Relações Planta-Clima
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Potencial da água no sistema solo-planta-atmosfera
O movimento da água do solo para a atmosfera é função do potencial total da água nas diferentes partes do sistema. (Reichardt, 1985)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Potenciais de água no solo, na raiz e nas folhas
Irrigação
Início do
estresse
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto
Testezlaf
Relação Planta-Clima
• Fatores importantes para irrigação
– Ciclo fenológico da cultura
• Fases do crescimento
• Variação do sistema radicular
• (Evapo)Transpiração da cultura
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo fenológico da cultura
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo fenológico da cultura
• As espécies vegetais podem ter ciclos
– anuais: desenvolvimento ocorre dentro de um período de um ano
– perenes, produzem por diversos anos
– bienais, necessitam de dois anos para cumprir todo o ciclo vital
• Ex.: cebola no primeiro ano ela vai de semente a bulbo e, no segundo ano, ela vai de bulbo a semente.
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Divisão do ciclo fenológico
• FASES:
– aparecimento, transformação ou desaparecimento rápido de órgãos da planta, como germinação, brotação, florescimento, espigamento, desfolhação, maturação,etc..
• SUBPERÍODO:
– tempo decorrido entre duas fases consecutivas.
• ESTÁDIO:
– Subdivisões dentro de um subperíodo ou mesmo caracterizando uma fase.
– podem coincidir com as fases; FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Exemplo de Ciclo fenológico - Feijoeiro
ESTÁDIOS - FASE VEGETATIVA V0 – Germinação (iniciada a germinação da semente)
V1 – Emergência (50% dos cotilédones fora do solo)
V2 – Folhas primárias (par de folhas primárias abertas)
V3 – Primeira folha trifoliolada (com folíolos abertos)
V4 – Terceira folha trifoliolada (com folíolos abertos)
ESTÁDIOS - FASE REPRODUTIVA
R5 – Pré-floração (após emissão dos primeiros botões florais)
R6 – Floração (primeira flor aberta)
R7 – Formação de vagem (primeira vagem com a corola desprendida)
R8 – Enchimento de vagens (início de inchamento das vagens)
R9 – Maturação (primeira vagem começa a descolorir ou secar)
Fase vegetativa Fase reprodutiva V0 V1 V2 V3 V4
R5 R6 R7 R8 R9
Plantio Botões Florais Colheita
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo Fenológico do Feijoeiro – Fase Vegetativa
Germinação Emergência Folhas Primárias 1ª. Folha trifoliolada
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo Fenológico da Soja
Aplicativos e Guias
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo Fenológico Arroz
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Importância do Ciclo Fenológico
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Sistema radicular da cultura
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Sistema radicular
• Funções do sistema radicular
– sustentação da planta
– absorção de água
– síntese de substâncias
• Tipos de sistemas radiculares
– fatores genéticos e hereditários de cada planta
– fatores limitantes do meio
• clima, vegetação, e solo
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Sistema radicular
• Profundidade total e efetiva do sistema radicular
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Sistema radicular
• Profundidade efetiva do sistema radicular
– Regra: 70% da umidade que as plantas retiram do solo são extraídos em 50 % da profundidade do sistema radicular (culturas anuais).
• Padrão de extração da umidade:
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Padrão de extração da umidade da cultura do feijão
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Padrão de crescimento das raízes do milho
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Profundidade efetiva de raízes de algumas culturas
Culturas Profundidade (cm)Algodão 40-60Amendoim 20-30Arroz 20-30Banana 40-50Batata 20-30Café 40-50Cana 40-60Cebola 10-20Citros 40-60Feijão 20-40Melão 20-30Milho 20-40
Pastagem 20-30Soja 20-30Sorgo 20-40Tomate 20-30Trigo 30-40Videira 40-50
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Sistema radicular • Profundidade total e efetiva do sistema radicular
– Sistema radicular do Feijão - dois meses de crescimento:
Estádios/fases I II III IV V
Caracterização Germ. - 1ª
folha trifol.
Até 1º botão
floral
Até início ench.
das vagens
Enchimento
das vagens
Maturação
Duração (dias) DAE 0-10 (10) 10 – 42 (32) 42-60 (18) 60- 84 (24) 84-96 (12)
Profundidade de raiz (cm) 10 20 30 40 40
Evapotranspiração da cultura
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Ocorrência simultânea da transpiração da cultura e a evaporação da superfície do solo.
Evapotranspiração
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Transpiração da cultura
• A maior parte da água absorvida por uma planta é perdida por evaporação nas folhas, processo conhecido como transpiração.
Água Transpirada (98%)
Água consumida na fotossíntese(0,2%)
Água retida no tecido vegetal (1,8%)
Destino da água absorvida por uma planta de milho (Lâmina média utilizada por ciclo vegetativo = 600 mm)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Transpiração da cultura
• Depende: – abertura dos estômatos
• luz • água • temperatura
– condições atmosféricas – taxa de absorção de
água do solo
• Fechamento estomático – Diminuição do crescimento
celular. FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Uso consuntivo:
– Considera a água que fica retida na planta.
Definições importantes
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Evapotranspiração de referência (ETo):
• ET de uma superfície vegetada de referência (grama batatais, alfafa) bem provida de umidade, em fase de desenvolvimento ativo e, com bordadura adequada.
Definições importantes
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Evapotranspiração potencial (ETp=ETm) • ET de uma extensa superfície vegetada, em
crescimento ativo, em condições de nenhuma restrição de água, ou seja, a demanda atmosférica é restrita por falta de água no solo.
Definições importantes
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Evapotranspiração real (ETr): • Demanda atual, ou perda d’água por
uma cultura qualquer, com ou sem restrição de água em qualquer estádio de desenvolvimento (ETR < ETP).
• Evapotranspiração da cultura (ETc).
Definições importantes
Evapotranspiração - Agritempo
Evapotranspiração de referência (Campinas,SP)
– Média diária mensal
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Evap
otr
ansp
iraç
ão d
e r
efe
ren
cial
(m
m/d
ia)
Meses do ano
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Relação entre ETo, ETp e ETc
ETP
ETo
ET
tempo
ETR
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• Coeficiente de Cultura (Kc):
• Quociente existente entre a evapotranspiração máxima (ou potencial), em uma dada fase do plantio, e o valor da evapotranspiração de referencia.
Definições importantes
o
p
cET
ETK
Valores de Kc:
A FAO desenvolveu uma tabela com valores de Kc para diferentes culturas, dividindo o ciclo fenológico em estádios de desenvolvimento e para duas condições atmosférica.
ocp ETKET .
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
FAO Caracterização Fernandez et al., (1986)
Caracterização
Estádio I Germinação até 10% CS V0-V2 Germinação até o inicio do surgimento da 1ª folha trifoliolada;
Estádio II 10% CSS até 80% V3-V4 Surgimento da 1ª folha trifoliolada e o surgimento do 1º botão floral
Estádio III 80% CSS até 100% (inclusive com frutos)
R5-R7 Surgimento do 1º botão floral e o início do enchimento das vagens
Estádio IV Maturação fisiológica R8 Enchimento das vagens
Estádio V Colheita R9 Maturação
Correspondência entre os estádios de crescimento da cultura do feijoeiro com a FAO (Kc)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Evapotranspiração da cultura do feijoeiro no cerrado
Plantio: 10 de julho de 2000
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Rendimento da Cultura
• O efeito do stress hídrico na produtividade da planta pode ser estimado pela relação entre a queda do rendimento relativo e o déficit de evapotranspiração relativa, dada pelo coeficiente de resposta da cultura (Ky)
ETp
ETr1Ky
Ym
Yr1
Yr = rendimento real obtido Ym = rendimento máximo obtido Ky = coeficiente de resposta da cultura Etr = evapotranspiração real Etp = evapotranspiração potencial
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Rendimento da Cultura
ETp
ETr1 = Déficit da evapotranspiração relativa
• Se ETr = ETp : as necessidades hídricas da cultura estão sendo atendidas plenamente mediante o suprimento de água. • Se Etr < Etp : o suprimento de água não atende as necessidades da cultura. A evapotranspiração máxima (Etp) será mantida até que a fração (p) de água disponível no solo tenha se esgotado.
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Coeficiente de resposta da cultura • Estima o impacto do manejo de irrigação na
produção econômica da cultura e auxilia na escolha da estratégia de manejo
Tabela: Fator de resposta da produção (Ky) para diversas culturas em diferentes estádios de desenvolvimento. (Doorenbos & Kassan, 1979)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Determinação da Evapotranspiração
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Evaporímetros • Tanque Classe A
– A evapotranspiração de referência (ETo) é obtida pelo produto da evaporação do tanque (Ev) pelo coeficiente de tanque (Kp).
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Evaporímetros
• Tanque Classe A
ETo = ECA · Kp
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Evaporímetros • Atmômetros
– Simula o processo de transpiração das folhas de alfafa ou grama e fornecer diretamente em milímetros de água, a evapotranspiração de referência do local em que o aparelho é instalado
– A evapotranspiração potencial é obtida pela leitura do atmômetro (ETo) pelo coeficiente da cultura (Kc).
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Métodos de determinação da
Transpiração
Fluxo de seiva FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Lisímetros
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Estações meteorológicas
)(1622,0
)( 0
1** zz
a
NT eerP
KGRE
• Equação de Penman-Monteith
– Mais precisa para determinações diárias
– Necessita de dados meteorológicos e estações
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
• FAO desenvolveu o programa CROPWAT, que é um sistema de suporte à decisão que tem várias funções:
• Calcula – Evapotranspiração de referência;
– Requerimentos de água pela cultura;
• Simula – Calendários de irrigação sob diferentes condições de manejo;
– Demanda de água na propriedade;
• Avalia: – Efeitos da seca e da irrigação na produção.
• http://pt.appszoom.com/android_developer/digital-buzz_figyl.html - Programa para androide fases fenológicas
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo fenológico - Aplicação
Determinar o valor médio da demanda de água para a cultura do feijoeiro, cultivado em Campinas com data de plantio em 01/04 e com uma duração do ciclo fenológico de aproximadamente 100 dias
Estádios/fases I II III IV V
Caracterização Germ. - 1ª folha
trifol.
Até 1º botão
floral
Até início ench.
das vagens
Enchimento das
vagens Maturação
Duração (dias) 0-10 DAE 10 – 40 DAE 40-60 DAE 60-80 DAE 80-100 DAE
Coef. Cultura (Kc)
Duração (dias)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Ciclo fenológico - Aplicação
Estádio Duração (dias)
Mês ETo (mm/dia)
Kc ETp (mm/dia)
ETp (total)
FEAGRI/UNICAMP - Prof. Roberto Testezlaf
Top Related