Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A GINÁSTICA FORMATIVA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA
MELHORIA DA APTIDÃO MOTORA DOS ALUNOS DO 6º ANO DO
ENSINO FUNDAMENTAL
SIMONE DENARDIN MARTINS1
ENEIDA MARIA TROLLER CONTE2
Resumo: Este estudo tem como objetivo apresentar resultados sobre o desempenho motor dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual José de Alencar. EFMN, em relação ao nível de atividade física. Lembrando que o movimento está presente em toda nossa existência, evidenciando assim as implicações que a falta de atividades físicas pode proporcionar em nossos alunos. Para tanto, foi utilizado para avaliar o nível de aptidão física o protocolo do Projeto Esporte Brasil (GAYA, 2012), a bateria de testes de aptidão física relacionadas ao desempenho motor, onde foram aplicados os seguintes testes: teste de capacidade cardiorrespiratória (6 minutos); teste de força explosiva de membros inferiores (salto horizontal); teste de força explosiva de membros superiores (arremesso do medicineball); teste de agilidade ( teste do quadrado); teste de velocidade de deslocamento ( corrida dos 20 metros); teste de capacidade cardiorrespiratória ( 9 minutos). Os resultados dos testes de aptidão física motora foram aplicados e posteriormente realizadas as sequências de atividades visando a melhoria da atividade física motora dos respectivos alunos.
Palavras – chave: Educação Física; aptidão motora; testes motores; ginástica formativa.
INTRODUÇÃO
O movimento é imprescindível para pleno desenvolvimento do ser humano,
para tanto, o desenvolvimento motor é responsável por fazer com que o homem se
comunique com o mundo que o cerca.
O desenvolvimento motor é o processo que nos acompanhará ao longo de
nossa vida, desde o nascimento até a morte. Torna-se necessário então, o
entendimento da sua importância para o ser humano, desde a infância até a velhice.
Nos dias de hoje, as práticas motoras, muito comuns quando éramos
crianças, estão um pouco esquecidas, devido a uma série de fatores como: o
desenvolvimento da tecnologia, a violência, entre outros, fazem com que nossas
crianças não se desenvolvam com o deveriam, ou simplesmente, querem só jogar
bola, esquecendo-se da gama enorme de conteúdos que possui a educação física e
que são importantíssimos para o pleno desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e
social do ser humano.
1 Especialista em Educação Física e Qualidade de Vida, pela FACEPAL, em Educação
Especial pela FACINTER e em Neuropedagogia pelo INSTITUTO RHEMA, Graduada em Educação Física pela FACEPAL, professora do quadro próprio da SEED, município de Braganey-PR. 2 Professora Mestra do Curso de Educação Física da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – UNIOESTE, Campus de Marechal Candido Rondon – PR.
Cabe ao professor oportunizar a vivência motora à criança, pois quanto mais
experiências motoras tiverem, maior será seu desempenho nas atividades que
necessitam das tarefas motoras.
Percebe-se hoje, em nossas crianças, uma falta de atividade ou habilidade
motora, devido a uma séria de fatores já mencionados, portanto, diante do que foi
exposto, pergunta-se:
Será que as práticas corporais relacionadas à ginástica formativa colaboram
para o desenvolvimento da aptidão física motora dos alunos? Essa é a base da
problematização, a qual nos propomos a desenvolver nas aulas de educação física,
tentando assim minimizar essa difícil realidade.
Essa intervenção pedagógica está voltada à realidade escolar no que diz
respeito à defasagem na aptidão motora e o que pode-se fazer para melhorar essa
defasagem, ainda incutir nos alunos o gosto pelas aulas práticas, nos diferentes
conteúdos propostos pela educação física.
Portanto, o objetivo principal foi verificar a aptidão motora dos alunos do 6º
ano do Ensino Fundamental, antes e após a aplicação de uma proposta de ginástica
formativa.
Inicialmente foi realizado o teste de aptidão física motora do PROESP-
BRASIL(GAYA,2012), procurando verificar a real situação a qual os alunos se
encontravam, e, a partir daí, oportunizou-se condições para que se desenvolvessem
e participassem de diversas práticas corporais procurando sanar essas dificuldades.
Trabalhou-se com variadas possibilidades de atividades com o objetivo de melhorar
o desempenho da aptidão física motora e posteriormente aplicou-se o pós-teste para
identificar os possíveis avanços no tema abordado.
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por um grande período de tempo, o desenvolvimento motor foi associado ao
desenvolvimento humano, onde não necessitava de preocupação específica, era
considerado um processo natural e progressivo, sem necessidade de se aprofundar
na importância do estudo sobre o desenvolvimento motor.
Gallahue & Ozmun (2003, p. 03) definem o desenvolvimento motor como “a
contínua alteração no comportamento ao longo do ciclo da vida, realizado pela
interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do
ambiente.”
Após estudos realizados, Payne & Isaacs (2007, p. 02) definiu o
desenvolvimento motor como campo de “estudo das mudanças que ocorrem no
comportamento motor humano durante as várias fases da vida, os processos que
servem de base para essas mudanças e os fatores que os afetam.”
Existe uma certa relação entre desenvolvimento e crescimento, porém, não se
pode confundir, pois o crescimento físico é considerado o aumento do tamanho do
corpo do indivíduo e o desenvolvimento é um processo permanente de alteração,
onde podemos observar:
... diferenças desenvolvimentistas no comportamento motor, provocadas por fatores próprios do indivíduo (biologia), do ambiente (experiência) e da tarefa em si (físicos / mecânicos). Podemos fazer isso pela observação de alterações no processo (forma) e no produto (desempenho). Assim, um meio primário pelo qual o processo de desenvolvimento motor pode ser observado é o estudo das alterações no comportamento motor no decorrer do ciclo da vida. (GALLAHUE E OZMUN, 2003, p. 98)
A Fase dos Movimentos Especializados (dos 7 anos em diante) é a fase de
concretização do movimento, este torna-se uma ferramenta que se aplica a muitas
atividades motoras complexas presentes na vida diária, na recreação e nos objetivos
esportistas.
Nessa fase, o desenvolvimento da “força muscular, resistência muscular,
resistência cardiovascular, flexibilidade dos ligamentos e composição corporal são
os componentes de saúde relacionados a aptidão física.” (GALLAHUE &
DONNELLY, 2008, p. 84).
A aptidão física é definida “mais especificamente como um conjunto de
atributos relacionados à capacidade de executar atividade física em associação a
composição genética do indivíduo, bem como à manutenção de nutrição adequada.”
(GALLAHUE & DONNELLY, 2008, p. 83).
Para verificar o nível de aptidão física ou o estágio de desenvolvimento que a
criança ou adolescente se encontra, se faz necessária a aplicação de testes. Para
Rosa Neto (2002, p. 32) o exame motor “é o ponto de partida para uma intervenção
educacional.”
Os testes são parâmetros para a verificação, sabendo-se que “eles podem
variar de acordo com a idade, com a educação, com o exercício e com o sexo.”
(ROSA NETO, 2002, p. 28)
No presente estudo foi utilizado o Manual do PROESP-BR (2012), definido
como um observatório permanente dos indicadores de crescimento e
desenvolvimento somatomotor e estudo nutricional de crianças e jovens brasileiros
entre 7 e 17 anos, com o objetivo de propor um sistema de medidas, testes e
avaliações que fossem compatíveis com a realidade de nossas escolas e que, da
mesma forma, considera-se a diversidade cultural da população brasileira.
O teste compõe-se de testes de aptidão física relacionada ao desempenho
motor. As capacidades funcionais motoras se referem ao desenvolvimento das
qualidades da aptidão física tais como: força, velocidade, agilidade, potência
aeróbica.
(ginástica)
O conteúdo estruturante que contempla as habilidades motoras é o conteúdo
de Ginástica, mais precisamente, a ginástica formativa, para tanto, o ano de 1800 é
considerado a data em que a ginástica sofreu profundas e importantes
transformações, e ainda hoje, não alcançou formas definitivas.
A denominação ginástica remonta a épocas anteriores ao século XIX. Sua origem etiológica vem do grego gymnastiké – “ Arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade” e gimnós – nu, despido” (Ferreira, 1986, p.850) - , trazendo consigo uma idéia de associação entre exercício físico e a nudez (“exercitar o corpo nu”), no sentido do despido, do simples, do livre, do limpo, do desprovido ou destituído de maldade, do imparcial, do neutro, do puro. (AYOUB, 2007, p. 31).
Partindo desse contexto, segundo Bregolato (2006) surgiu no século XIX o
Movimento Ginástico Europeu, composto por Alemanha, Suécia, Dinamarca e
França. Este movimento era baseado nos princípios da cultura grega, enaltecendo a
saúde, a força e a beleza.
As qualidades físicas eram estudadas, porém:
Junto com as idéias de força, energia, resistência, velocidade, destreza e vigor estava a formação do caráter. O desenvolvimento do caráter – têmpera, moral e virtude – era associado à ginástica, e deveria contribuir para o desenvolvimento da coragem, ousadia, perseverança e às vezes a sabedoria e amor ao bem. (BREGOLATO, 2006, p. 76).
Com o passar do tempo, a ginástica ganhou força no seu aspecto utilitário,
onde as atividades físicas eram uma utilidade para o indivíduo, em benefício à
pátria, e também às necessidades do trabalho. Após esse período, a ginástica
também teve seus objetivos voltados aos benefícios que a ginástica proporcionava
ao seu participante, voltada ao lazer, esta foi a Tendência Naturalista ou Método
Natural da ginástica.
Nesta mesma época, com o advento da ciência, a ginástica incorporou as
características da ciência:
Voltou-se à pesquisa, à medição, à classificação, à comparação a partir da descoberta de leis e com caráter ordenativo, conhecimento preciso, e por se justificar também na saúde, os estudos que estruturaram a ginástica desenvolveram áreas médicas como a anatomia, e fisiologia e fundamentou a ciência da mecânica do movimento. (BREGOLATO, 2006, p. 78).
Hoje, a ginástica possui diferentes formas de representação. È importante
ressaltar que:
A ginástica compreende uma gama de possibilidades, desde a ginástica imitativa de animais, as práticas corporais circenses, a ginástica geral, até as esportivizadas: artística e rítmica. Contudo, sem negar o aprendizado técnico, o professor deve possibilitar a vivência e o aprendizado de outras formas de movimento. (DCE, 2008, p. 68)
Nesta unidade didática, se faz necessária à utilização da ginástica formativa,
“é aquela que auxilia o desenvolvimento corporal. Propõe movimentos que
desenvolvem a elasticidade, a velocidade, a resistência e a coordenação”
(TEIXEIRA, 1997, p. 23).
(habilidades motoras)
Para Bregolato (2006, p. 69 e 70) as qualidades físicas que compreende a
ginástica são: coordenação, flexibilidade, força, velocidade, agilidade, equilíbrio,
resistência, ritmo, descontração. Porém as que daremos ênfase neste estudo são:
a) Força: Habilidade de um músculo ou grupamento muscular de vencer uma
resistência, produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou elevar, a
resistência a que se refere é quase sempre um peso, portanto num trabalho
de força empurra-se, eleva-se ou traciona-se um peso (aparelhos de
musculação, o próprio corpo, etc.)
b) Velocidade: Qualidade particular do músculo e das coordenações
neuromusculares que permite uma sucessão rápida de gestos. A velocidade
pode determinar o grau de dificuldade de um movimento, ou seja, a maioria
dos exercícios se tornam mais difíceis se realizados com maior velocidade.
c) Agilidade: Capacidade que se tem para mover o corpo no espaço o mais
rápido possível. Muitos estudiosos consideram a agilidade como sinônimo de
velocidade de troca de direção. Podemos dizer que a agilidade é saber agir
com velocidade, porque envolve a utilização do espaço com eficiência e
rapidez.
d) Resistência: Aeróbica: é uma qualidade que permite manter por muito tempo
esforços de intensidade média ou fraca.
e) Flexibilidade: é a qualidade física responsável pela execução voluntária de
um movimento de amplitude angular máxima por uma articulação ou conjunto
de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão.
A flexibilidade envolve:
1- A mobilidade articular - movimento das articulações
2- A elasticidade muscular - alongamento dos músculos.
(importância das atividades físicas)
O movimento exerce inegável importância tanto na Educação Física como de
uma maneira geral na vida cotidiana dos seres humanos. A preocupação com a
prática regular de atividades físicas hoje em dia é constante em todas as faixas
etárias.
De acordo com Awad (2008) para a criança a seriedade da atividade física
está relacionada ao entretenimento, ao lúdico, ela alarga as suas experiências e seu
desenvolvimento, atendendo as suas necessidades biológicas. Já o adolescente,
utiliza a atividade física para administrar seus impulsos físicos e sociais na tentativa
de se inserir coletivamente num grupo de identidade semelhante a sua e o adulto
utiliza a atividade física para equilibrar os desgastes diários do trabalho e deveres
sociais, espirituais e físicos.
Com relação a essa importância da atividade física principalmente para a
criança de 1º grau,
Estamos tratando de um universo em que os atos motores são indispensáveis, não só na relação com o mundo (nesse aspecto são indispensáveis), mas também na compreensão dessas relações. Por um lado, temos a atividade simbólica, isto é, as representações mentais (a atividade mais solicitada pela escola); por outro, temos o mundo concreto, real, com o qual se relaciona o sujeito. Ligando-os, está a atividade corporal. Não se passa do mundo concreto à representação mental senão por intermédio da ação corporal. (FREIRE, 1994, p. 81).
Uma das boas maneiras para adquirir hábitos e atividades saudáveis
adequadas é praticando ou participando das aulas de Educação Física, as quais não
podem ser vistas apenas como um momento de lazer.
Para o Coletivo de Autores (1992, p. 87), a Educação Física deve possibilitar
aos alunos [...] a percepção da totalidade das suas atividades, uma vez que lhe
permite articular uma ação (o que ela faz), com o pensamento sobre ela (o que
pensa) e com o sentido que dela tem (o que sente).
E diante disso, é evidente a importância que as atividades físicas e/ou a
Educação Física exercem na vida cotidiana dos seres humanos. Sendo
desenvolvida de forma adequada, as pessoas terão mais condições de serem
saudáveis e preparadas para a atuação social consciente no meio em que vive.
2. METODOLOGIA
O presente estudo tem como público alvo os alunos do 6º ano do Ensino
Fundamental do Colégio Estadual José de Alencar, do município de Braganey – PR,
com o objetivo de identificar o nível de aptidão física relacionada à saúde e ao
desempenho motor, bem como apresentar propostas de atividades para melhoria da
aptidão através dos resultados obtidos.
Foram utilizados os testes motores da aptidão física relacionados à saúde e
ao desempenho motor do protocolo de teste e medidas do PROESP-BR (GAYA,
2012), aplicados individualmente pela autora.
As atividades foram realizadas no primeiro semestre do ano letivo de 2014,
com os alunos do 6º ano do Ensino fundamental, alunos esses, todos com idade de
10 anos ainda no período de realização, tanto os meninos como as meninas, onde
primeiramente foi realizado o pré-teste dos testes e medidas realizados no âmbito da
avaliação física relacionada ao desempenho motor, do protocolo PROESP-BR
(GAYA ,2012).
Após a realização do pré-teste, foram realizadas as atividades voltadas à
melhoria da aptidão motora, atividades de velocidade, flexibilidade, agilidade, força,
resistência aeróbica, distribuídas no período de realização da implementação, após
foi aplicado o pós-teste dos testes e medidas do protocolo PROESP-BR (GAYA,
2012), para a verificação dos resultados.
Também nesse período de implementação foi realizado o Grupo de Trabalho
em Rede, onde os professores da rede estadual puderam participar das atividades
realizadas na implementação, opinando sobre suas impressões sobre o projeto e
implementação durante o período de realização.
Os testes realizados foram os seguintes:
a. Teste de Aptidão Cardiorrespiratória (corrida/caminhada dos 6 minutos)
Material: Local plano com marcação do perímetro da pista. Trena métrica.
Cronômetro e ficha de registro.
Orientação: Divide‐se os alunos em grupos adequados às dimensões da pista.
Informa‐se aos alunos sobre a execução do testes dando ênfase ao fato de que
devem correr o maior tempo possível, evitando piques de velocidade intercalados
por longas caminhadas. Durante o teste, informa‐se ao aluno a passagem do tempo
2, 4 e 5 (“Atenção: falta 1 minuto”.). Ao final do teste soará um sinal (apito) sendo
que os alunos deverão interromper a corrida, permanecendo no lugar onde estavam
(no momento do apito) até ser anotada ou sinalizada a distância percorrida.
Anotação: Os resultados serão anotados em metros com uma casa após a vírgula.
b. Teste de força explosiva de membros superiores (arremesso do
medicineball)
Material: Uma trena e um medicineball de 2 k (utilize um saco de areia com 2 kg).
Orientação: A trena é fixada no solo perpendicularmente à parede. O ponto zero da
trena é fixado junto à parede. O aluno senta‐se com os joelhos estendidos, as
pernas unidas e as costas completamente apoiadas à parede. Segura a medicineball
junto ao peito com os cotovelos flexionados. Ao sinal do avaliador o aluno deverá
lançar a bola à maior distância possível, mantendo as costas apoiadas na parede. A
distância do arremesso será registrada a partir do ponto zero até o local em que a
bola tocou ao solo pela primeira vez. Serão realizados dois arremessos,
registrando‐se para fins de avaliação o melhor resultado. Sugere‐se que a
medicineball seja banhada em pó branco para facilitar a identificação precisa do
local onde tocou pela primeira vez ao solo.
Anotação: A medida será registrada em centímetros com uma casa após a vírgula.
c. Teste de força explosiva de membros inferiores (salto horizontal)
Material: Uma trena e uma linha traçada no solo.
Orientação: A trena é fixada ao solo, perpendicularmente à linha de partida. A linha
de partida pode ser sinalizada com giz, com fita crepe ou ser utilizada uma das
linhas que demarcam as quadras esportivas. O ponto zero da trena situa‐se sobre a
linha de partida. O avaliado coloca‐se imediatamente atrás da linha, com os pés
paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semi‐flexionados, tronco ligeiramente
projetado à frente. Ao sinal o aluno deverá saltar a maior distância possível
aterrissando com os dois pés em simultâneo. Serão realizadas duas tentativas, será
considerado para fins de avaliação o melhor resultado.
Anotação: A distância do salto será registrada em centímetros, com uma casa após
a vírgula, a partir da linha traçada no solo até o calcanhar mais próximo desta.
d. Teste de agilidade (teste do quadrado)
Material: um cronômetro, um quadrado com 4 metros de lado. Quatro garrafas de
refrigerante de 2 litros do tipo PET cheias de areia. Piso antiderrapante.
Orientação: Demarca-se no local de testes um quadrado de quatro metros de lado.
Coloca-se uma garrafa PET em cada ângulo do quadrado. Uma fita crepe ou uma
reta desenhada com giz indica a linha de partida (ver figura abaixo). O aluno parte
da posição de pé, com um pé avançado à frente imediatamente atrás da linha de
partida (num dos vértices do quadrado). Ao sinal do avaliador, deverá deslocar‐se
em velocidade máxima e tocar com uma das mãos na garrafa situada no canto em
diagonal do quadrado (atravessa o quadrado). Na seqüência, corre para tocar à
garrafa à sua esquerda e depois se desloca para tocar a garrafa em diagonal
(atravessa o quadrado em diagonal). Finalmente, corre em direção á última garrafa,
que corresponde ao ponto de partida. O cronômetro deverá ser acionado pelo
avaliador no momento em que o avaliado tocar pela primeira vez com o pé o interior
do quadrado e será travado quando tocar com uma das mãos no quarto cone. Serão
realizadas duas tentativas, sendo registrado para fins de avaliação o menor tempo.
Anotação: A medida será registrada em segundos e centésimos de segundo (duas
casas após a vírgula).
e. Teste de velocidade de deslocamento (corrida de 20 metros)
Material: Um cronômetro e uma pista de 20 metros demarcada com três linhas
paralelas no solo da seguinte forma: a primeira (linha de partida); a segunda,
distante 20m da primeira (linha de cronometragem) e a terceira linha, marcada a um
metro da segunda (linha de chegada). A terceira linha serve como referência de
chegada para o aluno na tentativa de evitar que ele inicie a desaceleração antes de
cruzar a linha de cronometragem. Duas garrafas do tipo PET de 2 litros para a
sinalização da primeira e terceira linhas.
Orientação: O estudante parte da posição de pé, com um pé avançado à frente
imediatamente atrás da primeira linha (linha de partida) e será informado que deverá
cruzar a terceira linha (linha de chegada) o mais rápido possível. Ao sinal do
avaliador, o aluno deverá deslocar‐se, o mais rápido possível, em direção à linha de
chegada. O avaliador deverá acionar o cronômetro no momento em que o avaliado
ao dar o primeiro passo toque o solo pela primeira vez com um dos pés além da
linha de partida. O cronômetro será travado quando o aluno ao cruzar a segunda
linha (linha de cronometragem) tocar pela primeira vez ao solo.
Anotação: O cronometrista registrará o tempo do percurso em segundos e
centésimos de segundos (duas casas após a vírgula).
4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram analisados a partir dos critérios de referencia do
PROESP-BR (GAYA, 2012)
Para avaliar a força explosiva de membros superiores, os alunos foram
classificados segundo os critérios presentes no quadro1.
Quadro 1 – Teste de força explosiva de membros superiores (cm)
Sexo Idade Fraco Razoável Bom Muito bom Excelência
Masc. 10 anos ≤ 212 213 a 239 240 a 269 270 a 329 ≥ 329
Fem. 10 anos ≤ 200 200 a 219 220 a 244 245 a 301 ≥ 301
Fonte: GAYA (2012)
No pré-teste de força explosiva de membros superiores, 20% dos meninos
estavam com o desempenho razoável, 40% com desempenho bom e 40% com
desempenho muito bom. Já as meninas, 10% estavam com desempenho razoável,
50% com bom desempenho e 40% com desempenho muito bom. Nos resultados do
pós-teste, 20% dos meninos apresentaram desempenho razoável, 20%
apresentaram bom resultado e 60% apresentaram resultado muito bom. Já as
meninas apresentaram 20% de desempenho razoável, 40% desempenho bom e
40% desempenho muito bom.
Analisando o gráfico 1, pode-se dizer que a maioria dos alunos obtiveram
avanços em relação a força explosiva de membros superiores.
Gráfico 1 – Resultados obtidos no pré e pós-testes de força explosiva de membros superiores
Fonte: Dados da autora
Para avaliar a força explosiva de membros inferiores, os alunos foram
classificados segundo os critérios presentes no quadro 2.
Quadro 2– Teste de força explosiva de membros inferiores (cm)
Sexo Idade Fraco Razoável Bom Muito bom Excelência
Masc. 10 anos ≤ 135 135 a 146 147 a 157 158 a 187 ≥ 187
Fem. 10 anos ≤ 123 123 a 133 134 a 145 146 a 173 ≥ 173
Fonte: GAYA (2012)
No pré-teste de força explosiva de membros inferiores, 20% dos meninos
apresentaram desempenho fraco, 20% razoável, 20% bom desempenho e 40%
apresentaram desempenho muito bom. Já as meninas, apresentaram 30%
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desempenho fraco, 10% desempenho razoável, 30% desempenho bom e 30%
apresentaram desempenho muito bom. Nos resultados do pós-teste, 40% dos
meninos apresentaram desempenho razoável e 60% apresentaram desempenho
bom. As meninas, por sua vez, apresentaram 10% desempenho fraco, 30%
apresentaram desempenho razoável, 30% apresentaram desempenho bom e 30%
desempenho muito bom.
Analisando o gráfico 2, podemos observar que os alunos apresentaram
reultados desejáveis em relação a força explosiva de membros inferiores.
Gráfico 2– Resultados obtidos no pré e pós-testes de força explosiva de membros inferiores
Fonte: Dados da Autora
Para avaliar a agilidade, os alunos foram classificados segundo os critérios
presentes no quadro 3.
Quadro 3– Teste de agilidade(segundos)
Sexo idade Fraco Razoável Bom Muito bom Excelência
Masc. 10 anos ≤ 5,59 5,59 a 6,25 6,26 a 6,66 6,67 a 7,00 ≥ 7,00
Fem. 10 anos ≤ 5,89 5,89 a 6,60 6,61 a 7,00 7,01 a 7,34 ≥ 7,23
Fonte: GAYA (2012)
No pré-teste de agilidade, 40% dos meninos apresentaram desempenho
fraco, 40% desempenho razoável e 20% desempenho bom e 40% desempenho
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Fraco Razoável Bom Muito Bom Excelência
Meninos pré-teste
Meninas pré-teste
Meninos pós-teste
Meninas pós-teste
bom. Já as meninas, 40% apresentaram bom desempenho, 40% desempenho muito
bom e 20% desempenho excelente. Nos resultados do pós-teste, as meninos
apresentaram 40% de desempenho razoável e 60% desempenho muito bom. As
meninas apresentaram 10% de desempenho bom, 10% apresentaram desempenho
muito bom e 80% apresentaram desempenho excelente.
Observando o gráfico 3 podemos dizer os resultados foram muito
satisfatórios, principalmente com relação as meninas.
Gráfico 3– Resultados obtidos no pré e pós-testes de agilidade
Fonte: Dados da Autora
Para avaliar a velocidade de deslocamento (corrida dos 20 metros), os alunos
foram classificados segundo os critérios presentes na tabela 7.
Quadro 4 – Teste de velocidade de deslocamento(segundos)
Sexo idade Fraco Razoável Bom Muito bom Excelência
Masc. 10 anos ≤ 3,08 3,08 a 3.74 3,75 a 3,98 3,99 a 4,14 ≥ 4,14
Fem. 10 anos ≤ 3,44 3,44 a 3,97 3,98 a 4,16 4,17 a 4,40 ≥ 4,40
Fonte: GAYA (2012)
No pré-teste de velocidade de deslocamento, 60% dos meninos apresentaram
desempenho razoável, 20% apresentaram bom desempenho e 20% apresentaram
desempenho muito bom. Já as meninas, apresentarm 90% de desempenho bom e
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Meninas pré-teste
Meninos pós-teste
Meninas pós-teste
10% de desmpenho muito bom. Nos resultados do pós-teste, 40% dos meninos
apresentaram desempenho razoável, 40% desempenho bom e 20% desempenho
muito bom. As meninas, apresentaram 30% de desempenho muito bom e 70% de
desempenho excelente.
Analisando o gráfico 4, podemos observar que os alunos apresentaram
reultados desejáveis em relação a velocidade de deslocamento.
Gráfico 4 – Resultados obtidos no pré e pós-teste de velocidade de deslocamento
Fonte: Dados da Autora
Para avaliar a aptidão cardiorrespiratória (corrida/caminhada dos 6 minutos),
os alunos foram classificados conforme os critérios do quadro 5.
Quadro 5– Teste da aptidão cardiorrespiratória(metros)
Sexo idade Fraco Razoável Bom Muito bom Excelência
Masc. idade ≤ 880 880 a 941 942 a 1009 1010 a
1157
≥ 1157
Fem. idade ≤ 783 783 a 831 832 a 883 884 a 1027 ≥ 1027
Fonte: GAYA (2012)
No pré-teste de aptidão cardiorrespiratória, 10% dos meninos apresentaram
desempenho fraco, 30% razoável e 60% apresentaram desempenho bom. As
meninas, por sua vez, 10% apresentaram desempenho fraco, 30% desempenho
bom, 40% desempenho muito bom e 20% apresentaram desempenho excelente.
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Fraco Razoável Bom Muito Bom Excelência
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Meninas pré-teste
Meninos pós-teste
Meninas pós-teste
Nos resultados do pós-teste, 40% dos meninos apresentaram desempenho
razoável, 40% bom desempenho e 20% apresentaram desempenho muito bom. As
meninas, 20% apresentaram desempenho bom, 60% desempenho muito bom e 20%
desempenho excelente.
Analisando o gráfico 5, podemos observar que os alunos apresentaram
resultados desejáveis em relação a aptidão cardiorrespiratória.
Gráfico 5 – Resultados obtidos no pré e pós-teste de Aptidão Cardiorrespiratória
Fonte: Dados da Autora
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problemática apresentada neste trabalho – verificar e procurar melhorar a
aptidão motora – é um tema de suma importância e muitopertinente nesse momento
vivido por nossas crianças, a falta de atividade física, quer seja pelos avanços das
tecnologias, quer pela violência existente hoje, muitas criançasnão realizam
atividade física fora da escola. Por isso é impresindível demonstrar através dos
testes que a atividade física é importante e traz inúmeros benefícios.
Deste modo, pode-se perceber, que mesmo em um curto período de
atividades realizadas nesse trabalho, em todos os índices de avaliação ocorreram
avanços, em alguns mais, em outros menos, porém, comprovou-se que a prática de
atividades físicas melhorou o desempenho motor do grupo de escolares integrantes
desse estudo.
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Meninos pós-teste
Meninas pós-teste
Sabe-se que esse é um projeto que não se termina, pode-se estar sempre
sendo trabalhado em nossas aulas, pois como muitos cursistas, no Grupo de
Trabalho em Rede bem colocaram, o tempo de realização é curto, mas nada impede
de em nossas aulas trabalharmos sempre as habilidades motoras básicas para que
nossas crianças tenham, pelo menos nas aulas de Educação Física, momentos que
irão fazê-la se desenvolver globalmente.
6. REFERÊNCIAS
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal da Ginástica: livro do professor e do aluno. 2.ed. São Paulo: Ícone, 2006.
CONCEIÇÃO, R. B. Ginástica escolar. 2 ed. Rio de janeiro: Sprint, 1998.
DARIDO, S. D.& SOUZA JUNIOR, O. M. Para ensinar educação física: Possibilidades de intervenção na escola. 6 ed. Campinas – SP: Papirus, 2010.
GALLAHUE, D. L. & OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte Editora, 2003.
GALLAHUE, D. L. & DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. 4.ed. – São Paulo: Phorte, 2008.
GAYA, A. & SILVA, G. MANUAL DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS E TESTES, NORMAS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO. Observatório Permanente dos
Indicadores de saúde e fatores de prestação esportiva em crianças e jovens. 2012.
PAYNE, V. G. & ISAACS, L. D. Desenvolvimento motor humano: uma abordagem vitalícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
ROSA NETO, F. Manual da avaliação motora. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
TEIXEIRA, H. V. Educação Física e Desportos: Técnicas, táticas, regras e penalidades. 3 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997.
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