8/25/2015 Por que no vaiamos Angela Merkel? | Observatrio da Imprensa Voc nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito
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Tera-feira, 25 de Agosto de 2015 ISSN 1519-7670 - Ano 19 - n865
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IMPRENSA EM QUESTO > COBERTURA DA COPA
Por que no vaiamos Angela Merkel?Por Lyana Thdiga de Miranda em 01/07/2014 na edio 805
Nesta primeira fase da Copa do Mundo no Brasil, a mdia demonstrou que nem s de craques,dribles ou gols vive uma cobertura futebolstica. A presena de representantes governamentais eda realeza mundial nas primeiras partidas comprova a importncia da unio entre popularidade evisibilidade que s o futebol parece conseguir.
Mas, em uma tentativa de conter os temas dentro das quatro linhas, a mdia brasileira perdeuuma boa oportunidade de pautar um outro gol canarinho: o Marco Civil da Internet. Na busca porser um modelo para uma rede aberta e livre, ainda indito em outros pases, tal formato sobre osdireitos digitais criou laos entre Brasil e a Alemanha de Angela Merkel para alm do megaeventoesportivo.
Porm, sobrepujada por dribles assertivos da mdia brasileira, que optou por relacionar a visita dachanceler alem ao futebol, quase nada se ouviu sobre seu compromisso diplomtico. Nem sobresua poltica, tida como austera, que derrotou de goleada os portugueses antes mesmo dasequipes entrarem em campo. Ao contrrio do que ocorreu com Dilma, para Angela nada de vaias,somente alguns aplausos que ecoaram bem mais alto nas notcias do que no estdio.
Assim, quando em campo, a grande mdia mostrou que se deixa atravessar em todas aseditorias por um protocolo prprio do jornalismo esportivo contemporneo, no qual os critriosde noticiabilidade assumem uma tendncia a valorizar o banal e ignorar o essencial. Exalta-se oespetculo e suplanta-se o fato.
Um importante tpico
Seguindo esse modelo, a visita da chanceler alem ao Brasil a convite da presidente Dilmaassumiu tons de frias em solo baiano. Alada ao posto de celebridade, as matrias sobre ela nose esforaram em ultrapassar os flagrantes comportamentais do contato de Angela com a culturabrasileira.
Conhecida pela rigidez, os relatos que pipocaram na mdia seguiram uma descrio quaseetnogrfica desse encontro de culturas. Tom que marcou a narrativa de textos e imagens, como anotcia publicado na pgina de esportes do site de O Globo [Angela Merkel acompanha a estreiada Alemanha na Copa] que se esmerou em divulgar: Logo que chegou, [Merkel] bebeu gua decoco e pareceu gostar muito.
Ao priorizar a Merkel torcedora, a mdia brasileira no focou na sua parceria com o Brasil,gerando somente mdia espontnea para a equipe alem. Contudo, de acordo com o portal denotcias Deutsche Welle, o encontro entre Dilma e Merkel versou sobre diversos interessescomuns, como o comrcio entre os dois pases a Alemanha o parceiro comercial europeunmero 1 do Brasil e os empenhos mtuos sobre livre comrcio entre Mercosul e UnioEuropeia.
Para alm dos temas comerciais, perdemos a chance de debater um importante tpico da pautadas duas governantes: a busca por uma poltica global da internet. Parceiros no embate espionagem norte-americana realizada pela Agncia de Segurana Nacional (NSA) da qual foramalvos , os governos de Dilma e Angela foram protagonistas ao propor ONU, em 2013, umprojeto de resoluo sobre o direito privacidade digital, que parece estar s no incio.
Meras peas publicitrias
Com a recente aprovao do Marco Civil da Internet uma ao pioneira que se caracteriza porser um instrumento normativo que assegura direitos e deveres pautados na cidadania no caosda rede , a mdia brasileira perdeu o timing. E deixou passar em branco um bom momento parase instaurar um debate pblico sobre a questo que une duas importantes lideranas mundiais ediz respeito a todos.
A discusso sobre o Marco Civil leva a repensar o direito comunicao e ao acesso informao,bem como todo um modelo de cidadania dentro ou fora da rede. Assim, preciso levar emconsiderao que, com a ampliao e promoo de uma internet aberta e livre, o que se pretende
1 As causas do analfabetismofuncional2 O padro de beleza imposto pela mdia3 A mdia s deveria atuar sclaras4 O estado da arte na vsperado apocalipse5 Golao de Romrio, pisada nabola de Veja
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Onde esto os Srgio Moro
do jornalismo?
Um jornalismo sem
vergonha
Memria e inquietao na
segunda edio de
Reprter
O que a crise do Jornal
no s um maior contato com os diversos contedos ali diariamente includos, mas promoverum acesso amplo cultura e educao por meio de um canal de comunicao que acata apluralidade e a livre expresso responsvel.
Com esse movimento, de se esperar que tal acesso gere uma demanda que atinja diretamenteos grandes monoplios da comunicao brasileira, que logo tero que rever no s seu modusoperandi como todo seu modelo econmico e de negcios. Padro este cunhado em um perodoto conservador quanto autoritrio, no qual ao mesmo tempo em que era incentivado o salve aseleo, abafava-se, de forma violenta, o grito por liberdade.
Nessa batalha por um modelo de internet livre e aberta, o que se percebe que a aclamadaliberdade de expresso no se separa da democratizao mais ampla dos meios de comunicaocomo um todo. Para tanto, ser preciso enfrentar a mobilidade de termos seminais para acomunicao social, como democracia e liberdade. Conceitos que no admitem simplificaes eque, por isso mesmo, parecem nunca assumir, por parte da mdia brasileira, uma ntidaconotao. Na dvida, a mdia vai tateando de acordo com seus interesses. Por um lado,generaliza a presena da governante europeia em tchauzinhos amistosos e visitas caridosas e,por outro, localiza a presidente brasileira, e todo o seu governo, no aviltamento das vaias exingamentos.
Em comum, um esforo miditico que acaba por desfazer as condies imprescindveis de acesso informao capaz de promover a participao, o debate e a gesto pblica e democrtica deforma qualificada , dentro e fora dos estdios, em prol de fazer de tais episdios, apenas, peaspublicitrias.
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Lyana Thdiga de Miranda jornalista, publicitria e doutoranda em Educao
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