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mega
agrupamento
Mega: (do grego”grande”) exprime a noção de
“grandeza” ou de “milhão”.
Fusão: (do latim fusio, -õnis) . (… ) Conjugação,
mistura de duas ou mais substâncias; junção de
duas ou mais coisas numa só; união que resulta
da interpretação ou da combinação de coisas ou
seres distintos.
In Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea, Academia das Ciências de
Lisboa, Editorial verbo
No final do ano lectivo passado, as escolas
foram confrontadas com uma nova ordem:
fusão de escolas em mega-agrupamentos. A
criação de mega-agrupamentos obriga a uma
reorganização da rede escolar que assenta em
pressupostos (polémicos) como a “redução e
racionalização” das necessidades.
Esta nova realidade - agrupar diferentes níveis
de ensino, desde o pré-escolar ao secundário,
juntar escolas geograficamente distantes entre
si, conjugar e coordenar interesses específicos
de cada ciclo – constitui um verdadeiro desafio
para a comunidade educativa.
“O Agrupamento de Escolas de Sátão abarca
todas as escolas do concelho de Sátão e foi
criado por despacho de Sua Exª. o Secretário de
Estado da Educação, de 1 4 de junho de 201 0, e
resulta da agregação imposta pela tutela das
Unidades de Gestão: o Agrupamento de Escolas
Ferreira Lapa, Sátão; o Agrupamento de Escolas
de Ferreira de Aves, Sátão e a Escola Secundária
Frei Rosa Viterbo, Sátão.
A sede do Agrupamento situa-se na Vila de
Sátão, que dista cerca de 20 Km da capital do
distrito – Viseu. A sede do novo Agrupamento
de Escolas é a Escola Secundária Frei Rosa
Viterbo, Sátão.
O Agrupamento de Escolas de Sátão inclui
todos os jardins de infância, Escolas de ensino
do 1 º, 2º e 3º ciclos e secundário do concelho de
Sátão”. (Regulamento Interno)
Esta fusão resultou em números que em nada
se comparam aos que conhecíamos na escola
secundária, escola sede: 1 785 alunos; 230
professores e 1 09 funcionários não docentes.
Somos Mega
sacola junho201 1 3
A propósito do papel dos pais e encarregados de educação noatual modelo de gestão das escolas…
Prof. Ana Albuquerque
A evolução da administração da educação em
Portugal, a partir da Constituição da República
de 1 976, que definiu os princípios orientadores
da política portuguesa num regime democrático,
possibilitado pela Revolução de Abril, tem sido
marcada por estratégias divergentes, de acordo
com as forças políticas que têm ocupado os
sucessivos governos. Convém, no entanto,
lembrar que o processo de reconfiguração do
papel do Estado na educação não tem sido um
percurso muito linear nos diferentes países da
Europa (EURYDICE, 2007): descentralização,
recentralização, redescentralização.
Os esforços levados a cabo têm conduzido a
modos diversos de distribuição do poder de
acordo com os contextos, com os pontos de
partida e a diversidade das experiências levadas
a cabo, verificando-se um certo hibridismo, uma
certa contaminação entre as políticas educativas
dos diferentes países, nomeadamente dos do
centro para a periferia, o que nem sempre
resulta na prática.
As tergiversações do percurso da construção da
autonomia da escola pública portuguesa não
constituem uma exceção no quadro comunitário:
por um lado, um discurso oficial de autonomia e,
por outro, uma forma de atuação pendular,
entre uma lógica autonómica e uma lógica
centralizadora.
No nosso país, neste início do século XXI , a
situação é, por vezes, até conflituante,
coabitando um quadro político e administrativo
com grande protagonismo estatal, próprio de
uma organização burocrática, e um discurso
descentralizador, autonómico, observável nos
vários normativos publicados, derivando numa
“mistificação legal”, que faz com que a tão
apregoada e decretada autonomia não tenha
passado de uma “ficção ainda que necessária”
(Barroso, 2004), ao ficar-se pelo campo das
intenções, verificando-se apenas a
implementação de medidas avulsas, mas
adiando a democratização da organização
escolar, por não reconhecer às escolas e aos seus
diferentes atores a capacidade de definirem
normas e regras próprias nos domínios políticos,
administrativos, financeiros e pedagógicos.
O Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de Abril,
regulamenta o novo regime de autonomia,
administração e gestão das escolas com o
objetivo de reforçar, ainda mais, pelo menos
retoricamente, a participação das famílias e
comunidades na direção dos estabelecimentos
de ensino, favorecendo, de acordo com o seu
preâmbulo, lideranças fortes e a autonomia das
escolas. Para esse efeito, propõe a criação de um
órgão de direção estratégica, o Conselho Geral,
um órgão colegial onde têm representação
elementos do pessoal docente e não docente,
dos pais e encarregados de educação, de alunos,
no caso de adultos e do ensino secundário, das
autarquias e da comunidade local, instituições,
organizações de carácter económico, social e
cultural. Para garantir equidade na participação
dos diferentes atores, nenhum dos grupos
representados pode ter a maioria dos lugares.
O Conselho Geral é o “órgão de direção
estratégica responsável pela definição das linhas
orientadoras da atividade da escola,
assegurando a participação e representação da
comunidade educativa” (Art.º 1 1 ) . O número de
elementos que o compõem é estabelecido por
cada agrupamento de escolas ou escola não
agrupada, mas tem de ser um número ímpar não
superior a 21 . Aprova as regras de
funcionamento da escola ou agrupamento
(regulamento interno) e são da sua
responsabilidade as decisões estratégicas e de
planeamento (projeto educativo e plano de
atividades) , o acompanhamento e a fiscalização
da sua concretização (relatório anual de
atividades). Este órgão tem competência para
eleger e destituir o diretor, que lhe deve prestar
contas, como primeiro responsável do
desenvolvimento e aplicação local das medidas
de política educativa. Ao diretor, que participa
nas reuniões ordinárias, trimestrais, e
extraordinárias, mas sem direito a voto, cabe a
gestão administrativa, financeira e pedagógica,
tendo de ser um professor qualificado para as
funções, quer através de formação adquirida,
quer através de experiência na administração e
gestão escolar, submetido a concurso com
critérios previamente definidos.
Das múltiplas competências deste órgão de
direção (Art.º 1 3) destacamos: eleger o
presidente do Conselho Geral, que pode ser
qualquer um dos membros, à exceção dos
alunos; eleger o diretor, mediante procedimento
concursal; aprovar o Projeto Educativo,
acompanhar e avaliar a sua execução; aprovar os
Planos de Atividades e o Regulamento Interno;
aprovar as propostas de Contrato de Autonomia;
definir as linhas orientadoras para a elaboração
do Orçamento; acompanhar a ação dos demais
órgãos de administração e gestão.
Neste dispositivo legal, encontramos, no seu
enquadramento justificativo, um discurso que
valoriza sobremaneira os modos de regulação
local, através do reforço de atores externos à
escola, afirmando, expressamente, como grande
4 sacolajunho201 1
finalidade a promoção do “reforço da
intervenção das famílias”.
O protagonismo normativo, cada vez mais
acentuado, da intervenção dos pais no governo
da escola pública portuguesa aparece sob o
signo da concertação, da negociação, do
trabalho de parceria, decorrente da necessidade
de instituir novas práticas de regulação, na
sequência da crise de modelos centralistas. Será
pertinente questionarmo-nos até que ponto
este discurso reflete as boas intenções, ou que
interesses ocultos poderão estar em jogo:
ali jamento de responsabilidades do Estado face
à crise de governabilidade provocada pela
massificação do ensino, controlo dos
professores por outros atores externos à escola,
controlo de procedimentos reduzido, “hipocrisia
organizada” (Brunsson,1 989), com fins de
legitimação social das decisões aparentemente
tomadas pelos atores invocados na rede
discursiva?
Lembremos que o Estado é confrontado, cada
vez mais, com a necessidade de rever o seu
papel perante o avolumar de exigências
derivadas da crise económica, do fosso entre os
compromissos assumidos e os recursos
necessários e da forte exposição das questões
educativas aos meios de comunicação social.
Será importante compreender se esta
valorização não passa do discurso e constatar se
não é reforçada a concentração de poderes no
protagonismo conferido formalmente ao
diretor: “órgão de administração e gestão do
agrupamento de escolas ou de escola não
agrupada nas áreas pedagógica, cultural,
administrativa, financeira e patrimonial” (cf.
Art.º 1 8.º e seguintes) . Não estaremos a assistir
a um reforço dos poderes do controlo central,
do Ministério da Educação, através da figura do
diretor sob a capa da “falinha
mansa” do trabalho em rede, da
colaboração? Mas quem planeia,
quem decide, quem apresenta os
documentos previamente
elaborados? E por quem? Quem faz
parte das equipas?
A compreensão do funcionamento
e o questionamento das dinâmicas
intrínsecas ao Conselho Geral
através de uma leitura inscrita num
plano mais informal, ancorado
numa focalização micropolítica
pode facilitar a “desocultação” das
lógicas de ação dos diferentes
atores, sabendo que uma coisa é o
plano das orientações, outra é o das ações
concretas e que no seio das organizações se
verificam relações assimétricas de poder e de
influência.
Alguns estudos empíricos, realizados em
Portugal nas duas últimas décadas (Silva,
1 994,1 996) mostram a voz dos pais nas políticas
educativas como uma resposta aos interesses da
agenda neoliberal e uma instrumentalização
subtil dos interesses de “alguns pais”, muitos,
simultaneamente professores. Será que com a
publicação deste referencial (em vigor, por
quanto tempo ainda?) , estamos num virar de
página ou tratar-se-á, mais uma vez, de um
simulacro de mudança, mas em que tudo fica na
mesma? Em que os pais não passam de meros
figurantes, com a única diferença que votam
mega
agrupamento
para a escolha do diretor e aí… . as coisas podem
complicar-se.
Referências bibliográficas
Barroso, J. (2004). A autonomia das escolas: Uma
ficção necessária. Revista Portuguesa de
Educação, 1 7, 2: 49-83.
Brunsson, N. (1 989). The organization of
hipocrisy. Talk, decision and actions in
organizations. London:Routledge.
Silva, P. (1 994). Escola-família: Uma relação
armadilhada? ESES, 5, 23-30.
Silva, P. (1 996). Pais-professores: Uma relação
em que uns são mais iguais que outros?
Educação, Sociedade & Culturas, 6: 1 79-1 90.
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sacola junho201 1 5
Concurso Nacional de Leitura – Fase distrital e Fase NacionalIsilda Menezes, professora bibliotecária
A Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura
realizou-se, no dia 8 de Abril, na Biblioteca
Municipal de Moimenta da Beira. O nosso
Agrupamento foi muito bem representado pelas
alunas do 3º ciclo Inês Nicolau Soares, 7º E
(ESFRoV), Martina Machado, 8º A (EBFL) e Ana
Rita Sousa, 7º D (ESFRoV). Do ensino secundário,
Beatriz Nicolau Soares, 1 2º A, Maria João Costa,
1 0º C e Sandra Amaral, 1 2º G.
Os participantes das Escolas/Agrupamentos do
distrito de Viseu realizaram uma prova escrita
durante a manhã. À tarde, foram apurados seis
alunos do 3.º ciclo e seis do Ensino Secundário
que prestaram uma prova oral. De entre estes,
foram seleccionados três de cada nível de ensino
para participarem na Fase Nacional, em Lisboa.
A aluna Maria João Costa, do 1 0.º C teve uma
boa prestação, pois foi premiada com o 2.º lugar
no grupo dos alunos do Ensino Secundário,
juntamente com a Ana Rita Rodrigues, da Escola
Alves Martins, de Viseu (1 .º lugar) e a
Ana Sofia Morais, da Escola Secundária de
Tarouca (3.º lugar) .
No dia 1 4 de Maio, a Maria João esteve em
Lisboa a participar Fase Nacional. Em pouco mais
de quinze dias, leu as obras Noites brancas –
Romance sentimental das memórias de um
sonhador de Fiódor Dostoiévski, e O ano da
morte de Ricardo Reis de José Saramago.
Participou com muito empenho e, apesar não ter
passado à final, está de parabéns.
Lembramos que em cinco anos de participação
no Concurso Nacional de Leitura, três alunas
desta escola já estiveram presentes na Fase
Nacional a representar o distrito de Viseu.A Fase
Distrital do Concurso Nacional de Leitura
realizou-se, no dia 8 de Abril, na Biblioteca
Municipal de Moimenta da Beira. O nosso
Agrupamento foi muito bem representado pelas
alunas do 3º ciclo Inês Nicolau Soares, 7º E
(ESFRoV), Martina Machado, 8º A (EBFL) e Ana
Rita Sousa, 7º D (ESFRoV). Do ensino secundário,
Beatriz Nicolau Soares, 1 2º A, Maria João Costa,
1 0º C e Sandra Amaral, 1 2º G.
Os participantes das Escolas/Agrupamentos do
distrito de Viseu realizaram uma prova escrita
durante a manhã. À tarde, foram apurados seis
alunos do 3.º ciclo e seis do Ensino Secundário
que prestaram uma prova oral. De entre estes,
foram seleccionados três de cada nível de ensino
para participarem na Fase Nacional, em Lisboa.
A aluna Maria João Costa, do 1 0.º C teve uma
boa prestação, pois foi premiada com o 2.º lugar
no grupo dos alunos do Ensino Secundário,
juntamente com a Ana Rita Rodrigues, da Escola
Alves Martins, de Viseu (1 .º lugar) e a
Ana Sofia Morais, da Escola Secundária de
Tarouca (3.º lugar) .
No dia 1 4 de Maio, a Maria João esteve em
Lisboa a participar Fase Nacional. Em pouco mais
de quinze dias, leu as obras Noites brancas –
Romance sentimental das memórias de um
sonhador de Fiódor Dostoiévski, e O ano da
morte de Ricardo Reis de José Saramago.
Participou com muito empenho e, apesar não ter
passado à final, está de parabéns.
Lembramos que em cinco anos de participação
no Concurso Nacional de Leitura, três alunas
desta escola já estiveram presentes na Fase
Nacional a representar o distrito de Viseu.
6 sacolajunho201 1
Durante a semana da leitura, 1 a 4 de Março, foi
feita a festa da leitura nas várias escolas do
Agrupamento. Foram muitas as actividades em
que os alunos puderam participar, das quais
destacamos algumas que foram realizadas na
Escola Secundária Frei Rosa Viterbo.
“Começa o dia com a leitura”: no dia 1 de Março,
a equipa da biblioteca colocou nos livros de
ponto poemas e pequenos textos em prosa que
foram lidos pelos professores ou alunos no início
da primeira aula da manhã. Nada melhor do que
começar um dia com o som mágico das palavras
de um belo texto.
“Silêncio! Estamos a ler!” foi uma actividade que
decorreu em todas as escolas do Agrupamento,
no dia 2 de Março, entre as 9:30h e as 1 0h, altura
em muitos elementos da comunidade “pararam”
para ler, num momento de leitura silenciosa e
individual. A maioria das turmas participou nesta
actividade.
Aconteceu também a hora do conto “A árvore
generosa”, pela educadora Margarida Nunes,
actividade na qual duas turmas do 8º ano da
ESFRoV tiveram a oportunidade de participar.
Todos apreciaram muito esta história que tem
comovido gerações com a relação de amor entre
uma árvore e um menino.
O encontro com a escritora Manuela Gonzaga
teve a participação dos alunos do 7º ano que
trabalharam algumas obras da autora.
Encontraram-se com ela no auditório, onde a
questionaram sobre a sua vida e obra e a
ouviram contar pequenas histórias. A escritora
fez-se acompanhar pelo seu magnífico cão
Timóteo, que encantou os alunos com o seu
porte e com a sua meiguice. Foram momentos
muito animados, estabelecendo-se uma relação
de forte empatia entre todos.
Durante a semana, foram também entregues os
prémios às alunas vencedoras da 1 .ª fase do CNL
e houve partilha de experiências de leitura, num
momento em que falaram de alguns livros que
têm lido e de experiências de participações
anteriores neste concurso.
Outra actividade promovida pela Biblioteca foi
sessão de trabalho/esclarecimento sobre o novo
acordo ortográfico da Língua Portuguesa, que
decorreu no auditório da Escola secundária,
dinamizada pela professora Ana Albuquerque,
com a presença de 53 professores.
Semana da leituraIsilda Menezes, professora bibliotecária
mega
agrupamento
sacola junho201 1 7
Concurso Literário: “Semear palavras, colher poemas”Isilda Menezes, professora bibliotecária
A Felicidade
Ser feliz é viver rodeada de amor
É plantar e colher amizade
É o calor dos abraços amigos
É viver sem pensar no amanhã.
Ser feliz é olhar o amanhecer
É saborear o sol radiante,
É o aconchego muito quente
Dos abraços dos pais e do mano.
Ser feliz é ser amiga
É ajudar os meus colegas
É ouvir e não só falar
E também brincar, brincar!
Maria João Figueiredo, 3ºC (EBIFA)
Semear palavras…
De manhã bem cedinho
Oiço para me acordar
Uma frase que diz
“São horas de levantar”
E a partir daí
São palavras todo o dia
Umas salgadas, outras doces
E outras cheias de alegria.
E isto acontece diariamente
De casa para a escola
Levo e trago palavras
Dentro da minha sacola.
Há tantas, tantas palavras
Dentro do meu pensamento
Mas elas vêm e vão
Tão rápidas como o vento.
São palavras que soam a música
São palavras de magia
Muitas e muitas palavras
Que me dão sabedoria.
Pedro Miguel Escaleira, 6º D (EBFL)
Palavras semeadas
Cada vez que um livro leio
Mil novas palavras conheço
Eu sei, parece estranho
É sempre um novo começo!
São tantas as palavras
Todas gostava de conhecer
Descobri que era impossível:
A Língua está sempre a crescer.
Dicionário gostava de ser
E palavras novas conhecer
Para com elas inventar
Tudo o que a vida tem para dar.
Gostava de ter um grande jardim
Com muitas palavras semeadas.
Elas colhem-se ao longo da vida
Nunca há obras acabadas.
As palavras recolho e guardo
Para mais tarde utilizar
Depois quando preciso delas
É lá que as vou buscar.
Com elas descrevo paisagens,
Com elas descrevo sentimentos,
Com elas invento histórias
Guardo e transmito conhecimentos!
Ana Rita Sousa, 7º D (ESFRoV)
8 sacolajunho201 1
A minha participação no Concurso Nacional de
Leitura constituiu um desafio que fiz a mim
própria. Inscrevi-me, porque gostava de
perceber quais as minhas potencialidades na
área da leitura e para conhecer outros jovens
que tinham algo em comum comigo: gostavam
também de “devorar livros”. Sinceramente,
considero que evoluí como leitora, o que se
reflectiu noutras áreas.
Ler não é folhear páginas repletas de letras,
palavras, frases, histórias, desinteressadamente.
A leitura não faz sentido quando o leitor sente
que está a ler um livro. Ler é dar um sentido à
vida das personagens e torná-las reais. Ler é
pisar o palco do sonho e da imaginação. Ler é
deixar-se levar por uma força sobrenatural. Ler
não é simplesmente ler; ler é muito mais do que
um acto, facto ou realidade. A leitura exige
gosto, exige tempo e reflexão. É por isso que
gosto de ler como se tivesse todo o tempo do
mundo. É por isso que gosto de discorrer sobre
livros, porque os considero como sendo algo que
me pertence, ou seja, uma parte de mim.
Um bom livro desperta os mais estranhos
sentimentos: faz-me chorar, sonhar, rir, soltar
sonoras gargalhadas... Além disso, os livros
fazem-me reflectir sobre aspectos em que ainda
nunca tinha pensado e que estão bem presentes
na vida dos seres humanos: a guerra, o amor, a
crueldade, a infidelidade, a falta de liberdade, a
vaidade, a felicidade, o preconceito, … um sem
número de coisas que julgamos, muitas vezes,
saber do que se trata e que, nos momentos em
que são despertados alguns desses sentimentos,
não os sabemos identificar.
Geralmente, quando leio um livro, há sempre
uma personagem que me serve de “guia” ao
longo de toda a história, podendo ser alguém
com quem me identifique, alguém que admiro
ou alguém que quero perseguir até ao último
ponto final e eliminar de vez.
Um dos aspectos que me incomoda mais, ao ler
um livro, é o facto de sentir que ficou algo por
dizer, nomeadamente quando o livro não tem
fim, pois, embora isso me permita imaginar o
que irá acontecer, sinto sempre uma pesada
incerteza e a dúvida de saber se o final que eu
daria à história seria o mesmo que o autor tinha
pensado para ela.
Tenho consciência de que existem muitas
pessoas que não sabem tirar partido dos livros
que lêem. O saber ler é uma arte que exige
dedicação e sabedoria.
Gosto especialmente de, ao ler um livro,
descobrir nele o próprio autor, o seu carácter e a
sua humanidade, uma vez que, ainda que
sejamos todos diferentes, somos todos seres
humanos e, embora tal não seja tão evidente
como pareça, existem muitas semelhanças entre
cada um de nós.
Tal como afirma Ralph Waldo Emerson, “O
talento não basta para fazer o escritor. Atrás do
livro deve haver o homem”. O escritor, por mais
que tente distanciar-se daquilo que escreve, não
consegue evitar deixar um indício da sua
passagem por aquelas páginas, tal como o
criminoso deixa sempre uma pista no local do
crime, por mais camuflada que ela esteja.
Agora compreendo a razão pela qual gosto
tanto de livros. É que a vida do ser humano é
também ela uma história, com princípio, meio e
fim; uma história que vamos escrevendo, à
medida que percorremos o nosso caminho e em
que tudo ocupa um lugar em concreto; este livro
que nos pertence, integralmente, pode ser
percorrido através do pensamento, mas exige
também uma leitura extremamente subjectiva.
O poder da leituraBeatriz Soares, 1 2º A
“Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores.”
Charles W. Elliot
ler
http://imgs.obviousmag.org/archives/uploads/2006/061 024_3livros-sabios.jpg
sacola junho201 1 9
Este livro, escrito pelo historiador inglês Edward
Paice, narra com extrema precisão o terramoto
de Lisboa de 1 de Novembro de 1 755, um dos
maiores sismos de sempre, na quarta maior
cidade europeia da altura. Fala de uma forma
simples, eficaz e cativante da tristeza que se
viveu em Lisboa e da destruição da cidade, nesse
dia de Todos-os-Santos. O autor descreve a
devastação quer nas pessoas, quer nos principais
edifícios da cidade, de uma forma bastante
precisa e consegue explicar o antes e o depois da
cidade de Lisboa: os majestosos palácios
desaparecidos, os conventos destruídos...
Durante a leitura, somos levados a pensar que
catástrofes desta magnitude não acontecem
apenas nos outros países, mas que também
podem acontecer em Portugal. O autor
transmite-nos um sentimento de receio e
tristeza, devido à inigualável destruição
concebida por este terramoto.
Há alguns números impressionantes presentes
nas páginas deste livro: entre 40 a 50 mil mortos
e um sismo com a magnitude de 8,75 e 9 na
escala de Ritcher!
E o que levou um autor estrangeiro a escrever
sobre um acontecimento ocorrido em Portugal?
É uma questão pertinente que o autor acaba por
explicar: Edward Paice sempre sentiu um fascínio
por sismos e queria saber como é que uma
cidade que sofreu uma catástrofe tão grande se
conseguiu recompor, sendo agora a bonita
Lisboa. O historiador inglês diz também que
adora a hospitalidade e o modo de vida
portugueses e que Lisboa é, sem dúvida, uma
cidade espectacular...
É um livro de agradável leitura.
A Ira de DeusEdward Paice
Francisco Cunha, 8º D
Nesse dia um de janeiro ninguém morreu. Nem
nos dias subsequentes. Todos os padecentes
ficaram como que suspensos entre a vida e a
morte.
Foram muitos os problemas que a “greve” da
morte originou, para os quais foi preciso arranjar
soluções: as agências funerárias passaram a
enterrar os animais domésticos, nos hospitais
não havia camas para os enfermos irreversíveis,
que tinham de ficar com as famílias, os “lares do
feliz ocaso” multiplicaram-se, pois não tinham
espaço para acolher os idosos.
A ausência da morte dá origem a uma série de
discussões e conselhos entre o governo e os
representantes da religião, filósofos, e outros
sectores afectados, em busca de uma solução.
No meio de todo o caos, surge uma carta violeta
inesperada, em cima da secretária do gabinete
do director-geral da televisão, que não tinha
qualquer referência ao remetente nem
destinatário, mas que marcou uma reviravolta na
acção, provocando o pânico geral.
Na minha opinião, nesta obra, a morte é
retratada no sentido figurado da própria vida,
com os seus altos e baixos, como consequência
dos obstáculos que surgem e que procuramos
ultrapassar. É, por isso, uma morte intermitente.
O título do livro poderia levar-nos a pensar que
se trataria de uma história vulgar da morte
associada ao fim da vida. No entanto, a primeira
frase (“No dia seguinte ninguém morreu.”)
desperta, desde logo, a nossa atenção e faz-nos
pensar imediatamente numa história fantástica,
no mundo do irreal, no sonho da vida eterna.
Esta primeira frase faz-nos ampliar as nossas
expectativas, propiciando a reflexão.
As intermitências da morteJosé Saramago
Beatriz Soares, 1 2º A
1 0 sacolajunho201 1
Para encerrar o segundo ano do projecto
Comenius ICT4, um grupo de professoras e uma
aluna participou no quarto intercâmbio que teve
lugar de 30 de Abril a 7 de Maio em Konya na
Turquia.
A Turquia é um país do Sudoeste da Ásia e
Sudoeste da Europa sendo considerado como a
ponte entre os dois continentes. Istambul é a
maior cidade da Turquia e a única do Mundo que
se situa entre dois continentes: a Ásia e a
Europa. Esta cidade é moderna, carregada de
história e a vida nocturna é muito enérgica, tal
como pudemos comprovar na véspera do dia 1
de Maio. Os turcos festejam este dia, e deste
modo as ruas estavam cheias de pessoas e
enfeitadas com balões ou bandeirinhas, havia
música e bailarinas de dança do ventre por todo
o lado. Os restaurantes estavam lotados e a
animação reinava em todas as ruas em que
passámos.
A paisagem de Istambul é sobretudo marcada
pelos recortes das cúpulas e minaretes das
mesquitas que se distribuem pelas encostas das
sete colinas de Istambul, pelo mar de Mármara
que banha a cidade a sul e a sudoeste e pelos
formosos espaços a jardinados forrados com
coloridas tulipas. As cores dominantes são o
amarelo, vermelho, rosa, laranja, e toda esta
mistura de cores chama a atenção dos visitantes.
Istambul tem uma grande diversidade de oferta
de produtos a preços baixos, ideais para quem
tem poder de compra. As pessoas ficam
realmente tentadas, tornando-se difícil resistir
ao ímpeto consumista. O Grande Bazar tem uma
atmosfera oriental e labirínticas ruas com
milhares de lojas. Qualquer pessoa que entre
nele perde-se por lá, não só literalmente mas
também pela variedade dos produtos. Este seria,
sem dúvida, o paraíso dos shopaholics!
Istambul possui uma herança rica em mesquitas,
museus e magníficos palácios. Os monumentos
são imponentes e grandiosos. A Mesquita Azul é
um magnificente edifício, cujo nome advém da
sua decoração interior com azulejos azuis. Para
visitar a mesquita, os visitantes têm de cobrir os
braços, ombros e a cabeça e descalçarem-se.
Deste modo, um dos cheiros característicos, e do
qual não me vou esquecer certamente, é o
cheiro a chulé. Enquanto estávamos dentro da
mesquita, estavam pessoas a rezar e algo que
me chamou à atenção foi o facto de os homens
terem a seu dispor o centro da mesquita para
rezar, enquanto que as mulheres rezavam nas
laterais, todas elas tinham um lenço na cabeça e
os ombros e braços tapados. Antes de entrarem
na mesquita para rezarem, tanto os homens
como as mulheres necessitam de lavar os pés, os
braços, as orelhas, um pouco o cabelo e as mãos
para que possam entrar com o corpo e alma
limpos na casa do Senhor.
Existem momentos ao longo do dia, mais
precisamente cinco, em que na cidade se ouve
um xamã a cantar. Este canto, que tem a duração
de, pelo menos, dez minutos, é um chamamento
para as pessoas irem rezar às mesquitas. Todos
os dias, estes cinco momentos se repetem e não
têm que ser obrigatoriamente sempre à mesma
hora.
Konya é uma cidade situada a Sudeste de
Istambul. As pessoas são muito acolhedoras e
simpáticas. O primeiro contacto foi com os
professores envolvidos no projecto Comenius
Projecto Comenius - o 4o reencontro…Rafaela Gomes, 1 2ºA
aconteceu
sacola junho201 1 1 1
Os alunos do 1 1 º. A, no âmbito das atividades
incluídas no seu Projeto Curricular de Turma,
convidaram todos os alunos e encarregados de
educação das turmas do 9.º ano e do ensino
secundário a participarem num debate acerca
da problemática do consumo do álcool na
adolescência e na idade adulta.
Esta iniciativa, que se realizou no dia 9 de Junho
de 201 1 , pelas 20.30 h, no Auditório da Escola
Secundária Fr. Rosa Viterbo, foi proposta por
um dos representantes dos pais e encarregados
de educação com assento no conselho de turma
e contou com a colaboração de docentes da
turma, designadamente do professor de
biologia e geologia, António Casal, da psicóloga
Susana Nunes, do Centro de Saúde e do
comando da GNR de Sátão.
O debate foi animado. Pais e alunos tiveram a
oportunidade de refletirem conjuntamente
sobre uma temática que preocupa todos os
educadores. A colaboração pais, escola e família
ainda é possível!
O Álcool (também) pode matar!Prof. Ana Albuquerque
ICT4 no aeroporto e posteriormente com os
nossos parceiros. A minha parceira foi a Zehra,
uma jovem adolescente de 1 7 anos. Ela foi a
pessoa com quem mais convivi, dado que estava
hospedada em casa dela. A Zehra é uma pessoa
bastante comunicativa e logo que me viu veio
cumprimentar-me e perguntar como tinha
corrido a viagem e também o fez com as
professoras, o que demonstra ser uma pessoa
muito afável. Criou-se, desde logo, uma grande
amizade, pois tínhamos muito em comum e
conseguimos falar de tudo, sem qualquer
preconceito. A família de acolhimento foi
excepcional comigo, desde o primeiro dia até ao
último. Foram incansáveis e trataram-me como
se me conhecessem há algum tempo, o que me
facilitou a integração.
Os parceiros turcos estavam sempre a abordar-
nos para tentarem perceber mais sobre nós e as
nossas culturas. Alguns deles não tinham grande
capacidade comunicativa em inglês, mas traziam
algumas perguntas simples para nos fazerem,
tais como nos chamávamos e que idade
tínhamos, e ao respondermos eles ficavam muito
alegres. Algo que reparei é que as pessoas turcas
estão sempre contentes e gostam de rir e de
fazer os outros rir.
Fomos recebidos na escola turca onde, como em
todas as outras, se encontrava um busto de
Ataturk. Mustafa Kemal foi um herói para o povo
turco, uma vez que contribuiu para a
modernização do país, deu direitos civis às
mulheres, introduziu o vestuário ocidental, o
alfabeto latino e promoveu o desenvolvimento
das artes, ciências, indústria e agricultura
nacionais. Quando os apelidos foram legalmente
adoptados, o parlamento nacional atribuiu-lhe o
nome de "Ataturk" (Pai dos Turcos). Além do
busto, as escolas têm em quase todos os
corredores espelhos, onde os alunos param para
se verem. Todas as escolas obrigam ao uso de
uniformes.
A gastronomia típica de Konya é um pouco
diferente do que estamos habituados. É muito à
base de especiarias, picante, iogurte natural e
variados vegetais. Um dos pratos que
saboreámos era confeccionado com folha de
videira, onde a folha enrolava a carne e por cima
tinha um retoque com iogurte natural. O aspecto
desta comida era delicioso e original a forma
como estava apresentado o prato. O iogurte
natural está muito presente não só nos diversos
pratos tradicionais da Turquia bem como as
pessoas podem bebe-lo a acompanhar a comida.
O festival “Sema” é considerado uma dança mas
é uma performance religiosa. Este festival foi
inspirado no seu fundador Mevlana e tornou-se
parte da cultura e da história da Turquia. Os
senhores que fazem parte da performance
andam constantemente à roda, quase durante
quinze minutos que é a duração da reza, e estão
sempre a rezar enquanto rodopiam. Só de ver
fiquei um pouco zonza! Mas esta performance
religiosa é muito rica em cultura, uma vez que a
música que acompanha o festival é feita com
instrumentos típicos da Turquia e os trajes que
os senhores usam são originais e magnificentes.
O lugar que mais gostei de conhecer foi
Capadócia. Esta cidade é de uma beleza natural
inimaginável, os monumentos são fabulosos e os
seus detalhes nas pedras são únicos. As
paisagens são concebidas graças ao poder
erosivo daquela região. As vistas e a cidade em si
deixou-nos completamente rendidos, pois o que
vimos foi algo fora do normal.
Esta experiência foi muito enriquecedora em
termos pessoais e culturais. O contacto com
outras pessoas, culturas e tradições fez com que
aprendesse a respeitar as diferenças e aceitar as
pessoas tal e qual como são.
Quero agradecer a todos os professores e
colaboradores do projecto Comenius,
especialmente à professora Maria Silva, pelos
momentos que me proporcionaram.
1 2 sacolajunho201 1
No âmbito da disciplina de área de projeto, o
1 2ºB dinamizou algumas atividades que gostaria
de partilhar com a comunidade escolar, como
forma de agradecer a presença e o apoio dado
por todos aqueles que, gentilmente, quiseram
colaborar com a turma nos projetos
programados.
No dia 1 8 de maio, o grupo do Francisco, da
Susana, do André, da Diana e do Tiago organizou
a visita de estudo ao Quartel de Bombeiros
Voluntários de Sátão: a simpatia e a
disponibilidade do Comandante e
Subcomandante dos bombeiros permitiu a
concretização de um pedido que proporcionou a
todos a alegria do momento e a tomada de
consciência de um dever cumprido. Ainda que
simbolicamente, a atividade realizada permitiu
sensibilizar os alunos para um problema que é da
responsabilidade de todos: respeitar as regras
de segurança pública e proteger o Ambiente!
Aproveitamos para agradecer à instituição
visitada o tempo dispensado às necessidades e
preocupações pedagógicas e ambientais dos
alunos da comunidade escolar e a organização
dos recursos humanos necessários à execução do
projecto (entre outros aspetos, esclarecimentos
acerca das condições de trabalho dos bombeiros
voluntários, dos procedimentos a seguir
aquando das ocorrências de emergência; visita
guiada às instalações interiores e exteriores do
quartel e às viaturas existentes: ambulâncias e
carros de combate a incêndios) .
No dia 20 de maio, o grupo CCAJJ, a propósito
do tema “Estilos de vida saudável”, organizou
uma aula de aeróbica (movimentos aeróbicos e o
jogo tradicional “mata”) , para celebrar o mês do
coração e incentivar a inclusão do exercício físico
no dia-a-dia dos alunos, a fim de reduzir, ainda
que de forma gradual, a taxa de sedentarismo
em Portugal, que tem sido responsável pelo
aparecimento de doenças cardiovasculares (uma
das causas de milhares de mortes no nosso país) .
No dia 1 de Junho, a Marta, o Daniel, o Rui, a
Jéssica, o Bruno e o Flávio orientaram alguns
alunos do 9ºano na concretização de um Quizz
Show que tinha por objetivo, entre outros
assuntos, alertar para as IST’s e os métodos de
prevenção; conhecer e mostrar as tendências
para interrupções voluntárias da gravidez e as
respetivas consequências; compreender e
educar para o uso dos métodos contracetivos e
mecanismos de ação e tolerância.
No dia 3 de Junho, o Mário, o Luís, o João, a
Rosalina e o Pedro, no polivalente da escola,
representaram (com a colaboração das colegas
de turma Dina e Catarina, do docente José
Carlos Rocha e da auxiliar da ação educativa
Rosalina Aguiar) a peça de teatro “Manta de
retalhos”, produzida com o objetivo de alertar os
jovens para problemas como o alcoolismo, a
sexualidade, a anorexia e o sono. Os alunos do
1 0ºano (convidados para o efeito) gostaram da
lição e o 1 2ºB agradece a atenção de todos
aqueles que estiveram a acompanhar a
realização de um momento cultural… educativo!
O grupo da Dina, da Fanny, da Vera, do Fábio e
do Eduardo tinha como temas o bullying e a
epilepsia. Relativamente ao bullying, elaboraram
um filme baseado numa história fictícia,
concorreram a um concurso a nível nacional,
“Grande C”, e apresentaram o filme às três
turmas do 9º ano da Escola Frei Rosa Viterbo.
Quanto à epilepsia, realizaram um pequeno
vídeo informativo sobre como prestar os
primeiros socorros a uma pessoa que esteja a
sofrer um ataque convulsivo de epilepsia, e ainda
criaram a letra de uma música cantada sobre o
instrumental de “Chasing Cars” da banda Snow
Patrol. Estes dois últimos projetos podem ser
visualizados/ouvidos no site do Agrupamento de
Escolas de Sátão (www.escolasdesatao.pt) .
Área ProjectoCristina Marques e alunos do 1 2º B
aconteceu
sacola junho201 1 1 3
Desde o inicio da humanidade que o ser humano se
relaciona e sente necessidade de o fazer. Primeiro
dentro da sua família, depois fora dela, com amigos,
vizinhos entre outros. O Homem é um ser social,
necessita de comunicar e partilhar vivências.
Com o aparecimento da Internet, tornou-se possível
estabelecer e manter relações, através da criação das
redes sociais. Youtube, MySpace, Twitter, Facebook
são exemplos de redes que, de acordo com as suas
características específicas, são utilizadas com
diferentes propósitos.
Actualmente, tendo em conta o cenário político
português, os partidos políticos recorrem a estas
ferramentas para divulgarem as suas ideias e opinar
sobre as ideias apresentadas pelos outros partidos.
Trata-se de campanha política e evidencia que também
os partidos tiveram de se actualizar. Dado que todos
nós acedemos a uma qualquer rede, a campanha
política passa obrigatoriamente pela internet.
É também através das redes sociais que diversos
artistas e autores divulgam o seu trabalho. Nomes
como Ana Free e Justin Bieber ficaram conhecidos por
apresentarem os seus vídeos no Youtube. Mas nem só a
música se apresenta na Internet. Também vários
autores estão presentes nas redes sociais, divulgando os
seus mais recentes trabalhos, futuras entrevistas e
resultado das mesmas.
Para outras pessoas, as redes sociais são meramente o
local onde mantemos o contacto com os nossos amigos
e familiares, onde procuramos o que mais nos
interessa, onde temos acesso a eventos, por exemplo.
Por vezes, a nível individual, não sabemos ao certo
porque pertencemos a uma rede social, mas fazemo-lo
porque os outros também o fazem.
Por outro lado, há também quem se aproveite deste
tipo de ferramentas para fins menos próprios. É grande
o número de menores que expõem a sua vida privada,
bem como a das suas famílias. Por desconhecimento
dos perigos, têm perfil público e mostram os seus
contactos e morada. Esta ingenuidade é, por diversas
vezes, aproveitada por inimigos, ladrões e pedófilos e
tudo pode acontecer.
As redes sociais tendem a ser ferramentas
imprescindíveis e não há como escapar das mesmas.
Cabe a cada um optar pelo que pretende fazer delas,
sendo que todos nós devemos conhecer os seus perigos
e fazer passar a mensagem. Só desta forma estaremos a
contribuir para o seu melhoramento e a protegermo-nos
uns aos outros.
Redes Sociais, para que vos quero?Sílvia Amaro, 1 2º A
redes sociais
Ao falarmos em Globalização, referimo-nos a um
fenómeno económico, político, social e cultural
que corresponde à difusão, por todo o planeta,
da economia capitalista, política e cultura
ocidental. É um fluxo cada vez mais crescente de
informações e serviços, bens e pessoas, à escala
global, criando uma maior interdependência
entre países. É a chamada “aldeia global”.
Este fenómeno tem vários factores
impulsionadores que o suportam, entre eles, o
desenvolvimento das redes de transporte e das
Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC,
que possibilitam a transferência rápida de
informações, bens, pessoas, e capitais; os
organismos económicos intergovernamentais,
que geram e promovem estas circulações; a
liberalização dos mercados; e a acção crescente
das empresas multinacionais que levam os
mesmos modelos para vários países e promovem
os consumos standartizados.
O desenvolvimento das TIC está, de
sobremaneira, ligado às Redes Sociais, tendo
mesmo originado o fenómeno Redes Sociais. As
Redes Sociais, Facebook, Hi5, Twitter, entre
outras, são hoje em dia o maior meio de
comunicação entre pessoas que, por algum
motivo, se encontram distantes, mas que
encontram nestas uma possibilidade de
aproximação. As Redes Sociais unem pessoas
com objectivos, ideologias, gostos, valores, etc.,
comuns, ou diferentes, possibilitando uma maior
interactividade, e uma maior troca de
experiências.
De facto, a Globalização e as Redes Sociais estão
profundamente interligadas. A Globalização, e o
desenvolvimento das TIC, permitiram que se
desse uma mudança na maneira como nos
relacionamos, como encaramos as distâncias,
como vivemos. Contudo, todos nós sabemos que
essa mudança não é, nem será tão cedo,
presenciada por todos, porque esta evolução
veio aumentar o “fosso” que existe entre Países
Desenvolvidos e Países em Desenvolvimento.
A verdade é que as Redes Sociais fazem cada vez
mais parte do nosso quotidiano e assumem
maior importância nas nossas relações.
A Globalização e as Redes SociaisIsabel Sousa, 1 2º D
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1 4 sacolajunho201 1
Ana Allen Gomes* - Dormir bem para viver e aprender melhorIsabel Sousa e Sandra Amaral, 12º ano
A professora doutora Ana Allen Gomes
dinamizou sessões de esclarecimento intituladas
“Aprendendo a dormir”, dirigidas aos alunos do
ensino secundário do nosso Agrupamento, no
segundo período. Foi nessa altura que tivemos
esta conversa com ela.
Sacola: Como e por que é que surgiu o seu
interesse pelo estudo do sono?
Ana Gomes: Durante o meu estágio, que fiz nos
Hospitais da Universidade de Coimbra, um doso
meus orientadores de Psicologia dava consultas
sobre o sono, e sugeriu-me a investigação nesta
área. Na altura, como estava sem outra
ocupação, experimentei e gostei. Também me
interessou por ser uma área que ainda não tinha
explorado d.urante a licenciatura
S: Qual a receptividade das pessoas, aquando
da realização das palestras sobre este
assunto?
A.G.: Ainda não dei muitas palestras sobre o
sono, mas penso que há receptividade, embora
haja sempre algumas pessoas que não estão
predispostas a ouvir, algum ruído, como é
natural. Mas acabam sempre por se interessar,
até por ser um tema que não é abordado com
tanta frequência.
S: Qual é o seu público-alvo, aquele para o qual
dirige as suas investigações?
A.G.: Tenho estado interessada em estudantes,
e, embora tenha estudado mais alunos
universitários, também me interessam muito
outros níveis de ensino.
S: Neste momento tem algum projecto que
gostava de ver posto em prática?
A.G.: Faço parte de uma equipa que está a iniciar
projectos para estudar crianças do Pré-Escolar,
crianças do 1 .º Ciclo, do nosso país, para ver
como elas dormem e qual é a associação dos
seus padrões de sono com o funcionamento
durante o dia. Pretendemos continuar a
aprofundar os estudos com crianças antes de
iniciarem a escola, pois no nosso país já há
estudos para o 1 .º Ciclo, mas não temos
conhecimentos que existam estudos para o Pré-
Escolar, e é muito importante saber e perceber a
ligação do sono ao desenvolvimento, logo nos
primeiros anos.
Posso já adiantar que o Agrupamento de Escolas
de Sátão vai colaborar em alguns estudos sobre
o sono e a atenção, sobretudo ao nível do Pré-
escolar, do 1 .º e do 2.º Ciclo.
S: Como já referiu, também trabalhou nos
Hospitais da Universidade de Coimbra. De qual
das áreas é que gosta mais? Da área
pedagógica, ou da área clínica?
A.G.: Essa pergunta não é fácil de responder. A
área clínica é muito interessante, mas sabendo
que todas as pessoas são melhores para umas
coisas do que para outras, não era uma
actividade com que eu me sentisse bem
diariamente. A consulta de sono era semanal, e
com isso eu sentia-me bem, não era uma
actividade diária. Sinto-me mais satisfeita na
área em que estou agora, da ciência e da
investigação.
S: Voltando ao assunto que a trouxe à nossa
escola, que consequências é que a falta de
sono pode trazer?
A.G.: O mito de ficar a estudar até muito tarde
está cientificamente provado que não compensa
quando significa cortar no sono. Quanto às
famosas directas antes de testes, têm um efeito
inverso ao esperado, é um esforço em vão. Na
véspera nunca deveria ser feito, dormir é
rentabilizar o que fizemos durante o dia. O sono
traz a restauração física e psicológica, depois de
dormir recordamos melhor aquilo que
estudamos. O desempenho é relativamente
superior depois de dormir, até a nível desportivo
as vantagens são inúmeras, dormir consolida
conhecimentos, ajuda a reter aquilo que
entrevista
sacola junho201 1 1 5
* Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro - Licenciada e Mestre em Psicologia
(área de especialização em Psicologia Clínica) pela Universidade de Coimbra e
Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade de Aveiro, onde realizou uma
tese sobre o ritmo de sono-vigília dos estudantes universitários e sua relação com o
sucesso académico e o bem-estar psicológico. Durante cinco anos colaborou com a
Consulta de Distúrbios do Sono dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Entre os
seus interesses de investigação, o sono ocupa um lugar central. Tem integrado
projectos de investigação financiados neste campo e é autora/co-autora de dezenas
de trabalhos apresentados em congressos de sono, nacionais e sobretudo
internacionais, muitos dos quais publicados em livros de actas e em revistas
científicas, sob a forma de abstract ou de artigo científico. Pertence à Associação
Portuguesa do Sono e à Sociedade Europeia de Investigação sobre o Sono (European
Sleep Research Society).
estivemos a ver e a estudar.
Existe também uma parte da memória, que,
segundo um estudo sobre texturas visuais,
demonstra que só existem melhorias no
desempenho das tarefas propostas se
dormirmos, pois se não o fizermos, no dia
seguinte não nos conseguimos recordar de nada,
e não existe qualquer evolução.
S: Que dicas ou conselhos nos pode dar, e a
todos os alunos da nossa escola?
A.G.: Em primeiro lugar, é importante saber
quantas horas é que cada um precisa de dormir,
e tentar gerir as actividades no dia-a-dia, para as
conseguir realizar. Cada um deve definir horários
para deitar, conforme a hora a que tem de se
levantar, para ver se consegue dormir as horas
suficientes. Manter a regularidade dos horários
de sono é importante, não descurar disso
completamente. Convém também arranjar uma
rotina de sono para se dormir melhor à noite.
Durante o dia, manter-se activo, expor-se à luz
natural e praticar exercício físico, são também
aspectos que podem beneficiar o sono, se
praticados a horas apropriadas (em geral,
adolescentes e jovens adultos deverão
privilegiar a parte da manhã).
Para os adolescentes, o maior desafio é tentar
manter alguma regularidade no número mínimo
de horas de sono por semana, até porque têm
que se levantar cedo, e a tendência é para se
deitarem tarde, que, embora seja uma tendência
natural, é importante não deixar que ela
progrida até ao exagero.
1 6 sacolajunho201 1
Ficha Ténica :
Propriedade: Escola Secundária Frei Rosa Viterbo, Centro de Recursos Educativos, Rua Luís de Camões 3560-
1 84, Tlf 232 980 1 00, Fax 232 980 1 07, Email: [email protected]. Edição: Sacola, 1 ª Edição, 201 0/201 1 .
Grupo do Sacola :: Alcina Costa (coordenação); Beatriz Soares, Francisco Cunha, Isabel Sousa, Joana Gradim,
Sandra Amaral, Sílvia Amaro, Rodrigo Almeida; Elisabete Almeida (fotografia, recolha e tratamento de
imagens, composição gráfica, composição capa); João Pedro Micaela (logotipo sacola) ; Fátima
Domingues.Tiragem :: 300 exemplares. Impressão :: Beira Alta - Viseu. Colaboração: Studios FotoBela
(cedência e tratamento de imagens)
Prémios :: 2002/2003 - 3º Prémio no Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2004/2005 - Menção Honrosa no
Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2005/2006 - 1 º Prémio no Concurso Nacional de Jornais Escolares e
Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2006/2007 - Menção Honrosa no Concurso
Nacional de Jornais Escolares; 2008/2009 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Escolares;
última
No âmbito da comemoração do Ano
Internacional das Florestas, o Departamento da
Educação Pré-Escolar levou a efeito o
Concurso/Exposição «Guarda da Floresta», que
pretendeu trabalhar a temática ambiental, no
contexto das Artes. Os trabalhos artísticos
foram concebidos a partir da transformação de
um guarda-chuva, utilizando técnicas e
conteúdos próprios da Expressão Plástica. Da
junção de todos os guarda-chuvas foi criada uma
instalação artística de exterior, que esteve
exposta ao público de 21 a 25 de Março, no
espaço exterior da Escola Secundária Frei Rosa
Viterbo.
A comunidade educativa da escola secundária
teve, assim, pela segunda vez, a oportunidade
de apreciar verdadeiras obras de arte dos mais
novos. Uma vantagem de pertencer ao mega-
agrupamento.
Os trabalhos foram realizados no âmbito da
disciplina de Área de Projecto. Os alunos José
Eduardo, Pedro Santos e Ricardo Oliveira, do
9ºF, obtiveram o terceiro prémio. O trabalho,
realizado pelas alunas Alexandra Albuquerque,
Anabela Freitas, Daniela António, Lúcia Freitas e
Thaís Matos, do 9ºE, foi destacado com uma
menção honrosa.
Nesta importante iniciativa do Governo Civil de
Viseu destaca-se a importância de sensibilizar a
população mais jovem, de modo possibilitar uma
maior segurança nas estradas portuguesas.
Alunos premiados em concurso do Governo Civil
José Eduardo, 9º F