Produção de alimentos e sustentabilidade
Controlo de Pragas
Prof. Ana Rita Rainho
Pragas – o que são?
Abundância de indivíduos de uma espécie indesejável;
Invadem as culturas ou explorações agrícolas;Competem com o Homem e espalham doenças.
Estima-se , anualmente,
cerca de 35% da produção mundial
de alimentos é destruída por
pragas!
AfídeosMosaico do tomate
Míldio (videira)
Ferrugem (trigo)
A “fome da batata” na Irlanda (1840)
Phytophtora infestans
Emigração em massa para os EUA
Como aparecem as pragas?Ecossistemas em equilíbrio
Ausência de equilíbrio
Ecossistemas naturais (elevada biodiversidade)
Sistemas agrícolas de policulturas
Ausência de biodiversidade
Sistemas agrícolas de monoculturas
Espécies nocivas para o Homem são controladas pelos seus predadores
naturais
Pouca biodiversidade
limita as interacções com predadores ou outras espécies
controladoras das pragas
Biocidas (Pesticidas)São agentes químicos usados no
controlo de pragasDe acordo com o tipo de praga:
Herbicidas – matam plantas infestantes
Insecticidas – matam insectosFungicidas – matam fungosRodenticidas – matam roedores
Caracterização de um pesticida
Espectro de acção Persistência
Quantidade de espécies para as quais é tóxico.Quanto mais largo o
espectro de acção, maior o número de espécies sensíveis ao seu efeito.
Período de tempo durante o qual o pesticida permanece activo Horas, dias ou a
semanas (baixa persistência) até anos (elevada persistência).
Aplicação de pesticidas nas videiras
Pesticidas – sim ou não?
Vantagens
Aumentar a produção
Diminuir os custos para o utilizador já que reduz o prejuízo com pragas
Combatem a expansão de doenças como a malária e o paludismo
O DDT para combater o tifo e a malária após a 2ª Guerra Mundial
Efeitos secundários do uso de DDT nos países onde foi usado para controlar a
Malária
Destruição de fauna e flora por contaminação de habitats
Cancro
Pesticidas – sim ou não?
Problemas
Contaminação de água e solosDesenvolvimento de espécies
resistentesDesequilíbrio dos ecossistemas
com destruição de espécies importantes (ex: polinizadores)
Bioacumulação e bioampliação
Desenvolvimento de espécies resistentes
Após aplicação do pesticida sobrevivem os indivíduos com capacidade de resistência.
Com o tempo, a população é constituída maioritariamente por indivíduos resistentes.
É necessário aplicar quantidades maiores e mais concentradas do pesticida.
Bioacumulação e Bioampliação
Bioacumulação consiste na acumulação dos pesticidas nos tecidos numa concentração elevada.
Bioampliação consiste no aumento da concentração do pesticida de nível trófico para nível trófico ao longo das cadeias alimentares.
Os pesticidas tornam-se um perigo para o Homem de forma
directa, por envenenamento e de
forma indirecta, através das cadeias alimentares.
Métodos alternativos: a luta biológica
Controlo da população de pragas através da utilização dos seus inimigos naturais, como predadores ou parasitas.
Esterilização de insectos
Utilização de hormonas animais FeromonasHormonas juvenis e de muda
Biopesticidas
Engenharia genéticaMétodos selectivos e não
tóxicos!
Utilização de espécies predadoras das pragas
As espécies predadoras são insectívoras, mas não atacam as culturas, mantendo assim controladas as populações das pragas
Os louva-a-deus comem outros insectos de menores dimensões que comem as culturas, mas não são vegetarianos.
Utilização de espécies parasitóides das pragas
Utilização de espécies parasitóides das pragas mas que não constituem ameaça para o ser humano.
É o caso da vespa braconida (C. insularis), pois não tem ferrão nem ataca o humano. A fêmea coloca os seus ovos no interior dos ovos de várias espécies identificadas como pragas.
C. insularis a parasitar os ovos de S. frugiperda. (praga).
A larva menor corresponde à da espécie identificada como praga.
Luta biológica: Problemas
Dificuldade na selecção do melhor inimigo natural e sua produção em larga escala;
Maior lentidão na obtenção dos resultados pretendidos face aos pesticidas;
Risco de crescimento dos inimigos naturais a ponto de se tornarem numa nova praga.
Esterilização de insectosMachos esterilizados em laboratório
são libertados. Ao acasalarem não produzem descendência e a população da praga diminui.
Desvantagens:Aplicação reduzida a
algumas espéciesMétodo dispendiosoExige grande
quantidade de machos estéreis, pois para ser eficaz é preciso ser aplicado durante muito tempo e continuamente
Uso de feromonasUtilização de hormonas
sexuais para atrair os insectos para armadilhas e desviando-os das culturas.Também podem ser
usadas para atrair os predadores naturais ou parasitas das pragas Acção muito específica.
Processo de identificação, isolamento e produção da feromona é muito dispendioso.
Hormonas juvenis ou de mudaEstas hormonas controlam o ciclo de vida dos
insectos.A sua aplicação pode interferir no ciclo de
vida das pragas, fazendo com que não se complete ou seja interrompido.
BiopesticidasAlguns organismos
produzem substâncias específicas que são tóxicas para outras espécies, podendo por isso ser usadas como biopesticidas.
Exemplo: toxinas Bt. Produzidas por bactérias do solo, são aplicadas nas
culturas para as proteger das pragas. Não são perigosas para a saúde humana.
Engenharia genética
Criação de espécies resistentes a pragas;
Introdução de genes que codificam a produção de biopesticidas;
Utilização da técnica do DNA recombinante para:
Engenharia genética
Vantagens ProblemasPermite aumentar a
especificidade, eficiência e estabilidade dos biopesticidas
Baixos custosRedução da aplicação
de pesticidasResultados rápidos
quando comparados com o controlo biológico
Transferência de genes estranhos pode causar desequilíbrios nos ecossistemas
Perda de controlo dos genes por possibilidade de cruzamentos indesejados
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