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FACULDADE INGÁ
DÉBORA CAROLINA DE OLIVEIRA PEREIRA DOS SANTOS
REABSORÇÕES RADICULARES EM ORTODONTIA
PATOS DE MINAS – MG 2013
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DÉBORA CAROLINA DE OLIVEIRA PEREIRA DOS SANTOS
REABSORÇÕES RADICULARES NA ORTODONTIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
curso de especialização em Ortodontia da
UNINGÀ – Unidade de Ensino Superior Ingá S/C
Ltda. - como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista em Ortodontia.
Orientador: Prof. Mustaphá Amad Neto.
PATOS DE MINAS – MG
2013
3
DÉBORA CAROLINA DE OLIVEIRA PEREIRA DOS SANTOS
REABSORÇÕES RADICULARES EM ORTODONTIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção
do título de Especialista em Ortodontia á Comissão Julgadora da Faculdade de
Odontologia da UNINGÁ – Unidade de Ensino Superior Ingá S/C Ltda.
Aprovado em ________/__________/_________
COMISSAO EXAMINADORA
__________________________________________ Professor Ms Mustaphá Amad Neto
________________________________________ Professor Ms Adriana Correa de Lima
________________________________________ Professor Ms Cássio José Alves de Sousa
_____________________________________ Professor Ms Giselle Povoa Gomes
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SANTOS, Débora Carolina de Oliveira Pereira. Reabsorções Radiculares em
Ortodontia. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ortodontia,
Unidade de Ensino Superior – Unidade de Ensino Superior Ingá - Faculdade Ingá –
UNINGÁ, Uberlândia, 2013.
RESUMO
Este trabalho de revisão de literatura propôs-se a verificar a relação entre
reabsorção radicular e o tratamento ortodôntico e os fatores estão associados a
esse processo. A reabsorção radicular é uma seqüela indesejável do tratamento
ortodôntico e na maioria dos pacientes as alterações no ápice radicular são
mínimas, porém os benefícios conseguidos com o tratamento justificam a iatrogenia.
O ortodontista deve conhecer os fatores de risco à reabsorção radicular e tomar as
medidas necessárias para a prevenção e\ou controle desse evento.
Palavras chave: Fatores associados. Reabsorção radicular. Tratamento ortodôntico.
.
5
SANTOS, Débora Carolina de Oliveira Pereira. Root resorption in Orthodontics.
Working End of Course (Specialization in Orthodontics, Unit of Higher Education -
Higher Education Unit Inga - Inga Faculty - UNINGÁ, Uberlândia, 2013.
ABSTRACT
This research purpose purpose to verify the relationship between root resorption and
orthodontic treatment and factors associated with this process. The root resorption is
an undesirable sequela of orthodontic treatment and in most patients the changes in
the apex are minimal but the benefits achieved with treatment justify iatrogenesis. he
orthodontist should know the risk factors for root resorption and take the necessary
measures for the prevention and or control this event.
Keywords: Factors associated. Root resorption. Orthodontic treatment.
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SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO..................................................................................................... 08
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 10
3 DISCUSSÃO....................................................................................................... 21
4 CONCLUSÃO..................................................................................................... 33
5 REFERÊNCIAS................................................................................................... 35
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1. INTRODUÇÃO
A reabsorção radicular dos dentes permanentes é um fenômeno de comum
ocorrência na clínica ortodôntica (Torres, 2011). Este processo é considerado um
ônus inerente ao tratamento ortodôntico, na maioria dos pacientes acometidos os
danos á estrutura dentárias são mínimos (REGO, 2004).
A força gerada pela mecânica ortodôntica desloca o dente no interior do
espaço periodontal provocando a compressão de algumas fibras periodontais e o
estiramento de outras. A compressão do ligamento periodontal pode destruir a
camada de pré-cemento responsável pela proteção da estrutura dentária e expor a
região aos osteoclastos que dão início ao evento de reabsorção radicular externa
(VELINI).
A reabsorção radicular é um processo resultante da interação de vários
fatores. Além da força ortodôntica outros fatores inerentes a técnica ortodôntica são
associados a ocorrência da reabsorção externa como: duração do tratamento, casos
tratados com exodontias, uso de elásticos intermaxilares, tipo de aparelho. Alguns
fatores gerais como hereditariedade, idade, sexo também são relacionados por
alguns autores. Mas a morfologia radicular vem sendo apontada como o principal
fator de risco ao aparecimento da reabsorção radicular (LEITE, 2011; TORRES,
2011; REGO, 2004; CONSOLARO, 2011).
Na maioria dos pacientes a injúria ao elemento dental é mínima, caracterizada
por um arredondamento do ápice radicular. Porém se o diagnóstico for tardio o dano
pode ser irreversível e resultar na perda do dente (REGO, 2004; LEITE, 2011;
TORRES, 2011).
Devido à significativa ocorrência de reabsorção radicular durante e/ou após o
tratamento ortodôntico este estudo buscou avaliar, através de um levantamento
bibliográfico, se a mecânica ortodôntica está realmente envolvida no aparecimento
desse fenômeno e quais fatores podem estão envolvidos nesse processo.
10
2. REVISAO DE LITERATURA
LEVANDER e MALMGREN (1988) realizaram uma pesquisa sobre a
reabsorção radicular apical grave após o tratamento ortodôntico com aparelhos
fixos. Eles analisaram, através de radiografias intraorais, o antes e depois de 610
incisivos superiores em 153 pacientes sendo 75 meninos e 78 meninas; e
investigaram a relação entre a reabsorção e o formato apical da raiz normal,
dilacerada, curta, grossa e em forma de pipeta. Concluíram que o grau de
reabsorção radicular é maior em raízes em forma de pipeta ou ponta abaulada do
que em dentes com raiz normal.
BREZNIAK E WASSERTEIN(1993), por meio de uma revisão de literatura,
relataram que fatores como tipo de aparelho utilizado (fixo ou móvel), força utilizada
e tipo de movimentação dentária influenciam a reabsorção radicular. Sugeriram que
a susceptibilidade individual e traumatismos dentários anteriores ao tratamento
ortodôntico também influenciam a reabsorção dentária.
Segundo CAPELOZZA (1998) a maioria dos dentes permanentes tratados
ortodonticamente (90,5%) sofre o processo de reabsorção, muitas vezes com lesões
microscópicas e não visíveis radiograficamente. Estas lesões são chamadas de
reabsorções de superfícies e são sempre reparadas. A reabsorção pode evoluir,
devido algum fator, transformando-se numa reabsorção inflamatória transitória
(tempo de ação pequeno e agressão pouco significativa) ou progressiva (tempo
ação grande e agressão mais invasiva).
KUROL (1997) analisou radiografias periapicais e cefalometrias laterais de 61
pacientes com o intuito de observar a relação entre a reabsorção radicular do
incisivo superior e diversas outras variáveis relacionadas com o tratamento (sexo,
idade na primeira tomada radiográfica, tempo entre duas tomadas
radiográficas,extração versus não extração, classe de Angle, trespasse horizontal e
vertical, proporção coroa-raiz iniciais, deslocamento apical total durante o
tratamento,alteração no trespasse horizontal e vertical, na angulação dos incisivos
superior e inferior e efeito clínico). Apenas o sexo, tempo e deslocamento apical total
apresentaram associações estatisticamente significativas com a reabsorção
radicular.
11
REGO (2004) fez um levantamento bibliográfico sobre as variáveis mecânicas
e biológicas relacionadas ao processo de reabsorção radicular advindo do
tratamento ortodôntico. Baseado nas evidências científicas concluiu que a
anamnese inicial do paciente por meio da utilização de radiografias periapicais é
importante na identificação de reabsorções prévias ao tratamento e na determinação
da morfologia radicular e da crista óssea alveolar ( principal fator na previsibilidade
das reabsorções dentárias). Os dentes mais vulneráveis à reabsorção por ordem
decrescente são incisivos laterais superiores, incisivos centrais superiores, incisivos
inferiores, raiz distal dos primeiros molares inferiores, segundos pré-molares
inferiores, segundos pré-molares superiores, molares superiores e inferiores. Ele
também afirmou que o traumatismo dentário é um fator de risco para a reabsorção
radicular.
SMALE et al., (2005) avaliaram radiografias periapicais digitais de 290
pacientes feitas antes do tratamento ortodôntico e depois de um período médio de
6,4 meses de terapia ortodôntica. Através dos dados obtidos os autores puderam
concluir que a reabsorção radicular pode ser detectada desde o início do tratamento
ortodôntico. Cerca de 4,1% dos pacientes tiveram uma média de reabsorção de pelo
menos 1,5 mm dos 4 incisivos superiores, e cerca de 15,5% tiveram um incisivo ou
mais com reabsorção de pelo menos 2,0 mm a partir de 3 a 9 meses após o início
da terapia com o aparelho fixo. Eles também concluíram que os dentes com raízes
longas, estreitas e dilaceradas têm maior risco de reabsorção durante esta fase
inicial.
BELTRÃO, R. (2005) analisou radiografias periapicais pré e pós tratamento
de 120 pacientes que foram tratados ortodonticamente. Estes pacientes foram
divididos em grupos, o grupo I de pacientes com mordida aberta e tratamento
realizado com extrações; o grupo II de pacientes com mordida aberta e tratamento
realizado sem extrações, o grupo III composto de pacientes com trespasse vertical
normal e tratamento realizado com extração e o grupo IV de pacientes com
trespasse vertical normal e tratamento sem extração. Ela buscava comparar o grau
de reabsorção radicular entre os diferentes grupos. O grau de reabsorção
apresentou-se semelhante para os grupos com mordida aberta e trespasse vertical
normal que realizaram extrações, apresentando-se maior nos grupos que realizaram
extrações do que naqueles que não realizaram. Observou também que quanto mais
12
se corrige o overjet maior o grau de reabsorção radicular durante o tratamento e
quanto mais se movimenta o ápice no sentido ântero-posterior maior é a
reabsorção.
Examinando o efeito do genótipo na susceptibilidade ou resistência de se
desenvolver reabsorção radicular secundária à força ortodôntica, AL-QAWASMI et
al.,(2006) realizaram um estudo com camundongos machos de nove semanas de
idade e de oito linhagens puras. Os autores distribuíram os camundongos
aleatoriamente em grupo controle (C) ou (T) grupo de tratamento e neste último
utilizaram um aparelho ortodôntico nos primeiros molares superiores esquerdo por
9 dias. Os resultados apoiaram hipótese de que a susceptibilidade ou resistência à
reabsorção radicular é um traço geneticamente influenciado.
SANTOS et al., (2007) pesquisaram por meio de imagens radiográficas
computadorizadas, a quantidade de reabsorção no ápice radicular, quando da
utilização de duas diferentes técnicas de mecânica ortodôntica fixa: Edgewise com
acessórios padrão e Edgewise com acessórios totalmente programados. Através
dos resultados concluíram que o tratamento ortodôntico empregando a técnica
Edgewise com acessórios totalmente programados e fios de níquel-titânio
apresentou menores graus de reabsorção radicular apical, em comparação à técnica
Edgewise com acessórios padrão e fios de aço. Além disso observaram que,
independentemente da técnica empregada, o tratamento ortodôntico apresentou um
grau moderado de reabsorção radicular apical.
ABUABARA (2007) fez um levantamento bibliográfico com artigos atuais,
sobre os fatores mecânicos e biológicos que influenciam a reabsorção radicular.
Através deles verificou que, não há marcadores confiáveis para prever quais os
dentes vão desenvolver reabsorção radicular ou a gravidade dela, seguida do
movimento dentário ortodôntico.
PANDIS et al., (2008) realizaram um estudo com noventa e seis pacientes
que receberam tratamento com aparelhos de braquetes autoligados passivos
Damon 2 ou aparelho Edgewise convencional com slot 0.22. Eles avaliaram
radiografias panorâmicas, tiradas antes e depois do tratamento ortodôntico e
mediram em milímetros a reabsorção radicular dos incisivos superiores. Os autores
também compararam estatisticamente a relação entre a reabsorção radicular e o tipo
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de aparelho, idade, sexo, tratamento com extração e duração do tratamento. Os
resultados mostraram que os fatores sexo e idade não estão relacionados com a
extensão da reabsorção radicular, a duração do tratamento parece estar relacionada
com o aparecimento da reabsorção radicular e que o tipo de aparelho usado,
braquetes autoligados Damon 2 ou convencionais Edgewise, não influencia na
quantidade de reabsorção radicular.
Através de uma revisão de literatura YOUNISA et al., (2008) constataram
que o principal fator na previsibilidade das reabsorções dentárias é a morfologia da
raiz. Logo raízes em forma de pipeta, triangulares, com ápices afilados, ou com
dilaceração, tendem a apresentar reabsorções maiores e mais precoces, bem como
dentes com raízes curtas. O trauma dental é um fator de risco para reabsorção
radiculares sendo assim dentes traumatizados devem ser monitorados por um
período de seis meses, para serem incluídos na mecanoterapia. Além disso, cristas
ósseas retangulares aumentam a possibilidade de reabsorções radiculares, pois
apresentam menor deflexão óssea e concentra maior força no ligamento periodontal
Os dentes mais vulneráveis à reabsorção por ordem crescente são molares
superiores e inferiores, segundos pré-molares superiores, segundos pré-molares
inferiores, raiz distal dos primeiros molares inferiores, incisivos inferiores, incisivos
centrais superiores, incisivos laterais superiores.
WINTER et al.,(2009) fizeram um estudo com 76 pré-molares humanos, que
foram ortodonticamente intruídos, com objetivo de pesquisar a relação entre a
reabsorção radicular e o reparo nestes dentes. Os resultados mostraram que os
dentes intruídos apresentaram uma reabsorção ao longo de suas superfícies. Em
alguns dentes, a atividade de reabsorção continuou mesmo depois da remoção da
força. A reparação da área reabsorvida pode se iniciar durante o movimento de
ativação. Ao longo do processo de reparação, tanto o cemento celular e acelular
foram distribuídos pela mesma extensão das lesões, independentemente de sua
localização.
RAMANATHAN e HOFMAN (2009) com o objetivo de comparar o grau de
reabsorção radicular do incisivo usando três técnicas diferentes ( arco de intrusão
basal, o arco de três componentes, e nivelamento do arco dentário superior com
aparelho técnica arco reto) avaliaram radiografias de 49 indivíduos (20 homens e 29
14
mulheres). Concluíram que as três técnicas resultaram em vários graus de
reabsorção da raiz do incisivo central superior durante os tempo de tratamento. No
entanto, as diferenças não foram estatisticamente significativas. Também não houve
diferença significativa entre as taxas de reabsorção nos três grupos ou quaisquer
relação entre a reabsorção radicular apical do incisivo central superior com a idade
ou o sexo dos pacientes.
VANDEVSKA-RADUNOVIC e MURISON (2010) pesquisaram o efeito do
estresse emocional sobre a reabsorção radicular apical e o deslocamento dos
dentes durante a movimentação dentária ortodôntica. Para isso fizeram um estudo
com 52 ratos Wistar machos, com idade de 6 semanas, que foram divididos em três
grupos experimentais e um grupo controle. O grupo 1 teve movimentação
ortodôntica e receberam choques, os ratos do grupo 2 tiveram movimentação
ortodôntica, mas não receberam choques e o grupo 3 não teve movimentação
ortodôntica e recebeu choques. Através dos resultados puderam dizer que o
movimento dentário ortodôntico por si só pode desencadear estresse emocional. Um
estresse emocional adicional conduz a um aumento da reabsorção do cemento
celular.
JIANG et al., (2010) realizaram um estudo clinico com 96 indivíduos que
foram tratados com aparelhos fixos por pelo menos 1 ano e meio. Eles avaliaram
radiografias panorâmicas e buscaram investigar a relação entre a reabsorção
radicular e os seguintes fatores: sexo, idade, extração versus não extração, dentes
específicos e duração do tratamento. Com os resultados concluíram que o sexo não
foi um fator influenciador na reabsorção radicular e na duração do tratamento. A
idade do paciente pareceu ser um fator de influência na reabsorção radicular. Os
pacientes mais velhos tiveram uma reabsorção radicular mais significativa após o
tratamento ortodôntico. Os casos com extração tiveram influência na duração do
tratamento e reabsorção radicular. Os casos que foram necessários a realização de
extrações tiveram uma tempo de tratamento mais longo e reabsorção radicular mais
grave do que os casos que não envolveram extração. A influência da extração na
reabsorção radicular pode ser uma consequência da duração do tratamento. A
duração do tratamento tem uma correlação estatisticamente significativa com
reabsorção radicular pós-tratamento. Quanto maior o tempo de tratamento mais
severo foi à reabsorção da raiz. O grau de reabsorção radicular pré-tratamento
15
parece influenciar a reabsorção radicular após o tratamento ortodôntico na dentição
superior.
JUNG e CHO (2011) fizeram um estudo com o objetivo de examinar fatores
etiológicos e o tratamento da reabsorção radicular externa. Eles analisaram
radiografias pré e pós-tratamento (panorâmica e cefalometria lateral) de 163
pacientes que completaram o tratamento ortodôntico. A reabsorção radicular de
cada dente e os fatores de má-oclusão foram analisados com uma análise de
variância. Um teste T pareado foi realizado para comparar a quantidade média de
reabsorção radicular entre os sexos masculino e feminino, entre os casos de
extração e sem extrações, e entre os casos cirúrgicos e não cirúrgicos. Os
coeficientes de correlação foram medidos para avaliar a relação entre a quantidade
de reabsorção radicular e a idade em que o tratamento ortodôntico foi iniciado, o
grau de alterações no trespasse vertical e horizontal, e a duração do tratamento. Os
resultados mostraram que o incisivo central superior foi o dente mais reabsorvido,
seguido pelo incisivo lateral, o incisivo central inferior, e o incisivo lateral inferior. Os
casos de extração dental foram significativamente associados com a reabsorção
radicular. A duração do tratamento ortodôntico foi positivamente correlacionada com
a quantidade de reabsorção radicular.Com os resultados puderam concluir que o
tratamento ortodôntico deve ser realizado com cuidado em pacientes que
necessitam de tratamento longo e em casos com um planejamento de extração de
dentes.
TORRES et al., (2010) realizaram um levantamento bibliográfico com o
objetivo de aprofundar o conhecimento sobre a reabsorção radicular. Ele afirmou
que a reabsorção pode ser considerada tanto um processo fisiológico, envolvendo a
esfoliação dos dentes decíduos, como patológico, ao resultar de injúria traumática
ou irritação do ligamento periodontal e/ou do tecido pulpar de dentes permanentes.
Os dentes mais susceptíveis à reabsorção radicular são os incisivos centrais
superiores, seguidos dos incisivos inferiores e os primeiros molares inferiores. Isto
ocorre devido à extensão da movimentação ortodôntica nestes dentes ser
geralmente maior que no restante da dentição. Como o processo reabsorção
radicular é imprevisível e depende de múltiplos fatores, é muito importante executar
um diagnóstico cuidadoso e criterioso através de anamnese, exames radiográficos
periapicais, para que seja planejada uma mecanoterapia racional.
16
CONSOLARO (2011) relatou que as forças ortodônticas podem fechar
totalmente a luz dos vasos sanguíneos, privando-os de nutrição. Eventualmente, o
contato dente-osso promovido pela força excessiva pode, fisicamente, eliminar
cementoblastos da superfície radicular por compressão. Ele também disse que a
morfologia apical e radicular, a forma da crista óssea alveolar e a proporção coroa-
raiz, influenciam na previsibilidade de reabsorções dentárias no tratamento
ortodôntico. O autor rechaçou a teoria multifatorial e hereditária da reabsorção
radicular, sendo assim os pacientes com raízes dentárias triangulares, ápices em
forma de pipeta ou dilacerados e cristas ósseas retangulares são mais predispostos
ou susceptíveis à reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico, mas sem
qualquer natureza genética ou hereditária, e sim morfológica. Concluiu também que
as reabsorções dentárias no tratamento ortodôntico são frequentes e até certo ponto
aceitáveis, desde que previstas e atenuadas como parte do custo biológico para se
ter uma estética e função adequadas.
LEITE et al., (2011) relataram um caso clínico de reabsorção radicular após
o tratamento ortodôntico. O processo acometeu uma paciente de 19 anos que
buscava um retratamento ortodôntico. A mesma foi submetida à terapia ortodôntica
dos 9 aos 13 anos. E posteriormente a uma nova terapia aos 15 anos que durou
aproximadamente 2 anos porém não foram solicitadas radiografias panorâmica e
periapicais iniciais e de controle. Na radiografia inicial feita quando a paciente tinha
9 anos de idade há ausência de arredondamento ou encurtamento radicular apical.
Mas na radiografia panorâmica e na série periapical completa realizada aos 19 anos
nota-se arredondamento radicular apical e encurtamento radicular apical nos dentes
25 ao 15 e principalmente dos elementos 11 e 21.
NANEKRUNGSAN et al.,(2012) avaliaram radiografias periapicais pré e pós-
tratamento de incisivos superiores de 181 pacientes tratados ortodonticamente. As
radiografias periapicais de 564 dentes mostraram que a média de reabsorção
radicular foi de 1,39 ± 1,27 (8,24 ±7,22%) e 1,69 ± 1,14 mm (10,16 ± 6,78%) para os
incisivos superiores centrais e laterais, respectivamente. Os resultados mostraram
que as raízes dilaceradas ou pontiagudas, casos de extração de pré-molares e
duração do tratamento foram fatores altamente significativos para a reabsorção
radicular. A idade do início do tratamento, sobressaliência grande, e história de
trauma facial também foram fatores significativos e associados com reabsorção
17
radicular. Não houve diferença estatisticamente significativa na reabsorção radicular
entre os fatores de gênero, overbite, hábito de empurrar língua, tipos de má oclusão,
e os tipos de ancoragem. Concluíram que o tratamento ortodôntico deve ser
cuidadosamente planejado principalmente nos casos de extração e em pacientes
que têm raízes dilaceradas ou pontiagudas e que precisam de tratamento com
duração longa.
TOPKARA et al.,(2012) fizeram uma revisão de literatura sobre a reabsorção
radicular buscando elucidar etiologia, diagnóstico, prevenção e conduta em
pacientes ortodônticos. Apresentaram também uma observação a longo prazo do
acompanhamento da reabsorção radicular apical grave, incluindo os últimos
resultados obtidos pelo feixe cônico de tomografia computadorizada, para
demonstrar o efeito de forças ortodônticas na reabsorção radicular apical. As
evidências sugerem que o tratamento ortodôntico provoca reabsorção radicular e
forças pesadas são especialmente prejudiciais. É recomendado aplicar forças leves
nos tratamentos ortodônticos e para aumentar os intervalos entre as ativações.
Radiografias seriadas obtidas após 6 e 12 meses podem ajudar a detectar cedo a
reabsorção radicular, e se a reabsorção é identificada, uma pausa de dois a três
meses no tratamento com um fio passivo no arco pode ajudar a prevenir um avanço
da reabsorção. Além disso, o plano de tratamento deve ser revisto em tais situações
terapêuticas.
LIU et al., (2012) realizaram um estudo com trinta pacientes com objetivo de
investigar se a força leve gerada pelo aparelho ortodôntico com braquetes
autoligados poderiam reduzir a quantidade de reabsorção radicular externa apical.
Quinze pacientes foram tratados com braquetes autoligados (Damon 3MX) e quinze
pacientes com aparelho com ligadura convencional. Os resultados mostraram não
haver diferença significativa entre aparelhos autoligados e convencionais nos casos
de tratamento ortodôntico com extração.
LLAMAS-CARRERAS et al.,(2012) realizaram um estudo com 38 pacientes
sendo 14 homens e 24 mulheres que tinham a raiz dos incisivos completamente
formadas. Para cada paciente, radiografias digitais obtidas antes e após o
tratamento ortodôntico foram utilizadas para determinar a reabsorção da raiz e a
proporção de reabsorção radicular externa. Também foi comparada a razão entre a
18
reabsorção dos incisivos endodonticamente tratados e os incisivos contralaterais
com polpa vital. Os resultados mostraram não haver diferença estaticamente
significativa entre a quantidade e gravidade da reabsorção radicular em os incisivos
com polpas vitais e os incisivos tratados endodonticamente.
LEITE et al.,(2012) realizaram um estudo com o objetivo de pesquisar a
reabsorção radicular apical externa em pacientes tratados com aparelhos fixos
autoligados e aparelhos fixos convencionais pré-ajustados. Eles dividiram 19
pacientes em dois grupos de acordo com o tipo de aparelho utilizado sendo o grupo
I- aparelhos autoligados e grupo II- aparelhos convencionais. Através de tomografias
computadorizadas de feixe cônico tiradas antes do tratamento e após 6 meses de
tratamento, detectaram que a reabsorção radicular apical externa acometeu todos os
152 incisivos avaliados. Devido a similaridade da quantidade de encurtamento raiz
nos grupos estudados durante os primeiros 6 meses de tratamento ortodôntico, o
tipo de aparelho usado (braquetes autoligados passivos ou convencionais pré-
ajustados) pareceu não ter influência no grau de reabsorção radicular apical externa.
CASTRO et al., (2012) fizeram uma análise das raízes de 30 pacientes
através de tomografia computadorizada de feixe cônico com o objetivo de determinar
a freqüência de reabsorção radicular apical decorrente do tratamento ortodôntico.
Estes pacientes, 11 meninos e 19 meninas, tinham idade média de 13 anos e
possuíam má- oclusão classe I com apinhamento. Os resultados mostraram não
haver associação estatisticamente significativa entre frequência de reabsorção, sexo
e idade. A tomografia computadorizada de feixe cônico foi capaz de identificar a
reabsorção radicular em 46% de todas as raízes submetidas ao tratamento
ortodôntico, também foi eficaz na detecção in vivo mesmo em graus mínimos de
reabsorção, além disso, permitiu a avaliação tridimensional das raízes e visualização
de raízes palatinas dos molares superiores, sem sobreposição de imagens. As
maiores freqüências e as mais significativas reabsorções ocorreram em incisivos e
raízes distais dos primeiros molares superiores e inferiores.
BRUSVEENA et al.,(2012) analisaram o encurtamento radicular pré e pós
tratamento através de radiografias periapicais, panorâmicas e cefalometrias laterais
de 66 pacientes tratados com aparelhos fixos. Trinta e dois destes com um canino
impactado unilateralmente e 34 pacientes sem impactação serviram como controle.
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Nenhuma diferença significativa na reabsorção apical dos incisivos superiores foi
detectada entre o grupo com impactação e o grupo controle. Da mesma forma, não
houve diferença na gravidade de reabsorção radicular entre os dois grupos.
Inclinações mesial e vertical dos caninos impactados foram negativamente
relacionadas com a reabsorção da raiz do incisivo lateral.
THÖNEN et al.,(2013) publicaram um estudo com objetivo de identificar a
ocorrência de reabsorção radicular nos dentes molares de pacientes ortodônticos
tratados com aparelhos fixos. Para isso avaliaram clinica e radiograficamente 175
pacientes que passaram por tratamento ortodôntico. Clinicamente nenhum sinal foi
observado nesses pacientes. Concluíram que a reabsorção radicular nos dentes
molares tem uma ocorrência intercalar baixa e que grandes movimentações ou
longa duração de tratamento podem estar relacionadas com o desenvolvimento das
reabsorções.
21
3. DISCUSSÃO
O periodonto de inserção é formado pelo ligamento periodontal, osso alveolar
e cemento. Ele exerce um importante papel na estabilização do dente durante os
esforços funcionais (VELLINI, 2010)
O ligamento periodontal é constituído por fibras colágenas inseridas de um
lado no osso alveolar e no outro lado no cemento radicular e ocupa um espaço de
0,5mm. Ele é entremeado por vasos sanguíneos, terminações nervosas, elementos
celulares e fluído intersticial. O osso alveolar é dividido em duas partes: a porção
fasciculada (lâmina dura) que reveste a superfície interna do alvéolo e a porção
lamelar (osso esponjoso). A porção fasciculada recebe a inserção das fibras
periodontais. O cemento é um tecido avascular devido a esse fator sofre pouca
modificação após os estímulos da função mastigatória ou por cargas de pressão e
tensão e consequentemente sofre menos reação às forças decorrentes do
tratamento ortodôntico(VELLINI, 2010).
A força ortodôntica aplicada ao dente repercute no ligamento periodontal,
osso alveolar e também no cemento e induz à formação de duas regiões distintas.
Uma é a região de pressão formada na direção que a força é aplicada e é o local
que os osteoclastos começam um processo de reabsorção óssea. E a outra é o lado
onde há tensão das fibras periodontais e que ocorre uma aposição óssea mediada
pelos osteoblastos (lado de tração). Devido este processo de reabsorção/aposição
óssea o alvéolo desloca-se no sentido de aplicação da força e como consequência
gera o movimento ortodôntico. (LEITE et al., 2011; REGO et al.,2004; VELLINI,
2010)
A mesma força que causa a reabsorção/remodelação óssea também gera
uma repercussão mínima sobre a superfície radicular. O cemento possui uma alta
resistência a reabsorção que é relacionada a camada de pré-cemento e
cementoblastos que recobre toda a extensão do cemento (REGO et al., 2004). Os
cementoblastos não têm receptores para os mediadores da remodelação óssea,
mesmo estando muito próximos do osso, pode-se dizer que eles são surdos para os
mediadores da remodelação óssea (CONSOLARO, 2011).
22
A reabsorção radicular vem sendo associada à lesão ou destruição parcial da
camada de revestimento de pré-cemento. A injúria desta camada de revestimento
por um agente físico local acaba atraindo os clastos aos tecido mineralizado do
dente e iniciando o processo de reabsorção (BREZNIAK; WASSERTEIN,1993).
A compressão causada pela força ortodôntica gera diminuição do calibre dos
vasos sanguíneos e redução do fluxo sangüíneo provocando isquemia
(CONSOLOARO, 2005). Esta isquemia pode gerar um processo chamado de
hialinização caracterizada pela degeneração ou necrose estéril das fibras
periodontais. e pela morte focal dos cementoblastos. Estes fenômenos estão
envolvidos na iniciação das reabsorções (VELLINI 2010; REGO et al., 2004).
TORRES em 2011citou em sua revisão bibliográfica relatou a classificação
das reabsorções dentárias de acordo com superfície dentária afetada (interna
externa e interna/externa); fase de evolução do processo (ativa paralisada e
reparada); região dentária afetada (coronária cervical e apical); extensão do
comprometimento da raiz (simples e múltiplas); dimensão da causa do processo
(local, sistêmica e idiopática) e mecanismo de ocorrência do processo (inflamatória e
por substituição).
A idade cronológica não foi relacionada pela maioria dos autores como um
fator importante para o aparecimento da reabsorção radicular (PANDIS et al,
2007;YOUNISA et al., 2008; CASTRO et al., 2012). Apenas JIANG et al.,(2010) e
NANEKRUNGSAN (2010) relataram que pacientes mais velhos tiveram um
reabsorção radicular maior.
Apesar de KUROL et al., (1997) relatarem que o sexo tem influência no grau
de reabsorção radicular. A maioria dos autores (PANDIS et al., 2007;
RAMANATHAN; HOFMAN, 2009; LEITE,2011; 2009; JIANG et al., 2010;
NANEKRUNGSAN et al., 2012; CASTRO et al., 2012; ) afirmam que o gênero do
paciente não foi relacionado com a reabsorção radicular pois não foram encontradas
diferenças significativas entre o sexo do paciente e a frequência de reabsorção
radicular.
Podemos classificar as raízes dentárias de acordo com seus formatos
geométricos (triangular, romboidal e quadrangular) e formas especiais do terço
23
apical das raízes (em pipeta, dilacerada) (CONSOLARO, 2011). As raízes
triangulares têm uma tendência a concentrar mais forças em uma menor área apical
possível do que as raízes de formato quadrangular e romboidal por isso a
reabsorção radicular é maior nas triangulares( LEVANDER E MALMGREEN, 1998;
NANEKRUNGSAN et al., 2012). Além disso, as raízes que possuem o ápice em
forma de pipeta ou dilacerado tem uma maior delicadeza da estrutura apical do que
as raízes normais, sendo assim são mais susceptíveis às reabsorções provocando
precocemente um arredondamento radicular (SMALE et al., 2005).
NANEKRUNGSAN et al.,2012) afirmaram que em raízes dilaceradas a força
necessária para se movimentar o dente é maior que a requerida por uma raiz
normal, aumentando assim o risco de reabsorção dentária. A proporção coroa/raiz
também influência na reabsorção radicular pois na raiz curta ocorre uma
intensificação das forças aplicadas devido ao efeito alavanca. (LEVANDER e
MALMGREEN, 1988).
A força ortodôntica também atua de modo diferente dependendo da
morfologia das cristas ósseas e este fato influencia no aparecimento da reabsorção
radicular. Nas cristas ósseas alveolares triangulares a força ortodôntica dissipa-se
mais uniformemente, pois a deflexão óssea é maior. Já as cristas ósseas
retangulares aumentam as chances de reabsorções radiculares, pois apresentam
menor deflexão óssea e concentram maior força no ligamento periodontal
aumentando assim o risco de reabsorção radicular( REGO, 2004; YOUNISA et al.,
2008; CONSOLARO, 2011).
Em relação aos dentes mais afetados pela reabsorção foi observada algumas
divergências entre os autores estudados.
No que se refere à magnitude da reabsorção os dentes mais vulneráveis por
ordem decrescente de prevalência são os incisivos laterais superiores, seguidos
pelos incisivos centrais superiores, incisivos inferiores, raiz distal dos primeiros
molares inferiores, segundos pré-molares inferiores, segundos pré-molares
superiores, molares superiores e inferiores (REGO, 2004; YOUNISA et al, 2008;
THONEM et al, 2013). A maior predisposição à reabsorção dos incisivos superiores
está relacionada à extensão de movimentação desses dentes que é frequentemente
24
maior que a dos outros dentes, em decorrência da correção da má-oclusão, função e
estética (REGO,2004; JUNG,CHO,2011).
Segundo TORRES et al.,(2010) os dentes mais susceptíveis à reabsorção
radicular são os incisivos centrais superiores, seguidos dos incisivos inferiores e os
primeiros molares inferiores.
Em um estudo realizado por NANEKRUNGSAN et al.,(2012) com 181
incisivos superiores os incisivos laterais apresentaram uma média de reabsorção
radicular maior que os incisivos centrais. Segundo o autor este fato ocorre pelo fato
dos incisivos laterais possuírem frequentemente uma morfologia radicular triangular
e dilacerada.
Tomografias computadorizadas de feixe cônico realizadas por CASTRO ET
AL em 2012 com 30 pacientes mostraram que a reabsorção radicular ocorreu com
maior freqüência e mais significativamente em incisivos e raízes distais dos
primeiros molares superiores e inferiores.
A maioria dos autores concordam que em tratamentos com extrações as
chances de ocorrer reabsorção radicular são maiores que naqueles sem extrações
(BELTRÃO, 2005; JIANG et al., em 2010; ÅRTUN et al,2009). .
BELTRÃO (2005) realizou uma análise em radiografias periapicais de
pacientes que usaram aparelho fixo para correção de mordida aberta (com ou sem
indicação de extrações) e comparou com pacientes ortodônticos com trespasse
vertical normal (com ou sem indicação de extrações) tratados com a mesma técnica.
Ela observou que o grau de reabsorção radicular foi semelhante para os grupos com
trespasse vertical normal e negativo, porém foi maior nos pacientes que realizaram
extrações do que naqueles que não realizaram. A autora associou a maior
reabsorção nos casos de extração à maior movimentação durante o processo de
retração.
JIANG et al., (2010) realizaram uma pesquisa com 96 pacientes e concluíram
que os casos de extração tem um tempo de tratamento mais longo e um grau
reabsorção radicular mais grave do que os casos que não envolvem extração. Eles
25
afirmaram que a influência da extração na reabsorção radicular pode ser uma
consequência da duração do tratamento.
JUNG, CHO; ( 2011) realizaram um estudo e através dele concluíram que os
casos de extração dentária foram significativamente associados com a reabsorção
radicular apresentada e que a extração de dentes pode aumentar a quantidade de
movimento e consequentemente à duração do tratamento.
NANEKRUNGSAN et al.,(2012) afirmaram que em tratamentos com
exodontia de pré-molares e que tinham o objetivo de reduzir o overjet, os dentes
restantes acabam sendo movidos por distâncias relativamente longas. Por outro
lado, se o espaço de extração for usado para corrigir apinhamento, os incisivos
superiores não se movem por uma distância muito grande e consequentemente a
ocorrência de reabsorção radicular é menor.
O tipo de aparelho utilizado, fixo ou móvel, influencia na reabsorção radicular
e pacientes que utilizam aparelhagem fixa tem uma chance maior de reabsorção
radicular (BREZNIAK; WASSERTEIN,1993).
SANTOS et al.,(2005), através de uma pesquisa, concluíram que a técnica
fixa com braquetes programados e fios de níquel-titânio apresenta um grau de
reabsorção radicular menor do a técnica com braquetes padrão.
Os braquetes autoligados vêm ganhando mais espaço entre os ortodontistas
devido vantagens como: menor atrito, redução do tempo de cadeira entre outros.
Porém uma hipótese também vem sendo levantada a de que ele poderia levar a um
grau de reabsorção radicular maior devido gerar uma movimentação dentária mais
rápida (LEITE et al,2012).
PANDIS et al.,(2007) examinaram radiografias panorâmicas (pré e pós
tratamento) de 96 pacientes, sendo que alguns foram tratados com braquetes
convencionais Edgewise slot 22 e outros braquetes autoligados passivos Damon 2.
Os resultados não mostraram diferença entre o tipo de aparelho usado e reabsorção
radicular.
LIU et al.,(2012) chegaram a mesma conclusão, depois que realizaram um
estudo com trinta pacientes, quinze pacientes tratados com braquetes autoligados
26
(Damon 3MX) e quinze pacientes com braquetes convencionais. Sendo assim
afirmaram que a força mais leve gerada pelo aparelho ortodôntico com braquetes
autoligados não diminui a quantidade de reabsorção radicular.
LEITE et al.,(2012) buscaram avaliar se o grau reabsorção radicular apical
externa em pacientes tratados com aparelhos fixos autoligados é maior que em
pacientes que usaram aparelhos fixos convencionais pré-ajustados, pois eles
suspeitavam que pacientes submetidos a um movimento mais rápido- supostamente
ocorrido com uso de autoligado - poderia provocar um maior grau de reabsorção
radicular. Porém o estudo mostrou que não houve diferença entre o grau de
reabsorção e o tipo de aparelho utilizado pelo paciente.
O trauma dentário é um fator de risco para a reabsorção radicular porém não
contra indica o tratamento ortodôntico desde que seja feito um bom planejamento e
controle especial.(CONSOLARO,2011; REGO,2004; YOUNISA et al., 2008)
Quando um dente sofre um traumatismo dental ele torna-se mais predisposto
a ocorrência de reabsorção radicular pois o trauma lesa a camanda cementoblástica
que reveste e protege a raiz. (BREZNIAK, WASSERTEIN, 1993,). Logo a
movimentação provocada pelo tratamento ortodôntico associado a uma história de
traumatismo elevam as chances de reabsorção dentária. Alguns cementoblastos
podem ser substituídos, no processo de reparo periodontal, por osteoblastos
vizinhos e estes têm receptores de superfície frente aos mediadores locais da
reabsorção. Durante a mecânica ortodôntica os mediadores acumulados no
ligamento periodontal podem ativar estas células osteoblásticas e promover a
reabsorção óssea; nesse caso, gerenciarão imediatamente a reabsorção radicular
associada à movimentação ortodôntica (CONSOLARO,2011).
A influência direta da genética na reabsorção radicular ainda é bastante
discutida. AL-QAWASMI et al.,(2005) afirmaram que o genótipo era uma fator
influenciador na variabilidade ou resposta da reabsorção frente à força ortodôntica.
Ele citou um estudo feito pelo próprio AL-QAWASMI anteriormente no qual ele
tentou estabelecer um gene candidato para a hereditariedade e predisposição
genética nas reabsorções dentárias em ortodontia. Mas CONSOLARO (2011)
afirmou discordar dessa idéia pois, segundo ele, a reabsorção radicular tem
processos celulares e teciduais geneticamente gerenciados, mas sem qualquer
27
indício de hereditariedade em sua instalação ou no desenvolvimento de
predisposição individual ou familiar. Para ele a morfologia radicular torna os
pacientes mais ou menos predispostos a reabsorção radicular mas sem qualquer
natureza genética ou hereditária. ABUABARA em 2007 também citou o artigo de Al-
Qawasmi e declarou que não há marcadores confiáveis para prever quais pacientes
desenvolverão a reabsorção radicular proveniente do tratamento ortodôntico.
Existe um senso comum entre muitos profissionais de que os dentes tratados
endodonticamente são mais susceptíveis à reabsorção radicular do que os dentes
vitais (LHAMAS-CARRERAS et al.,2012). Porém estudos atuais contrariam esta
afirmação e afirmam que muitas pesquisas não levavam em conta que o tratamento
endodôntico dos dentes estudados tinham um histórico de traumatismo dental e que
este seria o responsável pelas lesões (REGO, 2004; YOUNISA et al., 2008).
LHAMAS-CARRERAS et al.,(2012) avaliaram dentes tratados
endodonticamente os resultados mostraram que dentes endodonticamente tratados
respondem de forma semelhante aos dentes vitais frente às forças ortodônticas e
que não há diferença entre a quantidade e gravidade da reabsorção radicular.
Segundo YOUNISA et al., a reabsorção radicular em um grau excessivo ocorrida
durante a movimentação ortodôntica de dentes tratados endodonticamente pode
estar mais relacionada ao insucesso da tratamento endodôntico do que o terapia
ortodôntica.
A duração do tratamento parece ter relação com o aparecimento da
reabsorção radicular (KUROL et al; 1997; PANDIS et al., 2007; LEITE et al., 2009;
NANEKRUNGSAN et al., 2012; ).
JIANG et al.,(2010) notou que a duração do tratamento tem uma correlação
estatisticamente significativa com a reabsorção. Além disso as exodontias tem
alguma influência sobre a duração do tratamento e reabsorção radicular. Casos de
extração requerem uma tempo de tratamento mais longo e reabsorção radicular
mais grave do que os casos tratados sem extração. A influência da extração no
aparecimento da reabsorção radicular pode ser uma consequência da duração do
tratamento.
28
JUNG e CHO (2010) relataram que a duração do tratamento ortodôntico foi
positivamente correlacionada com a quantidade reabsorção radicular. Um
tratamento mais longo pode significar que o paciente tem uma má oclusão severa e
/ou necessita de diferentes mecânicas em seu tratamento. Outras variáveis como:
falta de cooperação do paciente, planos de tratamento difíceis podem causar um
aumento do tempo de tratamento.
O tipo de movimento e a força a ser realizada na mecânica ortodôntica
influenciam na ocorrência da reabsorção radicular (BREZNIAK; WASSERTEIN,1993;
LEITE et al., 2009).
A magnitude de força tem sido considerada um fator extremamente
importante. Quanto maior o estresse causado, mais extensa é a reabsorção
radicular causada, porque ocorre comprometimento do processo de reparação
(REGO, 2004). A aplicação de forças intermitentes resulta em uma menor
reabsorção radicular quando comparada à aplicação de uma força contínua
(TOPKARA et al., 2012).
O deslocamento apical tem relação com a reabsorção radicular (KUROL et
al., 1997). Se ocorrer uma grande movimentação dos ápices dos incisivos centrais
superiores na direção ântero-posterior ocorrerá também um maior grau de
reabsorção radicular logo a mecânica de retração dos incisivos é considerada um
fator preditivo para as reabsorções radiculares (BELTRÃO, 2005).
SANTOS et al.,(2005) declararam que o emprego de ligas de níquel-titânio;
que promovem um menor estresse no dente e periodonto devido às suas
propriedades de maior deflexão e liberação de forças mais suaves; reduz o risco de
aparecimento de reabsorção radicular.
WINTER et al.,(2009) realizaram um estudo com pré-molares humanos que
passaram por uma mecânica de intrusão e verificaram que a reabsorção radicular
apareceu ao longo da superfícies destes dentes. O movimento de intrusão dentária
não permite uma grande distribuição de força por área do ligamento periodontal e
consequentemente aumenta o risco de reabsorção radicular.
RAMANATHAN e HOFMAN (2009) compararam o grau de reabsorção
radicular do incisivo diante de três técnicas diferentes, o arco base de intrusão, o
29
arco de intrusão de três peças, e nivelamento do arco dentário superior com arco
reto. Apesar dos resultados não mostrarem diferença estatisticamente significativas
foi observado que o arco de intrusão de três peças teve um grau maior de
reabsorção que as outras técnicas.
CASTRO e REGO relataram que alguns fatores são considerados de risco
durante o tratamento ortodôntico e eles são: direção do movimento, tipo e magnitude
da força. Segundo o levantamento de REGO ( 2004) a força ótima é aquela capaz
de movimentar o dente com reduzido custo biológico, sem dano às estruturas de
suporte, com boa velocidade média e sem sintomatologia dolorosa.
As forças leves promovem uma movimentação dentária com custo biológico
reduzido, pois produzem pequenas áreas de hialinização e ausência de
cementoclasia. Já as forças pesadas resultam em uma movimentação dentária com
maior custo biológico, pois áreas de hialinização extensas são formadas e ocorre
reabsorção óssea indireta (à distância) e presença de cementoclasia.
Consequentemente as chances de danos irreversíveis às estruturas dentárias e
periodonto de sustentação (REGO, 2004).
As forças ortodônticas pesadas podem causar um aumento da reabsorção
logo o ideal é usar forças leves e aumentar de tempo entre as ativações (TOPKARA
et al., 2012).
Um intervalo de aplicação da força maior é mais benéfico ao dente, pois gera
um tempo maior para se completar o ciclo metabólico de hialinização, eliminação
dos tecidos destruídos e reparação histológica das estruturas envolvidas reduzindo
assim o risco de reabsorção radicular. Logo em uma situação de risco aumentado à
reabsorção radicular, deve-se ampliar o intervalo de aplicação das forças.
(REGO,2004).
A melhor força a ser aplicada ao dente é a dissipante, pois provocam
alterações no ligamento periodontal apenas na fase inicial da mecânica ortodôntica.
Após isso a força vai diminuindo de intensidade até ter uma magnitude inofensiva ao
ligamento periodontal. Nesta última fase o movimento do dente é paralisado e o
ligamento consegue se reestruturar( REGO,2004).
30
O uso de elásticos intermaxilares contribui para a ocorrência de reabsorção
radicular (LEITE et al., 2009; TOPKARA et al., 2012). Isso provavelmente acontece
devido ao movimento de vai-e-vem sem um período de repouso para o ciclo
metabólico da movimentação (REGO, 2004).
CONDUTA/TRATAMENTO
Como a reabsorção radicular é um fenômeno de comum ocorrência no
tratamento ortodôntico o ideal é que o ortodontista tente previnir a sua ocorrência.
Para isso é necessária uma anamnse minunciosa a fim de detectar fatores de risco
como por exemplo história de trauma dental. tratamento ortodôntico anterior Além
disso é importante combinar o uso de forças e movimentos menos agressivos com a
morfologia radicular e crista óssea e evitar extrações e o uso de elásticos
intermaxilares (REGO, 2004; YOUNISA et al., 2008; LEITE et al., 2009). .
Apesar de clinicamente assintomática, a reabsorção radicular pode ser
detectada logo no início do tratamento ortodôntico através de exames radiográficos
(LEITE et al., 2009).
Eles devem ser realizados periodicamente, de preferência de seis em seis
meses. As radiografia periapicais são melhores que as panorâmicas para a detecção
e atualmente vem crescendo o uso da tomografia computadorizada (YOUNIS et al.,
2008; LEITE et al., 2009; TOPKARA et al., 2012).
Através dos exames radiográficos pode-se detectar o grau de reabsorção que
o dente se encontra e desta forma determinar a melhor conduta as ser tomada. A
reabsorção radicular é classificada em 1. Reabsorção mínima (contorno apical
irregular); 2.Reabsorção moderada (≤2mm); 3. Reabsorção severa(>2mm<1/3 da
raiz); 4. Reabsorção extrema (>1/3 daraiz) (LEVANDER; MALMGREN, 1988).
Se for diagnosticada uma reabsorção com 1 a 2 mm de extensão deve-se
deixar o fio passivo, estabilizando a mecânica e realiza um controle radiográfico a
cada três meses. Essa conduta reduz significativamente o encurtamento dentário no
final do tratamento ortodôntico (YOUNISA et al., 2008).
Nos casos em que o paciente apresentar reabsorções com mais de 2 mm
deve-se avisar o paciente, interromper o tratamento ortodôntico por no mínimo 90
31
dias e parar ou simplificar o tratamento. A pausa no tratamento permite que o
cemento seja reabsorvido favorecendo o reparo e prevenindo uma maior reabsorção
(LEITE et al., 2009).
Após o término do tratamento ortodôntico o processo reabsorção radicular é
interrompido (ÅRTUN et al;2009). Porém alguns fatores podem dar continuidade à
reabsorção radicular entre eles: contenção ativa, bruxismo, trauma oclusal,
onincofagia e pressão lingual (YOUNIS et al., 2008).
Um ajuste oclusal deve ser realizado seis meses após a remoção do aparelho
ortodôntico além de acompanhamento de 2 a 3 anos nos casos com reabsorção
radicular pronunciada (TOPKARA et al., 2012).
33
Após a avaliação da bibliografia consultada, pode-se concluir que:
• A mecânica ortodôntica está sim relacionada com a ocorrência de
reabsorção radicular.
• A forma das raízes e das cristas ósseas influenciam no risco do
paciente ter reabsorção radicular. Atenção especial deve ser dada aos
dentes com raízes em forma de pipeta, triangulares e dilaceradas e à
cristas ósseas retangulares.
• Fatores gerais como sexo, idade e hereditariedade não tem grande
influência significativa no processo de reabsorção radicular.
• Indicação de exodontias para correção da má oclusão e o uso de
elásticos intermaxilares devem ser evitadas na medida do possível.
• Deve-ser realizar uma anamnese minuciosa incluindo sempre histórico
de tratamentos ortodônticos e endodônticos prévios e de traumatismos
dentários.
• Radiografias periapicais iniciais são indispensáveis além de
radiografias de controle de seis em seis meses.
35
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