Faculdade de Ciências Médicas
Universidade Nova de Lisboa
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Relatório Final Mestrado Integrado em Medicina
2014/2015
Maria Carlota Soares Martinez Veiga de Macedo
Nº2013407
Turma 2
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!Introdução*.............................................................................................................*2*
Actividades*desenvolvidas*.....................................................................................*3*
Medicina Interna ............................................................................................... 3
Cirurgia ............................................................................................................. 4
Medicina Geral e Familiar ................................................................................ 5
Pediatria ........................................................................................................... 5
Ginecologia e Obstetrícia ................................................................................. 6
Saúde Mental ................................................................................................... 6
Actividades extracurriculares ........................................................................... 7
Análise*Crítica*........................................................................................................*7*
Anexo*..................................................................................................................*10*
Introdução*!
O 6º ano do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa (FCM-UNL) corresponde a um ano profissionalizante,
onde nos é dada a oportunidade de realizar Estágios que visam a integração prática dos
conhecimentos adquiridos nos anos precedentes: Medicina Interna, Cirurgia, Medicina
Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental. Este ano tem
como meta o exercício orientado e programado de Medicina, passando os alunos por
diferentes áreas médico-cirúrgicas, e incidindo principalmente nos aspectos do
raciocínio clínico, diagnóstico diferencial e da terapêutica. O presente relatório tem
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como objectivo mostrar o meu percurso ao longo deste ano. Inicio com esta introdução,
expondo seguidamente actividades que desenvolvi em cada estágio, por ordem de
realização, inclusive actividades extracurriculares que realizei paralelamente aos
estágios e termino com uma reflexão crítica onde descrevo os meus objectivos e
expectativas. Acrescento ainda uma análise auto-avaliativa, onde me debruço sobre as
minhas falhas prementes e me treino para manter esse espírito de autocrítica durante o
resto da minha vida.
Actividades*desenvolvidas*!Medicina*Interna*!
O estágio de Medicina Interna (de 15/09 a 07/11) foi no serviço de Medicina 1.2 do Hospital
de São José e tive como tutora a Dra. Isabel Batista. Este foi o meu primeiro estágio, o que
se revelou muito positivo por me dar algumas das bases necessárias e utilizadas em todos
os outros estágios.
Descrevo a actividade na enfermaria como fundamental na ajuda para adquirir e
desenvolver aptidões necessárias à correcta abordagem do doente e a sua história clínica,
nomeadamente a anamnese, o exame objectivo, a colocação de hipóteses de diagnóstico,
o pedido fundamentado de exames complementares de diagnóstico e a elaboração de um
plano de acção e propostas terapêuticas adequadas, que me permitiram um
desenvolvimento progressivo da autonomia. Durante o estágio também pude contactar com
situações com que não nos deparamos durante a faculdade. Uma dessas situações é a
morte e outra é a situação social dos doentes. Assisti a alguns casos de abandono de
doentes por parte da família, seja por questões monetárias ou familiares, ficando clara a
escassa existência de estruturas de acolhimento para idosos. Pude verificar que, apesar
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das dificuldades, os elementos do Serviço Social, juntamente com a equipa médica e de
enfermagem, fazem todos os esforços para encontrar soluções para todos os doentes. A
frequência do serviço de urgências permitiu-me o desenvolvimento do raciocínio clínico e
da capacidade de diagnosticar mais rapidamente de modo a reconhecer as situações
emergentes e assim respeitar os tempos de actuação terapêutica.
Durante o estágio realizei uma história clínica e também foi preparada uma comunicação
oral destinada a ser apresentada ao Serviço de Medicina 1.2. Esta apresentação foi feita
conjuntamente com os colegas João Toscano Alves, Teresa Mendes e Cristina Belova. O
tema era “Derrame pleural: uma abordagem prática”.
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Cirurgia*!O estágio de Cirurgia (que decorreu de 10/11/2014 a 16/01/2015) no Hospital Beatriz
Ângelo, foi dividido em três partes: 2 semanas na Unidade de Cuidados Intensivos, uma
semana no Serviço de Urgências e 4 semanas em Cirurgia Geral onde o tempo foi
distribuído a acompanhar o meu tutor Dr. Paulo Oliveira no Bloco Operatório, Enfermaria e
Consultas. Considero de grande interesse a passagem por estas diferentes realidades que
me permitiram ter um conhecimento mais abrangente do que é a Cirurgia Geral e adquirir
alguns conhecimentos inerentes às mesmas. Por este meio foi possível aprofundar alguns
conhecimentos que me facilitarão a realização de diagnóstico assim como algumas
abordagens terapêuticas no âmbito da Cirurgia.
Durante o estágio apresentei uma história clínica e em conjunto com os meus 2 colegas,
realizei um trabalho de apresentação de caso clínico sobre “Lesões Quísticas do Pâncreas”.
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Medicina*Geral*e*Familiar*!
O estágio de Medicina Geral e Familiar (de 26-01-2015 a 20-02-2015) foi realizado na
Unidade de Saúde Familiar das Descobertas sob a orientação da Dra. Cristina Teodoro.
Neste estágio apercebi-me da importância desta especialidade na comunidade e bem estar
familiar, da importância da educação para a saúde, com os cuidados na vigilância, e na
prevenção da doença.
Dada a multidisciplinaridade da especialidade, aprendi o quão importante é a partilha de
informação e a tomada de decisões existente entre os diversos profissionais,
nomeadamente médicos, enfermeiros e psicólogos.
Observei todos os papéis existentes em Medicina Geral e Familiar e aperfeiçoei as
técnicas comunicacionais, um dos pilares na boa relação médico-doente que permite a
satisfação do doente e a adesão e melhor resposta terapêutica. Durante o estágio
apresentei uma história clínica de uma utente cuja família vim a conhecer, em contexto de
consulta durante o mês de estágio.
Pediatria*!
O estágio de Pediatria foi realizado no Hospital Dona Estefânia tendo como tutor o Dr.
João Farela Neves. Ao longo do estágio verificou-se uma complementação de
componentes teórico-práticas (sessões clínicas, reuniões de serviço e aulas teóricas de
Imunoalergologia) e práticas (atividades de enfermaria, serviço de atendimento permanente,
consulta externa). O estágio também permitiu o contacto com outras especialidades
pediátricas ao permitir a frequência de outras consultas ou internamento (Imunoalergologia,
Cardiologia Pediátrica no Hospital de Santa Marta) e ainda a frequência da unidade de
Infecciologia e a Unidade de Cuidados Intensivos de Pediatria. Neste estágio realizei uma
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história clínica e juntamente com a Andreia Guimarães, Rodolfo Gomes e João Toscano
Alves apresentei um trabalho sobre “Infecções Profundas do Pescoço”.
Ginecologia*e*Obstetrícia*!
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu na Maternidade Alfredo da Costa (de
23 de Março 2015 a 24 de Abril 2015). Foi dividido em duas partes: duas semanas em
obstetrícia sob a tutoria da Dra. Catarina Marques e duas semanas de Ginecologia com a
orientação da Dra. Ana Isabel Carocha tendo em ambas as partes tido a oportunidade de
acompanhar as minhas tutoras nos seus bancos. No âmbito da Obstetrícia assisti
sobretudo a consultas externas e estive na enfermaria e bloco operatório a assistir a
cesarianas electivas. No âmbito da Ginecologia, assisti a várias consultas externas
inclusive de Planeamento Familiar, e a intervenções cirúrgicas no Bloco Operatório (BO), e
segui as doentes no período pós-operatório no contexto de enfermaria. No Serviço de
Urgência (SU) observei doentes com patologia do foro ginecológico e obstétrico e foi
propiciada a participação em intervenções como partos eutócicos e distócicos (utilização de
fórceps, ventosas e cesarianas). Também tive a oportunidade de assistir a uma versão
cefálica externa. Apresentei um trabalho em conjunto com mais 2 colegas sobre “Sindrome
de Alport na Gravidez”.
Saúde*Mental*!
O estágio de Saúde Mental decorreu no Serviço de Pedopsiquiatria do HSFX (de 27 de
Abril a 22 de Maio de 2015), sob orientação do Dr. Volker Dieudonné. O acompanhamento
das consultas do meu tutor, permitiram-me contactar com uma grande multiplicidade de
patologia pedopsiquiátrica, contribuindo para a minha formação prática, sobretudo em dois
pontos: por um lado o aperfeiçoamento do tacto clínico e capacidade de colheita de uma
história clínica orientada para o estado mental numa criança ou adolescente; por outro lado,
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a necessária atenção reforçada aos sentimentos e atitudes do doente e família, o que me
fez melhorar competências ao nível da consolidação da relação-médico doente.
Apresentei juntamente com o meu colega João Alves um trabalho sobre “Perturbações
Somatoformes” em Pedopsiquiatria. Redigimos ainda um resumo clínico de uma primeira
consulta, com discussão diagnóstica.
Actividades*extracurriculares*!
- Participei no curso de Suporte Avançado de Vida (9 e 10 de Dezembro de 2014) no
Centro de Simulação Biomédica dos Hospitais Universitários de Coimbra no qual fui
aprovada (em anexo segue certificado).
- Fui voluntária no Posto de Apoio aos Peregrinos da Ordem de Malta na Azambuja
acompanhando o Prof. Dr. Carlos França (Especialista em Medicina Interna e
Cardiologia, Subespecialista em Medicina Intensiva.) nos cuidados de saúde dos
peregrinos durante os dias 9 e 10 de Maio.
Análise*Crítica*!
Para melhor escrever esta análise crítica tenho de explicar que o meu contexto de
estudante de Medicina é o de quem já tirou um curso antes (Licenciatura de Química
Aplicada, ramo Química Orgânica na FCT-UNL) e que depois enveredou pela área da
investigação, tendo percebido a certa altura que precisava de ser mais útil, mais activa
perante os outros, pelo que integrou o Corpo de Bombeiros Voluntários de Lisboa. Essa
experiência fez-me decidir que Medicina era uma vocação. E a experiência de estudante de
Medicina só me faz ter mais certeza dessa decisão. Este 6º ano foi ainda mais fulcral para
perceber qual a área que quero seguir o resto da minha vida. Gosto muito de Medicina,
estou sedenta de saber e gosto de poder saber um pouco de tudo para melhor poder
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ajudar qualquer pessoa que possa vir a requisitar o meu apoio, o que me fez decidir que
queria uma especialidade generalista. Pela minha experiência em Medicina Interna,
especialidade que considero o ex-libris da Medicina, sinto que ela está desaproveitada, isto
por haver uma má organização entre especialidades. Com isto quero dizer que penso que
Medicina Interna deveria ser o ponto de partida de todos os doentes hospitalizados, sendo
que os internistas é que deveriam pedir apoio às outras especialidades e não o inverso,
como pude verificar a maioria das vezes. Este desaproveitamento e o desejo de mudar os
hábitos das pessoas de uma maneira eficaz fez-me perceber que preferia focar-me na
idade pediátrica onde essa abordagem pode ser mais precoce, sendo que ainda nem tenho
certa a escolha entre Pediatria ou Cirurgia Pediátrica, ou mesmo Medicina Geral e Familiar.
O meu estágio opcional foi no Hospital Dona Estefânia em Cirurgia Pediátrica o que
complementou o meu extraordinário estágio de Pediatria no mesmo hospital. Não queria
deixar de salientar que o meu estágio de Pediatria foi de longe o que superou mais as
minhas expectativas, não só por ter tido a oportunidade de observar crianças com doenças
crónicas muito graves, situação essa que acarreta problemas familiares muito pesados,
doenças agudas graves, mas o que me marcou mais foi ter seguido uma criança de 11
anos que uma semana antes aparentava completa saúde e no espaço de 8 dias veio a
falecer. Este estágio conseguiu mostrar-me um lado não muito falado desta especialidade,
o lado tenebroso da Pediatria, para o qual é preciso ter muita força e estar seguro das suas
capacidades clínicas para aguentar. Também a oportunidade de passar um mês no serviço
de Pedopsiquiatria do Hospital São Francisco Xavier que me ajudou ainda mais a ter uma
noção holística das necessidades desta faixa etária. Como objectivos a atingir neste ano
destaco os seguintes: Desenvolver uma melhor abordagem ao doente e raciocínio clínico;
Utilizar uma abordagem biopsicossocial abrangente na avaliação e tratamento dos doentes,
que leve em consideração as suas crenças culturais, atitudes e comportamentos. Aprender
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a enfatizar a prevenção da doença. Saber comunicar em saúde, quer com doentes, colegas,
profissionais. Ter o cuidado de conservar a minha curiosidade natural (auto-aprendizagem)
ao longo da vida. Identificar e explorar diferentes oportunidades para adquirir experiência e
formação em investigação. Perseverar na manutenção do sentido de responsabilidade
perante todos os que nos rodeiam, quer a nível de ajuda aquando doentes, quer a nível de
prevenção primária, aspecto que nunca devemos descurar, porque se se conseguir incutir
os cuidados preventivos desde cedo a qualidade de vida das próximas gerações vai
melhorar muito. Penso ter cumprido com todos os objectivos destacados excepto a
experiência em investigação. Embora já tenha experiência nesta área, o facto de ser um
ciência básica e o trabalho ser de bancada faz com que me sinta muito pouco preparada
para a investigação na área da Medicina e espero ultrapassar essa lacuna o quanto antes
para poder contribuir para o desenvolvimento científico da Medicina. Quanto à minha
autoanálise, consigo dizer que poderia ter sido mais eu própria e muito mais obsessiva no
empenho nos estágios deste ano caso não tivesse de simultaneamente estudar para a
Prova Nacional de Seriação. Mas considero que, face ao que é esperado de uma aluna de
6º ano, correspondi ao que me foi sempre pedido enquanto elemento de uma equipa de
trabalho nos vários locais de estágio por onde tive oportunidade de passar. Identifiquei os
seguintes aspectos como os meus principais “pontos fracos” a serem melhorados:
explicitação do raciocínio clínico de forma clara, utilizando linguagem médica; saber ser
mais empática na comunicação com os meus colegas; melhorar conhecimento técnico-
científico de diversas áreas que espero colmatar o quanto antes.
Queria também agradecer a todos os meus tutores, médicos, enfermeiros e colegas que
me ajudaram a aprender mais e melhor nestes anos e principalmente à minha família (na
qual incluo os meus amigos) em especial aos meus filhos Francisco e Teresa que tanto me
apoiaram e aturaram e todos os dias me tornam melhor pessoa e futura médica.
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Anexo
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