Pneumonia associada à Ventilação Mecânica/Viroses Respiratórias
Felipe Teixeira de Mello Freitas
Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Materno
Infantil de Brasília
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 13 de maio de 2014
I Seminário de Controle de Infecção em NeonatologiaBrasília, 6 de maio de 2014
Patogênese
Colonização da nasofaringe, secreção traqueal e gástrica
Aspiração desses materiais pode gerar PAV
Fontes exógenas: contaminação pelas mãos dos
profissionais, circuito do ventilador e do tubo traqueal
Disseminação hematogênica para o pulmão é rara
Contexto
Dificuldade de diagnóstico
– Falta de uma definição específica
– Dificuldade de coleta de material das vias aéreas
inferiores
Definição ANVISA
Problemas:
• No período neonatal várias doenças podem apresentar
alterações na radiografia de tórax similares à pneumonia
Definição ANVISA
Definição ANVISA
Problemas:
– Não é possível realizar técnicas invasivas de coleta de
material das vias aéreas baixas como a broncoscopia
– Aspirado traqueal não permite a diferenciação de
colonização de infecção
– Extrapolação de parâmetros validados na população de
adultos ou crianças > 3 meses
Ausência de padrão ouro para validação de
novas técnicas
– Definição do CDC, cultura positiva de sangue,
líquido pleural ou biópsia pulmonar
Microbiologia
Lavado broncoalveolar às cegas
– 61% de isolamento de bactéria gram negativas
com predomínio de Pseudomonas aeruginosa
– Outras mais comuns:
• Staphylococcus aureus
• Klebsiella pneumoniae
• Escherichia coli Cernada M et al. Pediatr Crit Care Med. 2013
Tratamento
Os esquemas usuais para sepse tardia utilizado na
unidade de acordo com a flora nosocomial e os padrões
de resistência
Não há estudos em neonatologia quanto ao tempo de
duração da antibioticoterapia
Viroses Respiratórias em UTIN
Vírus Sincicial Respiratório e sua prevenção
Introdução
A mortalidade e morbidade são consideráveis em,
principalmente em prematuros, RN com doença cardíaca ou
pulmonar
A incidência de infecções virais na UTIN é muitas vezes
subestimada
– Estudo brasileiro: 78 RN prematuros submetidos a VM, 23 (29%)
– 14% VSR; 10% Influenza A; 3% influenza A e parainfluenza 1; 2% VSR
e parainfluenza 3Diniz et al. Rev Inst Med Trop. 2005
Transmissão
Eliminação de gotículas de um adulto (visitante ou profissional)
que contamina diretamente um RN ou o ambiente
Infecções oligossintomáticas em adultos e RN e longo período de
excreção viral no RN
O risco é maior no período de sazonalidade das viroses
respiratórias na comunidade
Sazonalidade
Freitas et al. Braz J Infect Dis. 2013
Patogênese - VSR
Inoculação viral na nasofaringe ou mucosa ocular após contato direto
com secreções ou fômites, a inalação de gotículas é menos comum
VSR pode sobreviver várias horas nas mãos e no ambiente –
precaução de contato e higiene das mãos
Visitantes e profissionais são potenciais fontes de transmissão – os RN
infectados excretam o vírus em altos títulos por tempo prolongado
Clínica
Período de incubação de 4 a 5 dias
Período de transmissibilidade é de 3 a 8 dias, porém no RN pode durar semanas
Manifestações clínicas podem variar de coriza, congestão nasal, tosse a pneumonia grave com necessidade de VM e óbito
Fatores de risco
• Idade menor que 6 meses
• Prematuridade (principalmente < 28 semanas, mas
importante a todos < 35 semanas)
• Baixo peso ao nascimento
• Doença pulmonar crônica (Broncodisplasia)
• Cardiopatia congênita
Diagnóstico
Padrão ouro: cultura em células Hep-2
– ELISA: resultados rápidos
• sensibilidade 57-97%; especificidade 69-100%
– Imunofluorescência (IFA) direta: 45 minutos
– IFA indireta: 3 horas
• Sensibilidade e especificidade ~ 85%
– PCR: caro e não disponível
Tratamento
Não existe tratamento específico
Medidas de suporte e terapia intensiva
Uso off-label de palivizumab para controle de surtos em
UTIN
Prevenção
• Precaução padrão – higiene da tosse e etiqueta
respiratória
• Precaução de contato e respiratória
• A incubadora pode funcionar como barreira
respiratória
• Coorte nos casos de surto
Imunização passiva
Anticorpo monoclonal humanizado – Palivizumab
– 95% humano e 5% murino
Direcionado para o sítio antigênico A da proteína de
fusão do vírus sincicial respiratório – previne a
formação de sincício nas células pulmonares
Efetividade
139 centros dos EUA, Reino Unido e Canadá
1502 crianças de alto risco
– prematuros < 35 sem com até 6 meses de vida no início da
estação do VSR
– Lactentes < 2 anos com displasia broncopulmonar em uso de
tratamento contínuo
Aleatorizadas para receber placebo ou palivizumab
15mg/kg/dose, IM, 5 injeções mensais
Efetividade
Redução da incidência da hospitalização por VSR em
55% (p<0,001)
Entre as crianças hospitalizadas que receberam
palivizumab reduziu o tempo de internação e o tempo
de necessidade de oxigenioterapia
The Impact-RSV Study Group. Pediatrics. 1998
Recomendação da SES/DF
Portaria no 93 de 24 de abril de 2013
– Administração de abril a agosto
– Menores de um ano que nasceram com < 29 sem
– Crianças < 2 anos com broncodisplasia pulmonar que
necessite de tratamento
– Crianças < 2 anos com cardiopatia congênita
Formulário de solicitação
Termo de consentimento
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