UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
FACULDADE DE ARTES E COMUNICAÇÃO - FAAC
PRODUÇÃO DE MULTIMÍDIA
MILENE MORAES ALMEIDA
PHOBIA A realidade em exagero
TFC – TRABALHO FINAL DE CURSO – FOTOGRAFIA
Santos
2015
“As coisas que nos
assustam são em maior
número do que as que
efetivamente fazem
mal, e afligimo-nos
mais pelas aparências
do que pelos fatos
reais. ”
Séneca
1. Apresentação
O ensaio fotográfico “Phobia – A realidade em exagero”
retratará de forma breve e direta objetos e situações que
causam medos irracionais em certas pessoas. Esses objetos
presentes em nosso dia-a-dia não chamam muita atenção e
raramente pensamos profundamente sobre eles, porém, para os
que são considerados fóbicos, um simples encontro com seu
objeto de fobia envolverá todo um confronto.
As fotos serão feitas visando focar e ampliar os
aspectos de cada um desses objetos de forma que eles possam
despertar incômodo, medo ou aflição, levando os observadores
a sentirem-se, de certa forma, como os que sofrem com essa
patologia.
O ensaio será impresso em formato de um foto-livro, que
além das fotos contará com algumas das citações reais
coletadas durante a fase de pesquisa do projeto; diversos
entrevistados responderam a um questionário a respeito de
seus medos e fobias.
Esta parte do trabalho é igualmente importante às fotos
pois, enquanto a imagem levará o leitor a ver com o olhar
fóbico, as frases o levarão a entender o que se passa na
mente deste indivíduo, que se abre e conta com suas próprias
palavras como se sente em um momento de confronto, criando
empatia.
Muitas pessoas ainda consideram o medo e a fobia iguais
e acabam por menosprezar o portador da mesma, ou muitas vezes
negam a própria fobia e perdem a oportunidade de procurar
ajuda e se tratar. Este foto-livro deve servir para
conscientizar e educar sobre o tema para que isso deixe de
acontecer.
2. Objetivo
Meu objetivo é apresentar um ensaio composto de 20
fotografias diferentes, em locais e momentos diferentes, com
uma única característica em comum: Todas elas retratarão um
objeto ou situação que serve como um gatilho para o medo em
muitas pessoas. No ensaio fotográfico: PHOBIA – A realidade
em exagero, demonstrarei a partir de cenas corriqueiras o
que desperta sensações como pânico nos fóbicos.
Como a fobia é considerada um transtorno mental, farei
o foto-livro e este relatório com características que remetam
à documentos psiquiátricos antigos, citando inclusive alguns
depoimentos reais e anônimos de pessoas que tem medo
irracional de algo (estas citações serão tiradas das
respostas dadas ao formulário aplicado a diversas pessoas,
na fase da pesquisa deste projeto). O foto-livro representará
um caderno de anotações composto pelo ensaio, frases
coletadas, etimologia, significados, galeria e alguns textos
fictícios como diagnóstico e parecer psicológico que
representam um tratamento. Além disso haverá uma conclusão
final chamando a atenção do leitor para a importância do
conhecimento sobre as fobias.
,O acabamento do foto-livro será feito de forma
artesanal, para aumentar a sensação de que esse realmente
seja um bloco de notas antigo, preenchido com pressa por um
analista. Os CD’s também serão feitos seguindo a mesma
identidade visual, simulando um disquete com os documentos
privados de algum paciente.
As fotografias irão retratar algumas fobias, abrangendo
principalmente as fobias específicas, que são bastante
curiosas.
É importante ressaltar que as fotos não registarão o
fóbico especificamente, tampouco sua reação diante de seu
medo, e sim o objeto do medo em si. Ou seja, fotografarei o
dentista, a altura, o escuro, o inseto e etc. Sempre buscando
expor de forma simples as características “mais assustadoras
ou aflitivas” de cada um deles.
Para demonstrar com mais precisão que o medo tem mais
a ver com a forma com que vemos as coisas, do que com o
verdadeiro perigo que elas oferecem, não manipularei
digitalmente nenhuma delas (exceto saturação e exposição).
A única manipulação visível será a da perspectiva, a do ponto
de vista, a do exagero.
3. Público/ Mercado
Esse ensaio não foi pensado para um público específico,
e sim para que o público em geral conheça um pouco mais sobre
um tema específico.
Por ser bastante simples de entender, o foto-livro pode
ser usado por psicólogos e educadores para desmistificar
alguns pontos sobre as fobias que possam causar preconceito
nas escolas, ou mesmo dentro de núcleos familiares.
Por existirem poucas publicações a respeito do tema,
que sejam acessíveis e de fácil absorção, muitas vezes os
portadores de fobias são acusados de estarem com “frescura”,
fazendo “drama desnecessário”. O que é difícil de explicar
a um familiar ou colega é que as reações demonstradas por
esses pacientes ao terem que confrontar suas fobias, não
podem ser facilmente controladas, e muitas vezes o próprio
fóbico, por falta de conhecimento, acaba sem saber que porta
um distúrbio e que a única forma de o superar, será
procurando intervenção terapêutica.
Dessa forma, somente para que haja uma definição de
público alvo: como principais, se encontram as pessoas que
em geral apreciam fotografias e ensaios diversos; gente com
o costume de consumir esse conteúdo em livrarias físicas ou
on-line.
O público indireto inclui os próprios fóbicos,
principalmente os que ainda não tem ciência da realidade em
que se incluem. O indivíduo potencialmente fóbico seria
beneficiado, pois ao ver as imagens e ler depoimentos de
outros como ele, pode sentir-se mais confortável no
aceitamento da situação, superar seu preconceito, e procurar
ajuda.
Além disso, os familiares dos fóbicos, para que esses
possam conhecer um pouco mais e criar empatia, ajudando
assim, a evitar exclusão daqueles que convivem com eles e a
melhorar a forma de lidar com isso.
Foram citados amigos e familiares, porém qualquer
pessoa pode ser beneficiada por este conhecimento. Isso
porque as fobias são muito mais comuns do que imaginamos e
é possível que em algum momento, qualquer pessoa conheça
alguém fóbico e tenha que lidar com isso, ou até o mesmo
passe por algum evento traumático que o faça desenvolver
alguma fobia. Portanto, é importante que todos conheçam a
realidade de que esse transtorno mental existe, e que ainda
pode em algum momento, cruzar seu caminho.
Quanto ao mercado, a venda do foto-livro primeiro
contemplaria livrarias e bancas em geral, para ser adquirido
por amantes de fotografia ou curiosos sobre o tema. O mercado
indireto envolve a comercialização à psicólogos e
psiquiatras, para que esses os disponibilizem em suas salas
de espera, promovendo o conhecimento e envolvimento das
pessoas com o assunto.
Fora os mercados tradicionais, seria possível buscar
patrocínio para a impressão do foto-livro, talvez em um
material mais econômico, e vendê-lo com a intenção de
angariar fundos para um projeto social que se solidarize com
os fóbicos: Promovendo além de conscientização, uma
facilidade na busca do tratamento.
3. Justificativa
Apesar de a busca por ajuda psiquiátrica já não ser um
grande tabu na sociedade atual, infelizmente ainda contamos
com uma ignorância generalizada quando o assunto é a saúde
mental. Existem desordens mentais mais populares e,
portanto, mais citadas. De certa forma a fobia se encaixa
nesse caso, porém, apesar de haver gente falando sobre isso,
existe pouca informação verídica e comprovada, o que faz com
que a patologia não seja tratada com a devida seriedade.
Dessa forma, esse projeto é muito importante
socialmente, pois possibilitará que esse conhecimento seja
compartilhado com mais pessoas.
Não é incomum um fóbico ser humilhado depois de
apresentar alguma reação exagerada a algo que passou
desapercebido pelos outros. O diferente sempre despertou
desconfiança, e nesse caso a desconfiança gerada é ainda
maior, pois à primeira vista, o fóbico é uma pessoa
completamente saudável.
Apesar de se tratar mais de um ensaio fotográfico do
que uma literatura completa sobre o tema, o impresso pode
causar nas pessoas a curiosidade necessária para que elas
possam perceber no comportamento de outras, os traços da
fobia com muito mais facilidade, reconhecendo os sintomas
básicos.
A viabilidade do foto-livro existe, porém não seria um
produto barato, pois o papel fotográfico é bastante caro.
Também no caso de comercialização, seria ideal realizar o
acabamento industrialmente, pois o método de encadernação
manual demanda muito tempo e não possibilita a padronização
perfeita de cada unidade.
No caso de produzir o impresso em larga escala, poderia
ser interessante a substituição do papel fotográfico por
papel offset, que apesar de não se aproximar ao papel
fotográfico quanto a qualidade para impressão de imagens e
fotos, baratearia muito a produção. Quanto a proporção
15x20cm, poderia ser mantida.
A utilização do ensaio fotográfico associado a outros
conteúdos pode ser estudado. A exposição das fotos é uma
opção bastante viável, bem como o uso das imagens para
ilustrar outros impressos ou blogs e websites.
5. Definições
Na mitologia grega, Deimo(horror) e Phobos(medo) eram
irmãos gêmeos, filhos de Ares; o deus da guerra, e Afrodite;
a deusa do amor. Os dois irmãos costumavam acompanhar seu
pai nas guerras, e eram responsáveis por causar nos oponentes
medo e covardia perante o exército comandado por Ares.
Apesar dessa história não passar de um mito, é sabido
que lendas e mitos são um retrato dramatizado da própria
essência humana. Através deles podemos buscar entender um
pouco melhor nossa mente, as relações humanas e a forma com
a qual enxergamos o mundo. Nesse mito em específico temos
como protagonista o medo, que é também o protagonista deste
projeto, bem como a inspiração para o seu nome.
O tema “fobias” foi escolhido por dois motivos
principais: Primeiro, pois é um tema muito vasto, com poucos
trabalhos fotográficos realizados, e segundo, pois é um tema
que possibilita uma gama muito ampla de fotografias
diferentes sem fugir do assunto em comum.
Segundo o manual diagnóstico e estatístico dos
transtornos mentais: “A fobia é a ocorrência de um temor
persistente que é excessivo ou irracional, desencadeado pela
presença ou antecipação de um objeto ou situação específica.”
A fobia, portanto, se enquadra na qualidade de patologia
e é bastante diferente do medo, que é importante e
fundamental para a sobrevivência e evolução humana. O que
diferencia os dois sentimentos é o nível de gravidade dos
sintomas e o quanto o medo prejudica diretamente a vida do
indivíduo.
Existem mais de 400 fobias diferentes, nem todas elas
aparecem na literatura médica, porém todas já foram relatadas
em algum momento a um psicólogo ou psiquiatra. Essas fobias
são divididas em 3 grupos principais: As fobias sociais, A
agorafobia e as fobias específicas.
As fobias sociais são aquelas em que o indivíduo sente
um pavor irracional de ser humilhado ou menosprezado em
público. Essa fobia muitas vezes é confundida com timidez
exagerada, porém no caso do fóbico, ele acaba tendo aversão
a realizar tarefas consideradas básicas, como falar ou comer
em público. Esta fobia é muito desgastante para o indivíduo,
pois torna sua convivência em sociedade quase impossível.
A agorafobia é caracterizada por medo de estar em uma
situação impossível de escapar durante uma crise de pânico,
os fóbicos desta categoria podem ter medo de multidões, de
estarem sozinhos ou de sair de suas casas.
A categoria de fobias específicas, abrange todas as
fobias que se direcionam para um objeto ou situação
específicos. Essa categoria é dividida por sua vez em, ao
menos 5 subgrupos: Animais, sangue ou agulhas, aspectos do
ambiente natural, situações e outros (medo de vomitar por
exemplo).
A fobia por si mesma, consiste em um transtorno, porém
pode ser um sintoma de outro problema, normalmente mental
também.
Os sintomas dessa desordem, incluem: ataques de pânico
derivados de algo que possui pouco ou nenhum perigo real;
desejo de evitar completamente o objeto de seu medo; reações
físicas como suor excessivo; taquicardia; dificuldades
respiratórias, ansiedade ou angústia desmedidas e falta de
autocontrole sob as reações, apesar de conhecer a
desproporcionalidade delas. Outros sintomas podem variar de
acordo com a fobia.
A causa das fobias ainda permanece desconhecida para a
comunidade médica, porém existem pesquisas que apontam
fatores genéticos como um dos responsáveis pelo seu
desenvolvimento. Ainda assim, como na maioria dos problemas
comportamentais, um dos fatores associados mais óbvios ainda
é um trauma ou experiência anterior.
A fobia pode aparecer em qualquer idade do indivíduo e
bem como sua origem, não existe ainda um método de prevenção
comprovado.
Para diagnosticar uma fobia é necessária a visita a um
médico psiquiatra ou mesmo um psicólogo para uma avaliação
minuciosa. Enquadrado como fóbico, o indivíduo poderá ser
tratado de diversas formas, dependendo de como ele e o médico
responsável decidam lidar com o problema. Tratamentos com
psicoterapia associada a medicamentos são comprovadamente
efetivos, porém tratamentos alternativos são paliativos
interessantes e também produzem bons resultados em casos
mais amenos.
O diagnóstico e tratamento da fobia são muito
importantes, pois uma fobia que persista por muito tempo
pode causar complicações físicas e psicológicas no
indivíduo, comprometendo sua qualidade de vida social,
profissional e afetiva. Em casos extremos, mas não incomuns,
foram relatados isolamento social, depressão, abuso de
substâncias e até mesmo o suicídio.
6. Pesquisa
Inicialmente, a parte da pesquisa envolveu conversas
informais com diversas pessoas sobre a visão que tinham sobre
o tema e as experiências que já haviam tido em algum momento
envolvendo alguma fobia. Foi constatado que muitas pessoas
se interessam pelo tema, porém sabem muito pouco sobre ele
devido falta de informação disponível e também por falta de
interesse de buscar maiores informações.
Em seguida verifiquei sites e bancos de imagem em busca
de fotos já feitas sobre o tema, e constatei que a maioria
delas retratava apenas o fóbico e as reações do mesmo, apesar
do termo de pesquisa utilizado ter sido “Fobia” e não
“Fóbico”.
Através de sites principalmente, e de um e-book
disponibilizado no Google Books(citados na bibliografia)
procurei saber mais sobre as fobias conhecidas, curiosidades
sobre o tema, histórico, e informações mais técnicas como
causas, sintomas, fatores de risco e etc.
Além disso, fiz uma ampla pesquisa terminológica;
pesquisando significados e origem de diversos nomes de
fobias.
Questionei informalmente estagiários da área
psicológica para definir a melhor abordagem ao tema e como
poderia coletar mais informações. Afinal, formulei um
questionário sobre medos e fobias que apliquei pessoalmente
e virtualmente.
O formulário virtual utilizado pode ser acessado
através da URL: http://goo.gl/forms/6ooqH6K1Da e conta com
as seguintes questões:
1. Nome.
2. Idade.
3. Alguma das categorias abaixo contém algo que te desperte medo ou desconforto extremo?
Animais.
Aspectos do ambiente natural.
Sangue, injeções ou feridas.
Situações.
Outros tipos.
4. O quê? Comente.
5. Você conhece seu maior medo? Qual é?
6. Existiu algum episódio que possa ter sido
responsável por criá-lo ou agravá-lo?
7. Dentro da escala abaixo, quanto você considera que esse medo afeta a sua vida? (0 a 10)
8. Como se sente quando é forçado a confrontá-lo?
9. Isso, alguma vez, chegou a ponto de te atrapalhar em seu convívio social?
10. Se sim, comente.
11. Como as outras pessoas se comportam ao saber de
seu medo?
12. Possui alguma técnica para amenizar sua angústia
em momentos nos quais seja obrigado a confrontá-lo?
13. Já chegou a se consultar com um terapeuta a
respeito disso?
14. Se sim, ajudou? Ele considerou seu caso compatível
com uma fobia?
15. Estaria disposto a falar mais sobre isso se
necessário? (Para fins acadêmicos)
O questionário foi respondido por 83 indivíduos, que
não terão seus nomes mencionados, com idades entre 19 e 50
anos. Dessas 83 pessoas, 21 declararam temer a “animais”; 9
disseram que tem medo de “aspectos do ambiente natural”; 17
disseram temer “sangue, injeções e feridas”; 24 escolheram
“outros medos” e 18 escolheram “situações” como categoria
que lhes despertava mais medo. Algumas pessoas responderam
que não tinham medo significativo de nada, enquanto outras
declaram mais de uma opção. Isso me levou a pensar que
existem pessoas com mais tendência a ter medo do que outras,
porque enquanto uns disseram não temer a nada outros marcaram
todas as opções disponíveis.
De todos, 16 pessoas acreditaram que seu medo era
elevado o bastante para procurarem ajuda psicológica para
avaliação, e destes apenas 12 foram diagnosticados com fobia,
sendo a maioria fobia social. Todos sentiram uma melhora
relevante com a terapia e 1 pessoa disse que conseguiu
tratar-se através de homeopatia e terapias alternativas.
Foi muito curioso perceber como pequenas coisas tem o
poder de mudar uma vida. Isso fica bem claro ao ler algumas
das respostas para a questão “Existiu algum episódio que
possa ter sido responsável por criá-lo ou agravá-lo?”:
“Sobre ter medo de vomitar? Sim. Começou quando passei
mal na frente do primeiro namorado. ”
“Uma vez, quando tinha uns 4 anos, estava no carro com
meu tio e ele acelerou em cima de uma caçamba de lixo
e desviou bem pertinho. Foi muito rápido e lembro que
chorei muito porque achei que fosse morrer. ”
“Com relação a injeções: Minha família me levava forçado
para tomar, e nos dias atuais tenho pavor. Sinto até
''cheiro de injeção'' quando vou no Hospital/UBS. Em
estar de frente para um público apresentando trabalho
e ver colegas rindo de você e etc.”
“...Acredito que a minha criação, onde a cobrança por
notas altas era muito intensa, o fato de ter ido para
o ensino superior, onde a cobrança parecia ser maior e
o meu rendimento não correspondia, deve ter feito isso
aumentar.”
“Essa agonia surgiu após eu fazer cursinho em um local
muito apertado, onde as pessoas trombavam em mim. E
após uma tentativa de furto.”
“Sim. Algumas vezes já tive que me concentrar muito
para conseguir retomar a consciência. Fico repetindo
várias vezes "acorda (nome cortado), acorda!", ás vezes
eu luto bastante e acordo com o coração acelerado. Pelo
que pesquisei é a chamada paralisia do sono. ”
“Minha mãe me registrou com um nome incomum, eu entrei
com um processo que está em fase final para trocar por
um mais comum. Na escola, nos hospitais as pessoas
sempre tiraram muito sarro de mim. Não participei das
excursões escolares, porque sabia que iriam fazer
chamada, e iriam falar meu nome e eu passaria
constrangimento. Sempre evitei conhecer pessoas novas
e me aproximar de outras para não ter que me apresentar.
Deixei de fazer cursos e hoje estou na faculdade porque
pedi aos professores para me chamarem pelo novo nome,
enquanto não troco meus documentos. No entanto, me
desanimei várias vezes e quase desisti por medo dos
meus colegas descobrirem a verdade e começarem a me
desprezar, como na época da escola. Atualmente já saí
da sala de aula várias vezes na hora da chamada, mesmo
sabendo que a professora não iria me chamar pelo antigo
nome, mas sentia tanto medo, e meu coração acelerava
que eu sentia vontade de sair correndo. Depois das
férias agora, ainda não pisei na faculdade, não consigo
dormir direito, porque não quero desistir do curso, mas
ao mesmo tempo tenho medo de pedir aos professores para
me ajudarem novamente, eu me sinto extremamente
humilhada com essa situação. O nome foi o motivo de eu
ter deixado de fazer muitas coisas na minha vida, passei
25 anos me escondendo feito criminosa. Esse assunto me
angustia e ás vezes me dá vontade de não existir. ”
Depois de ler e quantificar todas as respostas me senti
pronta o bastante para registrar em fotos os elementos que
mais incomodam as pessoas que responderam o questionário.
7. Desenvolvimento
Como o projeto tem foco principal na área da fotografia,
comecei realizando o ensaio fotográfico. Fiz as fotos em
dias e locais diferentes, sempre pensando em um roteiro no
qual pudesse aproveitar o máximo possível as características
causadoras de fobias. O ensaio contou com 20 fotos, listadas
a seguir:
Acrofobia:
A fotografia foi tirada no Morro da Asa-Delta, São Vicente,
local escolhido pois é possível ver a cidade de cima, em uma
altura razoavelmente grande. A cena foi pensada para que o
observador veja primeiro o corpo, depois perceba que ele se
encontra deitado em uma queda, e logo atrás é possível ver
diversos prédios que apontam uma queda grande. Com essa
sensação e o pensamento de que o homem pode cair a qualquer
momento deve criar ao menos um incômodo. O ângulo da câmera
em plongée sugere que o indivíduo esteja escorregando para
a queda.
Tempo de exposição: 1/50s
Escala f: f/14
ISO: 400
Distância focal: 18mm
Data e hora: 12/10/2015 17:06
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Acusticofobia:
Esta foto, tirada em ambiente interno, mostra uma mão
arranhando uma lousa, à ponto de arrancar a tinta. Muitas
pessoas têm aflição intensa à este barulho, e outros sons de
alta intensidade.
Aerodromofobia:
Tirada em algum ponto entre São Paulo e Brasília, cliquei a
foto no momento que o avião fazia uma manobra para a direita,
favorecendo a visão da altura e enquadrando a asa, que é uma
das palavras-chave sobre o medo de andar de avião.
Tempo de exposição: 1/50s
Escala f: f/5.6
ISO: 1600
Distância focal: 79mm
Data e hora: 27/10/2015 16:36
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/800s
Escala f: f/10
ISO: 800
Distância focal: 25mm
Data e hora: 20/08/2015 15:54
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Agorafobia:
Essa foto foi tirada dentro de um ônibus circular na cidade
de Santos. Escolhi um “horário de pico” onde é sabido que
não existe espaço entre as pessoas e a sensação de abafamento
seria incômoda para qualquer um, se agravando então se o
indivíduo se encontrar na condição de fóbico.
Aracnofobia:
Esta foto tirada no parque nacional Chapada dos Veadeiros,
Goiás, é de uma aranha que tecia um túnel de teia. Apesar de
haverem outras aranhas maiores, escolhi essa pelo movimento
das pernas. Ela não estava retraída, estava andando
lentamente com as suas pernas finas, o que é bastante
Tempo de exposição: 1/80s
Escala f: f/5.6
ISO: 800
Distância focal: 67mm
Data e hora: 27/10/2015 16:00
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/8
ISO: 400
Distância focal: 135mm
Data e hora: 23/08/2015 13:15
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
assustador para qualquer fóbico que tenha aversão à
aracnídeos. Por fim, mas não menos importante está a teia;
a dessa aranha é espessa, uma armadilha perfeita, portanto
escolhi esse corte, pois deixa bem aparente a teia em
primeiro plano, e a aranha disfarçada pelas folhagens no
segundo plano.
Belonofobia
Na belonofobia, o medo é de agulhas e outros objetos
perfurantes, então para registrar essa fobia, cliquei essa
foto em ambiente interno, no momento em que a agulha penetra
na pele, apenas a primeira cena em destaque e o restante
fora de foco. O sangue é falso, e o coloquei na seringa,
pois é comum o indivíduo sentir fobia de agulhas associada
à fobia de sangue.
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/5.6
ISO: 800
Distância focal: 75mm
Data e hora: 25/10/2015 10:55
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Catsaridafobia
Nesta foto, tirada em São Vicente, procurei unir os dois
aspectos mais apavorantes em uma das fobias mais comuns: A
barata e a sujeira. O aspecto das baratas cascudas e
asquerosas se encarrega de quase toda a má fama, enquanto o
ambiente sujo em que elas vivem acrescenta um pouco mais de
asco. A foto foi tirada com zoom para captar até os pelinhos
das pernas delas, mas sem deixar de enquadrar uma parte do
chão, meio úmido perto de um bueiro.
Claustrofobia
Esta foto foi tirada em uma formação rochosa em Alto Paraíso,
Goiás. O ângulo escolhido foi para dar uma sensação de
confusão mental e abafamento. O enquadramento da foto também
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/5.6
ISO: 400
Distância focal: 126mm
Data e hora: 14/10/2015 18:11
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/7.1
ISO: 1600
Distância focal: 18mm
Data e hora: 23/08/2015 13:07
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
foi essencial para esconder o fato que a mulher não se
encontra presa e sim apenas encostada na pedra. A foto foi
feita em branco e preto para evitar que as cores vivas
tirassem a sensação claustrofóbica.
Coulrofobia
Os fóbicos que encontram nos palhaços seu maior horror
costumam ficar apavorados diante das cores exageradas, dos
barulhos de balões, da maquiagem carregada e do disfarce
como um todo. Para essa foto optei por um autorretrato em
contra plongée para demonstrar como deve sentir-se uma
criança pequena junto a uma criatura maior cheia de cores
extravagantes. A traumatização chega a ser compreensível.
Entomofobia
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/7.1
ISO: 800
Distância focal: 42mm
Data e hora: 25/10/2015 12:26
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/80s
Escala f: f/2.8
ISO: 100
Distância focal: 6mm
Data e hora: 25/10/2015 10:01
Equipamento: Sony DSC-w55
Pessoas que tem pavor de insetos, descrevem a fobia de
diversas maneiras, mas uma unanimidade é que insetos voadores
são piores, pois podem voar para cima da pessoa sem aviso.
Tirei essa foto, em macro, de uma mosca sobre um saco de
lixo focando as asas e corpo coberto de micro-pelos. Os olhos
vermelhos e gigantescos para a proporção do inseto dão um
toque grotesco. Somente para essa foto utilizei uma câmera
compacta, pois precisei ir a um lugar em São Vicente com
alta concentração de lixo e o local oferecia certo risco de
furto do equipamento.
Escopofobia
Para esta fotografia, criei uma máscara em formato de
fechadura com cartolina e fixei na objetiva. Isso para criar
a sensação de que alguém estava observando por uma fresta.
O ambiente observado é um quarto, que dá o máximo de
intimidade que uma pessoa poderia ter sem querer ser
observada e a mulher franze o cenho como se sentisse algo
por trás da porta.
Tempo de exposição: 1/50s
Escala f: f/3.5
ISO: 800
Distância focal: 50mm
Data e hora: 29/10/2015 17:05
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Escotofobia
Ainda mais medo do que estar no escuro; os fóbicos relatam
pavor a atravessar um ambiente escuro para chegar a um outro
lugar. Dessa forma, achei interessante usar um corredor
escuro, onde é possível ver o local de destino(uma porta
iluminada ao fim do corredor), mas no meio do caminho existe
um vulto desconhecido que impossibilita ao fóbico chegar ao
objetivo. A foto foi tirada em ambiente interno, um corredor
onde a porta está iluminada por uma luz indireta vinda da
esquerda e a mulher está sendo iluminada por uma contraluz,
criando essa sensação de vulto. Retirei um pouco da saturação
da foto para criar uma atmosfera mais obscura.
Espectrofobia
Tempo de exposição: 1/13s
Escala f: f/3.5
ISO: 800
Distância focal: 18mm
Data e hora: 29/10/2015 16:52
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/3s
Escala f: f/8
ISO: 100
Distância focal: 50mm
Data e hora: 23/10/2015 12:41
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Para a espectrofobia usei um enquadramento em ângulo
inclinado, para dar sensação de confusão à foto. Quanto ao
efeito, foi feito com a exposição prolongada enquanto uma
pessoa passava pelo corredor, olhava dentro do quarto e saia
pelo outro lado, criando a ideia de um espÍrito ou fantasma.
Glossofobia
Para essa foto, utilizei um ângulo plongée para criar uma
sensação de destaque para o observador, e essa posição é a
que mais assusta o fóbico social; estar em evidência. Inclui
na foto uma bancada alta e um microfone, sugerindo uma
palestra ou discurso; com a obrigação de projetar sua voz
que deixaria um fóbico em pânico. E por fim, no segundo plano
estão alguns indivíduos demonstrando tédio, impaciência e
reprovação voltadas ao observador.
Tempo de exposição: 1/50s
Escala f: f/3.5
ISO: 800
Distância focal: 50mm
Data e hora: 31/10/2015 09:35
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Hematofobia
Nessa foto, achei que a melhor opção seria exagerar uma
ocorrência muito comum que é cortar-se realizando uma tarefa
indispensável no dia a dia: cozinhar. Na foto percebe-se que
a pessoa estava realizando o corte do legume quando se cortou
com a faca, dando início a um grande sangramento. O sangue
que é falso, é bem vermelho e espesso, e tem a intenção de
criar incômodo no observador. A hemofobia é um dos únicos
medos que pode ser explicado biologicamente e é presente em
um bom número de pessoas. Os indivíduos que portam hemofobia
fazem de tudo para não ter que ver sangue em nenhuma
circunstância, portanto ficam apavorados só de ver um objeto
com alto poder de corte, como uma faca de cozinha.
Hidrofobia
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/5
ISO: 400
Distância focal: 53mm
Data e hora: 23/10/2015 13:02
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/80s
Escala f: f/9
ISO: 400
Distância focal: 18mm
Data e hora: 23/08/2015 13:33
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Essa fotografia tirada em um lago em Goiás, retrata o medo
de água, que muitas vezes é traduzido por um medo de
submergir e não conseguir voltar perdendo o oxigênio. Para
retratar essa sensação aproveitei uma área do lago onde havia
bastante luz do sol e ela se refletia na superfície, criando
uma película entre a pessoa fotografada e o ar. A posição do
fotografado também ajuda a aumentar a sensação de que o
indivíduo esteja afundando.
Odontofobia
A odontofobia é uma das fobias mais comuns, e os fóbicos
possuem sensações, como aflição de sentir-se tão vulnerável,
com a boca aberta para outra pessoa. Fora isso, as
ferramentas usadas pelos dentistas causam grande pavor já
que diferente dos médicos que operam o paciente desacordado
ou fora de seu campo de visão, o dentista fica próximo ,olho
no olho com o paciente que fica todo o tempo consciente e
observando todos os instrumentos pontiagudos e perfurantes
que entram em sua boca, bem como o sangue que sai dela.
Portanto, para essa foto, me coloquei no ponto de vista do
paciente, com o dentista sobre ele e uma ferramenta
odontológica bastante pontiaguda.
Tempo de exposição: 1/80s
Escala f: f/5
ISO: 400
Distância focal: 52mm
Data e hora: 13/10/2015 17:40
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Ofidiofobia
Para o registro da ofidiofobia, utilizei um ângulo plongée
e gradual desfoque para ampliar a cabeça da serpente e fazê-
la parecer um pouco maior que seu tamanho real. Escolhi o
momento de sua alimentação para fazer o clique, pois além de
ser um momento realmente aflitivo por ser uma vida devorando
outra (sem ao menos mastigar), a pele da serpente ainda se
expande, deixando em evidência sua pele escamosa e áspera.
Tafofobia
Essa foto foi tirada no canal 6, em Santos. Utilizei esse
local, pois a areia é mais fácil de escavar e o horário foi
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/5.6
ISO: 800
Distância focal: 53mm
Data e hora: 25/10/2015 18:20
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
Tempo de exposição: 1/60s
Escala f: f/9
ISO: 100
Distância focal: 25mm
Data e hora: 25/10/2015 15:24
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
escolhido por não haver muita gente na praia e a atenção
ficar somente na mão que sai da areia, indicando que existe
uma pessoa enterrada ali. Para a foto, usei uma pessoa
semienterrada e um enquadramento voltado a impedir que o
observador veja a pessoa fora da areia e o local vazio,
aumentando a sensação de abandono e esquecimento, temida
pelas pessoas que tem medo dessa situação
Tanatofobia
Para esse clique usei um crânio, que simboliza a morte, sobre
um fundo infinito preto que dá a sensação de imensidão do
fim da vida. Utilizei uma luz direta sobre o crânio para
evidenciar sua textura e deterioração.
Algumas fotos sobre outros medos não foram incluídas no
ensaio, pois achei ideal realizar um número redondo, então
excluí algumas que não refletiam claramente a forma de ver
do fóbico.
Decidi que as fotos não seriam manipuladas digitalmente
para alteração na composição da foto, portanto os únicos
elementos trabalhados foram saturação, levels e exposição
Tempo de exposição: 1/10s
Escala f: f/4.5
ISO: 800
Distância focal: 31mm
Data e hora: 27/10/2015 21:28
Equipamento: Canon EOS REBEL T3i
para corrigir os detalhes da iluminação. Para as correções,
fiquei dividida entre o uso do Adobe Photoshop e do Adobe
Lightroom, mas acabei optando pelo Photoshop por preferência
pessoal.
Após terminar a edição das fotografias comecei a definir
a criação do foto-livro. Defini o conceito estético, baseado
em documentos médicos psiquiátricos. E resolvi utilizar a
estética que remetesse a documentos antigos, pois a
psiquiatria é uma área que tem se mantido pouco alterada ao
passar do tempo.
Baseada no conceito ligado a psiquiatria e ao passado
escolhido, produzi 3 materiais listados e explicados abaixo:
Relatório impresso:
O relatório foi feito com a fonte Courier new, que
é associada a datilografia e tem boa legibilidade. Os
tamanhos utilizados nas fontes foram 14 em negrito para
títulos; 12 negrito grifado para subtítulos; 12 para
corpo do texto e 10 para citações muito longas. O canal
é bem visual para demonstrar seriedade e
profissionalismo. E como marca d’água utilizei uma
mancha utilizada em testes psicológicos*. O relatório
será dividido em 3 volumes e entregue dentro de pastas
que simulam um prontuário. A cor azul escura das pastas
foi escolhida por se tratar da cor relacionada a
carreira psicológica. Fora da pasta eu colei uma
etiqueta com o nome do projeto (a tipografia escolhida
será explicada no item foto-livro), também simulando
uma pasta-receituário, que servirá para facilitar a
identificação do relatório.
CD para relatório digital:
O relatório digital em PDF é exatamente igual a
versão impressa e foi gravado em um CD com o nome do
projeto(a tipografia escolhida será explicada no item
foto-livro), e a informação de confidencial, na
intenção de indicar que o CD simula conter informações
sigilosas sobre paciente. Para o invólucro optei por
uma carteira básica para CDs feita por mim em papel
fotográfico para uma melhor qualidade de imagem. A
imagem é composta pelo nome do trabalho (a tipografia
escolhida será explicada no item foto-livro) e em um
disquete cor de café para dar um tom de sobriedade.
Foto-livro:
Por fim o foto-livro, que compõe o projeto final
juntamente com o ensaio fotográfico, foi pensado para
imitar um caderno de anotações de um
psicólogo/psiquiatra. Portanto, para a capa eu utilizei
a textura de couro*, que é bastante comum principalmente
em cadernos antigos, com o nome do projeto nos tamanhos
68 para o título e 24 para o subtítulo (esses valores
foram repetidos na primeira página interna do livro).
A tipografia utilizada para o nome do projeto foi
a Elephant, pois é uma fonte que sugere exagero e
desproporcionalidade.
O foto-livro está dividido em diagnóstico; fotos
com as frases e definição básica; parecer psicológico;
conclusão; semântica e etimologia; galeria e
agradecimentos básicos, além de uma frase relativa ao
projeto. Decidi não colocar números das páginas, pois
a idéia é de um caderno e os cadernos não tem numeração;
Para o interior do foto-livro utilizei como
background a imagem de uma página de caderno
envelhecida*. O logo da universidade* e o nome do curso
aparecem na contracapa como se já viessem de fábrica no
caderno, o logo tendo alguma profundidade para imitar
uma etiqueta. As frases: “trabalho de conclusão de
curso” e “este caderno pertence à” juntamente com a
linha abaixo da segunda frase, teriam vindo impressos
de fábrica também. Já nessa página comecei a utilizar
a fonte Rage Italic para dar a sensação de texto escrito
a mão; esta tipografia me agradou para essa função
porque apesar de ser estilo caligrafia, dá boa
legibilidade ao texto.
As páginas seguintes, contêm cada uma, o nome, uma
frase sobre o medo retirada das respostas dadas à minha
pesquisa, o significado do medo (escrito com a courier
para demonstrar que foi escrito maquinalmente na foto)
e a foto referente a este medo. Além disso, cada página
é composta de elementos diferentes para dar mais
semelhança a um caderno pessoal como: manchas de café*,
clipes*, fita adesiva*, fotografias Polaroid*, marcas
sublinhadas*, adesivos, desenhos*, folhas arrancadas*
e post-its*.
Na parte de semântica e etimologia usei a fonte
Sitka para parecer que as páginas* haviam sido
arrancadas de alguma outra literatura sobre o tema.
*Todas as imagens marcadas com este símbolo, foram retiradas
da internet e terão suas imagens ao final deste capitulo e
suas fontes listadas na bibliografia.
Após finalizada no Photoshop, a arte gráfica que
iria compor o foto-livro, eu mesma imprimi todas as
lâminas em A4, no papel fotográfico fosco para evitar
que as folhas grudassem umas nas outras.
Decidi também, fazer eu mesma o acabamento do
impresso, pois achei que ficaria muito mais pessoal e
com cara de caderno artesanal, pertinente no caso de um
caderno mais antigo. Para isso, usei um papel com cola
dupla-face de grande gramatura para engrossar as
páginas, e colei página por página dobrando as folhas
para que o produto final ficasse com as medidas finais
próximas à 15x20.
Para igualar as páginas e dar acabamento à
lombada dos livros, utilizei fita de banana. E por fim,
para o acabamento fui a uma gráfica, expliquei que
precisava refilar e que estava participando de todos os
processos do trabalho. Dessa forma acompanhei o
responsável pelo refilamento para aprender e ajudá-lo
com esta última fase da produção.
Apesar de ser basicamente fotográfico, o projeto
englobou conceitos e técnicas de fotografia, diagramação,
direção de arte, redação e identidade visual no design
gráfico. As fotos, as imagens e os textos contribuíram para
que o leitor do foto-livro fique imerso num universo
psicológico durante a leitura, e isso é multimídia.
*Abaixo as imagens gráficas utilizadas para a criação
do foto-livro e relatório:
1.Mancha utilizada em testes
psicológicos. Utilizada no
relatório para reforçar o
conceito
de psicologia/psiquiatria.
2.Textura de couro, utilizada
como capa da foto livro.
3.Papéis diversos.
4.Mancha de café.
5.Clipes.
6.Clipes 2.
7.Desenhos de aeronaves.
8.Post-it.
9.Fotografias estilo
Polaroid.
10.Folha de caderno antigo.
11.Logo Unisanta.
12.Marcação.
13.Página de papel.
14.Fita adesiva.
8. Criação
Abaixo, a versão digital do foto-livro. As
especificações e defesa do material utilizado encontram-se
disponíveis no capítulo anterior “desenvolvimento”.
9. Conclusão
Ao escolher o tema, não o fiz por estar familiarizada
a ele, e sim, justamente ao contrário. Foi um desafio muito
interessante do ponto de vista pessoal, e também em relação
ao meu desenvolvimento multimídia.
Uma das partes mais importantes na questão da minha
evolução foi a parte da pesquisa, na qual conheci um lado
nunca visto, em pessoas que eu julgava conhecer bem. Fiquei
impressionada em ver a quantidade de pessoas que demonstraram
autêntica vontade de compartilhar tantos medos comigo.
No lado profissional, é possível afirmar que agora
possuo muito mais conhecimento em uma área totalmente nova.
E ter conhecimentos diversificados é importante,
especialmente para os profissionais da arte e comunicação.
No início eu estava planejando uma abordagem totalmente
diferente nas fotos; eu queria dar um clima de terror e
coisas horríveis, mas acabei desistindo dessa abordagem.
Passei a ver que a fobia não significa apenas gritos e
imagens apavorantes. A fobia tem a ver com gente comum; com
o dia a dia; com a dificuldade que pessoas tem em lidar com
coisas corriqueiras. Desse modo, não seria honesto manipular
as imagens, pois o fóbico normalmente não tem medo de coisas
extraordinárias; ele apenas reage diferente, e ele sabe
disso. Por isso, procurei ser o mais realista possível nas
fotos, exagerando apenas para tentar recriar em algum nível
o sentimento do fóbico.
Tentar reproduzir essa visão em cada fotografia, foi
divertido, pois tive que parar e pensar como eles se sentem,
tentando me fazer entender que o que eu enxergo ao olhar
para o objeto de fobia, não é o mesmo que eles enxergam.
Por outro lado, me peguei chateada em vários momentos,
pois é deprimente pensar, que aquele clique que foi
trabalhoso, porém divertido para mim, seria uma missão
impossível para muitas outras pessoas.
No que diz respeito ao produto final, acredito que ficou
muito interessante, e com a melhor qualidade possível dentro
das minhas limitações, que venho superando através do curso.
Após tantas pesquisas e entrevistas, percebi que foi
muito mais fácil dar continuidade ao trabalho, e foi incrível
ter participado de todas as etapas do começo ao fim. Me sinto
íntima do meu trabalho, pois me identifiquei com ele; isso
renovou minha vontade de me determinar em finalizar meus
projetos, pois esse, com certeza valeu a pena!
10. Bibliografias
1. LATTA, Sara. Scared Stiff: Everything you need to kwon
about 50 famouns phobias.
1ª Edição. San Francisco, CA: Zest Books, 1 de fev de
2014. 224 páginas.
2. Anotações Medicina Legal, Blogspot. Disponível em:
<http://anotacoesmedicinalegal.blogspot.com.br/2012/06/med
os-e-fobias.html>. Acesso em 14 de junho de 2015.
3. Fobia - Causas, sintomas e tratamentos, Minha Vida.
Disponível em:
<http://www.minhavida.com.br/saude/temas/fobia>. Acesso em
14 de junho de 2015.
4. Dicio, Dicionário Online de Português. Disponível em: <
www.dicio.com.br>. Acesso em 18 de julho de 2015.
5. Online Etymology Dictionary. Disponível em:
<http://www.etymonline.com/>. Acesso em 19 de julho de
2015.
6. Google Forms, Google. Disponível em:
<https://docs.google.com/forms/>. Acesso em 8 de setembro
de 2015.
7. Phobias Advice from About, About.com . Disponível em:
<http://phobias.about.com/>. Acesso em 06 de setembro de
2015.
8. 10 curiosidades sobre fobias, Terra. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/10
-curiosidades-sobre-fobias/10-curiosidades-sobre-fobias-
01.htmAcesso em 19 de julho de 2015.
9. SEARS, Kathleen. Tudo o que você precisa saber sobre
mitologia: Dos deuses e deusas aos monstros e mortais.
1ª Edição. São Paulo, SP: Gente Liv e Edit, 25 de set de
2014. 256 páginas.
10. Dicionário Médico. Disponível em: <http://www.xn--
dicionriomdico-0gb6k.com/>. Acesso em 06 de setembro de
2015.
11. Curiosidades nota 10. Disponível em:
<http://www.curiosidadesnota10.com/2014/07/428-fobias-e-
suas-explicacoes-quais-sao.html>. Acesso em 20 de outubro
de 2015.
12. O mundo terrível das fobias, Discovery . Disponível
em: <http://id.discoverybrasil.uol.com.br/o-mundo-
terrivel-das-fobias/>. Acesso em 20 de outubro de 2015.
13. Site de etimologia, Origem da Palavra. Disponível em:
<http://origemdapalavra.com.br/site/>. Acesso em 06 de
setembro de 2015.
11.Comentários sobre a bibliografia:
Citei no item acima “bibliografia” apenas a data do
primeiro acesso aos sites listados. Os E-books foram
encontrados através do Google Books.
Minha bibliografia se dividiu em 5 partes: informações
sobre o tema, curiosidades e listas, etimologia e
significados, questionário e mitologia. A parte de
informações (itens 1,2,3 e 7 da bibliografia) juntamente à
parte de curiosidades e listas (7,8,11 E 12) me ajudaram a
compor os capítulos: público e mercado, justificativas e
definições; Além de me dar uma base de argumentação sobre o
tema. Os sites pesquisados para etimologia e significados
(4,5,10 e 13) foram os que colaboraram para escrever o
capítulo dedicado a esses estudos no foto-livro. Não consegui
achar todas as informações em um só site, por isso a
quantidade. Fiz uma breve pesquisa sobre mitologia (9) para
conhecer melhor a história de Phobos e escrever as
definições. Por fim utilizei para minha pesquisa o
questionário (6) que foi a base do trabalho.
12. Referências bibliográficas, de áudio, vídeo,
gráficas e de web
Segue a bibliografia de imagens utilizadas na
composição do foto-livro, listados anteriormente no
capítulo “desenvolvimento”.
1. Mancha(marca d’agua)
<http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/img/teste
_de_rorschach_e_validado_para_ser_aplicado_a_adolesce
ntes_no_brasil_1__2015-03-24161317.jpg>
2. Textura de couro
<https://nanapeel.files.wordpress.com/2011/09/leather
_texture1.jpg>
3. Papéis diversos
<http://img14.deviantart.net/f3bc/i/2013/016/b/9/torn
_paper_pieces_by_stoostock-d5rokjz.jpg>
4. Mancha de café
<http://clydenyc.moonfruit.com/communities/3/004/011/
634/993//images/4623352118_306x285.png>
5. Clipes
<http://www.clipartbest.com/cliparts/7ca/Krp/7caKrpnn
i.png>
6. Clipes 2
<http://thumb7.shutterstock.com/photos/thumb_large/31
9336/319336,1236604671,2.jpg>
7. Desenhos de aeronaves <http://www.how-to-draw-funny-
cartoons.com/images/cartoon-airplane-4.jpg>
8. Post-it
<https://jerzeesgrille.com/assets/images/content/cont
entPostIt.png>
9. Fotografia estilo Polaroid
<http://1.bp.blogspot.com/-
pt9hTox8Tx8/UY_J4BfstBI/AAAAAAAAAKE/Oz4hUjKQuGE/s1600
/molduras+6.png>
10. Folha de caderno antigo
<http://www.grafxquest.com/uploads/3/1/2/2/31224725/g
rungepaper-image-grafxquest.jpg>
11. Logo Unisanta
<http://educaonline.eng.br/logo%20unisanta.jpg>
12. Marcação <http://www.salespage-
engine.com/members/Clipart/marker5.png>
13. Pagina de papel <http://www.pnglogo.com/paper-
sheet-png-00840/>
14. Fita adesiva
<http://dc442.4shared.com/img/Ng8FxbUh/s7/133bde9b550
/Tape>
13. Anexos
Cópia do questionário
digital, utilizado na
fase de pesquisa.
As perguntas feitas já
foram listadas e
comentadas
anteriormente dentro do
capitulo “pesquisa”.
Formulário disponível
no link:
http://goo.gl/forms/6oo
qH6K1Da
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