beber) consiste na formação de pequenas
vesículas formadas pelo deslocamento da membrana para dentro. Processo
conhecido como invaginação, para englobamento de líquidos. Este processo é
importante à célula para incorporar lipídios que foram digeridos pelo sistema
digestório.
Segue Figura 12 para observação do comportamento da membrana no
processo de pinocitose.
Site:<http://search.creativecommons.org/?q=digest%E3o+celular&format=Image >. Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 12 - PINOCITOSE
FONTE: Creative commons (2010)
Fagocitose
A fagocitose (do grego phagein=comer e kytos=célula) é um processo de
englobamento de partículas sólidas, por meio de expansões do citoplasma, chamado
de pseudópodes.
35
São relativamente poucas as células que executam a fagocitose. Entre elas
destacam-se: os protozoários, que a utilizam para a digestão; os glóbulos brancos,
que usam este processo para envolver materiais estranhos, como bactérias, atuando
na defesa e o processo de digestão de estruturas danificadas dentro da própria célula.
Dentro de célula fagocítica, enzimas citoplasmáticas são liberadas na vesícula para a
transformação de material até este ficar com uma forma inofensiva.
Observe a Figura 13 sobre fagocitose para comparação do comportamento da
membrana em relação à pinocitose.
Site:<http://search.creativecommons.org/?q=digest%E3o+celular&format=Image >. Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 13 - FAGOCITOSE
FONTE: Creative commons (2010)
Exocitose
A exocitose (do grego exos=fora) é um processo de eliminação de resíduos,
por meio de bolsas citoplasmáticas que se ligam a membrana e expelem o material
para fora.
Este processo é importante para eliminar restos de digestão intracelular e
secreção de produtos por glândulas, como demonstra a Figura 14 abaixo.
Site:<http://search.creativecommons.org/?q=digest%E3o+celular&format=Image >. Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 14 - EXOCITOSE
FONTE: Creative commons (2010)
Conforme citações, algumas substâncias, devido ao seu tamanho, não
36
conseguem atravessar a membrana através da proteína, necessitando serem
englobadas pela própria membrana no processo de endocitose. Entretanto, nota-se
uma diferenciação na forma de englobamento, quando a partícula é líquida e quando
é sólida. Assim, denomina-se fagocitose o englobamento de partículas sólidas, por
projeção da membrana para fora e pinocitose, o englobamento de partículas líquidas
por projeção da membrana para dentro. Pode se observar que tudo que é incorporado
em bolsas formado pela membrana é digerido com a ajuda dos lisossomos e os
resíduos são eliminados pela ligação da bolsa a própria membrana no processo
denominado de exocitose.
Visite o site para reforçar o conhecimento sobre proteínas da membrana e tipo
de transporte celular: <http://www.youtube.com/watch?v=BARZ4KlH6kw >.
3.4 Citoplasma, hialoplasma ou citosol
Para Soares (1993, p. 86) o citosol é o material que assume a consistência
gelatinosa e homogênea, preenchendo o espaço entre a membrana plasmática e a
cariomembrana (membrana do núcleo) das células eucariótas.
Para Lopes e Rosso (2007, p. 74-75) o citoplasma das células eucariótas é
constituído por água, íons e substâncias necessárias para a produção de moléculas
orgânicas. Nele também se encontram as organelas e outras estruturas celulares
como o centríolo, ribossomos e o citoesqueleto.
Segundo Santos et al (2010, p. 104) o citosol das células procarióticas é
composto por água, carboidrato, lipídios, proteínas e aminoácidos isolados. Por não
apresentarem membrana nuclear têm o DNA solto no citosol, numa região chamada
de nucleoide. Também apresentam os ribossomos e pequenos anéis de DNA
denominadas plasmídios, que tornam a célula resistente a ação de antibiótico. Estes
tipos de células não apresentam organelas.
Para os autores acima, o citoplasma realiza varias funções, sendo que entre
elas estão:
Movimentos celulares de ciclose (são correntes citoplasmáticas capazes de
deslocar as organelas como as mitocôndrias, vacúolos digestivos e
cloroplastos) e amebóides (movimento das amebas pelo deslocamento do
citoplasma que é favorecido pelo citoesqueleto).
Síntese, armazenamento, transporte e produção de energia que é realizado
37
pelas organelas.
Dessa forma, procurou-se em Soares uma boa definição do que é citoplasma
e, em Lopes e Rosso, uma análise da composição da célula eucariótica para que o
aluno possa ter, posteriormente, um parâmetro de comparação com a célula
procariótica em Santos. Torna-se claro que o citoplasma recebe nomes diferentes,
porém isto não está ligado a sua composição ou funções. Funções estas relacionadas
aos componentes em seu interior como: o citoesqueleto que atua no deslocamento e
posicionamento das organelas, além de oferecer resistência à célula. Assim, como
das próprias organelas que fazem diversas funções como: produção de energia,
armazenamento, etc.
3.4.1 Estruturas da célula
Citoesqueleto
Para Lopes e Rosso (2007, p. 75), o citoesqueleto é formado principalmente
de filamentos de proteínas como os microtúbulos e os microfilamentos.
Os microtúbulos são pequenas estruturas cilíndricas de uma proteína
chamada de tubulina, que apresentam como função principal atuar como “andaime”
ajudando a manter o formato da célula e a organização interna das organelas. LOPES
E ROSSO (2007, p. 75)
Os microfilamentos são fios formados por várias moléculas de actina e
miosina, sendo responsáveis pela contração e distensão das células musculares,
movimentos do citoplasma (ciclose) e movimento amebóide. LOPES E ROSSO (2007,
p. 77).
Pode se constatar, na citação, a importância da ingestão de proteínas, não
somente para a construção da membrana da célula, mas para a produção desses
tubos de proteína que irão formar o citoesqueleto da célula, ajudando na sustentação,
contração e na organização interna das organelas, contribuindo para um bom
funcionamento celular. Porém, o citoesqueleto não oferece muita resistência, assim,
hemácias colocadas em solução hipotônicas tendem a estourar porque o
citoesqueleto não suporta o acúmulo de água no interior da célula.
Segue Figura 15 para análise dos túbulos que formam o citoesqueleto.
38
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/
imagens/2010/biologia/9citoesqueleto.jpg>. Acesso em: 10
de mar.2010.
FIGURA 15 - CITOESQUELETO
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
Centríolos
São estruturas citoplasmáticas existentes nas células de protozoários,
algumas bactérias, animais, algas, briófitas e pteridófitas (vegetais que não
desenvolvem flores). Estes ocorrem aos pares nas células, localizados em uma região
próxima ao núcleo, chamada de centro celular ou centrossomo.
Os centríolos são estruturas cilíndricas, formadas por nove grupos de três
microtúbulos protéicos. Eles apresentam funções como a formação de cílios e flagelos
em protozoários, flagelos em algumas bactérias e formação do fuso acromático para
orientar a divisão celular. LOPES E ROSSO (2007, p. 76).
Abaixo analise a Figura 16 do centríolo para visualização do seu formato.
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/image
ns/2010/biologia/9centriolos.jpg >. Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 16 - CENTRIOLO
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
Ribossomos
São estruturas encontradas em células eucarióticas e procarióticas, formados
por duas partes arredondadas que se dispõem uma sobre a outra. Essas estruturas
são compostas basicamente por proteínas e por um tipo de RNA. Os ribossomos
participam do processo de síntese protéica e se encontram dispersos no citoplasma
39
ou aderidos ao retículo endoplasmático. LOPES E ROSSO (2007, p. 78).
Segue Figura 17 para observação dos ribossomos.
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php?cid=5&letter=O&min=40&orderby=titleA&show=10>. Acesso em: 13 de jun. de 2011.
FIGURA 17- RIBOSSOMOS
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
Nas citações, nota-se que o centríolo é um sistema de túbulos formado por
proteína que realiza diversas funções na célula animal e de alguns vegetais que não
apresentam fruto. Já os ribossomos se localizam em células mais complexas até as
células mais simples, como as procarióticas, sendo essenciais para a produção de
proteína. Ambos os componentes não apresentam revestimento de membrana,
portanto são consideradas estruturas celulares.
3.4.2 Organelas ou orgânulos
São estruturas delimitadas por membranas responsáveis por diversas
funções metabólicas da célula. Entre as organelas temos: retículo endoplasmático,
complexo de Golgi ou dictiossomos, lisossomos, plastos (cloroplastos e leucoplastos),
mitocôndrias, peroxissomos e vacúolos. LOPES E ROSSO (2007, p. 75).
Comparando as citações sobre as estruturas celulares e as organelas,
podemos verificar que a diferença básica entre elas é que as organelas apresentam
um revestimento de membrana e as estruturas celulares não.
Ao nos alimentarmos fornecemos ao nosso corpo os mais variados nutrientes
que serão utilizados por diversas partes do organismo até chegar às células. Então,
torna-se importante questionar-se: Por que necessitamos nos alimentar
constantemente? Como o açúcar do tipo glicose, que foi produzido pelos vegetais por
meio da luz solar, é transformado em energia pela célula animal e vegetal? Que
organelas realizam estes processos? Existe uma ligação entre o trabalho realizado
pelas mitocôndrias e os cloroplastos? E entre elas e a luz solar? Como a fotossíntese
atua na manutenção da vida no planeta? Como o ato de respirar contribui para o
40
funcionamento da célula?
Para tentar solucionar as questões acima apresentamos, a seguir, a tabela
das organelas conforme Lopes e Rosso (2000, p. 78-83), sendo complementada por
dados de Santos et al (2010, p.107-113), com Figuras que seguem a numeração de
18 a 25. As imagens foram retiradas do portal dia a dia da educação, tv multimídia,
com as respectivas origens da fonte, exceto a imagem do peroxissomo.
Nome Característica Funções
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
arquivos/File/imagens/2010/biologia/reti
culos.jpg
FIGURA 18
É um conjunto de canais e
bolsas interligadas delimitado
por membranas, localizado
em maior número em
glândulas. Alguns biólogos
chamam esta organela de
ergastoplasma em referência
ao processo de produção de
proteína que ocorre no REG.
Existem dois tipos de retículo
endoplasmático: Retículo
endoplasmático não-
granuloso (RENG): aqueles
túbulos sem ribossomos.
Retículo endoplasmático
granuloso ou
ergastoplasma (REG):
aqueles túbulos com
ribossomos.
R. E. não-granuloso: produz
esteróides, fosfolipídios,
colesterol; aumenta a superfície
interna da célula; facilita o
intercâmbio de substâncias;
armazena substâncias e atua
na degradação do álcool de
bebidas, sendo abundante em
células do fígado, onde
também controla a liberação
de glicose.
R. E. granuloso: aumenta a
superfície interna da célula;
facilita o intercâmbio de
substâncias; armazena
substâncias e ajuda os
ribossomos na produção
proteínas.
Complexo de Golgi
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive
/arquivos/File/imagens/2010/biologia/9c
golgi.jpg.
FIGURA 19
São um conjunto de sáculos
em formato de lâminas
empilhadas e interligadas
localizado próximo ao núcleo
e se concentra em células de
secreção. Eles trabalham em
conjunto com o R. E. e os
lisossomos.
Armazenamento, transporte e
transformação de proteínas e
lipídios do R.E.; formação do
acrossomo no espermatozóide
e formação dos lisossomos.
41
Lisossomos
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive
/arquivos/File/imagens/2010/biologia/9d
igecelular.jpg
FIGURA 20
São vesículas (bolsas que
liberam substâncias)
membranosas arredondadas
que possuem em seu interior
grande variedade de enzimas
digestivas. Eles se originam
do Complexo de Golgi e
ajudam na distribuição de
proteínas para o
funcionamento da célula.
Fazer a digestão celular. Esta
pode ser:
Autofágica: digere
componentes da própria célula
como uma organela inativa;
Heterofágica: digere
componentes capturados pela
célula;
Autólise: ruptura dos
lisossomos que causam a
digestão da própria célula.
Plastos
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendri
ve/arquivos/File/imagens/4biologia/6clo
roplasto.jpg
FIGURA 21
São bolsas presentes em
células de vegetais, algas e
alguns protozoários. Entre os
plastos temos os leucoplastos
(bolsas incolores) e
cromoplastos (bolsas que
armazenam pigmentos que
dão cor aos vegetais). Entre
estes, temos os cloroplastos
que atuam na absorção da luz
solar e são possuidores de
DNA podendo se autoduplicar.
Entre os leucoplastos temos:
amiloplastos: que armazenam
substâncias como amido,
proteoplastos que armazenam
proteínas e oleoplastos que
armazenam lipídios.
Cloroplastos: tipo de
cromoplastos que dão cor aos
vegetais, algas e alguns
protozoários e absorvem a luz
solar para o processo da
fotossíntese (processo de
transformação de energia
luminosa em energia química).
Mitocôndrias
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/9mitocondria.jpg FIGURA 22
São organelas membranosas
em geral com formato de
bastonetes e possuem DNA
para se autoduplicar.
Fazer a respiração celular, ou
seja, processo de
transformação de matéria
orgânica, principalmente
glicose em energia que é
armazenada em moléculas de
ATP.
42
Peroxissomos
http://search.creativecommons.org/?q
=peroxissomos&format=Image#
FIGURA 23
FONTE: creatives commons
São organelas membranosas
de contorno arredondado que
se localizam em células
animais e algumas vegetais.
Nos peroxissomos existem
enzimas (tipo de proteína)
oxidases que quebram
aminoácidos e lipídios e gera
a produção água oxigenada
que é utilizado para a
eliminação de álcool no corpo.
Fazer a oxidação (quebra) de
substâncias tóxicas como a
água oxigenada,
desintoxicando o organismo.
Vacúolos
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/ imagens/2biologia/6cel.jpg. FIGURA 24
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/3paramecio.jpg FIGURA 25
São bolsas delimitadas por
membrana. Entre ele temos o
vacúolo de suco celular
exclusivo de vegetais e de
certas algas, que é revestido
por uma membrana
denominada de tonoplasto,
vacúolos digestórios
presentes em células animais
e os vacúolos pulsáteis ou
contratéis presentes em
protozoários.
Vacúolo de suco celular:
armazenamento de água, sais
minerais, carboidratos,
proteínas, pigmentos e ajuda
no equilíbrio osmótico de célula
vegetal.
Vacúolos digestórios: ajudar
na digestão celular.
Vacúolos pulsáteis: controlar
a quantidade de água em
protozoário como o paramécio,
ou seja, favorecer o equilíbrio
osmótico.
Diante das informações apresentadas sobre as organelas, pode-se perceber
que estas estruturas realizam diversas funções no interior da célula para que ela se
mantenha viva. Contudo, as organelas estabelecem varias relações entre si, sendo
possível destacar a ligação entre o retículo endoplasmático, complexo de golgi e
lisossomo. Nota-se que algumas funções do Complexo de Golgi estão ligadas ao
retículo endoplasmático, porque o R.E. faz a produção de proteínas e estas são
43
transferidas por meio de vesículas de transporte ao Complexo de Golgi, para serem
finalizadas ou modificadas pela ligação de fosfato ou glicose a estas proteínas.
Posteriormente, o C. de Golgi promove a circulação de parte destas proteínas por
meio da produção de vesículas chamadas de lisossomos que irão atuar na digestão
de diversas substâncias no interior da célula como pode ser observado na Figura 26
abaixo.
Site:< http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/relorganelas.jpg>
. Acesso em: 07 de jun. de 2011.
FIGURA 26 - RELAÇÃO ENTRE ORGANELAS
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2011)
De modo geral, também podemos verificar a interação entre cloroplastos e
mitocôndrias. Os cloroplastos, ao absorverem a luz solar, fazem a fotossíntese
produzindo glicose, água e oxigênio que será utilizado pela mitocôndria da própria
célula ou de uma célula animal para realização da respiração celular. Neste processo
a mitocôndria irá utilizar a glicose que passará por diversas reações até chegar ao
oxigênio, produzindo água e liberando energia que será armazenada em molécula de
ATP (adenosina trifosfato), além de gás carbônico, que será utilizado para a
fotossíntese.
Fonte: imagem retirada da página< http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivo
s/File/imagens/2010/biologia/9completaorgane
la.jpg>. Acesso em: 10 de mar.2010.
FIGURA 27- COMPLEMENTARIEDADE DAS ORGANELAS MITOCÔNDRIA E CLOROPLASTO
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2010)
44
3.5. Técnica do Júri (valor da atividade1,5)
Segundo Andreola (2002, p. 59), a técnica do Júri apresenta como objetivo:
motivar o estudo do tema, exercitar o debate de ideias, desenvolver a flexibilidade
mental e oportunizar a análise de um problema sob vários ângulos ou pontos de vista.
Portanto, o autor afirma que o desenvolvimento do trabalho deve seguir os passos de
uma sessão do tribunal com juiz, promotor público, advogado de defesa, advogado de
acusação, réu, testemunhas e jurados.
Diante da citação sobre a relevância do desenvolvimento da técnica, a turma
será dividida em grupos para a apresentação da técnica do fórum ou júri simulado.
Neste debate, os alunos que atuarem como acusadores do tema células-tronco
atuarão como defensores do tema transgênicos, para vivenciar diferentes pontos de
vista sobre o tema.
Andreola (2002, p. 56) considera importante a troca de acusadores para
defensores, porque esta dinâmica exercita a flexibilidade e a capacidade para
compreender o outro.
Para garantir um bom desenvolvimento da técnica, com a participação de
grande número de alunos, o trabalho será desenvolvido com a escolha de sete tipos
de participantes: um defensor, um acusador, jurados, réu, testemunhas, promotor
público e o juiz. Seguem, abaixo, as etapas para o desenvolvimento do trabalho que,
partindo das sugestões iniciais de Andreola, sofreram modificações feitas pela
professora para fins didáticos.
O juiz apresenta o tema que será desenvolvido de forma breve, destacando
várias questões, porém, sem respondê-las previamente, tendo para isto 5
minutos.
O advogado de acusação deverá apresentar o tema para a sala
destacando as consequências de seu uso, tendo para esta etapa 10
minutos. Depois ele terá 3 minutos para interrogar o réu e mais 7 minutos
para chamar duas testemunhas e interrogá-las, tendo um tempo de 20
minutos de apresentação.
O advogado de defesa deverá apresentar o tema para a sala destacando a
importância da pesquisa, tendo para esta etapa 10 minutos. Depois ele terá
3 minutos para interrogar o réu e mais 7 minutos para chamar duas
testemunhas e interrogá-las, tendo um tempo de 20 minutos de
45
apresentação.
Os jurados serão 10 alunos, que deverão estar analisando as
apresentações e elaborando algumas questões. Estas serão
encaminhadas ao juiz e, dele, aos advogados de acusação e defesa.
Será aberto um período de 10 minutos para que ambos os advogados
possam responder as questões
Terminada a apresentação, os jurados farão a votação e um representante
entregará os votos ao promotor público, que os passará ao juiz.
O promotor público terá 10 minutos para fazer o fechamento do trabalho
destacando os fatos mais importantes no desenvolvimento do trabalho.
Demais alunos que não estiverem envolvidos diretamente no trabalho,
deverão, indiretamente, estar atuando na coleta de vídeos para divulgação
dos temas e entrevistas. Estes alunos serão separados em dois grupos,
colocando-se de um lado ou de outro.
No final, o juiz oferece uma conclusão de 5 minutos após a divulgação dos
votos.
O trabalho necessita de duas aulas para um bom desenvolvimento. Contudo,
caso não seja possível, foi estabelecido um tempo 45 minutos para a apresentação
inicial e os demais 35 minutos poderão ser fechados em outra aula. Tendo um tempo
de desenvolvimento de 80 minutos
Antes do debate, os alunos farão entrevistas com trinta pessoas para
obtenção de dados sobre o tema, sendo dez professores do estabelecimento, dez
pessoas ligadas a entidades religiosas e dez alunos do terceiro ano. Os dados
coletados servirão como análise do nível de conhecimento sobre o tema e deverão
ser utilizados no debate pelos participantes.
Como sugestão para elaboração do conteúdo para o debate os educadores e
os próprios alunos podem ter acesso a bons materiais sobre células-tronco no site:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142004000200016&script=sci_arttext&tlng=en>. Sobre avaliação de riscos dos
organismos geneticamente modificados no site:
<http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-
81232011000100035&script=sci_arttext>. Acesso em: 02 de março de 2011. Também
no livro didático público de biologia, ano de 2006, apresenta um texto de Marilene
46
Mieko Yamamoto Pires, que discute sobre o tema: Células-tronco: A realidade de
muitos sonhos ou a frustração da humanidade.
Em relação a vídeos temos como sugestões os sites sobre células-tronco:
<http://www.youtube.com/watch?v=sGY6bUjLijU> ;
http://www.youtube.com/watch?v=CGTCV_WGFBg> e sobre transgênicos visite os
sites: http://www.youtube.com/watch?v=0JSsOoUoYYA>;
<http://www.youtube.com/watch?v=VA49s_ngB28>;
<http://www.youtube.com/watch?v=mxoHk0mstw4&feature=related > ;
http://www.youtube.com/watch?v=s9s-6LdktGU&feature=related.
3.5.1 Questões de entrevista para o debate da técnica do júri
1. O que são transgênicos e células-tronco?
2. Que finalidades levaram o homem a produzir transgênicos? Concorda que estes
objetivos foram atingidos?
3. Você observa os rótulos das embalagens de óleo e outros alimentos, no momento
da compra para verificar quais são transgênicos? Qual é o símbolo de identificação de
produtos transgênicos?
4. Você concorda com a utilização de células-tronco embrionárias e com a clonagem
terapêutica para a recuperação de pessoas doentes? Justifique sua resposta.
5. Você concorda que a atual população do estado do Paraná, pelas informações que
tem sobre transgênicos e células-tronco, possa decidir sobre estas questões, caso
seja solicitada?
3.6 Práticas para o estudo da célula (valor da atividade 1,0)
Segundo Delizoicov e Angotti (1994, p. 22-23), as atividades experimentais,
quando planejadas, visando situações de investigação, constituem momentos
importantes para o processo de ensino e aprendizagem. No entanto, um trabalho
experimental deve ser marcado por momentos de discussão e interpretação de
resultados obtidos, cabendo ao professor, como orientador crítico, atuar no sentido de
apresentar e desenvolver conceitos envolvidos na experimentação.
47
Nas diretrizes de biologia consta, para reforçar a citação acima (2008, p. 66),
que a observação de células em laboratório é importante, pois, as atividades
experimentais em que o aluno não se encontra como observador passivo, podem ser
o ponto de partida para a compreensão de conceitos ou explicação de uma idéia
discutida em sala, levando o aluno a aproximar teoria e prática. Assim, tais atividades
devem ser desenvolvidas para proporcionar a troca de informações em grupos,
discussão e análise, favorecendo novas interpretações.
Observa-se, nas citações, a importância das práticas em laboratório para
auxiliar os alunos na melhor compreensão de conhecimento e fixação de conceitos.
Portanto, busca-se trabalhar práticas de biologia celular baseadas nos textos
organizados por Jordão (1998), com algumas adaptações, realizadas pela professora,
para fins didáticos. A elaboração de questões na perspectiva dialética, e um texto
introdutório para auxiliar na resolução das questões, fazem parte das adaptações.
Os alunos, ao término das práticas, terão um momento para expor a
resolução das questões e questionar a professora sobre suas dúvidas.
3.6.1 Identificando partes da célula, formato e algumas funções
A célula é a unidade fundamental dos seres vivos, desempenha inúmeras
funções necessárias para a manutenção da vida. Existe uma grande diversidade entre
os seres vivos, mas todos apresentam algo em comum: a célula.
As células variam em tamanho, formato e função. Sendo peça fundamental da
vida: alimentam-se, crescem, reproduzem, convertem energia e morrem.
Segundo Junqueira (2000, p. 2-3), as células procarióticas se caracterizam
pela pobreza de membrana, não tendo envoltório nuclear, nem citoesqueleto e o seu
DNA não apresenta associação com a proteína do tipo histona. Contudo, as células
eucarióticas são ricas em membrana, possuem envelope nuclear, várias organelas
membranosas e o seu DNA tem associação com a proteína do tipo histona.
A citação acima descreve as diferenças entre células procarióticas de células
eucarióticas, sendo que entre elas destacam-se as diferenças decorrentes à ausência
de núcleo; falta de organelas membranosas e a falta da ligação da proteína histona ao
DNA. Contudo, o que pode ser observado em um microscópio fotônico (utiliza a luz) é
a ausência de núcleo.
As células eucarióticas apresentam muitas características morfológicas
48
detectáveis entre células animais e vegetais.
O objetivo destas observações é detectar características diferentes entre os
tipos celulares, analisando formato, estruturas, tamanhos, além de destacar algumas
funções que estão vinculadas ao formato da célula. Para estas observações
utilizaremos técnicas citológicas de observação vital ou conhecida como exame a
fresco e lâminas permanentes. No entanto para que sejam identificadas ao
microscópio fotônico, as estruturas devem ser realçadas com corantes.
Observação a fresco
É utilizado para observação de células vivas. Neste caso, o material biológico
é colocado sobre a lâmina retangular de vidro e coberto com uma lamínula, também
de vidro.
Observação de lâminas permanentes
É utilizado para observação de células mortas. Neste caso, o material
biológico é preparado para ser utilizado por um longo período de tempo, seguindo
técnicas de preservação e estabilização de suas estruturas celulares.
A seguir sugerimos algumas aulas práticas:
MATERIAL
Célula de mucosa bucal
Procedimento
a) Com cuidado esfregue o interior da bochecha e retire o muco.
b) Coloque o muco sobre uma lâmina de vidro, com algumas gotas de corante
Azul de Metileno e cubra com uma lamínula.
c) Enxugue o excesso de corante, encostando um pedaço de papel filtro na
borda da lamínula.
d) Leve a lâmina ao microscópio, examine e faça o desenho.
Epiderme de cebola
Procedimento
a) Com cuidado retire a epiderme inferior da cebola.
b) Coloque a epiderme sobre uma lâmina de vidro, com algumas gotas de
água e corante lugol.
49
c) Cubra com uma lamínula.
d) Leve a lâmina ao microscópio, examine e faça o desenho.
Lâmina permanente de sangues de rã, pombo e humano
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/biologia/8neutrofilos.jpg>
FIGURA 28 - HEMÁCIAS E LEUCÓCITOS
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2011)
Procedimento
a) Coloque as lâminas de vidro no microscópio e observe. Faça o desenho e
identifique cada tipo de célula.
3.6.2 Questões de fixação:
1. Identifique as células pelo seu formato (pavimentosa ou achatada, oval, cúbica,
cilíndrica, ramificada).
2. Por que o núcleo da célula mucosa bucal é mais central e o da célula da cebola é
mais periférico?
3. Ao comparar as células dos sangues: humano e de rã, que diferenças podem ser
detectadas? Que ligação existe entre leucócitos e infecção por micróbios? Como o
formato da hemácias pode contribuir para a respiração celular?
4. A célula da mucosa bucal é eucariótica ou procariótica? Justifique sua resposta
descrevendo as diferenças entre elas.
5. Qual a finalidade da forma de posicionamento das células da epiderme da cebola
e das células sanguíneas?
6. Após as observações o que é célula para você?
3.6.3 Características básicas da célula vegetal e movimento de ciclose
50
Uma célula vegetal, além da membrana plasmática, apresenta a parede
celular composta por celulose, sendo responsável por oferecer resistência e proteção
mecânica à célula. A célula vegetal apresenta organelas exclusivas, como o vacúolo
de suco celular, os plastos e a parede celular.
O vacúolo de suco celular é uma estrutura que pode ocupar até 80% do
volume de uma célula adulta. É revestido por uma membrana lipoprotéica chamada
de tonoplasto. Ele tem a função de armazenar água, sais, sacarose, aminoácidos e
outras substâncias, além de participar do controle da troca de água entre a célula e o
meio extracelular (pressão osmótica da célula).
Os plastos são estruturas presentes nas células vegetais, nas algas e em
alguns protozoários. Entre os plastos, os que mais se destacam são os cloroplastos,
onde se localizam os pigmentos de clorofila e enzimas responsáveis pela formação
dos compostos orgânicos (glicose), por meio da fotossíntese.
Em algumas células, podemos evidenciar o movimento do hialoplasma
conhecido como ciclose, que é observado pelo deslocamento dos cloroplastos.
O movimento do hialoplasma é importante para a célula porque atua na
distribuição de nutrientes.
O objetivo do experimento é detectar algumas estruturas da célula vegetal
analisando suas funções, além do movimento celular, chamado de ciclose.
MATERIAL
Preparação a fresco de lâmina de Elodea SP
Site:<http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/5ciencias/8clorofila.jpg>
FIGURA 29 - cloroplastos
FONTE: Dia a dia da Educação, TV multimídia (2011)
51
Procedimento
a) Destaque uma folha de Elodea sp e coloque sobre a lâmina limpa com uma
gota de água.
b) Cubra o material com a lamínula, sem que forme bolhas de ar e retire o
excesso de água.
c) Leve a lâmina ao microscópio, examine e identifique no desenho acima os
cloroplastos.
Preparação a fresco de epiderme inferior da Tradescantia
Procedimento
a) Com cuidado retire a epiderme inferior da folha de Tradescantia sp.
b) Coloque a epiderme de tradescantia sp sobre uma lâmina de vidro, com
algumas gotas de água e cubra com uma lamínula.
c) Leve a lâmina ao microscópio, examine, desenhe identificando: os
cloroplastos, as células-guardas, os estômatos e os ostíolos. Também
estabeleça a localização dos cloroplastos e dos estômatos no vegetal.
3.6.4 Questões de fixação:
1. Na observação os cloroplastos estão igualmente distribuídos nas duas células
vegetais? Explique.
2. Ao analisar o desenho anterior, das células vegetais, explique a ligação entre esta
pigmentação com sua função?
3. Você observou algum movimento dos cloroplastos? O que é a ciclose? É possível
observar sempre este movimento? Por quê?
4. Após pesquisar a função dos estômatos e dos cloroplastos, responda: Qual a
ligação entre estes dois processos? O que é fotossíntese? Qual a importância desses
processos na manutenção da vida no planeta?
5. Ao observar a morfologia da célula vegetal elódea e a da mucosa bucal, que
organela pode destacar a diferença entre ambas?
3.6.5 Osmose em célula vegetal
52
Pela espessura reduzida, a membrana plasmática não pode ser observada ao
microscópio óptico. Entretanto, podemos utilizar alguns métodos para identificar sua
presença. A membrana plasmática, por sua composição, é semipermeável porque
permite a passagem de solvente (substância que dissolve) e dificulta ou impede a
passagem de certos solutos (substância dissolvida). Este processo é conhecido por
permeabilidade seletiva.
O processo de passagem de moléculas de água, por meio da membrana, do
meio hipotônico para o meio hipertônico é denominado osmose.
A osmose é um tipo de difusão que ocorre por transporte passivo de água
pela membrana celular, ou seja, processo realizado sem gasto de energia pela célula.
Quando uma célula é colocada num meio hipertônico, mais concentrado em
soluto em relação ao seu citoplasma, ela perde água e, como consequência, há uma
diminuição do seu volume. No caso de uma célula vegetal o volume celular não é
alterado, devido à presença da parede celulósica, então, o vacúolo é que sofrerá
alteração de volume perdendo água, estado conhecido por plasmólise. Porém,
quando a célula é colocada em meio hipotônico, com menos concentrado de soluto,
ela aumenta de volume. No caso da célula vegetal, é o vacúolo que tem seu volume
aumentado, ocorrendo um processo chamado de deplasmólise.
O objetivo desta prática é demonstrar a presença da membrana plasmática
em células eucarióticas vegetais e as modificações na célula durante a osmose.
MATERIAL
Preparação a fresco de Epiderme de cebola
Procedimento
a) Com cuidado retire a epiderme inferior da cebola.
b) Coloque a epiderme sobre uma lâmina de vidro, com algumas gotas de
água e cubra com uma lamínula.
c) Leve a lâmina ao microscópio, examine e desenhe.
d) Em seguida, retire a lamínula, seque o excesso de água com papel filtro e
coloque solução de NaCl a 30% sobre a epiderme. Cubra com a lamínula.
e) Retire novamente a lamínula e a epiderme que você examinou. Coloque-a
em outra lâmina limpa e acrescente duas gotas de água destilada.
F) Leve a lâmina ao microscópio, examine e desenhe.
53
Preparação a fresco de Epiderme de Tradescantia sp
Procedimento
a) Retire com cuidado a epiderme inferior da folha de Tradescantia sp.
b) Coloque a epiderme de Tradescantia sp sobre uma lâmina de vidro, com
uma gota de água e cubra-a com a uma lamínula.
c) Leve ao microscópio, examine e desenhe.
d) Depois de fazer as observações, retire a lamínula com cuidado e coloque
algumas gotas de solução salina sobre a mesma epiderme, leve
novamente ao microscópio para observar.
e) Retire novamente a lamínula e a epiderme que você examinou. Coloque-a
em outra lâmina limpa e acrescente duas gotas de água destilada.
f) Leve a lâmina ao microscópio, examine e desenhe.
3.6.6 Questões de fixação:
1. Que diferenças você observou nas células da epiderme da cebola e Tradescantia
sp. em cada uma das diferentes soluções?
2. Como se chamam as modificações decorrentes da entrada ou saída de água
observada nas células vegetais?
3. Exemplifique osmose, estabelecendo uma análise com a epiderme das células
vegetais e o fato da alface temperada murchar.
4. Por que a célula vegetal, assim como a célula de um animal, não altera o seu
formato neste fenômeno?
5. Como conceituar membrana plasmática e parede celular?
3.7 Montagens de células eucarióticas e procarióticas para apresentação em
sala de aula (valor da atividade 1,5)
Para Hoffmann (2005, p.100) atividades expositivas são importantes. Não
para julgar a capacidade de apresentação em público, mas para encorajar o aluno a
garantir o respeito do grupo. É indispensável ao professor ajudá-los a reduzir a
insegurança, porque situações como estas fazem com que o aluno seja desafiado a
reorganizar suas idéias e expressar seu conhecimento por meio de linguagens
diferentes.
54
Conforme citação, é possível observar a importância de aulas expositivas
para desenvolver a capacidade de argumentação e encorajar os alunos a enfrentarem
desafios. Dessa forma, para o trabalho de montagem de células, a sala será dividida
em um grupo menor com cinco alunos, que montará uma célula bacteriana e o outro
grupo, um pouco maior, a célula eucariótica, com seus compartimentos para
comparação entre célula animal e vegetal.
Após a montagem de cada célula, os alunos deverão produzir um texto
explicativo sobre cada compartimento a fim de expor, de forma interativa, aos demais
colegas da sala. Principalmente na célula eucariótica, serão orientados a se
colocarem como se fossem os compartimentos.
Busca-se iniciar a atividade com uma situação problema, porque segundo
Petrovski (1985 apud Baule, 2010, p. 99), situação-problema é aquela em que há
necessidade do pensamento, em que são propostas novas finalidades para a
resposta cujos conhecimentos anteriores são insuficientes. Assim, o pensamento se
torna à busca e à descoberta do novo.
Significa que trabalhar com situação-problema, que direcione o educando a
buscar informações e a sugerir hipóteses, estimula o pensamento e contribui para a
aprendizagem. Portanto, para o desenvolvimento da atividade, os alunos trabalharão
com três questões-problema: Que evidências diferenciam uma célula procariótica de
eucariótica? Como estas diferenças se apresentam nas células eucarióticas de
animais e vegetais? Qual a importância da existência da célula eucariótica vegetal
para a sobrevivência de outros seres vivos?
Materiais
3.7.1 Célula bacteriana
a) Uma garrafa pet de 600 ml e outra de 1500 ml que não possua ondulações
b) Dois metros de barbante
c) Uma caixa pequena de massinha de modelar
d) Uma tesoura sem ponta
e) Um metro de barbante colorido
f) Uma agulha de crochê nº 8
55
Procedimento
Com a ajuda do professor, corte o pescoço da garrafa pequena e faça
pequenos furos para passagem dos barbantes que representarão os flagelos. Estes
flagelos deverão ser passados por furos feitos na garrafa grande com a ajuda de uma
agulha de crochê grossa.
Pegue cinqüenta centímetros de barbante colorido trançado e, formando um
circulo, coloque-o no interior da garrafa menor, para representar o DNA. O restante do
barbante deve ser utilizado para fazer pequenos círculos que representarão os
plasmídeos. Com a massinha de modelar faça pequenos grânulos para simbolizar os
ribossomos.
Materiais
3.7.2 Célula eucariótica
a) Uma caixa de lápis de cor aquarela
b) Dois pincéis de ponta fina, preto e azul
c) Vinte Eva’s brancos, sendo três para as mitocôndrias, um para o núcleo,
dois para o retículo endoplasmático, dois para o complexo de golgi, três
para os cloroplastos, um para o vacúolo de reserva, um para vacúolos
digestivos, um para os lisossomos e peroxissomo, um para o centríolo, um
para os ribossomos e quatro para o citoesqueleto, sendo três para
microtúbulos e um para microfilamentos
d) Onze Eva’s, sendo cinco vermelhos para representarem a membrana
plasmática, um branco para representar parte ampliada da membrana
plasmática com fosfolipídios e proteína e cinco verdes para a parede
celular
e) Três Eva’s verdes
f) Um grampeador
Procedimento
Dividir os alunos que não estão no grupo da célula procariótica, em grupos de
dois ou três alunos, para representar os catorze compartimentos da célula eucariótica
que são: mitocôndrias, núcleo, retículo endoplasmático, complexo de golgi,
56
cloroplastos, vacúolo de reserva, vacúolos digestivos, lisossomos, peroxissomo,
centríolo, ribossomos, citoesqueleto, membrana plasmática e parede celular.
Os alunos responsáveis pelas organelas deverão desenhá-las no Eva e pintar
com lápis aquarela.
Aqueles que fizerem a montagem da membrana plasmática deverão produzir
parte dela com argolas de Eva, que serão ligadas por grampos e outra parte com a
representação ampliada com os fosfolipídios e proteínas.
A parede celular será representada por tiras de Eva`s verdes ligadas entre si.
Os alunos deverão, coletivamente, elaborar um texto interativo para expor o
seu trabalho. Antes da apresentação, será oportunizado, a estes alunos, um momento
de orientação visando a tirar as dúvidas e a reforçar a importância dos nutrientes para
a construção e funcionamento dos componentes. Também será reforçada a ligação
entre estruturas como sistema respiratório, sistema digestório, sistema cardiovascular,
respiração celular, organelas, mitocôndrias e fotossíntese.
Segue abaixo um exemplo da apresentação tendo como base as
mitocôndrias.
Eu sou uma mitocôndria. Sou uma organela porque apresento várias
membranas e normalmente tenho o formato de bastonete, porém posso ser
arredondada. Dentro de mim tenho várias dobras chamadas de cristas mitocondriais e
sou preenchida por um líquido viscoso, chamado de matriz mitocondrial, que contém
várias enzimas, RNA, DNA e ribossomos. Quando uma célula se divide em duas
células-filhas, elas ficam com um número menor de mitocôndrias, mas depois pela
presença do RNA, DNA, ribossomos e enzimas eu posso me autoduplicar.
Você sabe o que é autoduplicar?
É a capacidade de uma mitocôndria originar outra.
Tenho a responsabilidade de fazer a respiração celular, ou seja, transformo
molécula orgânica, depois de reagir com o oxigênio em gás carbônico, água e libero
energia que é armazenada em moléculas conhecidas como ATP (trifosfato de
adenosina). Contudo, para fazer a respiração celular necessito do sistema respiratório
que conduz o oxigênio do meio ambiente até o sangue, do sistema cardiovascular que
leva o gás oxigênio, com a ajuda das hemácias (glóbulos vermelhos) até as células e
também o sangue que me traz a glicose.
Como vocês podem ver, mesmo dentro de uma célula animal ou vegetal,
necessito da luz solar porque sem ela as plantas não conseguiriam produzir a glicose,
57
que dentro de uma célula animal me chegará pela alimentação.
Tenho duas curiosidades. Uma é que sou muito parecida com as bactérias e
alguns cientistas sugerem que uma bactéria tenha entrado em uma célula eucariótica
e dela tenha surgido a mitocôndria. Estou presente nas células vegetais e animais,
entretanto, nos animais todas as mitocôndrias são de origem materna, porque as
mitocôndrias dos espermatozóides degeneram logo após a fecundação.
58
Unidade 4
4.1 Catarse
Para Gasparin (2005, p. 128), “a catarse é a síntese do cotidiano e do
científico, do teórico e do prático, marcando uma nova posição em relação ao
conteúdo e à forma de sua construção social e sua reconstrução na escola”.
De acordo com Depresbiteris (1994, p. 670), o termo “critério” em grego e
latim quer dizer discernir. De forma mais simplificada “é um principio que se toma
como referência para julgar alguma coisa”.
Dessa forma, podemos notar que a catarse é a demonstração de uma nova
postura mental em relação ao conteúdo estudado e que o ato de estabelecer critérios
tem por finalidade auxiliar a prática pedagógica do educador. Assim, torna-se
imprescindível o ato de estabelecer critérios no desenvolvimento de atividade com os
alunos, visando melhor direcioná-los no desenvolvimento do trabalho, tal atitude irá
ajudá-los a focar a atenção para compreensão do conhecimento na sua totalidade.
Então, na catarse será estabelecida como critério uma síntese em dupla, sem
pesquisa, que servirá como avaliação considerando as dimensões trabalhadas. A
síntese será organizada com base nos tópicos abaixo e nova análise das questões
diagnósticas. Este momento servirá para fazer uma análise comparativa do que o
aluno sabia e o que foi acrescentado com a didática utilizada. Ao término da atividade
de síntese, realizaremos uma retomada do conteúdo por meio da análise do conteúdo
sistematizado pela professora, buscando sanar as dúvidas. Após os alunos farão uma
avaliação escrita, previamente informada. A avaliação será analisada juntamente com
a síntese, montagem de célula, apresentação no debate e resoluções de questões no
laboratório sobre as estruturas celulares, oportunizando uma avaliação diversificada.
Vasconcellos (2005, p. 81) afirma ser necessária a prática de diversificar as
questões das avaliações, valorizando as questões dissertativas porque exigem uma
organização de pensamento para expressar seu conhecimento e a contextualização é
fundamental, uma vez que perguntas relacionadas às aplicações práticas despertam
mais interesse.
Haydt (2008, p. 96) afirma que para elaborar uma boa avaliação é necessário
conhecer o conteúdo, ter objetivos claros e definidos, conhecer técnicas de
construção de avaliações e expressar idéias por escrito de forma clara e precisa,
59
sendo esta adequada ao nível dos alunos. A autora (96-101) destaca também alguns
passos importantes na elaboração de avaliações objetivas e de dissertação como:
determinar claramente os conteúdos e objetivos instrucionais a serem avaliados;
elaborar questões a partir de idéias e problemas relevantes que avaliem os objetivos
de maneira significativa; deixar claro as instruções sobre a forma de registrar as
respostas; organizar as questões objetivas em ordem de dificuldade crescente;
agrupar as questões de acordo com a forma, juntando todas as questões do mesmo
tipo.
Ainda, conforme Haydt (2008, 104-119), questões de lacuna devem ter no
máximo três espaços para a frase não perder o sentido, sendo omitidos somente
dados importantes e nunca a lacuna deve estar no inicio da frase para não dificultar a
compreensão. As questões de acasalamento ou relacione, devem ter instruções
claras no início do enunciado, explicando a forma de combinação e informarem se
letra ou número da resposta, poderão ser usados mais de uma vez; colocar o
enunciado maior na coluna da esquerda, e o mais curto à direita, para facilitar a
leitura. As questões de múltipla escolha devem apresentar as idéias ou problemas de
forma definida e breve; ter sempre uma questão correta; redigir alternativas plausíveis
à primeira vista; construir os itens de múltipla escolha com o mesmo número de
alternativas; alternar a sequência das posições para as alternativas corretas; elaborar
alternativas breves e de mesmo comprimento; evitar o emprego de palavras ou
expressões que aparecem no enunciado da questão, e que possam ser indicativos de
resposta correta. Questões de verdadeiro-falso são pouco utilizadas porque
possibilitam um acerto casual de 50% e requerem muita atenção para evitar questões
ambíguas. As questões dissertativas, para Haydt (2008), são importantes porque
ajudam o aluno a organizar o seu pensamento. Sendo elas indicadas para avaliar
capacidades intelectuais como de organização, analisar e aplicar conteúdos,
relacionar fatos e ideias, interpretar dados e princípios, analisar criticamente uma
ideia emitindo juízos de valor. A autora (2008, p. 120-121) sugere, para a correção de
provas, prepararem com antecedência uma resposta padrão para cada questão da
prova e corrigir a mesma questão, de todas as provas, para facilitar o julgamento da
resposta, principalmente em avaliações dissertativas.
Diante de citações dos autores, é claro ser indispensável dedicar um tempo
maior para elaboração e correção das avaliações. Questões objetivas ou dissertativas
devem ser bem redigidas para se evitar piadinhas de alunos em relação à formulação
60
do enunciado ou propiciar erros de interpretação. A avaliação deve ter questões com
valores bem definidos, para que o aluno possa julgar o que é prioridade, ou não
responder. Para que a avaliação não se resuma apenas a uma nota, é fundamental
que o educador comente com os alunos questão por questão, analisando as que
tiveram maior acerto, as que foram deixadas em branco e as que foram respondidas
de maneira errada. Assim, o professor poderá ter mais clareza do que falta reforçar e
como fará as atividades para a recuperação dos alunos com menor aproveitamento,
deixando claro, ao aluno, o desenvolvimento do processo.
Luckese (2003, p. 33) destaca que a definição mais adequada sobre
avaliação é: “a avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da
realidade, tendo em vista uma tomada de decisão”.
Assim, questionar os objetivos da avaliação escolar, sua função no processo
pedagógico, bem como a leitura dos resultados obtidos pelos alunos, são princípios
importantes no entendimento da avaliação como algo significativo e transformador. O
educador precisa redigir questões que direcionem o aluno a fazer um julgamento de
dados relacionados à realidade, portanto, até questões de verdadeiro-falso podem ter
mais significado quando o aluno tem que justificar sua opção. Desta maneira o aluno
será estimulado a valorizar mais o conteúdo trabalhado, uma vez que este conteúdo
passa a apresentar um significado para ele.
Por essa razão, o projeto de trabalhar com a avaliação diagnóstica e dialética,
não deve ser entendido como uma crítica aos educadores, mas um convite à reflexão,
levando a repensar sobre o real significado do conceito de avaliação. Procura-se
explorar novas metodologias de ensino e avaliação por meio de investigações
bibliográficas, possibilitando uma melhoria no trabalho a ser desenvolvido, por meio
de conteúdos mais significativos, contribuindo para a construção de uma sociedade
mais democrática, porém esta não deve ser compreendida como uma receita pronta,
mas uma proposta didática, que poderá contribuir com o ensino e a aprendizagem
dos alunos.
4.2 Tópicos para a síntese (valor da síntese 6,0)
Desenvolvimento celular
Definições de célula (valor 0,2)
Descrição sobre células procarióticas e eucarióticas, destacando-se os
61
componentes que as diferenciam; (valor 0,4)
Explicação sobre a descoberta da célula por Robert Hooke e sua
importância; (valor 0,5)
Explicação de como a teoria celular influencia a identificação dos seres
vivos; (valor 0,3)
Explicação sobre conceitos de transgênicos e células-tronco, apresentando
benefícios e prejuízos de suas descobertas. (valor 0,6)
Envoltórios celulares
Definir parede celular e membrana plasmática, comparando a ligação entre
a composição das membranas e suas funções; (valor 0,4)
Definir permeabilidade seletiva da membrana e diferenciar os dois
processos de permeabilidade: transporte ativo e passivo. (valor 0,4)
Exemplificar osmose (valor 0,3)
Comparar as duas funções da membrana, conhecidas por endocitose e
exocitose (valor 0,4)
Citoplasma:
Definir citoplasma (valor 0,2)
Explicar as ligações entre as estruturas celulares: citoesqueleto
(microtúbulos e microfilamentos), centríolo e ribossomos, com suas
respectivas funções (valor 0,6)
Exemplificar organelas estabelecendo comparação entre mitocôndrias e
centríolos (valor 0,3)
Relacionar as organelas como: retículos endoplasmáticos, complexos de
golgi ou dictiossomos, lisossomos, peroxissomos, plastos (cloroplastos e
leucoplastos), mitocôndrias e vacúolos, estabelecendo a ligação entre suas
funções e características. (valor 1,4)
62
4.3 Modelos de avaliações sobre biologia celular para a recuperação (valor 6,0)
4.3.1 Primeiro modelo
Nome:______________________________________________nº______Série:_____
Averiguação da aprendizagem
1. Marque um X nas questões corretas.
1.1 - Para realizar o transporte de substâncias pela membrana da célula ela pode
gastar energia para o processo, por deslocar partículas contra o gradiente de
concentração ou pode não gastar energia, quando estiver fazendo o processo a favor
do gradiente. Estes processos são conhecidos respectivamente por: (valor:0,2)
a) Transporte passivo e ativo
b) Endocitose e transporte ativo
c) Exocitose e endocitose
d) transporte ativo e passivo
2 - Nas questões de múltipla escolha, assinale o que se pede. Não se esqueça de
somar os números das frases corretas e colocar na parte destacada em negrito.
2.A - A teoria celular, depois de novas descobertas, teve seus princípios
ampliados. Assinale o que for correto em relação à teoria celular. (valor: 0,4)
(2) Toda célula provém de outra preexistente, após a divisão conhecida por
mitose.
(4) Toda célula viva tem um núcleo individualizado.
(8) Os vírus são constituídos por células, porém pela falta de alguns
componentes celulares, se tornam parasitas obrigatórios de outras células.
(16) A célula é uma unidade morfofisiológica de construção do ser vivo.
Somatória: ______
2.B - Sobre os componentes da célula, responda o que for correto. (valor: 0,4)
(2) Centríolos são organelas que orientam a divisão celular em animais,
algas, briófitas e pteridófitas e formam cílios e flagelos em protozoários e
algumas bactérias.
(4) Os peroxissomos são organelas que fazem a quebra de substâncias
63
tóxicas, sendo encontrados em maior quantidade nas células do fígado do
que nas células ósseas.
(8) A parede celular dos vegetais é composta de celulose que oferece
resistência e rigidez à célula.
(16) Os ribossomos são estruturas celulares responsáveis pela digestão
celular.
Somatória: ______
3. Na coluna da direita estão colocados os nomes de vários pesquisadores; na coluna
da esquerda as descobertas que fizeram. No espaço entre parênteses coloque o
número correspondente ao pesquisador. (valor: 0,5)
( ) Descobriu o mundo microscópio (1) Robert Brown
( ) Introduziu o termo célula (2) Antonie van Leeuwenhoek
( ) Formulou a teoria celular (3) Rudoph Virchow
( ) Fez a descoberta do núcleo (4) Theodor Schwann
( ) Célula se origina de outra preexistente (5) Robert Hooke
4 - Questões dissertativas
4.1 - A célula da mucosa bucal é eucariótica ou procariótica? Justifique sua resposta
descrevendo as diferenças entre os componentes das duas células. (valor: 0,5)
4.2 - Explique a ligação entre mitocôndrias e cloroplastos. Como explicar a maior
existência de mitocôndrias na célula muscular do que em uma célula da pele e uma
maior quantidade de cloroplastos em folhas do que em raízes? (valor: 0,6)
4.3 - Que relação existe entre retículo endoplasmático, complexo de Golgi e
lisossomos? Ao comentar os lisossomos, relacione sua função com a endocitose e a
exocitose. (valor: 0,6)
4.4 - Exemplifique a osmose comentando a experiência da epiderme da cebola em
cada uma das diferentes soluções (hipotônica e hipertônica). Como a parede celular e
o citoesqueleto atuam neste processo? Em que difere a osmose da difusão simples.
(valor: 0,6)
4.5 - Com base no texto estudado, e nas leis sobre células-tronco e transgênicos,
responda:
4.5.1 - Assumindo uma postura favorável ou desfavorável sobre os temas acima,
justifique sua decisão destacando dois benefícios e dois prejuízos destes processos.
64
(valor: 0,6)
4.5.2 - Por que cientistas defendem o uso de células-tronco embrionárias ao invés de
células-tronco adultas? (valor: 0,3)
4.5.3 – Por que a clonagem terapêutica, mesmo sendo uma opção de tratamento de
doenças, não é viável para pessoas que apresentam doenças genéticas. (valor: 0,3)
4.6 - Em que os estudos celulares realizados a partir de Robert Hooke, têm ajudado a
melhorar a vida humana? Faça um comentário da sua observação para depois
estabelecer ligações com as novas descobertas. (valor: 0,5)
4.7 - O esquema abaixo representa a estrutura da membrana seguindo o modelo do
mosaico fluido. Responda o que se pede: (valor: 0,5)
4.7.1 – Na figura acima, que representa a membrana plasmática, identifique dentro
dos retângulos os componentes indicados pelas setas. Como o modelo de mosaico
fluido explica a passagem de água, que tem uma região hidrofóbica com lipídios, para
favorecer o bom funcionamento da célula?
65
4.3.2 Segundo modelo
Nome:______________________________________________nº______Série:_____
Averiguação da aprendizagem
1. Coloque V ou F e justifique o fato das frases serem falsas ou verdadeiras. (valor:
1,0)
a - ( ) No laboratório ao analisar lâminas permanentes de sangue humano
foram observado hemácias e leucócitos, sendo afirmado que hemácias atuam
na respiração celular por transportar exclusivamente gás carbônico e
leucócitos atuam na defesa por combater microorganismos.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
b - ( ) Ribossomos são estruturas celulares que realizam a síntese de
proteína, porém não são considerados organelas.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
c - ( ) Análises de cientistas constataram que os peroxissomos são
organelas que fazem a quebra de substâncias tóxicas no organismo, podendo
ser encontradas, em menor quantidade, nas células do fígado do que nas
células ósseas, principalmente em pessoas alcoólatras.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
d - ( ) A teoria celular afirma que a célula é uma unidade morfofisiológica
de formação de qualquer ser vivo, sendo originada de outra preexistente por
um processo conhecido por mitose.
______________________________________________________________
______________________________________________________________
e - ( ) Centríolos são estruturas que orientam a divisão celular em animais,
algas, briófitas e pteridófitas e formam cílios e flagelos em protozoários e
algumas bactérias.
______________________________________________________________
66
3. Na questão de múltipla escolha, assinale o que se pede. Não se esqueça de
somar os números das frases corretas e colocar na parte destacada em negrito.
3.A - Sobre a célula responda o que for correto. (valor: 0,4)
(2) - A parede celular de vegetais é constituído de celulose, que oferece
resistência e sustentação a célula.
(4) - A membrana plasmática tem composição lipoprotéica, por ter uma
grande quantidade de fosfolipídios e protéicas na sua formação.
(8) - O transporte de substâncias a favor do gradiente de concentração é
um tipo de transporte ativo.
(16) - O citoesqueleto presente na célula é formado por microtúbulos e
microfilamentos que ajudam na organização das organelas, mas não
contribui para sua sustentação.
Somatória: ______
4 - Questões dissertativas
4.1 - As células da película da cebola são eucarióticas ou procarióticas? Justifique sua
resposta descrevendo as diferenças entre os componentes das duas células. (valor:
0,5)
4.2 - Explique a ligação entre mitocôndrias e cloroplastos. Como explicar a maior
existência de mitocôndrias na célula muscular do que na célula da pele e a maior
quantidade de cloroplastos em folhas do que em raízes?(valor: 0,6)
4.3 - Que relação existe entre retículo endoplasmático, complexo de Golgi e
lisossomos? Ao comentar sobre os lisossomos, relacione sua função com a
endocitose e exocitose. (valor: 0,6)
4.4 - Exemplifique osmose comentando a experiência da epiderme da cebola em cada
uma das diferentes soluções (hipotônica e hipertônica) e estabeleça uma ligação com
o fato do tomate murchar ao ser temperado. (valor: 0,6)
4.5 - Com base no texto estudado, e nas leis sobre transgênicos, responda:
4.5.1 - Assumindo uma postura favorável ou desfavorável, justifique sua decisão
destacando dois benefícios e dois prejuízos destes processos. (valor: 0,6)
4.5.2 - Conceitue células-tronco e explique por que cientistas defendem o uso de
células-tronco embrionárias ao invés de células-tronco adultas. (valor: 0,4)
4.5.3 – Por que a clonagem terapêutica, mesmo sendo uma opção para tratamento de
67
doenças, não é viável para pessoas que apresentam doenças genéticas? (valor: 0,3)
4.6 - Em que os estudos celulares realizados a partir de Robert Hooke, têm ajudado a
melhorar a vida humana? Faça um comentário a partir da forma como Hooke fez sua
observação e explique sua conclusão da estrutura observada. Destaque novas
descobertas com seus respectivos benefícios. (valor: 0,6)
4.7 - Como o modelo de mosaico fluido estudado explica a passagem de água, que
tem uma região hidrofóbica com lipídios, para favorecer o bom funcionamento da
célula? (valor 0,4)
68
Unidade 5
5.1 Prática social final
Para Gasparin, a realização dessa etapa com os alunos envolve,
basicamente, uma nova atitude e uma proposta de ação. Então o professor deve, ao
final de seu trabalho, fazer com que:
O aluno assuma, com colegas e professores, em grupo, as ações que desempenhará. Só desta maneira o compromisso com a transformação da prática social começa a ser efetivamente exercido. Devem ser planejadas ações de curto e médio prazo. Ações cabíveis, exeqüíveis, pertinentes, não necessariamente grandes. (GASPARIN, 2005, p.149)
Dessa forma, o último passo do processo da pedagogia histórico-crítica de
Gasparin consiste na volta à prática social, ou seja, após todo o processo de
aprendizagem o educando necessita pôr em prática o conhecimento incorporado,
traduzindo em atos e atitudes sua nova visão do conteúdo no cotidiano. Assim, no
primeiro momento, os alunos expressam suas intenções e, posteriormente,
expressam as ações que desenvolverão. Cada atitude prática corresponderá a uma
ação a ser realizada representando a transposição do teórico para o prático.
Segue o modelo do Quadro de Gasparin, adaptado pela autora, com algumas
sugestões de possíveis intenções e ações para serem analisadas pelos alunos.
Intenções dos alunos Ações dos alunos
Relacionar a necessidade de produção
de transgênico com a carência de
alimento.
Pesquisa em livros e na internet
Explicar a interdependência entre
nutrientes e o funcionamento da célula.
Pesquisa na internet e melhorar a alimentação
Discutir o uso de ovo de aves como
sendo uma célula
Pesquisa em livros e na internet e discussão em grupo
Reconhecer os benefícios e prejuízos do
estudo de células tronco
Pesquisa em livros e na internet e debates em sala
Comparar a integração entre as
estruturas celulares para o bom
Manter a sala mais organizada, colaborar como monitores para ajudar na dificuldade dos demais alunos e
69
funcionamento da célula com a
organização da sala para favorecer uma
boa aprendizagem.
colaborar com a disciplina para favorecer a aprendizagem.
Quadro 2 - INTENÇÕES DO ALUNO E COMPROMISSO DE AÇÃO
FONTE: Gasparin (2005, p. 150)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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70
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REFERÊNCIAS DE IMAGENS
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