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    PROPRIEDADES DA MADEIRA1. edio: fevereiro/ 2.005; 4 edio: novembro/ 2.012

    Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPRProf. Dr. Joo Carlos Moreschi

    ______________________________________A presente apostila foi elaborada para fins didticos e seu dowload e cpia esto disponveis para qualquer pessoa interessada.Contudo a alterao de seu contedo, a transcrio da totalidade ou parte de seu texto, bem como a traduo total ou parcial noesto autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte.

    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO

    SETOR DE CINCIAS AGRRIAS DA UFPR

    CENTRO DE CINCIAS FLORESTAIS E DA MADEIRADepartamento de Engenharia e Tecnologia Florestal

    PROPRIEDADES DA MADEIRA

    Prof. Dr. Joo Carlos Moreschi

    Fevereiro/ 2.0054 edio novembro / 2.012

    Atualizao: setembro de 2.014- Curitiba, PR

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    PginaLISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... vii

    LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... xiii

    SUMRIO

    Item gina

    1. PROPRIEDADES ORGANOLTICAS DA MADEIRA ................................ 1

    1.1. Cor................................................................................................................. 1

    1. 2. Cheiro ........................................................................................................ 3

    1.3. Gosto ou Sabor ............................................................................................. 4

    1.4. Gr .............................................................................................................. 5

    1.5 Textura .......................................................................................................... 7

    1.6. Brilho ............................................................................................................ 8

    1.7. Desenho ....................................................................................................... 8

    2. MASSA ESPECFICA (Densidade) ............................................................ 9

    2.1. MASSA ESPECFICA APARENTE .............................................................. 9

    2.1.1. Determinao da Massa Especfica Aparente ............................................. 11

    2.1.1.1. Determinao do volume pelo mtodo estereomtrico ................................ 11

    2.1.1.2. Determinao do volume pelo mtodo por deslocamento .......................... 12

    2.1.1.3. Determinao do volume pelo mtodo de pesagem .................................... 14

    2.1.2. Determinao da Massa Especfica pela Imerso Relativa da Pea ........... 15

    2.1.3. Determinao da Massa Especfica Atravs da Passagem de Raios ......... 162.1. 4. Fatores que Influem na Massa Especfica da Madeira ................................ 16

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    Item gina

    2.1.4.1. Influncias internas ...................................................................................... 16

    2.1.4.2. Influncias externas ..................................................................................... 26

    2.2. MASSA ESPECFICA REAL ........................................................................ 27

    3. UMIDADE ..................................................................................................... 28

    3.1. DEFINIO .................................................................................................. 29

    3.2. MTODOS UTILIZADOS PARA A DETERMINAO DO TEOR DEUMIDADE ..................................................................................................... 30

    3. 2.1. Mtodo por Pesagens .................................................................................. 30

    3.2.2. Mtodo Qumico por Destilao ................................................................... 31

    3.2.3. Mtodo Qumico por Titulao (Karl Fischer) ............................................... 34

    3.2.4. Aparelhos Eltricos ....................................................................................... 35

    3.2.4.1. Aparelhos baseados em medidas de resistncia ......................................... 36

    3.2.4.2. Aparelhos baseados na capacidade eltrica ................................................ 36

    3.3.AMOSTRAGEM PARA A DETERMINAO

    DO TEOR DE UMIDADE ..............................................................................

    37

    3.4. DEPENDNCIA DA UMIDADE DA MADEIRA ............................................. 39

    3.5. SORO DA MADEIRA ............................................................................... 44

    4. CONTRAO E INCHAMENTO ................................................................ 52

    4.1. CONTRAO E INCHAMENTO VOLUMTRICO ...................................... 52

    4.1.1. Coeficiente de Inchamento Volumtrico Mximo ......................................... 54

    4.1.2. Coeficiente de Contrao Volumtrica Mxima ........................................... 55

    4.2. CONTRAO E INCHAMENTO LINEARES ............................................... 59

    4.3. CONTRAO E INCHAMENTO LINEARES EM NGULO ...................... 62

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    Item gina

    4.4. COEFICIENTE DE RETRATIBILIDADE (Q) ............................................... 63

    4.4.1. Utilizao do Coeficiente de Retratibilidade da Madeira .............................. 65

    4.4.2. Determinao dos Coeficientes de Contrao, Inchamento e de

    Retratibilidade ............................................................................................. 68

    4.5. ANISOTROPIA DIMENSIONAL .................................................................. 70

    5. PROPRIEDADES TRMICAS DA MADEIRA............................................. 75

    5.1. CONDUTIVIDADE TRMICA DA MADEIRA ............................................... 75

    5.2. CALOR ESPECFICO DA MADEIRA .......................................................... 82

    5.3. TRANSMISSO TRMICA ......................................................................... 84

    5.4. EXPANSO TRMICA DA MADEIRA ........................................................ 85

    6. PROPRIEDADES ELTRICAS DA MADEIRA .......................................... 87

    7. PROPRIEDADES ACSTICAS DA MADEIRA........................................... 93

    8. PROPRIEDADES MECNICAS DA MADEIRA......................................... 101

    8.1. ELASTICIDADE E PLASTICIDADE ............................................................. 101

    8.1.1. Mdulo de Elasticidade ............................................................................... 103

    8.2. DEPENDNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES

    MECNICAS E ELSTICAS DA MADEIRA ................................................ 1088.2.1. Condies do Ensaio ................................................................................... 108

    8.2.2. Influncias Internas da Madeira .................................................................. 111

    8.2.2.1. Consideraes gerais em funo das influncias internas da madeira........ 122

    8.2.3. Influncias Externas da Madeira ................................................................. 123

    8.2.3.1. Consideraes gerais em funo das influncias externas da madeira....... 126

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    Item

    gina9. ENSAIOS DE LABORATRIO PARA A DETERMINAO DAS

    PROPRIEDADES MECNICAS DA MADEIRA .......................................... 128

    9.1. FLEXO EST TICA .................................................................................... 128

    9.1.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ....................................................... 128

    9.2. FLEXO DIN MICA .................................................................................... 139

    9.2.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 140

    9.2.1.1. Testes de flexo dinmica segundo as Normas DIN e AFNOR-IPT............. 140

    9.3. COMPRESSO AXIAL OU PARALELA S FIBRAS ................................... 149

    9.3.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 149

    9.3.2. Clculo do Mdulo de Elasticidade, da Resistncia no Limite

    Proporcional e da Resistncia Mx. Compresso Axial ...........................

    153

    9.4. COMPRESSO PERPERDICULAR S FIBRAS ........................................ 1559.4.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 155

    6.4.2. Clculo da Resistncia Compresso Perpendicular s Fibras ................ 159

    9.5. TRAO AXIAL OU PARALELA S FIBRAS ............................................. 159

    9.5.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 159

    9.5.2. Clculo Para a Determinao da Resistncia Trao ............................... 163

    9.6. TRAO PERPENDICULAR ...................................................................... 166

    9.6.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 166

    9.6.2. Clculo da Resistncia Trao Perpendicular s Fibras .......................... 171

    9.7. CISALHAMENTO ......................................................................................... 171

    9.7.1. Consideraes Gerais Sobre o Ensaio ........................................................ 171

    9.7.2. Clculo da Resistncia ao Cisalhamento ..................................................... 174

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    Item gina

    9.8. RESISTNCIA DUREZA .......................................................................... 176

    9.8.1. Consideraes Gerais .................................................................................. 176

    9.8.1. Dureza Brinnel ............................................................................................. 176

    9.8.2. Dureza Janka ............................................................................................... 178

    9.9. RESISTNCIA ABRASO ........................................................................ 181

    9.10. RESISTNCIA TORO .......................................................................... 18210.

    DEPENDNCIAS GERAIS DAS PROPRIEDADES

    MECNICAS DA MADEIRA ........................................................................ 185

    10.1. CONDIES DO ENSAIO ......................................................................... 185

    10.1.1. Tamanho e Forma do Corpo de Prova ....................................................... 185

    10.1.2. Velocidade do Ensaio ................................................................................... 186

    10.2. INFLUNCIAS INTERNAS DA MADEIRA ................................................... 187

    10.2.1. Massa Especfica ......................................................................................... 187

    10.2.2. ngulo das Fibras ...................................................................................... 187

    10.2.3. Posio no Tronco ....................................................................................... 187

    10.2.4. Porcentagem dos Lenhos Inicial e Tardio ................................................... 188

    10.2.5. Defeitos da Madeira ..................................................................................... 188

    10.2.5.1 Galhos (ns) ................................................................................................ 188

    10.2.5.2. Gr irregular ................................................................................................. 190

    10.2.5.3. Lenho de reao ......................................................................................... 190

    10.3. INFLUNCIAS EXTERNAS ........................................................................ 191

    10.3.1. Temperatura ................................................................................................. 191

    10.3.2. Umidade ...................................................................................................... 192

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA Pgina

    1 Aparelho para a medio de volume por imerso em mercrio(Amsler) - Kollmann, p.362. ..................................................................... 12

    2 Exemplo de recipiente usado na determinao do volume pelodeslocamento de gua (kollmann,pag.361):recipiente e tubo capilarem perfil, e escala graduada e tubo capilar vistos de frente.....................

    14

    3 Determinao do volume por pesagem ................................................... 14

    4 Representao de pea de madeira preparada para determinao damassa especfica pelo mtodo de imerso relativa.................................. 15

    5 Distribuio normal da massa especfica de 6 espcies de madeira ...... 17

    6 Variao da massa especfica (ru) em funo do teor de umidade (U).... 20

    7 Distribuio normal da massa especfica para os lenhos tardio einicial......................................................................................................... 21

    8 Relao entre massa especfica (ro) e a proporo de lenhotardio (%) (conferas)............................................................................... 21

    9 Variao da massa especfica (ro) e da proporo de lenho tardio(para o Fraxinus excelsius) - Madeira com porosidade em anel ............. 23

    10 Relao entre a massa especfica (ro) e a largura do anel de

    crescimento, para folhosas com porosidade em anel (a = 1 e 2), eporosidade difusa ( b = 3 e 4 )...................................................................

    23

    11 Variao da massa especfica no sentido transversal do fuste, paraconferas e folhosas com porosidade em anel.......................................... 24

    12 Relacionamento entre as massas especficas aparente bsica (ru) ea 0%U ( ro) com a altura da rvore.......................................................... 25

    13 Representao esquemtica das paredes celulares, correspondentesaos lenhos inicial e tardio da madeira....................................................... 28

    14 Aparelhagem utilizada para a determinao do teor de umidadepelo mtodo de destilao........................................................................ 32

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    FIGURA Pgina

    15 Instalao utilizada para a determinao do teor de umidade damadeira pelo mtodo Karl Fischer............................................................ 35

    16

    Representao da curva e distribuio da umidade dentro de uma

    pea de madeira seca, e de pontos representativos para a suadeterminao............................................................................................. 37

    17 Relao entre a temperatura, umidade absoluta e umidade relativado ar () .................................................................................................... 42

    18 Relao entre a massa especfica (ro) e o teor de umidade mxima

    da madeira (Umax)...................................................................................... 43

    19 Possveis formas de gua existentes na madeira .................................... 45

    20 Relao entre vrias propriedades de resistncia mecnica eo teor de umidade da madeira (U%)......................................................... 46

    21 Diferentes formaes de meniscos nos capilares da madeira

    durante a adsoro e a desoro - ngulo de humectao -................. 48

    22 Isotermes de desoro e adsoro de umidade na madeira ................... 49

    23 Curvas de umidade de equilbrio para a madeira de Picea sitchensis,em relao temperatura e umidade relativa do ar.............................. 49

    24 Molculas de gua (em cor mais clara) entre as regies cristalinase dentro das regies amorfas das micelas................................................ 52

    25 Relao entre o coeficiente de inchamento volumtrico (V) e o

    teor de umidade da madeira, para diferentes espcies florestais............. 53

    26 Relao entre a contrao volumtrica e o teor de umidade damadeira, em funo da sua massa especfica (m.e.)................................ 58

    27 Diferentes sentidos anatmicos da madeira ............................................ 60

    28 Relao entre o teor de umidade e o inchamento volumtrico damadeira em seus diferentes sentidos ....................................................... 60

    29 Contrao linear em ngulo ( ) da madeira, considerando umapea de madeira anatomicamente bem orientada.................................... 62

    30 Corpo-de-prova segundo a COPANT 30:1-005, para a determinaodos coeficientes de contrao, inchamento e de retratibilidade................ 68

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    FIGURA Pgina

    31 Visualizao dos tipos de defeitos desenvolvidos durante a secagemda madeira, devidos ao fenmeno da anisotropia .................................. 70

    32 Representao esquemtica do maior nmero de paredes celulares

    por unidade de distncia, entre os diferentes sentidos anatmicos damadeira..................................................................................................... 72

    33 Representao do coeficiente de condutividade trmica da madeira ...... 76

    34 Relacionamento entre a condutividade trmica e o teor de umidade,

    para madeiras com diferentes massas especficas.................................. 79

    35 Parede construda para obter um isolamento trmico de 1/K= 1,20 ...... 81

    36 Relao existente entre a resistncia eltrica especfica da madeirae o seu teor de umidade ........................................................................... 90

    37 Efeito de um forro acstico confeccionado de chapa de fibras demadeira perfuradas: a) penetrao das ondas sonoras pelos buracos,e perda de energia por efeito da reflexo sucessiva nas paredes doespao vazio entre o teto e o forro aplicado; b) reflexo de parte da

    onda sonora incidente na superfcie da chapa de fibras;e c) absoro da onda sonora pela chapa de fibras................................. 95

    38 Propagao do som pela vibrao de uma parede por efeito de

    choque de ondas sonoras.........................................................................

    96

    39 Dependncia do isolamento acstico versus a freqncia do som,

    de um compensado de madeira (1) e de uma parede de alvenaria (2)...

    98

    40 Tipos de paredes de madeira e qualificao quanto ao isolamento

    acstico: a) Parede mltipla com isolamento deficiente; b) paredemltipla com elevado poder de isolamento acstico.................................

    99

    41 Formas prticas de isolamento do som por materiais slidos:a) em um teto de laje de concreto, acima; e b) em teto comvigamento de madeira, abaixo.................................................................. 100

    42 Tpica relao carga / deformao para testes de trao e decompresso .............................................................................................. 102

    43 Esquema simplificado do sistema de classificao de madeiras,

    baseado no mdulo de elasticidade E. ..................................................104

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    FIGURA Pgina

    44 Esquema simplificado da determinao do mdulo de

    elasticidade dinmico................................................................................ 106

    45 Dependncia da resistncia flexo e da deformao total

    sobre a relao L/h dos corpos-de-prova..................................................

    108

    46 Relao da energia absorvida por volume, como uma funo da

    relao L/h - o valor mnimo do trabalho de impacto corresponde

    a L/h = 12..................................................................................................

    108

    47 Dependncia das propriedades de resistncia relativa em funo dongulo da gr, em relao direo axial do corpo-de-prova ................. 112

    48 Representao de tenses internas e de rachaduras microscpicasdentro de um anel de crescimento ........................................................... 118

    49 Representao da posio dos lenhos de compresso

    e de trao no fuste de rvores................................................................ 119

    50 Influncia da temperatura de secagem sobre aresistncia compresso......................................................................... 124

    51 Esquema do ensaio de flexo esttica (P= carga; d= deformao)......... 128

    52 Forma e dimenses do corpo-de-prova para flexo esttica,

    segundo a Norma COPANT 30:1-006....................................................... 129

    53 Distribuio das tenses dentro do corpo-de-prova durante oensaio de flexo esttica........................................................................... 129

    54 Distribuio das tenses de compresso, trao e cisalhamentoem peas submetidas flexo esttica, com cargas distribudassimetricamente.......................................................................................... 130

    55 Percentual de deformao causada pelas tenses de cisalhamento

    no teste de flexo esttica......................................................................... 130

    56 Distribuio das tenses durante o ensaio de flexo esttica(as situaes A, B e C so descritas a seguir) ......................................... 131

    57 Representao da ruptura e da deformao plstica em um

    corpo-de-prova submetida ao ensaio de flexo esttica........................... 132

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    FIGURA Pgina

    58 Posio de tomada dos dados de deformao durante

    o ensaio de flexo esttica........................................................................ 133

    59 Exemplo de determinao grfica do limite proporcional (LP) entreas cargas e as deformaes correspondentes registradas duranteo ensaio de laboratrio.............................................................................. 135

    60 Influncia da relao L/h sobre o coeficiente de

    resilincia da madeira .............................................................................. 140

    61 Equipamento adotado para a avaliao da resistncia flexodinmica, pelas normas DIN e AFNOR-IPT.............................................. 141

    62 Relacionamento do tipo de ruptura ocorrida no ensaio de flexo

    dinmica com a qualidade da madeira: da esquerda para a direita,madeiras com alta, media e baixa resistncia ao choque......................... 144

    63 Esquema do ensaio de compresso axial (corpo-de-prova, ponte

    e registrador de deformaes)..................................................................

    149

    64 Ruptura tpica apresentada em corpos-de-prova testados paraavaliar a compresso axial, e representao grfica do deslizamento

    das fibras por efeito da deformao..........................................................

    152

    65 Tipos de rupturas que podero ocorrer com a realizao do ensaio decompresso axial: a) amassamento; b) rachadura lateral; c) cisalha-mento; d) rachadura longitudinal; e) amassamento e cisalhamentoparalelo gr e; f) deslizamento na forma de vassoura .........................

    153

    66 Esquema do ensaio para a determinao da resistncia compressoperpendicular s fibras, segundo a Norma COPANT 30:1-011 .............. 156

    67 Grfico tpico relacionando a carga e a deformao registradas

    no ensaio de compresso perpendicular s fibras.................................... 157

    68 Sentido dos esforos empregados no ensaio de trao axial .................. 160

    69 Forma e dimenses observadas em um corpo-de-prova para

    a avaliao da resistncia trao axial da madeira................................

    161

    70 Esquema do ensaio para a determinao da resistncia trao axial -velocidade de 1mm por minuto................................................................. 162

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    FIGURA Pgina

    71 Representao grfica de rupturas causadas por trao axial, emmadeiras com diferentes resistncias aparentes ..................................... 164

    72 Corpo de prova e forma de execuo do ensaio de trao

    perpendicular s fibras.............................................................................. 166

    73 Corpo-de-prova para o ensaio de tenso perpendicular gr, deacordo com especificaes da Norma AFNOR......................................... 167

    74 Distribuio das tenses dentro do c.p. durante a determinao

    da resistncia............................................................................................ 167

    75 Corpos-de-prova de acordo com diferentes normas tcnicas, para adeterminao da resistncia ao fendilhamento ........................................ 168

    76 Relacionamento entre a resistncia ao fendilhamento determinada

    com corpos-de-prova confeccionados com uma e com duas

    ranhuras ....................................................................................................

    169

    77 Esquema do teste de cisalhamento .........................................................

    17178 Corpo-de-prova usado para a determinao da resistncia ao

    cisalhamento, segundo a Norma COPANT 30:1-007 - seesde trabalho em funo da orientao de corte da madeira: A)tangencialmente aos anis de crescimento; eB) perpendicularmente aos anis de crescimento ................................... 173

    79 Distribuio de tenses em um cubo de madeira sob cargasimetricamente distribuda ....................................................................... 173

    80 Esquema do ensaio para a determinao da dureza Janka ................... 178

    81 Possveis casos de toro de C.P. de madeira com seo

    transversal quadrada................................................................................. 183

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA Pgina

    1.ESPCIES DE MADEIRA E SUBSTNCIAS

    QUE CONFEREM A SUA COLORAO ...............................................

    1

    2. ESPCIES DE MADEIRA E EFEITOS NEGATIVOS AHUMANOS .............................................................................................. 4

    3. EXEMPLOS DE ALGUNS VALORES MDIOS DE MASSAESPECFICA DA MADEIRA - (CLIMATIZADAS PARA SEESTABILIZAREM A 0% (U).................................................................... 18

    4. TIPOS DE GUA EXISTENTES NA MADEIRA E SEUSRELACIONAMENTOS AO PROCESSO DE DESORO ...................... 51

    5. VALORES DE CONTRAO LINEAR E VOLUMTRICA DEALGUMAS ESPCIES, ORDENADAS SEGUNDO A MASSAESPECFICA A 15% DE TEOR DE UMIDADE .......................................

    61

    6. EXEMPLOS DE COEFICIENTES DE RETRATIBILIDADE

    PARA DIFERENTES ESPCIES DE MADEIRA ......................................

    64

    7. FATORES DE ANISOTROPIA E RESPECTIVASCLASSES DE QUALIDADE DA MADEIRA ..............................................

    71

    8. EXEMPLOS DE ALGUNS COEFICIENTES DECONDUTIVIDADE TRMICA ...................................................................

    79

    9. DIFERENA DE TEMPERTURA ENTRE OS LADOS INTERNO EEXTERNO DE UMA PAREDE EM FUNO DO MATERIA EESPESSSURA DAS CAMADA UTILIZADAS ...........................................

    82

    10. ALGUNS VALORES MDIOS DE CALOR ESPECFICO ....................... 83

    11. RESISTENCIA ELTRICA ESPECFICA (R) DE

    ALGUNS MATERIAIS ISOLANTES ........................................................ 90

    12. FORMAS DE UTILIZAO DA CORRENTE ELTRICA

    ALTERNADA DE ALTA FREQNCIA, SUAS VANTAGENS

    E DESVANTAGENS .................................................................................

    92

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    PROPRIEDADES TECNOLGICAS DA MADEIRA

    1. edio: fevereiro/ 2.005; 4 edio: novembro/ 2.012Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR

    Prof. Dr. Joo Carlos Moreschi

    xiv

    TABELA Pgina

    13. EXEMPLOS DE GRAUS DE ABSORO SONORA

    DE ALGUNS MATERIAIS ......................,,................................................

    96

    14. RELAO APROXIMADA ENTRE O COEFICIENTEDE ABSORO DE RUIDOS (ISOLAMENTO ACSTICO)DE PAREDES SIMPLES, EM DIFERENTRES ESPESSURASE MASSAS DO MATERIAL POR METRO QUADRADO..........................

    97

    15. RESULTADOS DE ENSAIOS MECNICOS

    DE ALGUMAS MADEIRAS BRASILEIRAS .............................................

    10716. PROPORES DE ALTERAES NAS PROPRIEDADES

    MECNICAS DA MADEIRA, POR PERCENTUAL DE ALTERAONO TEOR DE UMIDADE ..........................................................................

    125

    17. DADOS REGISTRADOS DURANTE UM ENSAIO DEFLEXO ESTTICA. ................................................................................

    134

    18. RESISTNCIA COMPRESSO AXIAL MDIA, OBTIDAEM VRIOS ENSAIOS DE COMPRESSO AXIAL PARA CORPOS-DE-PROVA COM DIFERENTES SEES TRANSVERSAIS..................

    150

    19. VALORES DE RESISTNCIA TRAO PARALELA

    PARA ALGUNS COMPONENTES DA MADEIRA....................................

    161

    20. CARGA APLICADA NO TESTE DE DUREZA BRINNEL

    EM FUNO DA PROVVEL DUREZA E MASSA

    ESPECFICA DA MADEIRA TESTADA ...................................................

    177

    21. MDULOS DE ELASTICIDADE FLEXO ESTTICA ....................... 189

    22. RESULTADOS DE ENSAIOS MECNICOS COMPRESSO,TRAO E FLEXO ESTTICA DA MADEIRA COM E SEM APRESENA DE NS................................................................................

    189

    23. ALTERAES DAS PROPRIEDADES MECNICAS DAMADEIRA EM FUNO DO TEOR DE UMIDADE.................................

    193

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    PROPRIEDADES TECNOLGICAS DA MADEIRA1. edio: fevereiro/ 2.005; 4 edio: novembro/ 2.012 atualizao: setembro/ 2014

    Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPRProf. Dr. Joo Carlos Moreschi

    _________________A presente apostila foi elaborada para fins didticos e seu dowload e cpia esto disponveis para qualquerpessoa interessada na matria, contudo a alterao de seu contedo, a transcrio da totalidade ou de parte de seutexto, bem como sua traduo total ou parcial no esto autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte.

    1

    PROPRIEDADES DA MADEIRA1. PROPRIEDADES ORGANOLTICAS DA MADEIRA

    As propriedades organolticas da madeira so aquelas que impressionam os

    rgos sensitivos, sendo elas: cor, gr, textura e desenhoque se apresentam no

    material, bem como odor e sabor, e so diretamente ligadas ao seu valor decorativo

    e ornamental, e aos usos onde o cheiro e gosto de produtos armazenados/

    embalados com a madeira possam ser alterados.

    1.1. COR

    A cor da madeira originada por substncias corantes depositadas no interior

    das clulas que constituem o material lenhoso, bem como impregnadas nas suas

    paredes celulares. Entre estas substncias podem-se citar resinas, gomas, gomas-

    resina, derivados tnicos e corantes especficos, muitos dos quais ainda no foram

    suficientemente estudados sob o ponto de vista qumico.

    A Tabela 1 abaixo apresenta algumas espcies de madeira e as respectivas

    substncias responsveis pela colorao conferida madeira.

    TABELA 1. ESPCIES DE MADEIRA E SUBSTNCIAS QUE CONFEREM A SUA COLORAO

    NOME COMUM NOME CIENTFICO SUBSTNCIA CORANTE

    Pau Brasil Guilandina echinata Brasilina

    Pau Campeche Haematoxylum campechianum Hematoxilina

    Ip Gnero Tabebuia (Bignoniacea) Lepachol

    A regio perifrica do alburno, juntamente com a do tecido cambial, apresenta

    colorao mais clara que a madeira de cerne, situado na regio mais interior do fuste

    de uma rvore.

    Alguns dos produtos depositados no interior das clulas e das paredes

    celulares, responsveis pela colorao da madeira, podem ser txicos a agentes

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    2

    xilfagos, os quais conferem a vrias madeiras de colorao escura uma alta

    durabilidade em situaes de uso que favorecem a biodeteriorao. Embora com

    menor freqncia, madeiras com cerne de colorao clara tambm podem ser

    impregnadas com substncias que as protegem contra agentes xilfagos.

    De forma geral, madeiras mais leves e macias so sempre mais claras que as

    mais pesadas e duras. Por outro lado, em regies quentes predominam as madeiras

    com cores variadas e mais escuras que em regies de clima frio; nas de clima frio

    predominam as madeiras denominadas madeiras brancas.

    A cor da madeira de grande importncia no ponto de vista prtico, pela

    influncia que ela exerce sobre seu valor decorativo. Adicionalmente, substnciascorantes, quando presentes em altas concentraes na madeira, podem ser

    extradas comercialmente e utilizadas na tingidura de tecidos, couros e outros

    materiais. Como exemplo de espcies comerciais para esta finalidade temos a

    Taiva (Chlorophora tinctoria), e o Pau Brasil e o Pau Campeche, apresentados na

    Tabela 1.

    A cor da madeira varia com o teor de umidade e normalmente ela se torna

    mais escura quando exposta ao ar, pela oxidao das substncias orgnicascontidas no material lenhoso. Tal efeito promovido pela elevao da temperatura,

    como por exposio da madeira a radiao solar ou aquecimento em estufa. Outras

    formas de alterao da cor natural da madeira dizem respeito s situaes em que

    este material se encontra em contato com metais ou por ao de microrganismos

    (fungos e/ou bactrias).

    Com o propsito de aumentar o valor comercial de algumas espcies de

    madeira, pode-se causar a modificao artificial da cor da madeira por meio detinturas, descoloraes ou outros meios, como alteraes na cor por tratamentos

    com gua ou vapor dgua, oznio e/ou temperatura.

    Para escurecer madeiras recm cortadas no sentido de dar-lhes um aspecto

    envelhecido, e obviamente aumentar o seu valor comercial, utiliza-se com sucesso o

    tratamento de corrente contnua de ar quente carregado com oznio, o que produz,

    simultaneamente, a secagem e o envelhecimento artificial da madeira, por

    evaporao da gua e por oxidao das substncias existentes no material lenhoso.

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    3

    Nota:Devido subjetividade ao se descrever a cor da madeira, e por questo de

    padronizao nesta rea tecnolgica, recomendvel a utilizao da tabela

    de cores de Munsell para tecidos vegetais (MUNSELL COLOR Munsell

    color chart for plant tissues. Baltimore, 1952).

    1. 2. CHEIRO

    O cheiro uma caracterstica difcil de ser definida. O odor tpico que algumas

    espcies de madeira apresentam deve-se presena de substncias volteis,

    concentradas principalmente na madeira de cerne. Por conseqncia ele tende a

    diminuir com o tempo em que a superfcie da madeira fica exposta, mas pode ser

    realado com a raspagem da sua superfcie, produzindo-se cortes ou umedecendo o

    material a ser examinado.

    O odor natural da madeira pode ser agradvel ou desagradvel, valorizando-a

    ou limitando-a quanto a sua utilizao. Contudo ela tambm pode ser inodora,

    caracterstica que a qualifica para inmeras finalidades, em especial na produo de

    embalagens para chs e produtos alimentcios.

    Como exemplo do emprego de espcies de madeira em funo de seu odor

    caracterstico, pode-se citar a confeco de embalagens para charutos, uma vez o

    sabor melhora quando estes so armazenados em caixas de madeira de Cedro

    (Cedrela sp.). Outras espcies, devido a seus aromas agradveis, so normalmente

    exploradas comercialmente para a fabricao de artigos de perfumaria, como o

    Cedro-rosa (Santalum album), usada como incenso no Oriente, e o Cinamomo-

    cnfora (Cinnamomum camphora), empregado na confeco de bas para o

    armazenamento de ls e peles pela sua propriedade de repelir insetos.

    Em contraste s madeiras valorizadas pelo odor agradvel, existem as que

    tm saponinas em suas clulas - quando trabalhadas no estado seco, desprendem

    p que irritam as mucosas nasais. Entre algumas espcies que apresentam este

    inconveniente, esto a Enterolobium contortisiliquum, Tabebuia sp. e a Myrocarpus

    frondosus, e tambm existem as que apresentam toxicidade ao homem, com efeitos

    como irritao da pele, dos olhos ou nariz, alergias, dores de cabea, etc.

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    4

    Alm dos efeitos j apresentados, relacionados s substncias includas na

    madeira e responsveis pelo odor e efeitos nocivos ao homem, muitas espcies de

    madeira possuem substncias especiais em suas clulas que podem ser

    problemticas, caracterizando-se como defeitos, caso danifiquem as serras e

    equipamentos empregados no desdobro e na usinagem, como o carbonato de clcio

    na madeira de Baitoa (Phyllostemon brasiliensis), ou o elevado teor de slica nas

    madeiras de Maaranduba (Manilkara elata) e Itaba (Mazilaurus itauba).

    A Tabela 2. a seguir, apresenta algumas espcies de madeira tidas como

    prejudiciais sade humana, bem como os respectivos efeitos causados pelas

    substncias depositadas no interior de suas clulas:

    TABELA 2. ESPCIES DE MADEIRA E EFEITOS NEGATIVOS A HUMANOS

    NOME COMUM NOME CIENTFICO EFEITOS NEGATIVOS SOBREHUMANOS

    CavinaMachoerim scleroxylon Dermatite, asma, tonturas, nsia, etc.

    Jacarand-da-bahiaDalbergia nigra

    Dermatite

    Peroba-amarelaParatecoma peroba

    Dermatite

    JacarebaCalophyllum brasiliense

    Tonturas

    1.3. GOSTO OU SABOR

    Gosto ou sabor uma propriedade intimamente relacionada com o odor, por

    ambos serem originados das mesmas substncias.

    Na prtica, somente de forma excepcional o gosto da madeira contribui para a

    identificao e distino entre espcies. Por esta razo esta determinao est

    definitivamente em desuso, pois alm da possibilidade de reaes alrgicas ou de

    intoxicao ao se tentar determinar o gosto da madeira, ele muito varivel e pouco

    contribui. Contudo ele pode excluir certas espcies de madeira para algumas

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    5

    utilizaes, como no caso de embalagens para alimentos, palitos de dente, de

    picols e de pirulitos, brinquedos para bebs, utenslios para cozinhas, etc.

    1.4. GR

    O termo gr refere-se orientao geral dos elementos verticais constituintes

    do lenho, em relao ao eixo da rvore ou de uma pea de madeira. Esta orientao

    decorrente das mais diversas influncias em que a rvore submetida durante o

    seu processo de crescimento, culminando em grande variao natural no arranjo e

    na direo dos tecidos axiais, o que origina vrios tipos de grs, a saber:

    Gr direita ou reta: Tipo de gr considerada normal, apresentando os tecidosaxiais orientados paralelamente ao eixo principal do fuste da rvore ou de peas

    confeccionadas de madeira.

    Este tipo de gr apreciado na prtica por contribuir para uma elevada

    resistncia mecnica, ser de fcil desdobro e processamento e no provocar

    deformaes indesejveis por ocasio da secagem da madeira. Contudo, no

    ponto de vista decorativo as superfcies tangenciais e radias da madeira se

    apresentaro com aspecto bastante regular e sem figuras ornamentais

    especiais, a exemplo da madeira deAraucaria angustifolia.

    Grs irregulares: Tipos de grs cujos tecidos axiais apresentam variaes na

    orientao, em relao ao eixo principal do fuste da rvore ou de peas de

    madeira. Dentre os tipos de grs irregulares distinguem-se:

    - Gr espiral: Determinada pela orientao espiral dos elementos axiais

    constituintes da madeira, em relao ao fuste da rvore. Em rvores vivas,

    sua presena pode ser muitas vezes visualizada pela aparncia espiralada

    da casca, podendo, no entanto, estar oculta sob uma casca de aspecto

    normal.

    A existncia deste tipo de gr traz srias conseqncias para a utilizao da

    madeira, como a diminuio da resistncia mecnica, aumento das

    deformaes de secagem e dificuldade para se conseguir um bom

    acabamento superficial.

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    Alm das conseqncias supracitadas, quando ocorrer uma volta completa

    dos elementos axiais do lenho em menos de 10 m de comprimento do fuste,

    a madeira apresenta srias limitaes quanto a sua utilizao, sobretudo

    para fins estruturais.

    - Gr entrecruzada: A existncia deste tipo de gr ocorre especialmente

    quando a direo da inclinao dos elementos axiais se altera de perodo de

    crescimento para perodo de crescimento da rvore. Este tipo de gr no

    reduz em demasia a resistncia mecnica da madeira, mas responsvel

    por um aumento das deformaes de secagem e da dificuldade para se

    conseguir um bom acabamento superficial.

    Apesar dos problemas supracitados, madeira que contm gr entrecruzada

    poder ser valorizada sob o ponto de vista esttico, pelo desenho e variao

    no brilho apresentados na sua superfcie.

    - Gr ondulada: Neste tipo de gr os elementos axiais do lenho alteram

    constantemente suas direes, apresentando-se na madeira como uma linha

    sinuosa regular. Suas superfcies longitudinais apresentam faixas claras e

    escuras, alternadas entre si e de belo efeito decorativo.

    As conseqncias para a utilizao prtica da madeira so as mesmas da

    gr entrecruzada.

    - Gr inclinada, diagonal ou oblqua: Tipo de gr que ocorre pelo desvio

    angular dos elementos axiais, em relao ao eixo longitudinal de uma pea

    de madeira. Neste caso, as peas de madeira so provenientes de fustes

    excessivamente cnicos, de crescimento excntrico, tortuosos, etc.

    Este tipo de gr afeta significativamente as propriedades tecnolgicas da

    madeira, sendo que, quanto maior o desvio, menor a resistncia mecnica e

    mais acentuada a ocorrncia de deformaes por efeito da secagem.

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    1.5. TEXTURA

    Ao termo textura refere-se o efeito produzido na madeira pelas dimenses,

    distribuio e porcentagem dos diversos elementos estruturais constituintes do

    lenho, no seu conjunto. Nas angiospermas este efeito determinado principalmente

    pelos dimetros dos vasos e pelas larguras dos raios, enquanto nas gimnospermas

    o efeito se d pela maior ou menor nitidez, espessura e regularidade dos anis de

    crescimento. Os seguintes tipos de textura so apresentados, de acordo com o grau

    de uniformidade pela madeira:

    Textura grossa ou grosseira: apresentada em madeiras com poros

    grandes e visveis a olho nu (dimetro tangencial maior que 250 m),

    parnquima axial abundante ou raios lenhosos largos.

    Textura fina:apresentada em madeiras cujos vasos tm dimenses muito

    pequenas e se encontram distribudos principalmente na forma difusa no

    lenho, parnquima escasso e tecido fibroso abundante, conferindo

    madeira uma superfcie homognea e uniforme.

    Textura mdia: situao intermediria entre a textura grossa e a textura

    fina.

    No caso das gimnospermas, quando o contraste entre as zonas do lenho

    inicial e do lenho tardio bem marcante, a madeira tem constituio

    heterognea e classificada como de textura grossa, como no caso da

    madeira de Pinus elliottii. Por outro lado, se o contraste for pouco evidente ouindistinto, a sua superfcie ser uniforme e a classificao ser de textura fina,

    como o caso do Pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii).

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    1.6. BRILHO

    O brilho da madeira causado pela reflexo da luz incidente sobre a suasuperfcie. Porm, como este material constitudo de forma heterognea, ocorre

    variao em brilho entre as suas trs faces anatmicas. Dentre elas a face radial

    sempre a mais reluzente, por efeito de faixas horizontais do tecido que forma os

    raios da madeira.

    A importncia do brilho principalmente de ordem esttica, e sob o ponto de

    vista de identificao e distino de madeiras esta propriedade considerada

    irrelevante.

    1.7. DESENHO

    O termo desenho usado para descrever a aparncia natural das faces da

    madeira, resultante das vrias caractersticas macroscpicas (cerne, alburno, cor,

    gr) e, principalmente, dos anis de crescimento e raios da madeira.

    Desenhos especialmente atraentes tm sua origem em certas anormalidadesda madeira, como gr irregular, fustes bifurcados, ns, crescimento excntrico,

    deposies irregulares de substncias corantes, etc.

    Certos tipos de desenhos possuem denominaes especiais, como figura

    prateada, por efeito do brilho dos raios, e olho de passarinho, causado pela

    presena de brotos adventcios.

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    2. MASSA ESPECFICA (Densidade)

    2.1. MASSA ESPECFICA APARENTE

    A massa especfica constitui uma das propriedades mais importantes da madeira,

    pois dela dependem a maior parte de suas propriedades fsicas e tecnolgicas,

    servindo na prtica como uma referncia para a classificao da madeira. Em regra

    geral madeiras pesadas so mais resistentes, elsticas e duras que as leves. Porm,

    em paralelo a estas vantagens, so de mais difcil trabalhabilidade e apresentam

    maior variabilidade.

    O conhecimento da massa especfica serve como uma informao til sobre a sua

    qualidade, e para a classificao de uma madeira.

    A relao entre a massa m (g) e o volume V (cm3) de um corpo equivale sua

    densidade (g / cm3), ou seja:

    = m / V ( g / cm3) 1

    Conseqentemente, desconsiderando-se o teor de extrativos e de materiais

    estranhos madeira, a densidade um reflexo fiel da quantidade de matria

    lenhosa por unidade de volume ou, de forma inversa, do volume de espaos vazios

    existentes na madeira.

    Como nos laboratrios o peso e a massa so comumente determinados de

    forma similar, ou seja, com a utilizao de balanas, pode-se aceitar que o peso

    determinado igual massa (P = m), obtendo-se a expresso que nos d a massaespecfica rcomo:

    r = P / V (g / cm3) 2

    Exemplo: Uma pea de madeira que pesa 350 g e tem um volume de 480 cm3,

    tem uma massa especfica igual a 0,73 g / cm3.

    r = P (g) / V (cm3) r = 350 g / 480 cm3 r = 0,73 g / cm3

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    Para se comparar massas especficas imprescindvel que as amostras

    tenham os mesmos teores de umidade, pois qualquer alterao desta acarretar na

    alterao do peso e, abaixo do ponto de saturao das fibras (+/- 28 % U), no peso e

    no volume da madeira.

    A massa especfica determinada a um dado teor de umidade denominada

    massa especfica aparente da madeira. Para esta finalidade foram

    estabelecidos como referncias os teores de umidade fixos de 0%, 12% e 15% de

    umidade, correspondendo o primeiro ao teor de umidade aproximado da madeira

    seca em estufa, o segundo ao teor de umidade de equilbrio da madeira seca em

    condies climticas padronizadas, a 20o

    C e 65% de umidade relativa do ar, e oterceiro ao teor de umidade de equilbrio aproximado da madeira, que ocorre

    espontaneamente em muitas situaes geogrficas do Brasil. Por conseqncia, o

    teor de umidade utilizado para estabilizar a madeira sempre dever ser especificado,

    e calculado como:

    ro= Po/ Vo (g / cm3) 2a

    r12

    = P12

    / V12

    (g / cm3) 2b

    ou r15= P15/ V15 (g / cm3)

    Quanto climatizao, deve-se ressaltar o grande problema que representa a

    manuteno de um ambiente sob as condies climticas padronizadas pretendidas

    para se obter o teor de umidade da madeira desejado (12 % ou 15 % U), devido

    baixa preciso dos aparelhos que normalmente so utilizados para este propsito.

    Muitas vezes, pela dificuldade de se determinar com exatido o volume da

    madeira a 0 % de umidade, pelo fato dela comear a adsorver umidade do ambiente

    assim que retirada da estufa, e desejando-se resultados mais precisos, determina-

    se tambm a massa especfica aparente bsica da madeiraatravs da seguinte

    relao:

    r = P seco / V verde (g / cm3) 2c

    (Segundo a Norma COPANT 30 : 1 - 004)

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    PROPRIEDADES TECNOLGICAS DA MADEIRA1. edio: fevereiro/ 2.005; 4 edio: novembro/ 2.012 atualizao: setembro/ 2014

    Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPRProf. Dr. Joo Carlos Moreschi

    _________________A presente apostila foi elaborada para fins didticos e seu dowload e cpia esto disponveis para qualquerpessoa interessada na matria, contudo a alterao de seu contedo, a transcrio da totalidade ou de parte de seutexto, bem como sua traduo total ou parcial no esto autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte.

    11

    A determinao da massa especfica aparente bsica permite sempre a reproduo

    de um valor constante, seguro e invarivel, o que de grande utilidade em estudos

    tericos e comparaes. Sua grande desvantagem ter apenas valor cientfico, no

    encontrando utilidade prtica alguma.

    2.1.1. Determinao da Massa Especfica Aparente

    O termo massa especfica aparente utilizado quando se calcula a massa

    especfica da madeira pelo relacionamento de sua massa e seu volume aparente, ou

    seja, do volume que inclui o material lenhoso, extrativos, materiais estranhos e o ar

    contido nas clulas da madeira, ambos em algum teor de umidade especfico.

    2.1.1.1. Determinao do volume pelo mtodo estereomtrico

    De acordo com as frmulas vistas para massa especfica, necessrio conhecer

    o peso e o volume da pea de madeira em questo. O peso diretamente obtido em

    uma balana de laboratrio (preciso em funo do peso da pea), porm, para se

    determinar o volume existem vrios mtodos, dos quais os seguintes so os mais

    utilizados:

    No mtodo estereomtrico a determinao do volume feita atravs das

    dimenses da amostra, onde podem ser utilizados instrumentos de medio simples,

    possuidores de escalas (paqumetros, micrmetros, etc.).

    Uma condio importante o perfeito preparo dos corpos-de-prova, com

    superfcies lisas, lados paralelos, ausncia de fendas e de outros defeitos, teor de

    umidade padronizado e instrumentos de medio compatveis com a preciso

    desejada.

    Este mtodo normalmente usado nos laboratrios, com corpos-de-prova

    nas dimenses de 20 cm X 3 cm X 3 cm, segundo a Norma COPANT 30 : 1 004;

    mas podem ser de 5 cm X 5 cm X 10 cm, pelas COPANT 458 e 459, ou 2 cm x 2 cm

    x 2 cm quando se pretende determinar apenas a massa especfica da madeira com

    o corpo-de-prova.

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    12

    2.1.1.2. Determinao do volume pelo mtodo por deslocamento

    Consiste na imerso da pea considerada em um lquido de densidade

    conhecida, e tem a grande vantagem de poder utilizar corpos-de-prova com formasirregulares, como descrito a seguir:

    a) Por imerso da pea em mercrio:

    um mtodo bastante preciso e consiste em mergulhar a amostra em mercrio

    metlico, sendo o seu volume igual poro deste deslocada. Baseando-se neste

    princpio, Breuil idealizou um instrumento denominado volumenmetro, fabricado

    pela empresa alem Amsler (Fig.1).

    Figura 1: Aparelho para a medio de volume por imerso emmercrio (Amsler) - Kollmann, p.362.

    Este instrumento compe-se de um depsito cilndrico de ao (a), com tampa

    rosqueavel (b), comunicante a um tubo vertical de vidro (c), ao qual se ajustaexteriormente uma pequena pea metlica mvel (d), indicadora da altura da coluna

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    13

    de mercrio, e de um cilindro horizontal (e) no qual se move livremente um mbolo

    (g) por ao de um parafuso micromtrico. No recipiente de ao existe ainda um

    grampo ajustvel (f) com a funo de manter o corpo-de-prova imerso no mercrio.

    Colocando-se a pea de madeira no depsito cilndrico que contm mercrio,

    gira-se o parafuso micromtrico para fazer subir um filete de mercrio no tubo de

    vidro, at uma altura preestabelecida pela pea metlica, e anota-se o valor

    correspondente no parafuso micromtrico. Repete-se esta operao sem a amostra

    dentro do aparelho para fazer o filete mercrio atingir a mesma altura anterior e

    anota-se o novo valor, lido no parafuso micromtrico. O volume da pea , ento,

    determinado pela diferena das duas leituras, multiplicada pela constante do

    aparelho, igual a 0,3 (cada unidade de avano no parafuso micromtrico

    corresponde a 0,3 cm3), portanto:

    V = 0,3 ( a1- a2) ( cm3) 3

    onde: V = volume da pea de madeira ( cm3)

    0,3 = constante do aparelho

    a1= leitura efetuada com a pea de madeira no interior do aparelho

    a2= leitura efetuada sem a pea de madeira no interior do aparelho

    b) Por imerso da pea em gua:

    Especialmente para amostras de madeira de maiores dimenses, o volume

    pode ser determinado pelo deslocamento de gua (Fig. 2), usualmente em recipiente

    de material inoxidvel, apesar da preciso diminuir significativamente devida a

    absoro da gua pelo lenho. Entretanto, desejando-se resultados mais precisos,

    pode-se usar um fator de correo em funo da provvel absoro de gua pela

    pea e da espcie de madeira em questo por unidade de tempo, a saturao

    completa da pea em gua, ou do selamento de sua superfcie com parafina ou

    outro produto impermeabilizante.

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    14

    Figura 2: Exemplo de recipiente usado na determinao do volume pelodeslocamento de gua ( kollmann, pag. 361 ): recipiente e capilartransparente em perfil, e escala graduada e capilar vistos de frente.

    2.1.1.3. Determinao do volume pelo mtodo de pesagem:

    O mtodo utiliza o princpio de Arquimedes, onde se determina o volume por

    meio de pesagem do volume de lquido deslocado. Sendo a gua um lquido com

    densidade igual a 1 g/cm3, a diferena das leituras efetuadas antes e aps a madeira

    estar em suspenso na gua, corresponde ao volume de gua deslocado pela pea

    imergida, na relao 1 g/ 1 cm3. Assim:

    P = A(com o corpo em suspenso)

    onde:

    P = peso

    A = fora de sustentao (empuxo)

    A = Vu. densidade da gua = Vu. 1

    Vu = Volume mido

    A = Vu ou P = Vu

    .

    Figura 3. Determinao do volume por pesagem

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    15

    2.1.2. Determinao da massa especfica pela imerso relativa da pea de madeira

    A determinao da densidade por imerso relativa da pea especialmenteindicada quando no se dispe de aparelhagem alguma para a sua avaliao. A

    amostra pode ter qualquer comprimento, desde que apresente uma forma alongada,

    lados paralelos e superfcies lisas.

    Para a determinao, divide-se a pea de madeira no seu comprimento em 10

    partes iguais ( 0,1; 0,2;....; 0,9; 1,0 ); ento ela mergulhada da menor altura

    possvel, em uma vasilha contendo gua. Durante esta prtica, deve-se observar

    que a pea fique em posio vertical, e que no toque nas paredes da vasilha.

    A densidade aproximada ser obtida pela leitura feita diretamente na pea de

    madeira (marca da gua), at onde ela afundou.

    Este mtodo de pouca preciso devido absoro de gua pelo lenho,

    porm permite uma avaliao rpida da densidade quando se dispe de poucos

    recursos para esta finalidade.

    Figura 4. Representao de pea de madeira preparada para determinao da

    massa especfica pelo mtodo de imerso relativa.

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    16

    Exemplo:

    Uma pea de madeira que chegou a submergir at o ponto intermedirio

    entre as marcas 0,5 e 0,6, tem uma densidade de aproximadamente 0,55g por

    cm3. Caso esta pea afundasse completamente, uma baixa velocidade de

    submerso indicaria uma densidade de aproximadamente 0,99 g/cm3 e, a

    velocidades maiores, indicaria uma densidade superior a 0,99 g/ cm3.

    2.1.3. Determinao Atravs da Passagem de Raios

    Este mtodo baseia-se no fato que certo nmero de eltrons perdido aoatravessar a madeira, variando em funo da quantidade de matria e substncias

    lenhosas existentes por unidade de volume. Em outras palavras, o nmero de

    eltrons perdidos est em funo da densidade da madeira.

    2.1. 4. Fatores que Influem na Massa Especfica da Madeira

    2.1.4.1. Influncias internas (inerentes madeira)Sendo a madeira um produto da natureza em contnuo desenvolvimento, ela

    jamais fornece medidas ou valores fixos e constantes. Devido sua variabilidade, a

    massa especfica tambm um reflexo das inmeras influncias externas e internas

    que atuam na organizao e nas dimenses das clulas do lenho.

    Algumas das principais causas determinantes das variaes da massa

    especfica da madeira so:

    a) Espcie florestal:

    Conhecendo-se a grande variabilidade da estrutura interna do lenho, fcil

    compreender que cada espcie possui uma massa especfica caracterstica. O

    mesmo tambm ocorre dentro de uma mesma espcie de madeira.

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    17

    Como conseqncia da existncia de variaes na madeira, portanto, ao se

    citar a massa especfica deste material, na verdade cita-se um valor mdio para uma

    espcie em particular ou seus valores mnimos e mximos. A figura 5, abaixo,

    apresenta as variaes que ocorrem nesta propriedade, para seis espcies de

    madeira.

    Figura 5. Distribuio normal da massa especfica de 6espcies de madeira .

    A lista de espcies de madeira e de suas respectivas massas especficas,

    apresentadas na tabela 3, a seguir, mostra perfeitamente a variao natural da

    massa especfica mdia entre espcies, incluindo a madeira mais leve (balsa) e a

    mais pesada (Guaiaco) do mundo. O valor mnimo e mximo da massa especfica a

    0%U (0,13 e 1,40 g/cm3) constituem os limites biolgicos desta caracterstica da

    madeira, no existindo massas especficas mais altas ou mais baixas.

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    18

    TABELA 3. EXEMPLOS DE ALGUNS VALORES MDIOS DE MASSA ESPECFICA DAMADEIRA - (CLIMATIZADAS PARA SE ESTABILIZAREM A 0% U).

    NOME COMUM NOME BOTNICO r 0%U(g/cm3)

    Guaiaco ( Pau Santo ) Guajacum officinale 1,23 - 1,40

    Cabriuva Vermelha* Myroxylon balsamum 0,95

    Pau Marfim* Balforodendron riedelianum 0,84

    Amendoim* Pterogyne nitens 0,77

    Canjerana* Cabralea cangerana 0,67

    Pinheiro do Paran* Araucaria angustifolia 0,55

    Bagua* Talauma ovata 0,56

    Cedro* Cedrela sp. 0,53

    Mandioqueira* Didymopanax calvum 0,52

    Guapuruv* Schizolobium parahybum 0,32

    Balsa Ochroma lagopus 0,13 - 0,20

    *Dados das Fichas de Caractersticas das Madeiras Brasileiras - IPT, 1978 .

    b) Umidade:

    As frmulas r12 = P12/ V12 e ro= Po/Vopermitem perceber que existe estreita

    relao entre a massa especfica re o teor de umidade U. Com a variao no teor

    de umidade, o peso da madeira se alterar na proporo:

    Pu = Po ( 1 + U ) ( g ) 4

    onde:

    Pu = peso da madeira com u% de umidade

    Po = peso da madeira com 0% de umidade

    U = teor de umidade da madeira em % / 100

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    19

    Exemplo: Um pedao de madeira pesa 100 g no estado totalmente seco.

    Qual ser o seu peso com 25 % de teor de umidade ?

    Resposta: Pu = 100 ( 1 + 0,25 ) = 125 g

    Abaixo do ponto de saturao das fibras (PSF) o seu volume tambm

    sofrer alterao, na proporo dada pela frmula abaixo:

    Vu = Vo ( 1 +

    Vu) ( cm3) 5

    onde:Vu = volume da madeira com u % de umidade

    Vo = volume da madeira com 0 % de umidade

    Vu = coeficiente de inchamento volumtrico entre 0 % e U % deumidade (vide item 5 da apostila - contrao e inchamento).

    Disto resulta que a massa especfica com uma porcentagem ude umidade,

    definida pela frmula 6, deduzida abaixo:

    ru = Pu / Vu = Po ( 1 + u ) / Vo ( 1 +

    Vu)

    ru = ro . ( 1 + u ) / ( 1 +

    Vu) (g / cm3) 6

    Por ser Vuum valor de difcil determinao, pode-se usar a frmula abaixosomente entre teores de umidade de 0% a 30 %, apesar dela no calcular valores

    exatos:

    ru = ro . ( 1 + u ) / ( 1 + 0,85 . ro . u ) ( g / cm3) 7

    Exemplo: Qual a massa especfica de uma madeira com ro = 0,55 g / cm3em 15%

    de teor de umidade ?

    Aplicando a frmula acima, teremos:

    ru = 0,55 . (1 + 0,15) / (1 + 0,85 . 0,55 . 0,15)

    ru = 0,59 g / cm3

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    20

    O grfico apresentado na figura 6, a seguir, descreve as variaes em massa

    especfica em funo do teor de umidade da madeira:

    Figura 6. Variao da massa especfica (ru) em funo do teor de umidade (U).

    c) Lenhos inicial e tardio:

    As paredes delgadas das clulas da madeira do lenho inicial e as paredes

    espessas das clulas do lenho tardio, principalmente nas conferas, determinam

    considerveis diferenas na massa especfica dentro de uma mesma pea de

    madeira, conforme ilustram as figuras 7 e 8 apresentadas a seguir:

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    21

    0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

    Figura 7. Distribuio da massa especfica para os lenhos tardio e inicial

    Figura 8. Relao entre massa especfica (ro) e a pro-poro de lenho tardio (%) - (conferas).

    Nas folhosas, a diferena entre as massas especficas das madeiras de lenho

    inicial e lenho tardio bem menos pronunciada que nas conferas.

    Exemplo:Fraxinus excelcius- madeira com porosidade em anel.

    Massa especfica do lenho inicial = 0,57 g / cm3

    Massa especfica do lenho tardio = 0,75 g / cm3

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    22

    A dependncia da massa especfica aparente com o percentual de lenho

    tardio apresenta, para esta espcie e em muitos outros casos, a situao mostrada

    na figura 9, a seguir:

    d) Largura dos anis de crescimento:

    A largura dos anis de crescimento no uma referncia segura para

    avaliao das propriedades da madeira, porm, para a maioria das conferas e

    folhosas com porosidade difusa, quanto mais largos os anis de crescimento,

    maior ser a proporo de lenho inicial e menor ser a massa especfica da madeira.

    Desta forma, a massa especfica aparente da madeira de conferas e de folhosas

    com porosidade difusa aumenta com a diminuio da largura dos anis de

    crescimento.

    Em folhosas com porosidade em anel se d ao contrrio (fig. 9), pois os

    poros de grandes dimetros se localizam apenas no incio do lenho inicial (regio

    com massa especfica mais baixa deste lenho). Assim, quanto mais largo o anel,

    menor ser a proporode madeira com mais porosidade dentro do lenho inicial

    do mesmo anel de crescimento, enquanto o volume e massa do restante do lenho

    inicial e do lenho tardio permanecem inalterados.

    A variao em massa especfica do lenho inicial em folhosas com

    porosidade em anelse explica pelo fato do lenho inicial se dividir em duas partes

    distintas, a saber: a) a muito porosa, desenvolvida imediatamente a seguir do lenho

    tardio do anel adjacente anterior, limitando-se apenas a alguns vasos em largura e;

    b) a sem nenhum vaso desenvolvido imediatamente a seguir, com maior massa

    especfica em relao ao lenho inicial poroso. Assim sendo, independente da largurado lenho tardio dentro de um anel de crescimento, quanto maior for a largura do

    lenho inicial, maior ser a massa especfica deste lenho e do anel de crescimento,

    pois menor ser a proporo de madeira porosa dentro do lenho inicial do mesmo

    anel.

    Por outro lado, folhosas com porosidade difusa quase no mostram

    variao neste sentido, devido distribuio e aos tamanhos dos vasos se darem de

    forma homognea dentro dos anis de crescimento. A figura 10, apresentada a

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    23

    seguir, ilustra a diferena existente entre as massas especficas aparente de

    folhosas com porosidades em anel e difusa.

    Figura 9. Variao da massa especfica (ro) e da proporo delenho tardio (para oFraxinus excelsius) - Madeiracom porosidade em anel.

    Figura 10. Relao entre a massa especfica (ro) e a largura doanel de crescimento, para folhosas com porosidade emanel (a = 1 e 2) e com porosidade difusa ( b = 3 e 4 ).

    e) Posio no tronco:

    Como regra geral, a rvore forma anis de crescimento mais largos na

    madeira do interior do fuste, prximo medula, e anis de crescimento estreitos na

    madeira exterior. Assim ocorrem variaes na massa especfica no sentido

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    PROPRIEDADES TECNOLGICAS DA MADEIRA1. edio: fevereiro/ 2.005; 4 edio: novembro/ 2.012 atualizao: setembro/ 2014

    Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPRProf. Dr. Joo Carlos Moreschi

    _________________A presente apostila foi elaborada para fins didticos e seu dowload e cpia esto disponveis para qualquerpessoa interessada na matria, contudo a alterao de seu contedo, a transcrio da totalidade ou de parte de seutexto, bem como sua traduo total ou parcial no esto autorizadas, exceto se devidamente citada a sua fonte.

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    transversal ao fuste, em decorrncia das diferenas na largura dos anis de

    crescimento e nas propores entre o lenho inicial e lenho tardio. Para conferas e

    folhosas com porosidade difusa, normalmente o aumento de massa especfica

    ocorre de dentro para fora no lenho juvenil, tendendo se estabilizar a partir da

    formao do lenho adulto, enquanto que nas folhosas com porosidade em anel o

    valor mximo se situa prximo medula, conforme ilustra a figura 11.

    A diferena de massa especfica entre as madeiras de cerne e de alburno

    especialmente notada nas espcies que apresentam cerne distinto, enquanto que

    nas que possuem cerne fisiolgico ela no observada ou muito pequena.

    Igualmente, existem grandes variaes na massa especfica ao longo dotronco (figura 12), onde o valor mximo situa-se na base do mesmo, devido

    existncia de tecidos rgidos de sustentao. Desta posio, a massa especfica

    decresce em direo copa da rvore.

    r

    Figura 11. Variao da massa especfica ( r ) no sentido transversal dofuste, para conferas e folhosas com porosidade difusa efolhosas com porosidade em anel.

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    Figura 12. Relacionamento entre as massas especfica aparentebsica (ru) e a 0%U ( ro) com a altura da rvore.

    Considerando-se o exposto acima, pode-se dizer, de forma resumida, que a

    massa especfica da madeira de conferas est em funo da idade da seo

    transversal do fuste sendo analisado.

    Tendo em vista que a regio mais idosa do fuste da rvore a basal, alm

    dela ter tecidos rgidos de sustentao, tem tambm maior proporo de lenho

    adulto, enquanto que as que se aproximam da copa no tem este lenho de

    sustentao diferenciado e tem menor idade de formao, com menor nmero de

    anis de crescimento. Isso resulta em maior proporo de lenho juvenil nas sees

    transversais mais prximas da copa, ocasionando uma reduo gradativa na massa

    especfica medida que se distancia da base, considerando-se toda a seo

    transversal.

    Em madeira de folhosas com porosidade difusa esse comportamento

    idntico ao de conferas, pois o padro de crescimento de rvores e a

    homogeneidade da massa dentro dos lenhos inicial e tardio, e nos lenhos juvenil e

    adulto so similares. Entretanto, em folhosas com porosidade em anela massa

    especfica do lenho inicial como um todo, afetada pela largura do anel decrescimento em que ele se encontra.

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    Como o lenho juvenil diz respeito madeira de rpido crescimento, com anis

    mais largos que os desenvolvidos na madeira de lenho adulto de uma rvore, em

    madeiras de folhosas com porosidade em anel, por conseqncia, os anis de

    crescimento mais largos, dos primeiros anos de crescimento das rvores (madeira

    juvenil) tm maior densidade que os formados posteriormente (lenho adulto) e

    proporcionam que na seo transversal haja uma inverso do padro observado

    para conferas e folhosas com porosidade difusa.

    2.1.4.2. Influncias externas

    Entre as principais influncias do ambiente sobre as rvores, temos:

    a)Local de crescimento:

    Clima, solo (umidade e nutrientes), altitude, declividade, vento, espaamento,

    associao de espcies, etc., todas so variveis que influenciam na taxa de

    crescimento das rvores ou em suas formas de desenvolvimento. Por conseqncia,

    de forma direta ou indireta estes fatores afetam a massa especfica da madeira em

    formao.

    Como exemplo da influncia do local de plantio, podem-se citar as

    propriedades modificadas da madeira de reao: Segundo a literatura a massa

    especfica do lenho de compresso (em conferas) ultrapassa o da madeira normal

    em 13 a 14 %, e a do lenho de trao (em folhosas) cerca de 12 % mais alta que a

    de madeira normal. Fenmeno semelhante ocorre na base dos ramos, onde tambm

    se forma este tipo de lenho anormal.

    b)Mtodos silviculturais:

    Similarmente ao subitem anterior, prticas de adubao, poda, desbaste,

    composio de espcies, etc., tambm afetam a massa especfica, por

    influenciarem diretamente na taxa de crescimento das rvores e na forma de

    desenvolvimento do xilema de seus fustes.

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    2.2. MASSA ESPECFICA REAL

    A massa especfica real ( rH ) representa a massa especfica do material

    lenhoso que constitui a madeira (no incluindo os espaos vazios existentes) e ,

    para todas as espcies de madeira, quase constante (rH= 1,53 a 1,56 g / cm3). Este

    intervalo reflete a relao existente entre o tipo e a porcentagem de cada

    componente que forma a madeira, bem como de sua massa especfica. Como

    exemplo, pode-se citar a diferena entre as massas especficas da celulose e da

    lignina como:

    Celulose: r = 1,58 g / cm3

    lignina: r = 1,38 - 1,41 g / cm3

    Para a determinao da massa especfica real utiliza-se o mtodo de

    deslocamento com hlio que, devido ao seu baixo peso molecular e por no ser

    absorvido pela celulose, preenche totalmente todos os espaos macroscpicos e

    microscpicos do lenho.

    Diferentemente da massa especfica real, a massa especfica aparente

    depende do tipo e da formao do tecido celular, principalmente das dimenses dos

    lumens e das substncias constituintes da parede celular.

    A figura 13 ilustra esquematicamente a variao entre as clulas dos lenhosinicial e tardio em corte transversal, cujos tipos e propores so os maiores

    responsveis pelas variaes em massa especfica aparente da madeira: lenhos de

    madeiras leves, com clulas de lumens grandes, podem conter at mais de 90 % de

    espaos vazios, enquanto os de madeiras mais pesadas podero ter apenas 6 %.

    Pela mesma razo, ocorre a variao na massa especfica aparente entre espcies

    de madeira, dentro do intervalo de 0,13 g / cm3a 1,40 g / cm3, sendo o primeiro, o

    menor valor da variao existente para a madeira de Balsa e o segundo, o maior

    valor da variao existente para a madeira de Guaiaco.

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    clula de