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Reflexes sobre o modelo de cartes no
Brasil e comparativos com outros pases
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Introduo
Aes regulatrias em cartes no mundo so variadas e podem ser bem vistas, desde
que permitam o atingimento de alguns princpios bsicos:
Mantenha a lgica de equilbrio considerando as caractersticas de um mercado de
duas pontas;
Crie ambiente favorvel para investimentos num Pas com a complexidade do
Brasil;
Pondere aspectos importantes, intangveis ou ocultos aos usurios finais, mas que
so fundamentais para o funcionamento e credibilidade do sistema
(ex. garantia da transao).
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Introduo
Existem diversas frentes de discusses em andamento em conjunto com as empresas que
participam e investem no sistema:
1. Autorizao de operao (UE, Brasil, Uruguai, Chile)
2. Preos ao lojista (Inglaterra, Coria do Sul, Argentina, Espanha, Dinamarca)
3. Determinao multilateral de tarifa de intercmbio (Itlia, Frana, Espanha)
4. Regras de surcharge (Inglaterra, Holanda, EUA, Frana, Austrlia, UE)
5. Prazos e processos de liquidao (Dinamarca, Frana)
6. Incentivos expanso (Coria do Sul, Uruguai, Turquia, Mxico)
7. Limitaes circulao de meios de pagamento em papel
(Sucia, Bulgria, Dinamarca, Itlia, Grcia, Uruguai, Romnia, Frana)
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Introduo
Isto significa que o sistema de cartes pode funcionar da mesma forma em nvel mundial ?
Seguramente no.
Anlises comprovam que:
h diferenas nas estruturas de mercado e modelos de negcios adotados em diferentes
pases ;
Existem diferentes entendimentos e diagnsticos em relao aos temas que mais
necessitam de regulao.
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Introduo
ITEP: (Nmero de Transaes Eletrnicasi PIBi) (Nmero de Transaes Eletrnicasi PIBi).
Fonte: Banco Mundial e Bank of International Settlements. Elaborao Ferrs Consultoria.
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UMAREFLEXOSOBREOSEUMODELO
Como este mercado se estrutura
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Modelo Terico
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Modelo Terico
O sistema de cartes composto por estruturasque agregam diferentes tipos deconsumidorespara um mesmo servio;
O valor desta plataforma para a sociedade determinadopela sua dimenso;
Nesse sentido, quaisquer medidas regulatrias sobre quaisquer das pontas do mercadoimplicam em modificaes para todos os elos da cadeia:
Lgica de vasos comunicantes
Intervenes em aspectos que afetam essa estrutura tem impactosobre crescimento,investimentos e consequente agregao de valor para a sociedade.
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Modelo Terico
Qual a lgica desses vasos comunicantes ?
Aumentar ao mximo a dimenso da plataforma, como forma de agregar valor para seus
participantes;
Podem existir dois momentos:
Crescimento equilibrado entre as pontas -> plataformas maduras; ou
Estratgias de expanso para alcance de escalas, mesmo que desequilibradas
momentaneamente -> plataformas nascentes.
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Modelo Terico
Falando de plataformas maduras...
Com abertura do mercado de credenciamento;
Entrada de novas credenciadoras no mercado;
Surgimento de novas bandeiras acirrando a concorrncia na emisso;
Manuteno de uma forte concorrncia pela relao com os consumidores finais, sejam
portadores (emissores) ou lojistas (domiciliadores);
Naturalmente se espera uma mudana na dinmica concorrencial no Brasil.
No entanto, o desafio est no balanceamento e na forma de crescimento agregado da
plataforma, no de uma ponta ou outra.
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Modelo Terico
Como esse valor socializado ?
Entendemos que pelo aumentoda capacidadede adio de valor em funo da escala dessa
plataforma:
Nesse caso, pode at se verifica uma subprecificao para permitir rpido crescimento noprimeiro momento e uma forte adio de servios no segundo momento.
No entanto, no Brasil, estamos vendo os dois movimentos ocorrendo simultaneamente:
reprecificao e adio de servios de valor agregado.
Sem uma necessria interveno mais forte do regulador.
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Modelo TericoLogo... precisamos continuar a estruturar um modelo que garanta uma relao em
que todos ganham
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Anlise de xito ou no deve ser feita em vrias dimenses
PRINCIPAIS
DRIVERS
DO
MERCADO
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Fonte: EBB Payment Statistics. Elaborao Ferrs Consultoria.
Drivers: preos internos
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Drivers: preos ao varejo
Preos no Brasil vem decaindo...
Efeito composio limita percepo de queda: (i) reduo do ticket mdio; (ii) avano para
estabelecimentos marginais; e (iii) inflao.
Dbito Taxa bruta ao varejista
0.80
0.85
0.90
0.95
1.00
1.05
1.10
R$portransaca
o-emv
alores
reais(IPCA
,II/2014)
-20%
Crdito Taxa bruta ao varejista
3.20
3.30
3.40
3.50
3.60
3.70
3.80
3.90
R$portransac
ao-emv
alores
reais(IPC
A,II/2014)
-13%
Fonte: Monitor Abecs e IBGE.
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Drivers: entrada e concorrncia
E entrada de concorrentes tem pressionado taxas sensivelmente
Novos credenciadores, bandeiras e emergncia de instituies de pagamento no financeira
deve acentuar processo
Comparativamente, Espanha e Frana interviram, mas no houve qualquer entrada no mercado
Taxa transacional: receita de intercambio + anuidades rewards.
Fonte: Monitor Abces e IBGE. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Preo agregado nas duas pontas
Fonte: EBB Payment Statistics, RBA, Crefia, Banamex, Arango (2009), OECD (2012), Abecs. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Drivers: balanceamento de preos Haveria ento um desequilbrio de preos no Brasil?
Aparentemente no, dado que as duas pontas do mercado esto crescendo vigorosamente,
em ritmos prximos e impulsionando transaes
Fonte: Monitor Abecs. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Drivers: penetrao
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Drivers: penetrao
Penetrao no Brasil subestimada pela existncia de uma parcela relevante de gastos
imputados (no monetrios) no PIB
R$ 340 bilhes em 2013, referente a aluguis imputados, produo para consumo prprio e
servios pblicos
Fonte: IBGE/SCN. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Drivers: penetrao Participao nas transaes monetrias das famlias (PCE) cresce sistematicamente...
Fonte: ABCES e IBGE. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Impacto de mudanas nos prazos de pagamento
PRAZOSDEPAGAMENTO
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Discusso sobre prazos de pagamento
A reflexo precisa ser a mais ampla possvel:
Bancos e credenciadoras no obtm receitas expressivas defloating, so os usurios do
sistema que se apoderam desses prazos:
A concesso de prazos de pagamento origina-se de uma demanda do prprio mercado -
Consumidor j buscava prazos de pagamento por meio do parcelado cheque
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Discusso sobre prazos de pagamento
Foco deveria ser na ampliao das opes para o lojista, no no engessamento de regras:
Outros pases vem utilizando os meios eletrnicos de pagamento para viabilizar crdito
direto entre lojistas e consumidores:
Europa j vem utilizando cartes como forma de parcelamento (mas neste caso, o riscode crdito do lojista) e Chile vem incentivando a adoo do parcelado lojista;
No Brasil, a ABECS j trabalha no processo de uniformizar e popularizar o CREDIRIO
como uma opo de pagamento com cartes, acessando diretamente a linha de crditoao consumidor do banco emissor.
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Discusso sobre prazos de pagamento Se lojista tem opo de receber em D+1 via carto de dbito...
Dbito cresce mais que carto de crdito no Brasil
... Por que ele escolhe receber com carto de crdito?
a) o limite de crdito do usurio concedido pelo Banco e no pelo lojista; b) defrontando-se com uma maior disposio a gastar dos clientes.
(Wilcox et all, 2011)
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Prazos de pagamento e modelos de negcio Prazos de pagamento so opo para incentivar uso e adoo
Para alcanar universalizao, flexibilidade de modelos fundamental;
Com baixa densidade de uso nos menores centros populacionais, incluso de consumidores
requer manuteno de certos incentivos.
Fonte: Monitor Abecs e IBGE (2012). Elaborao Ferrs Consultoria.
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Prazos de pagamento e modelos de negcio
O mesmo vale para o desafio de tornar factvel o avano do servio para as classes de renda
mais baixas...
Fonte: Pesquisa Datafolha/Abecs. Elaborao Ferrs Consultoria.
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Prazos de pagamento e modelos de negcio Prazos de pagamento forma de viabilizar essa soluo
Floatinge subsdios cruzados so forma para atrair faixas mais pobres
Lojistas se beneficiaro desse consumo e da expanso do acesso a crdito dessas famlias
Impor regras de pagamento limitar modelos de negcios. Alternativa correta criaropes para que lojistas avalie qual modelo prefere
Fonte: Monitor Abecs e IBGE (2012). Elaborao Ferrs Consultoria.
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Prazos de pagamento e modelos de negcio
Brasil no escapa, com processo lento de substituio despeito do crescimento do
mercado de cartes
Fonte: Datafolha/Abecs. Elaborao Ferrs Consultoria.
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A dimenso do uso do dinheiro no Brasil
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CONCLUSES
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Concluses
I. Estabelecer rgidos padres difcil em um mercado com tantos vasos comunicantes;
II. Concluses sobre eficincia ou ineficincia dependem da ponderao de cada objetivo e do
estgio dos negcios em cada Pas;
III. Dadas as externalidades negativas sobre incluso financeira e outros meios de pagamento
alternativos mais custosos, foco deve ser ainda pela manuteno de incentivos pr
universalizao do servio:
Necessrio criar solues flexveis para acelerar esse processo.
IV. Discusso de preos e prazos insere-se integralmente nesse contexto mais amplo, assim
como concorrncia.