Perspectiva Teológica
A contemplação na Ciência Sagrada
Na Ciência Sagrada
encontramos descrito um outro
modo de contemplação além
daquele exposto pelos filósofos,
mais elevado e para o qual a
contemplação dos filósofos
serve de preparação.
A tradição cristã fala de um outro modo
de contemplação diferente daquela que é
descrita pelos filósofos.
Esta contemplação pertence ao domínio
da inteligência; à diferença da
contemplação dos filósofos, porém, ela
nasce da virtude da caridade.
Apenas a caridade, porém, não poderia
causá-la.
"meio próximo e proporcionadopara que a alma se una com Deus" .
São João da Cruz, na Subida do
Monte Carmelo ele repete sem
cessar que a fé não é apenas um
pressuposto da caridade, isto é,
apenas um meio de se chegar à
caridade, mas que também ela, isto
é, a fé, juntamente com a caridade,
e não apenas através dela,
é um
O estudioso da Lei de Moisés...
"Qual é o primeiro de todos os mandamentos?"
"O primeiro de todos os mandamentos é o seguinte:
`Ouve, Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus, e amarás o
Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma,
com toda a tua mente, e com todas as tuas forças'.
Este é o primeiro mandamento".
"O segundo mandamento é semelhante ao primeiro:
`Amarás o teu próximo como a ti mesmo'.
Não há nenhum mandamento maior do que estes dois",
"Muito bem, mestre, disseste a verdade, porque um só é Deus
e não há outro além dele, e amá-lo de todo coração, com toda
a inteligência e com toda a força, e amar o próximo como a si
mesmo é algo maior do que todos os holocaustos
e todos os sacrifícios".
"Tu não estás longe do Reino de Deus".
(Mc. 12, 28-34)
Há, pois, um outro modo de contemplação que se produz
quando à fé se une a caridade. Este modo de contemplação
não se dá sem a fé, mas é mais produto da caridade.
De fato, dizem as Escrituras,
"o caminho dos justos é como a luz da aurora, que vai
clareando até o pleno dia". (Prov. 4, 18)
Para o justo que persevera em seu
caminho chega o momento em que
a caridade começa a operar nele de
um modo mais manifestamente
excelente e intenso do que este
supunha ser possível, mesmo
levando em conta as possibilidades
de crescimento próprio das virtudes
e o auxílio da graça.
Um princípio de natureza superior.
"A caridade não pode existir
naturalmente em nós,
nem ser adquirida pelas forças naturais,
mas apenas pela infusão do Espírito Santo".
A caridade, qualquer que seja seu grau de crescimento,
só pode existir no homem infundida pela graça divina;
por causa disso, é correto dizer que qualquer homem
que ama a Deus pela caridade recebeu em sua alma ao
Espírito, conforme o faz S. Tomás de Aquino:
Santo Tomás de Aquino faleceu a 7 de março de 1274.
Três meses antes de sua partida, a 6 de dezembro de 1273,
parou repentinamente de escrever.
Frei Reginaldo: "Mestre, como abandonais uma obra tão
vasta, que empreendestes para a glória de Deus e
iluminação do mundo?“
"Não posso mais, Reginaldo", respondeu Tomás,
"porque todas as coisas que escrevi parecem-me,
unicamente, palha. Tudo o que escrevi até hoje
parece-me, unicamente, palha, em comparação com
o que vi e me foi revelado. Mas, por meio da
revelação que me foi feita, o Senhor impôs-me
silêncio, visto eu não poder mais ensinar, como
sabes, depois que lhe aprouve revelar-me o segredo
de uma ciência superior.
A ciência superior a que Tomás
se referiu, era a verdade de que
S. João fala no seu Evangelho,
que vem por intermédio do
Espírito Santo e que torna os
homens livres.
A verdade de que João fala é
aquela que é fruto do dom da
sabedoria, pela qual o Espírito
Santo incendeia a caridade ao
amor de Deus.
Acima da natureza humana,
é infundida por Deus na alma,
manifesta-nos coisas que estão acima
das possibilidades de qualquer
natureza criada, (mistério da Trindade
Divina)
"Caríssimos,
desde já somos filhos de Deus", "mas o que nós seremos ainda
não se manifestou. Sabemos que por ocasião desta manifestação,
seremos semelhantes a Ele, porque o veremos tal como Ele é". (I
Jo. 3,2)
Este modo de conhecimento, é nos
transmitido através dele um conhecimento de
Deus que não no-Lo mostra tal como Ele é.
"Ide", disse Jesus aos
apóstolos, aos lhes dirigir
as suas últimas palavras,
"e ensinai a todos os
povos, batizando-os em
nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo,
ensinando-os a observar
todas as coisas que vos
mandei. E eis que estarei
convosco todos os dias,
até a consumação dos
tempos". (Mt. 28, 19-20)
Jesus confiou aos homens a missão de
ensinar; mas esta missão de ensinar é,
através da Igreja unida ao Cristo, uma
participação da missão de ensinar que o
próprio Cristo tomou sobre si.
A Educação
Segundo a
Filosofia Perene
- Autor: Antônio Donato Paulo Rosa
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